Geografia I - MODULO3
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Falar sobre água não deve ser novidade para você, pois ela também é um elemento importante para o desenvolvimento de seu trabalho como pescador e aquicultor.
A água é um elemento natural renovável, por meio do Ciclo Hidrológico. Nesse ciclo, todos os corpos hídricos presentes na natureza são aquecidos, promovendo a evapotranspiração (transpiração das águas dos mares, dos rios, dos
lagos e solos, somados à transpiração dos corpos dos seres humanos, animais e vegetais), que alcançará elevadas altitudes com baixas temperaturas, ocorrendo um processo de condensação (formando nuvens) que ficarão carregadas de
líquido, e logo cairão em forma de chuva (precipitação).
Descrição da imagem: Esquema demonstrando o ciclo hidrológico. Na ilustração há o sol e uma parte do continente com setas que demonstram as principais fases deste ciclo: Infiltração e percolaçao (passagem lenta de um líquido através de um meio) no solo ou nas rochas, podendo formar aquíferos, ressurgir na superfície na
forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos. A água flui lentamente entre as partículas e espaços vazios dos solos e das rochas, podendo ficar armazenada por um período muito variável, formando os aquíferos. A água escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipitação é maior do que a capacidade de
absorção do solo. Evaporação: retornando à atmosfera. Em adição a essa evaporação da água dos solos, rios e lagos, uma parte da água é absorvida pelas plantas. Essas, por sua vez, liberam a água para a atmosfera através da transpiração. A esse conjunto, evaporação mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração.
Congelamento da água: formando as camadas de gelo nos cumes de montanha e geleiras.
Observando a figura acima, em que tipo de ambiente a água pode ser encontrada? E tem mais, se a água é um elemento natural renovável, como ela pode se tornar escassa?
Cabe considerar que 97,3% das águas dispostas na natureza são salgadas e encontradas nos mares e oceanos. Desse montante somente 2,7% são doces. Das águas doces, que supostamente podem ser consumidas pelos seres vivos do
planeta, parte dela está congelada nos polos, e apenas uma pequena parcela está disposta nos rios, lagos e em ambientes subterrâneos.
Os mares e os oceanos
Os oceanos podem ser considerados grandes massas líquidas salgadas presentes na superfície terrestre. Nas partes mais próximas do continente, nos litorais, temos os mares. Nesse sentido, os mares estão contidos nos oceanos.
O Oceano Pacífico possui a maior extensão de água salgada do planeta, são 165 milhões de km2, banhando a porção oeste do continente americano e a porção oeste do continente asiático e da Oceania. O Oceano Atlântico possui a
segunda maior extensão, com 82 milhões de km2, abrangendo áreas da porção leste do continente americano e a porção oeste do continente europeu e africano.
No fundo dos mares podem ser encontradas jazidas de petróleo e gás natural, outros mares são importantes pontos de pesca e turismo. Os mares do Oceano Pacífico, por exemplo, são os mais piscosos (em que se encontra grande
quantidade de peixes) do planeta, o continente asiático representa, aproximadamente, cerca de 40% da produção pesqueira (marítima). Desde os anos de 1990, os cinco países de maior produção pesqueira são: China, Peru, Chile, Japão e
Estados Unidos.
Você sabe quais são as influências dos movimentos das marés para a atividade da pesca? E para a aquicultura, a variação das marés exerce alguma influência?
Além do movimento das ondas e das marés, nas águas oceânicas existem as correntes marítimas. As correntes marítimas são verdadeiros rios dentro dos oceanos e, dependendo de seu ponto de origem elas podem ser quentes ou frias.
Nesse sentido, quando surgem em ambientes tropicais, próximo do equador, elas são quentes. E quando elas surgem em ambientes polares, são frias.
Geralmente, nos lugares onde há o predomínio das correntes marítimas frias, o mar é piscoso, a exemplo do sul do Brasil, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, onde há influência da Corrente Marítima das Falklands, também
conhecida como Corrente das Malvinas.
Países como a Inglaterra, os EUA, a China e o Japão, estão apostando no uso das forças dessas correntes para geração de energia elétrica. As correntes marítimas, por estarem em constante movimento, carregam consigo energia cinética (é
a quantidade de trabalho que teve que ser realizado sobre um objeto para modificar a sua velocidade). Essa energia cinética pode ser captada por turbinas, como as usadas em usinas eólicas que, quando submersas, são movimentadas pela
corrente de água que passa por suas hélices.
Rio
Os rios podem ser definidos como sendo uma corrente de água sobre a superfície terrestre. Geralmente, essas águas se originam do derretimento de neve das montanhas (nival) ou das águas das chuvas (pluvial). Em alguns rios as águas
originam das duas situações, chamados de mistos.
Dizemos que a origem de um rio é nival quando nasce em pontos muito altos do relevo terrestre. Nesse caso, os rios, geralmente, recebem, nos períodos mais quentes do ano, águas oriundas do derretimento de neve. Isso acontece com o
rio Tâmisa, na Inglaterra, com o rio Pó, na Itália, entre outros.
As condições climáticas influenciam diretamente a dinâmica das águas de um rio, que podem ser perenes ou temporários. Os rios perenes não secam, mesmo durante os períodos em que não há chuva. Já os rios temporários secam
durante um período, acabam existindo somente nos períodos chuvosos.
O rio é um importante elemento de transformação do relevo, assim como fonte de captação de água para sobrevivência humana. Em um rio onde as águas são abundantes e possuem força devido aos seus desníveis de altitude, são
construídas as usinas hidrelétricas. Onde as águas são brandas e o rio não possui quedas de elevadas altitudes, são construídas as hidrovias. Em muitos países, o que inclui o Brasil, o rio também é uma importante fonte de alimento, a
partir da prática de pesca e de aquicultura.
Águas Subterrâneas
As águas subterrâneas são encontradas na porção porosa do solo ou das rochas sedimentares. Na porção porosa do solo encontram-se os chamados lençóis freáticos, que são fundamentais para alimentar as águas dos rios nos períodos de
tempo seco. Por isso, torna-se muito importante compreender a dinâmica do relevo antes de realizar qualquer construção que possa impermeabilizar o solo, impedindo a sua realimentação. Nas margens dos rios, a mata ciliar tem papel
fundamental na proteção e realimentação dos lençóis freáticos.
As principais águas subterrâneas estão nos chamados aquíferos, que podem ser considerados importantes fontes de água para consumo humano. Os aquíferos são verdadeiros rios que percorrem as porções porosas de rochas sedimentares,
como calcário ou arenito. Entre os principais aquíferos do mundo, encontramos o Guarani, no Brasil (abrange terras do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), o Arenito Núbia (abrange terras da Líbia, Egito, Chade e Sudão, na África),
entre outros, localizados em países como África do Sul, Austrália, Eslováquia, Hungria, Polônia, República Checa, entre outros.
Cabe considerar, ainda, que o mar brasileiro se encontra no contexto econômico do Oceano Atlântico, ou seja, é uma importante rota do comércio e do turismo mundial. O litoral brasileiro é tomado por praias e portos; são pelo menos 43
portos marítimos voltados à exportação e importação de mercadorias.
Para iniciarmos nossos aprofundamentos sobre esse assunto, vejamos abaixo uma projeção cartográfica com a localização das principais Regiões/Bacias Hidrográficas do Brasil.
Sobre as características das principais Bacias Hidrográficas brasileiras, vejamos as definições a seguir:
Bacia Amazônica: localizada na Região Norte do país, pode ser considerada a maior bacia hidrográfica do planeta; os rios que compõem essa bacia possuem suas nascentes em diferentes países que fazem fronteira com o
Brasil; O Rio Amazonas é um rio de planície, mas seus afluentes são marcados por fortes quedas, o que torna a referida bacia hidrográfica a de maior potencial hidrelétrico do território nacional, embora seja pouco
utilizada para isso.
Bacia do Rio Paraná: localizada na Região Sul do país, também é conhecida como Bacia Platina, composta pela união dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai; é a segunda maior área com potencial hidrelétrico do país, onde
está localizada a Usina de Itaipu; o rio Paraguai é importante área de navegação – na atualidade se discute a construção da hidrovia Paraná-Paraguai, ligando o Brasil, Bolívia, Argentina e Paraguai (países do Mercosul); A
soja será um dos principais produtos escoados pela hidrovia.
Bacia Tocantins-Araguaia: localizada na porção norte do país, pode ser considerada a maior bacia inteiramente brasileira; onde foi construída a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que abastece grande parte da região em
energia elétrica e sustenta o chamado Projeto Carajás. Projeto Carajás: conhecido como Grande Carajás, é uma área rica em ferro, abrange parte do território dos estados de Tocantins e Maranhão. Foi criado em 1980, pela
empresa estatal na época denominada Companhia Vale do Rio Doce.
Bacia do Rio São Francisco: é a segunda bacia totalmente brasileira; em 1990 foi privatizada. Embora atravesse áreas de clima semiárido (baixa umidade e altas temperaturas), o referido rio é perene (alguns de seus
afluentes são temporários). Em alguns de seus trechos suas características possibilitam o uso para produção de energia elétrica, em outros, ele é navegável, ou seja, possibilita o uso hidroviário. O trecho mais adequado
para navegação está entre a cidade de Pirapora, em Minas Gerais, e vai até Juazeiro, na Bahia, compondo cerca de 2 mil quilômetros. Atualmente essa bacia está sofrendo algumas alterações devido ao projeto de
transposição das águas do Rio São Francisco.
O Aquífero Guarani
Com seus 1,2 milhão de km2, o Aquífero Guarani pode ser considerado o maior reservatório de águas subterrâneas do mundo. No Brasil, ele ocupa áreas dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, e transcende para países como Paraguai, Uruguai e Argentina.
Estudos sobre o aquífero apontam que sua maior importância consiste em ser uma grande reserva de água capaz de abastecer a população mundial por mais de 100 anos. O Brasil, nesse sentido, poderá ficar sob a mira de interesses
internacionais, uma vez que esse recurso se encontra cada vez mais escasso e possui um custo muito alto para o seu tratamento.