TCC Erasmoguilhermedossantosneto
TCC Erasmoguilhermedossantosneto
TCC Erasmoguilhermedossantosneto
Recife, 2019
ERASMO GUILHERME DOS SANTOS NETO
Recife, 2019
ERASMO GUILHERME DOS SANTOS NETO
Resultado: ___________________________________________________________
BANCA EXAMINADORA:
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Prof. Dr. Ardilles Juan Carlos Alves dos Santos (1° Titular)
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Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, , Recife, 2020.
CDD
DEDICATÓRIA
A Deus primeiramente, por Ele ter me conduzido até aqui, pois foi uma luta enorme
entre medos e incertezas, sorrisos e lágrimas, por Ele ter me dado paciência, sabedoria e
humildade.
Aos meus pais, que mesmo distantes incentivaram sempre minha educação e me
fizeram o que sou hoje.
A minha irmã, que sempre me deu apoio em tudo o que eu faço, me dando conselhos,
onde a cada dia a gente se fortaleceu juntos, mesmo com todas as dificuldades.
Aos meus primos-irmãos, Manu, Bel, Lu, Rafa, Flávia, Dário, Gabi, Germando,
Dada, Lucas e Léo, só tenho a agradecer pela infância maravilhosa regada de trelas, risadas e
praias com Tia Márcia.
Aos meus avós maternos Maria de Lourdes e Floriano Paulo (In memoriam) e
paternos Maria Campelo e Erasmo Santos, vocês são os meus amores, obrigado pela família
linda que vocês formaram.
Aos meus tios e tias, sem o apoio de vocês não teria conseguido chegar até aqui, o
meu obrigado a cada um.
As amigas do Ginásio Pernambucano, Débora, Jan Jan, Day, Rosa, Rayssa, Mayara,
Maristella e Stela. Só tenho a agradecer a Deus por vocês estarem em minha vida, sei que
cada uma seguiu caminhos diferentes, mas a amizade da gente vai durar por anos.
Aos meus químicos preferidos que a Rural me deu, Eliada, Faby, Rodrigo, Naida e
Manu, obrigado por vocês existirem em minha vida. Agradeço a Deus por Ele ter colocado
vocês no meu caminho. Os sofrimentos que nós tivemos, a cada prova e seminário, só
fortaleceram mais nossas amizades, mas também houve momentos incríveis ao lado de
vocês, em que até o Casa Amarela (Cabugá) tem histórias nossas, amo vocês!
Aos meus Ruralindos mais lindos e futuros biólogos, Mari, Camila, Ana, Gio, Carol,
Gleice, Luis e Lívia. Obrigado por fazer parte desses anos que passei pela UFRPE, vocês
fizeram um grande diferencial, os sorrisos, lágrimas, aflições, as calouradas e conselhos tudo
isso vou levar comigo. Agradeço por me aguentarem com minhas ansiedades, choros e
nervosismos por causa das provas e seminários. Amo cada um de vocês e sei que posso
contar com cada um de vocês.
Aos meus cientistas favoritos Welton, Isabella, Camila e Pedro, obrigado por ter
paciência comigo, pelas ajudas nos laboratórios e escritas de resumos.
Aos meus amigos das Paróquia São Judas Tadeu, São Vicente de Paulo, vocês só me
fortaleceram a cada conselho e orações.
A Carlos Lima, que é uma das pessoas mais incríveis que conheci, agradeço a Deus
por Ele ter colocado você em meu caminho, obrigado pela paciência e companheirismo, por
ser essa pessoa tão amável e ao mesmo tempo bruto, obrigado meu sertanejo.
Todo mundo da minha turma SB3 (Biofalos), cada um vai estar no meu coração.
Plutella xylostella (Plutellidae) é uma importante praga que ataca culturas de brassicas
mundialmente. Syzygium malaccense (Myrtaceae), o jambeiro, é utilizada na medicina
popular e seus frutos são consumidos como artigo alimentício. Lectinas (proteínas ligadoras
de carboidratos) e inibidores de tripsina podem ter ação inseticida. Este trabalho caracterizou
o extrato aquoso de folhas de S. malaccense quanto à presença de metabólitos secundários,
lectinas e inibidor de tripsina e quanto à atividade inseticida contra P. xylostella. Análise por
cromatografia em camada delgada revelou a presença de polifenóis (taninos hidrolisáveis),
flavonóides, esteróides, saponinas e açúcares redutores no extrato de folhas, o qual também
conteve lectinas (Atividade hemaglutinante de 64) e inibidor de tripsina. A lectina do extrato
foi inibida pelos monossacarídeos glicose e N-acetilglicosamina e neutralizada pelas
glicoproteínas fetuína e ovoalbumina. O extrato de folhas apresentou efeito deterrente
alimentar e causou mortalidade de lagartas de P. xylostella. Foi registrada a taxa de
mortalidade de 80±15% para o extrato a 1%. Efeito deterrente de oviposição foi também
determinado para o extrato de folhas, uma vez que nos discos tratados foi detectada a
presença de cerca de 37 ovos, contra 80 ovos registrados no controle. O aquecimento
exaustivo do extrato de folhas alterou as atividades hemaglutinante e deterrente alimentar de
forma semelhante, sugerindo que estas podem ser atribuídas à mesma proteína. A exposição
do extrato de folhas às condições ambientais por 192 h neutralizou seu efeito deterrente
alimentar. Em conclusão, o extrato de folhas de S. malaccense é fonte de metabólitos
secundários, lectina e inibidor de tripsina, e constitui um agente inseticida contra P.
xylostella por causar mortalidade das lagartas e alterar seus comportamentos de alimentação
e oviposição.
Figura 1 - Ciclo de vida de P. xylostella. (A) Ovos, (B) Lagartas alimentando-se, (C) pupas e (D)
inseto adulto. ............................................................................................................................... 16
Figura 3 - Efeito da lectina inseticida no intestino do inseto. (A) entrada da lectina no intestino do
inseto. (B) lectinas se ligando ao sítio de reconhecimento. (C) degradação das células que a lectina se
ligou. Autor: Napoleão et al., 2018. .......................................................................................... 211
Figura 4 - Morfologia externa da arvore de S. malaccense. (A) Arvore de S. malaccense, com sua
forma piramidal. (B) Flor de S. malaccense (C) Fruto de S. malaccense, com forma oval e preso
sobre os ramo......................................................................................................................232
Tabela 5 - Taxa de consumo das folhas de couve por larvas de Plutella xylostella tratadas com o
extrato de folhas de Syzygium malaccense submetido ou não ao aquecimento (100 ºC). Letras
diferentes indicam diferenças significativas entre os tratamentos determinadas pelo teste T de
Student (p < 0,05)........................................................................................................................ 34
4 - METODOLOGIA .................................................................................................................. 26
4.6-Bioensaios ......................................................................................................................... 30
6 - CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 38
7 - REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 39
12
1. INTRODUÇÃO
2-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Plutella xylostella (L. 1758), mais conhecida como traça-das-brássicas, tem sua
taxonomia apresentada na (Tabela 1). Esta praga causa grandes prejuízos à agricultura
no âmbito internacional, sendo os danos principais causados pelas lagartas jovens, que
com o seu aparelho bucal do tipo mastigador atingem o tecido foliar deixando apenas a
epiderme superior os prejuízos sobre as brássicas cultivadas são proporcionais à
severidade do ataque, podendo ocasionar até mesmo a morte das plantas (FURLONG et
al., 2013; CARDOSO et al., 2010). P. xylostella tem facilidade em se espalhar por
grandes extensões territoriais, por isso ocorre em diferentes países do mundo, onde
apresenta nomenclatura vernácula variada (Tabela 2) (CARPINEIRA et al., 2001).
Figura 1 - Ciclo de vida de P. xylostella. (A) Ovos, (B) Lagartas alimentando-se, (C) pupas e (D) inseto
adulto.
As lagartas recém-eclodidas penetram a folha e ficam por alguns dias, até passar
para outro instar. Quando saem dos túneis, ferem o tecido da superfície foliar deixando
apenas a epiderme superior transparente, onde, depois, aparecem furos (CARDOSO et
al., 2010).
O controle de P. xylostella é principalmente realizado com o uso de inseticidas
sintéticos (ZHANG et al., 2016), contudo, o uso abusivo ou não planejado desses
produtos tem acarretado na seleção de populações resistentes (CASTELO BRANCO;
GATEHOUSE 1997; CASTELO BRANCO et al., 2001). Alguns inseticidas causam
danos ao meio ambiente, pois devido a sua baixa seletividade, afetam não somente P.
xylostella, mas também a fauna e outros organismos, incluindo plantas, vertebrados,
invertebrados e o agricultor, que aplica o agrotóxico (CASTELO BRANCO et al., 2003;
PEREIRA et al., 2004).
O elevado uso destes inseticidas tem colocado a couve entre os produtos
agrícolas com maior residual de pesticida (ANVISA 2016). Dentre os inseticidas
sintéticos utilizados em larga escala para o controle de P. xylostella, destacam-se os
teflubenzuron, chlorfenapyr, piretróides e fosforados (CZEPAK et al., 2005;
VASQUEZ et al., 1995; CASTELO BRANCO & GATEHOUSE, 1997) e também
organofosforados (MIYATA et al., 1982), cartap (proveniente do tiocarbamato),
abamectin (derivado da Avermectina) (CASTELO BRANCO e MELO, 2002), a
espinosinas (TROCZKA et al., 2012; LIN et al., 2013) e o Clorantraniliprole (WANG &
WU 2012, RIBEIRO et al., 2013). No Brasil, foram descritas populações de P.
xylostella com resistência aos inseticidas piretroides e as avermectinas no Espírito Santo
e Pernambuco (OLIVEIRA et al., 2011).
Para reduzir a contaminação por esses inseticidas sintéticos seja no solo, lençol
freático ou nos organismos, muitos agricultores utilizam controle biológico como uma
medida alternativa. Fungos e bactérias entomopatogênicas estão sendo utilizados nesse
sentido para amenizar a propagação de P. xylostella; são exemplos os fungos Beauveria
bassiana (Bals.) Vuill., Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorok. e Zoophthora
radicans (Brefeld) (VALDA et al., 2003). B. bassiana já foi confirmada contra
diferentes lepidópteros, como Plutella xylostella L. (VANDENBERG et al., 1998),
Chilo partellus Swinhoe (TEFERA & PRINGLE, 2003) e Castnia licus Drury (VILAS
BÔAS & ALVES, 1988), ocorre no ambiente infectando insetos de diversas famílias e
gêneros, como a broca-do-café (NEVES & HIROSE, 2005), Atta sexdens sexdens L.
18
• Lectinas
Uma classe de proteínas que está sendo bastante investigada para atividade
inseticida, é a das lectinas. Essas proteínas são largamente disseminadas na natureza,
sendo descritas em microrganismos, animais e vegetais podendo ser isoladas de diversas
partes da planta como cascas, cladódios, flores, folhas, rizomas, raízes e sementes
(PAIVA et al., 2011). As lectinas se ligam a carboidratos ou glicoconjugados, de forma
específica e reversível, através de pelo menos dois domínios de ligação; as interações
envolvidas são ligações de hidrogênios, força de van der Waals e interações
hidrofóbicas (PAIVA et al., 2010).
Para analisar a presença de lectinas em uma amostra, é realizado o ensaio de
hemaglutinação utilizando eritrócitos humanos ou de coelho. Neste ensaio, é realizada
uma diluição seriada da amostra que possa conter lectina e posteriormente uma
incubação com a solução contendo eritrócitos. Assim, caso haja lectinas na amostra,
uma ligação cruzada entre os eritrócitos e a proteína (rede de hemaglutinação) será
formada (Figura 2A). Essa malha se deve à interação entre as lectinas e carboidratos da
superfície celular dos eritrócitos, através de seus sítios de ligação a carboidratos.
No ensaio de inibição da atividade hemaglutinante (Figura 2B) em presença de
carboidratos livres ou glicoconjugados, as lectinas tem seus sítios de interação a
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Figura 3 - Efeito da lectina inseticida no intestino do inseto. (A) entrada da lectina no intestino do inseto.
(B) lectinas se ligando ao sítio de reconhecimento. (C) degradação das células que a lectina se ligou.
Autor: Napoleão et al., 2018.
• Inibidor de Tripsina
Figura 4 - Morfologia externa da arvore de S. malaccense. (A) Arvore de S. malaccense, com sua forma
piramidal. (B) Flor de S. malaccense (C) Fruto de S. malaccense, com forma oval e preso sobre os ramos.
Fonte: http://www.aplantadavez.com.br/2016/01/jambo-syzygium-malaccense-l-merr-lm.html (Fotos/
22/10/18 as 10:15).
Em geral, a floração ocorre entre agosto e fevereiro e a sua colheita nos meses
de janeiro a maio. Mundialmente, S. malaccense, é utilizada, na medicina popular, e nos
tratamentos de processos inflamatórios, febre, coceira, diabetes, catarro no pulmão,
tosse, dores de cabeça, disenteria e ainda como diurético (DUNSTAN et al., 1997;
NOREEN et al., 1998).
25
3. OBJETIVOS
3.1– Geral
Este trabalho teve como objetivo caracterizar o extrato de folhas de S.
malaccense quanto à presença de metabólitos secundários, lectinas e inibidor de tripsina
e determinar seu efeito sobre diferentes fases de desenvolvimento de P. xylostella.
4. METODOLOGIA
40g de folhas para 400 ml de água) utilizando liquidificador. Após filtração em gaze de
algodão e centrifugação (3600 rpm, 5 min, 28 °C), o sobrenadante correspondeu ao
extrato de folhas que foi então armazenado a -20 °C.
As bandas foram aplicadas com largura de 5 mm e com uma distância entre elas
e das bordas das placas de 5mm.O tamanho da largura e do comprimento das placas
28
4.6-Bioensaios
Adultos de P. xylostella foram sexados e três casais foram separados para cada
tratamento. Os experimentos foram realizados em gaiolas plásticas (14×11×5 cm), onde
cada uma recebeu, para servir de sítio de oviposição, um disco de folha de couve (5 cm
de diâmetro) previamente imerso no extrato de folhas a 1% (teste) ou em água destilada
(solução controle) por 30 s. Durante o ensaio, os insetos foram alimentados ad libitum
com solução de glicose (10%, p/v). A quantidade de ovos depositados sobre os discos
de folhas foi registrada após 48 h de acordo com Pascual-Villalobos e Robledo (1998).
4.7-Análise estatística
31
5– RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este trabalho foi motivado pelos graves prejuízos econômicos causados por P.
xylostella no cenário internacional, bem como pela dificuldade em controlar populações
dessa praga, considerada multirresistente. A escolha de S. malaccense foi baseada na
importância popular dessa espécie e nos relatos prévios da presença de lectinas em seus
tecidos, uma importante classe de proteínas, que pode apresentar atividade inseticida.
Nesse sentido, as avaliações descritas a seguir foram baseadas na hipótese de que o
extrato de folhas de S. malaccense contém metabólitos previamente reportados como
agentes inseticidas e pode ser capaz de afetar o comportamento alimentar e a
sobrevivência de larvas, bem como a oviposição por fêmeas de P. xylostella.
Adicionalmente, foi investigado se os principais efeitos do extrato eram resistentes ao
aquecimento e à exposição às condições ambientais.
A análise fitoquímica do extrato de S. malaccense por cromatografia em camada
delgada revelou a presença dos metabólitos secundários polifenóis (taninos
hidrolisáveis), flavonóides, esteróides, saponinas e açúcares redutores (Figura 4). Por
outro lado, não foram detectados taninos condensados, derivados cinâminos, cumarinas,
alcalóides e antracnonas no extrato de folhas.
O potencial inseticida de metabólitos secundários, incluindo as classes
detectadas no extrato de folhas em nosso estudo, tem sido amplamente reportado. O
extrato metanólico de bulbos de Urginea marítima contendo polifenóis e flavonóides foi
tóxico por contato e por ingestão para o gorgulho do arroz Sitophilus oryzae (L.)
(Coleoptera: Curculionidae). Os autores sugeriram que a toxicidade do extrato pode
estar relacionada à inibição da acetilcolinesterase dos insetos (MAAZOUN et al., 2017).
O extrato de flores de Moringa oleifera contendo flavonóides (quercetina e campferol) e
esteroides (β-amirina) causou mortalidade de larvas de Aedes aegypti, provavelmente
por inibir a tripsina do intestino das larvas (PONTUAL et al., 2012). Dolma et al.
(2017) reportaram que larvas de segundo instar de P. xylostella são sensíveis ao
tratamento com saponina (LC50=2106,32 mg/L) após 96 h de exposição.
32
Glicoproteínas
Fetuína 0
Ovoalbumina 0
Tabela 4 - Atividade hemaglutinante do extrato de folhas de S. malaccense na presença de carboidratos e
glicoproteinas. Atividade hemaglutinante do extrato na ausência de carboidratos: 64
Com o objetivo de investigar outra classe de proteínas que têm sido relatadas
como potenciais agentes tóxicos para insetos, o presente estudo avaliou a presença de
inibidores de proteases no extrato de folhas de S. malaccense. Os resultados indicaram
que o extrato apresenta compostos com atividade inibidora de tripsina, uma vez que a
hidrólise do BApNA foi reduzida na sua presença (Figura 5).
= 0,007) quando comparada à detectada no grupo controle (30 ± 10%). Para o nosso
conhecimento, este é o primeiro relato de uma amostra vegetal contendo lectinas que
exerceu toxicidade para larvas de P. xylostella.
A investigação do efeito do extrato de folhas de S. malaccense sobre o
comportamento de oviposição das fêmeas de P. xylostella mostrou um efeito também
deterrente, uma vez que nos discos tratados com o extrato de folhas de S. malaccense
foi detectada a presença de cerca de 37 ovos, menos que a metade registrados nos discos
tratados com solução controle (Figura 6), que totalizaram 80 ovos.
Figura 7. Efeito do extrato de folhas de S. malaccense (1%, m/v) sobre o comportamento de oviposição de
P. xylostella.
Tem sido reportado que outras preparações de origem vegetal são capazes de
interferir no comportamento de oviposição dos insetos. A lectina de sementes de M.
oleifera solúvel em água, por exemplo, foi atraente de oviposição para fêmeas de A.
aegypti uma vez que estas colocaram seus ovos preferencialmente (73%) em recipientes
contendo solução da lectina a 0,1 mg/mL, em comparação com recipientes contendo
apenas água destilada (27%). Os autores mostraram que as amostras estavam livres de
compostos voláteis (SANTOS et al., 2012). Selvaraj et al. (2017) reportaram que
extratos de diferentes partes de Strychnos nux-vomica obtidos com diferentes solventes
apresentaram efeito deterrente de oviposição, sendo o efeito máximo detectado
(69,81%) quando sítios de oviposição contendo o extrato de frutos em clorofórmio
foram oferecidos às fêmeas.
36
Este resultado também sugere que o aquecimento do extrato pode ter resultado
em um rearranjo estrutural da lectina potencializando suas atividades biológicas. Um
comportamento semelhante entre as atividades hemaglutinante e deterrente alimentar foi
também detectado após aquecimento do extrato de folhas de 20 a 60 min, corroborando
com a idéia de serem ambas as atividades desenvolvidas pela mesma proteína. Quando
o extrato de folhas foi aquecido a 100 °C durante 20 a 60 min, as atividades
hemaglutinante e deterrente alimentar foram reduzidas em relação ao extrato aquecido
por 10 min, mas ainda maiores que aquelas registradas para o extrato não aquecido,
sugerindo que a lectina pode ter sofrido algum grau de desnaturação. Estudos
empregando o extrato incubado com fetuína ou ovoalbumina, glicoproteínas que melhor
inibiram a atividade hemaglutinante dessa preparação, podem ser realizados na tentativa
de apontar a lectina como princípio ativo do extrato.
37
6- CONCLUSÃO
7- REFERÊNCIAS
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