Documento 3
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CURSO DE DIREITO
RIBEIRÃO PRETO
2024
MIRIAM SATIKO DE MELO COSTA IDE
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Prof. Thaís Del Monte Buzato (Orientadora)
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Examinador (indicado pela instituição)
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Examinador (convidado pela Orientadora)
Ribeirão Preto SP, ____ de ______________ de 2024.
Dedicatória
Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso a todos
aqueles que foram fundamentais em minha jornada
acadêmica e pessoal, em especial minha querida mãe
Andrelina, que sempre me incentivou e apoiou em
toda essa trajetória, a qual expresso minha profunda
Gratidão.
‘’Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo,
não precisa temer o resultado de cem batalhas’’
Sun Tzu, a arte da guerra
RESUMO
The objective of this work is to seek the development of psychiatry together with
Brazilian criminal law, which led to a definition of what a psychopath is, what
measures are taken today and what is the possible solution in relation to the violence
of this violence. It aims to demonstrate the clarification of criminal law in relation to
psychopathic crime and its imputability, since it involves a fully capable individual,
suffering from an antisocial disorder and not a mental illness. It should be defined as
attributable and not as semi-attributable or non-imputable. Clarify the criminal
recidivism of these individuals in our society. For the development of this course
conclusion work, analyzes were carried out of academic works that disagree on the
topic of criminal liability, bibliographic research by renowned authors, analysis of
manual diagnosis and statistics of mental disorders and disorders with cases that
had a great impact on psychopaths. in Brazil.
CP – Código Penal
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SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO........................................................................................................
2.PSICOPATIA..........................................................................................................
3 PSIQUIATRIA FORENSE......................................................................................
4. CULPABILIDADE .................................................................................................
4.3 Inimputabilidade………………………………………………………………......
REFERÊNCIAS....................................................... ....................................................
1 INTRODUÇÃO
Nas palavras de Robert Hare: Os psicopatas têm total ciência de seus atos,
ou seja, sabem perfeitamente que estão infringindo regras sociais e porque
estão agindo dessa maneira. A deficiência deles está no campo dos afetos e
das emoções. Assim, para eles, tanto faz ferir, maltratar ou até matar alguém
que atravesse o seu caminho ou os seus interesses, mesmo que esse
alguém faça parte de seu convívio íntimo. Esses comportamentos
desprezíveis são resultados de uma escolha exercida de forma livre e sem
nenhuma culpa. A mais evidente expressão da psicopatia envolve a flagrante
violação criminosa das regras sociais. Sem nenhuma surpresa adicional,
muitos psicopatas são assassinos violentos e cruéis. No entanto, como já foi
dito, a maioria deles está do lado de fora das grades, utilizando, sem
consciência alguma, habilidades manipuladoras contra suas vítimas que,
para eles, funcionam apenas como troféus de competência e inteligência.
2.1 Emocional/ Interpessoal
Neste tópico iremos fazer uma análise com o livro Sem Consciência, do Psicólogo
Canadense, Robert D. Hare. A seguir serão apresentadas algumas características,
sintomas-chave da psicopatia, que serão divididos em emocional/interpessoal e
desvio social.
Figura 1 - Robert. Hare Sem consciência: o mundo perturbador dos psicopatas que vivem
entre nós; tradução: Denise Regina de Sales; revisão técnica: José G. V. Taborda. Porto
Alegre: Artmed, 2013.p. 49.
Os psicopatas na maior parte das vezes podem demonstrar ser eloquentes e superficiais pois a
princípio demonstram ser indivíduos muito bem articulados e persuasivos em suas palavras.
Sendo capazes de inventar várias histórias mentirosas com a intenção de fazer com que suas
vítimas sintam pena deles e com isso ganhem sua confiança para poder manipular com mais
facilidade suas vítimas e poder tirar algum proveito dessa situação.
E em caso de serem desmascarados pela própria mentira não irão demonstrar qualquer
arrependimento ou vergonha pois sabem exatamente como manipular as coisas a sua volta.
Nas palavras de Robert Hare (Sem consciência: o mundo perturbador dos psicopatas que
vivem entre nós.p.50) Os psicopatas às vezes falam pelos cotovelos e contam histórias que
parecem improváveis à luz do que sabemos sobre eles. Em geral, tentam passar a impressão de que
conhecem bem sociologia, psiquiatria, medicina, psicologia, filosofia, poesia, literatura, arte ou direito.
Uma indicação clara desse traço costuma ser uma leviana falta de preocupação com o risco de serem
descobertos. Um de nossos arquivos prisionais descreve um recluso psicopata que afirmava ter
formação superior em Sociologia e Psicologia, quando, na verdade, não tinha nem concluído o ensino
médio. Ele manteve essa ficção durante uma entrevista com uma de minhas alunas, candidata a
doutora em Psicologia; ela comentou que o recluso tinha tanta segurança no uso do jargão técnico e
dos conceitos que pessoas sem familiaridade com a área da psicologia teriam ficado impressionadas.
Variações desse tipo de “especialista” são comuns entre psicopatas
Podendo demonstrar ser egocêntrico e grandioso, pois acreditam ser superiores aos
outros e se sentem o centro do universo, acreditando na falsa teoria criada por eles
mesmos de que devem seguir de acordo com suas próprias regras e condições,
vivem desrespeitando o direito dos outros passando por cima dos outros de forma
narcisistas e insensível.
Seguindo a lição de (Robert Hare Sem consciência: o mundo perturbador dos psicopatas que
vivem entre nós.p.53) Os psicopatas têm uma visão narcisista e exageradamente vaidosa de seu
próprio valor e importância, um egocentrismo realmente espantoso, acreditam que têm direito a tudo
e consideram-se o centro do universo, seres superiores que têm todo o direito de viver de acordo com
suas próprias regras. “Não é que eu não cumpro as leis”, disse um dos sujeitos de nossa pesquisa.
“Eu sigo as minhas próprias leis. Nunca violo minhas próprias leis.” Em seguida, descreveu essas
regras nos seguintes termos: “escolhendo a número um”.
A próxima das diversas características dos psicopatas seria a ausência de remorso
ou culpa, pois por mais que causem mal as pessoas nunca serão capazes de
reconhecer, simplesmente não se importam e não irão se comover com a dor e
sofrimento que causarem. Podendo, inclusive, sentir prazer com a situação.
Chegando -se à conclusão de que esses indivíduos seguem ignorando as normas
éticas e sociais.
E, por fim, a última das características dos psicopatas com base no desvio social
seria o comportamento adulto antissocial.
3. Psiquiatria Forense
Figura 2 - Itens e fatores da Escala Hare. Fonte: Trindade, Jorge. Manual de Psicologia Jurídica
para operadores do Direito. 4ª ed. rev. atual. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado
Editora, 2010. pág. 169.
Importante mencionar que uma pontuação alta na PCL-R indica uma maior
probabilidade de psicopatia.
O PCL-R é uma ferramenta utilizada por profissionais qualificados e deve ser
interpretada dentro de um contexto clínico abrangente.
Outros critérios diagnósticos, como o Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5), também podem ser utilizados para auxiliar no
diagnóstico da psicopatia.
4 CULPABILIDADE
Segundo Fernando Capez (Curso de direito penal, volume 1, parte geral, 2012.
p.328) Costuma-se definir a culpabilidade como um juízo de censurabilidade e
reprovação exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito.
O psicopata não é um doente mental, o que faz com que se excluía sua
inimputabilidade. Mas diante dos tribunais um psicopata pode usar de seu lado
manipulador e ardiloso e simular possuir um transtorno mental para tentar ter uma
pena diminuída.
Vale ressaltar, que no código penal brasileiro ainda não existe uma lei específica
que vai tratar sobre crimes praticados por psicopatas. Enquanto a palavra psicopata
traz para a ciência Jurídica o meio de classificar esses indivíduos que apresentam
comportamentos de insensibilidade afetiva e condutas antissociais em práticas
criminais.
4.1 imputabilidade
Por fim, o critério biopsicológico, o qual é adotado pelo sistema penal brasileiro
vigente que seria a junção dos critérios biológico e psicológico, anteriormente
mencionados.
4.3 Inimputabilidade
Entretanto, o problema tende a progredir cada vez mais, já que, além dos
novos presidiários que chegam ao sistema, podemos nos deparar que uma parcela
muito grande daqueles que saem possam voltar a delinquir e consequentemente
voltar ao cárcere.
Sendo assim, o sistema penal que já não cumpre adequadamente seu papel de
recuperar os indivíduos em falta com a lei, pode oferecer cada vez menos soluções
e mais problemas à sociedade.
Sendo assim, não devemos tratar o psicopata como uma doença mental, pois
o psicopata possui a capacidade de entendimento de suas ações e não podemos
classificá-lo como um indivíduo que possui sua capacidade diminuída, pois assim
estaríamos beneficiando com uma punição mais branda para esses indivíduos que
possuem um alto nível de periculosidade para a sociedade.