Karla Rejane Lacerda Almeida Brito, Silvano da Conceição
_____________________________________________________________________________________
AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA: UM BREVE HISTÓRICO DAS
POLÍTICAS AVALIATIVAS NO SISTEMA EDUCACIONAL
BRASILEIRO
LARGE-SCALE EVALUATION: A BRIEF HISTORY OF
EVALUATIVE POLICIES IN THE BRAZILIAN EDUCATIONAL
SYSTEM
EVALUACIÓN A GRAN ESCALA: UNA BREVE HISTORIA DE
POLÍTICAS DE EVALUACIÓN EN EL SISTEMA DE EDUCACIÓN
BRASILEÑO
Karla Rejane Lacerda Almeida Brito 1
Silvano da Conceição 2
DOI: 10.54751/revistafoco.v17n1-048
Recebido em: 15 de Dezembro de 2023
Aceito em: 16 de Janeiro de 2024
RESUMO
O artigo aborda o surgimento das avaliações em larga escala no sistema educacional
brasileiro. Esse tipo de avaliação consiste na aplicação de testes padronizados em
populações de grande porte, objetivando avaliar os sistemas e instituições
educacionais. A avaliação em larga escala na educação é uma política adotada em
vários países do mundo desde os anos 60, visando à melhoria da qualidade da
educação.
Palavras-chave: Avaliação em larga escala; educação; políticas educacionais.
ABSTRACT
The article discusses the emergence of evaluations on a large scale in the Brazilian
educational system. This type of evaluation consists of the application of standardized
tests in large populations, with the objetive of evaluating the educational systems and
institutions. Large-scale evaluation in education is a policy adopted in several countries
around the world since the 1960s, aimed at improving the quality of education.
Keywords: Large-scale evaluation; education; educational policies.
RESUMEN
1
Mestranda em Ensino pela Universidade Estadual do Estado da Bahia. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(UESB). Estrada do Bem Querer, km 4, Caixa Postal 95 Vitória da Conquista – BA, CEP: 45083-900.
E-mail: [email protected]
2
Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Universidade Estadual de Santa Cruz
(UESC). Rua Sol e Mar, s/, Cond. VogJoão de Góes, bloco Praia de Boa Viagem, apto. 101, Ilhéus, Bahia, Brasil.
E-mail: [email protected]
Revista Foco |Curitiba (PR)| v.17.n.1|e4112| p.01-05 |2024
1
AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA: UM BREVE HISTÓRICO DAS POLÍTICAS
AVALIATIVAS NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO
_____________________________________________________________________________________
El artículo discute el surgimiento de evaluaciones a gran escala en el sistema educativo
brasileño. Este tipo de evaluación consiste en la aplicación de pruebas estandarizadas
en grandes poblaciones, con el objetivo de evaluar los sistemas e instituciones
educativas. La evaluación a gran escala de la educación ha sido una política adoptada
en varios países del mundo desde el decenio de 1960 encaminada a mejorar la calidad
de la educación.
Palabras clave: Evaluación a gran escala; educación; políticas educativas.
1. Introdução
As avaliações em larga escala no Brasil surgem dentro de um contexto
político e social da década de 1980. Nesta década, as avaliações externas são
implantadas no intuito de avaliar, diagnosticar e promover mudanças nas
políticas educacionais do Brasil. As reformas produzidas pelas avaliações
externas avançaram se consolidadnod como medidores da educação brasileira.
Objetivando avaliar os sistemas educacional, as avaliações em larga escala
também alimentam e promovem rankings de qualidade de escolas brasileiras.
2. Materiais e Metódos
Para realização desse estudo foi realizado pesquisa bibliográfica para
entender o surgimento das avalições em larga escala. A metodologia adotada foi
revisão sistemática da literatura com o objetivo de identificar os estudos
realizados e publicados envolvendo a temática.
São consideradas avaliações em larga escala as avaliações externas à
rede de ensino, aplicadas em populações de grande porte com testes
padronizados. Assim, o objetivo das políticas da avaliação em larga escala é
avaliar os sistemas de ensino e as instituições, não tendo como objetivo a
avaliação do aluno.
Os objetivos da avaliação em larga escala do sistema escolar [...], são
os de informar o que populações e subpopulações de alunos em
diferentes séries sabem e são capazes de fazer, em um determinado
momento, e acompanhar sua evolução ao longo dos anos. Não é seu
objetivo fornecer informações sobre alunos ou escolas individuais
(KLEIN; FONTANIE, 1995, p. 30).
3. Resultados e Discussão
Em 1988 o Ministério da Educação (MEC) realiza a aplicação piloto de
Revista Foco |Curitiba (PR)| v.17.n.1|e4112| p.01-05 |2024
2
Karla Rejane Lacerda Almeida Brito, Silvano da Conceição
_____________________________________________________________________________________
avaliações em larga escala na educação básica nos estados do Paraná e Rio
Grande do Norte.
Uma aplicação piloto nos estados do Paraná e Rio Grande do Norte.
Ora, duas eram as forças impelindo a educação no sentido de
fortalecer os procedimentos de avaliação. Por um lado, o Banco
Mundial demandava a análise de impacto do Projeto Nordeste
realizado no âmbito do acordo MEC/BIRD e, por outro, o MEC tinha
interesse em realizar uma avaliação mais ampla do ensino público
(WERLE, 2014, p. 163-164).
Essa avaliação piloto foi usada como base para a criação do Sistema de
Avaliação da Educação Brasileira (SAEB), que posteriormente evoluiu para o
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (GATTI, 2014, p. 18).
Desse modo, surge a necessidade de criar um sistema de monitoramento
e avaliação da educação nacional, capaz de detectar um diagnóstico da
realidade educacional no país.
Esta política é denominada pelo MEC, a partir de 1991, de Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). O SAEB toma
como um dos indicadores da avaliação o desempenho em provas de
uma amostra de alunos do ensino fundamental e médio, de todas as
Unidades Federadas (SOUZA; OLIVEIRA, 2003, p. 880).
Em 1992 a avaliação externa em grande escala passa para
responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais
Anísio Teixeira (INEP), órgão ligado ao Ministério da Educação.
Em 1993 o INEP convida especialista em gestão escolar, currículo e
docência de Universidades para análisar o sistema de avaliação, objetivando a
legitimidade e o reconhecimento acadêmica.
Em 1995 o sistema de avaliação brasileiro toma uma nova versão diante
dos empréstimos do Banco Mundial e pela terceirização técnica, sendo
denomindado de Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB). A
avaliação passa acontecer a cada dois anos focando em dois componentes
curriculares: língua portuguesa e matemática e de forma amostral nas 4ª e 8ª
séries do ensino fundamental e o 3ª do ensino médio para estudantes das redes
públicas e privadas da zona rural e urbana.
O Brasil começa a participar de projetos internacionais de avaliação em
larga escala nos anos de 1997 e 1998 sob a organização da Organização das
Revista Foco |Curitiba (PR)| v.17.n.1|e4112| p.01-05 |2024
3
AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA: UM BREVE HISTÓRICO DAS POLÍTICAS
AVALIATIVAS NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO
_____________________________________________________________________________________
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Em 2000
o Brasil começou a participar do Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (PISA), que acontece a cada três anos.
Em 2005 é criada a Prova Brasil, aplicada a cada dois anos para as
turmas da 4ª e 8ª series do ensino fundamental. A prova Brasil provoca
comparações entre escolas e municípios numa proposta de foco e controle.
Uma das ações marcantes na política de avaliação do ensino foi a
criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O IDEB é
calculado de acordo com os resultados da Prova Brasil e do fluxo escolar
informado pelo censo educacional. Segundo Durham (2010), não é possível
comparar o IDEB ao SAEB, pois o IDEB combina duas variáveis em um único
índice, o que significa que o aumento na nota pode idicar que a repetência
diminuiu, bem como que o desempenho escolar melhorou (p. 167-168).
4. Conclusão
O projeto de avaliação em larga escala ao longo dos anos no Brasil foi
reforçado e modificado visando a melhora da qualidade do ensino. É importante
dizer que estas avaliações foram legitimadas pelos estados, municípios e pela
sociedade. A dilvulgação desses resultados provoca a comparação de escolas
e são, utilizados em debates educacionais e também utilizadas no debate político
partidário.
REFERÊNCIAS
AMARAL, M.N.C.P. Ninguém ensina ninguém: aprende-se. 1ª edição. São
Paulo: EDUSP/FAPESP, 2008.
BONAMINO, A. (2002). Tempos de Avaliação Educacional. Rio de Janeiro:
Quartet, 2011.
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília,
DF: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Ministério da Educação. Projeto BRA/96/026 - PNUD. Brasília, DF,
1997.
Revista Foco |Curitiba (PR)| v.17.n.1|e4112| p.01-05 |2024
4
Karla Rejane Lacerda Almeida Brito, Silvano da Conceição
_____________________________________________________________________________________
DURHAM, E. R.. A política educacional do governo Fernando Henrique Cardoso:
uma visão comparada. Novos estudos – Cebrap, n. 88, p. 153-179, 2010.
Disponível em: http://bit.ly/37wYSvz. Acesso em: 10 jul. 2022.
GATTI, B. A. (2014). Avaliação: contexto, história e perspectivas. Olh@res,
Guarulhos, v. 2, n. 1, p. 08-26, maio, 2014. Disponível em:
https://periodicos.unifesp.br/index.php/olhares/article/download/202/76
PESTANA, M. I. G. de S. O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica.
Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, n. 05, p. 81–83, 1992.
Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/eae/article/view/2366.
SOUZA, S. Z. L. de; OLIVEIRA, R. P. de. Políticas de avaliação da educação e
quase mercado no Brasil. Educação & Sociedade, v. 24, n. 84, p. 873-895,
2003. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/es/a/Qz7TkWG9XWK4kKSHZqzvZBc/?format=pdf&lang
=pt
WERLE, F. O. C. Panorama das políticas públicas na educação brasileira: uma
análise das avaliações externas de sistemas de ensino. Revista Lusófona de
Educação, v. 27, n. 27, p. 159-179, 2014. Disponível em:
https://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/4836
Revista Foco |Curitiba (PR)| v.17.n.1|e4112| p.01-05 |2024
5