Questões Clínica Médica

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 44

QUESTÕES CLÍNICA MÉDICA

SEMANA 1

1. (USP-2018) Homem de 52 anos de idade procura o pronto-socorro de clínica


médica com queixa de palpitação há 30 minutos. Foi levado à sala de emergência,
onde foi realizado o seguinte eletrocardiograma. Qual é o diagnóstico
eletrocardiográfico?

O que vemos nesse ECG? Quando nos deparamos com uma taquiarritmia, a primeira
coisa que devemos ver é se o QRS é estreito o alargado. Quando o QRS é estreito,
pensamos em taquiarritmias supraventriculares, quando é alargado, pensamos em
arritmias ventriculares.
Como nesse caso o QRS é estreito, ok, já sabemos que é supraventricular. Após isso,
vemos o RR (regular ou irregular). Se for regular, já excluímos FA. Agora vemos se tem
a presença de onda P e das outras ondas (F do flutter). Como aqui temos a presença da
onda F do flutter, já sabemos que o diagnóstico é flutter atrial.

No flutter o mecanismo é por macroreentrada, isso faz com que os átrios sejam
despolarizados sempre na mesma frequência, e é por isso que as ondas F tem a
mesma morfologia e regulares. Quando temos uma FA, o circuito ocorre por
microreentrada e com isso, as ondas f são irregulares e diferentes entre si.

2. (UNICAMP-2018) Mulher, 75a, procura atendimento médico por palpitações há


um ano. Antecedentes pessoais: hipertensa, diabética de longa data e um acidente
vascular cerebral há três meses. Em uso de atenolol 25 mg/dia, anlodipina 10
mg/dia, metformina 2550 mg/dia e glimepirida 4mg/dia. Exame físico: PA=
144x82mmHg, neurológico: força grau III e paresia em perna direita.
Eletrocardiograma:
Aqui temos uma FA (QRS estreito, RR irregular, presença de ondas f). Como a paciente
tem uma clínica de AVCi (arteria cerebral anterior esquerda – hemiparesia D) e uma
arritmia crônica, é possível que essa paciente tenha um AVCi cardioembólico. Como
isso ocorre? Quando temos FA, ocorre estase sanguínea no AE e temos a formação de
trombo. Por isso, não podemos tratar com antiagregação plaquetária e sim com
anticoagulantes (varfarina, heparina ou inibidores do fator Xa). Nenhum trabalho fala
dos benefícios de associar um antiagregante (AAS) ao anticoagulante.
 Terapia antitrombótica: buscando RNI de 2,0 a 3,0 (tempo indeterminado);
 Antagonistas de vitamina K na prevenção secundária se estenose mitral ou
prótese metálica valvar;
 Administração de antagonistas de vit K em pacientes com 2 ou mais FR: idade
>75ª, HAS, ICC, DM;

3. (UNICAMP-2018) Homem, 31a, trazido ao Pronto Socorro após apresentar crise


convulsiva; acompanhante refere que paciente ingeriu alguma substância misturada
com bebida alcoólica há 5 horas. Antecedentes pessoais: etilismo e depressão.
Exame físico: PA= 150x80 mmHg, FC= 70 bpm, Saturação de O2(ar ambiente) = 80%.
Pulmões: murmúrio vesicular presente com estertores crepitantes bilateralmente;
Escala de Coma de Glasgow= 3, pupilas mióticas, sialorreia. Gasometria: pH= 7,06,
pO2= 60mmHg, pCO2=43mmHg, HCO3= 11,6mEq/L. O diagnóstico é intoxicação por:

O paciente em questão apresenta os seguintes sinais: pupilas mioticas, sialorreia,


secreção pulmonar (estertores crepitantes) e FC de 70. Esses sinais são compatíveis
com ativação parassimpática (aumenta secreções). As principais características são:
miose, constrição com aumento de secreção brônquica, FC reduzida, estimulação de
glândula salivar e lacrimal, contração muscular e relaxamento esfincteriano. Quando
estamos diante de uma intoxicação por cocaína, temos intoxicação adrenérgica, com
ativação de simpático (midríase, taquicardia, sudorese, hipertensao, ansiedade).
Quando temos intoxicação por BZD temos síndrome da hipoatividade (não cursam com
miose nem com aumento de secreções), somente depressão de SNC.

Quando estamos diante de uma intoxicação por antidepressivos tricíclicos, ocorre


redução do nivel de consciência e sintomas anticolinérgicos. Sedação é o mais comum,
mas convulsão, delirium e alucinações podem ocorrer. Hipertermia, rubor facial,
pupilas dilatadas, retenção urinária também podem ocorrer. Também pode ocorrer
distúrbios da condução cardíaca.

A intoxicação por carbamatos é uma intoxicação colinérgica. Ocorre inibição reversível


da acetilcolinesterase, responsável por degradar ACH e com isso ocorre seu acumulo
na fenda sináptica e ativação de SNP. Por isso, temos os sinais de miose, bradicardia,
hipersalivacao, diarreia, vômitos, broncorreia, lacrimejamento, sudorese intensa.
4. (UNICAMP-2018) Homem, 51a, acompanhado em Unidade Básica de Saúde por
dislipidemia, assintomático, em tratamento medicamentoso há seis meses. A
dosagem atual de creatinofosfoquinase = 363 U/L. A conduta em relação ao
hipolipemiante é:

Um dos efeitos dos hipolipemiantes é o aumento da CPK. Valores entre 3 a 10x o limite
superior, podem ser observados clinicamente (32 – 294). A medicação deve ser
suspensa, quando os níveis de CPK estiverem acima de 10x ou presença de sintomas.
Pode causar toxicidade muscular.

Esses medicamentos agem inibindo a HMG-COA redutase e reduzindo a produção


hepática de colesterol. Como o fígado entende que nao está produzindo colesterol,
aumenta os receptores LDL e com isso reduz seus níveis na corrente sanguínea.
Estatinas de moderada potencia, reduzem os níveis de LDL entre 30 a 50%. Estatinas
que reduzem mais que 50% dos níveis de LDL são as estativas de alta potencia.

5. (UNICAMP-2018) Homem, 82a, é admitido referindo falta de ar e inchaço


progressivos há duas semanas. Antecedentes pessoais: miocardiopatia dilatada.
Medicações: carvedilol 25mg/dia, enalapril 20mg/dia e furosemida 40 mg/dia.
Exame físico: Regular estado geral, FC= 102 bpm, PA= 112x68mmHg, Pulmões:
murmúrio vesicular presente, estertores crepitantes bilateralmente; membros:
edema de membros inferiores, sacral e perineal 4+/4+. Creatinina= 1,5 mg/dL, ureia=
68mg/dL, potássio= 5,2 mEq/L. Nos quatro primeiros dias de internação faz uso de
furosemida 20mg, intravenoso de 8/8h, com melhora significativa das queixas. No
quinto dia de internação refere tonturas, sem dispneia. Exame físico: FC= 88 bpm,
PA= 96X54 mmHg, edema de membros inferiores 2+/4+. Potássio= 3,5 mEq/L,
Creatinina= 3,8mg/dL e ureia = 202mg/dL. A conduta é:

A IRA é definida como uma lesão aguda que ocorre no rim. Pelos critérios de KDIGO, é
definida por: aumento de creatinina 0,3 em 48 horas ou aumento de 1,5x Cr basal em
7 dias ou diurese menor que 0,5ml/kg/h durante 6 horas. Geralmente pré-renal tem
relação U/CR de 20:1. O sedimento urinário é normal, (Na < 20) para reabsorver água e
a urina é muito concentrada.

A IRA pré-renal ocorre como uma resposta renal a hipovolemia (seja ela absoluta ou
relativa). Como compensação ocorre vasodilatação das arteríolas aferentes e
vasoconstricao das eferentes. Se nao for tratado adequadamente, pode evoluir para
NTA. Basicamente o tratamento consiste em hidratação e otimização hemodinâmica.

6. (UNICAMP-2018) A conduta para o paciente que faz uso de warfarina no período


pré- operatório é:

Para pacientes de baixo risco, somente devemos retirar varfarina 5 dias antes do
procedimento.

Para pacientes de risco moderado/alto: devemos retirar varfarina 5 dias antes do


procedimento e iniciar heparina (se for HNF suspender 6 horas antes e se for HBPM
suspender 24 horas antes).
O INR antes da cirurgia, deve estar abaixo de 1,5. Reiniciar anticoagulação 24 horas
após o procedimento. Se for cirurgia de urgência, reservar plasma fresco congelado no
pré-operatorio para reverter anticoagulação.

Como a Varfarina funciona? Ela interfere na vitamina K, inibindo a produção dos


fatores de coagulação que são dependentes de vitamina K (II, VII, IX e X). Ela vai inibir a
produção desses fatores, mas nao vai retirar aqueles que já estão presentes na
circulação, por isso que o seu efeito demora de 3 a 5 dias. Por isso que sempre que
necessário, administramos heparina junto com a vitamina K até que tenhamos a
anticoagulação pela varfarina.

Os inibidores do fator Xa (rivaroxabana) agem diretamente no fator Xa, com inicio de


ação imediato.

7. (EINSTEIN-2018) Homem de 57 anos chega ao pronto atendimento queixando-se


de dor precordial em aperto com irradiação para braço esquerdo, sudorese, náusea e
dispneia. No eletrocardiograma de entrada foi detectado supradesnivelamento do
segmento ST em derivações inferiores. Realizadas medicações iniciais na sala de
emergência. Enquanto a equipe se preparava para o transporte para a
cineangiocoronariografia de emergência, para realização de angioplastia primária, o
monitor mostrou o traçado abaixo em ganho máximo.

Aqui, temos um ritmo de PCR. Temos um QRS largo, com os complexos diferentes,
então, estamos diante de uma FV. Nesse caso temos que desfibrilar o paciente (para
que o nó AS retome a geração e controle do ritmo). A CVES é usada para reverter as
taquiarritmia como FA, flutter (os choques são dados sincronizados com o complexo
QRS).

8. (EINSTEIN-2018) Homem de 42 anos queixa-se de tosse seca de longa data, com


incômodo no peito. Tem hipertensão em uso de enalapril e hidroclorotiazida. Nega
tabagismo. Nesse caso, sobre a tosse crônica é correto:

Os IECA são medicamentos utilizados para controlar a PA do paciente. E um dos efeitos


adversos mais comuns é a tosse seca persistente que desaparece após suspensão do
tratamento. Isso ocorre pelo aumento da bradicinina.

9. (EINSTEIN-2018) Senhora de 88 anos e portadora de múltiplas morbidades chega à


sala de emergência apresentando mal-estar inespecífico e queda do estado geral.
Apresenta o traçado abaixo.
Um QRS alargado (200ms) e temos ondas Ts apiculadas sugerindo hipercalemia. Sinais
de hipercalemia são: ondas T apiculadas e simétricas e alargamento de QRS.

O tratamento depende do grau de hipercalemia. Hipercalemia moderada: administrar


insulina 10UI IV ou podemos administrar salbutamol. Agem estimulando bomba de
Na/K fazendo com que o K volte para o intracelular. Na hipercalemia grave (quanto
temos alterações no ECG ou sintomas no paciente) além dessas medidas, temos que
prescrever gluconato de calcio.

Então, o tratamento basicamente diante de uma hiperK é:

 Solicitar um ECG;
 Proteção cardíaca: gluconato de cálcio;
 Shift celular: insulina, salbutamol ou bicarbonato. Transferem K para o
intracelular;
 Espoliação: diuréticos ou sorcal.

10. (USP-RP-2019) Homem, 29 anos de idade, motorista, com história de lombalgia


há cinco anos, refere dificuldade para realização de suas atividades no período da
manhã, mas com melhora após o almoço. Nota melhora da lombalgia com uso de
naproxeno. Há 2 semanas vem observando olho vermelho, com dor e embaçamento
visual à direita. Exame clínico apresenta hiperemia difusa de olho direito, ausência
de dor ou edema em articulações periféricas. Discreta limitação para flexão de
coluna lombar (teste de Schöber = 3,5 cm). O restante do exame clínico está normal.
Considerando que o diagnóstico mais provável foi confirmado, qual alternativa
abaixo traz as características clássicas da uveíte aguda associada a essa condição?
O diagnóstico mais provável nesse caso do paciente é espondilite anquilosante (teste
de Schober com menos de 5cm). Os achados de olho vermelho nesse caso, é em
decorrência de uma uveíte anterior e recorrente.

11. (UERJ-2019) Mulher de 22 anos com história de episódios de icterícia associados a


períodos de adinamia e cansaço com diagnóstico de hepatite em atendimento anterior. Ao
exame físico, apresentava palidez de mucosas; icterícia +/4+ de escleras; FC = 120 bpm;
abdome: baço a 3 cm da borda costal esquerda e fígado palpável a dois dedos do rebordo
costal direito com hepatimetria de 10 cm. Os exames laboratoriais revelaram: ausência de
alteração da cor da urina, com bilirrubina total sérica = 3,0 mg/dL, LDH = 900U/L, TGO = 60
U/L, TGP = 20U/L. Seu irmão mais velho apresenta episódios repetidos semelhantes. Nesse
caso, a hipótese diagnóstica e conduta corretas, respectivamente, são:

Nesse caso, estamos diante de um quadro de anemia (adinamia e cansaço, além de palidez). A
paciente apresenta sinais de anemia hemolítica com icterícia, esplenomegalia e alteração de
coloração da urina e aumento de DHL. Além disso, os episódios de icterícia intermitentes e o
fato do irmão ter os mesmos sintomas (hereditária), são característicos da esferocitose
hereditária.

12. (UERJ-2016) Uma paciente de 24 anos, hipertensa em uso de captopril, apresenta


quadro clínico de poliartralgia simétrica de médias e grandes articulações sem sinais
de artrite, além de febre vespertina de 38o C, mialgia, rash malar fotossensível
poupando o sulco nasogeniano e dor torácica agravada à inspiração profunda e ao
decúbito dorsal, além de tosse seca. Negava cefaleia ou alterações urinárias. Os
exames laboratoriais iniciais mostraram hemoglobina de 10g%; plaquetas de
180.000/mm3; ureia de 30 mg% e creatinina de 1,0 mg%; além de VHS 90 mm/h. A
sedimentoscopia urinária mostrou ausência de proteinúria ou cilindrúria. A dosagem
do fator antinuclear revelou títulos de 1/128 homogêneo. O auto-anticorpo que mais
provavelmente será encontrado nessa paciente é:

A paciente nesse caso, apresenta um quadro caracterísitico de LES como rash malar,
dor torácica ventilatório-dependente, FAN positivo. Vale lembrar que a paciente teve
inicio desses sintomas após inicio do medicamento. Junto com isso apresentava febre.
O anticorpo mais comum nos pacientes com LES induzidos por drogas, é o anti-histona.
Além disso, o captopril está entre algumas drogas que tem potencial para causar LES.

13. (EINSTEIN-2018) Uma senhora de 47 anos está no segundo pós-operatório de


gastrectomia com linfadenectomia, por adenocarcinoma gástrico localizado. Tem
antecedentes de hipertensão arterial e de hipotireoidismo. Queixa-se de dor em
epigástrio e de dispneia de início súbito. Dreno abdominal: 40 mL de secreção
serossanguinolenta fluida, nas últimas 24 horas. Pulso: 110 bpm,PA: 100 × 70 mmHg,
frequência respiratória: 34 irpm, temperatura: 36 °C, satO2: 90%, com cateter de
oxigênio. A radiografia de tórax não mostra alterações. Hipótese diagnóstica mais
provável e conduta:

Essa paciente no caso, possui fatores de risco para pensarmos em TEP (um pós
operatório de neoplasia). Além disso apresenta sinais de dispneia de inicio agudo,
hipóxia e hipotensão. Uma outra coisa a se pensar seria também na atelectasia
pulmonar, contudo, ela provoca alterações na radiografia de tórax.
14.(USP-RP – 2019) Mulher, 22 anos, antecedente de tireoidite de Hashimoto,
queixando-se de distensão abdominal, flatulência e plenitude gástrica há vários
anos. Atribui sintomas à ingestão de massas, frituras e bebidas fermentadas. Nos
últimos 3 meses refere surgimento de lesões bolhosas e pruriginosas em cotovelos,
joelhos e dorso. Qual é o exame diagnóstico mais adequado?

A paciente tem um quadro clássico de doença celíaca: distensão abdominal, plenitude


gástrica e flatulência, associado a alimentos ricos em glúten. Entre as manifestações
extra-intestinais o paciente pode apresentar anemia, osteopenia, sintomas
neurológicos, alterações endócrinas e desordens cutâneas (dermatite herpertiforme).
Devemos iniciar a investigação, solicitando o anticorpo anti-transglutaminase.

15.(UNICAMP-2019) Homem, 17 anos, descobriu ser portador do vírus da


imunodeficiência humana durante a investigação de quadro neurológico
diagnosticado como neurotoxoplasmose, em tratamento há 05 dias com sulfadiazina
e pirimetamina. O início da terapia retroviral deverá ocorrer:

Um paciente com o diagnóstico de HIV que tenha neurotoxoplasmose, já tem AIDS.


Para um paciente com AIDS, devemos realizar um tratamento independente do nível
de CD4.

SEMANA 2

1.(UNICAMP – 2019) Homem, 27a, procura atendimento médico por palpitações,


sudorese, tremores de extremidade, ansiedade e cefaleia. Refere dor no pescoço,
falta de ar, febre e dor pelo corpo há 5 dias. Perdeu 3 quilos desde o início do
quadro. Exame físico: FC = 112 bpm, FR = 20 irpm, PA = 150 x 75 mmHg, T = 37,8oC;
pescoço: dor intensa a palpação da região antero-inferior. A conduta é:

O paciente apresenta um quadro compatível com tireotoxicose: taquicardia


(palpitação), hipertensão sistólica, aumento de temperatura e frequência respiratória,
perda de peso, sudorese, tremores de extremidade. Além disso, apresenta dor intensa
em cervical. Isso tem que chamar o diagnostico para tireoidite de Quervain. Nessa
doença não temos aumento de atividade tireoidiana e sim uma ruptura de folículos
com intensa liberação desses hormônios. Então para isso, devemos tratar com
analgésicos (AINES ou corticoides), bem como BB para reduzir essa atividade
tireoidiana. Não há motivo para introduzirmos fármacos anti-tireoidianos, pois os
sintomas não estão relacionados a produção e sim a liberação desses hormônios.

2. (UERJ – 2017) Paciente feminina de 57 anos, artesã de cerâmica, apresenta-se com


quadro de poliartrite simétrica de mãos, pés e joelhos, além de rigidez pósrepouso
maior que uma hora e aumento do volume das articulações das mãos. O quadro vem
sendo apresentado há cerca de dois meses, e a paciente observou, mais
recentemente, o aparecimento de tosse seca e dispneia. Há história prévia de
tabagismo (35 anos- maço). Sua radiogradia de tórax revela a presença de múltiplos
nódulos pulmonares bilaterais, predominantemente periféricos. Entre os achados
possíveis nos exames complementares subsequentes, aquele mais provável para o
diagnóstico dessa paciente é:

Dentre as doenças que cursam com poliartrite, devemos lembrar a artrite reumatoide
e doenças do colágeno. Por que aqui, pensamos em AR? Pelo fato da rigidez articular
ser maior que 60 minutos e haver aumento de volume nas articulações de mãos. Além
disso, devemos lembrar das manifestações extra-articulares da AR como nódulos
reumatoides, inflamações oculares e as pleurites. Por isso, o fator reumatoide positivo
é o que mais encaixaria nessa questão.

3. (UNIRIO – 2016) Paciente com diagnóstico de cor pulmonale, é internado muito


sintomático após recente suspensão das medicações em uso. A medicação mais
indicada para este paciente com síndrome de insuficiência ventricular direita é:

Os sintomas desse paciente estão relacionados a uma insuficiência ventricular direita,


onde temos acúmulo de sangue no coração direito, que segue os demais vasos. Então
teremos edema de MMII, turgência de veia jugular e hepatomegalia. O tratamento do
cor pulmonale crônico é para o tratamento da doença pulmonar associada e também
para reduzir o volume circulante (melhorar o edema). Sendo assim, a medicação mais
indicada para o paciente nesse caso, seria a furosemida.

4. (PUC – SOROCABA – 2017) Sebastião tem 38 anos de idade, é casado, branco e um


pedreiro de mão cheia. Mora onde nasceu, ou seja, no Bairro de Vila Nilo, região
norte do Município de São Paulo. Sempre sadio, há 5 dias está com febre alta,
mesmo tomando dipirona; cefaleia; fraqueza e dor muscular generalizada. Contou ao
residente Dr. Paulino que há dois dias está ainda pior ainda porque apareceram
náuseas, vômitos, diarreia, acentuação da dor muscular, diminuição da frequência e
do volume urinário, com escurecimento da cor da urina. Há 1 dia surgiu icterícia e
hiperemia conjuntival. Ao exame físico encontrava-se em regular estado geral,
consciente, orientado no tempo e no espaço, desidratado, ictérico, febril (T axilar
38,9°C), FR = 16 ipm, FC = 90 bpm, PA = 108 X 54 mmHg. Presença de intensa
hiperemia conjuntival. Ausculta pulmonar com murmúrio vesicular fisiológico
globalmente diminuído; ausculta cardíaca com bulhas arrítmicas hiperfonéticas;
abdome plano, com resistência à palpação, doloroso à percussão e palpação, mais
acentuado na região do hipocôndrio direito, com fígado percutível e palpável a 2 cm
do rebordo costal direito, de consistência normal. Dor à palpação da musculatura
dos braços e pernas, com rigidez de nuca. Com estas informações, qual a principal
hipótese diagnóstica?

O quadro clínico do paciente é bem compatível com o quadro ictérico da leptospirose.


O paciente apresenta febre, dor muscular intensa, diminuição da frequência e volume
urinário, bem como hiperemia conjuntival. Quadros característicos de leptospirose.

5. (UNIRIO – 2016) Um paciente de 60 anos, previamente hipertenso, chega à


emergência francamente dispneico, desorientado e com níveis de PA: 220 x 120
mmHg. Ao exame, estava combativo, mas o médico percebeu ritmo regular, B3 e
sopro sistólico +3 em foco mitral. Constatou-se também murmúrio vesicular reduzido
em bases e estertores crepitantes até terço médio de ambos os hemitórax. A
conduta CORRETA pelos preceitos médicos é a seguinte:

Quando estamos diante de um paciente que esteja com níveis pressóricos acima de
180x120, devemos nos atentar para a emergencia hipertensiva, que é quando temos
LOA. Esse paciente tem sinais claros de emergencia hipertensiva, pois apresenta
confusão e desorientação (encefalopatia) e também B3, estertores crepitantes e
dispneia, compatíveis com edema agudo de pulmão. Desse modo devemos reduzir a
pressão rapidamente (tomando cuidados para nao causar isquemia secundária). Desse
modo devemos lançar mão das medicações EV. Como o paciente apresenta sinais de
EAP, devemos trata-lo elevando o decúbito, dando morfina, furosemida e oxigenio (se
necessário). Devemos reduzir <25% da PA em 1ª hora.

6. (UNIRIO – 2016) O dado que faz parte dos critérios para definição de síndrome
metabólica é:

Para o diagnóstico de síndrome metabólica, é necessário a presença de pelo menos 3


dos 5 critérios:

 Circunferência abdominal >102 para homens e >88 nas mulheres;


 Glicose > 110 ou diagnóstico de DM;
 PA > 140x90 ou diagnóstico de HAS
 Triglicérides > 150
 HDL < 45

7. (UNICAMP – 2019) Mulher, 57 a, relata febre vespertina há 30 dias, inchaço


progressivo e piora do controle pressórico há 10 dias. Antecedentes pessoais:
hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus controladas com uso regular de
hidroclorotiazida, enalapril, metformina e glipizida. Exame físico: PA = 188 x 104
mmHg, descorada +/4+; cabeça e pescoço: edema bipalpebral; fundo de olho:
normal; coração: sopro sistólico em foco aórtico 3+/4+, rude, com irradiação para as
carótidas; abdome: ascite; membros: edema de membros inferiores 2+/4+ e de
membros superiores +/4+, petéquias subungueais em mão e pés. Hemograma:
hemoglobina = 10,1 g/dL; leucócitos = 15.500mm3; plaquetas = 184.000 mm3;
creatinina 4,5 mg/dL; ureia=134 mg/dL; glicemia = 142 mg/dL; hemoglobina glicada =
6,9g/dL; potássio = 6,2 mEq/L. Exame sumário de urina= hemácias > 100 por campo,
dismorfismo eritrocitário presente, proteína 1+/4+. O

Descartamos o diagnóstico de nefropatia hipertensiva ou diabética, pelo fato de


termos dismorfismo eritrocitário presente, que denota hematúria de origem
glomerular. Além disso, possui hipertensão, edema de MMII, MMSS e pálpebras. Além
disso, no fundo de olho não temos sinais compatíveis com comprometimento de
doenças crônicas, então temos o diagnóstico de síndrome nefrítica.

8. (USP-RP – 2019) Menina com 8 anos de idade e história de ferida na perna, após
cair da bicicleta há 15 dias. Há 05 dias, edema palpebral e urina escura. Exame físico:
edema palpebral e de membros inferiores, murmúrio vesicular presente, simétrico,
com alguns estertores nas bases, estase jugular discreta, frequência cardíaca = 80
bpm, PA 120 x 80 mmHg, fígado percutível a partir do quinto espaço intercostal
direito e palpável cerca de 2,5 cm abaixo do rebordo costal direito, borda fina.
Presença de três lesões crostosas em pé esquerdo. Urina tipo 1: proteína ++/4+,
leucócitos 60 a 80; hemácias incontáveis. Ureia 71mg% e creatinina 0,7 mg%. O
tratamento medicamentoso inicial indicado para o caso acima é:

Criança com sinais e sintomas compatíveis com síndrome nefrítica (edema de MMII,
sedimento urinário alterado, hematúria) e provável etiologia pós-estreptocócica. A
GNDA é uma glomerulonefrite que costuma ocorrer após infecções cutâneas ou de
pele. Geralmente acomete crianças e cursa com hemácias na urina, hipertensao e
edema. Nesse caso, o tratamento específico é a redução do edema (com furosemida).
Prednisona usamos na síndrome nefrótica, cefalexina não é bem usada e enalapril não
usamos na IRA.

9. (FAMERP – 2019) Paciente, sexo feminino, previamente saudável, procura


ambulatório de Gastro-DIP do Hospital Municipal, referindo que foi encaminhada
pela equipe da plástica, porque ao realizar exames pré- operatórios para
implantação de próteses de mama, os exames revelaram que ela é portadora do
vírus B da hepatite, mutante pré-core. A equipe que a atendeu chegou a esse
diagnóstico porque os marcadores virais sorológicos mostraram, além de Anti-HBc
IgG+:

O vírus da hepatite B com mutação pré-core caracteriza-se por HBsAg + e HbeAg -.


Anti-Hbe negativo e DNA HBV > 20.000.

10. (UNICAMP – 2019) Considere os seguintes resultados laboratoriais: (1) HBsAg


reagente; anti-HBc reagente; anti-HBS não reagente; anti-HBe não reagente; HBeAg
reagente; ALT = 150 U/L. (2) HBsAg reagente; anti-HBc não reagente; antiHBs não
reagente; anti-HBe não reagente; HBeAg reagente; ALT = 350 U/L. O diagnóstico e a
conduta, são:

HbsAg é o primeiro marcador que se eleva. Sua persistência por mais de 6 meses
indica uma hepatite B crônica. O Anti-Hbs indica recuperação após infecção, apenas
ele positivo indica vacinação do paciente. Anti-HBC IGM aparece na infecção aguda.
ANTI-HBC IGG aparece também na infecção aguda. HbE Ag indica infectividade e
replicação viral. O tratamento da hepatite B aguda nao é indicado (exceto em casos de
falência hepática).

11. (UNICAMP – 2015) Mulher, 54a, acompanhada por artrite reumatoide, há 6
meses em uso de inibidor de fator de necrose tumoral. Refere diminuição do apetite
há 4 meses, já emagreceu 6 kg. Nega febre, refere sudorese durante a noite e tosse
com expectoração amarelada em moderada quantidade. Exame físico: PA= 128x74
mmHg; FC= 76 bpm; FR= 20 irpm; Oximetria de pulso= 96% (ar ambiente); Índice de
Massa Corpórea= 21 Kg/m2 . Regular estado geral. Pulmões: murmúrio vesicular
presente, estertores em ápice esquerdo. Coração: bulhas rítmicas normofonéticas,
sopro sistólico suave em foco mitral irradiado para axila. O exame complementar e a
conduta para o diagnóstico são:
O paciente tem sinais claros de tuberculose: febre, sudorese noturna, emagrecimento,
tosse com expectoração. Também estertores em ápice corroboram com essa hipótese.
Nao temos sinais claros de endocardite.

12. (UNICAMP – 2019) Mulher, 36a, queixa-se de evacuações aquosas com grande
quantidade de gotas de gordura, urina bem vermelha e manchas roxas nas pernas e
braços há 10 dias. Hábito intestinal: duas evacuações diárias de grande volume há
vários anos. Exame físico: Membros: equimoses disseminadas em pernas e braços.
Hemograma; Hb= 11,7 g/dL, Plaquetas= 140.000 mm3, ALT= 44 UI/L, AST= 66 UI/L,
RNI= 13,6, tempo de tromboplastina parcial= 81,5 segundos, tempo de protrombina=
146,7 segundos. A conduta é:

Paciente com sangramentos e disturbio de coagulação e além disso, o paciente


apresenta diarreia aquosa com esteatorreia (significando que o paciente nao está
conseguindo absorver vitamina K). Nesse caso, devemos administrar vitamina K.

13. (UNIRIO – 2016) A associação adequada do anti-hipertensivo aos seus efeitos


adversos e contraindicações está contemplada na seguinte assertiva:

 BB: são contraindicados em pacientes com asma, DPOC


 Os diuréticos podem causar hipopotassemia, hipomagnesemia e hiperuricemia.
 Os vasodilatadores diretos como a hidralazina nunca devem ser prescritos em
monoterapia
 Os BCC incluem edema periférico, rubor, cefaleia, tontura. Constipação é
observado no Verapamil.

14. (EINSTEIN – 2018) Tetralogia de Fallot é uma cardiopatia congênita cianótica mais
comum na infância. A forma clássica consiste em defeito do septo:

A tetralogia de Fallot: defeito no septo ventricular, estenose pulmonar, deslocamento da aorta


para direita e hipertrofia de ventrículo direito.

15. (PUC – SOROCABA – 2017) Dona Maria, 32 anos de idade, é negra e casada. Foi
atendida na Unidade Regional de Emergência com queixa de febre alta (T. axilar
39,5°C), cefaléia retrorbitária importante e dores no corpo que impediam a
realização das atividades leves, rotineiras, há três dias. Há um dia piora dos
sintomas, com sede intensa e diminuição do volume urinário. A paciente chegou há
dois dias de viagem de férias pelos estados do Nordeste do Brasil, onde permaneceu
durante um mês. Na execução do exame físico deve-se valorizar:

Aqui temos que lembrar muito de dengue: febre alta, com cefaleia, dores musculares.
Os sinais de alarme devem chamar nossa atenção como: diminuição de volume
urinário, dor abdominal, vômitos.

16. (UNICAMP – 2019) Mulher, 56a, procura atendimento médico por dor abdominal,
evacuações líquidas com sangue e náusea há 4 dias. Exame físico: PA= 110X68
mmHg, T= 36,7°C, saturação de O2 (ar ambiente) = 95%, Abdome= difusamente
doloroso. Hemograma: hemoglobina= 12,6 g/dL, leucócitos= 7600mm3, plaquetas
96.000 mm3, creatinina= 1,52 mg/dL, ureia= 72 mg/dL, sódio= 132 mEq/L e potássio=
4,5 mEq/L. Após 2 dias, com hidratação e antibioticoterapia adequadas, apresentou
confusão mental e anúria. Novos exames: creatinina= 6,1 mg/dL, Hemograma:
hemoglobina= 8,9 g/dL, plaquetas= 62.000 mm3 e série vermelha: grande
quantidade de esquizócitos; desidrogenase láctica= 1112 U/L, haptoglobina< 6,63
mg/dL, C3= 62mg/dL e ADAMTS13 dentro dos valores da normalidade. A conduta é:

A paciente apresenta sinais de microangiopatia (esquizócitos) e tem um quadro de


síndrome hemolítico uremica. O tratamento nesse caso é a plasmaférese.

17. (HSJC – 2019) HSJC-2019 Homem de 54 anos, branco, casado, é levado à


emergência com quadro de confusão mental e rebaixamento do nível de consciência.
Antecedente de etilismo. Ao exame observa-se a presença de tremores finos de
extremidades, além de ascite moderada. Realizada a paracentese abdominal que
evidenciou 600 células com 80% de neutrófilos, 15% de linfócitos e 5% de células
mesoteliais. Para o manejo do caso acima, qual seria a medida FUNDAMENTAL a ser
implementada?

Paciente etilista com quadro de hepatopatia crônica (encefalopatia, ascite e


antecedente de etilismo). Ao ser realizada a parecentese, foi diagnosticada uma PBE
(pois neutrofilos > 250). O tratamento da PBE deve ser iniciado antes do resultado da
cultura. Quando o paciente ainda nao tem cultura, deve ser feito o ATB com a
cefalosporina de 3ª geração.

18. (UFRJ – 2019) Homem, 74 anos, com colangiocarcinoma proximal, é submetido à


drenagem da via biliar por via endoscópica. Evolui com ascite nos dias subsequentes.
A paracentese revela líquido acastanhado com albumina = 1,8 g/dL (sérica = 2,5
g/dL); células = 330 / mm3 com 70% de polimorfonucleares; proteínas totais =
3,2g/dL (sérica de 5,5 g/dL); bilirrubina total = 7,8 g/dL (sérica = 6,2 g/dL);
triglicerídeos = 50 mg/dL; LDH = 80 UI/dL. A hipótese diagnóstica mais provável é:

A história de manipulação de vias biliares e presença de bilirrubina no LA sugere


diagnóstico de ascite biliar (coleperitonio).

19. (EINSTEIN – 2018) Menino de 6 anos foi mordido, na mão esquerda, pelo cão de
vizinha pego na rua há 2 dias. Segundo o Ministério da Saúde, a conduta a ser
tomada deve ser:

Lembrar que nesse caso o cão foi pego na rua (área de raiva nao controlada). Nesse
caso devemos fazer duas doses da vacina (D0 e D3) e observar o cão por 10 dias. Se o
cão se mantiver sadio, encerrar o esquema. Se o cão morrer ou se tornar raivoso,
completamos o esquema até 5 doses e administrar soro.

20. (UNIRIO 2017) No infarto agudo do miocárdio, sabe-se que:

Os diabéticos podem ter dor não típica.


SEMANA 3

1.(UNICAMP – 2017) Um médico legista faz uma necropsia em uma mulher não
identificada, com óbito secundário à hemoptise maciça. Ela aparenta ter entre 35 a
40 anos. Ao exame do tórax, observam-se aneurismas de artérias pulmonares com
rotura. Qual o provável diagnóstico?

Aqui nesse caso, temos que fazer o diagnóstico diferencial de hemorragia pulmonar
em pacientes jovens. Há várias causas de hemorragia pulmonar e devemos sempre
lembrar das causas reumatológicas como as vasculites por exemplo. Temos que
lembrar das seguintes doenças reumatológicas que cursam com formação de
aneurisma: Kawasaki (aneurisma de coronárias), Poliarterite nodosa e Síndrome de
Behçet (aneurisma de artéria pulmonar). Sempre que fala de aneurisma de artéria
pulmonar, temos que lembrar da doença de Behçet. Essa doença é uma vasculite mista
(que acomete tanto artérias como veias). Mas é composta de outros comemorativos
como úlceras bipolares (orais e genitais).

2. (UPS-RP – 2019) Homem, 62 anos, refere dor em joelho direito após deambulação,
há dois anos. Há quatro meses com piora da dor, tornando-se incapacitante. Etilista
de 1,2 litro de cerveja por dia. Em uso de enalapril 5 mg 12/12 horas, hidroclortiazida
25 mg/dia e alopurinol 200 mg/dia. Exame físico: bom estado geral; IMC: 32,2
kg/m2; varismo de joelhos; edema e calor em joelho direito, com restrição para
extensão completa e presença de cisto poplíteo. Qual é a melhor conduta para a dor
no joelho?

Paciente com monoartrite. O paciente tem fatores de risco tanto para gota como
osteoartrite. A artropatia por cristais de monourato de sódio é caracterizada por
monoartrite aguda com período intercrítico assintomático. Como a dor do paciente
iniciou há 2 anos e tem característica mecânica (que piora com a deambulação) e
piorou há 4 meses eliminamos as alternativas que fazem o diagnóstico de gota. O cisto
de Baker em geral é assintomático, mas quando causa sintomas, os sintomas são
parecidos com TVP (o que não é o caso do paciente). Frente a um quadro de
monoartralgia crônica (com anos de duração), de ritmo mecânico e de piora
progressiva, temos que pensar em osteoartrite, ainda mais que o paciente é obeso e
tem mais de 50 anos. Os sinais flogísticos podem estar presentes principalmente
quando temos sobrecarga da articulação. A presença de verismo também ajuda. As
medidas que melhoram a evolução da osteoartrite são: atividade física, fortalecimento
muscular e perda de peso.

3. (UFRJ – 2016) Homem, 72 anos, com dor intensa e edema em ambos os joelhos
imediatamente após cirurgia de hérnia inguinal. Há sinais inflamatórios em ambos os
joelhos com grande derrame articular. A artrocentese revela presença de cristais
birrefringentes positivos no líquido sinovial. A coloração de Gram é negativa. O
diagnóstico mais provável é:

A questão, aborda um quadro de artropatia pós cirurgia. Nesses casos temos que
pensar em gota aguda ou artrite séptica, pois no pós-operatório são comuns períodos
de jejum, estresse metabólico ou bacteremia. A presença de cristais, ausência de
coloração no gram e nao ser monoarticular favorece a artropatia por cristais. Contudo,
no caso descrito temos um quadro muito parecido com gota, mas que os cristais
apresentam birrefringência fortemente negativa. Então, nesse caso pensamos no
quadro de pseudogota (condrocalcinose). Esse quadro pode ser desencadeado por
traumas, cirurgias ou enfermidades graves.

4. (PUC-SP – 2019) Com relação à transfusão de Concentrados de Hemácias,


responda a alternativa correta:

Cada concentrado de hemácias tem HT de 80% e é capaz de aumentar em torno de 1


ponto no valor do HB. Essa transfusão deve ser feita de forma lenta em no máximo 4
horas.

5. (UNICAMP – 2019) Homem, 63 a, com cansaço progressivo aos esforços há 5


meses. Antecedentes Pessoais: espondilite anquilosante há 10 anos. Exame físico:
PA= 148X52 mmHg, FC= 92 bpm. Coração: ritmo cardíaco regular e um sopro, que
está representado abaixo:

Sopro em decrescente após segunda bulha sugere insuficiência valvar. A diferença


entre pressão sistólica e diastólica indicam que essa insuficiência é na valva aórtica.
Pacientes com espondilite anquilosante além do comprometimento articular axial e
periférico, também apresentam manifestações extra-axiais.

As primeiras articulações que são acometidas são: sacroilíacas, coluna, costovertebral


e costoesternais. O paciente apresenta dor em nádegas e dor lombar de ritmo
inflamatório. Paciente tem retificação e redução da lordose lombar, FABERE positivo e
teste de Schoeber. Além disso apresenta uveíte anterior aguda unilateral e recidivante.

Outros sinais semiológicos, relacionados com a insuficiência aórtica são: pulso em


martelo dagua, sinal de Quincke, sinal de Muller (pulsação de úvula), Musset.

6. (PUC-SP – 2017) Pablo, 58 anos, é diabético e deu entrada na Unidade Regional de


Emergência com quadro confirmado de infarto agudo do miocárdio. Foi tratado
através de angioplastia primária com colocação de stent na coronária direita. Evoluiu
sem complicações e a coronariografia não revelava lesões significativas em outras
artérias. Após 4 dias recebeu alta hospitalar. Você se preocupou em receitar também
drogas preconizadas para prevenção secundária. Assim, além do ácido acetilsalicílico,
todos os fármacos abaixo estão na sua receita com essa finalidade, EXCETO:

Lembramos que a dupla antiagregação (AAS + clopidogrel) são recomendadas nos


pacientes com intervenção coronariana percutânea por até 1 ano. Além disso, temos
que colocar um BB, IECA/BRA e as estatinas na prescrição do paciente. Nao existe
evidencia clínica de prescrever nitratos após a fase aguda de IAM nos pacientes. As
principais indicações para manter nitrato na prescrição do paciente é a persistência de
dor anginosa.
7. (AMRIGS – 2016) Qual dos efeitos colaterais abaixo pode ocorrer com o uso de
Azitromicina?

Foi observado aumento do intervalo QT e uma maior chance de desenvolver arritmias


cardíacas e torsades de pointes nos pacientes que fizeram tratamento com
macrolídeos. A TP é uma forma de TV polimórfica que é caracterizada por complexos
QRS irregulares rápidos que parecem estar se torcendo na linha de base do ECG. Essa
arritmia pode cessar espontaneamente ou evoluir para uma FV.

8. (UNIRIO – 2016) Dissecção aguda da aorta ascendente pode causar infarto agudo
do miocárdio. A despeito de ser raro, a artéria coronariana ou o ramo coronariano
mais provavelmente envolvida(o) é:

Em uma pequena minoria, a dissecção aórtica proximal, envolvendo o óstio das


artérias coronárias pode causar um IAM. Esse envolve mais coronária direita que
esquerda.

O sintoma mais comum que o paciente que tem uma DAA apresenta é uma dor
torácica lancinante e de início súbito. Na DAA também temos alargamento de pressão
de pulsos, PA divergente em MMSS. Classificação de DeBakey:

 I: delamina ascendente e vai até arco aórtico;


 II: início na ascendente e restrita a ascendente;
 III: início na descendente

I e II são Stanford A (ascendente) e devem sempre ter abordagem cirúrgica de


emergencia. A III é Stanford B (descendente) e só deve ter abordagem cirúrgica, se
complicações do quadro.

9. (UNIRIO – 2016) Um paciente de 60 anos, previamente hipertenso, chega à emergência


francamente dispneico, desorientado e com níveis de PA: 220 x 120 mmHg. Ao exame,
estava combativo, mas o médico percebeu ritmo regular, B3 e sopro sistólico +3 em foco
mitral. Constatou-se também murmúrio vesicular reduzido em bases e estertores crepitantes
até terço médio de ambos os hemitórax. A conduta CORRETA pelos preceitos médicos é a
seguinte:

Então, uma questão clássica de urgência hipertensiva e emergência hipertensiva. A UH é


definida como níveis pressóricos elevados (PAS > 180 e PAD > 120) sem LOA aguda e
progressiva. A partir do momento em que temos lesão de órgão alvo associado a níveis
pressóricos elevados, já estamos diante de uma EH.

 Cerebrovasculares: encefalopatia hipertensiva, hemorragia intracerebral e AVE


isquêmico;
 Cardíacas: DAA, EAP, IAM;
 Renais: LRA rapidamente progressiva;
 Crises adrenérgicas: FEO;
 Gestação: eclampsia, pré-eclampsia e síndrome Hellp.
O tratamento da UH deve ser feito em ambiente calmo para afastar pseudocrise, e também
com medicações VO (captopril, clonidina e BB) são usados para reduzir gradualmente a PA em
24 a 48 horas.

Já o tratamento dos pacientes com EH deve ser feito com medicações EV para reduzir
rapidamente a PA e impedir a progressão das LOA. Devem reduzir PA < 25% na primeira hora,
reduzir PA 160/110 em 2 a 6 hrs e PA 135x85 em 24 a 48 horas. Cada sistema deve ser tratado
com os anti-hipertensivos específicos. No caso do paciente ele apresentava sinais claros de
edema agudo de pulmão e também de encefalopatia hipertensiva (pela desorientação).

10. (UNIRIO – 2016) As manifestações clínicas comuns na Síndrome de Marfam mais


destacadas são:

A síndrome de Marfan é um distúrbio autossômico dominante do tecido conjuntivo


caracterizado pela perda de tecido elástico. Os critérios básicos simplesmente para o
diagnóstico: história familiar relevante, anormalidades musculoesqueléticas
especificas, subluxacao de cristalino ocular e dilatação/dissecção de aorta. A dilatação
da aorta é progressiva quando o diâmetro é aproximadamente > 4,5cm.

11. (USP- RP-2017) -Homem, 45 anos, agricultor, referiu lesão papulosa no membro
superior há três meses, que evoluiu para formação de úlcera (Conforme imagem do
caderno de questões). Nega febre ou perda de peso. Exame físico: sem outras lesões
cutâneas, linfonodos de 1,5 a 2 cm de diâmetro na cadeia axilar ipsilateral. Qual é o
achado laboratorial mais provável?

O paciente apresenta uma lesão compatível com leishmaniose tegumentar americana


(LTA). É uma doença infecciosa, nao contagiosa causada por protozoários do gênero
Leishmania. Esse protozoário é um parasita intracelular obrigatório com duas formas
principais: uma flagelada/promastigota no tubo digestivo do vetor e uma
aflagelada/amastigota encontrada no tecido do hospedeiro.
O vetor é o mosquito palha ou birigui.

12. (USS-RJ – 2014) Um paciente portador de insuficiência cardíaca procurou o seu


consultório para acompanhamento clínico, apresentava dispneia somente aos
esforços, em atividades como tomar banho e arrumar a sua cama, não conseguia sair
de casa para ir, por exemplo, a uma padaria na mesma quadra de sua casa.
Apresentava discreto edema de membros inferiores bilateralmente. PA = 120/70
mmHg e FC = 90 bpm. Qual a classe funcional da paciente segundo a NYHA e qual as
duas principais hipóteses para o quadro de insuficiência cardíaca, segundo a
literatura mundial?
Segundo a classificação NYHA:

 I: ausência de sintomas;
 II: atividades físicas habituais causam sintomas, mas tem uma limitação leve;
 III: atividade físicas menos habituais causam sintomas, tem uma limitação
importante, porém confortável no repouso;
 IV: sintomas no repouso e sintomas graves.

Além disso, as principais causas de ICC são HAS e doença coronariana.

13. (USP-RP – 2017) Homem, 54 anos, etilista, sem outros problemas de saúde, procurou
atendimento em pronto socorro por picada de animal desconhecido em membro inferior
esquerdo há 2 dias enquanto trabalhava em área rural na proximidade de Ribeirão Preto.
Após o acidente apresentou dor local e após cerca de 12 horas notou a formação de eritema
e bolha hemorrágica associados com febre, calafrios e náuseas. Exame físico: bom estado
geral, descorado +/4, hidratado, acianótico, ictérico +/4, pele: lesão cutânea mostrada na
figura abaixo (Conforme imagem do caderno de questões), ausculta pulmonar e cardíacas
normais, FC: 92 bpm, PA: 135 X 80 mmHg, abdome: sem alterações. Exames: Hemoglobina:
9,5 g/dl; VCM: 94 fl (VN: 80-95); HCM: 31 (VN: 27-32); GB: 18.000 (05% bastões); Plaquetas:
180.000; ; LDH: 2300 U/L (VN<460); BI: 2,5mg/dl (VN<0,9); BD: 0,28mg/dl (VN<0,3);
Creatinina: 1,6 mg/dl (VN<1,5); ALT: 28 U/L (VN<31); AST: 40 U/L (VN<32); INR: 1,2 (VN: até
1,3); TTPA (ratio): 1,12 (VN<1,26). Qual é o agente etiológico mais provável?

Acidente por aranha do gênero Loxosceles (aranha marrom). A ação do veneno


decorre da enzima esfingomielinase D. Pode ocorrer dermonecrose local e mais
raramente hemólise intravascular.
A picada inicialmente é pouco valorizada (quase nao tem dor). Nas primeiras horas o
paciente pode apresentar leve edema e eritema no local. Posteriormente pode
apresentar região endurada com empastamento e eritema de tamanho variável.
Também temos vesículas e bolhas sobre a área endurada. Além disso, os pacientes
podem apresentar mal-estar geral, fraqueza, náusea e mialgia.

Também pode ter o Loxoscelismo cutâneo hemolígico que é uma forma mais grave
que tem como principal complicação a insuficiência renal por necrose tubular.
Nao há exames específicos para o diagnóstico. O Hemograma visando avaliar hemólise
(BTF e DHL). Caso o paciente evolua com hemólise, outros exames devem ser
solicitados: contagem de reticulócitos haptoglobina, bilirrubinas.

14. (USS-RJ – 2014). As taxas de mortalidade das Pneumonias Adquiridas na Comunidade


(PAC) variam entre 1% até 22%. A estratificação do local de tratamento trouxe importante
redução da taxa de mortalidade. Considerando o critério CURB65, onde deveríamos tratar
um paciente com PAC do sexo masculino, 60 anos, vigil, orientado, febril (38,5°C), corado,
taquipneico (24 irpm), PA: 140 x 80 mmHg, acianótico, hematócrito: 45%, 12 mil leucócitos -
7 bastões, 80 segmentados, ureia de 25 e creatinina de 0.9. Radiografia de tórax com
pneumonia em lobo inferior direito.

Para avaliar onde o paciente deve realizar o tratamento de PAC, usamos o critério CURB-65.
Confusão mental, ureia > 50, respiração acima de 30, PA < 90 e > 65 anos.

 0-1: ambulatorial
 2: tratamento hospitalar (enfermaria);
 > 3: hospitalar (considerar UTI).

O paciente em questão não está confuso, nao está com FR> 30, não tem mais que 65 anos e
está com PA estável. Esse paciente pode ser tratado ambulatorialmente.

15. (USS-RJ – 2014). Um paciente procurou a emergência do hospital apresentando um


quadro de infarto agudo do miocárdico. Evoluiu com sinais de disfunção de ventrículo direito
e choque com pulmão limpo. Quais as derivações no eletrocardiograma encontraremos
supradesnivelamento do ST que justifique tal comportamento.

Sempre que estamos diante de um paciente com IAM em parede inferior (DII, DIII e
AVF), temos um risco de ter um infarto de VD (de 10 a 50%). Temos uma tríade clássica
nesse caso, que é hipotensão arterial, elevação da pressão venosa jugular e ausculta
pulmonar limpa. Isso evidencia quase nenhum envolvimento ventricular esquerda e
necrose de massa de VD.

A maior parte do fluxo sanguíneo do VD é obtido pela coronária direita. Em todos os


pacientes com IAM inferior devemos pedir as derivacoes direitas V3R, V4R, V5R, V6R.

O Ecocardiograma pode demonstrar insuficiência tricúspude causada por dilatação de


valva tricúspide.

Tratamento:

Normalizar a pré-carga, reduzir pós-carga, melhorar a contratilidade do VD e fazer a


reperfusão. Para normalizar a pré-carga infundimos volume (nao podemos usar drogas
que reduzam a pré-carga como diuréticos ou nitratos). Quando nao conseguimos
aumentar a pré-carga somente com reposição volêmica, é indicado suporte inotrópico
(dobutamina).

16. (UNICAMP – 2019) Homem, 53a, refere episódios de dor precordial relacionados
aos esforços há cerca de 1 mês. O último episódio ocorreu há cerca de 2 horas, após
subir uma ladeira, e ainda persiste no momento da consulta. Antecedentes pessoais:
tabagismo 40 maços/ano. Exame físico: FC= 68bpm, FR= 14irpm, PA= 142X92 mmHg.
Eletrocardiograma:
Primeiro devemos reconhecer que é um paciente com um alto risco cardiovascular (>
50 anos, tabagista e hipertenso). Após isso, conseguimos identificar que o paciente
apresentava uma angina estável (dor aos esforços), mas que agora a dor persiste (> 20
minutos) e isso reforça a hipótese de SCA. Solicitamos um ECG que vem normal.
Mesmo assim, não descartamos a possibilidade de uma SCASSST. Para evidenciar isso,
devemos solicitar os marcadores (troponina) para ver se é uma angina instável ou se
realmente é uma SCASSST. Mas independente do que seja, a antiagregacao é
fundamental (AAS e inibidor do receptor ADP). Os inibidores seletivos da COX-2 são
associados a eventos isquêmicos. E os inibidores da glicoproteína IIb/IIIa são
reservados para pacientes que tiveram alguma abordagem percutânea. Lembrar que
os inibidores da COX 1 são os AINES (AAS) e os inibidores do receptor ADP
(clopidogrel).

SEMANA 4

1. (USP-RP – 2016) Mulher, 41 anos, queixa-se de dor e edema de mãos, punhos e joelhos há
03 meses, com piora progressiva. Refere também maior dificuldade para escrever e abotoar
roupas pela manhã. Nega outras queixas. Exame físico: BEG, corada, afebril. Artrite de
interfalangianas proximais, metacarpofalangianas, punhos, joelhos e tornozelos. Nódulos de
consistência borrachosa em face extensora de antebraços. Sem outras alterações. Qual é o
achado mais característico desta doença?

A descrição desse caso, é típica de artrite reumatoide, pois a paciente apresenta


poliartrite simétrica crônica, que acomete pequenas e grandes articulações (mas que
poupa interfalangeanas distais). Além disso, apresenta os nódulos reumatoides
(nódulos de consistência borrachosa em fase extensora). O achado radiológico típico
da AR são as erosões marginais (isso a diferencia das outras artrites). Os sindesmófitos
são junções entre os corpos vertebrais (coluna em bambú) que são específicas da
espondilite anquilosante. Lesões em saco-abocado são específicas da gota.
Proliferação periosteal é encontrada na osteoartropatia hipertrófica.

2. (IAMSPE – 2017) Mulher, 36 anos, relata quadro de xerostomia e xeroftalmia há 3 anos e
artrite de mãos e pés, no mesmo período. Considerando-se a principal hipótese diagnóstica
para esse caso, assinale a alternativa CORRETA:
Sempre que estamos diante de uma paciente com xerostomia e xeroftalmia, temos que
lembrar do diagnóstico de síndrome de Sjogren. A manifestação renal da SS ocorre por uma
tubulopatia intersticial e não por necrose da papila renal. Os pacientes com SS apresentam um
risco maior de desencadearem linfomas, mas principalmente linfoma não Hodgkin (e de 8 a
10x). Os anticorpos que mais estão relacionados com a SS é o anti-Ro e o anti-La. Hepatite B e
tuberculose não causam sintomas como tosse seca e olho seco.

A presença de crioglobulinas pode ocorrer na doença.

3. (PUC-SP – 2019) Paciente de 62 anos veio encaminhado do oftalmologista, pois


apresentava o hemograma que segue: Hb = 13,3g/dl Leucócitos = 143.000/mm3
(Mieloblastos 02%, Promielócitos 05%, Mielócitos 09%, Metamielócitos 11%, Bastonetes
15%, Segmentados 34%, Eosinófilos 03%, Basófilos 03%, Linfócitos 10% e Monócitos 08%) e
Plaquetas de 650.000/mm3. Ao exame, apresentava apenas o baço palpável a 5 cm do RCE.
Qual é a resposta correta?

O paciente apresenta uma leucocitose com desvio escalonado e apresenta baço palpável.
Temos que fazer o diagnóstico de LMC. Descartamos o diagnóstico de LMA pois não temos a
contagem de blastos. A trombocitose nesse caso é reacional (temos que descartar antes). E
também infecções nao costumam dar desvio a esquerda escalonado.

Lembrar que o diagnóstico de LMC é dado pela translocação do 9:22 (BCR-ABL) e o tratamento
é com inibidor da tirosina quinase.

4. (FAMERP – 2019) Um paciente de 60 anos, assintomático, comparece ao médico para a


realização de exames de rotina. Não há achados relevantes ao exame físico. Dentre os testes
solicitados, a eletroforese de proteínas apresenta uma alteração: Abumina: 3,8 g/dL (Valor
Normal: 3,50 a 4,85 g/dL); Alfa 1 : 0,4g/dl (VN 0,22 A 0,43 g/dL); Alfa 2 : 0,6g/dl ( VN 0,55 A
1,08 g/dL); Beta 1 : 0,4g/dl (VN 0,32 A 0,54 g/dL); Beta 2 : 0,4 g/dl (VN 0,24 A 0,54 g/dL);
Gama: 3,1g/dl (VN 0,74 A 1,75 g/dL); Proteínas totais: 8,3 g/dl (VN 6,60 A 8,30 g/dL);
Proteína monoclonal: presente na fração gama. O hemograma revela: Hb 13,5 g/dl; VCM 80
fl; Leucócitos 5500/mm3; Neutrófilos 60%; Linfócitos 35%; Eosinófilos 2%; Monócitos 3%;
Plaquetas 300.000/mm3. Demais exames: Creatinina 1,0mg/dl; Cálcio: 9,0mg/dl. Devido à
alteração descrita, um mielograma é solicitado: Medula óssea hipercelular com 38% de
plasmócitos. Diante do resultado do mielograma, exames de imagem são solicitados: RX de
ossos longos: sem lises ósseas ou fraturas; Ressonância Nuclear Magnética de coluna
cervical, torácica e lombar: sem evidências de fraturas ou lesões neoplásicas; Ressonância
Nuclear Magnética de bacia: sem evidências de fraturas ou lesões neoplásicas. Pode-se, pois
afirmar que:

Essa questão é uma questão que fala de MM. O paciente é assintomático (não
apresenta sinais de MM – CRAB calcinose, insuficiência renal, anemia e lises ósseas)
então descartamos o diagnóstico de MM. Contudo, na biopsia de medula encontramos
mais de 10% de plasmócitos e então descartamos gamopatia monoclonal de
significado indeterminado. Então, temos o diagnóstico de mieloma múltiplo
assintomático (smoldering).

5. (UFF – 2019) Paciente com doença renal crônica, em diálise, apresenta sangramento pelo
óstio do cateter de hemodiálise, hematúria e epistaxe. Exames laboratoriais mostram
hemoglobina = 12 g/dL, plaquetas = 120 ml/mm3, INR = 1,2 e PTT = 30 segundos. Nesse caso,
a melhor abordagem para o sangramento é:
Pacientes com DRC produzem várias toxinas que estão relacionadas a inibição das funções
plaquetárias. O paciente em questão apresenta manifestações típicas de sangramento por
diminuição da função plaquetária. Nesse caso a forma mais rápida é estimular a função
plaquerária com o uso de DDAVP (desmopressina) que estimula a liberação do fator de Von-
Willebrand.

6. (UFMS – 2019) Paciente de 50 anos, previamente hígido, chegou ao pronto-socorro com


história de diarreia líquida (vários episódios ao dia) e vômito há dois dias. Ao exame físico
encontrava-se hipotenso e taquicárdico. Os exames laboratoriais evidenciaram creatinina de
2 mg/dL e ureia de 90 mg/dL. Levando em consideração a principal hipótese diagnóstica para
a injúria renal aguda deste paciente, qual seria o resultado esperado em seu exame de
urina?

Podemos definir que o paciente está em IRA quando: elevação sérica de Cr > 0,3 em
até 48 horas, elevacao de creatinina > 1,5 em até 7 dias e redução do volume urinário
<0,5ml/kg por 6 horas ou mais. Com o quadro clínico que foi apresentado pelo
paciente, estamos indo em direção a IRA pré-renal por hipovolemia (relação U/Cr
20:1).

Quando temos esse caso, ocorre ativação do SRAA bem como liberação do ADH.
Quando temos isso, ocorre reabsorção de sódio e consequentemente de água. Fracao
de excreção de sódio baixa e urina concentrada.

7. (ABC – 2019) entre as doenças renais crônicas abaixo, assinale a que apresenta rins de
tamanhos normais:

Geralmente quando falamos de DRC estamos falando de rins de tamanhos diminuídos, com
perda da diferenciação cortiço-medular.

Os rins policísticos, aumentam de tamanho e tem uma piora da função renal. A amiloidose
também cursa com rins de tamanhos normais. A nefropatia diabética também cursa com rins
de tamanhos normais.

8. (FAMERP – 2019) Um homem de 55 anos com hipertensão arterial, diabetes mellitus e


doença renal crônica estágio G4A1 do KDIGO, é avaliado no ambulatório. Sua PA é 152/72
mmHg, e seu índice de massa corporal (IMC) é de 29 kg/m2. O restante do exame físico não
é significativo. Ele segue uma dieta com baixo teor de sal, pobre em potássio, com as
restrições habituais para o diabetes. Qual das seguintes afirmativas é o melhor conjunto de
tratamento para esse paciente?

O estágio G4A1 é um estágio onde o paciente tem um clearance entre 15 e 29. Quando
estamos diante de um paciente com IRC, temos que nos atentar para as possíveis
complicações que o paciente pode apresentar, como: hipertensão, distúrbios do calcio e
fosforo, hipercalemia, acidose e síndrome uremica.

O paciente no caso está hipertenso (meta para DRC <130x80), sobrepeso, mas sua dieta já está
adequada. O IECA está indicado para melhorar a TGF e também pela hipertensão (vasodilara
arteríola eferente). Também não podemos suspender os diuréticos (a nao ser que estejamos
em um quadro pré-renal).
A anemia na DRC é tratada com EPO em pacientes com Hb < 10. A osteodistrofia é tratada com
redução dos níveis de fosfato sérico com quelantes e posteriormente com calcitriol.

9. (USP-SP – 2019) Homem, 53 anos de idade, é trazido ao pronto-socorro por rebaixamento


do nível de consciência. Os familiares relatam que o paciente vinha se queixando de cefaleia
holocraniana e nucal há cerca de duas semanas e picos febris de até 37,8oC. Há dois dias, o
paciente notou queda da pálpebra esquerda e diplopia vertical. Na manhã de hoje, os
familiares notaram que estava mais sonolento. O exame clínico mostra pressão arterial de
130 x 70 mmHg, frequência cardíaca 84 bpm, frequência respiratória 12 irpm. Paciente
sonolento, porém desperta ao chamado, respondendo de modo coerente às perguntas;
rigidez nucal 3+/4+. Fundo de olho com papilas nítidas, acomentimento do nervo
oculomotor à esquerda. Reflexo cutâneo-plantar em extensão bilateral (sinal de Babinski). A
tomografia de crânio obtida na emergência revelou dilatação ventricular, com hidrocefalia
comunicante. A coleta do líquor revelou 395 células (48% neutrófilos, 43% linfócitos, 9%
monócitos), glicorraquia 36 mg/dL, proteinorraquia 254 mg/dL, glicemia capilar no momento
da coleta do líquor 105 mg/dL. Qual é a etiologia da principal hipótese diagnóstica?

Aqui temos um quadro de meningite aguda: paciente com cefaleia, fotofobia e rigidez
nucal. Outros sinais que podem aparecer na meningite são: alteração do sono,
confusão, irritabilidade, delirium e coma. O quadro descrito é compatível com
meningite subaguda (dias a semanas). Em situações como essa, temos que fazer um
exame de imagem TC e depois proceder com a coleta de LCR.

10. (UNICAMP – 2019) Homem, 68a, é admitido em Unidade de Emergência com dor
precordial há 3 horas. Antecedentes pessoais: hipertensão arterial sistêmica e diabetes
mellitus. Após administração de ácido acetilsalicílico, clopidogrel e nitroglicerina, evoluiu
com hipotensão. A ausculta pulmonar não mostrou alterações. Eletrocardiograma: Onde
deve ser colocado o eletrodo do eletrocardiograma para determinar a região cardíaca
acometida que justifica o quadro clínico do paciente?

Aqui, temos diante de um paciente com SCACSST. Quando vemos o ECG, percebemos
que acomete a parede inferior (DII, DIII e AVF). Sempre que isso acontece, devemos
nos preocupar com um possível acometimento de VD. A evolução do paciente com
hipotensao pós nitroglicerina também corrobora com essa hipótese. Então, devemos
procurar derivacoes que consigam enxergar essa parede (V3R e V4R) que ficam no
quinto espaco intercostal mas na linha hemiclavicular direita.

11. (UNICAMP – 2019) Homem, 19a, começa a apresentar vários picos febris há dois dias.
Está internado há dez dias devido a acidente automobilístico. Colhidas hemoculturas que
positivaram para leveduras após 26 horas de cultivo. O perfil de suscetibilidade dos fungos
causadores de infecção da corrente sanguínea no serviço está descrito na tabela Levando-se
em consideração os princípios do uso racional de antimicrobianos (fármaco certo, na hora
certa, na dose certa, com o menor risco de efeitos colaterais a ao menor custo), a conduta é:

Estamos diante de um quadro de infecção fúngica por leveduras. De imediato eliminamos


fusarium, mucor e rhizopius que são fungos filamentosos. A cândida krusei é resistente ao
fluconazol e também possui alta resistência ao voriconazol. Desse modo para essa temos duas
opções: anfotericina B e equinocandinas.

A única maneira de conseguir isso, com esse padrao é com a equinocandina.

12. (Fatec – 2008) As pílulas estão entre os métodos contraceptivos mais utilizados pelas
mulheres, apesar de seus possíveis riscos à saúde. Normalmente, elas contêm uma
combinação de substancias sintéticas análogas ao estrógeno e à progesterona e, se tomadas
regularmente, as taxas desses hormônios se mantém elevadas no sangue, impedindo a
gravidez. Isso ocorre porque os hormônios contidos na pílula:

A pílula anticoncepcional contem estrógeno e progesterona. Quando a paciente utiliza essa


pílula, os níveis desses hormônios aumentam na corrente sanguínea e pelo mecanismo de
feedback negativo, acabam reduzindo os hormônios hipofisários FSH/LH.

13. (VUNESP – 2010) Leia o texto. Esqueci a pílula! E agora? Tomo pílula há́ mais de um ano e
nunca tive horário certo. Em geral, tomo antes de dormir, mas, quando esqueço, tomo de
manhã̃ou, na noite seguinte, uso duas de uma só́ vez. Neste mês, isso aconteceu três vezes.
Estou protegida? (Carta de uma leitora para a coluna Sexo & Saúde, de Jairo Bouer, Folha de
S.Paulo, Folhateen, 29.06.2009.) Considerando que a pílula à qual a leitora se refere é
composta por pequenas quantidades dos hormônios estrógeno e progesterona, pode-se
dizer à leitora que:

Para que a paciente seja capaz de engravidar, é necessário que ocorra um pico de LH. Quando
se toma a pílula todos os dias, nao temos a liberação de LH e com isso nao corre risco de fazer
pico de LH. Se a paciente nao fizer uso da pílula regularmente, pode ter chance de liberar LH e
engravidar.

14. (USS-RJ – 2014) Paciente de 45 anos, portadora de diabetes mellitus há 10 anos, com
controle irregular da glicemia, procurou o consultório para avaliação clínica quando
detectamos: PA = 150/100 mmHg; FC = 72 bpm. Circunferência abdominal de 90 cm. Ao
exame de rotina TG = 200 mg/dl, HDL = 30 mg/dl, Glicemia = 125 mg/gl. Creatinina = 1,8
mg/dl. Proteinúria presente. Com os dados clínicos observados qual o anti- hipertensivo
ideal para o caso com implicância de melhor prognóstico para o paciente?

Para reduzir as chances de complicações, todo paciente diabético deve manter seus níveis
pressóricos entre 120/130 e a pressão diastólica abaixo de 90. Para que se consiga isso, é
necessário que o paciente perca peso, prefira uma alimentação saudável (dieta DASH), cesse o
tabagismo, evitar álcool e praticar atividade física. Quando isso nao é suficiente, é necessário
entrar com terapia anti-hipertensiva. Se nao houver lesao microvascular, podemos lancar mao
dos diuréticos tiazídicos e BCC (amlodipino). Nos pacientes que sugerem dano aos rins
(proteinúria) é necessário lançar mao dos IECA (PRIMEIRA ESCOLHA PARA PACIENTE DM COM
PROTEINURIA). Se o pacie te nao conseguir fazer uso do IECA, podemos prescrevar BRA
(Losartana).
15. (USP-RP – 2017) Homem, 65 anos, hipertenso, tabagista, procurou pronto socorro após
episódio de dor epigástrica de intensidade 6/10 desencadeada pelo estresse emocional que
durou cerca de 20 minutos com resolução espontânea. Vem apresentando episódios de dor
epigástrica de leve intensidade e náuseas desencadeados por esforços moderados há dois
meses. Medicamentos em uso: captopril e omeprazol. PA: 135 x 80 mmHg, exame físico sem
outras alterações. Troponina< 0,01 mcg/L. Foi optado por realização de estratificação não
invasiva por meio de teste de esforço em esteira rolante. Dois traçados deste exame são
mostrados abaixo. (Conforme imagem do caderno de questões). Qual é a conduta mais
adequada após realização deste exame?

Então, trata-se de um paciente com dor típica anginosa e com fator de risco. Foi optado pela
realização de um teste ergométrico para avaliação da isquemia de esforço. Os
infradesnivelamento são vistos como alterações de isquemia no esforço.

 Infradesnivelamento >1mm
 Infradesnivelamento >1,5 em indivíduos com risco moderado ou alto de doença
coronária e >2mm em indivíduos de baixo risco de doença coronária.

Então, quando estamos diante de um paciente com quadro clínico sugestivo de SCA com o
teste positivo, é necessário investigar anatomia coronariana com cateterismo/angiografia
coronária ou cineangiocoronariografia.

SEMANA 5

1. (UFPR 2017) Um paciente de 30 anos, que passou 5 dias viajando entre áreas urbanas e
silvestres da região Sudeste, tendo nadado em rios e lagos na região, procura atendimento
médico por quadro de febre, cefaleia e dores no corpo, com 5 dias de evolução, que
iniciaram 3 dias após ele retornar de viagem. Você solicita exames laboratoriais para auxiliar
no diagnóstico diferencial de síndrome febril, que mostram os seguintes resultados:
Hemoglobina 11,3 g/dL; 13.500 leucócitos, 15% bastões; 98 mil plaquetas/mcL; creatinina 3,5
mg/dL; sódio 135 mEq/L; potássio 4,0 mEq/L; creatinofosfoquinase 100; TGO 2540 U/L; TGP
4220 U/L; fosfatase alcalina 200 U/L; gama GT 90 U/L; bilirrubina total 8 mg/dL; bilirrubina
direta 6 mg/dL. Com base na história clínica e exames laboratoriais, a principal hipótese
diagnóstica nesse momento é:

Esse paciente apresenta um quadro típico de febre amarela, pois tem epidemiologia de viajar
por áreas urbanas e silvestres da região sudeste. Tem febre, cefaleia, dores no corpo. CPK não
está tão alterada para pensarmos em leptospirose e nem hipocalemia. Além disso, TGO e TGP
estão muitíssimo elevadas, sugerindo um diagnóstico de hepatite (a doença febril que cursa
com hepatite é a febre amarela). Além disso, hepatite C normalmente não causa sintomas
agudos.

A FA é uma doença febril, infecciosa aguda que é causada por um flavivírus que é transmitido
por vetores (Aedes ou Sabethes). Temos uma forma urbana e uma forma silvestre da doença.
O vírus é transmitido pela picada de mosquitos transmissores infectados e não há transmissão
de pessoas-pessoas. Ocorre mais nos meses de dezembro a maio (meses mais chuvosos).
Estamos tendo um aumento dos casos de febre amarela, por conta da migração do vírus para
locais em que as pessoas ainda não são vacinadas. A principal forma de prevenir a febre
amarela é e imunização pela vacina.
Os principais sintomas da febre amarela são: inicio súbito da febre, calafrios, dor de cabeça,
mialgias, náuseas, fadiga, icterícia, hemorragias (por alteração de fatores de coagulação). A
maioria das pessoas costuma melhorar após esses sintomas, mas 15% evoluem para uma
forma mais grave da doença. Nos casos graves, a pessoa pode evoluir para icterícia,
hemorragia e choque.

No laboratório do paciente, observam-se: leucopenia, linfocitose, plaquetopenia, TGO/TGP


muito elevadas, alteração dos fatores de coagulação (TP, TTPA, INR).

2. (UFPR 2017) Sobre imunizações no paciente adulto, é correto afirmar:

A vacina contra herpes zoster é recomendada para todas as pessoas com mais de 60 anos, com
contraindicação de imunossupressão pois é uma vacina de vírus atenuado, podendo causar
infecção nesses pacientes.

A vacina pneumocócica é contra o S. pneumoniae, responsável pela maioria das doenças


pneumocócicas graves (pneumonias, meningite). É indicado para pessoas acima de 65 anos,
nos portadores de doenças crônicas (cardiopulmonares, renais e hepáticas).

3. (UFPR 2017) Com relação à dissecção aguda da aorta, é correto afirmar:

A dissecção aguda de aorta ocorre quando temos a separação da camada íntima da camada
média da aorta. Quando ocorre a rotura, a dissecção pode ter progressão proximal e distal. A
parede externa no processo de dissecção pode romper dando origem a hemopericardio,
hemotórax e morte.

As principais causas de DAA são hipertensão arterial e aterosclerose (75%), as demais causas
são Marfan e Ehler-Danlos (que são alterações do tecido conjuntivo).

Na maioria das vezes ocorre entre os 40 e 70 anos e é três vezes mais frequente em homens.

De Bakey:

I: origem na aorta ascendente se estendendo para toda aorta;

II: origem e término na aorta ascendente

III: origem na A. descendente. (mais frequente).

Stanford: A (envolve ascendente) B (envolve somente descendente).

Na aorta ascendente é onde ocorre o mais risco de ruptura.

História natural: 21% de mortalidade em 24 horas. A mortalidade é de 1 a 2% por hora.

A dor é caracterizada como uma dor intensa, retroesternal ou no dorso. Podem estar
presentes: síncope, dispneia, hemoptise, hemiplegia. Os pulsos devem ser todos palpáveis em
busca de diferenças. O principal diagnóstico diferencial é com o IAM, na DAA as enzimas
cardíacas e o ECG são normais.

Exames complementares:
RX: alargamento do mediastino.
Ecocardio TT ou TE: conseguem identificar o local da ruptura. Pode ser feito na beira do leito,
sendo importante para pacientes instáveis.
RM: mais preciso, mas precisa de paciente imóvel.

4. (UFPR 2017) Em 1967, Killip e Kimball propuseram um esquema de classificação


prognóstica em pacientes que se apresentavam com infarto com supradesnivelamento do
segmento ST, para avaliar a repercussão hemodinâmica do infarto através do exame clínico.
Define a Classe IV na classificação de Killip-Kimball:

Classificação de Killip:
 Killip I: sem congestão (sem dispneia, estertores ou B3). Mortalidade de 6%
 Killip II: sinais de congestão pulmonar (estertores em bases, turgência jugular, B3).
Mortalidade de 17%;
 Killip III: Edema agudo de pulmão (estertores difusos). Mortalidade de 38%;
 Killip IV: choque cardiogênico (mortalidade de 81%).

5. (UFPR 2017) Paciente chega à emergência do hospital com queixa de dor retroesternal
intensa, que iniciou há cerca de 40 minutos, irradiada para a mandíbula e associada a
náuseas e vômitos. Imediatamente foi realizado um eletrocardiograma, que mostrou
supradesnivelamento do segmento ST em derivações DII, DIII e AVF. Quanto à conduta a ser
tomada, é correto afirmar:

O paciente aqui tem história de dor anginosa típica e supra de ST em derivações da parede
inferior então, temos que tratar o paciente imediatamente (não esperar resultado de exames
laboratoriais). Quando estamos diante de um paciente com IAM de parede inferior, lembrar
que devemos procurar sinais isquêmicos em VD (com as derivacoes direitas V3R e V4R), pois
vai nortear nossa conduta. As derivações V4R (5º espaco intercostal linha hemiclavicular
direita).

A ICP primária é uma das estratégias para abrir o vaso o mais rápido possível (usar cateter com
ou sem colocação de stent) com o objetivo de restabelecer o fluxo coronário (deve ser iniciada
em até 90 minutos). Na impossibilidade de ICP ou na necessidade de transferência, opta-se por
trombolítico. O início da administração da terapia de reperfusão deve ser realizado o mais
precocemente possível.

Na SCACST os marcadores não devem ser utilizados para diagnóstico, pois temos já dois
critérios clínicos (somente para critérios prognósticos).

6. (UFPR 2017) A diretriz de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) de 2015 trouxe algumas


melhorias durante o procedimento de ressuscitação em relação às diretrizes anteriores. Qual
medida é recomendada na diretriz de 2015?

Alguns objetivos devem ser cumpridos para realizar compressões torácicas em excelência:

 Compressão torácica entre 100 a 120 compressões/min;


 Comprimir o tórax pelo menos 5cm (não mais que 6cm);
 Aguardar o retorno completo do tórax (para obedecer a diástole);
 Minimizar ao máximo as interrupções.
 O padrão da RCP deve obedecer 30:2
Foi reforçada a recomendação para que exista a disponibilidade de um DEA em locais públicos
com grandes chances de ter uma PCR. Um leigo não treinado pode reconhecer alguns sinais de
uma PCR (vitima nao responder, não respirar) e pode ser facilmente orientado por telefone.

7. (UFPR 2017) A hipertensão arterial, quando associada a outro fator de risco, pode piorar
muito o prognóstico do paciente. São riscos cardiovasculares, EXCETO:

As doenças CV permanecerão como a principal causa de mortalidade, visto que estamos diante
de um aumento da longevidade, mudanças do estilo de vida. Os principais fatores de risco que
podem ser analisados são: dislipidemia, HAS, DM, sobrepeso/obesidade, tabagismo, estresse).

Quanto a idade, o risco de DCV duplica após os 55 anos. É importante fator de risco de DAC
prematura em parentes do primeiro grau, homens abaixo dos 55 anos e mulheres abaixo de 65
anos.

8. (UNIFESP 2010) Qual a tétrade clássica da doença de Parkinson?

A doença de Parkinson (DP) é uma doença que atinge o SN (especialmente a substância negra
com a morte dos neurônios dessa região). As pessoas com DP apresentam alterações motoras
assimétricas (que acometem inicialmente um lado do corpo e progridem para o outro lado). A
tétrade parkinsoniana é composta por:
 Tremor de repouso: movimentos involuntários que são observados quando a pessoa
está parada e são observados em mandíbula, mãos e pés;
 Bradicinesia: lentidão do movimento, demorando mais para fazer os movimentos
mesmo que simples;
 Instabilidade postural: dificuldade de equilíbrio, caem com frequência;
 Rigidez muscular: músculos enrijecidos, mesmo quando os pacientes estão em uma
posição relaxada, que pode causar encurtamento dos músculos e anormalidades
posturais.

9. (UNIFESP 2010) Das alternativas, qual pode indicar intoxicação aguda por sal de lítio?

O lítio é um metal leve, na forma de carbonato de lítio é usado para os quadros de TAB. Após
ingerido tem rápida e completa absorção pelo TGI, o pico plasmático ocorre após 1 a 2 horas
(liberação rápida) ou 4 a 6 horas (liberação lenta). A prevenção pode ser feita pela
psicoeducacao (orientar tomar bastante água e consumir os eletrólitos). Importante também o
paciente saber identificar os sinais precoces da intoxicação como tremores, fraquezas,
náuseas, dor abdominal, diarreia.

A intoxicação ocorre quando a litemia está acima de 1,5MEQ. O paciente começa a apresentar,
vômitos, náuseas, diarreia, dor abdominal, tremores de mãos/pernas, fraqueza, letargia,
vertigem, disartria, hiperreflexia, dismetria.

O tratamento envolve lavagem gástrica na primeira hora (nao adianta tratar com carvão
ativado), suporte e aumentar a excreção renal (hidratação, alcalinização da urina e
hemodiálise).

10. (USP-RP 2017) Homem, 33 anos, assintomático, procura atendimento médico para
realização de atividade física em academia. Nega hipertensão, diabetes mellitus, dislipidemia
e tabagismo. Pai faleceu aos 39 anos de idade por morte súbita. Exame físico: FC:72 bpm; PA:
130 x 80 mmHg; ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas, sopro mesossistólico 3+/6+
em borda esternal esquerda média, cuja intensidade diminui com o agachamento e aumenta
com a posição ortostática. Vide eletrocardiograma (conforme imagem do caderno de
questões). Qual é a hipótese diagnóstica mais provável?

A CMH é uma doença genética autossômica dominante que é caracterizada por hipertrofia
ventricular sem ventrículos dilatados. Essas alterações nos músculos cardíacos podem
favorecer isquemias e disfunção diastólica, dando origem aos diversos sintomas como
insuficiência cardíaca, taquiarritmias atriais e ventriculares. O paciente pode ter quadros que
variam desde assintomáticos até ocorrência de morte súbita (MS).

A avaliação do paciente deve incluir: história clínica + ECG + Ecocardio. Os sintomas são muito
variáveis, mas pode cursar com dispneia, fadiga, angina, sincope, pré-síncope e palpitações. A
CMH é a principal causa de morte súbita em atletas jovens (questionar sobre morte súbita em
familiares com menos de 40 anos tem forte fator prognóstico e diagnóstico). No exame físico,
o paciente pode apresentar sopros sistólicos em crescendo e decrescendo atenuado pela
hand-grip e reforçado pela manobra de valsalva.

ECG: é alterado em 90% dos pacientes. Os achados mais frequentes são: SVE, desvio de eixo
para esquerda, amplitude aumentada de QRS, inversão de onda T, SAE, ondas Q patológicas.

ECO: é o método diagnóstico mais importante. Hipertrofia septal assimétrica, obstrução


dinâmica na via de saída do VE, dimensões e cavidades do VE normais/reduzidas.

Quando suspeitar de CMH: histórico familiar de morte súbita precoce, sopro cardíaco, ECG
com SVE sem HAS. Há indicação de investigar a doença nos familiares de primeiro grau do
paciente (exame clínico, ECG + ECO).

11. (UERJ 2019) Mulher de 25 anos apresenta quadro de icterícia iniciada há 60 dias,
associado a colúria, sem acolia fecal. Nos últimos seis meses, passou a apresentar
amenorreia. Nega uso de qualquer tipo de medicamento. Ao exame físico, apresenta acne,
estrias em abdômen, fígado a dois dedos do rebordo costal direito, com hepatimetria de 10
cm. Os exames laboratoriais demonstram hematócrito = 40%, leucócitos = 8.000/mm3, TGO
= 250U/L, TGP = 300 U/L, bilirrubina total = 7 mg/dL, bilirrubina direta = 5,6 mg/dL, fosfatase
alcalina = 240 U/L e gamaGT = 70 U/L. As sorologias virais mostravam: HbSAg (-), antiHbSAg
(+), Elisa de terceira geração para vírus C negativo e anti-HAV IgM (-) e IgG (+). A dosagem de
ceruloplasmina sérica apresentou resultado normal, alfafetoproteína = 10ng/mL e
antimúsculo liso de 1:720. O exame de lâmpada de fenda não mostrou alteração. O
diagnótico e o tratamento, respectivamente, são:

O que podemos pensar em uma paciente jovem de 25 anos, com icterícia as custas de BD,
associado a colúria, além de elevação de transaminases. Temos que pensar em quadros de
hepatite. Quando estamos diante de uma hepatite alcoólica AST >ALT e aqui temos um
predomínio de ALT.

Além disso, as sorologias para hepatite B não mostram infecção aguda (e sim cura seja ela por
infecção prévia ou vacinação – ANTIHBS +). Hepatite A com cicatriz (cura) e ausência de
contato com HCV. Alfafetoproteina dentro dos limites da normalidade e ceruloplasmina
normal (excluímos doença de Wilson). Após excluir todas essas causas e ver que a paciente
tem um anti-musculo liso positivo, aumenta as chances de ser hepatite autoimune. O
tratamento básico para hepatite autoimune é imunossupressão (corticoide + azatioprina).
12. (UERJ – 2019) Alcoolista crônico, 64 anos, após internação em emergência devido a
hipoglicemia, vem apresentando perda de equilíbrio, sonolência, tontura, confusão mental,
dificuldade de deambulação, com quedas ocasionais, movimentos estranhos nos olhos,
perda de memória para fatos recentes e invenção de histórias. Ao exame físico, apresenta
emagrecimento importante, ataxia, oftalmoplegia, sinais de polineuropatia, batimentos
cardíacos irregulares e sinais de insuficiência cardíaca. Diante desse quadro, o diagnóstico
mais provável é de:

O enunciado nos direciona claramente para uma síndrome de Wernicke-Korsakof. É um


paciente etilista crônico, que internou por um quadro de hipoglicemia e evoluiu com os
sintomas de oftalmoplegia, ataxia e confusão mental (encefalopatia de Wernicke) e
posteriormente amnésia e confabulações (Korsakof). O gatilho para a doença normalmente, é
a reposição de glicose sem tiamina. O quadro clínico de insuficiência cardíaca corrobora com o
diagnóstico de beri-beri (deficiência de B1): insuficiência cardíaca de alto débito. O paciente
não apresenta sinais de abstinência (tremores, ansiedade, agitação e alucinações).
Descartamos o hematoma subdural pela ausência de história de TCE. O Alzheimer é
caracterizado pela perda de memória (de curto e longo prazo). A vitamina B1 é uma coenzima
no metabolismo dos carboidratos. Na deficiência de tiamina, temos acumulo de piruvato, que
inibe a glicólise e aumenta lactato. O lactato gera acidose metabólica, e em casos graves coma
e morte.

13. (SES-PE – 2019) Uma paciente de 20 anos procurou o médico com queixas de astenia e
náuseas há dois meses. Ao exame físico, foram observadas leve icterícia e hepatomegalia.
Exames complementares mostram AST 980 UI/L, ALT 1230 1230 UI/L, BT 2,1 mg/dL,
fosfatase alcalina 1,3 vezes o limite superior da normalidade e IgG duas vezes acima do valor
normal. Sabendo que toda a sorologia viral foi negativa, qual exame mais provavelmente
será essencial para a definição do diagnóstico?

Novamente uma paciente mulher jovem, com icterícia, náuseas, com BT aumentada as custas
de direta, AST/ALT aumentadas (ALT>AST). E nenhuma sorologia positiva que justifique isso.
Uma vez que as hepatites virais foram excluídas, a segunda hipótese mais comum é a hepatite
autoimune (nesse caso, as pacientes apresentam FAN + e antimusculo liso +).

14. (PSU-MG – 2019) Uma senhora de 67 anos comparece ao consultório solicitando


orientação quanto a vacinação. É portadora de hepatite autoimune, em uso de azatioprina
100mg ao dia e prednisona 10mg ao dia. Traz os seguintes resultados de exames: anti-HBc
total positivo, anti-HBs positivo, HBsAg negativo, anti- HCV IgG negativo, anti-HAV IgG e IgM
negativo. Sobre a orientação para vacinação dessa paciente, assinale a alternativa CORRETA.

Analisando o que aparece para a gente: é uma paciente com uma hepatopatia (hepatite
autoimune) e então temos que impedir que ela adquira mais alguma hepatopatia. Além disso,
nao podemos prescrever para essa paciente vacinas de vírus atenuados pois essa paciente é
imunossuprimida.

Quando falamos das sorologias, a paciente é suscetível a hepatite A (devendo tomar vacina),
paciente já com cicatriz de cura de hepatite B e sem contato com o vírus da hepatite C.

Por ser imunossuprimida tem indicação para receber influenza e pneumo. Não precisa receber
vacina contra hepatite B e não pode receber vacina contra vírus atenuados.
15. (PUC-SP 2019) Paciente com 28 anos chega ao PS com sangramento gengival, hematúria
e petéquias em membros inferiores. Apresenta febre há 2 dias e em seu hemograma Hb =
9,3 g/dl, Leucócitos = 2100/mm3 (Segmentados = 15%, Linfócitos 40% e presença de 45% de
células imaturas) e Plaquetas = 16.000/ mm3. Qual é o provável diagnóstico, o exame
necessário para a confirmação diagnóstica e as primeiras medidas terapêuticas?

Paciente apresenta sinais de sangramento, febre e astenia. No hemograma apresenta


pancitopenia e blastos >20%. Aqui fazemos o principal diagnóstico de leucemia mieloide
aguda. Confirmamos esse diagnóstico com mielograma. Como está com menos de 20.000
plaquetas, será necessário transfundir plaquetas e como está febril, será necessário iniciar
ATB.

16. (FAMERP 2019) Um paciente de 34 anos queixa-se de fraqueza, que vem piorando
progressivamente há 4 meses. Nega histórico de tromboses. O exame físico não mostra nada
de relevante, além de mucosas hipocoradas. Um hemograma é, então, solicitado: Hb 7,5
g/dl; VCM 82 fl; Análise qualitativa da série vermelha : discreta anisocitose. Leucócitos
4500/mm3; Neutrófilos 70%; Linfócitos 25%; Eosinófilos 2%; Monócitos 3%; Plaquetas
180.000/mm3. Diante do quadro de anemia, novos exames são solicitados: ferritina 190
ng/ml; DHL 2100 U/l (valor normal até 280 U/l); Bilirruinas Indiretas 2,4mg/dl; Bilirrubinas
Diretas 0,5mg/dl; Bilirrubinas totais 2,9mg/dl; Coombs Direto negativo. Eletroforese de
Hemoglobina: Hb AA 96% com Hb A2 de 2,8%. Creatinina 1,0 mg/dl. Diante do quadro acima,
a alternativa que propõe a melhor hipótese diagnóstica seria:

Temos sinais claros que o paciente possui uma anemia hemolítica (HB baixo, VCM normal, LDH
elevado e BI elevada). Temos as causas:
 Microangiopáticas: PTT;
 Hemolíticas autoimunes (linfomas ou AHAI);
 Anemia hemolítica não imune (HPN).

Vamos excluir as microangiopatias pois não temos nenhum sinal de esquizócitos, hemácias
fragmentadas ou plaquetopenia. Como não temos a presença de anticorpos temos que excluir
AHAI.

A apresentação clínica é variável, com neutropenia, trombocitopenia, hemólise e infecções de


repeticao. Hemoglobinúria é mais comum na primeira urina da manha (que fica marrom-
avermelhada).

SEMANA 6

1.(SMS-SP 2014) Mulher, 51 anos de idade, tem artrite reumatoide há 18 anos, usando
metotrexate e infliximabe nos últimos 5 anos e queixa-se de dor intensa, de instalação
progressiva há 03 dias, em sua virilha direita. A dor acorda a paciente à noite e causa grande
dificuldade para andar. Exame clínico: paciente claudica, há deformidades das
metacarpofalangianas e interfalangianas proximais, a movimentação da articulação
coxofemoral direita está limitada e reproduz a dor à mobilização. Restante do exame
normal. Exames recentes: Hb = 11,0 g/dl; leucócitos = 9.200/mm3 (sem desvio); plaquetas =
380.000/mm3; VHS = 20 mm/h; proteína C-reativa = 1,5 mg/dl. Líquido sinovial obtido por
artrocentese da articulação coxofemoral direita: 1.100 leucócitos/mm3 (60% de
mononucleares). A principal hipótese é:
Aqui, temos que pensar nas possibilidades diagnósticas de um paciente com monoartrite em
um paciente já com AR em tratamento. Os pacientes com AR já tem um risco maior para
pensarmos em osteoporose e fratura por fragilidade, mas não temos história de trauma, nem
alterações no exame físico que justifiquem pensarmos em fratura (como rotação externa ou
encurtamento do membro). As outras alternativas que englobam as artrites infecciosas. Na
artrite séptica, frequentemente temos quadro sistêmico associado e um liquido sinovial
altamente inflamado (>50.000 leucocitos >80% de neutrofilos).

Nos restam então, duas possibilidades: AR agudizada e osteoartrite secundária. A artrite


reumatoide acomete pouco a articulação coxofemoral, além disso, o LS com leucócitos <2000,
sugerem um processo não-inflamatorio, então, osteoartrite.

2. (Santa Casa SP 2019) Assinale a alternativa que não apresenta um aspecto prognóstico
relevante nas leucemias linfocíticas agudas (LLAs):

Quanto ao prognóstico das LLA, o único ítem que não faz parte dos fatores prognósticos é a
febre. Se tiver leuco >30.000 é mau prognóstico, se cariótipo complexo é mau prognóstico,
quanto maior a idade pior a resposta aos tratamentos e se acometer SNC, testículos e
amigdalas, também é fator de mau prognóstico.

3. (FAMERP 2019) Uma paciente com 42 anos de idade apresenta importante dor abdominal
em hipocôndrio direito. Ao exame físico, nota-se apenas a palpação dolorosa da região
abdominal citada. No interrogatório complementar, ela refere apenas prurido após o banho.
Alguns testes são, então, solicitados: US de abdome: Fígado aumentado em suas dimensões,
baço com 450cm3 (valor normal até 300cm3) e trombose de veia supra-hepática. Hb 14,5
g/dl; VCM 82 fl; Leucócitos 9500/mm3; Neutrófilos 70%; Linfócitos 25%; Eosinófilos 2%;
Monócitos 3%; Plaquetas 580.000/mm3; DHL 180 U/l (valor normal até 280 U/l). Diante dos
dados acima, pode-se afirmar que:

Eritrocitose é causa frequente de prurido após o banho. HPN dá queda de HB. Além disso, a
pesquisa de mutação JAK-2 é importante para o diagnóstico de PV.

4. (USP 2019) Homem de 75 anos com antecedente de fibrilação atrial crônica faz uso de
anticoagulante oral (varfarina sódica). Está em programação de hernioplastia incisional. Qual
é a conduta em relação ao uso do anticoagulante?

O manejo operatório do paciente com varfarina leva em consideração a retirada do


medicamento de 5 a 7 dias antes do procedimento.

5. (USP 2017) Mulher de 32 anos de idade apresenta há 3 meses as lesões a seguir (VER
IMAGEM). Queixa-se também de fraqueza muscular e disfagia. No exame clínico, apresenta
força muscular grau IV proximal em membros superiores e inferiores, além das lesões
apresentadas. O restante do exame clínico está sem alterações. A principal hipótese
diagnóstica é:

O quadro clinico de fraqueza, disfagia e redução da força muscular nos chamam atenção para
polimiosite. Contudo, temos lesões típicas acometendo a pele do paciente como manchas de
Gottron e Heliotrôpo (periocular). Além disso, o paciente pode ter rash malar que não poupa o
sulco nasolabial (ao contrario do LES).
O quadro clínico da polimiosite é: fraqueza muscular progressiva de inicio insidioso (3 a 6
meses) de acometimento simétrico, proximal, de cintura escapular e pélvica. Com o passar do
tempo, vai evoluindo para comprometimento de faringe e esôfago (disfagia de transferência).
A dermatomiosite tem o mesmo quadro muscular da polimiosite, mas tem o acometimento da
pele que cursam com: sinal de Gottron, Heliotropo, sinal do V, sinal do xale e eritema em face
que não poupa o sulco nasolabial.

6. (PUC-SP 2017) Marília, 15 anos, foi encontrada comatosa. Tem diagnóstico prévio de
diabetes mellitus tipo 1. Foi encaminhada a Unidade Regional de Emergência com PA = 90 x
70 mmHg, FC = 140 bpm, FR = 44 irpm, Tax = 37°C, com pupilas mióticas. A ausculta
pulmonar era limpa, as mucosas muito desidratadas e diurese ausente. Os exames
laboratoriais revelaram: Na = 130 mEq/L; K = 3,0 mEq/L; Cl = 97 mEq/L; pH = 7,14; PaCO2 =
21mmHg e HCO3 = 7,0 mEq/L; PaO2 = 100 em ar ambiente; Glicose = 530 mg/dL. O
diagnóstico do distúrbio ácido básico primário de Marília é:

Como a paciente em questão é uma paciente diabética com uma glicemia de 530, já
suspeitamos de cetoacidose diabética e já sabemos que é causa de acidose metabólica com AG
aumentado.

Analisando a gasometria, vemos que temos um pH de 7,14 (acidótico) e um HCO3 baixo,


justificando a acidose metabólica, em compensação o PCO2 dela é de 21, que significa que
está lavando muito par tentar compensar.

Calculando o AG do paciente AG = NA – (CL + BIC) = 29, ou seja temos um AG aumentado.

7. (USP-RP 2015) Uma mulher de 30 anos refere sangramento gengival as escovações há 15
dias. Nega antecedentes pessoal e familiar de sangramento, faz uso de contraceptivos orais
refere etilismo social e nega tabagismo. Ao exame físico apresenta-se em bom estado geral.
corada, hidratada. anictérica. acianótica. sem linfonodomegalias. Encontram-se múltiplas
petéquias em tronco e membros. As auscultas cardíaca e pulmonar não têm alterações.O
abdome é indolor. sem visceromegalias. Hemograma: Hb = 13,79/dL, Ht = 44%, VCM = 881L.
leucócitos = 6.3 x 103lpL, neutrófilos = 4.9 x 10°/dL, Linfócitos 1.4 x 10’/uL, plaquetas = 12 x
103/uL e contagem de reticulócitos = 1%. O esfregaço do sangue periférico revela plaquetas
reduzidas em número, sem outras alterações. E mais: sorologias para HBV, HCV e HIV
negativas; FAN negativo: TSH normal; ultrassonografia de abdome sem alterações. Qual é a
conduta mais apropriada no momento?

Trata-se de PTI. A PTI é causada por anticorpos que atuam contra as plaquetas, que são
destruídas pelo sistema reticulo-endotelial. Os sintomas mais comuns são: sangramentos
mucocutaneos (pele, cavidade oral, nasal, vaginal) e no exame físico é comum encontrarmos
petequias principalmente em MMII.

Para o diagnóstico é necessário ter plaquetas < 100.000 e pode ser primária quando não tem
causa estabelecida, ou secundária (associada a infecções como HBV, HCV).

O objetivo do tratamento da PTI, não é normalizar o numero de plaquetas e sim obter uma
contagem suficiente para manter uma hemostasia adequada. Normalmente o tratamento é
indicado quando as plaquetas estão abaixo de 30.000, pois a partir dai a chance de eventos
mais graves aumenta. O tratamento se baseia em corticoterapia (prednisona 1mg/kg). Nos
sangramentos mais graves, é necessária uma elevacao mais rápida do numero de plaquetas, e
ai podemos usar imunoglobulina humana.
Nos casos de PTI que não respondem aos glicocorticoides, a esplenectomia é o tratamento
padrão. Lembrar que os pacientes que vão ser submetidos, devem ser vacinados para N.
meningitides, S. pneumoniae e H. influenza.

8. (USP-RP 2015) Uma mulher, caucasiana com pele e olhos claros, trabalhadora rural.
comparece ao ambulatório de especialidades com lesão vegetante e ulcerada na pele do
dorso da mão esquerda, sangrante ao pequeno trauma, há cerca de 8 meses. Relata ser
portadora de HIV. Qual é o diagnóstico mais provável da lesão na mão?

Essa lesão do paciente é típica de CEC. CEC é um carcinoma que ocorre nas células superiores
da epiderme e se desenvolve principalmente nas áreas que são mais expostas ao sol como
braços, pernas, pescoço, rosto e couro cabeludo.
pessoas com pele e cabelo claros, olhos azuis são mais propensas e desenvolver esse tipo de
carcinoma.
É 2x mais frequente em homens que em mulheres. A doença raramente se manifesta antes
dos 50 anos, atingindo o pico após os 70 anos.
O cancer pode aparecer em feridas de pele, queimaduras, cicatrizes ou ulceras.
O carcinoma basocelular se manifesta como uma papula perlácea.
O CEC se manifesta como lesões ulceradas que sangram facilmente. O melanoma são sinais
multicoloridos que mudam de cor e de tamanho (geralmente são muito pigmentados).

9. (UF-UBERLANDIA 2018) Paciente, sexo masculino, 45 anos, procura atendimento médico


em Unidade Básica de Saúde para consulta de rotina, por ser hipertenso, diabético e
dislipidêmico de longa data em uso de metformina 500 mg 2 vezes ao dia, sinvastatina 20
mg/dia, AAS 100 mg/dia, losartana 100 mg/dia, hidroclorotiazida 25 mg/dia e anlodipina 5
mg/dia. Refere que tem apresentando edema em membros inferiores que tem piorado nos
últimos meses, já reclamado em avaliação anterior, e que não melhorou após ter sido
recomendado aumentar a dose da hidroclortiazida para 50mg/dia e relatando também crises
recorrentes de “gota” que passaram a se tornar mais frequentes desde então. Exames
laboratoriais: creatinina = 2,10mg/dl (ritmo de filtração glomerular = 28 ml/min); ácido úrico
= 10mg/dL e proteinúria de 24h =1,3g. Quais os prováveis responsáveis, respectivamente,
pelo edema e pela gota apresentados pelo paciente e qual precisa ser retirada de acordo
com exames acima apresentados?

Questões abordando os efeitos colaterais dos anti-hipertensivos. Os diuréticos tem seus


principais efeitos colaterais como fraqueza, câimbras, hipovolemia. Lembrar do hipo
VONAKAMA (hipovolemia, hiponatremia, hipocalemia e hipomagnesemia). Hiperglicemia,
hiperuricemia também seu efeitos colaterais comuns (e pode precipitar as crises de gota).

Os principais efeitos colaterais dos BCC costuma ser o edema maleolar, pois eles provocam
vasodilatação e transudação capilar, além disso os pacientes apresentam rubor facial.

As estatinas podem causar dor muscular (com ou sem aumento de CPK). Lembrar que a
metformina está CI nos pacientes com TGF < 30.
10. (UF-UBERLANDIA 2018) Paciente portador de cardiopatia chagásica em uso de
amiodarona 200mg/dia é admitido na sala de emergência com confusão mental e queixa de
mal-estar. Ao exame físico apresenta pressão arterial de 70x40 mmHg, frequência cardíaca
de 210 bpm, frequência respiratória de 28 irpm e saturação de O2 de 90%. Realizado
eletrocardiograma que evidencia o traçado abaixo:

O paciente apresenta uma taquicardia ventricular monomórfica com sinais de instabilidade


(hipotenso, confusão mental, dor precordial, dispneia associada com congestão pulmonar são
sinais de instabilidade). Como o paciente está instável, o tratamento sempre será CVES, que
deve ser sempre sincronizada com o complexo QRS. A não ser que seja TV polimórfica, sem
pulso, ou FV (que temos que chocar).

Realizar sedação e analgesia adequadas e usar desfibrilador 100 a 200J.

11. (UF-UBERLANDIA 2018) Paciente, 50 anos, sexo feminino, vítima de acidente


automobilístico, internada na enfermaria de Ortopedia devido a fratura de diáfise de fêmur
ocorrida há 10 dias. No terceiro pós- operatório de correção cirúrgica, a paciente evolui com
dispneia súbita de moderada intensidade. Após as primeiras medidas de suporte, com
estabilização hemodinâmica e respiratória, foi calculado o Escore de Wells e planejados
exames para confirmação do diagnóstico da paciente. Qual exame complementar deverá ser
solicitado para confirmar ou descartar o diagnóstico mais provável da situação acima?

Trata-se da hipótese diagnóstica de TEP. Todas as situações que interfiram na tríade de


Virchow (estase venosa, lesão endotelial e estado de hipercoagulabilidade) são propícias para
o desenvolvimento de trombose. Trauma não cirúrgico, idade maior que 40 anos, TEV prévio,
imobilização, paralisia de MMII, obesidade, DPOC. Fraturas de bacia ou de membros inferiores
são situações de alto risco para ocorrência de TVP.

Os sintomas de um paciente com TEP, podem ser dispneia, dor pleurítica (se relaciona com os
trombos que causam infarto pulmonar). EP maciça quando tem choque/hipotensão arterial. EP
não-maciça se manifesta com quadro de choque ou hipotensão arterial. Quando temos supeita
de TEP, então temos que aplicar o Escore de Wells. Quando o paciente tem baixa
probabilidade pelo escore, temos que fazer o D-dímero, que se der negativo, exclui a
probabilidade de TEP. Se o escore der alto, já vamos direto para a AngioTC que vai confirmar o
diagnóstico.

12. (UF-UBERLANDIA 2017) Enquanto se espera a pericardiocentese, qual deve ser o


tratamento de suporte imediato num paciente com tamponamento cardíaco? Assinale a
alternativa correta.

O tamponamento cardíaco, essencialmente é um diagnóstico clínico. O volume intravascular


deve ser aumentado para os níveis capazes de manter a estabilidade hemodinâmica
especialmente importante nos doentes com depleção de volume. O uso de vasopressores deve
ser evitado (quando a pressão estiver dentro dos limites da normalidade), pois pode reduzir o
débito cardíaco.
13. (UF-UBERLANDIA 2017) Tabagista de 59 anos, queixa-se de dor torácica retroesternal em
aperto há 30 minutos. Sua esposa, por recomendação médica, se lembrou e administrou
nitroglicerina sublingual e oxigênio por cateter nasal. A pressão arterial é de 115 x 70 mmHg,
e sua frequência cardíaca é de 90 bpm. Foi conduzido imediatamente ao Pronto Socorro. Na
chegada, realizaram um ECG que estava normal. Qual dos seguintes é o passo mais
adequado? Assinale a alternativa correta:

Trata-se de uma SCASST que é quando ocorre o IAM sem elevação do segmento ST no ECG.
Sabemos que foi uma dor anginosa pois foi uma dor típica com duração de mais de 20 minutos
(afastamos possibilidade de angina instável). Diante de um paciente assim, ele deve receber o
seguinte tratamento:

 Acesso venoso;
 Oxigenio (Se necessário)
 AAS
 Clopidogrel – será mantido por 1 ano;
 Nitrato;
 Morfina (Se dor);
 IECA/BRA, Estatinas, BB...

14. (UF-UBERLANDIA 2017) Mulher esportista, de 37 anos é diagnosticada com hipertensão


em estágio 1 e, após uma avaliação, não é notada nenhuma complicação. De acordo com o
JNC8, qual dos seguintes agentes anti-hipertensivos é considerado agente de primeira linha
para esta paciente? Assinale a alternativa correta:

Então, 4 drogas são consideradas tratamento de primeira linha para os pacientes com HAS não
negros: diuréticos, IECA, BRA e BCC. Os BB não são mais utilizados. Então, vamos iniciar
primeiro diuréticos.

Se nao funcionar, vamos fazer a associação de DIU + IECA/BRA. Se não der certo, vamos fazer a
associação de DIU + IECA/BRA + BCC. A 4ª droga sempre será espironolactona.

15. (UF-UBERLANDIA 2017) Homem de 50 anos com hipertensão crônica apresenta pressão
arterial de 220 x 104 mmHg. Ele está assintomático e suspendeu suas medicações (enalapril
e anlodipina) há 45 dias. Qual das seguintes é a melhor ação? Assinale a alternativa correta:

Mais uma vez uma questão sobre crise hipertensiva (PAS > 180 e PAD > 120). Quando
associada a lesão de órgão alvo, trata-se de EH, quando não temos lesão de órgão alvo, trata-
se de UH (que é o caso do paciente). Diante disso, o tratamento VO é o indicado.

16. (UF-UBERLANDIA 2017) Qual dos seguintes achados é comumente visto na imagem do
cérebro de pacientes com doença de Alzheimer? Assinale a alternativa correta.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência e é uma doença degenerativa


incurável. Os neurônios de algumas partes do cérebro são destruídas o que pode levar a déficit
nas funções cognitivas como memória, habilidades linguísticas e comportamento.
Normalmente as lesões cerebrais começam a se desenvolver de 10 a 20 anos antes dos
sintomas. Somente quando as lesões evoluem e a reserva cognitiva diminuem é que os
pacientes começam a apresentar sintomas. Os sintomas iniciais incluem confusão mental leve
e dificuldade para lembrar acontecimentos recentes, a medida que a doença progride há uma
perda de autonomia da paciente. No tecido cerebral, ocorre acúmulo desses tipos de
proteinas como peptídeo amiloide e as proteinas TAU hiperfosforiladas.

Normalmente no exame de imagem vemos atrofia cerebral (encolhimento maior ocorre no


hipocampo que é zona de formação de memórias novas) e os ventrículos ficam maiores.

SEMANA 7

1. (UNICAMP 2015) Mulher, 90a, branca, queixa-se de tosse e expectoração amarelada há 2
dias. Sem comorbidades. Exame físico: lúcida; peso= 80kg; PA= 140x80mmHg; FR= 18irpm;
temperatura 37,5OC; oximetria de pulso= 97% (ar ambiente). Coração: bulhas rítmicas
normofonéticas sem sopros. Pulmão: murmúrio vesicular presente com estertores
crepitantes em base direita. Radiograma de tórax: opacidade em base direita. Exames
laboratoriais: Creatinina sérica= 1,0mg/dL; Hemograma: Hb= 13,7g/dL; Leucócitos=
13500/mm3 com neutrofilia. Em relação à taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) e à
internação:

Para conseguirmos resolver essa questão, basta calcular a TGF da paciente e pensar nos
critérios de internação baseados no CURB-65.

ClCr = (140 – idade) x peso x 0,85 (se mulher) / 72 x Cr sérica

A da paciente no caso dá 47ml/min.

O CURB-65 (confusão mental, U=50, R=30, PA<90, > 65 anos). A paciente apresenta um CURB
de 1, ou seja, não necessita de internação hospitalar para o tratamento.

CURB-65 0-1: ambulatorial // 2: hospitalar // >3 considerar UTI

2. (UNICAMP 2015) Homem, 78a, refere que não está conseguindo controlar a pressão
arterial há 3 meses. Antecedentes pessoais: tabagista, hipertenso há 20 anos, em uso de
hidroclorotiazida. Exame físico: corado; hidratado; FC= 72bpm; PA= 168x112mmHg. Pescoço:
sopro audível na topografia de carótida direita. Coração: ausculta cardíaca sem alterações.
Extremidades: pulso pedioso e radial esquerdos diminuídos. A propedêutica diagnóstica a
ser realizada é:

Esse paciente pode ter algo arterial, pois possui fatores de risco para doenças
cardiovasculares, assimetria de pulso (pedioso e radial diminuídos) e sopro carotídeo. Isso nos
faz pensar em dissecção de aorta. O exame de escolha nesses casos é a angioTC de aorta.

3. (UNICAMP 2015) Homem, 72a, queixa-se de tontura e cansaço há 2 dias. Hoje apresentou
queda da própria altura ao se levantar. Antecedente pessoal: hipertensão arterial em uso de
metoprolol e hidroclorotiazida. Realizou o ECG abaixo:

Esse paciente apresenta um BAVT sintomático. Possui intervalo PR aumentado e frequência


atrial e ventricular desconexas. Nesse caso indicamos a suspensão do metoprolol e a
implantação do marcapasso transcutaneo.

4. (UNICAMP 2015) Mulher, 48a, apresenta quadro de dor torácica ventilatório-dependente


há 2 meses. Há 2 semanas, refere melhora da dor e falta de ar progressiva. Radiograma de
tórax: opacidade homogênea à direita, compatível com derrame pleural. Realizada
toracocentese. Líquido pleural: proteína= 4,8g/dL; glicose= 23mg/dL; leucócitos= 720/mm3
(linfócitos= 78%, monócitos= 12%, neutrófilos= 10%); hemácias= 432/mm3; LDH= 1234UI/L;
Adenosina deaminase (ADA)= 52U/L. A hipótese diagnóstica é:

A tuberculose pleural é a forma mais comum de tuberculose extrapulmonar. A pleura pode ser
atingida por via Hematogênica. Manifesta-se clinicamente por febre, astenia, emagrecimento.
Dor pleurítica é o sintoma respiratório predominante.

O aspecto do líquido pleural tuberculoso é amarelo-citrino, seroso raramente sanguinolento.


As proteinas estão elevadas e glicose baixa. A analise celular revela linfocitose. Aumento de
ADA (valores acima de 50 UI) podem definir o diagnóstico de tuberculose.

5. (UNICAMP 2015) Homem, 38a, técnico de enfermagem, hígido e sem antecedentes


mórbidos, acidenta-se com agulha utilizada em punção venosa de paciente com diagnóstico
de hepatite (sorologias positivas para vírus da hepatite B e negativas para HIV). Sorologias
do profissional: HBsAg: não reagente; anticorpo anti- HBs: reagente, anti-HBc IgG: não
reagente. Essa sorologia indica:

Entao, o paciente apresenta HBS-AG negativo (não tem vírus da hepatite B) e tem ANTI-HBS
reagente (ou seja, ou o paciente é vacinado ou teve a infecção e ficou curado). Após analisar
isso, temos que analisar o C (ANTI-HBC que representa o core do vírus). Como o paciente
apresenta um anti-hbc nao reagente, indica que essa imunidade é oriunda da vacinação.

6. (UNICAMP 2015) Mulher, 54a, acompanhada por artrite reumatoide, há 6 meses em uso
de inibidor de fator de necrose tumoral. Refere diminuição do apetite há 4 meses, já
emagreceu 6 kg. Nega febre, refere sudorese durante a noite e tosse com expectoração
amarelada em moderada quantidade. Exame físico: PA= 128x74 mmHg; FC= 76 bpm; FR= 20
irpm;Oxi metria de pulso= 96% (ar ambiente); Índice de Massa Corpórea= 21 kg/m2. Regular
estado geral. Pulmões: murmúrio vesicular presente, estertores em ápice esquerdo.
Coração: bulhas rítmicas normofonéticas, sopro sistólico suave em foco mitral irradiado para
axila. O exame complementar e a conduta para o diagnóstico são:

A tuberculose pulmonar é a forma de apresentação mais frequente da tuberculose. A tosse


produtiva é o sintoma mais frequente da TB pulmonar e pode ser acompanhada de: evolução
insidiosa, febre baixa vespertina, sudorese noturna, perda ponderal significativa, alterações
pulmonares em segmentos superiores.

Algumas condições que levam a imunossupressão podem facilitar a infecção pelo bacilo de
Koch, como TB, e uso de inibidor de fator de necrose tumoral, que é o caso da paciente
descrita.

7. (UNICAMP 2015) Mulher, 38a, negra, procura atendimento com queixa de fraqueza,
desânimo e inapetência há 6 meses, com piora progressiva. Nega outras queixas. Exame
físico: PA= 110x70mmHg; FC= 92 bpm; descorada 2+/4+. Exames laboratoriais: Hb= 9,0g/dL;
Htc= 27%; VCM= 77fl; HCM= 22pg; ferro sérico= 32μg/dL e TIBC= 400μg/dL. A classificação
morfológica e a causa da anemia são:

Essa paciente apresenta sinais claros de anemia, como fraqueza e desanimo, bem como uma
queda de Hb (9). Então após isso temos que olhar as características para conseguir identificar
qual anemia o paciente tem.
Nesse caso, a paciente tem um VCM baixo (80 – 100) indicando uma microcitose e um HCM
baixo também (>27) indicando uma hipocromia. Uma outra característica é que a anemia por
deficiência de ferro cursa com RDW alto, ou seja, cursa com anisocitose (isso pode diferenciar
das beta-talassemias por exemplo).

Quando solicitamos o perfil de ferro, o que podemos encontrar? O ferro é transportado pelo
plasma junto com a transferrina, então quando dosamos o ferro sérico, estamos querendo
saber a quantidade de ferro que está desligada da transferrina.

O ferro sérico normal é de 75 a 175 (homens) e 65 a 165 nas mulheres. Quando estamos
diante de uma deficiência de ferro, ocorre aumento da transferrina e sua capacidade de
ligação estará elevada (TIBC – capacidade total de ligação do ferro), pois como falta ferro a
transferrina estará avida para se ligar ao ferro.

8. (UNICAMP 2015 - modificada) Homem, 67a, diabético, há 6 dias em tratamento por infarto
agudo do miocárdio. Após pesadelo, sente dor precordial intensa, em aperto e sudorese
profusa. Exame físico: FC= 96 bpm. Pulmão: murmúrio vesicular sem ruídos adventícios.
Coração: bulhas rítmicas normofonéticas sem sopros. No momento, o eletrocardiograma não
apresenta alterações isquêmicas. Exames laboratoriais: Troponina= 20ng/L (Valor referência
< 14,0ng/L). Qual a conduta?

As troponina permanecem elevadas por mais tempo. A CK começa a elevar seus níveis em 4 a
8 horas e tem seu pico entre 12 e 24 horas. Nos pacientes que se apresentam com menos de 3
horas do inicio dos sintomas, devem ser submetidos a nova dosagem de troponinas, pois
podem subir. Medidas seriadas de troponina devem ser obtido no momento do sintomas e de
3 a 6 horas após.

9. (UNICAMP 2015) Homem, 78a, há 2 meses queixa-se de falta de ar, com piora progressiva.
Aos grandes esforços, sente queimação retroesternal e em uma destas ocasiões, sentiu
tonturas, escurecimento visual e quase desmaiou, melhorando ao se deitar. Para conseguir
dormir, eleva a cabeceira da cama e, mesmo assim, acorda com canseira todas as noites,
melhora quando senta. Refere inchaço nas pernas. Exame físico: PA= 128x88 mmHg; FC= 108
bpm; bom estado geral; extremidades quentes; jugulares túrgidas a 45 graus; pulsos
carotídeos diminuídos. Pulmões: murmúrio vesicular presente com estertores crepitantes
em bases. Coração: bulhas rítmicas normofonéticas, com desdobramento de B2 na expiração
e B4 audível em mesocárdio e foco mitral e sopro sistólico paraesternal à direita, irradiando
para carótidas. A ausculta cardíaca refere-se a:

O desdobramento paradoxal é um desdobramento que desaparece na inspiração e está


presente na expiração. Ocorre em eventos que atrasam o coração esquerdo, como a estenose
aórtica por exemplo, como lentifica o enchimento do VE atrasa o fechamento da valva aórtica.

B4 está presente na contração atrial (som diastólico). Presente na hipertrofia concêntrica, em


que há diminuição da cavidade e dificuldade de relaxamento do VE.

Na estenose aórtica, ocorre uma dificuldade na abertura da valva aórtica então temos um
sopro sistólico no foco aórtico que irradia para as carótidas.

10. (UNICAMP 2015 - modificada) Homem, 21a, com fratura de fêmur devido à queda de
muro sobre a coxa esquerda, a qual permaneceu comprimida por 1 hora. Para prevenção da
injúria renal aguda, a conduta é:
A rabdomiólise é definida como uma lesão direta ou indireta do músculo esquelético, levando
a liberação de componentes e mioglobina, por isso temos mioglobinúria. Elevacao de CPK
pode ou não estar presente.

Para prevenir que ocorre alguma coisa ou atuar na hipercalemia é necessário hidratar
vigorosamente o paciente.

11. (UNICAMP 2015) Mulher, 43a, assintomática, realizou exame periódico da empresa e foi
auscultado sopro diastólico em foco mitral +++/4+. Radiograma de tórax: índice
cardiotorácico aumentado. Ecocardiografia: prolapso incontinente da valva mitral, com
ruptura de cordoalha tendínea do folheto posterior, diâmetro diastólico ventricular
esquerdo moderadamente aumentado e fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 45%.
Assinale a alternativa correta:

Sopro diastólico em foco mitral é um sopro de estenose mitral. É uma doença estritamente
cirúrgica. Indicações para cirurgia:

 Sintomático;
 Assintomático se: FE < 60, VE sistólico > 4,0, FA de inicio recente, PSAP > 50 ou
aumento do VE.

12. (UFES 2015) Um paciente de 52 anos, previamente diabético e dislipidêmico, com história
de dor, vermelhidão e calor no joelho direito há 02 dias, nega febre e episódios semelhantes
anteriores. Ao exame físico, apresenta FC = 104 bpm, PA = 120 x 80 mmHg, edema, calor, e
hiperemia do joelho direito com sinal da tecla positivo. A adequada conduta no
prontosocorro foi coleta do líquido sinovial, que se mostrou turvo e com viscosidade
diminuída. Assinale a alternativa correta:

A questão coloca em foco o diagnóstico e manejo das monoartrites agudas. A artrocentese é o


método diagnóstico preferencial para esclarecimento etiológico, pois sempre devemos
descartar artrite séptica (principalmente quadros em que temos edema articular importante –
sinal da tecla positivo). Somente com base na celularidade, nao conseguiríamos diferenciar
uma artrite séptica de uma artrite gotosa (ambas cursam com leucocitose com predomínio de
PMN). Lembrar que se o diagnóstico fala muito a favor de artrite séptica, nao devemos esperar
o resultado da cultura para iniciar tratamento. E vamos iniciar pensando nos patógenos mais
comuns que são S. aureus, Strepto, bacilos gram negativos (DM) e anaeróbios. Comecamos
com Oxacilina ou gentamicina/cefalosporina de 3ª geração (se gram negativos).

13. (UNICAMP 2010) Um homem, de 60 anos, há 6 meses queixa-se de dor lombar baixa, de
ritmo mecânico em faixa, com irradiação para as regiões inguinal e glútea e face anterior da
coxa direita. Refere piora vespertina, necessitando do uso diário de analgésicos e
antiinflamatórios não hormonais, e trabalha em uma distribuidora, caminhando vários
quilômetros ao dia, sem carregar peso. Exame físico: dor à palpação da região lombar baixa
com retração dos músculos isquiotibiais, bloqueio de rotação interna do quadril direito,
abdução de 10o, sinal de Thomas (+) à direita, ausência de déficit neurológico, Lasègue
negativo. O radiograma de coluna não aponta alterações. O diagnóstico e conduta são:

Dor na articulação coxo-femoral ocorre principalmente na região inguinal, com irradiação para
anterior da coxa. A presença de ritmo mecânico, deambulação, alteração da rotação interna e
abdução da coxofemoral, sugerem comprometimento coxofemoral. Alteração na flexão e
rotação interna (paciente não consegue). Também ocorre contratura em flexão e rotação
externa (Sinal de Thomas). Diante disso, o paciente tem uma osteoartrite coxo-femoral. Mas já
faz uso de AINES e analgésicos diariamente. Então, o que nos resta para esse paciente é fazer
artroplasia.

14. (SANTA CASA 2015) Uma paciente de 69 anos, em consulta de rotina sem queixas
ginecológicas, refere antecedentes de artrite reumatoide em uso de corticosteroides há 2
anos. Nega outras comorbidades. Menopausa aos 47 anos, sem uso de terapia hormonal
prévia, já teve 3 gestações, 2 partos (normais) e 1 aborto. Tem boa alimentação, com
ingestão de 3 copos de leite diários. Dentre os exames solicitados, observam-se, na
densitometria óssea, valores de -2,8 desvios-padrão (escore T) para coluna lombar e -2,7
desvios-padrão (escore T) para fêmur proximal. Dentre as alternativas a seguir, qual seria a
melhor opção terapêutica para a condição descrita?

O que esperar da DMO?

A paciente então, apresenta osteoporose na coluna lombar e no fêmur (> - 2,5). O principio do
tratamento se baseia em exercício e dieta rica em cálcio (além de comprimidos de calcio oral).
Mas como a paciente já apresenta osteoporose, temos que dispor de medicamentos que
bloqueiam a reabsorção óssea e aumentem a síntese óssea. Nao podemos utilizar
medicamentos a base de estrogênio, pois mesmo que estejam relacionados ao aumento do
risco CV. O inicio do tratamento então, deve ser baseado nos bisfosfonatos (Alendronato,
risendronato) que reduzem fratura tanto em coluna quanto em fêmur (onde os SERMS nao
estão indicados – nao atuam em fêmur).

15. (AMP 2015) Uma paciente de 48 anos relata 2 anos de evolução da dor e aumento de
volume envolvendo as articulações mestacarpofalangianas, o punho e a 3a e 4a
interfalangianas proximais, de forma aditiva. A paciente relata rigidez matinal com cerca de
1 hora de duração. Ao exame, apresenta artrite das articulações envolvidas, desvio ulnar
bilateral e nódulos subcutâneos na região extensora dos braços, móveis e fibroelásticos.
Qual destes achados NÃO é esperado no caso?

Essa paciente tem características de artrite reumatoide. Poliartrite simétrica aditiva com
rigidez matinal acima de 30 minutos, desvio ulnar e nódulos reumatoides. De inicio acomete
pequenas articulações (mãos, pés) e vai acometendo gradnes articulações como ombros,
cotovelos e joelhos. Raramente acomete interfalangeanas distais. O paciente apresenta FR +
além disso é esperado que tenha anti-CCP e as alterações radiográficas comuns são: erosões,
redução do espaco articular e diminuição da densidade óssea.

16. MCR, freira de 72 anos, branca, asmática com história de uso crônico e intermitente de
corticites, hipertensa em uso de enalapril e hidroclortiazida, com índice de massa corporal de
19 Kg/m2, sedentária, nuligesta, menopausa aos 46 anos e que nunca fez terapia de
reposição hormonal. MCR foi submetida a exame de densitometria óssea com os seguintes
resultados: Densidade mineral óssea (DMO) de L1-L4 de menos 3,7 desvios-padrão em
relação à curva de massa óssea ajustada para adultos jovens e menos 2,9 desvios-padrão em
relação à curva de massa óssea ajustada para a mesma idade, peso e sexo. DMO de colo
femoral de menos 1,4 desvios-padrão em relação à curva de massa óssea ajustada para
adultos jovens e menos 1,0 desvios-padrão em relação à curva de massa óssea ajustada para
a mesma idade, peso e sexo. Quanto ao diagnóstico densitométrico, pode-se afirmar que a
paciente tem:

Então, considerando os valores da DMO, essa paciente tem osteoporose em coluna


(desvio > -2,5) e osteopenia femoral (-1,5). No caso dessa paciente como o ponto de
corte é de -2,0 desvio padrao, isso alerta a possibilidade da osteoporose na coluna ser
de origem secundária.

Você também pode gostar