06 Type Classification Periods
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06 Type Classification Periods
ção · da ·
Tipografia
segundo
Períodos
Históricos
(baseado na obra de Robert Bringhurst)
A impressão feita a partir de caracteres móveis foi inventada, não por Gutenberg em 1450 na
Alemanha (como é vastamente afirmado pela Europa), mas por um estudante de engenharia de nome
Bí Sheng em 1040, na China.
As impressões mais antigas segundo este processo que chegaram aos nossos dias, datam do início do
séc. XIII, contudo, já há referências a ela no séc. XI por um ensaísta Shen Kuó.
Esta nova tecnologia chegou à Coreia antes da 2ª metade do séc. XIII e à Europa antes da 2ª metade
do séc. XV. Aí “encontrou-se” com a tradição do desenho Latino.
Na China, embora com um passado mais remoto, este processo falhou em vingar sendo mais
frequentes as impressões talhadas em madeira. Este processo de Xilogravura (matriz talhada na
madeira) era muito comum na Europa para ilustração e quando se difunde a tipografia (matriz em
liga de chumbo – peças móveis = tipos) as impressões passam a combinar as duas técnicas
(xilogravura para ilustração + tipografia para texto).
Na gravura a impressão é
Os processos de impressão são metálica, enquanto na
muito antigos. Se formos por xilogravura, a impressão é
exemplo ao Louvre, encontraremos feita em madeira.
Primeiras Formas Escritas
pequenos rolos do sistema de
gravação antigo.
As primeiras letras, cujo desenho foi sistematizado e instituído, são de origem Grega e foram gravados
na pedra.
Os Romanos desenhavam as letras com um pincel achatado e uma determinada direcção e depois
gravavam-na na pedra com um cinzel.
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A natureza
exemplifica a
matemática e nós a
Características Período Romano: identificamos.
*Trajan, fonte desenhada por Carol Twombly, 1988, é baseada nas inscrições da Coluna de Trajano
(Roma), gravadas em 113 d.c.
> Surgem as minúsculas a partir do uso da técnica da cana cortada pelos escribas nos mosteiros
cristãos;
> A cana cortada é uma ferramenta que produz a alternância de traço grosso e fino
(modulação);
Muitas das convenções dos Escribas, definidas na Alta Idade Média ainda sobrevivem:
> Títulos em letras caixa alta;
> Grandes iniciais marcam o início de capítulos ou secções;
> “Small Capitals” – caixa alta mais pequena, marca o início dos parágrafos
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A Letra Tipográfica Latina
Existem várias classificações de fontes. Umas com base em termos mais fabricados que outros como
Garalde e Didone, outras com rótulos vagos como Old Style, Modern ou Transitional.
As letras não são apenas produto da ciência, são um misto de desenvolvimento tecnológico e
motivação artística. Como tal, Robert Bringhurst, o autor do livro “The Elements of Typographic
Style”, considera que tal como outras obras na História da Arte, a Tipografia deve ser analisada
mediante o período artístico em que se enquadra.
História da Tipografia = o estudo das relações entre o desenho dos tipos e o resto das actividades
humanas – política, filosofia, arte e a história das ideias.
A Letra Renascentista
*Centaur, Bruce Rogers, 1914 (reconstrução baseada nos desenhos de Nicolas Jenson, Veneza, 1469)
Desenvolveu-se entre estudiosos e escribas no séc. XIV e XV. A passagem do desenho manual a metal
continuou por mais de um século.
Tal como as outras artes da Renascença, também a Tipografia foi tocada pelo carácter sensual,
iluminado e elevado do pensamento humano da altura.
O Itálico é uma criação Renascentista. Deve-se ao estudioso e editor Aldus Manutius ter sentido
necessidade de um tipo mais estreito que, assemelhando-se ao cursivo, possibilitava poupar espaço na
composição da página. Encomendado a Francesco Griffo que o desenhou em 1499, em Veneza. Os
primeiros itálicos são conhecidos como “Aldine”.
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> Eixo humanista;
> Pouco contraste;
> Altura de x modesta;
> Formas cursivas com serifas encrespadas e oblíquas;
> Descendentes serifadas bilateralmente ou sem serifas;
> Terminais abruptos ou lacrimais;
> Itálico completamente independente do redondo.
> Eixo do traço na caixa baixa redonda e itálica varia muito dentro do alfabeto;
> A inclinação do itálico varia entre 15º a 20º (dentro do alfabeto);
> Aumenta o contraste;
> Aumenta a altura de x;
> A abertura reduz-se de forma geral;
> Os terminais suavizam-se (tornam-se menos abruptos e mais lacrimais);
> Serifas de cabeça (na letra redonda) tornam-se esquinas ângulosas;
> Serifas de cabeça nas ascendentes itálicas tornam-se niveladas e mais rigorosas.
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Características Letra Romântica (séc. XVIII e XIX):
*Berthold Bodoni (baseada nas fontes de Giambattista Bodoni, Parma, entre 1803 e 1812)
> Procura a simplicidade para possibilitar a leitura a um grupo mais vasto de pessoas;
> Na maioria das vezes a letra Realista tem a mesma forma base da Neoclássica ou da
Romântica, contudo tem serifas mais pesadas (em bloco), de igual peso ao traço principal da
letra ou não as tem de todo.
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Características Letra do Modernismo Lírico (séc. XX):
*Palatino, Hermann Zapf, Frankfurt, 1948
Para além do movimento pró-geometrismo, existiram outros que lhe foram contemporâneos.
Movimentos como o Expressionismo procuravam aproximar-se de uma vertente mais orgânica, física
e sensorial. Desenvolvimento do orgânico enquanto oposição ao mecânico. O Modernismo Lírico é
fundamentalmente um reinventar da forma Renascentista.
> Redescoberta dos prazeres da escrita da letra em vez do desenho: redescoberta da caligrafia;
> Redescoberta do eixo humanista;
> Redescoberta da escala humanista das letras Renascentistas;
> Traço modulado;
> Grande abertura;
> Relativamente à forma renascentista, as serifas abruptas de cabeça e os terminais são mais
assumidos (mais evidentes).
> Este período tem a suas bases no estudo da história, das proporções da anatomia humana e
nos prazeres da caligrafia;
> O desenho tipográfico Pós-moderno baseia-se no revisitar e reciclar das ideias e formas
Neoclássicas, Românticas e de outros períodos pré-modernos, sempre com um toque de
leveza e humor;
> Pós-modernismo: atitude “auto-consciente mas pouco séria”;
> Mistura de eixo racionalista com energia caligráfica;
> Há muitos tipos de letra neste período: não há uma única regra.
> Como as suas predecessoras do Modernismo Geométrico, são normalmente não serifadas ou
desenhadas com traço contínuo (sem modulação);
> Baseadas no círculo e linha, contudo assimétricas;
> Ricas de nostalgia, reciclam valores e referências estéticas – as ideias Realistas;
> O desenho da letra inclui o humor pós-moderno;
> Há muitos tipos de letra neste período: não há uma única regra;
> Pós-Modernismo: tal como o Neoclássico, é uma arte da superfície, mais da visão do que da
reflexão.
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Imagens
Período Romano
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Letra com traço humanista - “O” - ângulo 45ª
Serifa tem várias características, pode ser oblíqua, em linha, de várias posições e formas diferentes.Mais robusta.
O itálico foi inventado no Renascimento, por Franchesco G. que sentiu a necessidade de criar letras inclinadas com
o objetivo de reduzir o espaço entre as letras, e assim caber mais caracteres em menor espaçamento. É um
desenho que se assemelha ao cursivo.
Traço principal vertical com inclinação de 10ª - Traço fino e modulado. Eixo humanista. Serifcas oblíquas. Itálico
completamente dependente do redondo.
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Características presentes na fonte tipográfica Kaslon - Típica do período barroco.
Inspirada nos trabalhos dos primeiros venezianos. Consideradas fontes clássicas.
Desenho mais dramático, formas mais contraditórias. Variação do eixo da letra.
Letras que tem eixo com ângulo diferente. É a partir do barroco que se começa a
Letra Barroca (séc. XVII) utilizar a versão em redondo e a versão em itálico.
Inclinação do itálico 15ª 20ª - Aumento do contraste, zonas mais largas / zonas mais finas = contraste maior.
Tamanho da letra ligeiramente mais alta. Abertura robusta de forma geral. Terminais suavizam-se. De agrudes
passam-se a lacrimais, dando lugar a algo mais fluído.
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Letra Romântica (séc. XVIII e XIX)
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Letra Modernista Lírica (séc. XX)
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Letra Pós-Modernista Geométrica (fins séc. XX)
Fonte utilizada: Georgia, corpo 10 + Georgia Bold, corpo 10 e 82 + Georgia Italic Bold, corpo 10.
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