Resumos Teste Renascimento Reforma ContraReforma Antigo Regime

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Muito importante: Este resumo foi feito com o objetivo de teres a matéria organizada,

mas não dispensa o estudo do teu Manual.

Para teres melhores resultados depois de estudares cada tema, recorda-te dos
exercícios do Manual, podes repeti-los mesmo que seja só em voz alta.

A matéria que deves estudar – pág. 50 a 55, pág. 64 a 83.

RENASCIMENTO

1. A valorização do ser humano


Nos séculos XV e XVI, as grandes viagens marítimas permitiram alargar o
conhecimento do mundo.
Encontraram-se novas terras, novos mares, novos povos, novas faunas e
floras, e criaram-se representações da Terra.

Enquanto tudo isto acontecia, em Itália desenvolvia-se o Renascimento.

A Península Itálica no séc. XV.

Inspirados pelos numerosos vestígios da cultura romana, os estudiosos do


Renascimento admiravam o saber e as obras da Antiguidade Clássica e
começaram a acreditar que o ser humano, sendo uma criação divina, tinha
capacidades para tudo conhecer e explicar.
Os renascentistas substituíram assim o teocentrismo medieval, em que Deus
estava no centro das preocupações humanas, por uma nova visão do mundo,
o antropocentrismo, que valorizava, acima de tudo, o ser humano.

"A criação de Adão", fresco de Miguel Ângelo, século XVI.

2.A difusão das ideias renascentistas


A riqueza de algumas cidades italianas, como Florença, Veneza, Génova,
Milão e Roma, permitiu que alguns senhores praticassem o mecenato ,
financiando obras e protegendo artistas, o que contribuiu para o
desenvolvimento do movimento renascentista.

A partir de Itália, o Renascimento estendeu-se depois a outras regiões da


Europa, como a França, a Inglaterra e, em especial, a Flandres.

A invenção da imprensa por Gutenberg, em meados do século XV, na atual


Alemanha, facilitou a divulgação das ideias, das obras e das novas
descobertas renascentistas.
Origem e difusão do Renascimento (séculos XV e XVI).

A renovação cultural e artística renascentista chegou também a Portugal,


embora tardiamente, e sem o impacto que teve noutros países europeus.

3.O humanismo
O humanismo foi o movimento responsável pela recuperação e valorização
da cultura clássica, a partir do século XV. Para tal, os humanistas estudaram
as línguas grega, latina e hebraica para fazerem a leitura e a crítica das obras
dos Antigos e da Bíblia.

Outra característica dos humanistas foi o individualismo: para os humanistas,


cada indivíduo deveria confiar nas suas capacidades para tudo conhecer e
explicar. Defendiam que cada ser humano era livre, podendo criticar a
sociedade.

Quatro humanistas, pormenor de quadro de Ghirlandaio, séc. XV.

Em Portugal, o rei D. João III acompanhou o movimento do humanismo com


grande interesse, enviando estudantes para colégios europeus localizados em
grandes centros humanistas e contratando professores humanistas para
ensinar em Portugal.

4. Os avanços no conhecimento
O Renascimento trouxe também uma nova forma de ver o mundo e o gosto
pelo estudo da Natureza.
Ao contrário do que acontecera na Idade Média, os humanistas privilegiaram
a observação, a experiência e o uso do espírito crítico.

Assim, durante o Renascimento, desenvolveram-se várias áreas do saber,


como a Medicina, a Matemática, a Geografia ou a Astronomia.
Foi com base nestes avanços da observação e da experiência que no
Renascimento, por exemplo, se rejeitou o geocentrismo (isto é, a ideia que a
Terra era o centro do Universo), propondo-se em alternativa
o heliocentrismo (ou seja, a ideia de que a Terra é um planeta que gira em
torno do Sol).

Representação da teoria geocêntrica e da teoria heliocêntrica.

Principais conceitos que deves saber:


Renascimento - movimento cultural surgido em Itália em finais do século XIV
e que marcou a Europa dos séculos XV e XVI. Inspirou-se na cultura greco-
romana, procurando valorizar o ser humano.
Teocentrismo - visão do Mundo segundo a qual Deus deveria estar no centro
das preocupações humanas (teos, em grego = Deus).
Antropocentrismo - visão do Mundo segundo a qual o centro das
preocupações humanas deveria ser o próprio ser humano ( antropos, em
grego = Homem).
Mecenato - proteção e apoio às artes, à cultura e às ciências, bem como aos
seus autores, por parte de pessoas ou instituições abastadas. A palavra teve
origem em Mecenas, grande protetor da cultura que viveu no Império
Romano, no tempo do imperador Augusto.
Humanismo - movimento responsável pela recuperação e valorização da
cultura clássica, recorrendo à leitura dos textos originais. O seu estudo levou
à valorização do ser humano e das suas capacidades. Humanus é uma palavra
latina que significa «ser humano». Humanismo é, por isso, «o que é próprio
do ser humano: instruído, culto».
Individualismo - afirmação pessoal de cada indivíduo e a valorização das
(suas) qualidades e competências do indivíduo para alcançar a realização
pessoal. Por exemplo, os artistas do Renascimento passaram a assinar as suas
obras, o que não acontecia na Idade Média.
Geocentrismo - teoria que defendia que a Terra era o centro do Universo.
Heliocentrismo - teoria que defendia que os planetas, e entre eles a Terra,
giram à volta do Sol.

II - A Reforma Protestante e a reação da Igreja


Católica

1. A Reforma Protestante
Nos finais da Idade Média, alguns membros do clero viviam luxuosamente,
não respeitando a pobreza e a humildade pregadas por Jesus Cristo.

A corrupção e a imoralidade eram frequentes na Igreja Católica . Muitos


humanistas e clérigos criticaram esse modo de vida.

Um desses críticos foi o monge alemão Martinho Lutero, que defendeu a


renovação da Igreja, com vista a disciplinar a vida do clero e a regressar à
pureza inicial do Cristianismo. No entanto, as suas posições levaram-no a
entrar em conflito com o Papa, que o excomungou, ou seja, expulsou-o da
religião cristã.

Lutero formou, então, a Igreja Luterana, que defendia que o ser humano
conseguiria obter a salvação, isto é, ir para o Paraíso, apenas pela fé; que
existem somente dois sacramentos e que deveria ser abolido o culto à Virgem
Maria e aos santos. Teve, assim, início a Reforma Protestante.

No século XVI, para além da Igreja Luterana, foram também criadas a Igreja
Calvinista, por Calvino, na Suíça, e a Igreja Anglicana, pelo rei Henrique VIII,
em Inglaterra.

Lutero, Calvino e Henrique VIII.


A Bíblia continuou a ser para todas, tal como para a Igreja Católica, o livro
sagrado.

A Igreja Católica e as igrejas protestantes.


Na Europa Ocidental, os Cristãos ficaram divididos em dois blocos: o Católico,
a sul e a este, e o Protestante, a norte.

A Europa religiosa no final do século XVI.

2. A reação da Igreja Católica: reforma interna e Contrarreforma


À Reforma Protestante, a Igreja Católica respondeu com a reforma interna e
com a Contrarreforma.

No Concílio de Trento, foi decidido manter os dogmas essenciais da sua


doutrina:
- A salvação pela fé e pelas boas obras – fazer boas ações, como por
exemplo dar esmola à Igreja –,
-O culto dos santos e da Virgem Maria, os sete sacramentos e a
autoridade do Papa.

Sessão do Concílio de Trento (1545-1563).

Contudo, tomaram-se medidas tendo em vista alterar os comportamentos


do clero:

1)Para evitar a difusão do Protestantismo, surgiu a Companhia de


Jesus e o Index (lista de livros proibidos por serem contrários à Igreja)

2)A Inquisição (que julgava e punia heresias, como o Judaísmo, o


Luteranismo, o Islão, a bigamia, as relações sexuais entre pessoas do mesmo
sexo e a bruxaria).

Na Península Ibérica, os principais perseguidos pela Inquisição foram os


cristãos-novos, Judeus que se tinham convertido ao Cristianismo, a maioria
das vezes de forma forçada.

Procissão de condenados pela Inquisição, Lisboa, séc. XVI.

Principais conceitos que deves saber:

Dogma - princípio fundamental de uma religião, encarado como indiscutível


por ser considerado uma verdade absoluta revelada por Deus.

Reforma Protestante - movimento religioso iniciado pelo monge alemão


Martinho Lutero no século XVI, que defendia a renovação da Igreja, com vista
a moralizar a vida do clero e a regressar à pureza da mensagem de Jesus
Cristo. Deu origem às Igrejas Luterana, Calvinista e Anglicana.

Contrarreforma - resposta da Igreja Católica à Reforma Protestante. Utilizou


diversos meios repressivos como a Inquisição e o Index, para perseguir os
seguidores das crenças protestantes e de outras crenças; promoveu uma
maior educação e a conversão de outros povos ao catolicismo através da
Companhia de Jesus, e aumentou a vigilância interna sobre a disciplina do
clero.
Cristão-novo - Judeu ou Muçulmano batizado cristão, por vontade própria ou
por ser obrigado.

III- O Antigo Regime

1.A Europa nos séculos XVII e XVIII - o Antigo Regime

Nos séculos XVII e XVIII, a maioria dos países europeus tinha uma organização
política, económica e social com características comuns.
Essa realidade histórica foi designada por Antigo Regime.
O Antigo Regime caracteriza-se:
1. a nível político por ter uma monarquia absoluta - absolutismo
2. a nível social por uma sociedade por ordens muito hierarquizada e
estratificada;
3. a nível económico por uma agricultura fraca e o comércio
internacional desenvolvido e também pela existência do
mercantilismo

1.O absolutismo

A nível político, predominaram as monarquias absolutas, ou seja, regimes em


que os reis concentravam todos os poderes: faziam as leis (poder
legislativo), governavam (poder executivo) e aplicavam a justiça (poder
judicial).

Os reis absolutos concentravam todos os poderes.

Os reis absolutos consideravam-se representantes de Deus na Terra e


impunham a sua autoridade a todos os grupos sociais.
Procuravam impressionar os seus súbditos através da monumentalidade das
construções que mandavam edificar e através da riqueza e do luxo que
ostentavam.
O melhor exemplo foi o rei francês Luís XIV - «O Rei-Sol», o qual mandou
construir um grande palácio em Versalhes.
Em Portugal, destacou-se D. João V.

2.A sociedade do Antigo Regime

A sociedade do Antigo Regime era formada por três ordens ou estados: clero
ou primeiro estado, nobreza ou segundo estado e Terceiro Estado.
Era uma sociedade profundamente estratificada e hierarquizada, ou seja,
cada ordem dividia-se em vários grupos/estratos e cada estrato devia
obediência àqueles que lhe eram superiores.

Era também uma sociedade fechada, pois raramente se mudava de


ordem. Cada pessoa pertencia à ordem ou estado dos seus pais, ou seja, era o
nascimento que definia a que ordem social se iria pertencer.

É habitual representar-se a sociedade do Antigo Regime numa pirâmide.

Clero e nobreza tinham privilégios, como não pagarem impostos. Os


elementos do alto clero, como bispos, e da alta nobreza (nobreza de espada)
possuíam também grandes propriedades e desempenhavam altos cargos na
governação. O baixo clero (os párocos) vivia de forma modesta.

O Terceiro Estado era a ordem social mais numerosa. Nesta ordem


destacava-se a burguesia, que era constituída pelos homens de letras e pelos
comerciantes. Seguiam-se os pequenos e médios proprietários, os artesãos,
os assalariados e os escravos. A maioria dos membros do Terceiro Estado
dedicava-se à agricultura.

3.A economia do Antigo Regime


Ao longo do Antigo Regime, a agricultura continuou a ocupar a grande
maioria da população e a ser a base da economia. No entanto, a população
agrícola manteve-se fraca, devido à falta de modernização.
Trabalhos agrícolas no Antigo Regime.

Ao contrário da agricultura, o comércio internacional teve grande


desenvolvimento, beneficiando, sobretudo, das riquezas coloniais.
Este dinamismo comercial acentuou a rivalidade entre os países e levou
muitos deles a colocar em prática o mercantilismo.

Segundo o mercantilismo, um país seria tanto mais rico quanto maior fosse a
quantidade de metais preciosos que possuísse.

Para fazer entrar metais preciosos no país, os reis absolutos tomaram as


seguintes medidas:

- Criaram novas manufaturas e apoiaram as já existentes, o que


permitiu aumentar as exportações e diminuir as importações;
- Criaram companhias de comércio monopolistas controladas pelo
Estado;
-Diminuíram as importações, através do aumento das taxas
alfandegárias;
-Promulgaram leis pragmáticas -proibição de importação de produtos
de luxo.

Com todas estas medidas, tentava-se que o valor das exportações fosse
superior ao das importações obtendo-se, assim uma balança comercial
favorável e consequente acumulação de riqueza.
Segundo o mercantilismo, quanto mais riqueza o reino possuía, mais
poderoso era o rei.
Balança comercial favorável
defendida pelo mercantilismo.

Conceitos que deves saber:

Antigo Regime - período da história europeia que abrangeu os séculos XVII e


XVIII, e que se caracterizou pelo poder absoluto dos reis, por uma economia
baseada na agricultura e no comércio internacional e ainda pela existência de
uma sociedade fortemente estratificada e hierarquizada.

Sociedade de Ordens - sociedade dividida em ordens ou estados (clero,


nobreza e Terceiro Estado). Cada ordem gozava de prestígio, de acordo com a
origem do seu nascimento, as funções que exercia e os direitos e deveres que
possuía. Cada uma das ordens estava, ainda, dividida em estratos,
organizados de forma hierárquica.

Absolutismo - regime político em que o rei concentrava em si todos os


poderes do Estado, detendo uma autoridade absoluta sobre os seus súbditos.
Defendia que o poder do rei provinha diretamente de Deus, única entidade a
quem tinha de prestar contas da sua governação.

Mercantilismo - teoria económica que vigorou em vários países da Europa


durante o Antigo Regime. Defendia que a riqueza de um reino assentava na
acumulação de metais preciosos (ouro e prata). Para isso, era necessária uma
balança comercial favorável.

Manufatura - oficina em que várias pessoas (os artesãos) transformavam as


matérias-primas em produtos, usando, essencialmente, o trabalho manual.

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