Mayara Boffi - O Direito Vai À Escola - Perfil de Informações Jurídicas para Alunos Do Ensino Médio

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 30

ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIA E EDUCAÇÃO (EAD)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


PROJETO EXPERIMENTAL / RELATO DE EXPERIÊNCIA

“O DIREITO VAI À ESCOLA”: PERFIL DE INFORMAÇÕES


JURÍDICAS PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Mayara Boffi

Uruguaiana
2023
MAYARA BOFFI

“O DIREITO VAI À ESCOLA”: PERFIL DE INFORMAÇÕES


JURÍDICAS PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como requisito parcial para a obtenção do
título de Especialista em Mídia e Educação
pela Universidade Federal do
Pampa/Universidade Aberta do Brasil.

Orientadora: Profª Drª Adriana Ruschel


Duval

Uruguaiana
2023
Ficha catalográfica elaborada automaticamente
com os dados fornecidospelo(a) autor(a) através do
Módulo de Biblioteca do
Sistema GURI (Gestão Unificada de Recursos
Institucionais) .

B673“ Boffi, Mayara


“O DIREITO VAI À ESCOLA”: PERFIL DE INFORMAÇÕES JURÍDICAS
PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO / Mayara Boffi.
29 p.

Trabalho de Conclusão de Curso(Especialização)--


Universidade Federal do Pampa, ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIA E
EDUCAÇÃO, 2023.
"Orientação: Adriana Ruschel Duval ".

1. Direito e Educação. 2. Redes Sociais e Educação . I.


Título.

3
4
4
RESUMO

O projeto experimental em questão trabalhou com a construção de um perfil na rede social


Instagram nomeado como: “O Direito vai à Escola”, o qual tem como objetivo a
divulgação de algumas temáticas importantes do direito, como o Direito do Trabalho,
Direito do Deficiente, Direito do Consumidor, Direito de Família, Direito Penal e
Violência Doméstica. O público-alvo são os alunos do Ensino Médio do Colégio Tecno-
Sert, situado na cidade de Sertãozinho/São Paulo, os quais conheceram esse projeto no
primeiro semestre do ano de 2023. Conclui-se que o projeto alcançou seu objetivo de
propiciar aos estudantes o acesso ao conhecimento jurídico, quanto a temas que possam
vir a interessá-los, em linguagem e apresentação apropriadas às características desse
público, tendo em vista a interação dos alunos com a página e a manifestação de interesse
explicitada por eles.

Palavras-chave: Instagram; Direitos; Educação; Rede Social.

4
ABSTRACT

The experimental project in question worked with the construction of a profile on the
social network Instagram named as: “The Law goes to School”, which aims to
disseminate some important themes of law, such as Labor Law, Disabled Persons ,
Consumer Law, Family Law, Criminal Law and Domestic Violence. The target audience
are high school students at Colégio Tecno-Sert, located in the city of Sertãozinho/Sao
Paulo, who learned about this project in the first half of 2023. It is concluded that the
project achieved its objective of providing students access to legal knowledge, regarding
topics that may interest them, in language and presentation appropriate to the
characteristics of this public, in view of the interaction of students with the page and the
expression of interest made explicit by them.

Keywords: Instagram; Rights; Education; Social network.

6
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 08
2. O RELATO DA EXPERIÊNCIA ........................................................ 10

2.1 Subsídios teóricos.................................................................................. 10

2.2 Objetivos e enfoque experimental ....................................................... 16

2.3 Procedimentos metodológicos .............................................................. 17

3. RESULTADOS E REFLEXÕES ......................................................... 23

REFERÊNCIAS ..........................................................................................27

APÊNDICE .................................................................................................. 29

7
1 INTRODUÇÃO

O tema escolhido para o desenvolvimento do projeto experimental foi trabalhar


algumas noções gerais de Direito por meio da criação de um perfil na rede social
Instagram, cujo conteúdo será a divulgação de algumas temáticas importantes e
essenciais do direito voltado para os alunos do Ensino Médio do Colégio Tecno-Sert,
situado em Sertãozinho/São Paulo.
Além disso, a ideia do trabalho parte do princípio de que essas informações
precisam ser transmitidas com um vocabulário acessível a esse público, sem utilizar as
palavras difíceis do universo jurídico, isto é, sem nada de “juridiquês”, como esses termos
são popularmente conhecidos. É importante ressaltar que pensei na divulgação desse tema
por meio da rede social Instagram, tendo em vista que se trata da rede social mais popular
entre os adolescentes, na atualidade. Além disso, essa rede social é conhecida não só pelo
compartilhamento de fotos e vídeos, como também de conteúdos de caráter pedagógico
que envolvem notícias e estudos, páginas que ajudam os alunos nas disciplinas escolares,
entre outros.
Destaco que o desenvolvimento do trabalho compreendeu os meses de outubro de
2022 a março de 2023 e os alunos tiveram conhecimento desse projeto na primeira
semana de aula de 2023 (janeiro/2023).
As motivações para a escolha do tema estão ligadas à minha formação e atuação
profissional, tendo em vista que hoje sou advogada e professora de Língua Portuguesa.
Ademais, optei por trabalhar com essa temática pois, ao lidar com os jovens percebi que
muitos não sabiam de alguns direitos básicos que um cidadão possui, como por exemplo,
a inserção no mercado de trabalho por meio dos programas de jovem aprendiz ou como
estagiários.
Assim, entendo que, ao disponibilizar esse tipo de conteúdo, estarei contribuindo
ao esclarecimento dos jovens a respeito de direitos que, hoje em dia ou em um futuro
próximo, poderão estar entre as questões que eles se deparam ou terão de lidar. Dessa
forma, ao estimular que eles estejam atentos ao que dispõem as leis, poderão ser
protagonistas na busca de seu cumprimento.
A escolha do público-alvo primordial - alunos que estão concluindo o Ensino
Médio - foi algo pensado no sentido de prepará-los para a vida, uma vez que muitos irão
diretamente para o mercado de trabalho, outros seguirão para a trajetória de estudos em

8
nível acadêmico, além do fato de que se tornarão maiores de idade e se depararão com
diversas questões que podem ser esclarecidas de antemão.

9
2 O RELATO DE EXPERIÊNCIA

2.1 Subsídios teóricos

O presente relato aborda, neste ponto, a respeito dos principais pilares teóricos
que nortearam a produção do projeto experimental em questão. Foram eles:
conhecimentos sobre as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs);
sobre a rede social Instagram; e sobre o que rege a BNCC acerca da associação entre
informações e tecnologias a serviço do processo de ensino-aprendizagem.

Tecnologias voltadas a informar e comunicar


As tecnologias envolvidas na mediatização, que conduzem informações e
propiciam comunicação utilizando aparatos específicos, podem ser definidas como um
conjunto de recursos tecnológicos voltados a esses processos, envolvendo a interação
humana. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e as Tecnologias Digitais
de Informação e Comunicação (TDICs) contribuíram para a criação de novas identidades
e de práticas cotidianas inovadoras, e sua influência, na área educacional, fez com que
surgissem novos ambientes de ensino e aprendizagem.
Nesse sentido, é importante destacar que, segundo Bertoldo, Salto e Mill (2018),
as TICs referem-se “amplamente aos novos e mais efetivos meios de produção e troca de
conhecimentos, de promoção da educação e da pesquisa, de organização e manejo de
dados, informação e conhecimentos” (BERTOLDO, SALTO E MILL, 2018, p. 619).
Assim, é possível observar que as TICS buscam a democratização do acesso à informação
e ao conhecimento, gerando uma interação com a cultura digital. Já, as TDICS, para
Pimentel (2017) diferenciam-se das TICs tendo em vista o aspecto digital, isto é, são
alicerçadas em conexões com a internet e a sistemas computacionais, ou seja, aplicam as
tecnologias digitais.
Dessa forma, tendo em vista que a sociedade atual está mais inserida em um
mundo digital e com isso, as crianças e adolescentes entram em contato com a tecnologia
cada vez mais cedo, foi necessário pensar em um novo modelo de educação, o qual
inserisse a tecnologia na sala de aula.

10
A mudança pedagógica que todos almejam é a passagem de uma educação
totalmente baseada na transmissão da informação, na instrução, para a criação
de ambientes de aprendizagem nos quais o aluno realiza atividades e constrói
o seu conhecimento. Essa mudança acaba repercutindo em alterações na escola
como um todo: sua organização, na sala de aula, no papel do professor e dos
alunos e na relação com o conhecimento (VALENTE, 1999, p. 29).

Sobre essa temática, é possível afirmar que a pandemia causada pelo Covid-19
acelerou esse processo, já que o distanciamento social exigiu, da Educação,
reformulações no ensino para adaptar-se à nova realidade. Isso foi enfatizado por autores
como SANTANA et al (2020, p. 302): “a questão do distanciamento social e da
quarentena em que nos encontramos tem trazido consigo uma série de mudanças em
nossas formas de ser e estar no mundo, cada vez mais mediadas pelo digital em rede”.
Diante do cenário apresentado, o ensino e a aprendizagem mediados pelas TICs e
TDICs tiveram seu espaço ampliado no contexto educacional, já que as aulas presenciais
foram substituídas pelas aulas online ou, de alguma forma, os alunos tiveram de recorrer
a interações mediadas pela tecnologia, como as redes sociais.
Ademais, as TDICs podem colaborar no processo de ensino-aprendizagem por
meio da criação de blogs, armazenamento na nuvem e até o desenvolvimento de softwares
educacionais.
A convergência das tecnologias de informação e comunicação para a
configuração de uma nova tecnologia, a digital, provocou mudanças
radicais. Por meio das tecnologias digitais é possível representar e
processar qualquer tipo de informação. Nos ambientes digitais reúnem-se a
computação (a informática e suas aplicações, as comunicações
(transmissão e recepção de dados, imagens, sons, etc.) e os mais diversos tipos,
formas e suportes em que estão disponíveis os conteúdos (livros, filmes, fotos,
músicas e textos)). É possível articular telefones celulares,
computadores, televisores, satélites, por eles, fazem circular as mais
diferenciadas formas de informação. Também é possível a comunicação
em tempo real, ou seja, a comunicação simultânea, entre pessoas que estejam
distantes, em outras cidades, em outros países ou mesmo viajando no espaço
(KENSKI, 2012, p. 33).

Rede social Instagram


Diversos aplicativos que, até então, não possuíam muitas relações com a
educação, passaram a ser utilizados com a finalidade de divulgar e promover o ensino e
aprendizagem dos estudantes. Neste sentido, a rede social Instagram, a qual era utilizada
para a divulgação de fotos e vídeos de cunho pessoal, passou a ter mais uma função: a
divulgação de conteúdos educacionais, isto é, vários professores começaram a criar perfis
com o intuito de divulgar conhecimentos de uma forma mais interativa e potencializar a
interação com seus alunos.

11
A versatilidade do Instagram permite ao usuário intercambiar experiências
formativas que podem ser aplicadas ao processo de ensino e de aprendizagem,
aliando a expectativa de interatividade ao engajamento de seguidores, numa
troca instantânea de informações e de ampliação no critério de importância do
assunto discutido. Implicando destacar que, por produzir respostas imediatas
às publicações, o “Insta” facilita a compreensão do processo de construção de
conceitos, criando espaços a partir do embate de ações (ALVES et al, 2018, p.
36).

Dessa forma, a rede social Instagram, por estar mais próxima do cotidiano dos
alunos, influencia positivamente no processo de ensino e aprendizagem, resultando,
potencialmente, em maior interação e engajamento dos discentes com a educação.
A rede social Instagram, criada em 2010, por Kevin Systrom e Mike Krieger, é
destinada à publicação de imagens e vídeos pelos usuários. O nome Instagram origina-se
do termo insta, que significa instantâneo e gram, que deriva da palavra telegrama, isto é,
uma forma rápida de enviar informações.
Essa rede social se destaca pela simplicidade de manuseio e faz sucesso entre os
jovens, os quais, podem compartilhar suas fotos e vídeos e, além disso, acompanhar o seu
engajamento na rede por meio da quantidade de seguidores e curtidas que recebem em
suas postagens. Atualmente, o Instagram é uma das redes sociais que mais cresce no
mundo, contando com mais de um bilhão de usuários ativos no mundo. O Brasil é o
segundo país com mais usuários, de acordo com pesquisas da Folha de São Paulo (2017).
Diante desse cenário, embora na maioria das vezes a rede social Instagram é
utilizada pelos jovens apenas para curtir uma imagem, o presente trabalho propõe ao
aluno também utilizar essa rede para ampliar o seu conhecimento. Com isso, segundo
Valente (1999):
A mudança pedagógica que todos almejam é a passagem de uma educação
totalmente baseada na transmissão da informação, na instrução, para a criação
de ambientes de aprendizagem nos quais o aluno realiza atividades e constrói o
seu conhecimento. Essa mudança acaba repercutindo em alterações na escola
como um todo: sua organização, na sala de aula, no papel do professor e dos
alunos e na relação com o conhecimento (VALENTE, 1999, p. 29).

A BNCC e o uso de tecnologias


Ainda pensando-se em novas propostas educativas, não só associadas à utilização
da internet no ambiente escolar, mas voltando-se para o conteúdo ensinado dentro das
salas de aula, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) surgiu em 2016 com o objetivo
de determinar as competências, habilidades e aprendizagens essenciais que todos os
alunos devem desenvolver durante cada etapa da educação. Com isso, desde o seu

12
surgimento, a BNCC tem sido modificada e atualizada com intuito de se adequar à
realidade dos estudantes.
Diante desse cenário, nota-se que no texto da BNCC há sinalização da relação
entre a educação e o uso das tecnologias, vejamos algumas habilidades apresentadas no
documento:
(EM13LGG701) Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação
(TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e utilizá-las de modo
ético, criativo, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes
contextos.
(EM13LGG702) Avaliar o impacto das tecnologias digitais da informação e
comunicação (TDIC) na formação do sujeito e em suas práticas sociais, para
fazer uso crítico dessa mídia em práticas de seleção, compreensão e produção
de discursos em ambiente digital.

Cabe ressaltar que, em conjunto com as diretrizes apresentadas pela BNCC, o


Estado de São Paulo instituiu o Currículo Paulista, o qual representa um processo de
melhoria da qualidade da educação. Neste sentido, é importante destacar que o Currículo
aponta a importância de uma formação cidadã para a convivência dos alunos em
sociedade. Vejamos:
Retomando os princípios dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), fica
claro que o primeiro objetivo geral do Ensino Fundamental é levar os alunos à
compreensão da “cidadania como participação social e política. A partir dessa
compreensão, espera-se despertar a consciência em relação ao exercício de
direitos e deveres políticos, civis e sociais”, adotando, “no dia a dia, atitudes
de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e
exigindo para si o mesmo respeito” (SÃO PAULO, 2012, p. 29).

Contudo, apesar de se comentarem muito sobre a inserção de novos conteúdos na


grade curricular, sendo estes voltados para a realidade e o cotidiano dos alunos, ainda há
diversas dificuldades em sua implantação. Assim, diante desse cenário, algumas escolas
optaram por promoverem essa “educação diferenciada por conta própria”, isto é,
pensaram em alternativas para apresentarem esses conteúdos aos seus alunos, como a
realização de palestras de profissionais da área do direito, da psicologia, da administração,
entre outros.
Assim, acredita-se que a partir da criação de uma página na rede social Instagram,
com a divulgação de conteúdos que façam parte do cotidiano desses jovens - ligados a
direitos básicos do cidadão -, pode contribuir para se formar cidadãos mais conscientes e
aptos a viver bem em sociedade e, assim, transformar o futuro da educação. Aliada a isso
existe a perspectiva de se realizar atividades associadas, no ambiente escolar presencial,

13
como orientações acerca dos temas abordados, palestras e rodas de conversas, entre
outras.
Com o intuito de ilustrar a relação entre a rede social Instagram e a educação,
apresentamos neste trabalho alguns exemplos de perfis que fizeram a união entre essas
duas áreas e obtiveram diversos resultados positivos, contando com vários seguidores.

:: @pambabrandaoo: perfil criado com o intuito de divulgar temas sobre


redação, gramática e textos.

:: @patricianovaiscalmon: perfil criado por uma advogada e professora com o


objetivo de divulgar conteúdos sobre a área do direito de família.

14
Educação em direitos

Neste trabalho, nosso foco é trabalhar com os direitos do cidadão. É importante


mencionar que direitos do cidadão e direitos humanos não são sinônimos, como explica
Benevides (2016):

Cidadania e direitos da cidadania decorrem de uma determinada ordem


jurídico-política de um Estado, no qual uma Constituição estabelece os
controles sobre os poderes e define quem é cidadão, que direitos e deveres ele
terá em razão de uma série de variáveis tais como idade, estado civil, condição
de sanidade física e mental, fato de estar ou não em dívida com a justiça. Do
ponto de vista legal, o conteúdo dos direitos do cidadão e a própria ideia de
cidadania não são universais. Uma Constituinte, um governo ou Parlamento
definem prioridades, podem modificar, por exemplo, o Código Penal,
alterando-o ou estabelecendo novas sanções; ou o Código Civil equiparando
direitos entre homens e mulheres, direitos e deveres dos cônjuges em relação
aos filhos, em relação um ao outro. Podem estabelecer deveres por um
determinado período, como àqueles relativos à prestação do serviço militar.
Podem modificar normas relativas ao dever-direito de voto ou em relação à
isenção de impostos para um determinado grupo social. No entanto, embora
não sejam sinônimos, os direitos do cidadão podem coincidir com os direitos
humanos, que são os mais amplos e abrangentes (BENEVIDES, 2016, p. 29).

A autora comenta que isso ocorre dessa forma em sociedades democráticas, sendo
que, nestes casos, direitos do cidadão não podem ser invocados para justificar violação
de direitos humanos. “Por exemplo, o direito à segurança não justifica violência abusiva
da polícia ou de particulares contra suspeitos ou criminosos; o direito à propriedade não
prevalece sobre o direito à subsistência de trabalhadores da terra; o direito de autoridade
dos pais sobre os filhos não justifica humilhações e maus tratos” (BENEVIDES, 2016, p.
29). Como exemplos para entendermos essa distinção entre direitos humanos e direitos
ligados à cidadania, ela cita: “Os jovens têm direitos de cidadania limitados por faixas
etárias, para votar, casar, abrir negócios, assumir cargos públicos, prestar contas à justiça
etc. – mas são plenamente titulares dos direitos humanos. Isto é, daqueles direitos que
garantem uma vida digna” (Idem).
Com isso, compartilhar, junto à comunidade, abordagens temáticas como as
propostas pelo projeto experimental em questão é uma forma de contribuir para a
educação em direitos, visando a cidadania, na medida em que se prepara o público para
conhecer e exigir que se cumpra a lei. Barbosa Filho e Caetano do Nascimento (2015, p.
81 e 89 apud FISBERG E AZEVEDO, 2020, p. 100) entendem que a educação em
direitos pode ser empregada como instrumento para superar o desconhecimento e o
desrespeito aos direitos na sociedade. Segundo os autores, esse movimento objetiva

15
“viabilizar a chamada emancipação cidadã, pois, ressalte-se, os direitos estão
proclamados, mas a efetivação dos mesmos perpassa necessariamente por seu
conhecimento, tendo a educação em direitos papel fulcral nesse aspecto”.
Fisberg e Azevedo (2020) enfatizam que o cidadão deve ter acesso a, pelo menos,
conhecimentos mínimos quanto a direitos e deveres. “Afirmar direitos é, de início,
mostrar ao cidadão comum informações básicas, a fim de aumentar suas condições de
bem conviver em sociedade e compreender seus ‘poderes’ e limitações” (FISBERG E
AZEVEDO, 2020, P. 100). E acrescentam (Idem): “No tocante à legislação, o
conhecimento deve abranger direitos constitucionais, civis e políticos. Inexiste cidadão
ou cidadania sem o prévio conhecimento da extensão desta condição”.
Os autores aprofundam essa premissa, argumentando que, juntamente com as
noções constitucionais, é essencial esclarecer sobre diversos pontos que impactam na vida
das pessoas, tais como “conceitos trazidos pela Lei de Locações, pelo Código de Defesa
do Consumidor, regras básicas sobre relações de trabalho e, não menos importante, pelo
Código Civil – como o regime de bens entre os cônjuges, normas de sucessão, direito a
alimentos, posse e propriedade” (FISBERG E AZEVEDO, 2020, p. 101). Eles
consideram que esses conhecimentos poderiam ser levados para as escolas. “Com
abordagem didática e superficial, serviriam como alicerce e poderiam ser diluídos com o
ensino das demais matérias da grade obrigatória. Assim, a população teria mais
consciência de si mesma e da importância de seu papel no contexto social, de sua atuação,
poder e responsabilidade” (Idem).

2.2 Objetivos e enfoque experimental

Como objetivo principal, intencionei contribuir à conscientização de jovens


quanto a direitos fundamentais, através da produção de conteúdo a respeito destes, a ser
compartilhada por meio de um perfil no Instagram.
Como objetivos associados, visei projetar um texto e um layout apropriados para
a interpelação desse público, adaptando temas jurídicos a uma linguagem de fácil
entendimento e a uma apresentação agradável e atraente. Ainda quanto aos objetivos
vinculados ao principal, estipulei que, de início, iria tratar sobre Direito do Trabalho,
Direito do Consumidor, Direito de Família, Direito do Deficiente, Direito Penal e
Violência Doméstica. O trabalho, após concluído, seria apresentado aos alunos no início
do ano letivo de 2023.

16
Como enfoque experimental, portanto, este projeto estabeleceu: produzir um
perfil no Instagram que pudesse apresentar, de modo atraente e em linguagem apropriada,
temas do direito que fossem úteis à vida de jovens do Ensino Médio, na forma de
publicações em carrossel - sequência de cards.

2.3 Procedimentos metodológicos

O trabalho foi desenvolvido com base em um percurso de pré-produção, produção


e pós-produção.

Pré-produção

Após uma conversa com a orientadora, Prof.ª Dr.ª Adriana Duval, a qual me
explicou melhor como funcionava um projeto experimental e, levando-se em
consideração as minhas duas graduações - Letras e Direito-, encontramos uma forma de
unir as duas temáticas. A ideia foi que apresentássemos algumas noções do direito de uma
forma didática e sem juridiquês, por meio da rede social mais utilizada pelos jovens.
O nome do perfil jurídico na rede social Instagram – O Direito vai à Escola – foi
pensado no sentido de levar para a sala de aula alguns tópicos do direito que devem ser
de conhecimento dos alunos, por isso, o “Direito vai à escola”, descrevendo a ação
empreendida.
Assim, a logo com o nome do perfil foi pensada de uma forma clara e objetiva,
passando a ideia de algo leve e simples. As cores utilizadas - vermelho e azul -
representam um equilíbrio entre a cor vermelha simbolizando o direito, ou seja, a área de
humanas e também o dom da palavra falada e escrita; e o azul, associado à harmonia e ao
equilíbrio. Ademais, as publicações foram planejadas utilizando um vocabulário mais
acessível, fontes fáceis de serem identificadas, algumas imagens ilustrativas e
continuação das cores - vermelho e azul - de modo a atrair e se afinar ao público em
questão.

Produção

A execução do projeto ocorreu de outubro de 2022 a janeiro de 2023.


Primeiramente, foram definidos os temas a serem abordados. Para tanto, selecionei seis
eixos do direito a serem explorados:

17
:: Direito do Trabalho
:: Direito do Consumidor
:: Direito do Deficiente
:: Direito de Família
:: Direito Penal
:: Violência Doméstica

Esta seleção se justifica por tais temas poderem ter uma ligação direta com o
cotidiano e as relações desses estudantes. Intencionei, ainda, configurar uma boa
diversidade de eixos, que futuramente possam ser ampliados, com mais postagens acerca
dos mesmos.
O Direito do Trabalho foi selecionado tendo em vista que, durante o Ensino
Médio, muitos alunos ingressam no mercado de trabalho. Com isso, pensou-se em
trabalhar sobre duas leis – a Lei do Menor Aprendiz e a Lei do Estagiário, que se aplicam
a esse público durante sua trajetória profissional - já que, nessa idade, diversos jovens
começam a participar de programas de menor aprendiz e de estágio. Assim, justifica-se a
necessidade de se passar algumas informações sobre essas leis e de interesse desses
jovens, explicando, por exemplo, quem pode participar desses programas, quais são as
horas trabalhadas, direitos e deveres, entre outros.
Já quanto ao Direito do Consumidor, foi escolhido pelo fato de que esses jovens,
muitas vezes, são consumidores ativos. Em muitos casos, não sabem como proceder
quando se deparam com um problema relacionado à compra de um produto, eventuais
falhas, defeitos, problemas com a entrega, prazos para reclamar, onde procurar ajuda,
entre outros aspectos.
O Direito do Deficiente, especialmente no que diz respeito ao Estatuto da Pessoa
com Deficiência, foi selecionado com o intuito não só de informar os portadores de
deficiência sobre os seus direitos, como também de conscientizar e incentivar o respeito
da comunidade escolar com esse público. Infelizmente, ainda há muitos casos de
intolerância por parte de algumas pessoas. Com isso, discutimos sobre os tipos de
deficiência, os índices de deficiência no Brasil e os benefícios apresentados pelo Estatuto
da Pessoa com Deficiência.
Ademais, o Direito de Família foi pensado como uma parte do direito que se
relaciona diretamente com os jovens e suas famílias. Assim, a temática foi selecionada
abordando-se a igualdade entre os filhos, independentemente de serem de pais diferentes,

18
os tipos de guarda e, principalmente, o que é e como ocorre a Alienação Parental, isto é,
a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente induzida por um dos
genitores.
O Direito Penal foi selecionado pensando em trazer, em um primeiro momento, o
conceito do Direito Penal e a definição de crime - e, além disso, apresentar a diferença de
um crime doloso (quando o agente prevê o resultado ou assume o risco de produzi-lo) e
um crime culposo (quando o agente dá causa ao resultado por imprudência, negligência
ou imperícia), tendo em vista que muitas pessoas confundem esses conceitos.
Posteriormente, pensou-se em tratar sobre os crimes hediondos – definição e quais crimes
fazem parte dessa classificação -, em seguida sobre o Sistema Nacional de Políticas
Públicas sobre Drogas (SISNAD), especialmente no que diz respeito ao porte e tráfico de
drogas.
Por fim, a última publicação refere-se à violência doméstica, um assunto muito
importante e necessário ser divulgado, tendo em vista que, diariamente, a violência
doméstica faz vítimas no Brasil. Dessa forma, pensou-se sobre o conceito do tema, os
tipos de violência doméstica que existem, estatísticas nacionais, formas de denunciar atos
de violência doméstica, e a apresentação da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio.
Após ter essa definição dos temas, o próximo passo foi reunir as informações
relativas às leis abordadas. Em seguida, pensar na redação de uma forma leve, sucinta,
mas ao mesmo tempo esclarecedora. Que tivesse o conteúdo disposto de maneira
agradável e atraente ao público-alvo, sem termos técnicos ou texto prolixo, visando a fácil
compreensão.
Tendo o texto pronto, na sequência foi feita sua aplicação nas lâminas. O editor
Canva foi utilizado, com bastante facilidade, pois é versátil e de fácil operação. Para o
Instagram, o carrossel é composto de até dez cards. O último foi reservado para a
interpelação ao público, no sentido de propor que curta, comente ou compartilhe - como
de praxe é usado nesse tipo de publicação. Já o primeiro card abre o assunto, instigando
a leitura.
Antes de mostrarmos aos alunos, entendemos que seria interessante “darmos
corpo” ao perfil, ou seja, colocar os carrosséis sobre os variados temas. Isso os deixaria
mais atraídos, vendo um perfil já estruturado, e não apenas com uma ou duas publicações.
Portanto, revisamos os cards e fizemos a colocação no perfil, que pode ser
acessado neste endereço:
https://instagram.com/odireitovaiaescola?igshid=OGQ2MjdiOTE=

19
O perfil ficou organizado da seguinte forma:

● 1º carrossel, contendo dez cards sobre Direito do Trabalho: capa; explicação


sobre o que é o menor aprendiz; quem pode ser menor aprendiz; qual é a jornada
de trabalho de um menor aprendiz; uma curiosidade sobre a diferença entre menor
e jovem aprendiz; apresentação sobre a lei do estagiário; quem pode ser estagiário;
a jornada de trabalho de um estagiário; curiosidade sobre o dia do estagiário; e a
última publicação perguntando se o leitor gostou do conteúdo e incentivá-lo a
curtir, compartilhar, comentar e/ou salvar para ver depois.

● 2º carrossel, contendo dez cards sobre Direito do Deficiente: capa; explicação


sobre o que é uma pessoa com deficiência; tipos de deficiência; estatísticas de
pessoas com deficiência no Brasil; exposição sobre o Estatuto da Pessoa com
Deficiência; alguns benefícios apresentados no estatuto; uma curiosidade sobre o
Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência; e a última publicação
perguntando se o leitor gostou do conteúdo e incentivá-lo a curtir, compartilhar,
comentar e/ou salvar para ver depois.

● 3º carrossel, contendo dez cards sobre Direito do Consumidor: capa;


explicação sobre o direito do consumidor; direitos básicos do consumidor;
arrependimento de compra; eventuais problemas que podem acontecer com os
consumidores (compras pela internet) – produto não entregue, prazo para entrega
não observado, produto com defeito, produto não chegou e ausência do
fornecedor, produto vencido ou deteriorado; prazos para reclamar; locais para
reclamar; e a última publicação perguntando se o leitor gostou do conteúdo e
incentivá-lo a curtir, compartilhar, comentar e/ou salvar para ver depois.

● 4º carrossel, contendo dez cards sobre Direito de Família: capa; explicação


sobre o que é direito de família; princípio da igualdade jurídica dos filhos;
exposição sobre o poder familiar; tipos de guarda (guarda unilateral, alternada,
nidação e compartilhada; apresentação sobre o conceito de alienação parental;
exemplos de atitudes que qualificam a alienação parental; frases utilizadas por
quem pratica a alienação parental; e a última publicação perguntando se o leitor

20
gostou do conteúdo e incentivá-lo a curtir, compartilhar, comentar e/ou salvar para
ver depois.

● 5º carrossel, contendo dez cards sobre Direito Penal: capa; explicação sobre o
que é direito penal; conceito de crime; conceito e exemplos de crimes hediondos;
exposição sobre o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
(SISNAD); dúvida sobre a quantidade de gramas necessárias para ser considerado
tráfico; curiosidade sobre a maconha para fins terapêuticos; e a última publicação
perguntando se o leitor gostou do conteúdo e incentivá-lo a curtir, compartilhar,
comentar e/ou salvar para ver depois.

● 6º carrossel, contendo dez cards sobre Violência Doméstica: capa; explicação


sobre o que é violência doméstica; tipos de violência doméstica; exposição sobre
o tema: violência contra as mulheres, dados estatísticos sobre a violência
doméstica contra as mulheres no Brasil, formas de denunciar atos de violência
doméstica; apresentação da lei Maria da Penha; explicação sobre a lei do
feminicídio; estatísticas mostrando os casos de feminicídio no Brasil; e a última
publicação perguntando se o leitor gostou do conteúdo e incentivá-lo a curtir,
compartilhar, comentar e/ou salvar para ver depois.

Pós-produção
Depois da etapa de pesquisa, redação, confecção dos cards e revisão, chegou a
hora de compartilhar com os estudantes o que foi feito. Dessa forma, na primeira semana
de aula de 2023, pude ter o projeto apresentado a alunos do Ensino Médio do Colégio
Tecno-Sert. Na realidade, o projeto não foi desenvolvido com ênfase nesses alunos,
especificamente, pois meu ingresso nessa instituição se deu após a realização do
conteúdo. A existência desses alunos veio na hora exata, quando seria o ideal termos um
contato do material com o público idealizado como público-alvo. Do contrário,
apresentaríamos o projeto como uma proposta de realização, visando a aplicação junto a
jovens em fase de realização do Ensino Médio, sem a especificidade da entidade.
Tão logo tive a oportunidade de começar a atuar nesse colégio, propus à
coordenação que, mensalmente, os alunos tivessem uma roda de conversa com um
profissional do Direito. A ideia era que essas sessões promovessem, em um primeiro

21
momento, a abordagem das seis temáticas propostas pelo projeto experimental em
questão e presentes no perfil do Instagram que desenvolvemos.
Após a concordância da escola com relação a essa proposição, foi encaminhada a
estratégia de mostrar aos alunos a página “O direito vai à escola”, bem como trabalhar a
respeito, posteriormente. Em conjunto com a professora de Língua Portuguesa, esses
encontros foram viabilizados e desenvolvidos, de modo que os estudantes perceberam sua
importância e se dispuseram a sugerir novas perspectivas de abordagens para o perfil em
questão.

22
3 RESULTADOS E REFLEXÕES

Foi muito gratificante chegar a esse momento, de exposição e diálogo junto aos
estudantes. O ato de unir conhecimentos de minha trajetória na área de Direito e Letras,
e o que aprendi durante o curso de Especialização em Mídia e Educação, teve um
significado muito importante para minha vida.
Na primeira semana de aula do ano letivo de 2023 (janeiro/23), a professora de
Língua Portuguesa colocou o projeto em prática, conforme havíamos combinado. Ela
apresentou o perfil “O Direito vai à Escola” para os alunos e comentou sobre os seis temas
abordados no perfil. Depois de responder aos questionamentos levantados, aplicou um
questionário, a fim de saber sobre a opinião dos estudantes.
A seguir mostraremos as questões que foram aplicadas, bem como os percentuais
ligados às respostas, relativamente a 37 participantes.
1ª pergunta – Nome
2ª pergunta – Data de nascimento
3ª pergunta – Ano escolar

4ª pergunta - Na sua opinião, o que mais chamou a atenção na página


@odireitovaiaescola?

23
Nessa questão, 56,8% dos alunos responderam que o que mais chamou a atenção
na página foram os assuntos abordados, tendo em vista que são temas que fazem parte do
seu cotidiano. Já 37,8% dos alunos optaram pela forma com que os temas foram
abordados, isto é, pela linguagem utilizada, conteúdo das publicações e imagens
apresentadas. Por fim, apenas 5,4% dos estudantes responderam que nada lhes chamou a
atenção.

5ª pergunta - Em relação aos temas abordados, qual você achou mais interessante?

Na quinta questão, em relação aos temas abordados, a maioria dos estudantes


respondeu que o tema que mais chamou a atenção foi o da Violência Doméstica (51,4%),
seguido pelo Direito do Trabalho e Direito de Família (ambos com 43,2%), em seguida,
o Direito do Consumidor (40,5%) e, por fim, Direito do Deficiente (24,3%).
Podemos concluir que as preferências se relacionam diretamente com o cotidiano
desses jovens, e os votos destinados à opção da temática que envolve a Violência
Doméstica faz referência a uma preocupação pessoal dos estudantes e evidencia a
importância dessa temática ser trabalhada no ambiente escolar.

24
Em seguida, a opção pelo Direito do Trabalho relaciona-se com a inserção desses
jovens no mercado de trabalho, e o Direito de Família, com as diversas dificuldades que
as famílias enfrentam no processo de divórcio, guarda compartilhada e alienação parental.
Ademais, o Direito do Consumidor, pelo fato desses jovens serem consumidores ativos e
não saberem lidar com alguns problemas que podem surgir com as suas compras. Por fim,
o Direito do Deficiente, como último colocado, possibilita interpretar que esse tema não
está tão presente no dia a dia desses alunos; além disso, não há nenhum aluno portador
de deficiência nas salas de aula dessa escola.

6ª pergunta - Qual(is) desse(s) tema(s) você gostaria de ver na página


@odireitovaiaescola?

Na sexta questão, os participantes informaram, em grande maioria (64,9%) que


desejam acessar conteúdos sobre "direitos dos estudantes" no perfil em questão. O
segundo tema mais indicado pelos estudantes foi "racismo" (48,6%), seguido de direitos
das mulheres (43,2%) e direitos da população LGBTQIA+ (35,1%); por fim, a última
opção, com 5,4% dos votos, refere-se à alternativa “outros temas”; contudo, nenhum
aluno quis indicar uma temática.
Dessa forma, podemos analisar que a primeira opção se relaciona, diretamente,
com o cotidiano desses jovens, que é o direito dos estudantes; por isso, grande parte dos
votos pertencem a essa opção. Em seguida, verificamos que a segunda opção foi sobre o
tema do racismo, uma temática muito importante de ser abordada no ambiente escolar e
um tema que faz parte do dia a dia dos alunos, seguido pelo direito das mulheres e da
população LGBTQIA+, que são temas também presentes no dia a dia educacional e
abordados com frequência pelas mídias.

25
Dessa forma, a partir da execução inicial deste trabalho, pude concluir que o
projeto foi muito bem recebido pela coordenação da escola, pela colega que colaborou e
pelos alunos envolvidos. Apresentou resultados positivos, a partir da reverberação
advinda da consulta aos estudantes do Ensino Médio que tiveram contato e responderam
ao questionário. Os discentes gostaram bastante de conhecer sobre alguns temas do
direito, tiraram dúvidas e sugeriram mais algumas possibilidades de abordagens para
serem trabalhadas futuramente, inspirando a perspectiva de uma continuidade na
produção do perfil, como também de novas ações, envolvendo outras turmas, em anos
posteriores.
De minha parte, como acadêmica, realizando este projeto, o percebi como algo
bem desafiador, por ter sido o primeiro trabalho nesses moldes. Mas com curiosidade,
coragem e um pouco de treino, descobrindo as possibilidades do editor e do Instagram,
fui evoluindo e acredito que alcancei um resultado satisfatório, atendendo aos objetivos
propostos.
Ademais, concluo o presente trabalho tendo em vista que consegui criar um perfil
na rede social Instagram com a apresentação de temas do Direito que são úteis à vida dos
jovens do Ensino Médio, utilizando uma linguagem apropriada e recursos gráficos que
conseguiram chamar a atenção dos alunos. Ainda destaco que tive êxito em alcançar o
objetivo de conscientizar esses jovens sobre a importância de algumas temáticas.
Por fim, pude concluir e visualizar como a produção deste trabalho contribuiu para
a minha formação e para as minhas perspectivas de atuação na docência, conseguindo
unir a comunicação, a tecnologia e o ensino, além de unir minhas duas áreas profissionais.

26
REFERÊNCIAS

ALVES, A. L.; MOTA, M. F.; TAVARES, T. P. O Instagram no processo de


engajamento das práticas educacionais: a dinâmica para a socialização do ensino-
aprendizagem. Revista Rios Eletrônica, São Francisco, n. 19, 2018. p. 25-43. Disponível
em:https://www.unirios.edu.br/revistarios/media/revistas/2018/19/o_instagram_no_proc
esso_de_engajamento_das_praticas_educacionais.pdf. Acesso em: 03 fev. 2023.

BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. “Democracia e Direitos Humanos –


Reflexões para os jovens”. IN: ZENAIDE, DIAS E FERREIRA (Orgs.). Educando em
direitos humanos: fundamentos educacionais, vol. 3. João Pessoa: Editora da UFPB,
2016. Disponível em: https://www.unijales.edu.br/library/downebook/id:1601. Acesso
em 06 mar. 2023.
BERTOLDO, H. L.; SALTO, F.; MILL, D. Tecnologias da Informação e Comunicação.
In. MILL, Daniel (org.). Dicionário crítico de educação e tecnologias e de educação à
distância. Campinas: Papirus, 2018, p. 617 – 625.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de
1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2021]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 19
nov. 2022.

BRASIL. Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Dispõe sobre as diretrizes e bases da


educação nacional de 1971. Brasília, DF: Legislativo, 1971. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm. Acesso em: 19 nov. 2022.

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases


da educação nacional. Brasília, DF: Legislativo, 1996. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 19 nov. 2022.

COUTO, E. S.; SILVA, R. Aprendizagens personalizadas na era das conectividades:


ler e escrever em telas. In: Educação no ciberespaço: novas configurações,
convergências e conexões. Aracaju: EDUNIT, 2017.

FERREIRA, L. H. EDUCAÇÃO PARA CIDADANIA: O Projeto “OAB vai à Escola”.


Franca, 2022.

FISBERG, Yuri e AZEVEDO, Cláudia Regina de. “O direito ao conhecimento dos


direitos: promoção da cidadania e aumento da qualidade da democracia”. Revista jurídica
da Escola Superior do Ministério Público de São Paulo. São Paulo/SP: v. 18, 2020, pp.
90-106. Disponível em: https://bityli.com/2OQ1OB. Acesso em 06 mar. 2023.
KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 8. ed.
Campinas, SP: Papirus, 2012. (Coleção Papirus Educação).

LEMOS, A. Mídia, tecnologia e educação: atores, redes, objetos e espaço. In: Mídia e
educação: espaços e (co)relações de conhecimentos. Aracaju: EDUNIT, 2014.

MELLO, A. F.; CAETANO, J. M. P.; SOUZA, C. H. M. A multimodalidade no contexto


da nova BNCC: considerações sobre ensino e tecnologia. Revista Philologus, Ano 25, N°

27
73. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2019. Disponível em:
http://www.filologia.org.br/rph/ANO25/73supl/09.pdf. Acesso em: 26 fev. 2023.

OLIVEIRA, E. G. O uso das redes sociais no ensino de física: um relato de


experiência com o uso do Instagram. Eder Guimarães de Oliveira; orientador, Silvana
Perez - 2017. Disponível em:
https://mnpef.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/dissertacoes/Disserta%C3%A7%C3%A3o%
20Eder%20Guimaraes.pdf. Acesso em: 03 fev. 2023.

PIMENTEL, F. A aprendizagem das crianças na cultura digital. 2ª ed. Rev e ampl.


Maceió: Edufal, 2017.
SANTANA, L. S. et al. A arte de reinventar a Educação e o papel da cibercultura em
tempos de distanciamento social. Revista Interinstitucional Artes de Educar. Rio de
Janeiro, V. 6 – N. Especial – pág. 301 - 324 – (jun.– out. 2020): “Educação e Democracia
em Tempos de Pandemia”.

Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. União dos Dirigentes Municipais de


Educação do Estado de São Paulo. Currículo Paulista. São Paulo: SEE- SP/UNDIME-
SP, 2012.

SILVA, A. R. S. et al R. O Uso do Instagram como Estratégia Educacional num


Contexto de Pandemia: um Relato de Experiência. EaD em Foco, v. 10, n. 3, e1309,
2020. Disponível em:
https://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/Revista/article/view/1309. Acesso em: 03
fev. 2023.

VALENTE, J. A. O computador na sociedade do conhecimento. Campinas:


UNICAMP/NIED – 1999.

28
APÊNDICE

QR Code e capa do perfil

29

Você também pode gostar