Mayara Boffi - O Direito Vai À Escola - Perfil de Informações Jurídicas para Alunos Do Ensino Médio
Mayara Boffi - O Direito Vai À Escola - Perfil de Informações Jurídicas para Alunos Do Ensino Médio
Mayara Boffi - O Direito Vai À Escola - Perfil de Informações Jurídicas para Alunos Do Ensino Médio
Mayara Boffi
Uruguaiana
2023
MAYARA BOFFI
Uruguaiana
2023
Ficha catalográfica elaborada automaticamente
com os dados fornecidospelo(a) autor(a) através do
Módulo de Biblioteca do
Sistema GURI (Gestão Unificada de Recursos
Institucionais) .
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RESUMO
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ABSTRACT
The experimental project in question worked with the construction of a profile on the
social network Instagram named as: “The Law goes to School”, which aims to
disseminate some important themes of law, such as Labor Law, Disabled Persons ,
Consumer Law, Family Law, Criminal Law and Domestic Violence. The target audience
are high school students at Colégio Tecno-Sert, located in the city of Sertãozinho/Sao
Paulo, who learned about this project in the first half of 2023. It is concluded that the
project achieved its objective of providing students access to legal knowledge, regarding
topics that may interest them, in language and presentation appropriate to the
characteristics of this public, in view of the interaction of students with the page and the
expression of interest made explicit by them.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 08
2. O RELATO DA EXPERIÊNCIA ........................................................ 10
REFERÊNCIAS ..........................................................................................27
APÊNDICE .................................................................................................. 29
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1 INTRODUÇÃO
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nível acadêmico, além do fato de que se tornarão maiores de idade e se depararão com
diversas questões que podem ser esclarecidas de antemão.
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2 O RELATO DE EXPERIÊNCIA
O presente relato aborda, neste ponto, a respeito dos principais pilares teóricos
que nortearam a produção do projeto experimental em questão. Foram eles:
conhecimentos sobre as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs);
sobre a rede social Instagram; e sobre o que rege a BNCC acerca da associação entre
informações e tecnologias a serviço do processo de ensino-aprendizagem.
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A mudança pedagógica que todos almejam é a passagem de uma educação
totalmente baseada na transmissão da informação, na instrução, para a criação
de ambientes de aprendizagem nos quais o aluno realiza atividades e constrói
o seu conhecimento. Essa mudança acaba repercutindo em alterações na escola
como um todo: sua organização, na sala de aula, no papel do professor e dos
alunos e na relação com o conhecimento (VALENTE, 1999, p. 29).
Sobre essa temática, é possível afirmar que a pandemia causada pelo Covid-19
acelerou esse processo, já que o distanciamento social exigiu, da Educação,
reformulações no ensino para adaptar-se à nova realidade. Isso foi enfatizado por autores
como SANTANA et al (2020, p. 302): “a questão do distanciamento social e da
quarentena em que nos encontramos tem trazido consigo uma série de mudanças em
nossas formas de ser e estar no mundo, cada vez mais mediadas pelo digital em rede”.
Diante do cenário apresentado, o ensino e a aprendizagem mediados pelas TICs e
TDICs tiveram seu espaço ampliado no contexto educacional, já que as aulas presenciais
foram substituídas pelas aulas online ou, de alguma forma, os alunos tiveram de recorrer
a interações mediadas pela tecnologia, como as redes sociais.
Ademais, as TDICs podem colaborar no processo de ensino-aprendizagem por
meio da criação de blogs, armazenamento na nuvem e até o desenvolvimento de softwares
educacionais.
A convergência das tecnologias de informação e comunicação para a
configuração de uma nova tecnologia, a digital, provocou mudanças
radicais. Por meio das tecnologias digitais é possível representar e
processar qualquer tipo de informação. Nos ambientes digitais reúnem-se a
computação (a informática e suas aplicações, as comunicações
(transmissão e recepção de dados, imagens, sons, etc.) e os mais diversos tipos,
formas e suportes em que estão disponíveis os conteúdos (livros, filmes, fotos,
músicas e textos)). É possível articular telefones celulares,
computadores, televisores, satélites, por eles, fazem circular as mais
diferenciadas formas de informação. Também é possível a comunicação
em tempo real, ou seja, a comunicação simultânea, entre pessoas que estejam
distantes, em outras cidades, em outros países ou mesmo viajando no espaço
(KENSKI, 2012, p. 33).
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A versatilidade do Instagram permite ao usuário intercambiar experiências
formativas que podem ser aplicadas ao processo de ensino e de aprendizagem,
aliando a expectativa de interatividade ao engajamento de seguidores, numa
troca instantânea de informações e de ampliação no critério de importância do
assunto discutido. Implicando destacar que, por produzir respostas imediatas
às publicações, o “Insta” facilita a compreensão do processo de construção de
conceitos, criando espaços a partir do embate de ações (ALVES et al, 2018, p.
36).
Dessa forma, a rede social Instagram, por estar mais próxima do cotidiano dos
alunos, influencia positivamente no processo de ensino e aprendizagem, resultando,
potencialmente, em maior interação e engajamento dos discentes com a educação.
A rede social Instagram, criada em 2010, por Kevin Systrom e Mike Krieger, é
destinada à publicação de imagens e vídeos pelos usuários. O nome Instagram origina-se
do termo insta, que significa instantâneo e gram, que deriva da palavra telegrama, isto é,
uma forma rápida de enviar informações.
Essa rede social se destaca pela simplicidade de manuseio e faz sucesso entre os
jovens, os quais, podem compartilhar suas fotos e vídeos e, além disso, acompanhar o seu
engajamento na rede por meio da quantidade de seguidores e curtidas que recebem em
suas postagens. Atualmente, o Instagram é uma das redes sociais que mais cresce no
mundo, contando com mais de um bilhão de usuários ativos no mundo. O Brasil é o
segundo país com mais usuários, de acordo com pesquisas da Folha de São Paulo (2017).
Diante desse cenário, embora na maioria das vezes a rede social Instagram é
utilizada pelos jovens apenas para curtir uma imagem, o presente trabalho propõe ao
aluno também utilizar essa rede para ampliar o seu conhecimento. Com isso, segundo
Valente (1999):
A mudança pedagógica que todos almejam é a passagem de uma educação
totalmente baseada na transmissão da informação, na instrução, para a criação
de ambientes de aprendizagem nos quais o aluno realiza atividades e constrói o
seu conhecimento. Essa mudança acaba repercutindo em alterações na escola
como um todo: sua organização, na sala de aula, no papel do professor e dos
alunos e na relação com o conhecimento (VALENTE, 1999, p. 29).
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surgimento, a BNCC tem sido modificada e atualizada com intuito de se adequar à
realidade dos estudantes.
Diante desse cenário, nota-se que no texto da BNCC há sinalização da relação
entre a educação e o uso das tecnologias, vejamos algumas habilidades apresentadas no
documento:
(EM13LGG701) Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação
(TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e utilizá-las de modo
ético, criativo, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes
contextos.
(EM13LGG702) Avaliar o impacto das tecnologias digitais da informação e
comunicação (TDIC) na formação do sujeito e em suas práticas sociais, para
fazer uso crítico dessa mídia em práticas de seleção, compreensão e produção
de discursos em ambiente digital.
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como orientações acerca dos temas abordados, palestras e rodas de conversas, entre
outras.
Com o intuito de ilustrar a relação entre a rede social Instagram e a educação,
apresentamos neste trabalho alguns exemplos de perfis que fizeram a união entre essas
duas áreas e obtiveram diversos resultados positivos, contando com vários seguidores.
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Educação em direitos
A autora comenta que isso ocorre dessa forma em sociedades democráticas, sendo
que, nestes casos, direitos do cidadão não podem ser invocados para justificar violação
de direitos humanos. “Por exemplo, o direito à segurança não justifica violência abusiva
da polícia ou de particulares contra suspeitos ou criminosos; o direito à propriedade não
prevalece sobre o direito à subsistência de trabalhadores da terra; o direito de autoridade
dos pais sobre os filhos não justifica humilhações e maus tratos” (BENEVIDES, 2016, p.
29). Como exemplos para entendermos essa distinção entre direitos humanos e direitos
ligados à cidadania, ela cita: “Os jovens têm direitos de cidadania limitados por faixas
etárias, para votar, casar, abrir negócios, assumir cargos públicos, prestar contas à justiça
etc. – mas são plenamente titulares dos direitos humanos. Isto é, daqueles direitos que
garantem uma vida digna” (Idem).
Com isso, compartilhar, junto à comunidade, abordagens temáticas como as
propostas pelo projeto experimental em questão é uma forma de contribuir para a
educação em direitos, visando a cidadania, na medida em que se prepara o público para
conhecer e exigir que se cumpra a lei. Barbosa Filho e Caetano do Nascimento (2015, p.
81 e 89 apud FISBERG E AZEVEDO, 2020, p. 100) entendem que a educação em
direitos pode ser empregada como instrumento para superar o desconhecimento e o
desrespeito aos direitos na sociedade. Segundo os autores, esse movimento objetiva
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“viabilizar a chamada emancipação cidadã, pois, ressalte-se, os direitos estão
proclamados, mas a efetivação dos mesmos perpassa necessariamente por seu
conhecimento, tendo a educação em direitos papel fulcral nesse aspecto”.
Fisberg e Azevedo (2020) enfatizam que o cidadão deve ter acesso a, pelo menos,
conhecimentos mínimos quanto a direitos e deveres. “Afirmar direitos é, de início,
mostrar ao cidadão comum informações básicas, a fim de aumentar suas condições de
bem conviver em sociedade e compreender seus ‘poderes’ e limitações” (FISBERG E
AZEVEDO, 2020, P. 100). E acrescentam (Idem): “No tocante à legislação, o
conhecimento deve abranger direitos constitucionais, civis e políticos. Inexiste cidadão
ou cidadania sem o prévio conhecimento da extensão desta condição”.
Os autores aprofundam essa premissa, argumentando que, juntamente com as
noções constitucionais, é essencial esclarecer sobre diversos pontos que impactam na vida
das pessoas, tais como “conceitos trazidos pela Lei de Locações, pelo Código de Defesa
do Consumidor, regras básicas sobre relações de trabalho e, não menos importante, pelo
Código Civil – como o regime de bens entre os cônjuges, normas de sucessão, direito a
alimentos, posse e propriedade” (FISBERG E AZEVEDO, 2020, p. 101). Eles
consideram que esses conhecimentos poderiam ser levados para as escolas. “Com
abordagem didática e superficial, serviriam como alicerce e poderiam ser diluídos com o
ensino das demais matérias da grade obrigatória. Assim, a população teria mais
consciência de si mesma e da importância de seu papel no contexto social, de sua atuação,
poder e responsabilidade” (Idem).
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Como enfoque experimental, portanto, este projeto estabeleceu: produzir um
perfil no Instagram que pudesse apresentar, de modo atraente e em linguagem apropriada,
temas do direito que fossem úteis à vida de jovens do Ensino Médio, na forma de
publicações em carrossel - sequência de cards.
Pré-produção
Após uma conversa com a orientadora, Prof.ª Dr.ª Adriana Duval, a qual me
explicou melhor como funcionava um projeto experimental e, levando-se em
consideração as minhas duas graduações - Letras e Direito-, encontramos uma forma de
unir as duas temáticas. A ideia foi que apresentássemos algumas noções do direito de uma
forma didática e sem juridiquês, por meio da rede social mais utilizada pelos jovens.
O nome do perfil jurídico na rede social Instagram – O Direito vai à Escola – foi
pensado no sentido de levar para a sala de aula alguns tópicos do direito que devem ser
de conhecimento dos alunos, por isso, o “Direito vai à escola”, descrevendo a ação
empreendida.
Assim, a logo com o nome do perfil foi pensada de uma forma clara e objetiva,
passando a ideia de algo leve e simples. As cores utilizadas - vermelho e azul -
representam um equilíbrio entre a cor vermelha simbolizando o direito, ou seja, a área de
humanas e também o dom da palavra falada e escrita; e o azul, associado à harmonia e ao
equilíbrio. Ademais, as publicações foram planejadas utilizando um vocabulário mais
acessível, fontes fáceis de serem identificadas, algumas imagens ilustrativas e
continuação das cores - vermelho e azul - de modo a atrair e se afinar ao público em
questão.
Produção
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:: Direito do Trabalho
:: Direito do Consumidor
:: Direito do Deficiente
:: Direito de Família
:: Direito Penal
:: Violência Doméstica
Esta seleção se justifica por tais temas poderem ter uma ligação direta com o
cotidiano e as relações desses estudantes. Intencionei, ainda, configurar uma boa
diversidade de eixos, que futuramente possam ser ampliados, com mais postagens acerca
dos mesmos.
O Direito do Trabalho foi selecionado tendo em vista que, durante o Ensino
Médio, muitos alunos ingressam no mercado de trabalho. Com isso, pensou-se em
trabalhar sobre duas leis – a Lei do Menor Aprendiz e a Lei do Estagiário, que se aplicam
a esse público durante sua trajetória profissional - já que, nessa idade, diversos jovens
começam a participar de programas de menor aprendiz e de estágio. Assim, justifica-se a
necessidade de se passar algumas informações sobre essas leis e de interesse desses
jovens, explicando, por exemplo, quem pode participar desses programas, quais são as
horas trabalhadas, direitos e deveres, entre outros.
Já quanto ao Direito do Consumidor, foi escolhido pelo fato de que esses jovens,
muitas vezes, são consumidores ativos. Em muitos casos, não sabem como proceder
quando se deparam com um problema relacionado à compra de um produto, eventuais
falhas, defeitos, problemas com a entrega, prazos para reclamar, onde procurar ajuda,
entre outros aspectos.
O Direito do Deficiente, especialmente no que diz respeito ao Estatuto da Pessoa
com Deficiência, foi selecionado com o intuito não só de informar os portadores de
deficiência sobre os seus direitos, como também de conscientizar e incentivar o respeito
da comunidade escolar com esse público. Infelizmente, ainda há muitos casos de
intolerância por parte de algumas pessoas. Com isso, discutimos sobre os tipos de
deficiência, os índices de deficiência no Brasil e os benefícios apresentados pelo Estatuto
da Pessoa com Deficiência.
Ademais, o Direito de Família foi pensado como uma parte do direito que se
relaciona diretamente com os jovens e suas famílias. Assim, a temática foi selecionada
abordando-se a igualdade entre os filhos, independentemente de serem de pais diferentes,
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os tipos de guarda e, principalmente, o que é e como ocorre a Alienação Parental, isto é,
a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente induzida por um dos
genitores.
O Direito Penal foi selecionado pensando em trazer, em um primeiro momento, o
conceito do Direito Penal e a definição de crime - e, além disso, apresentar a diferença de
um crime doloso (quando o agente prevê o resultado ou assume o risco de produzi-lo) e
um crime culposo (quando o agente dá causa ao resultado por imprudência, negligência
ou imperícia), tendo em vista que muitas pessoas confundem esses conceitos.
Posteriormente, pensou-se em tratar sobre os crimes hediondos – definição e quais crimes
fazem parte dessa classificação -, em seguida sobre o Sistema Nacional de Políticas
Públicas sobre Drogas (SISNAD), especialmente no que diz respeito ao porte e tráfico de
drogas.
Por fim, a última publicação refere-se à violência doméstica, um assunto muito
importante e necessário ser divulgado, tendo em vista que, diariamente, a violência
doméstica faz vítimas no Brasil. Dessa forma, pensou-se sobre o conceito do tema, os
tipos de violência doméstica que existem, estatísticas nacionais, formas de denunciar atos
de violência doméstica, e a apresentação da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio.
Após ter essa definição dos temas, o próximo passo foi reunir as informações
relativas às leis abordadas. Em seguida, pensar na redação de uma forma leve, sucinta,
mas ao mesmo tempo esclarecedora. Que tivesse o conteúdo disposto de maneira
agradável e atraente ao público-alvo, sem termos técnicos ou texto prolixo, visando a fácil
compreensão.
Tendo o texto pronto, na sequência foi feita sua aplicação nas lâminas. O editor
Canva foi utilizado, com bastante facilidade, pois é versátil e de fácil operação. Para o
Instagram, o carrossel é composto de até dez cards. O último foi reservado para a
interpelação ao público, no sentido de propor que curta, comente ou compartilhe - como
de praxe é usado nesse tipo de publicação. Já o primeiro card abre o assunto, instigando
a leitura.
Antes de mostrarmos aos alunos, entendemos que seria interessante “darmos
corpo” ao perfil, ou seja, colocar os carrosséis sobre os variados temas. Isso os deixaria
mais atraídos, vendo um perfil já estruturado, e não apenas com uma ou duas publicações.
Portanto, revisamos os cards e fizemos a colocação no perfil, que pode ser
acessado neste endereço:
https://instagram.com/odireitovaiaescola?igshid=OGQ2MjdiOTE=
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O perfil ficou organizado da seguinte forma:
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gostou do conteúdo e incentivá-lo a curtir, compartilhar, comentar e/ou salvar para
ver depois.
● 5º carrossel, contendo dez cards sobre Direito Penal: capa; explicação sobre o
que é direito penal; conceito de crime; conceito e exemplos de crimes hediondos;
exposição sobre o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
(SISNAD); dúvida sobre a quantidade de gramas necessárias para ser considerado
tráfico; curiosidade sobre a maconha para fins terapêuticos; e a última publicação
perguntando se o leitor gostou do conteúdo e incentivá-lo a curtir, compartilhar,
comentar e/ou salvar para ver depois.
Pós-produção
Depois da etapa de pesquisa, redação, confecção dos cards e revisão, chegou a
hora de compartilhar com os estudantes o que foi feito. Dessa forma, na primeira semana
de aula de 2023, pude ter o projeto apresentado a alunos do Ensino Médio do Colégio
Tecno-Sert. Na realidade, o projeto não foi desenvolvido com ênfase nesses alunos,
especificamente, pois meu ingresso nessa instituição se deu após a realização do
conteúdo. A existência desses alunos veio na hora exata, quando seria o ideal termos um
contato do material com o público idealizado como público-alvo. Do contrário,
apresentaríamos o projeto como uma proposta de realização, visando a aplicação junto a
jovens em fase de realização do Ensino Médio, sem a especificidade da entidade.
Tão logo tive a oportunidade de começar a atuar nesse colégio, propus à
coordenação que, mensalmente, os alunos tivessem uma roda de conversa com um
profissional do Direito. A ideia era que essas sessões promovessem, em um primeiro
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momento, a abordagem das seis temáticas propostas pelo projeto experimental em
questão e presentes no perfil do Instagram que desenvolvemos.
Após a concordância da escola com relação a essa proposição, foi encaminhada a
estratégia de mostrar aos alunos a página “O direito vai à escola”, bem como trabalhar a
respeito, posteriormente. Em conjunto com a professora de Língua Portuguesa, esses
encontros foram viabilizados e desenvolvidos, de modo que os estudantes perceberam sua
importância e se dispuseram a sugerir novas perspectivas de abordagens para o perfil em
questão.
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3 RESULTADOS E REFLEXÕES
Foi muito gratificante chegar a esse momento, de exposição e diálogo junto aos
estudantes. O ato de unir conhecimentos de minha trajetória na área de Direito e Letras,
e o que aprendi durante o curso de Especialização em Mídia e Educação, teve um
significado muito importante para minha vida.
Na primeira semana de aula do ano letivo de 2023 (janeiro/23), a professora de
Língua Portuguesa colocou o projeto em prática, conforme havíamos combinado. Ela
apresentou o perfil “O Direito vai à Escola” para os alunos e comentou sobre os seis temas
abordados no perfil. Depois de responder aos questionamentos levantados, aplicou um
questionário, a fim de saber sobre a opinião dos estudantes.
A seguir mostraremos as questões que foram aplicadas, bem como os percentuais
ligados às respostas, relativamente a 37 participantes.
1ª pergunta – Nome
2ª pergunta – Data de nascimento
3ª pergunta – Ano escolar
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Nessa questão, 56,8% dos alunos responderam que o que mais chamou a atenção
na página foram os assuntos abordados, tendo em vista que são temas que fazem parte do
seu cotidiano. Já 37,8% dos alunos optaram pela forma com que os temas foram
abordados, isto é, pela linguagem utilizada, conteúdo das publicações e imagens
apresentadas. Por fim, apenas 5,4% dos estudantes responderam que nada lhes chamou a
atenção.
5ª pergunta - Em relação aos temas abordados, qual você achou mais interessante?
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Em seguida, a opção pelo Direito do Trabalho relaciona-se com a inserção desses
jovens no mercado de trabalho, e o Direito de Família, com as diversas dificuldades que
as famílias enfrentam no processo de divórcio, guarda compartilhada e alienação parental.
Ademais, o Direito do Consumidor, pelo fato desses jovens serem consumidores ativos e
não saberem lidar com alguns problemas que podem surgir com as suas compras. Por fim,
o Direito do Deficiente, como último colocado, possibilita interpretar que esse tema não
está tão presente no dia a dia desses alunos; além disso, não há nenhum aluno portador
de deficiência nas salas de aula dessa escola.
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Dessa forma, a partir da execução inicial deste trabalho, pude concluir que o
projeto foi muito bem recebido pela coordenação da escola, pela colega que colaborou e
pelos alunos envolvidos. Apresentou resultados positivos, a partir da reverberação
advinda da consulta aos estudantes do Ensino Médio que tiveram contato e responderam
ao questionário. Os discentes gostaram bastante de conhecer sobre alguns temas do
direito, tiraram dúvidas e sugeriram mais algumas possibilidades de abordagens para
serem trabalhadas futuramente, inspirando a perspectiva de uma continuidade na
produção do perfil, como também de novas ações, envolvendo outras turmas, em anos
posteriores.
De minha parte, como acadêmica, realizando este projeto, o percebi como algo
bem desafiador, por ter sido o primeiro trabalho nesses moldes. Mas com curiosidade,
coragem e um pouco de treino, descobrindo as possibilidades do editor e do Instagram,
fui evoluindo e acredito que alcancei um resultado satisfatório, atendendo aos objetivos
propostos.
Ademais, concluo o presente trabalho tendo em vista que consegui criar um perfil
na rede social Instagram com a apresentação de temas do Direito que são úteis à vida dos
jovens do Ensino Médio, utilizando uma linguagem apropriada e recursos gráficos que
conseguiram chamar a atenção dos alunos. Ainda destaco que tive êxito em alcançar o
objetivo de conscientizar esses jovens sobre a importância de algumas temáticas.
Por fim, pude concluir e visualizar como a produção deste trabalho contribuiu para
a minha formação e para as minhas perspectivas de atuação na docência, conseguindo
unir a comunicação, a tecnologia e o ensino, além de unir minhas duas áreas profissionais.
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REFERÊNCIAS
LEMOS, A. Mídia, tecnologia e educação: atores, redes, objetos e espaço. In: Mídia e
educação: espaços e (co)relações de conhecimentos. Aracaju: EDUNIT, 2014.
27
73. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2019. Disponível em:
http://www.filologia.org.br/rph/ANO25/73supl/09.pdf. Acesso em: 26 fev. 2023.
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APÊNDICE
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