Filosofia Política

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Filosofia política

O que é justo? O que é uma sociedade justa? Qual a melhor maneira de governar
uma sociedade? Em que condições um governo é legítimo? São estas as questões
mais abrangentes na filosofia política.

Filósofos importantes como Platão, Locke, Rousseau e Kant escreveram livros que
envolveram este tema. Estas questões têm também uma importância prática, uma
vez que as políticas adotadas por uma sociedade estão relacionadas ao que os seus
membros pensam ser justo ou injusto. Uma forma de entender como isto é verdade
é percebendo que ideologias políticas opostas têm concepções de justiça
diferentes. Por exemplo, quando falamos do liberalismo, socialismo, ou fascismo,
podemos perceber que cada uma tem uma resposta diferente para a pergunta “o
que é uma sociedade justa?”.

Mas para este trabalho vou abordar 3 teses de três filósofos que trabalharam o
tema em questão.

John Rawls
O objetivo da teoria da justiça de Rawls era responder à questão “o que é uma
sociedade justa?” de uma forma imparcial.

Um especto muito importante numa sociedade justa é a forma como a riqueza é


distribuída. De acordo com Rawls, as pessoas adotariam o que se chama
de princípio da diferença para regular a situação. Assim, o filósofo acredita que na
posição original não seria escolhido uma distribuição igualitária de riqueza. A
desigualdade é mais justa, dentro de certas condições.

De uma forma muito resumida, podemos dizer que a teoria da justiça de


Rawls defende que uma sociedade justa

1º- É aquela que garante uma série de liberdades básicas, iguais para todos;

2º- Permite a desigualdade, mas apenas na medida em que esta beneficie os


menos favorecidos e na condição de que exista igualdade real de oportunidade.

Com isto apareceram duas objeções à tese de Rawls:

• Objeção libertarista de Nozick ao Princípio a diferença


• Objeção comunitarista de Sandel à posição original e véu da ignorância
Robert Nozick
A crítica de Nozick refere-se ao princípio da diferença de Rawls.

Nozick defende que a interferência do estado é eticamente inaceitável.


Respeitar a liberdade dos indivíduos implica não violar os seus direitos de
propriedade. Para concretizar o padrão de justiça do princípio da diferença, o
estado tira a alguns indivíduos, sem o seu consentimento, parte daquilo que
possuem legitimamente, para beneficiar os mais desfavorecidos. Segundo
Nozick, isto viola os seus direitos de propriedade e, portanto, desrespeita a sua
liberdade.

Eu concordo com esta tese, se estivermos a falar de um esforço que tal


indivíduo se sujeitou para alcançar os seus objetivos. Por exemplo não concordo
com o facto de um individuo preguiçoso dizer que numa sociedade justa a
distribuição da riqueza não deve depender de se trabalhar muito ou pouco. Pois
se trabalhou e se esforçou, é merecedor do que quer que seja que pretende
alcançar.

Falando em termos de riqueza, ou seja, um indivíduo que tira proveito do


esforço (herança) dos seus antepassados, acho que não é de facto tão justo
perante outros que se esforçam com o objetivo de chegar ao seu “nível”, no
entanto as suas posses continuam a fazer parte dele e dos seus antepassados,
por isso não acho justo privarem-lhe de beneficiar dessa sua sorte. Obviamente
que o seu caminho comparado com o de outros vai ser muito mais facilitado,
não sendo justo para esses, mas também não é justo para o individuo tirarem-
lhe tudo o que possui legitimamente, para mim, o que seria devidamente e
moralmente correto, era o próprio individuo ter a iniciativa de ajudar e
proporcionar igualdade perante os outros.
Michael Sandel
Para os comunitaristas o erro de Rawls está em considerar os indivíduos como sujeitos
políticos isolados. A ideia de justiça deve decorrer do bem comum, inserida na comunidade. Se
é a comunidade que está em causa, então a metodologia de Rawls para encontrar os
princípios da justiça não são adequados, dado que parte na posição original dos interesses
individuais e não dos interesses comunitários.

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