Proposta Lei Oe 2007efundamentacao

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FUNDAMENTAÇÃO

O Orçamento do Estado para o ano de 2007 está orientado para o


processo de descentralização administrativa e financeira e para a
consolidação da reforma do sistema tributário.

Assim, em 2007 serão desenvolvidas as seguintes acções:

No âmbito do fortalecimento do Sistema Tributário

• Concluir a avaliação do actual sistema tributário, iniciada em


Março/2006, em particular no que se refere ao IVA e IRPS e IRPC;

• Estabelecer mecanismos de tributação mais simplificada para os


pequenos contribuintes, em particular das Zonas Rurais;

• Reformular o Imposto sobre Sucessões e Doações e implementar


um novo Código, adoptando taxas moderadas e simplificando os
procedimentos para a sua determinação e pagamento;

• Adoptar uma estratégia de divulgação dos impostos, dando


relevância especial à educação fiscal, bem como à formação dos
funcionários da Administração Tributária;

• Estabelecer novas formas de cobrança dos impostos, criando


condições para facilitar o pagamento utilizando o sistema bancário;

• Realizar uma avaliação dos benefícios fiscais atribuídos e


resultados obtidos, tendo como elemento fundamental os incentivos
para projectos de investimento na área dos recursos naturais;

• Submeter à aprovação uma Proposta de Lei que introduz alterações


à Lei das Finanças Autárquicas e o respectivo Código Tributário
Autárquico.

No âmbito do fortalecimento da Administração Tributária

• Continuar com o registo de contribuintes, com recurso à


informatização, visando o alargamento da base tributária;

• Estabelecer novas formas de cobrança dos impostos, criando


condições para facilitar o pagamento através do sistema bancárias;
• Instalar e pôr em funcionamento efectivo a Autoridade Tributária de
Moçambique;

• Aprovar o Plano de Desenvolvimento das Tecnologias de


Informatização de todos os impostos, incluindo os aduaneiros;

• Instalar e assegurar o funcionamento efectivo dos Tribunais Fiscais


e consolidar os Tribunais Aduaneiros;

• Elaborar o anteprojecto do Código Geral do Processo Tributário;

• Prosseguir com acções visando a integração da informação e dos


sistemas de controlo aduaneiro e do comércio regional, visando o
combate à evasão fiscal no comércio inter-regional;

• Concluir o Processo de revisão da pauta aduaneira, das taxas


aduaneiras e dos procedimentos visando à facilitação do comércio
regional, no âmbito dos acordos alcançados ao nível da região da
comunidade para o desenvolvimento da África Austral (SADC);

• O prosseguir com a implementação de acções e procedimentos de


segurança transfronteiriça.

No âmbito do Desenvolvimento da Administração Financeira do


Estado

• Conclusão da descentralização da Execução Orçamental através do


e-SISTAFE para os órgãos centrais e provinciais;

• Descentralização da execução orçamental por e-SISTAFE aos


distritos pilotos;

• Integração da execução da folha de salários dos funcionários


públicos no e-SISTAFE.

Ao nível das despesas

Para garantir o cumprimento do programa quinquenal do Governo,


continuar-se-á a priorizar a afectação de recursos para a realização de
acções relevantes na prossecução dos objectivos de redução do índice de
pobreza e garantir um crescimento económico sustentável.
A proposta de Lei do Orçamento para o ano de 2007 é constituída por um
preâmbulo e treze (13) artigos, que estatuem o seguinte:

No preâmbulo, estão definidas as opções do Governo a serem


implementadas no ano de 2007 para o alcance dos objectivos
estabelecidos no Plano Económico e Social no âmbito da implementação
do PARPA;

No artigo 1, determina a aprovação do Orçamento do Estado para o ano


de 2007 e os anexos que nela integram;

No artigo 2, estão previstos os montantes globais das Receitas,


Despesas e o Défice do Orçamento do Estado;

No artigo 3, a distribuição das receitas do Estado segundo a classificação


económica agregada, e estabelecimento da distribuição desta receita ao
nível da administração central, provincial e distrital segundo as
classificações orçamentais;

No artigo 4, a indicação do montante global das receitas a serem


arrecadadas pelo Estado, subdivididas em receitas fiscais, receitas não
fiscais, receitas consignadas e receitas de capital. Por outro lado, autoriza
o Governo a captar e canalizar ao orçamento do Estado os recursos para
a cobertura do défice orçamental;

No artigo 5, a indicação dos montantes das despesas correntes e de


investimento;

No artigo 6, estabelece condições para que o Governo possa utilizar os


recursos extraordinários, nos casos em que estes se situem para além
dos previstos nos nº. 1 e 2 do artigo 4;

No artigo 7, define as condições e os prazos a serem observados para as


transferências e redistribuições de dotações orçamentais atribuídas às
instituições e Órgãos do Estado;

No artigo 8, fixa as condições em que o Governo é autorizado a contrair


empréstimos ao nível interno e externo e as condições de concessão de
empréstimos por via de acordos de retrocessão;

No artigo 9, fixa o montante máximo de emissões de garantias e avales;

No artigo 10, estabelece o montante para o fundo de Compensação


Autárquica e a sua respectiva distribuição;
No artigo 11, estabelece o montante de investimento do orçamento
central para iniciativas de investimento pelas Autarquias;

No artigo 12, remete-se tudo o que esteja omisso às disposições


constantes da Lei nº. 9/2002, de 12 de Fevereiro, e demais legislação
pertinente;

No artigo 13, estabelece a data em que a Lei produz efeitos.


REPÚBLICA DE
MOÇAMBIQUE

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

PROPOSTA DO ORÇAMENTO DO
ESTADO PARA O ANO DE 2007

PROJECTO DE LEI

Setembro de 2006
REPÚBLICA DE
MOÇAMBIQUE

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

Lei nº. /2006


De de Dezembro

Para o exercício económico de 2007, o Governo, no âmbito da


implementação do seu Programa, definiu como prioridade a
implementação dos objectivos conducentes à Redução da Pobreza
Absoluta, com maior incidência nas áreas de Educação, Saúde, Obras
Públicas, Agricultura, Desenvolvimento Rural, boa Governação, bem como
a manutenção de um desenvolvimento económico e social sustentável,
baseado no rigor e racionalidade na utilização dos recursos públicos.

Assim, o Orçamento do Estado para o ano de 2007 visa dar continuidade


ao processo de descentralização administrativa e financeira traduzida pela
descentralização dos processos de planificação, programação e gestão
orçamental e pela estruturação e operacionalização dos órgãos locais do
Estado visando capacitar os distritos em verdadeiras unidades motoras do
desenvolvimento económico e social do Pais.

Na área de receita, o Governo envidará esforços conducentes ao aumento


da sua arrecadação, destacando-se a modernização do Aparelho de
Administração Tributária de Moçambique, implantação dos Tribunais
Fiscais de Primeira Instância e consolidação dos Tribunais Aduaneiros.

Na área da despesa, o Governo continuará com a implementação da


reforma do sector público, no âmbito do Sistema de Administração
Financeira do Estado (SISTAFE) de modo a garantir maior disciplina
fiscal, transparência, eficiência e eficácia na gestão de recursos públicos.

Nestes termos, ao abrigo do disposto na alínea m) do nº 2 do artigo 179


da Constituição da República de Moçambique, a Assembleia da República
determina:

Artigo 1
(Aprovação)

É aprovado o Orçamento do Estado para o ano de 2007.


Artigo 2
(Montantes Globais do Orçamento)

Os montantes globais do Orçamento do Estado para 2007, em mil


meticais da nova família, são os seguintes:

a) Receitas do Estado 32,461,132.08


b) Despesas do Estado 70,896,574.25
c) Défice 38,435,442.17

Artigo 3
(Limites Orçamentais e sua Fundamentação)

1. Constituem limites do Orçamento do Estado para o ano de 2007, os


constantes dos seguintes mapas em anexo, tomando em consideração
a respectiva classificação económica:

a. Equilíbrio Orçamental - Mapa A;

b. Receitas do Estado - Mapa B;

c. Despesas para funcionamento por Grupo Agregado de Despesas


– Mapa C;

d. Despesas para Funcionamento Segundo a Classificação


Orgânica (Âmbito Central) – Mapa D;

e. Despesas para Funcionamento Segundo a Classificação


Orgânica (Âmbito Provincial) – Mapa E;

f. Despesas para Funcionamento Segundo a Classificação


Orgânica (Âmbito Distrital) – Mapa F;

g. Despesas para Investimento Segundo a Classificação Orgânica


e Origem de Financiamento (Âmbito Central) – Mapa G;

h. Despesa para Investimento Segundo a Classificação Orgânica e


Origem de Financiamento (Âmbito Provincial)- Mapa H;

i. Despesa para Investimento Segundo a Classificação Orgânica e


Origem de Financiamento (Âmbito Distrital)- Mapa I

j. Distribuição do Fundo de Compensação Autárquica – Mapa J.


Artigo 4
(Receitas)

1. O Governo assegura para o Orçamento do Estado de 2007, a


arrecadação de receitas no valor total de 32,461,132.08 mil meticais da
nova família, assim distribuídas:

a) Receitas Fiscais 25,694,288.00

b) Receitas não fiscais 2,418,462.04

c) Receitas consignadas 2,518,212.04

d) Receitas de Capital 1,830,170.00

2. O Governo mobiliza e canaliza para o Orçamento do Estado de 2007,


recursos necessários à cobertura do défice orçamental referido na
alínea c) do artigo 2 da presente Lei, no montante de 38,435,442.17 mil
meticais da nova família
.
Artigo 5
(Despesas)

1. As despesas de funcionamento fixadas pela presente Lei totalizam o


valor de 37,451,100.00 mil meticais da nova família, assim distribuídas:

a) Despesa Corrente 31,476,962.26

b) Despesa de Capital 5,974,137.74

2. As despesas de investimento fixadas pela presente Lei totalizam o


valor de 33,445,474.25 mil meticais da nova família, assim distribuídas:

a) Componente Interna 8,941,100.00

b) Componente Externa 24,504,374.25

Artigo 6
(Recursos Extraordinários)

1. No caso da arrecadação das receitas do Estado se situar para além da


previsão global referida no nº1 do artigo 4 da presente Lei, o Governo
pode proceder ao pagamento antecipado, total ou parcial da divida
pública, bem como financiar o défice.
2. Nos casos de mobilização de recursos externos para além da previsão
referida na alínea b) do nº2 do artigo 5 da presente Lei, o Governo fica
autorizado a aplicar os recursos nos programas de investimento.

Artigo 7
(Transferências Orçamentais)

1. Na execução do Orçamento do Estado para 2007, é autorizado o


Governo a proceder à transferência de dotação dos órgãos ou
instituições do Estado que sejam extintos, integrados ou separados,
para outros ou novos órgãos que venham a exercer essas funções.

2. Nos casos devidamente fundamentados, em que se verifica a não


utilização total da dotação orçamental de um órgão ou instituição do
Estado, é autorizado o Governo a proceder à transferência das verbas
em causa para outras instituições que dela careçam.

3. Quando as circunstâncias assim o determinarem, é autorizado o


Governo a transferir dotações orçamentais de um órgão ou instituição a
nível central para o mesmo órgão ou instituição a níveis provincial ou
distrital e vice-versa.

Artigo 8
(Contratação e Concessão de Empréstimo)

1. É autorizado o Governo a contrair empréstimos internos e externos


observando as seguintes condições:

a) Empréstimos internos

i) taxa de juro indexada à média ponderada, pelo prazo e


montante das últimas seis colocações de Bilhetes de Tesouro,
de prazo superior a sessenta dias e inferior a trezentos e
sessenta e cinco dias, acrescido de uma margem máxima de
3%;

ii) período mínimo de amortização de 5 anos, com possibilidade


de amortização antecipada.

b) Empréstimos externos

i) taxa de juro máximo de 3% ao ano; e

ii) período de amortização não inferior a vinte e um anos


incluindo um período de diferimento não inferior a cinco anos.
2. É autorizado o Governo a contrair empréstimos externos, nos casos
em que da conjugação das condições do crédito com outras
modalidades bonificadas de financiamento, resultem em condições
equivalentes às referidas na alínea b) do nº1 do presente artigo.

3. É autorizado o Governo a conceder empréstimos por via de acordos


de retrocessão, respeitando as seguintes condições:

i) Para o caso de acordos de retrocessão de donativos


externos, que se destinam a beneficiários com fins sociais de
interesse público, as taxas de juro serão fixadas numa base
casuística, mas inferiores a taxa de juro de mercado.

ii) Para o caso de acordos de retrocessão de créditos externos,


são condições de repasse as do acordo assinado com o
credor, salvaguardando-se que a taxa de juro definida cubra
as despesas bancárias.

iii) Nos casos em que o acordo assinado com o credor não


defina as condições de repasse, a dívida é repassada na
moeda original, assumindo o beneficiário o risco cambial; o
prazo de amortização não deverá ser superior ao da vida útil
do projecto; o período de deferimento estender-se-á até ao
início da geração das receitas, sendo a sua determinação
fixada numa base casuística e serão devidos juros; a taxa de
juro será igual à do mercado internacional (LIBOR), acrescido
de uma margem de 1.5%, ou outra taxa a acordar, não
devendo ser inferior à do acordo assinado com o credor.

Artigo 9
(Garantias e Avales)

É autorizado o Governo a emitir garantias e avales, no montante


máximo de 53,710.00 mil meticais da nova família.

Artigo 10
(Fundo de Compensação Autárquica)

O montante global do Fundo de Compensação Autárquica é fixado em


288,900.00 mil meticais da nova família e consta do mapa J em anexo.

Artigo 11
(Investimento de Iniciativa Autárquica)

O montante global de Investimento de Iniciativa Local para todas


Autarquias é de 200,000.00 mil meticais da nova família.
Artigo 12
(Remissão)

Em tudo o que fica omisso observar-se-ão as disposições da Lei nº


9/2002, de 12 de Fevereiro, e demais legislação pertinente ao
Orçamento do Estado.

Artigo 13
(Entrada em vigor)

A presente Lei entra em vigor a 1 de Janeiro de 2007.

Aprovada pela Assembleia da República, aos de de 2006.

O Presidente da Assembleia da República

Eduardo Joaquim Mulémbwè

Promulgada em de de 2007.

Publique-se.

O Presidente da República

Armando Emílio Guebuza

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