Cavaleiros No Novo Mundo Os Jesuitas e A Conquista Da America Portuguesa

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)

D611 Discussões interdisciplinares no campo das ciências humanas


[recurso eletrônico] / Organizador Adaylson Wagner Sousa de
Vasconcelos. – Ponta Grossa, PR: Atena Editora, 2020.

Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7247-914-1
DOI 10.22533/at.ed.141201301

1. Abordagem interdisciplinar do conhecimento. 2. Ciências


humanas – Pesquisa – Brasil. I. Vasconcelos, Adaylson Wagner
Sousa de.

CDD 300

Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

Atena Editora
Ponta Grossa – Paraná - Brasil
www.atenaeditora.com.br
[email protected]
APRESENTAÇÃO
Discussões Interdisciplinares no Campo das Ciências Humanas, coletânea de
vinte e dois capítulos que une pesquisadores de diversas instituições, corresponde
a obra que discute temáticas que circundam a grande área das Humanidades e dos
diálogos possíveis de serem realizados com as demais áreas do saber.
Numa mistura entre música, dança, folclore e nordeste brasileiro, DIÁLOGO
CRIATIVO: TECNOLOGIA, ARTE E NARRATIVA POPULAR, de Amanda Lopes
Galvão, apresenta considerações para pensarmos coreografias além da dança
em si. Ainda na música, COMPOSIÇÃO, INTERPRETAÇÃO E IDENTIDADE NA
“CHORATA NO. 1” DE CARLOS ALMADA: CONTRIBUIÇÕES E REFLEXÕES
SOBRE ORALIDADE E ESCRITA DO “CHORO”, de Celso Garcia de Araújo Ramalho,
Paulo Henrique Loureiro de Sá, Bartolomeu Wiese Filho, Marcus de Araújo Ferrer,
Henrique Leal Cazes e Marcello Gonçalves, aborda composição, interpretação, além
da interface teoria e prática do choro.
A arte e suas múltiplas formas de materialização ainda está presente em A
POESIA COMO RECURSO IMAGÉTICO PARA COMPOSIÇÃO COREOGRÁFICA
NA CRIAÇÃO DO ESPETÁCULO “PEQUENAS DANÇAS PARA NÃO ESQUECER”,
de Victor Hugo Neves de Oliveira, Camila Aparecida M. Belarmino, Miguel Eugenio
Barbosa Segundo e Taciana Assis Bezerra Negri, e em A ARTE RUPESTRE DO
SÍTIO ARQUEOLÓGICO PEDRA ESCRITA E SUA RELAÇÃO COM A PAISAGEM,
de Samanta de França Serrano, quando, no primeiro, é verificável os diálogos
possíveis entre poesia, música e coreografia, e, no segundo, a arte rupestre, formas
de marcação do homem para o tempo e a história, possibilita a interpretação e
conhecimento do momento pré-histórico vivido. CAVALEIROS NO NOVO MUNDO:
OS JESUÍTAS E A CONQUISTA DA AMÉRICA PORTUGUESA, de Marcus Baccega,
resgata as contribuições de Inácio de Loyola para aferição da herança medieval a
partir da colonização do espaço americano que teve significativa participação dos
jesuítas.
Ensino, produção científica e políticas públicas encontram amparo em
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL,
de Maria Priscila da Costa da Silva, Maria do Socorro de Sousa, Railane Bento Vieira
Saboia, Andréa Pereira Rocha e Francisco Ricardo Miranda Pinto, REFLEXÕES
SOBRE O STATUS DA LÍNGUA INGLESA NO ATUAL CONTEXTO GLOBAL E NO
BRASIL, de Sylvia Cristina de Azevedo Vitti, CONCEITO DE CIDADE SAUDÁVEL NA
PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA SAÚDE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA, de Rochelle
de Arruda Moura, José Airton Nascimento Diógenes Baquit e Karla Patrícia Martins
Ferreira, PANORAMA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE EDUCOMUNICAÇÃO
NO BRASIL (ÚLTIMOS ANOS), de Isabel Mayara Gomes Fernandes Brasil e Maria
Eleni Henrique da Silva, POLÍTICAS PÚBLICAS AFIRMATIVAS E O NEGRO NO
LIVRO DIDÁTICO NO BRASIL, de Simone Rezende da Silva, Tathianni Cristini da
Silva e Erika Megumy Tsukada, e O DESAFIO DA GESTÃO DAS POLÍTICAS DE
AÇÃO AFIRMATIVA NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS: SOB QUAIS DIRETRIZES?,
de Jussete Rosane Trapp Wittkowski e Stela Maria Meneghel.
Projetos de extensão e ações que envolvem a comunidade universitária
como um todo são pontos de partida para contribuições como PROJETO DEZ:
SOCIEDADE BENEFICENTE E DE AÇÃO SOCIOEDUCATIVO - SOBASE, de
Cleonaldo Pereira Cidade, Charlene Ferreira dos Santos e Zenilda Rosa de Oliveira, O
FORTALECIMENTO DA IDENTIDADE DO SUJEITO DO CAMPO A LUZ DO PROJETO
POLÍTICO PEDAGÓGICO: UM ESTUDO DE CASO NA EMEIF ODIL PONTES EM
TOMÉ-AÇU/PA, de Ana Marcia Gonzaga Rocha e Rosileide de Jesus de Souza Melo,
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS ALUNOS QUE PARTICIPARAM DO PROJETO
DE EXTENSÃO FISIOALEGRIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP-DF, de
Mauro Trevisan, José Geraldo C. Trindade, Milene Pereira dos Santos e Rudimila
Santos Silveira, e DESAFIOS DA ACESSIBILIDADE NA GESTÃO E SERVIÇO EM
ESTABELECIMENTOS ALIMENTÍCIOS LOCALIZADOS NO ENTORNO DA UFRPE-
RECIFE, de Ana Karla de Melo Silva, Lais Celeste Vasconcelos, Ana Regina Bezerra
Ribeiro, Maria Iraê de Souza Corrêa e Edenilze Teles Romeiro.
A inserção do sujeito mediante práticas de acesso junto a grupos minoritários é o
foco em ESTUDO DE CASO SOBRE A INSERÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS
NO MERCADO DE TRABALHO POR AGÊNCIAS DE RECURSOS HUMANOS EM
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, de Erika Tamires Silva Ribeiro, Gabrielle Helbusto Horle
Bongiovanni, Márcia Bianca Germiniani, Maria Jennifer Santos Vargas, Maximilian
Espuny e Fernanda de Oliveira Silva, enquanto que em DIREITOS HUMANOS
VERSUS CRIMINALIZAÇÃO DO USUÁRIO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS, de
Emilie Collin Silva Kluwen e Eveline de Sousa Landim, e VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
CONTRA A MULHER: EFICÁCIA DA LEI MARIA DA PENHA, de Criziene Melo Vinhal,
expõem as relações humanas e os diálogos permeados com as ciências jurídicas.
Por fim, mas não menos importante, temos ITINERÁRIO BIOGRÁFICO E
CARREIRAS DOS PRESIDENTES DO BANCO CENTRAL DO BRASIL: UMA
ANÁLISE SOCIOLÓGICA DAS ELITES ESTRATÉGICAS DO PODER ECONÔMICO,
de Marcelo Gonçalves Marcelino e Gerson Laerte da Silva Vieira, que frisa a relação
entre governança da principal e mais importante instituição financeira e econômica
do país, o Banco Central do Brasil, como espaço marcado pela presença das elites
nacionais na condução de suas ações.
Assim sendo, convidamos todos os leitores para exercitar diálogos com os
estudos aqui contemplados.
Tenham proveitosas leituras!

Adaylson Wagner Sousa de Vasconcelos


SUMÁRIO

CAPÍTULO 1................................................................................................................. 1
DIÁLOGO CRIATIVO: TECNOLOGIA, ARTE E NARRATIVA POPULAR
Amanda Lopes Galvão
DOI 10.22533/at.ed.1412013011

CAPÍTULO 2................................................................................................................. 9
COMPOSIÇÃO, INTERPRETAÇÃO E IDENTIDADE NA “CHORATA NO. 1” DE
CARLOS ALMADA: CONTRIBUIÇÕES E REFLEXÕES SOBRE ORALIDADE E
ESCRITA DO “CHORO”
Celso Garcia de Araújo Ramalho
Paulo Henrique Loureiro de Sá
Bartolomeu Wiese Filho
Marcus de Araújo Ferrer
Henrique Leal Cazes
Marcello Gonçalves
DOI 10.22533/at.ed.1412013012

CAPÍTULO 3............................................................................................................... 26
A POESIA COMO RECURSO IMAGÉTICO PARA COMPOSIÇÃO COREOGRÁFICA
NA CRIAÇÃO DO ESPETÁCULO “PEQUENAS DANÇAS PARA NÃO ESQUECER”
Victor Hugo Neves de Oliveira
Camila Aparecida M. Belarmino
Miguel Eugenio Barbosa Segundo
Taciana Assis Bezerra Negri
DOI 10.22533/at.ed.1412013013

CAPÍTULO 4............................................................................................................... 37
A ARTE RUPESTRE DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO PEDRA ESCRITA E SUA RELAÇÃO
COM A PAISAGEM
Samanta de França Serrano
Deusdedith Rocha Junior
DOI 10.22533/at.ed.1412013014

CAPÍTULO 5............................................................................................................... 57
CAVALEIROS NO NOVO MUNDO OS JESUÍTAS E A CONQUISTA DA AMÉRICA
PORTUGUESA
Marcus Baccega
DOI 10.22533/at.ed.1412013015

CAPÍTULO 6............................................................................................................... 71
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO ENSINO DE CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL
Maria Priscila da Costa da Silva
Maria do Socorro de Sousa
Railane Bento Vieira Saboia
Andréa Pereira Rocha
Francisco Ricardo Miranda Pinto
DOI 10.22533/at.ed.1412013016

SUMÁRIO
CAPÍTULO 7............................................................................................................... 83
REFLEXÕES SOBRE O STATUS DA LÍNGUA INGLESA NO ATUAL CONTEXTO
GLOBAL E NO BRASIL
Sylvia Cristina de Azevedo Vitti
DOI 10.22533/at.ed.1412013017

CAPÍTULO 8............................................................................................................. 101


CONCEITO DE CIDADE SAUDÁVEL NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA SAÚDE: UMA
REVISÃO INTEGRATIVA
Rochelle de Arruda Moura
José Airton Nascimento Diógenes Baquit
Karla Patrícia Martins Ferreira
DOI 10.22533/at.ed.1412013018

CAPÍTULO 9............................................................................................................. 108


PANORAMA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE EDUCOMUNICAÇÃO NO BRASIL
(ÚLTIMOS ANOS)
Isabel Mayara Gomes Fernandes Brasil
Maria Eleni Henrique da Silva
DOI 10.22533/at.ed.1412013019

CAPÍTULO 10........................................................................................................... 121


POLÍTICAS PÚBLICAS AFIRMATIVAS E O NEGRO NO LIVRO DIDÁTICO NO
BRASIL
Simone Rezende da Silva
Tathianni Cristini da Silva
Erika Megumy Tsukada
DOI 10.22533/at.ed.14120130110

CAPÍTULO 11........................................................................................................... 132


O DESAFIO DA GESTÃO DAS POLÍTICAS DE AÇÃO AFIRMATIVA NAS
UNIVERSIDADES PÚBLICAS: SOB QUAIS DIRETRIZES?
Jussete Rosane Trapp Wittkowski
Stela Maria Meneghel ­
DOI 10.22533/at.ed.14120130111

CAPÍTULO 12........................................................................................................... 140


PROJETO DEZ: SOCIEDADE BENEFICENTE E DE AÇÃO SOCIOEDUCATIVO -
SOBASE
Cleonaldo Pereira Cidade
Charlene Ferreira dos Santos
Zenilda Rosa de Oliveira
DOI 10.22533/at.ed.14120130112

CAPÍTULO 13........................................................................................................... 145


O FORTALECIMENTO DA IDENTIDADE DO SUJEITO DO CAMPO A LUZ DO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: UM ESTUDO DE CASO NA EMEIF ODIL
PONTES EM TOMÉ-AÇU/PA
Ana Marcia Gonzaga Rocha

SUMÁRIO
Rosileide de Jesus de Souza Melo
DOI 10.22533/at.ed.14120130113

CAPÍTULO 14........................................................................................................... 159


REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS ALUNOS QUE PARTICIPARAM DO PROJETO
DE EXTENSÃO FISIOALEGRIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP-DF
Mauro Trevisan
José Geraldo C. Trindade
Milene Pereira dos Santos
Rudimila Santos Silveira
DOI 10.22533/at.ed.14120130114

CAPÍTULO 15........................................................................................................... 173


DESAFIOS DA ACESSIBILIDADE NA GESTÃO E SERVIÇO EM ESTABELECIMENTOS
ALIMENTÍCIOS LOCALIZADOS NO ENTORNO DA UFRPE-RECIFE
Ana Karla de Melo Silva
Lais Celeste Vasconcelos
Ana Regina Bezerra Ribeiro
Maria Iraê de Souza Corrêa
Edenilze Teles Romeiro
DOI 10.22533/at.ed.14120130115

CAPÍTULO 16........................................................................................................... 184


ESTUDO DE CASO SOBRE A INSERÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS NO
MERCADO DE TRABALHO POR AGÊNCIAS DE RECURSOS HUMANOS EM SÃO
JOSÉ DOS CAMPOS
Erika Tamires Silva Ribeiro
Gabrielle Helbusto Horle Bongiovanni
Márcia Bianca Germiniani
Maria Jennifer Santos Vargas
Maximilian Espuny
Fernanda de Oliveira Silva
DOI 10.22533/at.ed.14120130116

CAPÍTULO 17........................................................................................................... 197


DIREITOS HUMANOS VERSUS CRIMINALIZAÇÃO DO USUÁRIO DE SUBSTÂNCIAS
PSICOATIVAS
Emilie Collin Silva Kluwen
Eveline de Sousa Landim
DOI 10.22533/at.ed.14120130117

CAPÍTULO 18........................................................................................................... 203


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER: EFICÁCIA DA LEI MARIA DA PENHA
Criziene Melo Vinhal
DOI 10.22533/at.ed.14120130118

SUMÁRIO
CAPÍTULO 19........................................................................................................... 218
ITINERÁRIO BIOGRÁFICO E CARREIRAS DOS PRESIDENTES DO BANCO
CENTRAL DO BRASIL: UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA DAS ELITES ESTRATÉGICAS
DO PODER ECONÔMICO
Marcelo Gonçalves Marcelino
Gerson Laerte da Silva Vieira
DOI 10.22533/at.ed.14120130129

CAPÍTULO 20........................................................................................................... 236


INTERDISCIPLINARIDADE FONOAUDIOLOGIA E EDUCAÇÃO PONTO DE PARTIDA
PARA O TRABALHO COLABORATIVO
Marília Piazzi Seno
Simone Aparecida Capellini
DOI 10.22533/at.ed.14120130120

CAPÍTULO 21........................................................................................................... 245


ESPAÇOS EDUCATIVOS UMA RELAÇÃO ENTRE ARQUITETURA E EDUCAÇÃO
Eduardo Trovó Palmieri
Katia Maria Roberto de Oliveira Kodama
DOI 10.22533/at.ed.14120130121

CAPÍTULO 22........................................................................................................... 257


MITOPOIESIS: RELAÇÃO ENTRE DIREITO, FILOSOFIA, RELIGIÃO E ARTES
Paola Cantarini
DOI 10.22533/at.ed.14120130122

SOBRE O ORGANIZADOR...................................................................................... 269

ÍNDICE REMISSIVO................................................................................................. 270

SUMÁRIO
CAPÍTULO 5
doi
CAVALEIROS NO NOVO MUNDO OS JESUÍTAS E A
CONQUISTA DA AMÉRICA PORTUGUESA

Data de aceite: 20/12/2019 KNIGHTS IN THE NEW WORLD THE


JESUITS AND THE CONQUEST OF
PORTUGUESE AMERICA
Marcus Baccega
DEHIS/PPGHIS-UFMA ABSTRACT: This brief paper aims at
São Luís do Maranhão rediscussing, by means of a new historiographic
reading of the Spiritual Practices by Saint
Ignace of Loyola (1548), the mediaeval heritage
RESUMO: Este breve ensaio pretende rediscutir,
pertaining to Brazil Continent and the historical
a partir de uma (re)leitura historiográfica
shews of its feudalization. We intend to evince,
dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio
therefore, how the Order of the Jesuits has woven
de Loyola (1548), a herança medieval do
its self-representation as Militia Christi (the idea
Continente Brasil e os índices históricos de
of the “militant Church” made up by the “soldiers
sua feudalização. Pretende-se evidenciar, para
of Christ”, who have impawned to obeying the
tanto, como a Companhia de Jesus teceu uma
Pope due to a specific vow and to acting out under
autorrepresentação enquanto Militia Christi (a
the watchword perinde ac cadaver). Thereafter,
“Igreja militante” dos “soldados de Cristo”, que se
the Order of the Jesuits has considered itself
comprometem com o voto de obediência pessoal
called to perform a Crusade to expand Catholic
ao Papa sob o lema perinde ac cadaver). Desta
faith and its closely related civilization project,
maneira, a Companhia de Jesus considerou-se
put forward by the Iberian morarchs. Thereby, it
vocacionada a uma cruzada de expansão da fé
is our purpose in this text to stir up the debate
católica e seu projeto civilizatório, impulsionado
about the conquest and colonization of Southern
pelas monarquias ibéricas. Com tal aporte,
regions of the American Continent as a second
é intuito deste breve texto ensejar o debate
and more sophisticated feudal expansion and
sobre a conquista e colonização das regiões
simultaneously the founding moment of the
meridionais do Continente Americano enquanto
setting up of the Capitalist World Economy.
uma segunda, e mais sofisticada, expansão
KEYWORDS: Militia Christi; Jesuits; Conquest
feudal, momento fundante da construção de
of America.
uma economia-mundo capitalista.
PALAVRAS-CHAVE: Militia Christi; Jesuítas;
Conquista da América.

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 57


1 | INTRODUÇÃO

A feudoclericalização de Abya Yala

Dentre os povos originários do Continente Americano, os kunas, habitantes de


territórios hoje abrangidos pelos Estados panamenho e colombiano, conceberam
uma expressão pela qual se referiam à grande porção de terra que os comunicava a
outras tantas etnias ameríndias: Abya Yala (“terra em plena maturidade”). O dia 12
de outubro de 1492, oito meses após a expulsão dos mouros da taifa de Granada,
assinala, na memória canônica do Ocidente, o momento em que os europeus
aportaram em Abya Yala. O navegador e cosmógrafo genovês (talvez catalão)
Cristóvão Colombo, em nome da Coroa de Castela, proclamou e fez encenar o ritual
de tomada de posse de Hispaniola (Ilha de São Domingos), a partir das normas do
Requerimiento castelhano e em consonância com as designações contidas na Bula
Inter Coetera (04 de maio de 1493) e do subsequente Tratado de Tordesilhas (07 de
junho de 1494).
Neste momento, Abya Yala torna-se uma imensa terra de Conquista, de
penetração, dominação, colonização e transculturação. Em uma palavra, converte-se
em América. Nestes termos – e com esse termo – insere-se, de maneira periférica e
subordinada, na formação de uma grande economia-mundo (Immanuel Wallerstein)
de proporções antes impensadas, resultante do processo histórico relativo a uma
segunda expansão feudal, consagrada, na Historiografia, sob o nome de Grandes
Navegações, de que advieram os celebrados Descobrimentos.
Neste contexto, uma vasta plaga meridional de Abya Yala, a Pindorama (“terra
das palmeiras”), foi destinatária de projeções edênicas, há muito realizadas pela
cartografia medieval sobre ilhas como a Islândia, a Sicília, as Ilhas Baleares, a
Madeira, os Açores, Cabo Verde. Pindorama, designação genérica em tupi, passa
por um violento processo de Conquista e colonização, recebendo, primeiramente,
o nome de Ilha de Vera Cruz, depois Terra ou Província de Santa Cruz. Tal nome
resultou, como evidenciou o historiador mexicano Luís Weckmann, em La herencia
medieval del Brasil (1993), de uma artimanha do Rei Dom Manuel, o Venturoso
(1495-1521), em missiva endereçada a seus sogros, os Reis Católicos Fernando e
Isabel de Espanha, para ocultar a dimensão das terras recém-descobertas, assim
procurando afastar o potencial interesse espanhol pela região.
No entanto, os colonos portugueses nunca abandonaram o hábito de referir-se
à nova terra da Conquista sob o genérico epíteto de “Continente Brazil”, valendo-se
do termo céltico gaélico Brazil, cujo significado é “Ilha Afortunada”. Nome certamente
propício para a ‘ilha” onde, finalmente, se havia encontrado o Paraíso Terrestre, tão
detalhadamente caracterizado no Capítulo 2 do Livro de Genesis. É nosso intuito,

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 58


neste breve texto, problematizar o relevante aspecto de feudoclericalização1 da
conquista portuguesa na América, o que implica, evidentemente, uma reinterpretação
do papel dos jesuítas neste processo de ocidentalização forçada de Pindorama.
A esta releitura da conquista portuguesa da América, corresponde a
argumentação do historiador mexicano Luís Weckmann, que explicita a transposição
feudal (transplante feudal) implicada na colonização ibérica no Novo Mundo
(WECKMANN, 1993).

2 | SANTO INÁCIO DE LOYOLA: ASCETA, CRUZADO E PREGADOR DE GENTES

Em uma crônica do século IX, intitulada Navigatio Sancti Brandani, narrativa


que apresenta a navegação de São Brandão, monge beneditino gaélico do século
VI, em busca da localização concreta do Jardim do Éden, identificado – mas vedado
ao ingresso de Brandão e os doze monges que o acompanhavam – em uma ilha
próxima a Avalon (a ilha dos mortos da mitologia celta), que recebeu tal alcunha
(WECKMANN, 1993). Como observamos em outra ocasião:

A locução Companhia de Jesus, longe de aludir às empresas de capital integralizado


que surgiriam no início do século XVII (Companhia das Índias Orientais em 1602 ou
a Companhia das Índias Ocidentais em 1621), traz a ideia de um batalhão, de tropa.
Com fulcro na concepção de uma Igreja Militante, a Ordem dos Jesuítas concebeu
a si própria, de início, como unidade militar, rígida e hierarquicamente organizada
a partir de uma estrita disciplina e observância aos comandos dos superiores
e das autoridades da Igreja. Não é por outra razão que, uma vez reconhecida
e chancelada a nova Ordem – sucessora quinhentista das ordens mendicantes
do século XIII, franciscanos e dominicanos – os jesuítas passaram a jurar, além
dos votos tradicionais de pobreza, obediência e castidade, um quarto voto, de
fidelidade e obediência irrestrita à pessoa do Papa (BACCEGA, 2015: 120).

Para compreender a estreita ligação de Inácio de Loyola e os ideais e práticas


da cavalaria medieval, deve-se retroceder ao início de sua vida. Nasceu no castelo
de Loyola, próximo à cidade de Azpeitia (província de Guipúzcoa), no País Basco
sob o domínio da Coroa de Castela e Aragão, irmão mais novo de treze filhos do
castelão D. Beltrán Lopez y Oñaz de Loyola e Dona Marina Saénz, em 31 de maio
de 1491. Sua educação fundamentou-se na preparação guerreira tradicional ao ordo
nobiliárquico, à velha aristocracia feudal de espada, tendo servido de pajem a um
senhor feudal aparentado desde 1506. Tratava-se de Juan Velásquez de Cuéllar,
contador mayor da Rainha Isabel de Castela e, depois, do Rei Fernando de Aragão,
o Católico. Inácio se tornaria, em breve, escudeiro (armiger) e espécie de secretário
palaciano do contador mayor.
1 Termo cunhado pelo medievalista brasileiro Hilário Franco Júnior, em alusão especular ao neologismo
feudoburguesia, de autoria de José Luís Romero, medievalista argentino, em La revolución burguesa en el mundo
feudal (1979). A expressão aparece em sua Tese de Doutorado, publicada e intitulada Monges, Guerreiros e Cam-
poneses: feudo-clericalismo e religiosidade em Castela Medieval (FRANCO JR, 1989).

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 59


Com a morte de Velásquez em 1517, Inácio é sagrado cavaleiro (cerimônia do
adubamento) e adentra o serviço militar da Coroa de Castela, sob as ordens de D.
Antônio Marique de Lara, o Duque de Nájera. Foi na condição, portanto, de cavaleiro
de Castela que Inácio de Loyola seria gravemente contundido, por uma bala de
canhão, durante o cerco franco-navarro à cidade de Pamplona, em 20 de maio de
1521. O contexto era uma guerra movida pelo rei francês Francisco I (1515-1547)
contra o monarca Habsburgo Carlos I (1516- 1556), que se tornou Imperador Romano-
Germânico em 1519. O cerco a Pamplona ocorreu durante as campanhas francesas
denominadas “Guerras Italianas”, especificamente aquela que se desenrola entre
1521 e 1526.
Tal conflagração se deu em virtude da anexação do reino de Navarra, em 1516,
pela Coroa de Castela, passando a ser governado por vice-reis castelhanos. Por
consequência de suas vinculações feudovassálicas à Coroa francesa, Francisco
I intenta restaurar a autonomia de Navarra, na condição de “Estado” vassalo dos
Valois. O conflito instaurou-se em 12 de maio de 1521, quando uma coalizão franco-
navarra de cerca de 13 mil homens rebela-se contra o futuro Imperador Carlos V, sob
o comando de André de Foix, senhor de Hasparren.
Gravemente ferido após o cerco de 20 de maio de 1521 sobre Pamplona, Inácio
de Loyola recupera-se no castelo de sua linhagem. Na ausência de seu gênero de
leitura predileto, as novelas de cavalaria centro e tardo-medievais, o cavaleiro – cultor
do ethos palaciano e do jogo retórico-pedagógico do amor cortês – convalesce com
a leitura dos Legenda Aurea (c. 1270), coletânea de hagiografias (vitae) compilada
pelo dominicano Jacopo de Varazze e com a Vita Christi, de Ludolfo da Saxônia,
ambos traduzidos para o castelhano.
É nesta ocasião que, paulatinamente, o cavaleiro e fidalgo cortesão inicia seu
percurso místico e espiritual, inspirado no exemplum de São Francisco de Assis
(1882-1226), rumo à figura de um asceta. Com efeito, Santo Inácio dirige-se à
Catalunha, depõe sua armadura e adereços bélicos aos pés de uma imagem da
Virgem Maria, à entrada de um monastério beneditino em Montserrat, em 1522.
Decide, então, vestir um hábito simples e viver como anacoreta nas imediações da
vila de Manresa, às margens do rio Cardoner.
O cotidiano de meditações, em meio aos bosques da localidade (a exemplo dos
eremitas medievais), levou-o a uma prática cada vez mais sistemática de exercícios
místicos, desenvolvidos, experimentados e sempre adaptados entre os anos de 1522
e 1548. O jovem soldado convertido à prática ascética chegou mesmo a peregrinar
para Jerusalém, entre os anos de 1523 e 1524, ocasião em que esperava autorização
– denegada – para permanecer em um convento franciscano na Cidade Santa.
Retornando à recém-unificada Espanha, decide estudar Gramática em
Barcelona, no outono de 1524, tendo, a seguir, ingressado na Universidade de Alcalá,
Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 60
centro de difusão humanística no território castelhano. A instituição havia sido há
pouco fundada, em 1499. Suas principais leituras seriam, nesta ocasião, a Física de
Aristóteles, as Sentenças de Pedro Lombardo e tratados de lógica dialética. Inácio
trava, então, contato com uma obra fundamental para a definição da forma como
constituiria e ordenaria a Companhia de Jesus, após sua aprovação oficial, por parte
do Papa Paulo III, em 1540. Trata-se do Enchiridion, ou Manual do Soldado Cristão
(1525), do célebre humanista holandês Erasmo de Roterdã (1466- 1536), no qual
se fundamentou Inácio de Loyola para resgatar o ethos rigorista e se reapropriar da
mística das ordens militares monásticas surgidas na Idade Média Central (séculos
XI a XIII).
Durante sua estadia em Barcelona e mesmo depois, em Alcalá, Inácio cultivou
o modo de vida mendicante, sempre vestindo o velho hábito de peregrino, inspirado
no ideal de pobreza radical e Imitatio Christi propugnado por Francisco de Assis.
Os alimentos que conseguia receber eram, à noite, partilhados com mendigos, em
refeições comuns. Também a exemplo de dominicanos e franciscanos, pregava nas
ruas de Alcalá, para pessoas que, vestidas com hábitos similares, reuniam-se para
ouvir suas prédicas.
Tal conduta ascética logo despertou, junto às autoridades inquisitoriais, suspeitas
de que o jovem estudante pertencesse ao movimento herético dos alumbrados.
Especialmente difundida em Castela, esta heterodoxia cristã preconizava o
desenvolvimento e purificação espiritual e a comunhão com o sagrado a partir da
iluminação interior, o que prescindia perfeitamente da mediação clerical. As suspeitas
da Inquisição de Toledo sobre Inácio e seus amigos implicou uma detenção de 42
dias, até que se exarasse um veredito.
Apesar de inocentados, Inácio e seus pares foram proibidos de pregar em
público, especificamente em matéria religiosa, até que completassem mais quatro
anos de estudos, além de admoestados a vestir-se como os demais estudantes. O
historiador estadunidense John W. O’Malley, também padre e teólogo jesuíta, elucida
que os primeiros jesuítas precisaram debater-se, em considerável esforço retórico,
para convencer as autoridades eclesiais de que não eram alumbrados, luteranos ou
erasmianos (O’MALLEY,1993: 23).
Todavia, contando com o conselho e auxílio do arcebispo de Toledo, Alfonso
Fonseca y Acebedo, Inácio transfere-se para a Universidade de Salamanca, a mais
antiga da Espanha (fundação datada de 1218), muito influenciada pelo programa de
estudos da Universidade de Paris. A conclusão dos estudos de Inácio se daria nesta
última, ocasião em que sete amigos prestaram os votos de pobreza, obediência e
castidade na Catedral de Montmartre, em 1534, sobrevindo sua ordenação oficial
em 1537.
Conquanto não fosse um alumbrado e, menos ainda, um luterano ou adepto
Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 61
de qualquer Igreja protestante, a mística inaciana, cujas práticas configurariam
os Exercícios Espirituais, era herdeira direta da devotio moderna. Este vasto
apelo evangélico para se retornar ao Cristianismo primitivo, à pobreza e partilha
radicais das primeiras comunidades cristãs (descritas no segundo capítulo dos
Atos dos Apóstolos), insere-se no quadro mais amplo do ideal de Imitatio Christi
proveniente da Reforma Pontifical, que se procurou efetivar na Idade Média Central.
Por conseguinte, tal movimento, inicialmente laico, criticava o fausto antievangélico
da Igreja institucional, a decrepitude moral do clero, a simonia e o comércio de
indulgências, cada vez mais monetarizados desde o século XIII.
Ademais, a devotio moderna guarda relações íntimas com o movimento beguinal
dos séculos XIII e XIV, em relação ao qual se pode afirmar que consistiu, em última
instância, em uma derivação clericalizada. Sua referência teológica fundamental
centra-se na pessoa do místico holandês Geert Groote (1340-1384) e é associada,
de forma mais ou menos precisa, ao mosteiro de Windesheim.
A prática mais concreta da autêntica piedade evangélica e da contrição, da
pobreza ascética, da vida comum e sem propriedade privada teve seu ponto de partida
em um albergue instalado por Groote, em 1374, nas proximidades de Deventer, para
mulheres pobres que desejassem servir a Deus. Sem dúvida, a inspiração maior
adveio dos beguinários que se estabeleceram na região de Flandres, Países Baixos,
Renânia e nordeste da França, articulados em torno do Rio Reno, ao longo dos
séculos XIII e XIV (BACCEGA, 2015: 126-128)
A mística inaciana difere radicalmente da via antiqua (vita contemplativa)
cultivada pelas ordens monásticas tradicionais e mesmo pelos frades mendicantes
surgidos no século XIII. Os Exercícios Espirituais, oficialmente aprovados em 31 de
julho 1548, pela bula Pastoralis Officii, do Papa Paulo III, são bastante tributários da
nova mística internalizada, centrada e focada nas práticas ascéticas de cada crente,
que configurou a via moderna (devotio moderna).
Leandro Karnal (UNICAMP) sintetiza as quatro reflexões espirituais que
fundamentam a busca de ordem nos Exercícios Espirituais: deformata reformare
(corrigir o que foi deformado por efeito do pecado); reformata conformare (adequar
as virtudes ao modelo divino, inspirado pelo bom espírito); conformata confirmare
(reforçar as virtudes e moções espirituais que estejam de acordo com Deus)
e, principalmente, confirmata transformare (transformar a vida integralmente,
adequando-a ao Evangelho, através das práticas meditativas) (KARNAL,1998:49) .
Com efeito, levando a devotio moderna – inclusive em seu processo de
clericalização – a um nível exponencial, os Exercícios Espirituais consignam uma
trajetória de internalização ou subjetivação pedagógico-disciplinar da fides simplex
herdada do ideário de Reforma Pontifical centro e tardo-medieval. Sua mistagogia
visa a um auditório estrito – a formação disciplinar e missionária dos padres da
Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 62
Companhia de Jesus – e a um auditório amplo, o conjunto dos cristãos, o que remete,
certamente, ao imperativo tridentino de resgatar a unidade da Cristandade Latina.
Há, nos Exercícios Espirituais, um itinerário místico, que o próprio Inácio de
Loyola assim divide: na primeira semana, medita-se acerca dos pecados, universais
e pessoais; na segunda semana, deve-se concentrar na vida de Cristo, desde sua
concepção imaculada até o Domingo de Ramos; na terceira semana, a meditação
enfoca a Paixão de Cristo; na quarta semana, conclui- se a jornada mística com a
meditação acerca da Ressurreição e Ascensão do Senhor (BACCEGA, 2015: 131).

3 | A ORDEM DOS JESUÍTAS COMO CAVALARIA DE “MONGES-GUERREIROS”

Este processo secular de internalização da fé pode ser interpretado, à maneira


de Michel Foucault, como uma técnica de si, ou seja, um mecanismo de introspecção
de uma normativa místico-guerreira que funda um ethos (uma relação de si a si).
Essa internalização da devoção, das práticas espirituais e, em última instância, da
unio mystica com Deus, vale afirmar, de constituição da profundidade hermenêutica
deste sujeito cristão que, à maneira de Santo Agostinho (Livro XI, 26, de A Cidade de
Deus), diz de si a si: fallor, ergo sum (peco/erro/falho, logo existo).
As noções internalizadas de pecado, culpa, contrição e redenção individuais
forjam e dimensionam a densidade ontológica deste Homem cristão logo na transição
do Mundo Clássico para a Primeira Idade Média. A tônica do que se convencionou
denominar, em alusão especular, mas invertida, à dúvida metódica cartesiana, cogito
agostiniano define o estatuto ontológico do Homem como negatividade em busca de
redenção. Não por outra razão, Inácio de Loyola assevera aos diretores e retirantes
(proponentes e praticantes, respectivamente, dos exercícios meditativos):

Por estas palavras exercícios espirituais, entende-se toda a maneira de examinar


sua consciência, de meditar, de contemplar, de orar vocalmente ou mentalmente,
e toda outra atividade espiritual, como se dirá mais à frente. Da mesma forma, com
efeito, que a caminhada, a marcha e a corrida são exercícios físicos, chama-se
exercícios espirituais toda a maneira de preparar e dispor a alma, para afastar de
si todos os apegos desordenados [e], depois, quando se os descartou, procurar
e encontrar a vontade divina na disposição de sua vida, para o bem de sua alma
(tradução nossa) (LOYOLA, 1960: 13- 14).2

Michel Foucault, em aulas iniciadas a partir de 1978, no Collège de France, como


Segurança, Território e População (1978) e Do Governo dos Vivos (1979/1980), dedica-
se a interpretar e inventariar a prática ou tecnologia de subjetivação consagrada pelo

2 Par ces mots d’exercices spirituels, on entend toute manière d’examiner sa conscience, de méditer, de
contempler, de prier vocalement ou mentalement, et toute autre activité spirituelle, comme on le dira plus loin. De
même, en effet, que la promenade, la marche et la course sont des exercices physiques, de même on appelle exer-
cices spirituels toute manière de préparer et disposer l’âme, pour écarter de soi tous les attachements désordonnés,
puis, quand on les a écartés, chercher et trouver la volonté divine dans la disposition de as vie, pour le bien de son
âme.

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 63


exame de consciência cristão em contextos monásticos. Tal exercício de inspeção
e verificação de si é prévio à confissão auricular, tornada condição necessária para
a comunhão no IV Concílio de Latrão (1215). Fez-se, então, compulsória, ao menos
uma vez ao ano, como exagoreusis, uma interpretação de si voltada à externação
confessional do pecado, da culpa e da permanente necessidade de redenção.
Consentânea e paralela à exagoreusis, surge a necessidade da examologesis, ou
seja, a expressão pública de concordância e adesão ao credo cristão, às doutrinas
canônicas e à auctoritas do magistério da Igreja, por meio do ato de fé.
Em vista das considerações precedentes, pode-se compreender melhor a
mística retórico-disciplinar que, por meio dos Exercícios Espirituais, forjou om ideal
inaciano de Igreja Militante, uma cavalaria efetivamente cristã, uma confraria de
“monges guerreiros da palavra”. Tal afirmação se permite melhor entender quando
vislumbramos a Companhia de Jesus como resultado de um triunfo fundamental. A
vitória clerical em uma disputatio retórica plurissecular entre o ethos cavaleiresco
cristão, preconizado pela Reforma Pontifical, desde o século XI, em seu projeto
político-ideológico de instaurar uma Teocracia Pontifícia sobre toda a Cristandade
Latina, e o ethos cavaleiresco laico, propugnado pela Reação Folclórica da
aristocracia laica e expresso no amor cortês, como a concebe Jacques Le Goff em
Cultura Eclesiástica e Cultura Folclórica na Idade Média: São Marcelo de Paris e o
Dragão, de 1970.
Em seu tratado De laude novae militiae (c. 1130 d.C.), o Abade Bernardo
de Claraval (c.1090-1153, cisterciense e ideólogo orgânico (Antonio Gramsci) da
Segunda Cruzada, arquiteta a formação de um ethos novo para a pequena nobreza
de cavaleiros, consistindo, em síntese, na renúncia radical ao ethos cortesão,
enquanto renúncia ao século. O cavaleiro cristão (Miles Christi) não mais deve partir
em demanda por aventuras que redundassem em fama, prestígio ou reconhecimento
de suas habilidades e façanhas de armas (prouesse) e cultivar o jogo palaciano do
amor cortês, atentatório da disciplina clerical para o sacramento do Matrimônio, mas
simbolicamente intensificador dos laços feudovassálicos.
Ao contrário, a aventura deveria converter-se, à imagem de uma conversio
morum beneditina, em peregrinação por Cristo e exaltação de sua glória, em direto
detrimento da fama do cavaleiro. O êxito na demanda não mais seria marcado pelas
riquezas e fama, mas pela vitória do próprio Cristo – e da Esposa do Cordeiro,
seu Corpus Mysticum que é a Igreja – sobre os infiéis. Não estariam, por certo,
isentos da sanha purificadora deste corpo militar da Reforma Pontifical os hereges,
no seio do próprio Cristianismo. Havia também outro grande adversário político,
menos evidente a um olhar incauto, o outro Universalismo Cristológico oponente da
Reforma Pontifical, vale asseverar, o Sacro Império Romano.
A cavalaria cristã (Militia Christi) é idealizada, no projeto de Teocracia Papal,
Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 64
como o lugar social da prática do amor de Deus. Enquanto expressão da Cidade de
Deus na Terra, a Igreja Cristã tem, na cavalaria, sua expressão militar – militante –
de expansão universal e retórico-catequética pelas armas (BACCEGA, 2015: 139-
140). Com efeito, a sociabilidade desta parentela espiritual que é a cavalaria, em sua
vertente mundana, desenrola-se com o ritual do amor cortês. Este fin’amor precipita
o enamorado em uma desventura amorosa, em tudo antagônica ao Amor de Deus.
O vínculo amoroso mundano conduz o herói à prática de proezas e a jurar ilimitada
obediência às ordens de sua dama idealizada
Se considerado o referencial teológico, esta solidariedade orgânica (affectio
societatis) do ordo nobiliárquico contrata com o Amor Dei ad contemptum suum. Para
Agostinho, tal é o amor próprio da Cidade de Deus, tendo por corolário a prédica do
Livro X, 22, das Confissões: beata vita est gaudere de Te, ad Te, propter Te (“a vida
feliz é fruir de Ti, em direção a Ti e por causa de Ti”, referindo-se a Deus).
Por conseguinte, esta verdadeira engenharia retórico-disciplinar de conversão
da Ordem em Igreja Militante e da Igreja Militante em verdadeira cavalaria, ao menos
em seu ethos e suas formas de autorrepresentação, encontra sua confirmação na
segunda Adição de Inácio de Loyola aos exercícios da primeira semana de meditação.
Para exemplificar como o praticante se deve colocar em confusão proposital em
virtude de seus vários pecados, Inácio emprega o exemplo do cavaleiro perante seu
rei.
Na primeira série de exercícios, é necessário desejar e buscar o sentimento
de desolação, forma pela qual a alma fiel pode efetivamente experimentar as
consequências do pecado, do divórcio de Deus, da noite obscura da alma. Neste
momento, o cavaleiro será o exemplum de penitência, mas nas seguintes condições:
“(...) por exemplo, um cavaleiro que se encontre diante de seu rei e toda a sua
corte, repleto de vergonha e confusão por ter ofendido muito aquele de quem antes
recebeu muitos dons e favores” (tradução nossa) (LOYOLA, 1960: 56).
O cavaleiro, portanto, peca ao romper o contrato feudal com seu rei, ao ofendê-
lo, tendo dele recebido tantos “dons e favores”, vale afirmar, feudos ou benefícios,
direitos sobre senhorios, rotas de passagem (peagem) ou funções públicas como
tributar, exercer o munus militar ou administrar a aplicação do direito. Assim, o
cavaleiro ideal é aquele que já se encontra curializado e se mantém inexoravelmente
fiel a seu suserano e ao sinalagma feudal.
Este trecho do escrito de Santo Inácio sinaliza uma particularização do auditório
retórico: da integralidade dos cristãos para o ordo nobiliárquico e sua conformação
político-ideológica. Devemos verificar, agora, o “chamado do rei temporal”, “auxílio a
contemplar a vida do Rei Eterno” (LOYOLA, 1960: 65).
O diretor espiritual deve convidar o praticante a imaginar – conceber por
meio da imago – “um rei humano escolhido pela mão de Deus, nosso Senhor, ao
Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 65
qual prestam respeito e obediência todos os chefes cristãos e todos os homens”
(LOYOLA, 1960: 65). A meditação deve aqui enfocar as palavras que tal rei temporal
endereça a “todos os seus” (seu consilium de vassalos):

Minha vontade é de conquistar todo o território dos infiéis. Para tanto, aquele que
quererá vir comigo deverá se contentar com a mesma alimentação que eu, com
a mesma bebida, com a mesma vestimenta, etc. Deverá também penar comigo
durante o dia e velar à noite, etc., para tomar parte, a seguir, na vitória, como terá
tomado em minha pena (tradução nossa) (LOYOLA, 1960: 66).

Não é difícil vislumbrar, nesta contemplação, o ideal de Cruzada, como


peregrinação armada aos loca sancta, os lugares sagrados, eles próprios
transformados em grandes relicários e objetos devocionais. Por conseguinte, este
“rei tão generoso e tão humano” é um instrumento, “escolhido pela mão de Deus”,
para conquistar os territórios sacros sob domínio de infiéis. Justamente porque
a demanda maior é do Rei Eterno, o praticante dos exercícios espirituais deve
considerar “como devem responder” os súditos e “quanto aquele que não aceitasse
a solicitação de um tal rei mereceria ser censurado por todo o mundo e ser tido por
cavaleiro covarde” (tradução nossa) (LOYOLA, 1960: 66).3
Desta maneira, coragem, honra, bravura e feitos em armas são, exatamente
nos termos de São Bernardo de Claraval, transformados em dons da cavalaria
para a glória de Cristo e Sua vitória sobre os infieis, os antípodas ideológicos da
Cristandade. Mas não é simplesmente uma confirmação das Cruzadas, da Igreja
militante da Reforma Pontifical (dita “Gregoriana”), ou uma mera conformação
fortalecida da Militia Christi – da qual participam o rei e todos os seus vassalos –
que se insinua e insufla com o conteúdo retórico elíptico dos Exercícios Espirituais
(BACCEGA, 2015: 145-148).
Analisemos a projeção da cena espiritual do “chamado do rei temporal” para o
plano em que a meditação deve, efetivamente, produzir efeitos, o “chamado do Rei
Eterno”:

No primeiro ponto, se é preciso prestar atenção a um tal chamado endereçado


pelo rei temporal a seus súditos, quanto mais é [que deve ser com] uma coisa que
merece mais atenção ainda, que é ver o Cristo, nosso Senhor, Rei eterno, e perante
ele todo o universo que ele chama, ao mesmo tempo que cada um em particular,
dizendo: “Minha vontade é de conquistar todo o mundo e todos os inimigos, e de
entrar, assim, na glória de meu Pai. Para tanto, aquele que quererá vir comigo
deve penar comigo, a fim de que, seguindo-me no sofrimento, siga-me também na
glória” (LOYOLA, 1960: 66-67) (tradução nossa).4

3 (...) combien celui qui n’accepterait pas la requête d’un tel roi mériterait d’être blamé par tout le monde et
tenu pour lâche chevalier.
4 Dans le premier point, s’il faut prêter attention à un tel appel adressé par le roi temporel à ses sujets, com-
bien est-ce une chose qui mérite plus d’attention encore que de voir le Christ notre Seigneur, Roi éternel, et devant
lui tout l’univers qu’il appelle, en même temps que chacun en particulier, en disant: “Ma volonté est de conquérir le
monde entier et tous les ennemis, et d’entrer ainsi dans la gloire de mon Père. Pour cela, celui qui voudra venir avec
moi doit peiner avec moi, afin que, me suivant dans la souffrance, il me suive aussi dans la gloire”.

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 66


4 | MISSÃO, CONQUISTA, CONVERSÃO: HÁ MAIS MUNDO PARA FEUDALIZAR

Se pudermos perceber na Expansão Ultramarina que se dá nos séculos XV


e XVI indícios – diríamos evidências – de que se tratou, em boa medida, de uma
Segunda Expansão Feudal e poderemos assumir o fato de que o mundo atlântico do
final do século XV e dos séculos XVI a XVII testemunhou um instigante fenômeno de
dupla temporalidade ou paralelismo de ritmos de historicidade distintos.
A Europa setentrional, protestante, sobretudo calvinista, inserida em maior
profundidade no processo de acumulação primitiva de capital que a Historiografia
consagrou sob o nome de mercantilismo ou capitalismo mercantil, forja sua inserção
colonial na América boreal por meio da fundação de uma sociedade puritana moderna,
cultora do ethos reformado da Nova Jerusalém sobre a Terra (A City upon a Hill).
A Europa meridional, com suas monarquias católicas de pretensão cristológica
universalista, em especial Portugal e Castela (reino de origem feudal que hegemoniza
o concerto entre as regiões hispânicas), insere-se nesta aventura de ultramar com
um protagonismo que trai outro ritmo, outra historicidade, outra temporalidade.
É disto que tratam autores como o já mencionado historiador mexicano Luís
Weckmann e o ninguém menos que o grande nome da mais jovem geração da
Escola dos Annales, o medievalista Jérôme Baschet, discutindo o que o primeiro
estudou enquanto “transposição feudal” e o último consignou, em sua recente obra
de fôlego, A civilização feudal – do ano mil à colonização da América (2004), como
“um feudalismo tardio e dependente, que finca os pés na América (BASCHET, 2006:
274-295).
Impende assinalar que, ao proporem à sensibilidade analíticas dos historiadores
e demais cientistas sociais um debate sobre as heranças medievais no Continente
Brasil e nas Índias de Castela, tais historiadores não esposam a tese de uma “Longa
Idade Média” (Jacques Le Goff), muito menos denegam a presença de atividades
“capitalistas” (no sentido de uma acumulação primitiva de capital mercantil, como
Marx ensina no Capítulo XXIV do Livro I de O Capital).
Estas atividades, por óbvio, lidam com capitais, seja a produção urbana
dos mesteres e artesanias das cidades medievais (burgos, que se elevam em
quantidade e se expandem geograficamente a partir do Ano Mil), seja a destinação
dos excedentes agrícolas dos senhorios ou terras concedidas em sesmaria (caso
de Portugal, a partir da Lei de Sesmarias de 1375, de Fernando I) ao comércio.
Este último, com a expansão militar-territorial efetuada pelas Cruzadas, em direção
à porção oriental do Mar Mediterrâneo, para conquistar a Terra Santa aos turcos
seldjúcidas, ou nas guerras da Reconquista hispânica, rearticulou, progressiva e
intensamente, as rotas comerciais eurasianas de longa distância, atingindo regiões
indianas e mesmo chinesas (tratos de especiarias, seda e porcelana).

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 67


Seria ingênuo imaginar que, deste movimento de peregrinação armada que
foram as incursões dos cruzados, implicando um movimento, em miniatura, de toda
a formação social feudal em direção aos loca sancta, não adviriam consequências
mercantis, portanto “capitalistas”, vale dizer, circulação de capital mercantil em larga
escala. Da mesma forma, seria exótico não perceber o ideal escatológico de um
universalismo cristão na colonização portuguesa na América, resultado da expansão
do Reino de Portugal para além dos limites do Continente Europeu com a conquista
cruzadista da cidade árabe de Ceuta, no norte da África, em 1415, sob o cetro de D.
João I de Avis, “de Boa Memória”.
Não nos parece ser mero acaso que os cronistas-mores da Torre do Tombo
Fernão Lopes entre (1418 e 1454) e seu sucessor Gomes Eanes de Zurrara tenham-
se referido ao período que se iniciava com a ascensão de D. João de Avis ao
trono português, com a chamada Revolução de Avis (1383-1385), daí em diante
se testemunhando os primórdios das Grandes Navegações, como Sétima Idade
do Mundo (Crônica de Dom João I, sendo a primeira e segunda partes, de lavra
de Fernão Lopes, datadas de 1411 e a terceira, que narra a Tomada de Ceuta,
compilada por Gomes Eanes de Zurrara).
A Sétima Idade do Mundo é um um topos retórico na Escatologia cristã desde os
escritos de Santo Agostinho. Aparece em três escritos do Padre Latino, um propositivo
de uma interpretação do Livro de Genesis que combatesse, retoricamente, a filosofia
maniqueísta (De Genese contra Manichaeos, 389), outro enfrentando uma destacada
liderança maniqueia (Contra Faustum Manichaeum, 387) e um último apresentando
a lição canônica e niceno-constantinopolitana sobre a Santíssima Trindade (De
Trinitate, 422). Trata-se do período da Historia Universalis correspondente ao Milênio
em que Cristo, vindo à Terra pela segunda vez (Parusia), governaria um reino de
farturas e bem-aventuranças com os justos, como vaticinado no Capítulo 20 do Livro
do Apocalipse.
Assim, sendo, quais móveis ideológicos ou interesses econômicos subjacentes
à Expansão Ultramarina dos séculos XV e XVI, afinal, já não se faziam presentes
e bem caracterizados na Primeira Expansão Feudal, aquela que se segue ao
milenarismo da Revolução Feudal iniciada na transição para o século XI?

5 | CONCLUSÃO

Procuramos, em breves linhas, apresentar nossa hipótese de interpretação dos


primeiros do processo de Conquista e colonização de Abya Yala pelas monarquias
ibéricas, em específico de Pindorama pela Coroa Portuguesa, como corolário de uma
Segunda Expansão Feudal, que torna maior – e realmente mundial – a construção
da economia-mundo centrada no Ocidente, principiada com a Revolução Feudal do

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 68


Ano Mil.
Se tal leitura historiográfica – fundamentalmente instituinte, contraintuitiva e
anticanônica – puder merecer acolhida, então não será despropositado reconhecer,
no plano das representações ideológicas, o papel destacada da Ordem dos Jesuítas
no processo de feudoclericalização de Abya Yala, enquanto verdadeira cavalaria
cristã, doutrinada e disciplinada sob um habitus militar, apta ao combate – também
cruzadista e expansionista – que se faz então premente para o projeto político-
civilizatório da Coroa de Portugal no Continente Brasil.
Trata-se, em última análise, de constituir uma tessitura simbólico-ideológica
cuja capilaridade atingisse o totum da sociedade colonial, sobretudo por meio da
conversão das populações originárias de Pindorama. O intuito derradeiro? Tornar
Portugal e o Orbis Lusitanus de ultramar dignos da consumação do mandato
escatológico de Cristo ao Rei Afonso Henriques, por ocasião do Milagre de Ourique
(1139): forjar um Reino e uma gente que levasse a fé católica a todo o mundo
conhecido e por desvendar.

REFERÊNCIAS

Corpus Documental
Biblia Sacra Iuxta Vulgatam Versionem. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2007.

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Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 69


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SCHMÖLZER, Hilde. “Beginen”. In HOLL, Adolf (Hgb). Die Ketzer. Wien: Marix Verlag, 2007.

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo 5 70


SOBRE o Organizador

Adaylson Wagner Sousa de Vasconcelos - Doutor em Letras, área de concentração


Literatura, Teoria e Crítica, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB, 2019).
Mestre em Letras, área de concentração Literatura e Cultura, pela Universidade
Federal da Paraíba (UFPB, 2015). Especialista em Prática Judicante pela Universidade
Estadual da Paraíba (UEPB, 2017), em Ciências da Linguagem com Ênfase no
Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB, 2016),
em Direito Civil-Constitucional pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB, 2016)
e em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG,
2015). Aperfeiçoamento no Curso de Preparação à Magistratura pela Escola Superior
da Magistratura da Paraíba (ESMAPB, 2016). Licenciado em Letras - Habilitação
Português pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB, 2013). Bacharel em Direito
pelo Centro Universitário de João Pessoa (UNjPÊ, 2012). Foi Professor Substituto na
Universidade Federal da Paraíba, Campus IV – Mamanguape (2016-2017). Atuou no
ensino a distância na Universidade Federal da Paraíba (2013-2015), na Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (2017) e na Universidade Virtual do Estado de São
Paulo (2018-2019). Advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional
Paraíba (OAB/PB). Desenvolve suas pesquisas acadêmicas nas áreas de Direito (direito
canônico, direito constitucional, direito civil, direitos humanos e políticas públicas,
direito e cultura), Literatura (religião, cultura, direito e literatura, literatura e direitos
humanos, literatura e minorias, meio ambiente, ecocrítica, ecofeminismo, identidade
nacional, escritura feminina, leitura feminista, literaturas de língua portuguesa, ensino
de literatura), Linguística (gêneros textuais e ensino de língua portuguesa) e Educação
(formação de professores). Parecerista ad hoc de revistas científicas nas áreas de
Direito e Letras. Organizador de obras coletivas pela Atena Editora. Vinculado a
grupos de pesquisa devidamente cadastrados no Diretório de Grupos de Pesquisa do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Orcid: orcid.
org/0000-0002-5472-8879. E-mail: <[email protected]>.

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Sobre o Organizador 269


ÍNDICE REMISSIVO

Acessibilidade 24, 112, 119, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 179, 180, 181, 182, 183, 191, 194, 255
Arte 1, 3, 8, 26, 27, 28, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 52, 54, 56, 109, 110,
111, 116, 118, 131, 136, 140, 150, 214, 243, 257, 264
Arte rupestre 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 54, 56
Avaliação 71, 106, 136, 137, 138, 139, 150, 152, 156, 157, 160, 175, 180, 203, 204, 206, 215

Cavaleiros 57, 64
Cidade 34, 35, 55, 59, 60, 63, 65, 68, 74, 94, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 113, 140, 147,
183, 185, 248, 263
Ciências 71, 72, 73, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 99, 101, 103, 111, 119, 120, 140, 159, 160,
171, 172, 197, 209, 217, 218, 230, 233, 236, 245, 252, 261, 264, 265, 267, 269
Ciências humanas 111, 171, 197, 217, 233
Composição 1, 3, 4, 5, 9, 10, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 20, 21, 22, 23, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31,
32, 34, 35, 36, 123, 127
Criminalização 197, 198, 201

Deficiências 174, 176, 177, 178, 179, 180, 181, 184, 194
Diálogo 1, 2, 6, 8, 11, 17, 26, 76, 114, 116, 170, 260
Direitos humanos 99, 112, 197, 200, 201, 202, 204, 208, 209, 212, 260, 263, 264, 269

Eficácia 203, 206, 211


Elites 218, 219, 224, 225, 228, 234
Ensino fundamental 71, 74, 75, 82, 94, 112, 121, 124, 125, 134, 151, 238, 243
Escrita 9, 10, 12, 14, 15, 16, 20, 22, 23, 24, 25, 32, 37, 38, 39, 40, 45, 46, 47, 50, 51, 52, 53,
54, 56, 77, 79, 80, 92, 236, 238, 239, 240, 241, 242, 243, 251

Gestão 41, 74, 75, 105, 112, 117, 132, 133, 135, 136, 137, 138, 149, 159, 173, 174, 178, 179,
180, 181, 182, 189, 194, 195, 218, 220, 224, 228, 231, 234

Identidade 9, 10, 22, 24, 25, 53, 55, 74, 99, 112, 115, 122, 134, 145, 146, 147, 148, 149, 153,
154, 155, 157, 168, 206, 210, 215, 269
Inserção 67, 95, 97, 124, 140, 141, 142, 159, 167, 184, 185, 186, 187, 188, 189, 190, 194,
195, 219, 222, 224, 228, 233, 255
Interpretação 9, 10, 11, 12, 13, 15, 20, 22, 24, 25, 31, 38, 39, 42, 52, 53, 64, 68, 73, 93, 103,
147, 164, 207, 213, 215

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo


Índice Índice Remissivo
Remissivo 270
J

Jesuítas 57, 59, 61, 63, 69, 147, 252

Língua inglesa 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100
Livro didático 73, 99, 121, 125, 126, 130

Mulher 137, 203, 204, 205, 206, 207, 208, 209, 210, 212, 213, 214, 215, 216, 217

Narrativa 1, 2, 5, 7, 8, 59, 114, 135, 139, 204, 206, 213, 214, 217
Negro 121, 122, 123, 124, 127, 128, 130, 131

Oralidade 8, 9

Poder econômico 87, 218, 226


Poesia 1, 26, 27, 28, 29, 30, 32, 33, 35, 36, 247
Políticas públicas 103, 107, 112, 114, 117, 119, 121, 125, 128, 134, 138, 142, 143, 146, 198,
207, 209, 214, 215, 216, 218, 222, 225, 269
Produção 1, 4, 6, 9, 11, 12, 13, 23, 25, 26, 29, 39, 42, 46, 67, 69, 90, 101, 102, 103, 106, 108,
109, 110, 112, 113, 115, 116, 117, 118, 119, 122, 126, 132, 135, 136, 148, 151, 156, 158, 165,
207, 230, 249, 252, 259, 260, 264, 265, 266
Projeto de extensão 27, 34, 35, 159

Representações sociais 159, 163, 164, 165, 166, 167, 168, 169, 171, 172

Saúde 80, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 117, 125, 142, 159, 160, 161, 170, 172, 178,
187, 197, 202, 203, 204, 206, 208, 209, 212, 216, 217, 241, 243, 244, 252
Substâncias psicoativas 197, 198, 199, 200, 201, 202
Sujeito 8, 42, 63, 72, 74, 78, 80, 112, 114, 122, 145, 146, 148, 149, 150, 151, 157, 162, 163,
165, 167, 263, 264, 266, 267

Tecnologia 1, 24, 43, 63, 83, 89, 95, 96, 120, 173, 183, 245, 252

Universidades públicas 132, 138, 139

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo


Índice Índice Remissivo
Remissivo 271
V

Violência doméstica 203, 204, 205, 206, 207, 208, 210, 211, 212, 213, 214, 216, 217

Discussões Interdisciplinares no Campo da Ciências Humanas Capítulo


Índice Índice Remissivo
Remissivo 272

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