AULA 2 Custos de Oportunidade

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ECONOMI A EMPRESARIAL

Análises econômicas

PROFESSOR MESSALA REIS

Tópicos abordados:

✓ Pensamento econômico: - Mercados;


- Conceitos básicos; - Variáveis exógenas e Endógenas;
- Escolha individual;
1. Conceitos bá
sicos
O termo “economia” vem do grego e significa “casa” e “lei”, ou também “gerir”, “administrar”, daí
“regras da casa” ou “administração doméstica”.

Economia é uma ciência social que estuda a


produção, distribuição, acumulação e o
consumo de bens e serviços.

O que é ciência?

Ciência é o conhecimento que explica os fenômenos obedecendo Corpo de conhecimentos sistematizados


a leis que foram verificadas por métodos experimentais. adquiridos via observação, identificação,
pesquisa e explicação de determinadas
A ciência baseia-se na regularidade, na previsão e no controle de categorias de fenômenos e fatos, e formulados
fenômenos que podem ser observados. metódica e racionalmente.
1. Conceitos bá
sicos
O que é o Método científico?

A ciência é um modo de conhecer fundamentado


em um método, o método científico. O método é
o modo de funcionamento das ciências, é
fundamentado na observação, na
experimentação e na produção de teorias e leis.

As teorias são constantemente testadas, visando


sua comprovação ou substituição por outra
teoria que resista à checagem.

O objetivo da ciência é explicar, descrever e


prever os fenômenos a partir do
desenvolvimento de procedimentos
metodológicos que possam ser constantemente
verificados e reproduzidos.
1. Conceitos básicos

Características da ciência
✓ Objetiva: a ciência é um conhecimento que pressupõe uma
objetividade, ou seja, busca ser imparcial, com a mínima
influência dos interesses pessoais, com linguagem clara,
rigorosa e precisa para evitar ambiguidades.
É preciso deixar claro que a Ciência não trata
✓ Verificável: todas as teorias científicas são postas à prova. de verdade, mas sim de erro útil.
Teorias que não resiste à verificação são descartadas. A
verificação deve ser realizada pelo próprio cientista ou por A Ciência é apenas uma ferramenta para
qualquer pessoa e também passa pelo julgamento da resolver problemas, e não para estabelecer
comunidade científica. verdades.

✓ Controlada: todos os elementos das ciências devem ser


controladas para possibilitar a sua verificação e reprodução.

✓ Lógica: a ciência é um conhecimento baseado na lógica, não


aceita contradições.
2. E s c o l h a i n d i vi d u a l

Qualquer questão em Economia envolve escolha individual, independentemente de estarmos no campo


de Macroeconomia ou Microeconomia, pois são baseadas em uma série de decisões individuais sobre o
que fazer ou não. Portanto, podemos dizer que economia é sobre escolhas.

Existem quatro princípios econômicos contidos na escolha individual:

✓ Escassez de recursos

✓ Custo Real

✓ Decisão marginal

✓ Oportunidades de melhoria
2.1 E s c a s s e z d e r e c u r s o s

Em geral, não temos tudo aquilo que queremos. Mesmo aqueles que possuem muito dinheiro não podem
ter/fazer o que gostariam, pois mesmo nessas situações o dia só tem 24 horas.

Nesse caso, assim como quem tem pouca renda precisa fazer escolhas de onde gastar, quem não se
preocupa com o recurso dinheiro, precisa realizar escolhas sobre onde gastar o tempo.

Recursos escassos precisam ser gerenciados.

Recurso é qualquer elemento que pode ser usado na produção de um bem. Em uma economia, geralmente
consideramos como recursos o trabalho, a terra, o capital físico e o capital humano (conquistas
educacionais e habilidades individuais).
Um recurso é escasso quando sua
quantidade disponível é insuficiente
para satisfazer todos os usos que uma
sociedade quer fazer dele.
(KRUGMAN; WELLS, 2001)
2.2 C u s t o r e a l
O custo de adquirir algo envolve também o que dispensamos para realizar a aquisição.

Estudar, por exemplo, em tempo integral significa que você está abrindo mão de fazer um curso de inglês
pela tarde ou de trabalhar em algum estabelecimento. O custo de abrir mão de outra atividade se chama
custo de oportunidade.

CUSTO DE OPORTUNIDADE CUSTO REAL


Custo de uma decisão ou transação em termos das O custo real de algo é a soma de seus custos monetário e
oportunidades renunciadas para que aquela decisão ou de oportunidade. Portanto, no final das contas, todo
transação se efetivasse, considerando que toda aplicação de custo é um custo de oportunidade.
recursos pode ter uma destinação alternativa

O custo de oportunidade de ir à praia ao invés de trabalhar é o risco de sermos


demitidos pelo nosso chefe. Por outro lado, o custo de oportunidade de ir trabalhar é
termos um momento de lazer a menos.
2.3 D e c i s ã o m a r g i n a l
O que é decisão marginal?

Tomada de decisão marginal significa considerar um pouco mais ou um pouco menos do que você já
tem. É decidido pela análise marginal, o que significa comparar os custos e benefícios de um pouco mais
ou um pouco menos.

Basicamente, a análise marginal permite que uma empresa compare os custos incorridos aos benefícios
obtidos por estratégias financeiras. A lógica dessa análise é comparar os custos de aplicação de várias
medidas com os seus respectivos resultados, visando a aumentar a lucratividade.
O que é marginal na economia?
Em economia e finanças, custo marginal é a mudança no custo total de produção advinda da variação
em uma unidade da quantidade produzida. No ponto mínimo de curva, se encontra o número de bens
que devem ser produzidos para que o custo marginal seja mínimo.
Se estou com sede, decido se vou tomar um copo d’água ou
Muitas decisões no nosso dia a dia são não. Após o primeiro copo, avalio se ainda quero tomar o
tomadas com base em análises marginais, segundo, e assim por diante. Não tomamos uma decisão apenas
que desempenham um papel fundamental entre “não beber água’” ou “tomar toda a água da casa”, mas
na economia. entre “um copo a mais” ou “um gole a mais”. Essa decisão
sobre um gole adicional é uma decisão na margem.
2.3 O p o r t u n i d a d e s d e
melhoria
Ao tentarem prever como os indivíduos se comportarão em alguma situação econômica, em geral, os
economistas consideram que os indivíduos aproveitarão a oportunidade de melhorar suas situações. Essas
oportunidades são exploradas até que se esgotem, isto é, até que tenham sido plenamente aproveitadas pelas
pessoas.

Quando há redução do preço do chocolate, mais consumidores irão comprá-lo. Se o salário de uma profissão se
reduz e o de outra aumenta, é provável que haja uma migração de interessados na formação mais atraente
financeiramente.

Quando há mudanças nas oportunidades disponíveis e, consequentemente, de comportamento, afirmamos que


as pessoas se deparam com novos incentivos.

Para os economistas, qualquer tentativa de mudança de ação é fruto de mudanças de incentivos. Portanto, uma
política que peça às indústrias que poluam menos só será eficaz se gerar uma mudança de incentivos
condizente com o objetivo de redução da poluição.
3 Mercados: Interações
Uma economia é um sistema que coordena a produção de muitos agentes. Em uma economia de mercado, essa
coordenação ocorre sem centralização: cada indivíduo toma sua própria decisão.

Todavia, as decisões individuais dependem das decisões dos demais. Portanto, para compreendermos como
funciona uma economia de mercado, precisamos entender a interação entre as escolhas individuais.

O resultado da escolha de diversas pessoas pode ser bem diferente daquilo que os indivíduos esperariam.

O uso de novas técnicas agrícolas é um exemplo.

Alguns agricultores, ao adotarem novas tecnologias, tiveram uma produção tão grande que o resultado foi
uma redução do preço do produto, que fez com que diversos produtores saíssem do mercado.
3 Mercados: Interações
A interação entre indivíduos em uma economia de mercado possui cinco:

✓ Ganhos de comércio

✓ Movimentação em direção ao equilíbrio

✓ Uso eficiente dos recursos para o alcance dos objetivos da sociedade

✓ Mercado rumo à eficiência

✓ Ação governamental em prol do aumento de bem-estar


3.1 G a n h o s d e c o m é r c i o
Os economistas consideram que o comércio, ou a possibilidade de trocas entre indivíduos, é uma ferramenta
importante para melhorar a situação de uma sociedade.

Suponha que uma pessoa tente suprir sozinha todas as suas necessidades. Ela produz seus tecidos, costura suas
roupas, planta seu alimento, pinta seus próprios quadros e constrói sua própria casa. Deve ser possível viver
dessa forma, mas parece uma vida bastante dura.

A existência do comércio torna possível que as pessoas dividam tarefas entre si e ofertem bens ou serviços
demandados por outras pessoas em troca de bens e serviços que ela deseja. Na maioria das sociedades, há
poucos indivíduos tentando viver de forma autossuficiente, porque existem ganhos de comércio.

Os ganhos de comércio são oriundos dessa divisão de tarefas, conhecida como especialização: cada indivíduo se
ocupa de poucas atividades. Os mercados permitem que as pessoas se especializem, pois sabem que podem
encontrar os bens e serviços que desejam e trocar com outras pessoas.
A moeda tem três funções:
Meio de troca: pois cumpre o papel de um ativo que as pessoas utilizam para trocar bens e serviços.
Reserva de valor: pois é uma forma de guardar poder de compra ao longo do tempo.
Unidade de conta: que representa uma medida que as pessoas utilizam para fixar preços e fazer cálculos
econômicos.
3.2 M o v i m e n t a ç ã o e m d i
reção ao equilíbrio

Os economistas chamam de equilíbrio uma situação em que os indivíduos não podem melhorar, fazendo,
individualmente, algo diferente.

Uma economia está em equilíbrio quando nenhum indivíduo pode melhorar sua situação adotando uma ação
diferente.

Os mercados, normalmente, alcançam o equilíbrio por meio da mudança de preços, que aumentam ou
diminuem, até que todas as oportunidades para melhorar a situação individual tenham se esgotado. Portanto,
cada vez que houver uma mudança, a economia se moverá em direção a um novo equilíbrio.
3.2 M o v i m e n t a ç ã o e m d i
reção ao equilíbrio
O que importa para economistas não é o dinheiro, mas o bem-estar das pessoas em uma sociedade.

Os recursos de uma economia são usados de forma eficiente quando todas as oportunidades de melhorar a
situação de cada um são exploradas por completo.

Uma economia é eficiente quando utiliza todas as oportunidades de melhorar a situação de uma pessoa sem
piorar a de outras.

Quando uma economia está operando de forma eficiente, os ganhos oriundos do comércio são maximizados,
dados os recursos disponíveis.

Quando uma economia é eficiente, a única maneira de melhorar a situação de uma pessoa é piorando a de
outra: ou seja, já esgotamos os ganhos de troca.

Dado que eficiência é algo ótimo, ela deveria ser o único objetivo em uma economia?
3.3 U s o e f i c i e n t e d o s
recursos
A resposta é não.

Eficiência não é o único critério que importa. Equidade e justiça também são critérios relevantes. Em geral, há
um trade-off entre eficiência e equidade, uma vez que políticas que almejam a equidade, muitas vezes,
alcançam-na às custas da eficiência. Quando uma economia está operando de forma eficiente, os ganhos
oriundos do comércio são maximizados, dados os recursos disponíveis.

Considere, por exemplo, a política de assentos preferenciais. Para assegurar que sempre haja assento disponível
para grávidas, deficientes, idosos e pessoas com crianças de colo, normalmente, há um número reservado de
vagas no transporte público.

Muitas vezes, esses assentos ficam vagos, enquanto algumas pessoas ficam em pé. Isso gera ineficiência, mas
será que gostaríamos de resolver essa ineficiência deixando as pessoas do grupo preferencial sem assento?
Essa situação envolve um trade-off entre eficiência e justiça.
3.4 R u m o à e f i c i
ência
Frequentemente (mas não sempre), os mercados levam à eficiência.

Normalmente, não temos um “planejador central” que se certifica de que a economia esteja operando de forma
eficiente. O Estado não precisa gerar eficiência, porque os mercados já cumprem essa função razoavelmente
bem.

Como estudaremos mais a diante, Adam Smith chama isso de “mão invisível do mercado”. Assim, os incentivos
presentes em uma economia de mercado já garantem que os recursos sejam utilizados da melhor maneira
possível, sem que haja desperdício de oportunidades. Contudo, há exceções para esse princípio.

Quando temos falhas de mercado, a busca individual a partir do interesse próprio piora a situação da
sociedade, e o resultado é ineficiente. Isso acontece, em geral, quando a ação individual de uma pessoa tem
efeitos colaterais sobre outras pessoas, o que os economistas chamam de externalidade.
3.5 G o v e r n o e m p r o l
do bem–estar
Quando há falhas de mercado, é possível que ações governamentais melhorem o bem-estar da sociedade.

Considere uma indústria que produz algo importante, mas gera poluição (por exemplo, usinas termoelétricas
que geram energia, mas são muito poluentes). Essa indústria não tem incentivo para levar em conta o custo de
sua ação para a sociedade e deixar de produzir poluição.

Há duas possíveis respostas para essa situação:


✓ A sociedade pode subsidiar a adoção de uma nova tecnologia que gere menos poluição.
✓ O governo pode multar a indústria.

Essas soluções mudam os incentivos da indústria, dando a ela motivos para poluir menos. No entanto, as
possíveis soluções vão depender da intervenção do Estado.

Assim, quando os mercados não funcionam corretamente, a ação do governo pode tornar o resultado mais
próximo de algo eficiente, mudando a forma de alocar recursos na sociedade.

Em geral, o mercado não funciona corretamente quando há externalidades. Também há uma falha quando
o bem em questão não consegue ser eficientemente administrado pelo mercado.
4 Exógeno x Endógeno

O objetivo de um modelo econômico é demonstrar como as variáveis exógenas afetam as endógenas.


As variáveis endógenas são aquelas que o modelo tenta explicar. Já as variáveis exógenas são as que o modelo
toma como dadas.

A imagem a seguir representa um esquema mais intuitivo para essas variáveis:

Considere um produtor de cogumelos. A demanda por seus


cogumelos vai depender de seu preço e da renda dos
consumidores. A oferta, por sua vez, vai depender dos preços
do cogumelo e dos insumos utilizados na produção.

O equilíbrio acontece quando oferta e demanda se igualam.


Nesse caso, as variáveis exógenas são a renda individual e o
preço dos insumos, e a variável endógena será o preço do
cogumelo.

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