Direito Penal Parte Geral 1
Direito Penal Parte Geral 1
Direito Penal Parte Geral 1
DIREITO
PENAL
2019
ronaldobandeira.com.br
MATERIAL DE APOIO
Curso Preparatório
Ronaldo Bandeira - Carreiras Policiais
@cursoronaldobandeira /ronaldobandeira
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FUNDAMENTO:
1º do Código Penal
5º, XXXIX, da CF
OBS: Tal princípio pode ser encontrado no art. 1º do Código Penal, bem como no artigo
5º, XXXIX, da CF, que estabelece: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal”
OBS: Esse princípio alega que só será considerado crime o que realmente está descrito
na lei penal incriminadora, prevalecendo-se da taxatividade, isto é, se está escrito na
lei é crime se não está escrito não é crime.
➢ Reserva legal
OBS: Normas penais incriminadoras somente por meio de lei formal em sentido estrito
(leis ordinárias). Salvo, normas penais NÃO incriminadoras (poderá medida
provisória).
OBS: Este princípio fala que não haverá nenhum crime sem antes uma lei que o defina
tal conduta como um tipo penal incriminador
Princípio da Individualização da pena
FUNDAMENTO:
Art. 5º, XLVI da CF
Art´s. 5º, 8º, 41, XII e 92, parágrafo único, II, da LEP
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Art. 34 do CP
OBS: Tal princípio diz que no momento da condenação a pena deverá ser
individualizada levando em consideração as peculiaridades aplicadas a cada caso
concreto.
EX: Ao ser julgado 5 pessoas por organização criminosa, tráfico e roubo, cada membro
receberá uma pena diversa, pois no memento da aplicação o juiz irá levar em conta o
histórico de cada indivíduo, grau de periculosidade e a importância destes na
organização, devendo cada um receber a pena que lhe é devida.
O princípio em tela pode ser dividido em 3 etapas:
1-Fase in abstrato: O legislador fixa para cada conduta uma ou mais penas
proporcionais a importância do bem tutelado e a gravidade da ofensa
2-Individualização judiciária: É o momento em que o juiz faz aplicação da lei penal ao
ato em que o acusado cometeu, verificando, todavia, a pena mais adequada
3-Aplicação da sanção/executória/admnistrativa: É quando o magistrado que irá
fixar determinará o cumprimento individualizado.
FUNDAMENTO:
5º, XLV – CF
OBS: Esse princípio preconiza que somente o condenado poderá responder pelo fato
praticado, dessa forma se o condenado morrer no momento em que estiver cumprindo
a pena automaticamente gerará a extinção da punibilidade. É importante salientar que,
mesmo que o condenado tenha falecido deixando patrimônio a pena de multa não
passará aos seus herdeiros.
Princípio da limitação das penas ou da humanidade
FUNDAMENTO:
5°, XLVII
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OBS: A constituição federal em seu art. 5°, XLVII, de forma taxativa alega que não
haverá penas:
• Pena de morte, SALVO em caso de guerra declarada
• Pena de caráter perpétuo
• Pena de trabalhos forçados
• Pena de banimento
• Penas cruéis
FUNDAMENTO:
Art 5º, LVII – CF Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória
OBS: Esse princípio aduz que nenhuma pessoa deverá ser considerada culpada após o
transito em julgado da sentença penal condenatória, ou seja, sentença imodificável por
recurso, irrecorrível. Atualmente existe divergências no que tange ao cumprimento da
pena, uns dizem que após decisão de primeiro grau já pode o acusado começar a
cumprir pena, para o STF isso só será cabível após sentença de segundo grau.
FUNDAMENTO:
Art. 5º, LV e LVII – CF
OBS: Este princípio da as partes o direito de se defender de qualquer acusação que
estejam sofrendo podendo utilizar de todos os meios de provas admitidos no
ordenamento jurídico brasileiro. O contraditório dá ao indivíduo o direito de se
manifestar a respeito do lhe foi imputado, a ampla defesa dá o direito de valer-se de
todos os meios de provas admitido em direito bem como esgotar todos os meios
jurídicos necessários.
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momento julgamento
EX: momento da ação/omissão
Lei A (MAIS SEVERA) Lei B (MAIS BENÉFICA) .
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BIZU: SEMPRE QUE FOR MAIS MALÉFICO NÃO RETROAGE, ENTRETANTO, SÓ TERÁ
EFICÁCIA LEI MAIS GRAVE DO MOMENTO DO FATO EM DIANTE.
momento do julgamento
EX: momento da ação/omissão Lei A (MAIS BENÉFICA) Lei B (MAIS SEVERA)
EX: No exemplo acima temo o exemplo de IRRETROATIVIDADE DA LEI PELANL MAIS
SEVERA/MELÉFICA, ou seja, a lei mais MALÉFICA só atingirão condutas que
acontecerem a partir de sua vigência.
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Ex: Lei A, já revogada, estabeleceu pena de 8 anos para um réu, e lei B, vigente, de
12 anos. Esta última não retroagirá.
NÃO HÁ ABOLÍTIO
CRÍMINIS
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Deve-se observar que há exceções, como, por exemplo, a aplicação da lei vigente
(mesmo que mais grave) aos crimes permanente e continuado, conforme preceitua a
Súmula 711 do STF; e nas leis penais intermitentes (temporária e excepcional).
Lei A, já revogada, estabelece pena de 12 anos e lei B, vigente, de 4 anos. Esta última
retroagirá.
Ex: Com a edição da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas), o STJ entendeu aplicável aos
crimes de tráfico de entorpecentes praticados na vigência da Lei 6.368/76 a causa de
diminuição da pena prevista pelo Art. 33, § 4º, da nova lei, por se tratar de dispositivo
favorável ao réu. A Ministra Ellen Grace entende que não há essa possibilidade, sob pena
de ser criada uma terceira lei. A Ministra utilizou a expressão lex tertia, no julgamento do
HC 95435/RS.
ABOLITIO CRIMINIS
Lei nova passa a não mais considerar a conduta como criminosa
(descriminalização da conduta). Como, por exemplo, os antigos crimes de adultério,
rapto consensual e sedução.
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CONTINUIDADE TÍPICO-NORMATIVA
Em alguns casos, embora a lei nova revogue um determinado artigo que previa um
tipo penal, a conduta pode continuar sendo considerada crime.
# Quando a Lei nova simultaneamente insere esse fato dentro de outro tipo penal.
# Quando, mesmo revogado o tipo penal, a conduta está prevista como crime em outro
tipo penal.
OBS.: FAZ CESSAR A PENA E OS EFEITOS PENAIS DA CONDENAÇÃO.
O mesmo ocorre nos crimes continuados, hipótese em que se aplica a lei vigente à
época do último ato (crime) praticado, podemos visualizar o crime continuado na
atitude de um funcionário que todos os dias, no fim do expediente, subtrai algo de
sua empresa.
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Essa tese está consagrada pelo STF, através do enunciado n° 711 da súmula de sua
Jurisprudência:
ou da permanência.
(Errado)
COMENTARIO: Temos, via de regra, no código penal artigo 2º a irretroatividade da lei
penal, a retroatividade da lei mais benéfica, ultratividade de leis mais benéfica e a abolítio
criminis.
A lei, mesmo que revogada, deve ser aplicada ao caso concreto se for mais benéfica e o
agente cometeu o fato sob seu império.
A ultratividade de lei mais benéfica corresponde ao caso em que, no momento da ação,
vigorava a Lei “A”; entretanto, no decorrer do processo, entrou em vigência nova Lei “B”,
revogando a Lei “A”, tornando mais gravosa a conduta anteriormente praticada pelo
agente. Sendo assim, no momento do julgamento, ocorrerá a ultratividade da lei, ou seja,
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a Lei “A”, mesmo não estando mais em vigor, irá ultra agir ao momento do julgamento
para beneficiar o réu, por ser menos gravosa a punição que o agente receberá.
(Errado)
COMENTÁRIO: Conforme já tratamos você pode entender que não! Nem mesmo para
beneficiar o réu porque isso caracterizaria um ato legislativo oriundo do Juiz, ou seja, o
Magistrado invadiria a competência do legislativo.
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Fundamento Teórico
Art. 6° Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Vale a pena destacar a teoria adotada pelo CP
Um cidadão brasileiro expediu, de Rio Branco – AC, uma carta-bomba para Pablo, cidadão argentino
residente em Bogotá, Colômbia. Pablo morreu ao abrir o artefato em sua residência.
Nessa situação, e para os efeitos de eventual crime, o remetente não poderá ficar sujeito à lei penal
brasileira, mas sim à lei penal colombiana ou argentina, conforme disponham as legislações desses
países.
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GABARITO: Uma verdadeira salada nessa questão. Mas a partir de agora você não
cairá mais em pegadinhas da sua banca. Primeiro ponto a observar é que o autor do crime
se trata de um cidadão brasileiro que expediu uma bomba no território brasileiro. Ou
seja, a ação foi feita no Brasil e conforme o Art. 6° do CP. Considera-se praticado o crime
no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Ademais,
vimos que pela teoria da UBIQUIDADE o lugar do crime é considerado onde se produziu
OU deveria produzir o resultado. Logo, aplica-se sim a lei penal brasileira visto que o Art.
5° Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional.
Ou seja, como regra, aplica-se a lei penal brasileira ao crime cometido no território
nacional. Vale destacar, todavia, a teoria adotada pelo código penal Brasileiro.
Fundamentação:
§ 1° Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2° É também aplicável a lei penal brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em
pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto
ou mar territorial do Brasil.
• Territorialidade
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OBS: Zona econômica exclusiva é diferente de mar territorial. Senão vejamos: ZEE define-se por
uma faixa de água que se inicia no mar territorial de um estado e finaliza a uma distância de 200
milhas náuticas.
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EXTRATERRITORIALIDADE
Extraterritorialidade
Considera-se extraterritorialidade á aplicação da lei penal brasileira a um fato
criminoso
que não ocorreu no território nacional. Esse fato pode ser
(...)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
(...)
II - os crimes:
(...)
b) praticados por brasileiro;
No primeiro caso, basta que o crime de genocídio tenha sido cometido por brasileiro para que
a lei brasileira seja aplicada, não havendo qualquer condição além desta.
No segundo caso (crime comum cometido por brasileiro no exterior), algumas condições
devem estar presentes, conforme preceitua o §2° do art. 7° do CPB:
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo
a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Desse modo, o crime, além de ter sido cometido por brasileiro, deve trazer as
características acima, ou seja: O fato deve ser punível também no local onde fora
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cometido o crime; deve o gente entrar no território brasileiro; O crime deve estar
incluído no rol daqueles que autorizam extradição e não pode o agente ter sido
absolvido ou ter sido extinta sua punibilidade no
estrangeiro.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se,
reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
PRESTE ATENÇÃO
Além das condições previstas para se aplicar o princípio da personalidade ativa,
precisa-se de mais duas condições na personalidade passiva, vejamos:
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PERSONALIDADE PASSIVA
PERS. ATIVA
REQUISIÇÃO DO MIN. DA
JUST
PRINCÍPIO DO DOMICÍLIO
De acordo com este princípio, a lei brasileira é aplicada aos crimes cometido por
pessoa domiciliada no Brasil, não havendo qualquer outra condição. A lei Penal brasileira
traz em seu art. 7º, I, “d” a seguinte redação:
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PRINCÍPIO DA DEFESA
Nesse princípio, é tratado a garantia de que um crime que seja praticado contra a
figura do Presidente da República não passe sem as devidas correções, pois o crime não
é contra a pessoa do presidente, mas sim contra toda a nação.
Ressalto ainda que os crimes que podem ser punidos de acordo com este
princípio não são quaisquer um, somente crime contra a vida ou a liberdade do
Presidente, ou seja, se o Presidente em viajem à Argentina, venha a ser furtado em seu
hotel, não poderá se recorrer a este princípio.
Perceba ainda que estas hipóteses dispensam outras condições, pois basta que
tenha sido o crime cometido contra os bens jurídicos citados acima, além disso, é de
muita importância lembrar que, mesmo que o agente já tenha sido condenado ou até
mesmo absolvido no exterior, este princípio será aplicado.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro.
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Como já sabemos bis in idem é um termo que designa a ação de se punir alguém duas
vezes pelo mesmo erro, e para que seja evitado o cumprimento duplo de pena (bis in idem),
caso tenha sido o agente condenado no exterior, a pena a ser cumprida no Brasil será abatida
da pena cumprida no exterior, o que se chama DETRAÇÃO PENAL. Nos termos do art. 8° do
CPB:
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; Como a previsão se
encontra no inciso II do art. 7°, aplicam-se as condições previstas no § 2°, como ingresso do
agente no território nacional, etc.
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PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO.
QPP
NÃO! PORTANTO, A LEI QUE DEVE SER APLICADA NA EMBAIXADA, VIA DE REGRA
E PARA EFEITO PENAL, É A LEI DA ARGENTINA.
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Devemos iniciar está matéria entendendo o que é crime. O Crime pode ser
entendido sob três aspectos: Material, formal (legal) e analítico:
❖ Formal (legal) – Crime é a conduta prevista em Lei como crime. No Brasil, mais
especificamente, é toda infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou
detenção.
Agora que entendemos um pouco melhor o que é crime, vamos entender como ele se
divide:
Segundo a doutrina majoritária, o crime pode ser dividido em:
ILICITUDE
CRIME
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Conduta humana
Resultado naturalístico
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nem sempre estará presente), há também o resultado jurídico (ou normativo), que é
a lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Esse resultado sempre estará
presente.
Nexo de causalidade
Nexo é o elo entre a conduta do agente e o resultado. Nosso Código Penal adota a
teoria da equivalência dos antecedentes (causa do crime é toda conduta sem a qual o
resultado não teria ocorrido). Utilização do elemento subjetivo (dolo ou culpa) como
filtro, para evirar a “regressão infinita”. Adoção, subsidiariamente, da teoria da
causalidade adequada, na hipótese de superveniência de causa relativamente
independente que produz, por si só, o resultado.
OBS.: Teoria da imputação objetiva não foi expressamente adotada pelo CP, mas há
decisões jurisprudenciais aplicando a Teoria.
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Esta teoria determina que não há imputação objetiva quando o risco criado é
permitido, devendo o agente responder penalmente apenas se ele criou ou incrementou
um risco proibido relevante.
Sendo assim, ficamos tranquilo, caso a banca venha a mencionar tal teoria, você
terá entendimento para acertar a questão.
Tipicidade
DOLO
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Art. 18 do CP:
Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
DOLO DIRETO:
(ou determinado): o agente prevê um resultado, dirigindo sua conduta na busca
de realizá-lo. Já no dolo indireto ou indeterminado, o agente, com a sua conduta, não
busca resultado certo e determinado.
DOLO INDIRETO:
Se subdivide em:
A) Dolo alternativo: o agente prevê e quer um ou outro dos resultados
possíveis da sua conduta.
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NATURAL: É o dolo adotado pelo Código Penal brasileiro, ele leva em conta a
existência fundamental da vontade consciente.
Atenção!
CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE não é elemento do dolo! Ela é analisada na CULPA!
CULPA
CULPA.
O conceito de Culpa é abordado no Código Penal no artigo 18, inciso II, onde a
legislação procura diferenciar a conduta ilícita entre crime doloso e crime culposo. A
principal distinção se dá pelo fato do dolo ser movido pela intenção e vontade do agente
ao praticar o crime, assumindo os risos e consequências do resultado. Em contrapartida,
a culpa é baseada na falta de cuidado do agente ao praticar alguma conduta que produziu
um resultado não desejado, porém era previsível que acontecesse.
Artigo 18.
Diz-se o crime: I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
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• Culpa consciente, o agente prevê o resultado como possível, mas acredita que
este não irá ocorrer (previsibilidade SUBJETIVA). É a famosa frase: “Ih
FUDEU!”
EX: atirador de facas. O cara tem uma habilidade fenomenal, já faz isso há
anos, porém, determinada ocasião acaba por acertar uma de suas facas na
cabeça de sua assistente de palco. Pergunta: ele fez por querer? Não! E,
inclusive, por suas habilidades, ele acreditava veemente que nada poderia
acontecer de errado.
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ATENÇÃO
NÃO CONFUNDA CULPA CONSCIENTE COM DOLO EVENTUAL.
• culpa inconsciente, o agente não prevê que o resultado possa ocorrer (há
apenas PREVISIBILIDADE objetiva NÃO SUBJETIVA).
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NEXO DE CAUSALIDADE
Estamos estudando que o FATO TÍPICO é quando uma conduta gera um resultado,
e o quê liga essas duas partes é o NEXO CAUSAL.
TEORIA DE THYREN
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REGRESSÃO AO INFINITO.
O problema da teoria da equivalência dos antecedentes causais- é o regresso ao
infinito, daí surge a teoria da imputação objetiva, que é o freio. Por isso, para se saber se
determinado aspecto é causa do resultado deve-se utilizar o processo de eliminação
hipotética de Thyrén.
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Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só,
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
CAUSAS
ABSOLUTAMENTE
INDEPENDENTES
RELATIVAMENTE
INDEPENDENTE
ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE:
As absolutamente independentes não possuem qualquer vínculo com a conduta do
agente, ou seja, possuem uma origem totalmente divorciada da conduta delitiva e
ocorreriam ainda que o agente jamais tivesse agido. Por isso, trazem uma solução mais
simples e não podem, jamais, ser confundidas pelo intérprete, até porque seus exemplos
são clássicos e trazidos pela mais ampla doutrina. Possuem três modalidades, a saber:
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3) Superveniente: é a causa que atua após a conduta do agente. "A" administra dose
letal de veneno para "B". Enquanto este último ainda está vivo, desprende-se um lustre
da casa, que acaba por acertar qualquer região vital de "B" e vem a ser sua causa mortis.
RELATIVAMENTE INDEPENDENTE:
causas relativamente independentes, por sua vez, têm origem na conduta do
agente e, por isso, são relativas: dependem da atuação do agente para existir. Também
possuem três modalidades:
Nessas duas hipóteses, por expressa previsão legal (art. 13, caput, CP), aplica-se a
teoria da equivalência dos antecedentes causais e o agente responde pelo resultado
naturalístico, já que se suprimindo mentalmente sua conduta, o crime não teria ocorrido
como e quando ocorreu. Assim, responde por homicídio consumado.
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CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O Iter Criminis divide-se duas fases: uma interna e outra externa. Na fase interna,
está a cogitação. Já na fase externa, estão preparação, execução e consumação. É
importante perceber que nem todo crime percorre o iter criminis completo.
Pode não haver cogitação ou preparação, em alguns casos, enquanto outros crimes
não exigem consumação – como é o exemplo de uma tentativa de homicídio. Por isso, é
importante conhecer o Iter Criminis e suas fases, para compreender corretamente a
execução de um crime.
COGITAÇÃO
A cogitação de um crime é popularmente chamada de a “ideia” de cometer o
crime. A cogitação é o único elemento da fase interna do Iter Criminis, pois ocorre
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apenas na cabeça do agente. Quando ocorre, ela é sempre, por óbvio, a primeira
etapa de um crime.
Nem toda cogitação leva a um crime e nem todo crime precisa ter sido
previamente cogitado. As fases do Iter Criminis não são estáticas ou obrigatórias.
Direito à perversão
O direito à perversão é um tema tratado dentro da perspectiva da cogitação. Quando falamos
que nem toda cogitação leva a um crime, é importante considerar que a cogitação, por si só,
também não representa um crime. Nada impede que você tenha o desejo de matar alguém,
por exemplo. Você pode imaginar a situação, a arma utilizada e até mesmo deliciar-se
diariamente com a ideia deste assassinato. Desde que você não tome nenhuma medida para
que esta cogitação ocorra de fato, você não cometeu nenhum crime – e este é o direito à
perversão. Ele garante que ninguém seja punido por suas ideias.
PREPARAÇÃO
A preparação é o primeiro elemento da fase externa do Iter Criminis. Ela também
não é obrigatória na execução de um crime.
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são punidos, como a exemplo do crime de petrechos para falsificação de moedas e o crime
de associação.
Errado! O policial não poderia ter realizado esta prisão em flagrante por que
preparar um homicídio não é crime!
EXECUÇÃO
A execução, obviamente, é o momento em que o crime é, de fato, praticado. É
importante levar em conta que a separação entre a preparação e a execução nem sempre
são estabelecidas de forma muito clara.
CONSUMAÇÃO
A consumação é a última fase do Iter Criminis, quando ele chega ao fim. É quando
ocorre o resultado do crime. No caso do homicídio, a consumação é a morte da vítima.
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Para que um crime ocorra, não é necessário que haja consumação. Uma execução
falha também é considerada um crime, mesmo que não gere os resultados esperados pelo
agente.
• MATERIAL
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Tentativa perfeita: (ou acabada ou crime falho): quando o agente faz TODOS OS
ATOS executórios, porém não consegue consumar por circunstâncias alheias a sua
vontade.
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PONTE DE OURO
PONTE DE PRATA
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ESTADO DE NECESSIDADE
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O exemplo mais clássico que cai em provas é aquele que fala sobre dois indivíduos
dentro de um avião em queda livre, e neste avião há somente um paraquedas, eis que um
indivíduo mata o outro para garantir que consiga pegar o paraquedas e salvar a sua
própria vida.
Veja que aqui o valor dos bens jurídicos é o mesmo (vida x vida), caso o bem que
se tenha protegido fosse de valor inferior ao bem sacrificado, o agente responde pelo
crime, porém, com pena diminuída conforme o art. 24 parágrafo 2º do CP.
➢ Não ter sido criada voluntariamente pelo agente (ou seja, se foi ele
mesmo quem deu causa, não poderá sacrificar o direito de um terceiro a
pretexto de salvar o seu). EXEMPLO: O agente provoca ao naufrágio de um
navio e, para se salvar, mata um terceiro, a fim de ficar com o último colete
disponível. Nesse caso, embora os bens sejam de igual valor, a situação de
perigo foi criada pelo próprio agente, logo, ele não estará agindo em estado
de necessidade.
➢ Perigo atual. O perigo deve estar ocorrendo. A lei não permite o estado de
necessidade diante de um perigo futuro, ainda que iminente;
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➢ Ser conhecida pelo agente – O agente deve saber que está agindo em
estado de necessidade (elemento subjetivo).
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ATENÇÃO! Caso o animal esteja sendo utilizado como INSTRUMENTO para atacar
alguém, e esse alguém mata o animal estará em LEGÍTIMA DEFESA, pois neste caso o
animal é mero instrumento do crime cometido por uma pessoa.
ESTADO DE DEFENSIVO:
Bem jurídico lesado é do causador da situação do perigo.
EX: o vizinho deixa o seu Pit Bull soltar da coleira e este vem na sua direção, para
se proteger, você mata o cachorro.
LEGÍTIMA DEFESA
Na injusta agressão.
Precisa ser crime? Não, a exemplo de alguém que tranca o seu carro em uma vaga
apertada e você precisa urgentemente sair pois está atrasado para a prova do concurso,
é claro que você não pode atirar na pessoa (seria desproporcional), mas é legítima defesa
caso você cause um dano no carro da pessoa que lhe trancou.
Deve estar prestes a acontecer ou estar acontecendo, sendo assim, não há legítima
defesa de algo passado tampouco de algo que vai acontecer no futuro, ex: uma ameaça de
morte.
Não há necessidade de que o fato seja atual como acontece no estado de necessidade
bastando que seja iminente.
Também não precisa ser agressão à própria pessoa, sendo aceito legitima defesa
contra agressão a terceiros.
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Os meios utilizados para cessar a agressão devem ser moderados, sendo punível o
excesso, seja ele doloso ou culposo.
O agente deve saber que está agindo em legítima defesa, ou seja, deve conhecer a
situação que justifique e agir com intenção de defesa (animus defendendi).
1) Em um duelo de armas à moda antiga, a pessoa que aceitou o desafio, ou seja, foi
desafiada, pode alegar legitima defesa?
ERRADO. Nenhum dos dois poderá alegar legítima defesa, nem mesmo quem
foi desafiado pois aceitou o desafio, ambos agem em injusta agressão.
2) Em uma dada época, Paulo ameaçou João de morte, porém foi preso antes que
pudesse realizar o fato. Anos depois, Paulo sai da cadeia e João fica sabendo, eis
que João acaba por encontrar com Paulo em uma esquina, este caminha em
direção a João com as mãos para trás, João, por sua vez, saca sua arma e dispara
contra Paulo, ao se aproximar de Paulo, percebe que ele só estava carregando
flores para pedir desculpas a João. Neste caso, há legitima defesa?
ERRADO. Neste caso há o que a doutrina chama de legítima defesa putativa,
ou seja, não houve nenhuma agressão real ou iminente, apenas no imaginário de
João devido a uma ameaça antiga.
A legítima defesa putativa não é causa de exclusão da ilicitude, ela será ou
causa de exclusão do fato típico (porque é um erro de tipo, é a falsa percepção da
realidade), ou será causa de exclusão da culpabilidade.
3) No mesmo caso acima apresentado, se Paulo, ao perceber que João pegara a arma,
atirasse para se defender estaria em legitima defesa?
CERTO. Isso se chama legítima defesa real de legítima defesa putativa.
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4) Um assaltante tenta bater a carteira de um cidadão, só que não contava que ele
era lutador de MMA, o lutador domina o assaltante que para de reagir na mesma
hora, porém, o lutador não para de bater no assaltante, momento este em que o
assaltante começa a revidar para se defender. Há, neste caso, legítima defesa
aplicada pelo assaltante?
CERTO. Dá se o nome de legítima defesa sucessiva, pois o lutador estava
agindo em excesso.
Veja-se assim, que a lei penal apenas menciona o instituto, mas não o conceitua,
deixando a cargo da doutrina fazê-lo.
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Como vimos acima, sua previsão está no artigo 23, III, do CP juntamente
com o estrito cumprimento do dever legal.
Desse modo, quem age no exercício regular de direito não pode ser
considerado um criminoso, pois é um direito oriundo da letra da lei, sendo assim,
o direito deve estar previsto em lei o que não abarca os costumeis locais,
entendimento da Doutrina majoritária
EXEMPLO:
• Pugilista que desfere socos e causa lesão corporal em seu adversário
age em exercício regular de um direito legal da prática do esporte
• O médico que faz uma incisão para realizar um procedimento
cirúrgico também lesiona seu paciente, mas, do mesmo modo, não
responderá pela lesão.
• O poder familiar é outro exemplo de exercício regular de um direito,
dessa maneira, um pai que tranca em casa um filho de 8 anos que está
querendo sair de casa à noite não comete o crime de cárcere privado.
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Assaltante que troca tiros com os policiais vem a morrer, os policiais agiram em?
a) Estado de necessidade
b) Estrito cumprimento de um dever legal
c) Exercício regular de um direito
d) Legítima defesa
Muitos erram por que partem da lógica de que o policial está em exercício e
marcam a letra “b”, mas caro aluno, onde está escrito que matar alguém é estrito
cumprimento de um dever legal? No ordenamento jurídico brasileiro, a única hipótese
em que se autoriza matar é em caso de guerra declarada.
Temos neste caso, uma LEGÍTIMA DEFESA, letra “d”, pois como o assaltante estava
disferindo uma injusta agressão, o policial agiu para defender seu bem jurídico, a vida.
Consentimento do ofendido
O consentimento do ofendido é causa SUPRALEGAL, de acordo com entendimento
doutrinário, não está expressamente previsto no CP como causa de exclusão da
ilicitude.
Neste caso, o bem deve ser DISPONÍVEL.
EX: a honra, tem amigos que se xingam de modo carinhoso, sem a menor intensão de
ofender, não configura injúria. Do mesmo modo, o caso uma pessoa que pede para outra
dar-lhe uma facada não configura consentimento por que a vida é um bem
indisponível.
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CULPABILIDADE
IMPUTABILIDADE
;
culpabilidade
Potencial
exigibilidade
consciência
de conduta
sobre a
diversa
ilicitude
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a) IMPUTABILIDADE:
É a capacidade de entender o caráter ilícito do seu ato e de se determinar de
acordo com esse entendimento.
Com a leitura do artigo é possível verificar que corresponde exatamente aos dois
momentos mencionados anteriormente.
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Nesse sentido, a pessoa não pode alegar que não sabia que certo comportamento
era crime. Entretanto, se o agente agira sobre o erro de proibição pode haver a isenção
de pena se inevitável ou a redução de evitável.
Existe três modalidades de erro de proibição, que são os: direto, indireto,
mandamental.
· No erro de proibição direito o agente não possuía conhecimento que aquela ação era
reprovável por desconhecer que havia uma norma proibitiva, ou porque não conhece
completamente o seu conteúdo, ou porque não entende o seu âmbito de incidência. Um
exemplo clássico da doutrina é a do ou porque não conhece completamente o seu
conteúdo, ou porque não entende o seu âmbito de incidência
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A exigibilidade de conduta diversa deve ser vista como a possibilidade que se abre
no sentido de se cobrar do agente uma postura diferente em relação ao fato típico e ilícito
que perpetrou. Para que o agente seja culpável, além de imputável e inserido em contexto
que lhe permita atingir a consciência sobre a ilicitude de sua conduta, também a situação
fática na qual está submetido deve mostrar que seu rol de escolhas não estava
excepcionalmente restringindo, sendo, por isso, possível exigir que tivesse tido
comportamento conforme o direito. Ou seja, a exigibilidade de conduta diversa considera
os fatos paralelos à conduta e apenas se constatado que o agente teve livre atuação no
processo de escolha deverá ser responsabilizado. De outro ponto, diagnosticado que o
agente agiu de modo típico e ilícito porque não tinha liberdade de escolha, tem-se
desproporcional puni-lo pelo comportamento que não invoca culpabilidade diante da
certeza de que qualquer outra conduta, ainda que possível, mostra-se inexigível.
Sendo assim, é fundamental ter em mente os institutos trazidos pelo Código Penal
que permitem concluir situações onde fica afastada a exigibilidade de conduta diversa e
que, por consequência, provocam dirimente de culpabilidade, isentando o agente de
pena. Então, são causas legais de inexibilidade de conduta diversa a coação moral
irresistível e a obediência hierárquica.
Ilustramos este instituto com o velho caso do gerente de banco que, tendo sua
família sobra a mira do revólver de um bandido, é coagido moralmente a realizar saques
de quantias do banco onde trabalha. Isso é coação moral irresistível por que qualquer
pessoa faria o mesmo.
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IMPUTABILIDADE PENAL
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
BIOLÓGICO PSICOLÓGICO
• Doença mental
• Desenvolvimento mental retardado Inteiramente incapaz
• Desenvolvimento mental incompleto
O legislador adotou o aspecto BIOPSICOLÓGICO
Caso o indivíduo seja apenas semi-inimputável, a pena será diminuída de 1⁄3 a 2⁄3.
EXCEÇÃO: aspecto BIOLÓGICO ART. 27 CP, MENORES DE 18 ANOS.
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Ainda há muita
divergência nestas
definições!!!
POSICIONAMENTO DO STF.
Qual é a ligação entre um buraco no meio da via pública, um assalto à mão armada
dentro de um banco e um urubu sugado pela turbina do avião que atrasou o vôo de
centenas de pessoas? Todas essas situações geraram pedidos de indenização e foram
julgados no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com base num tema muito comum no
Direito: o caso fortuito ou de força maior. O Código Civil diz que o caso fortuito ou de
força maior existe quando uma determinada ação gera consequências, efeitos
imprevisíveis, impossíveis de evitar ou impedir:
Caso fortuito + Força maior = Fato/Ocorrência imprevisível ou difícil de prever que gera
um ou mais efeitos/consequências inevitáveis.
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A primeira coisa que deve ter na sua cabeça é que coação MORAL irresistível é
diferente de coação FÍSICA irresistível.
Na Coação física existe uma total exclusão da vontade do agente, ou seja, este é
forçado a praticar um ato contra a sua vontade, por meio de uma violência a sua
integridade física. A sua responsabilidade penal será excluída e não haverá Tipicidade,
pois como vimos a sua vontade foi totalmente eliminada não respondendo assim pelo ato
praticado. Um exemplo clássico é o do gerente bancário, que acaba por colocar suas
digitais do cofre da agência, pois está sendo coagido fisicamente pelo assaltante.
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CONCURSO DE PESSOAS
Previsão legal.
“Art. 29 – Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.”
TEORIAS:
• TEORIA MONISTA:
A teoria monista é, em regra, a adotada no ordenamento jurídico, A teoria
monista ou unitária é a adotada como regra pelo Código Penal, no artigo 29, caput, ao
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prescrever: Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
A teoria monista evoluiu ao longo do tempo. Em um primeiro momento, ela
adotava um sistema unitário clássico, que não diferenciava autor de partícipe, todos
os indivíduos que participavam do crime seriam autores, sem qualquer distinção
entre aqueles que executavam o núcleo do tipo penal e os que contribuíam de outra
maneira para o crime, não havia a figura do partícipe.
Deste modo, podemos punir de maneira mais justa e objetiva cada indivíduo
participante do crime. Por exemplo, em um assalto em que Maria era quem dirigia o
carro, José e Carlos que entraram no banco e pegaram o dinheiro, Luiz que arquitetou
toda a ação e a fuga e Joana quem acobertou e guardou todo o produto do roubo. Aqui,
cada um destes indivíduos será julgado e sua pena será avaliada na medida de sua
participação.
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1º
NÃO DIFERENCIAVA AUTOR DE
MOMENTO PARTÍCIPE
TODOS OS PARTICIPANTES DO
CRIME SERIAM AUTORES
TODOS OS PARTICIPANTES DO
CRIME SERIAM AUTORES
• TEORIA PLURALISTA:
quando houver mais de um agente, praticando cada um uma conduta diversa dos
demais, ainda que obtendo apenas um resultado, cada qual responderá por um delito.
Esta teoria foi adotada pelo Código Penal ao tratar do aborto, pois quando praticado pela
gestante, esta incorrerá na pena do art. 124, se praticado por outrem, aplicar-se-á a pena
do art. 126. O mesmo procedimento ocorre na corrupção ativa e passiva.
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• MULHER QUE
ABORTO SOLICITA AO
DO ART MÉDICO A
124 PRÁTICA DO
ABORTO
• MÉDICO QUE
ABORTO ACEITA REALIZAR
DO ART O ABORTO FORA
126 DA PREVISÃO
LEGAL
• PARTICULAR QUE
CORRUPÇÃO
ATIVA OFERECE OU
ART 333 PROMETE VANTAGEM
INDEVIDA
• FUNCIONÁRIO QUE
CORRUPÇÃO
PASSIVA SOLICITA OU RECEBE
ART 317 VANTAGEM
INDEVIDA
A título de curiosidade, caso venha a ser um item de sua prova, vamos analisar um
pouco a TEORIA DUALISTA: segundo tal teoria, quando houver mais de um agente, com
diversidades de conduta, provocando-se um resultado, deve-se separar os coautores e
partícipes, sendo que cada "grupo" responderá por um delito.
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FORMAS DE PARTICIPAÇÃO
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa
pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares
do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
TEORIA RESTRITIVA.
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chega alguém, o possível proprietário. Tico sai correndo com os objetos que conseguira
apanhar sem saber que Teco estava armado, pois não haviam combinado este quesito,
enquanto Teco saca de sua arma e mata o proprietário e foge em seguida.
TICO = responde só pelo furto
TECO = será responsável também pela morte do proprietário da residência.
Veja que a elementar “funcionário público” está descrita, logo ela se comunica.
Desse modo, se um particular, se juntar a um funcionário público para furtar
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computadores da repartição pública onde esse funcionário trabalha, sabendo que ele é
funcionário público, cometerá PECULATO juntamente com o funcionário.
Do mesmo modo, podemos analisar o INFANTICÍDIO, que consiste na morte da
criança causada pela própria mãe quando em estado puerperal. Se houver a participação
da enfermeira, por exemplo, esta também responderá pelo infanticídio.
AUTORIA
COLATERAL:
Ocorre autoria colateral quando várias pessoas executam o fato (contexto fático
único) sem nenhum vínculo subjetivo entre elas, ou seja, UM DESCONHECE A
EXISTÊNCIA DO OUTRO. Exemplo: policiais de duas viaturas distintas, sem nenhum
acordo ou vínculo entre eles, abusivamente, disparam contra vítima comum, que vem a
falecer em razão de um dos disparos.
INCERTA:
é aquela em que se sabe quem são os possíveis autores, MAS NÃO QUEM PRODUZIU
O RESULTADO. Na autoria desconhecida os autores é que não são conhecidos, não
podendo imputar o fato a qualquer pessoa.” Cezar Roberto Bitencourt² também clarifica
sobre o que é a autoria incerta: “A autoria incerta...incerta, todos devem responder pelo
delito.
Aqui observaremos o instituto do INDÚBIO PRÓ RÉU.
Ex: Se duas pessoas, uma sem saber da existência da outra, decidem matar uma
terceira pessoa ao mesmo tempo de forma que não dê para identificar quem foi o real
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MEDIATA:
Ocorre autoria mediata quando o autor domina a vontade alheia e, desse
modo, se serve de outra pessoa que atua como instrumento.
Esta autoria divide o autor em MEDIATO e IMEDIATO
Neste tipo de autoria, geralmente, o autor mediato se utiliza do autor imediato para
o cometimento de um crime.
Temos como autores imediato
✓ INIMPUTÁVEL. A exemplo do traficante que se utiliza de crianças para
entregar drogas na favela.
✓ INDUZIDO A ERRO. Neste caso, o autor mediato ENGANA o autor imediato
para que este cometa o crime. Pode-se vislumbrar este caso na situação em
que um sujeito, com intuito de matar, diz que quer dar um susto em uma
menina, e para isso pega uma arma, municia, entrega para terceira pessoa
dizendo que a arma está desmuni ciada e solicita ajuda para realizar a
brincadeira. Eis que esta terceira pessoa, achando que realmente está
participando de uma brincadeira, dispara a arma em direção da menina que
é atingida e vem a falecer.
✓ COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL. Já estudamos este instituto e ilustramos
bem com o caso do gerente do banco que é coagido a roubar seu banco
quando sua família está sob a mira do revolve de bandidos.
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HOMICÍDIO
HOMICÍDIO.
Partindo este princípio, vamos explorar um pouco mais sobre este dispositivo.
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SUJEITO
COMUM SUJEITO
COMUM OBJETO VIDA OBJETO
PESSOA
ATIVO PASSIVO JURÍDICO
HUMANA MATERIAL
ELEMENTO SUBJETIVO
Este delito embora tenha seu objetivo que é a morte do ser humano em momento
futuro, se caracteriza sua consumação no momento da sua ação ou omissão como bem
prevê o Art. 4º do CP. Pode ser caracterizado uma tentativa quando por motivo alheio ao
meios usados pelo agente o fato não se consume com o resultado morte.
DIRETO
DOLO ALTERNATIVO
INDIRETO
EVENTUAL
ELEMENTO IMPRUDÊNCIA
SUBJETIVO
NEGLIGÊNCIA
CULPA IMPERÍCIA
CONCIENTE
INCONCIENTE
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Aqui, a vontade do agente não está dirigida para a obtenção do resultado, mas sim
para algo diverso; sendo que mesmo prevendo que o evento possa ocorrer, o agente
assume o risco de causá-lo.
Essa possibilidade de ocorrência do resultado não detém o agente e ele pratica a
conduta, consentindo no resultado. Há dolo eventual, portanto, quando o autor tem
seriamente como possível a realização do tipo legal se praticar a conduta e se conforma
com isso.
EX: Uma pessoa dirige em uma rua movimentada a 200 KM/h, ele pode até não
querer atropelar ninguém, mas sabe qualquer pessoa sabe que nesta velocidade é muito
provável que se atropele alguém ao se locomover em uma rua muito movimentada.
É O FAMOSO “FODA-SE”
CULPA CONCIENTE:
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CULPA INCONCIENTE:
ATENÇÃO!
No homicídio culposo existe o dispositivo do PERDÃO JUDICIAL. Desse modo o juiz,
estando presentes os requisitos, DEVERÁ (na lei está escrito PODERÁ) aplicar o perdão
judicial.
HOMICÍDIO DOLOSO
O homicídio doloso é dividido em: qualificado, simples e privilegiado.
✓ QUALIFICADO:
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Motivo torpe se define como a pior razão de matar dentre as razões de matar.
(REPUGNANTE, OGERIZA, ASCO).
2. MOTIVO FÚTIL.
É a razão de matar que não se consegue compreender, nem por meio da própria
razão. (Heleno C. Fragroso).
EX: “Matei por que ele me olhou”. “ Matei por que ele estava usando a camisa
do vasco”.
Sem motivo é a ausência de motivo, o motivo fútil tem uma razão, fútil, mas tem!
Um exemplo de ausência de motivo é o assassino que mata por simples prazer.
Nunca confunda fútil com torpe, a torpeza traz uma razão macabra e a futilidade
traz uma razão pequena.
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EX:
R$ 5,00 FÚTIL
MATOU POR
UMA DÍVIDA
R$ 90.000,00 TORPE
CRUEL:
É o ato de causar na vítima um sofrimento desnecessário, o criminoso não quer
simplesmente matar, mas fazer a vítima sofrer. Tem-se por cruéis os homicídios
cometidos com fogo, asfixia, ou através da prática de tortura. Ressalte-se que asfixia não
se confunde com enforcamento. Asfixia se refere à suspensão de respiração por qualquer
meio. Logo, o enforcamento pode ser considerado como uma forma de asfixia, mas não é
a única. O afogamento, por exemplo, traduz forma recorrente de asfixia, conforme ilustra
o acórdão abaixo:
"Quem, movido pela vingança, por causa de uma agressão sofrida três dias
antes, elimina o ofendido com golpes de pedaços de pau e, em seguida, asfixia-o nas
águas de um rio, comete um crime de homicídio qualificado, pelo motivo fútil e pelo
meio cruel" (TJMG. Número do processo: 1.0000.00.304442-7/000. Rel. Des.
Edelberto Santiago. Data do acordão: 11/03/2003)
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Armas de fogo, facas e pedaço de madeira, por si só, são considerados meio
cruel?
Não, porque senão todo homicídio cometido com emprego de tais armas
seria qualificado. É necessário que cause sofrimento desnecessário, por
exemplo, um criminoso mata sua vítima com uma facada (simples), um
criminoso mata sua vítima, lentamente, com cinquenta facadas por todo o corpo
(cruel).
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6. FEMINICÍDIO
Feminicídio é diferente de femicídio, neste basta ser mulher, naquele, além da
necessidade de ser mulher, o sujeito tem que discriminar ou menosprezar a CONDIÇÃO
de mulher da vítima.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA.
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora
de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação
dada pela Lei nº 13.771, de 2018)
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº
13.771, de 2018)
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do
art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
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Estas autoridades e agentes estão descritos nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela,
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
DICA
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO.
O homicídio é privilegiado porque se tem situações que beneficiam o agente,
pois são razões de matar e circunstâncias que o levam a matar menos graves e
reprováveis que as formas qualificadas. Ele é dividido em três tipos que estudaremos a
seguir:
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HOMICÍDIO CULPOSO.
O homicídio doloso está previsto no artigo 121, p. 1-2 do Código Penal Brasileiro. O
homicídio culposo é quando uma pessoa mata outra sem a intenção, quando a culpa é
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INOBSERVÂNCIA
DEIXAR DE NÃO PROCURAR
DE REGRA FOGE PARA
PRESTAR DIMINUIR AS
TÉCNICA DE EVITAR PRISÃO
IMEDIATO CONSEQUENCIAS
PROFISSÃO, ARTE EM FLAGRANTE
SOCORRO DOS ATOS
OU OFÍCIO
HOMICÍDIO HÍBRIDO.
QUALIFICADO
PRIVILEGIADO
HOMICÍDIO HÍBRIDO
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SUICÍDIO
Como sempre, vamos iniciar analisando a letra da lei e observando seus verbos.
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa
de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Olhe Bem, quando o legislador diz induzir, também quer dizer convencer, nós já
sabemos que não se deve incriminar alguém por alguma ação que não esteja tipificada
em lei, mas entenda que induzimento e convencimento, para o entendimento deste
crime, são quase sinônimos. Logo, se em seu concurso vier convencimento em vez de
induzimento marque como certa.
ATENÇÃO!!! Se tem alguém que está prestes a cometer um suicídio, por exemplo pulando
de um prédio, e outras pessoas ficam gritando para ela pular, essas pessoas que gritaram
entram perfeitamente no art. 122.
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consiga. João sobe na cadeira, enrola a corda no pescoço, amarra na árvore, mas não
consegue pular, então pede a Maria que empurre a cadeira. Se ela fizer este ato estará
cometendo HOMICÍDIO e não SUICÍDIO pois o ato foi determinante para a morte de João.
Nelson Hungria, grande nome do direito, dava este exemplo para ilustrar quando
varias pessoas concorrem para destruírem suas vidas concomitantemente.
EX:
A, B, C e D são pessoas que decidiram o suicídio e resolveram fazer isso juntos na
câmara de gás. Todos entram na câmara e A abre a torneira do gás, porém, o plano deles
é frustrado pela chegada da polícia que logo abre a porta. No entanto, a polícia encontra
D já morto. Quais crimes a policia deverá lavra para A, B e C?
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ROLETA RUSSA:
Essa prática consiste em inserir uma única bala no tambor de um revólver e
sucessivamente, cada pessoa puxa o gatilho contra sua própria cabeça até que a bala
atinja alguém. As pessoas que não morreram responderão no art. 122.
INFANTICÍDIO
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto
ou logo após:
1. Pena - detenção, de dois a seis anos.
Objeto material: O tipo penal descreve o ato de matar, sem destacar alguma forma
preestabelecida para tanto.
O crime precisa acontecer durante ou logo após o parto, ainda estando autora sob a
INFLUÊNCIA DO ESTADO PUERPERAL.
Perceba que o crime traz um elemento temporal, pois o ato deve ser praticado
durante o parto ou logo após. Se for praticado antes do parto, será aborto. Se for
praticado muito após o parto, será homicídio. Sem ignorar, também, o estado puerperal.
Sujeito ativo: É um crime PRÓPRIO porque a lei impõe ao sujeito ativo uma
qualidade especial. No caso, a mãe da vítima será a autora do crime de infanticídio
(“Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho...”). Há doutrinadores que
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nomeiam este crime como BIPRÓPRIO pelo motivo de tanto o sujeito ativo ser pré-
determinado (mãe) quanto o sujeito passivo do crime (próprio filho).
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ABORTO
Vamos estudar, aqui, a letra de lei conforme formos passando pelos tópicos, pois o
crime tem bastantes nuanças.
Vamos iniciar pelo caput:
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54)
Temos que o aborto pode se dar por três modos: ACIDENTAL, NATURAL, E
CRIMINOSO.
O aborto natural não é considerado crime, logo, não será objeto de nossos estudos.
O aborto acidental, por imprudência ou Negligência, seria um modo de aborto
culposo, porém, o legislador não previu a forma culposa para este crime, logo, não há o
que se falar em crime neste caso.
O aborto criminoso será o nosso objeto de estudos.
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Este tipo de aborto é o causado por terceira pessoa SEM QUE A GESTANTE SAIBA.
O sujeito deve agir de modo a causar o aborto de modo furtivo, sorrateiro.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada
ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
EX: A gestante busca uma clínica de aborto clandestino e paga para que um médico
lhe cause o aborto. Este médico cometerá o crime de aborto do artigo 126.
Seguindo o exemplo dado acima, cada ator cometerá crime tipificado em artigo
diferente.
GESTANTE = artigo 124
MÉDICO = artigo 125.
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Não existe unidade delitiva, pois o legislador adotou, neste caso, a TEORIA
PLURALISTA.
QUALIFICADORA
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do
aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Observe que a lei nada fala sobre a lesão corporal considerada GRAVÍSSIMA,
porém, e de bom senso que se entenda que, se a lesão grave é considerada qualificadora,
também a lesão gravíssima o será.
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ABORTO
• DOLOSAMENTE
EXCLUDENTES DA ILICITUDE.
Esta modalidade de aborto é realizada pelo médico para salvar a vida da gestante,
ele não precisa de consentimento da mesma pois o médico tem o dever de salvar a vida
da gestante.
Esta modalidade é de vontade da própria mulher, O médico não pode realizar esta
conduta caso a mulher não queira.
À mulher, ao chegar na unidade de saúde, basta dizer que foi vítima de estupro e
terá o direito de realizar esta modalidade de aborto.
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ABORTO DE ANENCÉFALO.
STF - não se fala em aborto, nestes casos, pois não existe vida ainda, logo, é
considerado interrupção da gravidez e não aborto. Assim, não existe o FATO TÍPICO, pois
a conduta não atinge a nenhum bem jurídico tutelado em direito.
MINISTRO BARROSO - “Até a 12ª semana não se considera aborto pois o feto não
tem sua estrutura nervosa totalmente formada ( não há atividade cerebral)”.
CUIDADO!!!
O aborto eugênico ( retirar a vida do feto por ter ele anomalias) não é autorizado,
logo, consiste em crime de aborto quem o faz.
LESÃO CORPORAL
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GRAVE GRAVÍSSIMA
Enfermidade incurável
Ocupações habituais é diferente de trabalho, pois aquele pode ser entendido como
toda atividade rotineira da pessoa como, praticar exercícios regularmente, limar a casa,
alimentar os animais...
ABORTO- É necessário que o causador do aborto saiba que a mulher estava grávida.
PRETERDOLO.
Já sabemos que se considera preterdolo quando de uma ação dolosa acaba por
gerar um resultado diferente do pretendido, ou seja, culposamente. Neste sentido, pode
haver o preterdolo no caso de um sujeito querer apenas lesionar alguém e acabar por
matar esta pessoa culposamente.
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§ 1º Se resulta:
II - perigo de vida;
IV - aceleração de parto:
§ 2° Se resulta:
II - enfermidade incuravel;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
DIMINUIÇÃO DA PENA:
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
SUBSTITUIÇÃO DA PENA:
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a
dois contos de réis:
AUMENTO DE PENA:
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§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4 o e 6o do art. 121 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste
artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
OMISSÃO DE SOCORRO
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública:
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
triplicada, se resulta a morte.
O que você precisa saber e que pode vir a ser objeto de prova é que este crime é
considerado OMISSIVO PURO (PRÓPRIO), ou seja, basta deixar de fazer algo, de imediato,
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observasse-se a pessoa prestou socorro (aí não há crime) ou se ela deixou de fazê-lo
(configurando o crime).
Este crime não admite TENTATIVA pois o simples fato de deixar de fazer algo já se
enquadra na conduta típica. O que é interessante de entender é que, mesmo que outro
alguém socorra, ainda ficará configurada a omissão de socorro pelo primeiro que deixou
de prestar o socorro.
GARANTIDOR.
Se o agente for garantidor e a vítima venha a falecer por falta de socorro, não
responderá pela omissão de socorro e sim por HOMICÍDIO.
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de
formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela Lei nº
12.653, de 2012).
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza
grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Veja bem, este artigo não é tão cobrado em prova, mas se cair, muitos candidatos
poderão errar pelo simples fato de omitir a leitura deste dispositivo.
A questão poderá vir trazendo um caso em que um médico de um hospital público
“x” exigiu do paciente, para atendê-lo, certa quantia e perguntar se essa conduta se
enquadraria no crime do art. 135-A . Pois bem, não se enquadra, essa conduta descrita é
caso de CONCUSSÃO ( crime que veremos mais la na frente).
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RIXA
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a
pena de detenção, de seis meses a dois anos.
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meio de uma câmera de uma das casas do beco, observou que o argentino havia sido
morto por uma facada disferida pelo chileno, nesse caso.
Mas e o bis in idem? O chileno não foi prejudicado? A posição majoritária entende que
não se configura nesse caso.
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CALÚNIA.
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível
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Neste caso, ainda que o fato narrado seja verídico, divulgá-lo constitui
crime. A única exceção de verdade é se a difamação se der contra funcionário público e a
ofensa for relativa ao exercício de suas funções. A pena para este crime é detenção de
três meses a um ano e multa.
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EXCEÇÃO DA VERDADE.
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao
exercício de suas funções
INJÚRIA.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem
aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de
pessoa idosa ou portadora de deficiência:(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
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RETRATAÇÃO.
IMUNIDADE JUDICIÁRIA:
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INJÚRIA REAL.
É quando a injuria e intentada com vias de fato ou violência.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro
meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
VIOLÊNCIA (física)
CONSTRANGER
ALGUÉM
GRAVE AMEAÇA
(moral)
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SUJEITO ATIVO
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do constrangimento ilegal.
SUJEITO PASSIVO
É indispensável que possua capacidade de autodeterminação.
Para que haja constrangimento ilegal é necessário que seja ilegítima a pretensão do
sujeito ativo, ou seja, que o sujeito ativo não tenha o direito de exigir da vítima
determinado comportamento – porque se tiver o direito estará incurso no crime de
exercício arbitrário das próprias razões.
O sujeito para realizar o tipo, pode empregar violência, grave ameaça ou qualquer
outro meio capaz de reduzir a resistência do ofendido.
Caso tenha objetivo econômico passaremos ao crime de extorsão. (Art. 158 do CP)
DELITO MATERIAL.
Consuma-se no momento em que a vítima faz ou deixa de fazer alguma coisa. E,
tratando-se de delito material, em que pode haver fracionamento das fases de realização,
admite a tentativa, desde que a vítima não realize o comportamento desejado pelo sujeito
ativo por circunstâncias alheias a sua vontade.
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AMEAÇA
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal
injusto e grave:
A promessa de mal pode ser contra a própria vítima, contra pessoa próxima ou até
contra seus bens. Mal injusto é diferente do mal justo pois este se refere a um ato que não
é agradável, porém, legal, EX: rebocar um carro que está atrapalhando a entrada de uma
garaçem. Para o dono do carro isso é um mal, porém ele é justo.
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Para a ocorrência do crime não precisa que o criminoso cumpra o que disse, basta
que ele tenha intenção de causar medo e que a vítima se sinta atemorizada.
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
De acordo com o Código Penal brasileiro, ambos são tratados da mesma forma e
estão previstas as mesmas penas. No entanto, apesar de os dois crimes falarem de
privação de liberdade, há uma ligeira diferença em cada tipo de ação. No crime de
sequestro, a vítima é mantida num espaço de privação maior, que pode ser até em um
local aberto, como uma casa no campo, por exemplo. Tem seu direito de ir e vir vedados
pelo sequestrador, mas pode se locomover e ter acesso a vários ambientes. É um tipo de
crime bastante usado para extorquir dinheiro de terceiros.
O mesmo não ocorre com o crime de cárcere privado. Nessa modalidade, a vítima
fica confinada em um ambiente de pequenas proporções, como um quarto ou banheiro,
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e dificilmente é pedido algo em troca de sua liberdade. Isso pode ocorrer em ambiente
familiar, por exemplo, quando o marido sai de casa e deixa a esposa trancada e impedida
de ter contato o exterior.
FISICO
MORAL
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Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada
exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção
em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Redação dada pela
Lei nº 10.803, de 11.12.2003.
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§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de
trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
TRÁFICO DE PESSOAS
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça,
violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
IV - adoção ilegal; ou
V - exploração sexual.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência
econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.
O Tráfico de Pessoas é tido como um dos crimes mais vil e repugnante que existe,
ele assume dimensões internacionais e precisa ser combatido pela união de forças
policiais de todo o mundo.
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O trafico de pessoas tem sua definição bem amparada no artigo 3º, alínea “a” do
Protocolo de Palermo:
“o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas,
recorrendo à ameaça ou ao uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao
engano, ao abuso de autoridade ou de situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de
pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tem autoridade sobre
outra, para fins de exploração. A exploração deverá incluir, pelo menos, a exploração da
prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados,
a escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a extração de órgãos”.
A Lei 13.344/16, por seus artigos 13 e 16, alterou o Código Penal Brasileiro,
inserindo o artigo 149 – A com o “nomen juris” de “Tráfico de Pessoas” e revogando
expressamente os artigos 231 e 231 –A, CP que anteriormente tratavam da matéria.
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AUMENTO DE PENA.
Há vários casos que incidem na pena que pode variar de 1/3 a 1/2:
✓ SUJEITO ATIVO.
✓ SUJEITO PASSIVO.
1.
CRIANÇA
IDOSO
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2. PARENTESCO
AGENTE SE PREVALECER
DOMÉSNTICA
DE RELAÇÕES:
HOSPITALIDADE
DEP.
ECONÔMICA
AUTORIDADE
SUP.
HIERÁRQUICA
3.
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VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem
de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma,
ou por duas ou mais pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou
com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o
ser.
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II
do parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
Casa desabitada: não caracteriza violação de domicílio caso alguém entre, mas
atente que se os moradores estiverem viajando, não configura que a casa esteja
desabitada!
É para frente que se anda, é para cima que se olha e é lutando que se conquista. 110
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FURTO
O furto é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, exceto na
forma qualificada pelo abuso de confiança (CP, art. 155, § 4º, II), em que o agente deve
ser pessoa em quem a vítima deposite confiança.
O proprietário da coisa também não pode ser autor do crime de furto, ainda que
ela esteja sob a posse legítima de terceiro, situação que pode caracterizar o crime do art.
346 do CP: “Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de
terceiro por determinação judicial ou convenção”.
Caso a coisa subtraída seja de propriedade comum do agente e do terceiro
prejudicado, o crime será o do art. 156 do CP: “Subtrair o condômino, co-herdeiro ou
sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum”. A lei não
exige qualidade especial da vítima.
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa
comum:
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente
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§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela
de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Temos aqui o aumento da pena fixado de 1/3 caso o furto seja praticado durante
o repouso noturno. Por repouso noturno entende-se o período, não importando se o
senhor da coisa esteja dormindo ou não.
• Sujeito primário.
• For a coisa de pequeno valor.
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QUALIFICADORAS
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No furto com destreza a vítima não pode participar para o seu acontecimento,
Exemplo: se alguém larga o carro aberto e é furtado sem que ninguém veja, não pode
configurar a qualificadora pois houve facilitação por parte da vítima. A destreza é bem
exemplificada no caso do PUNGISTA que é o famoso “batedor de carteira”. Alguns destes
criminosos são tão habilidosos que conseguem abrir a mochila de alguém e subtrair-lhes
seus bens sem que ninguém perceba.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo
que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção,
ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
Outra dica bem relevante que vem sendo objeto de questão é o fato de o
estabelecimento estar totalmente monitorado, isso não torna o furto impossível, mas as
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perguntas sempre tentam induzir o candidato a entender que seria impossível roubar
um local totalmente vigiado.
Não há furto de uso, pois se a intenção é SOMENTE utilizar o bem alheio, não á o
animus de assenhoramento exigido pelo tipo penal.
ROUBO
Vamos agora estudar o crime de roubo, este delito passou por recentes
modificações que, com certeza, serão objetos de questões das provas.
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Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Podemos notar que o crime de roubo possui redação muito semelhante ao crime
de furto, porém, com peculiaridades que diferenciam bem os dois crimes.
No crime de roubo, além de o criminoso subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outrem, ele deve fazer isso MEDIANTE GRAVE AMEAÇA, ou VIOLÊNCIA.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave
ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
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Ele é assim chamado por que a violência empregada se dá DEPOIS de ter subtraído
a coisa pretendida, diferentemente do roubo próprio em que a violência é empregada
ANTES de haver a coisa.
VIOLÊNCIA OU GRAVE
AMEAÇA
COM
VIOLENCIA
PRÓPRIO PRÓPRIA
(emprega-se violência
ANTES de subtrair)
COM
ROUBO VIOLÊNCIA
IMPRÓPRIO IMPRÓPRIA
(emprega-se violência
DEPOIS de subtrair)
REDUZIR A RESISTÊNCIA
DA VÍTIMA
PARA ASSEGURAR A IMPUNIDADE
OU DETENÇÃO DA COISA
DICA:
O roubo impróprio, geralmente, acontece de um “furto que deu errado” como
assim?
Imagine que um casal que estava viajando resolve voltar para casa mais cedo, ao
abrirem o portão de sua casa, se deparam com ladrões que estava saindo com vários
pertences do casal, PARA GARANTIR O SUCESSO DO CRIME, um dos bandidos saca um
revolve e AMEAÇA o casal a ficarem bem quietos enquanto eles fogem.
Repare que o crime apresentado era de furto (se o casal não resolvesse chegar
antes em casa, os bandidos teriam furtado tudo e só depois o casal veria que foi lesado).
Mas neste caso o furto ia dar errado por isso teve de se empregar VIOLÊNCIA DEPOIS, o
que transforma o até então furto em roubo impróprio.
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Outros dois pontos são importantes que você tenha no caderno sobre o roubo
impróprio:
AUMENTO
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426,
de 1996)
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§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause
perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
ATENÇÃO!
ROUBAR O EXPLOSIVO
• AUMENTA A PENA DE 1/3 A 1/2
QUALIFICADORA
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;(Incluído pela Lei nº 13.654, de
2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de
2018)
Desta parte do dispositivo, o que precisa ser bem observado é o inciso II pois
quando há morte no cenário do roubo, fala-se em LATROCÍNIO.
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[RHC 107.210, voto da min. Rosa Weber, 1ª T, j. 10-9-2013, DJE 210 de 23-
10-2013.]
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EXTORSÃO
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
ROUBO ≠ EXTORSÃO.
ROUBO EXTORSÃO
A participação da vítima é DISPENSÁVEL, A participação da vítima é
ou seja, o criminoso consegue obter INDISPENSÁVEL, ou seja, o criminoso não
sucesso na investida mesmo sem a consegue obter sucesso caso a vítima não
participação da vítima. colabore.
Observe os exemplos:
Em um bairro, um criminoso armado entra em um ônibus e começa a exigir dos
passageiros que entreguem as suas carteiras e celulares. Em outro ponto do bairro, outro
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pilantra armado exige que uma senhora saque todo seu dinheiro do caixa eletrônico e o
entregue.
Veja que o “modos operandi” é basicamente igual nos dois casos e que em ambos
ouve exigência da entrega de bens materiais economicamente consideráveis. Porém,
observe o ponto diferencial que é muito cobrado em prova. Na primeira cena, o
criminoso consegue obter o bem mesmo se as pessoas ficassem imóveis, bastaria que ele
alcançasse os objetos e pronto. Já na segunda cena, o pilantra não iria obter o dinheiro
caso a senhora não “COLABORASSE” e digitasse a senha para ele.
AUMENTO
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até
metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº
8.072, de 25.7.90
SEQUESTRO RELÂMPAGO
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da
vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave
ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923,
de 2009)
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Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço
do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
O crime consiste em privar alguém de sua liberdade como moeda de troca de uma
vantagem.
Esse crime é formal, se consuma no exato instante que se tem o sequestro, ainda
que o criminoso não consiga a vantagem. É UM CRIME HEDIONDO.
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QUALIFICADORAS:
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior
de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
PRIVILEGIADORA:
APROPRIAÇÃO INDÉBIDA
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
• PRIMEIRO MOMENTO:
Posse LÍCITA da coisa.
• SEGUNDO MOMENTO:
O criminoso incorpora a coisa em seu patrimônio.
EX: uma noiva vai casar e aluga um vestido. Passado o seu casamento, ela se esquece
de devolver o vestido e, nesse momento, decide ficar com o vestido. (apropriação
indébita).
EX2: Uma pessoa empresta dinheiro a um amigo, mas este amigo não devolve o
dinheiro. (apropriação indébita). Caso a intenção deste amigo fosse desde o início de não
devolver, seria estelionato.
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Pode-se ter uma posse lícita e o crime não ser de apropriação indébita?
Sim, pode ser caracterizado o crime de furto.
Caso a posse lícita seja uma posse VIGIADA, e o sujeito leva a coisa, haverá
configurado o FURTO!
Por exemplo, se uma mulher pede a uma vendedora que lhe mostre algumas roupas
para experimentar e esconda em sua bolsa uma das peças e saia da loja, configurará
FURTO pois as roupas estavam sobre a vigilância da vendedora.
De fato, não é roubado, mas não deixa de ser crime pois é tipificado no inciso II do
paragrafo único do crime de apropriação indébita!
Se não se sabe quem é o dono da coisa ou não se dá para saber, quem achou a coisa
terá o prazo de 15 dias para entrega-la às autoridades, caso contrário incorrerá no crime
de apropriação indébita de coisa achada.
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Não se considera a coisa perdida quando esta coisa está perdida dentro da própria
casa do dono, logo, se a empregada achar e ficar para ela, não cometerá apropriação
indébita de coisa achada, mas sim furto.
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal
ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Sujeito ativo é a pessoa que tem o dever legal de repassar à Previdência Social a
contribuição recolhida dos contribuintes. Nota-se que não é possível imputar o delito à
pessoa jurídica, mas somente aos seus administradores.
Sujeito passivo é a Previdência Social, podendo concorrer com ela os segurados
lesados pelo comportamento do agente.
Esse crime não admite a forma tentada pois é CRIME OMISSIVO PURO OU
PRÓPRIO. (deixar de repassar).
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§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido
descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos
à venda de produtos ou à prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à
empresa pela previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições,
importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento,
antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
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ESTELIONATO
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro,
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
Esta vantagem ilícita deve ser de origem PATRIMÔNIAL. Caso esta vantagem
seja de cunho sexual, o crime a ser cometido será aquele do artigo 215 (violação sexual
mediante fraude).
TORPEZA BILATERAL.
Exemplo: João tenta enganar Pedro vendendo um carro que não é seu. Por sua
vez, Pedro paga a João com um cheque sem fundo. Ambos são enquadrados no
estelionato.
ATENÇÃO!
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Destaco o inciso V do paragrafo 2ª do artigo 171 pois ele cai muito em prova.
“ V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a
saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver
indenização ou valor de seguro;”
PRIVILEGIADORA.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto
no art. 155, § 2º.
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RECEPTAÇÃO
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto
de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Crime comum.
Doloso, na receptação simples e na qualificada.
Culposo no caso do § 3º, do art. 180 do CP.
Material na receptação própria.
Formal na receptação imprópria
Comissivo, salvo na modalidade de ocultar que é omissivo.
Instantâneo, salvo nas formas de transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito e
expor à venda que é permanente.
Unissubjetivo.
Plurissubsistente e acessório, pois depende do crime antecedente.
Sujeito ativo e passivo, ambos podem ser comuns.
Objeto jurídico, o patrimônio.
Com a redação que lhe foi dada pela Lei 9.426, de 24 de dezembro de 1996, tem-se
para o crime de receptação dolosa (artigo 180 do Código Penal):
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RECEPTAÇÃO QUALIFICADA:
O criminoso se vale de atividade comercial ou industrial para a prática do delito.
RECEPTAÇÃO DOLOSA:
• DOLO EVENTUAL: A pessoa deve saber que tal objeto é produto de crime.
• DOLO DIRETO: A pessoa sabe que tal objeto é produto de crime.
RECEPTAÇÃO CULPOSA:
O sujeito deveria saber que é produto de crime devido à diferença bruta do valor da
coisa, ou até pela natureza e condições da pessoa que está oferecendo a coisa.
RECEPTAÇÃO IMPROPRIA:
Influir para que terceiro de boa fé adquira produto de crime.
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EX: Tiago compra celular da mão de Jr e sabe que é produto de furto, e presenteia
Maria com este celular e conta para ela que é produto de furto e mesmo assim aceita.
O produto do ato infracional análogo ao furto cometido por menor de 18 anos que é
vendido para outra pessoa maior de idade configura a receptação! Mesmo sendo produto
de ato infracional!
ATENÇÃO!
Não comete receptação quem tem seu bem furtado, descobre onde ele está e compra
de volta o próprio bem!
ATUALIZAÇÕES
Vamos observar algumas das mais recentes atualizações quanto aos crimes contra
o patrimônio. Essas mudanças, possivelmente, serão objetos da sua prova.
FURTO
QUALIFICADORAS:
Pena: 4 – 10 anos.
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ROUBO
ATENÇÃO AO EXPLOSIVO!
SE O OBJETO DO CRIME FOR O EXPLOSIVO:
NO FURTO QUALIFICADORA (4-10 ANOS)
ESTELIONATO
RECEPTAÇÃO
Art. 180-A (acrescentado em 2016) Adquirir, receber, transportar, conduzir,
ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de
comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou
dividido em partes, que deve saber ser produto de crime
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Pena: 2 – 5 Anos.
IMUNIDADES
O artigo 181 do Código Penal traz disposições gerais sobre isenção de pena quanto
aos crimes contra o patrimônio.
IMUNIDADE ABSOLUTA
É ISENTO DE PENA:
IMUNIDADE RELATIVA
O cônjuge separado
Irmão (de sangue ou adotado)
Entre tio e sobrinho que coabitem.
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Nesta aula nós estudaremos alguns crimes contra a dignidade sexual, passaremos
pelos que mais caem em prova.
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que
com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
CRIME COMUM (aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa).
PLURISSUBSISTENTE(costuma se realizar por meio de vários atos).
COMISSIVO (decorre de uma atividade positiva do agente “constranger”).
COMISSIVO POR OMISSÃO (quando o resultado deveria ser impedido pelos
garantes – art. 13, § 2º, do CP).
DE FORMA VINCULADA (somente pode ser cometido pelos meios de execução
previstos no tipo penal: violência ou grave ameaça).
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✓ Pode ser cometido pelo marido contra a esposa (que não queria realizar o
ato sexual).
✓ É considerado inclusive quando alguém obriga a mulher a introduzir algo em
sua vagina.
✓ Pode ser considerado mesmo que não haja o contato físico. Conforme o
exemplo acima.
✓ Pode se realizar de forma virtual. Como em um caso em que um indivíduo,
via Skype obriga uma mulher a se masturbar.
PRETERDOLO.
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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
FRAUDE:
EX: Irmão gêmeo que engana a esposa do irmão para ter conjunção carnal.
EX2: Líder espiritual que engana um fiel dizendo que precisa ter conjunção
com ele para expulsar o demônio.
EX3: Quem promete casamento somente para conseguir sexo.
O parágrafo único relata que se o crime é cometido com o fim de obter VANTAGEM
ECONÔMICA, além da pena de reclusão também se aplicará a MULTA.
IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
Art. 215-A. praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria
lascívia ou a de terceiro: (incluído pela lei nº 13.718, de 2018)
pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.
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Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato
sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes: (Incluído pela Lei nº 13.772, de
2018)
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro
registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo
ASSÉDIO SEXUAL
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da
sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. (Incluído
pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
É para frente que se anda, é para cima que se olha e é lutando que se conquista. 139
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ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do consentimento
da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
CONTRA
MENOR DE 14 ANOS
CONTRA
Caso a pessoa tenha entre 14 e 18 anos e não consentir o ato, este recairá nas
penas do Art. 213 (estupro).
É para frente que se anda, é para cima que se olha e é lutando que se conquista. 140