I A 013

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CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS E VERIFICAÇÃO

DO CONCRETO EM ESTRUTURAS LAMINARES SUBMETIDAS A


SOLICITAÇÕES DE CHAPA E PLACA

Autores
João Carlos Della Bella-Intentu Engenharia; EPUSP Depto. de Estruturas e Fundações
Sérgio Cifú-Themag Engenharia; EPUSP Departamento de Estruturas e Fundações
Resumo
Neste trabalho, inicialmente são apresentados os fundamentos teóricos que orientam o
dimensionamento das armaduras e verificação do concreto nas estruturas laminares
submetidas a solicitações de membrana e placa, quando as direções em que estão dispostas as
armaduras, não são coincidentes com as direções das tensões principais; faz-se a redução dos
esforços de placa para um modelo composto de chapas junto às faces superior e inferior do
elemento estrutural laminar, e mostra-se a sua superposição com as tensões normais
correspondentes ao efeito de membrana.
A seguir apresenta-se uma sistematização para dimensionamento das armaduras e verificação
do concreto, com base na superposição de tensões apresentada, comparando-se com os
critérios de dimensionamento e verificação propostos pelo CEB 1991.
São ainda apresentados alguns exemplos de aplicação destas sistemáticas.

1. INTRODUÇÃO
Nas estruturas laminares com comportamento de chapa, placa ou mesmo aquelas onde os dois
comportamentos se sobrepõem, as direções das armaduras são, quase que sempre, não
coincidentes com as direções das tensões principais, o que conduz ao aparecimento de fissuras
as quais são obliquas em relação a essas direções.
O que se apresenta a seguir, são os fundamentos teóricos que procuram orientar o
dimensionamento das armaduras e a verificação do concreto nas estruturas laminares quando
suas direções não coincidem com as direções das tensões principais de tração. Inicialmente
são apresentados os modelos resistentes individualizados para as chapas e para as placas com
armadura ortogonal; a seguir é abordado o modelo representativo do comportamento conjunto
chapa e placa, nas mesmas condições de disposição das armaduras.
2. CHAPA COM ARMADURA ORTOGONAL
Considere-se um elemento de chapa, com armadura ortogonal nas direções x e y, as quais não
são coincidentes com as direções principais. Sejam 1 e 2 as direções principais, de tal forma
que α seja o ângulo que a direção x faz com a direção 1 (figura 1).
Se o estado de tensão associado a este elemento de chapa for tal que pelo menos uma tensão
principal é de tração, aparecerão fissuras paralelas e inclinadas em relação as direções
principais; seja ϕ o ângulo que a direção das fissuras faz com a direção y da armadura.
Analisando-se o equilíbrio de forças do elemento de chapa no entorno do ponto P adjacente à
fissura (figura 2), e desprezando-se qualquer resistência na direção da mesma tem-se:
Z x cos ϕ = ( ó x cos ϕ + ô xy sen ϕ ) e 2.1
Æ y sen ϕ = (ó y sen ϕ + ô xy cos ϕ ) e 2.2

onde:
σ x , σ y ,τ xy representam respectivamente as componentes de tensão normal e tangencial no

ponto P e nos planos normais às direções de x e y, e é a espessura da chapa;


Ζ x e Ζ y são as forças nas armaduras por unidade de comprimento respectivamente segundo x

e y.
As expressões 2.1 e 2.2 podem ser ainda escritas:
Ζ x = Ν x + Ν xy tgϕ 2.3
Ζ y = Ν y + Ν xy cot gϕ 2.4
onde:
Íx = ó x e
Íy = ó ye
Í xy = ô xy e Figura 1 Figura 2

Nas regiões da chapa e em planos normais à direção das fissuras estabelecem-se tensões
normais no concreto σ c com distribuição uniforme entre fissuras.

Analisando-se o equilíbrio de forças do elemento de chapa no entorno do ponto P entre


fissuras (figura 3) e projetando-se na direção de σ c tem-se:

ó c e = Æx sen 2ϕ + Æ y cos 2ϕ − ó x e sen 2ϕ − ó y e cos 2ϕ + ô xy e senϕcosϕ + ô xy e cosϕsenϕ

ou ainda
D c = Ζ x sen 2 ϕ + Ζ y cos 2 ϕ − Ν x sen 2 ϕ − Ν y cos 2 ϕ + 2Ν xy sen ϕ cos ϕ 2.5

onde D c = σ c e
Porém de 2.3 e 2.4 tem-se:
Ζ x sen 2 ϕ = Ν x sen 2 ϕ + Ν xy tgϕ sen 2 ϕ Figura 3

Ζ y cos 2 ϕ = Ν y cos 2 ϕ + Ν xy cot gϕ cos 2 ϕ

Portanto, substituindo-se em 2.5 tem-se:


D c = 2 Ν xy sen ϕ cos ϕ + Ν xy tgϕ sen 2 ϕ + Ν xy cot gϕ cos 2 ϕ

ou ainda:
Dc = Ν xy (tgϕ sen 2 ϕ + sen ϕ cos ϕ + cot gϕ cos 2 ϕ + sen ϕ cos ϕ )
  sen 2 ϕ   cos 2 ϕ 
Dc = Ν xy sen ϕ  + cos ϕ  + cos ϕ  + sen ϕ  
  cos ϕ   sen ϕ 
∴ Dc = Ν xy (tgϕ + cot gϕ ) 2.6
Deve-se observar que a equação de equilíbrio que decorre projetando-se as forças na direção
normal a σ c é combinação linear das equações 2.3 e 2.4.

Assim a formulação do problema apresenta quatro incógnitas identificadas por Ζx, Ζy, σ c (ou

Dc) e ϕ, as quais estão correlacionadas pelas equações de equilíbrio 2.3, 2.4 e 2.6.
A solução do problema é obtida, escrevendo-se a equação que estabelece a compatibilidade de
deformações das armaduras e do concreto, conforme descrito a seguir, e sugerido na
referência [1]
Analisando-se a figura 4, seja ε c o encurtamento sofrido pelo concreto comprimido entre

fissuras e na sua direção; sejam ε sx e ε sy os alongamentos sofridos pelas armaduras, nas

direções de x e y
Assim tem-se:
B’C’= (1+ ε sx )senϕ
A’C’= (1+ ε sy )cosϕ
B’D = (1- ε c )sen2ϕ
Figura 4
A’D =(1- ε c )cos2ϕ
e A’B’= 1- ε c
Da figura 4, a partir dos triângulos A’C’D e B’C’D pode-se estabelecer a seguinte equação de
compatibilidade:
DC’2 = B’C’2 – B’D2 = A’C’2 – A’D2
a qual é expressa em termos das deformações por:

[(1 + ε sx )sen ϕ ]2 − [(1 − ε c )sen 2 ϕ ]2 = [(1 + ε sy )cos ϕ ]2 − [(1 − ε c )cos 2 ϕ ]2


2.7
Desenvolvendo-se a expressão 2.7 e desprezando-se os termos de segundo grau das
deformações obtem-se:
å sy  å 
(
= tg 2ϕ 1 + c 1 − cotg 2ϕ  ) 2.8
å sx  å sx 
Em regime elástico linear tem-se:
σ sx = Ε s ε sx
σ sy = Ε s ε sy
σ c = Ε cε c
onde
σ sx , σ sy são as tensões nas armaduras respectivamente nas direções x e y.

Εs , Εc são os módulos de elasticidade do aço e do concreto.

Porém
Æ x = ó sx Á sx
Æ y = ó sy Á sy
D c = eó c

onde Α sx e Α sy são as seções transversais das armaduras nas direções x e y, por unidade de

comprimento.
Desta forma tem-se:
Ζx
ε sx =
Ε s Α sx
Dc
εc =
eΕ c
Portanto, a expressão 2.8 fica:
 
= tg 2ϕ 1 + c s sx (1 − cotg2ϕ )
ó sx D ÅÁ
2.9
ó sy  eÅ c Æ x 
Assim a solução do problema da chapa com armadura ortogonal fica determinada pelas
equações 2.3, 2.4, 2.6 e 2.9, de tal forma que, dado o estado de tensão caracterizado pelas
tensões σ x , σ y e σ xy , e dadas as seções transversais das armaduras Α sx eΑ sy pode-se, a partir

das equações acima identificadas, determinar-se a inclinação das fissuras ϕ , as forças nas

armaduras Ζ x e Ζ y e a tensão no concreto σ c .

Obviamente, o dimensionamento das armaduras em regime elástico, tenderá para uma

solução mais econômica quando as tensões σ sx e σ sy forem iguais. Observando-se a

expressão 2.9, pode-se verificar que a relação σ sx / σ sy assume o valor unitário quando a

inclinação ϕ das fissuras em relação à direção y tender para 45o; isto significa que para
ϕ = 45o as armaduras nas direções x e y estarão sendo igualmente solicitadas, em termos de
tensões.
Agora, observando-se a equação 2.6 que correlaciona a força de compressão no concreto Dc
(ou a tensão de compressão σ c ) com o ângulo de inclinação das fissuras tem-se:

dD c  1 1 
= N xy  − 
dϕ  cos ϕ sen ϕ 
2 2

A condição de extremo da função é dada por:


dD c
=o ou seja

1 1
− =0
cos ϕ sen 2 ϕ
2

sen 2 ϕ - cos 2 ϕ
ou =0
cos 2 ϕ sen 2ϕ
∴ sen ϕ = cos ϕ e portanto
ϕ = 45 o
Isto implica que a tensão de compressão no concreto passa por um mínimo quando a
inclinação da fissura ϕ = 45 o e vale

Dc = 2 N xy

ou ainda
σ c = 2τ xy 2.10

Desta forma fica claro que, a consideração da inclinação da fissura a 45o, leva não só a um
dimensionamento, no regime elástico linear, onde as armaduras nas duas direções estão
igualmente aproveitadas, como também minimiza a tensão de compressão no concreto,
levando portanto a uma solução mais econômica.
Assim, para ϕ = 45 o os esforços nas armaduras ficam (2.3 e 2.4).
Ζ x = Ν x + Ν xy
Ζ y = Ν y + Ν xy

Porém, é importante notar, que as fissuras vão sempre ocorrer de tal forma que o sentido de
Ν xy (ou τ xy ) é sempre oposto ao sentido de Ζ x e Ζ y (figura 5).

Desta forma as expressões 2.3 e 2.4 ficam:


Æ x = Íx + Íxy 2.11
Æ y = Íy + N xy 2.12
Posto isso, pode-se resumir que o dimensionamento das armaduras nas chapas com armaduras
ortogonais nas direções de x e y pode ser feita a partir das equações 2.11 e 2.12 sempre que
Ζ x > 0 e Ζ y > 0 obtendo-se:
Æxd Æyd
Á sx = Á sy = 2.13
f yd f yd
f yk
com f yd = e onde
1;15 Figura 5
Æ xd = Æ xã f
são os valores de cálculo dos esforços de tração nas armaduras; ã f é o coeficiente
Æ yd = Æ y.ã f

de majoração; fyd é a resistência de cálculo da armadura (.ã m=1.15)


Α sx , Α sy as áreas das seções transversais das armaduras por unidade de comprimento nas

direções x e y.
A verificação do concreto, ainda no caso de Zx> 0 e Zy> 0, é feita a partir da tensão de
compressão σ c dada pela equação 2.10 onde:

σ c = 2 τ xy 2.14

e de tal forma que:


ó cd ≤ f cc onde
ó cd = ã f ó c é a tensão de cálculo, e ainda
085f ck
f cc = 0.8x = 049 f ck , é a resistência de cálculo do concreto à compressão (ã m = 1.4)
1.4
0,6f ck
O CEB sugere o valor de fcc = = 0,43 fck
1.4
No caso de uma das tensões ó x ou ó y ser de compressão, de tal forma a conduzir a valores

de Æ x ou Æ y (eq. 2.3 e 2.4) menor que zero, o ângulo de inclinação das fissuras em relação

ao eixo y passa a ser ϕ o , diferente da condição anterior que levara a ϕ = 45 o para o

dimensionamento econômico. Neste caso poder-se-á dispensar a armadura para aquela direção
quando o esforço nela for menor que zero.
A seguir se analisará o caso em que a tensão σ x é de compressão levando a valores de

Ζ x < 0 o que pode caracterizar a ausência de armadura na direção de x.

Do equilíbrio de forças obtido da figura 2 e tendo em conta que as fissuras vão ocorrer sempre
de tal forma que o sentido de Ν xy (ouτ xy ) é oposto ao sentido dos esforços nas armaduras e

que não existe armadura na direção de x, as equações 2.3 e 2.4 ficam: (figura 6).
Æx = Íx + Íxy tgϕ o = 0 2.15
Æy = Í y + Íxy cotgϕ o 2.16

De 2.15 tem-se
Figura 6
N x = − N xy tgϕ o e portanto
Nx
tgϕ o = − 2.17
N xy
1
Substituindo 2.17 em 2.16 e tendo em conta que cotgϕ o = tem-se:
tgϕ o
2
N xy
Zy = Ny − 2.18
Nx
Analogamente, do equilíbrio de forças obtido da figura 3 tem-se:
D c = N xy (tgϕ o + cotgϕ o ) 2.19
ou ainda tendo em conta 2.17
 N 
D c = N xy  − x + cotgϕ o 
 N 
 xy 
∴ D c = − N x + N xy cotgϕ o 2.20
ou ainda
2
N xy
D c = −N x − 2.21
Nx
Analisando-se a equação 2.17 tem-se duas condições que conduzem a Zx = o:
tgϕ o ≥ 1 ∴ N x ≥ N xy
tgϕ o ≤ 1 ∴ N x ≤ N xy
É fácil observar-se, tendo em conta as expressões 2.18 e 2.21, que a primeira condição

( N x ≥ N xy ) torna mínimo os valores de Zy e Dc, além de dispensar armadura na direção de

x ( Z x = 0)

Por outro lado a segunda condição ( N x ≤ N xy ) torna máximo os valores de Zy e Dc.

Pode-se mostrar que neste caso é mais econômico adotar-se ϕ = 45 o , armando-se nas duas
direções, já que:
Z y = − N x + N xy > o paraϕ = 45 o

Resumindo pode-se identificar as seguintes situações:


− Caso 1 Ν x > 0 Ν y > 0 armadura ortogonal
ϕ = 45 o Ζ x > 0 Ζ y > 0 eq. 2.11 e 2.12
σ c eq. 2.10
− Caso 2 Νx < 0 Νy > 0
2a Ν x > Ν xy armadura na direção de y
Νx
tgϕ o = − >1 Ζx = 0 Ζy > 0 eq. 2.18
Ν xy
σ c eq. 2.21
2b Ν x < Ν xy armadura ortogonal
ϕ = 45 o Ζx > 0 Ζ y > 0 eq. 2.11 e 2.12
σ c eq. 2.10
− Caso 3 Íx > 0 Íy < 0
3a Ν y > Ν xy armadura na direção de x
Νy
cotgϕ o = − >1
Ν xy
Ζy = 0
2
Ν xy
Ζx = Νx −
Νy
2
Ν xy Dc
D c = −Ν y − ;σ c =
Νy e
3b Ν y < Ν xy armadura ortogonal
ϕ = 45 o Ζx > 0 Ζy > 0 eq. 2.11 e 2.12
σ c eq. 2.10
− Caso 4 Nx < 0 Ny < 0

4a. N x > N xy e N y > N xy dispensa de armadura nas duas direções


4b. N x < N xy e N y > N xy armadura na direção de x
ϕ = 45 o Z y = 0 Zx > 0 eq. 2.11
σc eq. 2.10
4c. N x > N xy e N y < N xy armadura na direção de y
ϕ = 45 o Zx = 0 Zy > 0 eq. 2.12
σc eq. 2.10
4d . N x < N xy e N y < N xy armadura ortogonal
ϕ = 45 o Z y > 0 Zx > 0 eq. 2;11 e 2.12
σc eq.2.10
3. PLACAS COM ARMADURAS ORTOGONAIS
As placas podem ser assimiladas a uma superposição de tres chapas. As chapas superior e
inferior ficam submetidas às solicitações normais devidas aos momentos fletores, e às
solicitações tangenciais devidas aos momentos torçores. A chapa intermediária é responsável
pela resistência às forças cortantes, perpendiculares ao plano da placa.
A determinação das solicitações atuantes nas chapas pode ser feita adotando-se um braço de
alavanca tal que:

Mx My T
Íx = , Ny = e N xy =
zm zm zm

Figura 7
Para esse braço de alavanca o Código Modelo CEB90 [3] propõe o valor inicial de 0,67 h,
enquanto que Leonhardt [1] propõe o valor de 0,9 d.
Dessa forma a determinação das armadura e verificação do concreto em placas fica reduzido à
determinação das armaduras e verificação do concreto em duas chapas, segundo os
procedimentos já apresentados no item 1.
Partindo de uma outra abordagem Wood [2], trata o problema de determinação das armaduras
em placas, buscando solicitações equivalentes Μ *x e Μ *y que permitam determinar

diretamente as armaduras nas direções x e y.


Dentro desse formato, este trabalho apresenta um conjunto de solicitações Μ *x e M *y , que

permitem além da determinação das armaduras como propõe Wood, também a verificação do
concreto.
Observa-se que essas solicitações Μ *x e M *y podem dar origem a armaduras de tração,

simultaneamente na faces superior e inferior da placa, quando nela atuarem grandes


momentos torçores T.
Há que se considerar que ao empregarmos essas solicitações equivalentes para
dimensionamento no Estádio III, estaremos utilizando os braços de alavanca internos
correspondentes (zIII), e generalizando expressões de combinação deduzidas a rigor para o
regime elástico. Visando reduzir os erros cometidos por essa aproximação, recomenda-se
adotar para d’ o valor 0,4x onde:
d’ distância do CG da armadura tracionada até a borda mais tracionada.
x profundidade da linha neutra para o maior momento de verificação do concreto.
As expressões a seguir são apresentadas para placas com momentos de mesmo sinal e
momentos de sinal contrário reproduzindo sistematicamente as verificações completas nas
chapas inferior e superior. Apresentam-se ainda expressões simplificadas que permitem
sempre um dimensionamento a favor da segurança, como mostram os exemplos.
3.1. Placas com momentos de mesmo sinal
Ì *x = M x + T
• Armadura inferior
Ì *y = M y + T
• Armadura superior
a) Quando T ≤ ÌxÌy A sx = A sy = 0
b) Quando max (Ì x , M y ) ≥ T ≥ Ì x , M y
Figura 8
Ì*x = 0
Se Μ x > Μ y → T
Ì*y = Ìy − T cotgϕ ; cotgϕ =
Ìx
T
Ì*x = Ìx − T tgϕ ; tgϕ =
Se Μ x < Μ y → Ìy
Ì*y = 0
c) Quando T > max (M x , Ì y )
Ì *x = Ì x − T
Ì *y = Ì y − T
• Verificações do concreto

a) Quando T ≤ Ì x , Ì y

Ìx + Ìy  Ìx − Ìy
2

Ì =
*
+   + T 2
2  2 
com fcc = 0,85 fcd
b) Quando Ì x , Ì y < T ≤ max (Ì x , Ì y )
T
Se Ì x > Ì y → Ì *x = Ì x + T cotgϕ ; cotϕ =
Ìx
T
Ìy > Ìx → Ì*x = Ìy + T tgϕ ; tgϕ =
Ìy
Com fcc = 0,60 fcd
c) Quando T > máx (M x , My )
Μ *
= 2T Com fcc=0,60 fcd
Obs: O valor 0,60 fcd corresponde à proposta do Cód. Modelo CEB90 para zonas fissuradas;
Leonhardt [1] recomenda para essas tensões de compressão o valor limite de 0,65 fcd.
3.2 Placas com momentos de sinal contrário
• Armadura Inferior
Quando 0 < T ≤ Ìy
T
Ì*x = Ìx + T tgϕ ; tgϕ =
Ìy
Ì =0
*
y

Quando T > Ìy
Figura 9
Ì *x = Ì x + T
Ì xy = Ì y + T
• Armadura superior
a) Quando 0 < T < Ìx
Ì*x = 0
T
Ì*y = Ìy − T cotgϕ ; cotgϕ =
Ìx
b) Quando T > Ìx
Ì = Ìx − T
*
x

Ì *y = Ì y − T
Verificação do Concreto
• Face Superior
a) Quando 0 < T ≤ Ìx
T
Ì *x = Ì x + T cotgϕ ; co tgϕ =
Ìx
com fcc = 0,6 fcd

b) Quando T > Ì x
M* = 2 T com f cc = 0,6 f cd
• Face Inferior
a) Quando 0 < T ≤ M y
T
M y = M y − T tgϕ tgϕ =
*
com fcc = 0,6 fcf
My
b) Quando T > Μy
M* = 2 T com f cc = 0,6 f cd
3.3 - Verificação simplificada
M *x = M x ± T
 Armaduras
M *y = M y ± T
M *x = M x ± T
max M *y = M y ± T Concreto com fcc= 0,6 fcf
M * = 2T
3.4. Exemplos
3.4.1. M x = 40, M y = 60, T = 45
Armaduras Inferiores
M *x = 40 + 45 = 85
M *y = 60 + 45 = 105

Armaduras Superiores
40x60 ≅ 49 ∴ T < M x M y
Figura 10
∴ Asx = Asy = 0
Verificação do Concreto
para T < M x M y

40 + 60 (40 − 60 2 + 45 2 com fcc = 0,85 fcf


M* = + = 96,1
2 2
critério simplificado
M *x = 40 + 45 = 85
Armad. Inf.
M *y = 60 + 45 = 105 M *x = 40 − 45 = −5 , Asx ≠ 0
Armad. Sup.
M *y = 60 − 45 = +20 , Asy = 0
M *x = 40 + 45 = 85
Concreto M *y = 60 + 45 = 105 * com f cc = 0,6 f cd
M * = 2 x 45 = 90
3.4.2. M X = 40 , M Y = 60 , T = 55
Armaduras Inferiores
M *x = 40 + 55 = 95
M *y = 60 + 55 = 115

Figura 11
Armaduras Superiores
40x60 = 49 ∴ M y > T > M X M y
55 T
M *X = 40 − 55 * = −10,41 ; tgϕ =
60 My
M *y = 0
Verificação do Concreto
55 T
M *y = 60 + 55x = 110,41 tgϕ =
60 My
com f cc = 0,6 f cd
Critério Simplificado
M *x = 40 + 55 = 95 M *x = 40 − 55 = −15 , Asx ≠ 0
Armad. Inf. Armad. Sup .
M = 60 + 55 = 115
* M *y = 60 − 55 = 15 , Asy = 0
y

M**x = 40 + 55 = 95
Concreto M y = 60 + 55 = 115 * com f cc = 0,6 f cd
M* = 2 x 55 = 110
3.4.3 M x = 40 , M y = 60 , T = 70

Armaduras Inferiores
M **x = 40 + 70 = 110
M y = 60 + 70 = 130
Armaduras Superiores como T > max (ÌxÌy )

M **x = 40 − 70 = −30 Figura 12


M y = 60 − 70 = −10
Verificação do concreto
M * = 2x70 = 140 com f cc = 0,6 f cd

Critério simplificado
M *x = 40 + 70 = 110 M *x = 40 − 70 = −30
Armad. Inf. Armad. Sup.
M *y = 60 + 70 = 130 M *y = 60 − 70 = −10

M *x = 40 + 70 = 110
Concreto M *y = 60 + 70 = 130
M * = 2 x 70 = 140 * com f cc = 0,6 f cd
3.4.4. M x = 40, M y = - 60, Ô = 35

Armaduras Inferiores

T < My
35 T
Μ *x = 40 + 35 x = 60, 4 tgϕ =
− 60 My
Figura 13
Μ *y = 0
Armaduras Superiores
T < Mx
Μ *x = 0
35 T
Μ *y = − 60 − 35 x = - 90,6 cotgϕ =
40 Ìx
Verificação do concreto
Face superior , T < M x ∴

35 T
Ì *x = 40 + 35x = 70,6 cotgϕ = com f cc = 0,6 f cd
40 Mx
Face Inferior , T < My

35 T
Ì*y = −60 − 35x = −80,41 , tgϕ = com f cc = 0,6 f cd
60 My

Critério simplificado
Μ *x = 40 + 35 = 75 Μ *x = 40 − 35 = +15 ∴ A sx = 0
Armad. Inf. Armad. Sup.
Μ *y = −60 + 35 = −25∴ A sy = 0 Μ *y = −60 − 35 = −95,0
Ì *x = 40 + 35 = 75
Concreto Ì *y = −60 − 35 = −95 * com f cc = 0,6 f cd
Ì * = 2x35 = 70
3.4.5. Ì x = 40 , M y = - 60 , T = 50

Armaduras inferiores

T < My

50 T
Ì *x = 40 + 50 x = 81,7 tg ϕ =
- 60 My
Ì *y = 0 Figura 14
Armaduras superiores
T > Mx
Ì *x = 40 - 50 = - 10
Ì *y = - 60 - 50 = - 110

Verificação do Concreto

a) Face superior

T > Mx
Ì * = 2x50 = 100 com f cc = 0,6 f cd
b) Face inferior

T < My
50
Ì *y = −60 − 50x = −101,67 com f cc = 0,6 f cd
− 60

Critério simplificado

Ì *x = 40 + 50 = 90 Μ *x = 40 − 50 = −10
Armad. Inf. Armad. Sup.
Ì *y = −60 + 50 = −10 ∴ A sy = 0 Μ *y = −60 − 50 = −110

Ì *x = 40 + 50 = 90
Verificação do Concreto Ì *y = −60 − 50 = −110 * com f cc 0,6 f cd
Ì * = 2x50 = 100

3.4.6. Μ x = 40 , M y − 60 , T = 70

Armadura inferiores

T > My
M *x = 40 + 70 = 110
M *y = −60 + 70 = 10 Figura 15

Armaduras superiores

T > Mx
M *x = 40 − 70 = −30
M *y = −60 − 70 = −130

Verificação do Concreto

T > Mx
Face superior
Ì * = 2x70 = 140 com f cc = 0,6 f cd

T > My
Face inferior
Ì * = 2x70 = 140 com f cc = 0,6 f cd

Critério simplificado
Μ *x = 40 + 70 = 110
Armad. Inf. Μ *x = 40 − 70 = −30
Μ *y = −60 + 70 = 10 Armad. Sup .
Μ *y = −60 − 70 = −130
Μ = 40 + 70 = 110
*
x

Concreto Μ *y = −60 − 70 = −130


Μ * = 2 x 70 = 140 * com f cc = 0,6 f cd
4. ESFORÇOS COMBINADOS DE CHAPA E PLACA

As peças laminares submetidas à solicitações de placa e chapa, podem também ser tratadas
como a superposição de três chapas [3]

As solicitações normais nas chapas superior e inferior são determinadas a partir dos
momentos fletores e das forças normais, adotando-se como primeira aproximação a=b.

Mx Nx My Ny
N s.ix = ± + , N s.iy = ± +
z 2 z 2

Figura 16

As solicitações tangenciais são determinadas a partir dos momentos torçores, e das forças
tangenciais considerando-se também como primeira aproximação a=b.

T V
xy = ±
N s.i +
z 2

Neste caso também, a chapa intermediária é a responsável apenas pela transferência das
forças, cortantes perpendiculares ao plano do elemento.

A partir desta redução, é possível dimensionar as armaduras e verificar o concreto das chapas
superior e inferior, a partir dos critérios já apresentados no item 1.

Buscando manter o dimensionamento usual para solicitações normais, é possível definir aqui
também esforços equivalentes N* e M*. Os esforços para o dimensionamento, a seguir
apresentados, são aproximados, buscando cobrir a favor da segurança todos os casos. Visando
reduzir os erros introduzidos por esta aproximação recomenda-se adotar para d’ o valor 0,4x
onde:
d’ – distância do CG da armadura tracionada à borda mais tracionada
x - maior profundidade da linha neutra para os casos da verificação do concreto.
A utilização desses esforços equivalentes não é válida para a determinação de armaduras
comprimidas.
• Dimensionamento das armaduras

Í* = Í + V
Í > 0 (tração)
Ì* = Ì ± Ô

• Verificação do concreto para f cc = 0,6 f cd

Í* = min N- V Ì * = max M+T


-2V 2T

4.1. – Exemplo empregando as solicitações equivalentes Í* e Ì *

Ν x = −350kΝ Ν y = −150kΝ
Ν xy = 100kΝ Ν xy = 100kΝ
Μ x = 100kΝm Μ y = 150kΝm
Τ = -70kΝm Τ = -70kΝm
f ck = 20MPa, CA 50
Figura 17

a) Solicitações para a verificação do concreto

Í*x = −450kN b w = 1,0m, h = 0,50m, d = 0,45m


20 x =0,1339m, (x = 0,30 d)
M *x = 170kNm para f cc = 0,6 x = 8,57 MPa
1.4

N *y = −250 kΝ x = 0,1399 m, (x = 0,31d)


Μ *y = 220 kNm

b) Solicitações para determinação das armaduras (inferiores)

N *x = −250 kN adotando d' = 0,4 x 0,1399 = 0,056 m


M *x = 170 kNm b w = 1,0 m , d = 0,444 m x = 0,1124m , As x = 9,67cm 2
N *y = −50 kΝ x = 0,1194 m, As y = 17,22cm 2
Μ *y = 220 kNm

4.2. – Exemplo empregando a redução a duas chapas, com os mesmos dados do item 3.1

Figura 18

350 100
Nx = − − = −175 − 250 = −425kN
2 0,40
100 70
Esforços na chapa superior N xy = − = 50 − 175 = −125kN
2 0, 40
150 150
Ny = − − = −75 − 375 = −450kN
2 0, 40
Como Nxy< N x N y , Asx=Asy=o e para o concreto

− 425 − 450 (−425 + 450) 2


Dc = − + 125 2 = - 563 kN
2 2
563 20000
σ c. d = x1,4 = −7882kPa, f cc = 0,85 x = 12143kPa
0,10 1,4
350 100
Nx = − − = −175 + 250 = 75kN
2 0, 40
100 70
Esforços na chapa inferior N xy = − = 50 + 175 = 225kN
2 0,40
150 150
Ny = − − = −75 + 375 = 300kN
2 0,40
(75 + 225) x1,4
A sx = = 9,66cm 2
43,5
(300 + 225) x1, 4
A sy = = 16,90cm 2
43,5
Para o concreto
D c = 2x225 = 450kN

450 x1,4 20000


σ cd = = 6300 kPa, f cc = 0,60 x = 8571 kPa
0,10 1,4
Bibliografia
[1] F. Leonhardt; E. Möning Construções de Concreto vol. 2
[2] Wood, R. H. The reinforcement of slabs in accordance with a pre-deter
mined field of moments. Concrete 69-76 (Feb. 1968)
[3] CEB 1991

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