Corpo e Alma Do Brasil O PCB, Edgard Carone
Corpo e Alma Do Brasil O PCB, Edgard Carone
Corpo e Alma Do Brasil O PCB, Edgard Carone
9 20 |L 40 5 0 jo | AA
CORPO E ALMA
DO BRASIL
Direção dos
Profs. Fernando Henrique. Cardoso
e Boris Fausto
Fevereiro, 1982
E DG ARD C ARONE
P.C. B.
(1922 - 1943)
Volume I
am) DIFEL
Difusão Editorial SA,
Br oranass ve.enc.ee 820 LLHO5 om sol
5.5
OBRAS DO AUTOR
ed., 1978.
República Nova (1930-1937). S. Paulo, Difel, 1974; 2.a ed., 1976.
O8à212
1982
ED] DIFEL
Difusão Editorial S.A.
Sede:
Av. Vieira de Carvalho, 40 - 5.o andar - CEP 01210
São Paulo - SP - Tels.: 223-6923 e 223-4619
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Vendas:
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CEP 02052 - São Paulo - SP - Tel.: 267-0331
, o- o
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INDICE
INTRODUÇÃO
1
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09 ano ol; |]
%
0 LL4O5 an od!
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3
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“LMS am oc, o 15
os 7 meses seguintes, com a vida do próprio partido" (in Edgard
Carone, Movimento Operário no Brasil (1877-1944), p. 500).
É através desta folha que o P.C.B. lança a idéia do Bloco Ope-
rário, tentativa de frente única entre líderes da classe média e do
movimento operário. Na época existem indivíduos, não ligados a
partidos, que por diversas razões tinham influência pessoal
suburbanos do Rio, como são os casos de Azevedo Lima enosMaurício bairros
de Lacerda; o convite para a frente única se estende também a
instituições, como o Partido Socialista, o Centro Político dos Ope-
rários do Distrito Federal etc. O documento, denomin
Aberta, datado de 5 de janeiro de 1927, destina-se aadorealizar de Carta
um
esforço comum a favor de candidaturas operárias para a eleição
federal de 24 de fevereiro daquele ano. Como afirma: "pode-se
dizer que pela primeira vez, entre nós, vê o proletari
a possibilidade de sua intervenção direta e independenteadonobrasileiro
travar-se. Com efeito, até aqui - salvo alguma ou outra pleito exceção
a
de caráter local ou pessoal - jamais o eleitorado operário do Brasil
participou de uma campanha como força própria, como classe
pendente, apresentando um programa de reivindicações ditadasinde-
seus interesses e aspirações de classe" (Astrojildo Pereira, Formaçãporo
do P.C.B., p. 87). É dentro deste espírito, com programa próprio
(ver o documento), que o Bloco Operário, depois
Bloco Operário e Camponês. lança as candidaturas dedenominAzevedo
ado de
Lima
e João da Costa Pimenta: o primeiro se elege deputado; o outro,
um dos fundadores do partido, consegue boa votação pelo Distrito
Federal.
O passo seguinte é o da participação na eleição
1928, quando Otávio Brandão e Minervino de Oliveiramunicipa se
l de
elegem
intendentes, ambos pertencentes ao partido. Desta maneira, via
eleitoral aparece como viável e justifica o maior interesse pela a ação
política e a luta a favor de instrumentos legais.
A influência do Bloco Operário e Camponê
São Paulo, Rio Grande do Sul e outros Estadoss e estendera
seu
-se para
crescime nto
leva o partido a se voltar demasiadamente para a política eleitoral
e cair em outro perigo mais grave: no III Congresso do P.C.B., em
fins de 1928 e começo de 1929, este reconhece o erro,
que o "sucesso eleitoral" pode levar a "alguns perigosconsider de
ando
desvio
oportunista e eleitoralista, que é preciso combater energicamente. Uma
certa tendência se manifesta, mesmo no Partido, em considera
BOC como o partido do proletariado, espécie de substituto legalr doo
P.C. Tendência errônea e perigosa. O BOC é organização política de
frente única das massas laboriosas em geral sob a hegemoni
Este é e deve ser cada vez mais o cerne, o núcleo centraladirigentedo P.C.
do BOC. Para combater tais perigos, o
como medida principal a da intensificação III Congresso determinou
do trabalho ilegal do P.C.
6
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7
BR DFANBSB VB
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2 ( LLUgs5
ôm sel; tá)
13
fracasso do Congresso Sindical; 3) a ênfase dada à posição
política
do sindicato é outra questão que Barbosa levanta, pois
ele pretende
valorizar os problemas especificamente sindicais - como
o salário,
horas de trabalho, greves etc.
Os fatores relativos aos problemas sindicais somam-se com outras
críticas feitas em 1928, como a falta de "centralismo democrático"
no partido e o fato de a direção fugir às decisões do II Congresso
do P.C.B. (1925). Por isso exigem a convocação de uma Conferência
Nacional. A Comissão Central Executiva nega-se a convocá-la,
ale-
gando que as questões seriam discutidas no III Congresso do Partido,
que já estava marcado para o fim daquele ano (1928). E que as
questões controvertidas deveriam ser analisadas numa publicação espe-
cífica, que será a Autocrítica, revista da qual saem 8 números. O
resultado final é a saída dos 50 protestantes, que não aceitam a
solução, e dos quais só alguns retornam às fileiras do P.C.B,
O III Congresso do P.C.B. é, afinal, o balanço destes e de outros
problemas: as conclusões comportam não só a questão .síndical e á
do Bloco Operário e Camponês, como vimos, mas também a definiçã
o
do que é a sociedade brasileira. Para a compreensão de suas linhas
estratégica e tática, os congressistas concluem que o Brasil é país
semicolonial, dominado pelo imperialismo; que a sua economi
a é
particularmente agrária; que o desenvolvimento da indústria é
entra-
vado pelo imperialismo; que a burguesia nacional, que parecia
de-
sempenhar papel revolucionário, a partir de 1924, capitulou
diante
do imperialismo e da classe agrária; que esta capitulação agravou
a
situação de exploração contra a massa trabalhadora e a pequena
burguesia; por isto, "a pequena burguesia constitui um fator revolu-
cionário que é necessário aproveitar e apoiar com todas as forças";
"mas a pequena burguesia não poderá levar a revolução até à
sua
própria finalidade democrática-burguesa; só o proletariado, assumin
do
a direção do movimento, com apoio das mais amplas massas,
poderá
fazê-lo"; desta maneira, o proletariado deve "apoiar energic
amente,
desde já, o movimento revolucionário que se prepara", exigindo a
confiscação da terra, a supressão dos vestígios semifeudais e a liber-
tação do jugo do capital estrangeiro.
O realce ao papel que deve desempenhar a pequena burguesia
é justificado pelos «movimentos revolucionários tenentistas, que se
iniciam a partir de 1922, e prosseguem em 1924 e na Coluna Prestes
(1925-1927). Esta é a razão por que o P.C.B. manda emissários pro-
curarem Luís Carlos Prestes no exterior, em 1927 e 1928. Astrojildo
Pereira e Leôncio Basbaum, em momentos diferentes, são os que
tentam entrar em contato com o Cavaleiro da Esperança, e pretendem
que ele adira ao partido, não só por causa de seu prestígio, mas por
acreditarem que a "terceira revolta" revolucionária está inserida no
movimento pequeno-burguês do tenentismo. A decepção surge quando
8
00
Broransse ve.oncieeÉ, 2201440 501
9
BR DFANBSB V.GNC.EEE, 22 OLL
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Br Dranese va.enc.ere.
12
ado
om er Lage
NC.EE e 22o
BRDFANBSB VB.G
o
e Japão). O que há é a instauraçã
canoa do Eixo (Alemanha, Itália a para a
mund o que se enca minh
de uma ditadura interna, num
direita.
mundial, que começa a Se
É exatamente esta circunstância a,
dos Unidos e da U.R.S.S. na guerr
modificar com a entrada dos Esta do conte xto
ção volt em a parti cipar
que permite que as forças de oposi
surgem sinais de rebeldia contra
político brasileiro. A partir de 1942
diversa, como a de grupos da
o Estado Novo, que partem de fonte
de milit ares com tendência demo-
oligarquia dissidente, de liberais,
Os últim os são os que iniciam estas mani-
crática e de comunistas.
liderança de um sem número de
festações e, até 1945, cabe a eles a
movimentos.
e esfacelado a partir de 1940
Como dissemos, o P.C.B. encontra-s
os nos Estados, sem ligação entre
e o que subsiste são pequenos grup
assim, não deixa de haver ação
si, muitos deles acéfalos. Mesmo
da em defesa do seu programa.
clandestina e a contínua propagan
da insta lação de uma futura usina side-
Em 1939 e 1940, a pretexto
para que a iniciativa parta do
rúrgica, o partido faz campanha de
o, bate-se a favor da anistia e
governo brasileiro; ao mesmo temp rama demo -
A idéia de um prog
um retorno ao regime constitucional. o regi me
ém é básica. Mas, como
crático e anti-Estado Novo tamb
mant ém polít ica visce ralmente anticomunista, de nada
se consolida e
pelo P.CB.
adianta as formulações levantadas os
ã à U.R.S.S. (agosto de 1941), que
É a partir da invasão alem defe nder o
tática. Agora é preci so
comunistas se voltam para nova iro sinal é
mento mundi al. O prime
regime russo, eixo de todo movi ça até 1940,
mora ndo na Fran
o retorno dos exilados, muitos deles
deslocam-se para a Argentina; a
e que diante da ocupação alemã
da no país, são presos e logo
partir de 1942, eles forçam sua entra já
voltado para lutar contra o Eixo,
soltos. É que afirmam terem aliar am para o
terra e a U.R.S .S. se
que os Estados Unidos, a Ingla
a à Alemanha e Itália. Getúlio
mesmo objetivo, o de fazer a guerr das
afirma que o Brasil está ao lado
Vargas sente-se constrangido, pois contr a os que
nada pode rá fazer
democracias e, automaticamente,
dizem ter o mesmo objetivo. s
nistas aliam-se a todas as força
A partir deste momento, os comu preci so der-
smo nazista e fasci sta. É
internas contrárias ao totalitari m,
cias totalitárias. O esforço comu
rotar o inimigo principal, as potên oposi cioni sta,
militares e oligarquia
que engloba liberais e comunistas, o
ros do gove rno Vargas, traduz-se na organizaçã
e até alguns memb Liga de Defe sa
esforços: é criad a a
de canais que congreguem estes a
favor da entrada do Brasil na guerr
Nacional; inicia-se a campanha a ialme nte
as abrem editoras, espec
etc.; e, particularmente, os comunist
povo uma nova imag em da U.R.S.S,, da China revolucio-
para dar ao
nária e da guerra.
13
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, 2
20 L1up5 am 0o| 10: 2
*. * *
BR DFANBSB VB.GNC.EEE, 2201 1 405.9» oo (? "A4
PRIMEIRA PARTE
A AÇÃO DO P.C.B.
& ga oLi 405 om do! (o. Ã
BR DFANBSB V8.GNC.EE
Antecedentes
era o
O mais antigo dos grupos comunistas existentes no Brasil
sob a denomi nação
de Porto Alegre, organizado em novembro de 1918
o mais
de União Maximalista. Esta constituía, assim, o núcleo orgânic
os partidár ios da Revoluç ão Sovietis ta Russa e da
antigo de decidid
Internacional Comunista.
Paulo etc.,
Noutras cidades, como Rio de Janeiro, Recife, São
as do proleta riado foram sempre quase
onde as camadas mais avançad
influen ciadas pelos anarquis tas, muitos militant es
que exclusivamente
pela obra do
demonstraram, desde a primeira hora, fundas simpatias
Todavia, só
Partido Comunista Russo e da Terceira Internacional.
lições e experiê ncias da Revolu ção Russa e pela
lentamente, mercê das
direta da literatu ra bolchev ista, foi a ideolog ia mais ou menos
leitura
o num
caótica até então predominante se transformando e firmand
sentido marxista.
de 1921,
Estas tendências se acentuaram no Rio por meados
alguns camara das definit ivament e ganhos à causa do comu-
quando
militantes do
nismo, provocaram reuniões gerais dos mais conhecidos
proletariado local.
os problemas da
Nessas reuniões foram largamente debatidos
curso na U.R.S.S. Inú-
Revolução Mundial à luz das experiências em
os. Depois de uma série de
meros documentos foram lidos e discutid
s e atitudes se definir am numa parte -
ardentes debates, as posiçõe
inclino u decidid amente pelos bolchev istas e, outra,
a maior parte - se
Isto indicou aos partidários
permaneceu irredutivelmente contra.
com os debates . Era preciso
de Moscou que seria inútil continuar
que doze dos camarad as mais esclarec idos deci-
concretizar. Foi assim
do a propagar e de-
diram a fundação do Grupo Comunista, destina
Internac ional. A sessão de
fender, no Brasil, o programa da III
se realizou precisa mente por uma
fundação do Grupo Comunista
bom augúrio a 7 de novemb ro de 1921.
coincidência de
19
ar oranass va.enclese, SAO LLUOS em ooL , a. 24 .
Constituído o Grupo Comunista do Rio de Janeiro, este entrou
imediatament
expondo seu eprog em relações com todos os centros proletários do Brasil,
Terceira Internaciorama
nal
, divulgando as 21 condições de admissão na
e decidindo a publicação de um mensário de
doutrina e informações sobre o movimento revolucionário internacional,
intitulado Movimento Comunist a, cujo primeiro número se publicou
em janeiro último,
Outros grupos se formam
Da troca
os diversos centrdeoscorre
obrei
spondência do Grupo Comunista do Rio com
congêneres nas seguintesroslocaldo país surgiram desde logo outros grupos
Isso, além da antiga União Maximidade s: Recife, Juiz de Fora, Cruzeiro.
alist
em Grupo Comunista, em concordânciaa com de Porto Alegre, transformada
o Grupo do Rio. Noutras
muitas cidades do interior do País, vários eleme
embora esparsos, se manifestaram de acordo comntosa obra revolucionários,;
Este último ia, ao mesmo tempo, criando raízes no doRio,Grupcon-o.
quistando pouco a pouco a adesão de militantes dos melhores e mais
conhecidos nos sindi catos revolucionários. Assim, os doze iniciadores
do Grupo se foram multi plicando, semana a semana, contando já, por
ocasião da abertura do Congr esso, com 70 aderentes seguros, selecio-
nados entre os trabalhadores consc ientes, mais ativos e mais influentes
em nosso meio,
A realização do congresso
Em mead fevereiro, por iniciativa dos camaradas do Grupo
de Porto Alegrose, deo Grup o do Rio entendeu-se com os demais grupos
existentes sobre a necessidad
dos delegados dos mesmos, e para de se apressar a reunião, em congresso,
definitiva organização do Partido
Comunista. Havia urgência na organ
aproximação do IV Congresso da Interizaçã o do Partido em vista da
nacio
deveriam fazer-se representar os comunistas nal do
de Moscou, no qual
Brasil
ativo foi iniciado, neste sentido, marcando-se a data . deUmreunitraba ão
lho
do
Congresso: 25, 26 e 27 de março.
Chegando mente o dia 25 de março, realizou-se a primeira
sessão do Congrfinal
sendo lida então esso uma
Constituinte do Partido Comunista do Brasil,
Internacional Comunistaentus iástica saudação enviada pelo Bureau da
para
sessões se realizaram ainda noa dia propaganda na América do Sul. Duas
27. Estavam representados por delegsegui nte, 26, e duas finais no dia
ação direta os Grupos de Porto
Alegre, de Recife, de S. Paulo, de Cruzeiro,
Não puderam enviar delegados os Grupos de Santodes Niter e de
ói e do Rio,
Igualmente, se fizeram representar O Bureau da I.C. paraJuiza Amér de Fora.
ica
do Sul e o Partido Comunista do Uruguai.
20
BRDFANBSSB 8 20 14405 Om 00 RB
Ordem do dia
Foi estabelecida a seguinte ordem do dia para os trabalhos do
Congresso:
1.o) Exame das 21 condições de admissão na Internacional
Comunista;
2.o) Estatutos do Partido Comunista;
3.) Eleição da Comissão Central Executiva;
4.o) Ação pró-flagelados do Volga
5.o) Assuntos vários.
1.o) As 21 condições de admissão estabelecidas pela Interna-
cional Comunista foram objeto de minucioso e demorado exame por
parte dos delegados presentes, sendo discutidas e aceitas unanime-
mente, uma a uma.
2.) Os estatutos do novo Partido, inspirados nos do Partido
Comunista da Argentina, e tendo em conta as condições especiais da
situação brasileira, foram elaborados, discutidos e aprovados, a título
provisório, pela unanimidade dos delegados.
3.) A eleição para os cargos da Comissão Central Executiva
do Partido foi feita com um perfeito espírito de cordialidade, tendo-se
em vista as habilitações e possibilidades de cada um.
4.o) Como já existe, funcionando desde setembro do ano pas-
sado, um Comitê de Socorros aos Flagelados Russos, do qual fazem
parte comunistas, anarquistas e sindicalistas, o Congresso deliberou
que a C.C.E. promovesse, de acordo com o referido Comitê, uma maior
ampliação na composição do mesmo, convidando indistintamente, para
a organização de uma ação comum, todos os organismos operários
e revolucionários do Brasil, sejam quais forem suas tendências.
Depois de outras resoluções de caráter secundário e aprovadas
as moções que vão mais adiante, deu-se o Congresso por encerrado,
entoando os delegados, de pé, comovidamente, as estrofes da "Inter-
nacional". Um viva à Terceira Internacional! e estavam terminados
os trabalhos preliminares de fundação do Partido Comunista do Brasil.
Nem por serem poucos, e sem exagerarem a modéstia de sua
obra, os delegados presentes ao Congresso não menos convictos se
mostravam da importância histórica do ato que realizavam. Eles
representavam, ali, senão organicamente, de certo em espírito, as
aspirações mais altas do proletariado do Brasil, finalmente integrado
na vanguarda revolucionária do proletariado mundial.
Moções aprovadas
1.8
21
BR DFaNBSB va.GnC.EEE, 220 0 Som oo ,(. 24
2a
3.8
trabalhadores do mundo!
4,
5a
do Brasil.
6.a
22
|
S an 00b 30
BR orlnass vá.cho eee 22 0 LO
VÃ
2) Estatutos
Da constituição do Partido
Das adesões
23
ar oranass eee, 220 0m oe b, p 31
Dos Centros
24
32
aroFanase va.onc.eee, € 20 LL TOS 0% 004 p:
Das juventudes comunistas
25
01 L405 am:
aroransse va.enc.ere. 22
26
aroransse 930 LEMOS om. 0 04; TEM
Do Congresso
sso ordinário anual-
Art. 21.o - O Partido se reúne em congre
io da Comissão Central
mente, em lugar e data determinados a critér
ssos extrao rdinár ios por convoca-
Executiva. Podem reunir-se congre
l Execut iva ou por iniciat iva de dois terços
ção da Comissão Centra
dos centros .
sso um delegado por
Art. 22.o - Cada centro envia ao congre
15, sendo porém os votos das dele-
30 quotizantes ou fração maior de
númer o de quotiz antes repres entados.
gações contados pelo
podem concor rer ao congre sso Os centros que
Art. 23.o - Não
do Partid ou não tenham
o
não estejam em dia com a Tesouraria Geral
pelo menos 3 meses de antiguidade.
a serem discutidas no
Art. 24.o - A ordem do dia e as teses
Comis são Centra l Executiva e enviadas
congresso são preparadas pela
de 60 dias a todos os centro s. Estes, com antece-
com antecedência
são Central Executiva
dência de 90 dias, podem apresentar à Comis
es import antes e de interesse geral,
teses ou proposições sobre questõ
a serem discutidas no congre sso.
são Central Executiva,
Art. 25.o - Cada centro envia à Comis
geral sobre o estado e a
com antecedência de 30 dias, um relatório
marcha de seu movimento anual.
l Executiva lê
Art. 26.o - Cada membro da Comissão Centra
um relató rio sobre o movim ento do serviço a seu
perante o congresso
cargo. O congre sso julga esses relatór ios.
27
u
,SQOLL TO Som C
ar oransse va.one EEE
congresso é formada pela Co-
Art. 27.o - A mesa provisória do
se efetue a verificação de poderes
missão Central Executiva até que
tal fim.
por uma comissão nomeada para
ficar a ordem do dia pro-
Art. 28.o - O congresso pode modi
al Execu tiva e incluir na mesma questões
posta pela Comissão Centr
s dos delegados.
novas se assim o resolvem dois terço
resso não pode representar
Art. 29. - Cada delegado ao cong
mais de um centro local,
Da administração
e juventudes
Dos estatutos dos centros, núcleos
os, núcleos e juventudes co-
Art. 34.o - Os estatutos dos centr
entado pela Comissão Central
munistas são redigidos sob modelo apres
ão final da aprovação da mesma
Executiva, dependendo sua redaç
Comissão Central Executiva.
Da disciplina
28
BR Dranbss va.cne.eEE
©2920 L405 (MOQLQ, %
Art. 37. - Os aderentesseusquerespe faltem, sem causa justisuspe ficada, a
3 assembléias consecutivas dete as 3 assembléias seguintes. Em nsos
ctivo s centr os, têm
caso
seus direitos de voto duran ídos do Parti do.
de reincidência são considerados exclufalte m, durante 2 meses con-
Art. 38.o - Os adere ntes que
secutivos, ao pagamento das quotizações estabelecidas, dos têm suspensos
3 assem
seus direitos de voto durante asidênc bléia s segui ntes respectivos
centros. Em caso de reinc ia são consi derad os exclu ídos do
Partido.
a) Escapam às condições8.o. impostas por este artigo os casos
previstos na letra c) do art. os € juventudes comunistas nãodo
Art. 39.o - Os centros, grup o com agrupações alheias ao Parti
podem realizar atos em colab oraçã
sem prévia aprovação da Comissão Cent ral Executiva.
Art. 40. - Unicamente os cong ressos do Partido têm capaci-
dade de realizar reformas e nos modificações nos presentesdaEstat utos,
uma vez que sejam baseadas só um congresso, especialmente convona--
princ ípios e resol uções Inter
cional Comunista, bem comoção da sociedade e determinar o destino
cado; pode resolver a extin
de seu patrimônio.!
Art. 41. - Os casos não previstos nestes Estatutos são solu-
cionados pela Comissão Central Executiva.
(Partido Comun ista [SBIC], Estatutos: aprovados no
Comunista reunido no Rio de Janeiro, a
Congresso 27.03.
25, 26 e 1922).
(O País, 17.04.1924).
4) A crise de 1923
30
BR DFaNBSB va.onc.EEE, 8201LLUOS amO
31
BR DFANBSB Va.GNC. EFE BM
0LLUOS OMO Lªt O 31
Ora, numerosos delegados e, disseram-me, o Praesidium do Con-
gresso, ficaram algo escandalizados com esse parecer que, no dizer
do Bolchevik, denotava "um espírito de transigência e de tolerância
deploráveis!"
Nunca pude saber até que ponto o Praesidium ficou impressionado
com as minhas opiniões. O que pude saber, chegou ao meu conhe-
cimento por vias indiretas e por isso não saberia dizer se é a expressão
da verdade ou o produto do exagero.
Entretanto, acho que não cometi nenhuma leviandade. O que
fiz foi exprimir com franqueza minha opinião. Se não era para que
os delegados se exprimissem com toda a franqueza, escusava o Bol-
chevik de abrir seu inquérito. Ademais, eu, como aliás a grande
maioria do Congresso, ignorava a decisão tomada a respeito do caso
pelo II Congresso da Internacional. Com efeito, o II Congresso
havia estatuído que os membros dos partidos comunistas não podem
fazer parte de lojas 'maçônicas. Porém todo o mundo - Trotski
inclusive - ignorava esse dispositivo. Foi só alguns dias mais tarde o
que, suponho que por lembrança de Serratti, alguém consultou as
atas do II Congresso e "desenterrou" a resolução que dizia respeito
à Maçonaria. Se eu conhecesse esse artigo no momento do inquérito,
a minha resposta não tenderia à controvérsia: limitá-la-ia às informa-
ções de detalhe pedidas nos primeiros itens do inquérito e concluiria
pela afirmação de que o nosso Partido procuraria aplicar essa dispo-
sição antimaçônica. Por conseguinte, a minha resposta não poderia
ser tomada como uma intransigência deplorável ou como prova de
espírito de tolerância mal compreendida. Quando estou a cavalo de
um direito e a situação o exige, também sei ser intransigente.
A minha resposta contém duas afirmações que se prestam à
controvérsia, a saber:
1.o) Se de fato, o nosso gênero de socialismo é neutro no terreno
estritamente moral;
2.) Se a Maçonaria do rito escocês no Brasil poderá ser consi-
derada como seita religiosa.
Quanto ao primeiro ponto, aos que porventura sustentarem o
contrário, lhes peço o obséquio de me fazerem um curso de "moral
marxista", expondo-me os postulados dessa ética, seu gênero e sua
finalidade. O marxismo ortodoxo limita sua análise dos problemas
humanos aos terrenos político e econômico; ele não tem moral pre-
concebida, devendo isso a que vulgarmente se dá à denominação
genérica de "moral" ser uma situação decorrente da organização
econômica e política da coletividade. Por sua própria natureza, ele
é amoral e antiidealístico. Mas, se se lhe quer a todo custo impingir
uma ética, diríamos que a moral marxista é circunstancial, podendo
ser classificada em três gêneros ou fases: anti-revolucionária, revolu-
cionária e pós-revolucionária. Dada esta hipótese, seria possível deter-
32
BROFANBSS Vecho.eee, 82 044 405 0m 00440
QUESTOES SUL-AMERICANAS
33
Broranase va.enceee 820114905 0n0Aa Lit Qt“
anarquistas, o que explica a estrutura centralizada do Partido e a
confusão reinante sobre a teoria e a tática comunistas.
No entanto, é possível fundar no Brasil um bom e forte Par-
tido Comunista. O núcleo deste novo Partido deverá ser formado
pelos grupos atualmente existentes.
Segundo as idéias do delegado Canellas, depreende-se que este
camarada não está liberto da confusão ideológica reinante no seu
Partido.
O Comitê Executivo da Internacional Comunista decide:
1.o) Provisoriamente, o Partido Comunista do Brasil deve ser
aceito na Internacional Comunista como Partido simpatizante;
2.o) A Agência de Propaganda para a América do Sul ("Bureau pela
de Propaganda pour 1'Amérique du Sud"), é convidada a trabalhar
(sic) com os
organização do Partido Comunista brasileiro, de acordo
camaradas brasileiros.
(Antonio Bernardo Canellas, Relatório da Viagem à
U.R.SS,, p. 29-33 e 58).
aprovar, bater palmas. Sem discutir, sem examinar, sem opinar sobre
o Relatório, bastando-lhe "ter ouvido a leitura" do mesmo, a C.C.E.
devia aprovar "a atitude" de Canellas em Moscou, e devia ainda por
cima renovar-lhe "sua inteira confiança". Essa aprovação, por parte
da C.C.E., "constituiria a condição sine qua non da minha perma-
nência (dele Canellas) no Partido". É bem de ver que os demais
membros da C.C.E. repeliram energicamente semelhante absurda pre-
tensão. Eles queriam opinar por conta própria e não podiam admitir,
de forma alguma, as ameaças do "phénomê&ne". Apesar de tudo, o
"home brabo" não metia medo a ninguém...
Tomando a sério a questão, a C.C.E. deliberou convocar vários
outros militantes de responsabilidade a colaborar com ela no exame
e na resolução a ser tomada sobre o Relatório. O original deste foi
então passado de mão em mão, durante 16 dias e lido pessoalmente
por todos os membros da C.C.E. e pelos camaradas que havíamos
deliberado convidar para uma sessão ampliada. Isso mostra a serie-
dade, o escrúpulo e a paciência com que procedeu a C.C.E. A sessão
ampliada, realizada a 20 de maio, compareceram, além de Canellas,
mais os seguintes membros da C.C.E.: A. Carvalho, J. Barbosa, M.
Cendón e Astrojildo, faltando Luís Peres, que se achava preso. Dos
demais camaradas convocados a participarem da reunião, estavam pre-
sentes: Everardo Dias, Otávio Brandão, J. E. da Silva e J. A. Diniz.
Aberto o debate, Canellas tornou a ler seu projeto de resolução. Em
seguida, cada qual foi externando a própria opinião sobre o assunto.
Vale a pena transcrever aqui as notas para a ata da sessão: "Otávio
não duvida da boa fé e da lealdade do delegado, mas acha que ele
pode não estar conforme a realidade. Canellas foi a Moscou com
algumas ilusões, o que o prejudicou. Não se trata de negar o direito
de manifestar opinião contrária, mas sim se essa opinião é marxista.
Canellas não soube desfazer as falsas informações a nosso respeito.
Não teve a serenidade bastante para tratar das questões do partido. . .
- (Canellas retira-se intempestivamente da sessão)". É preciso por-
menorizar esse episódio, que é típico.
Canellas teve um ataque de nervos, um autêntico chilique. Foi
para a cama, doente. O fato é inacreditável e deixou-nos a todos
verdadeiramente pasmados. O "phénom&ne" não podia sofrer a
controvérsia: seus nervos explodiam, destrambelhados, como os de
qualquer melindrosa histérica. .. Não se pense que fazemos pilhéria.
O caso é muito sério. Todos os camaradas citados são testemunhas
da ocorrência, cuja veracidade afirmamos com a responsabilidade ex-
pressa de nossos nomes. Certo, esse episódio é de um visível grotesco,
de um ridículo imenso, e deveria ficar sepultado em nossa lembrança.
Citamo-lo, porém, aqui, por duas razões: porque ele constitui uma
demonstração típica do temperamento irritadiço e não-me-toques de
Canellas e porque vale por uma prova cabal da extrema paciência e
35
RR NFaNRGR VQECEEE 00-00; G 43
condescendência de que sempre se mostraram animados os membros
da C.C.E. nesta questão.
Retirando-se 'o possesso, e passado o primeiro momento de estu-
pefação, em que todos ficáramos, os presentes prosseguiram em seus
trabalhos. Uma questão de ordem foi levantada: se a reunião podia
continuar sem a presença de Canellas (das notas para a ata): "e que
se indague deste último se continua ou não a comparecer à reunião;
se não, por que motivo - se porque não pode ou porque não quer.
J. E. da Silva é enviado a entender-se com Canellas. Este comunica
que se retirou não por indisciplina ou por protesto, mas por achar-se
incomodado, e mais que não poderá assistir às reuniões deste assunto
por não possuir serenidade para isso, e mais que estaria pronto a
responder a qualquer consulta escrita sobre o assunto, caso a C.C.E.
julgue conveniente". Pacientíssimos, e não sem um certo sentimento
de piedade pelo coitado, acedemos a tudo. Terminados, por fim, os
debates (daí por diante, na verdade, constrangidos e a baixo diapasão
de voz, para não incomodar o enfermo, recolhido a um quarto paredes
e meia), nomeou-se uma comissão de três membros para redigir a
resolução: J. E. da Silva, Otávio Brandão e Astrojildo, sendo apenas
este último da C.C.E. Deliberou-se ainda que o projeto de resolução,
a ser redigido, fosse previamente apresentado a Canellas, para "receber
deste ratificação ou argumentação nova em contrário, com seu voto
definitivo por fim".
Dias depois, redigido o projeto de resolução, foi o mesmo levado
ao conhecimento de Canellas. Este, grafomaniaco delirante, respondeu
com um novo chumaço de 28 laudas, rabiscadas com aquela sua carac-
terística letra-hieróglifo. E como respondeu? Logo de começo: "Essa
moção está redlgxda de uma forma que não comporta alterações, Ou
deve ser aceita "in-totum" ou de todo rejeitada". E uma série de
ameaças: ...se concordam (com ele, Canellas), muito bem, se não
concordam, que passem adiante, perca quem perder, suceda o que
suceder . Nossa não aprovação a seus atos e atitudes em Moscou
"equivaleria" a matá-lo, a destruí-lo, como "militante revolucionário"
e "até como homem": "ora, eu ainda estou muito novo para morrer,
e muito menos para me suicidar. Quem pretender o contrário poderá
arrepender-se amargamente (o grifo é nosso). Quer dizer: a C.C.E.
devia submeter-se a ele- Canellas - mesmo que opinasse diversamente
dele. O projeto de resoluçao por ele mesmo redigido, é que devna
ser aprovado. Condição sine qua non de sua colaboração "ativista"
no PIC. O dilema fatal estava estabelecido. A C.C.E,, que optasse!
porque. . "com vocês, sem vocês ou contra vocês eu seguirei o meu
caminho . .." Pobres de nós outros! A resposta continha ainda uma
deliciosa justificação do ataque de nervos: . . . "eu sou dono dos meus
nervos e só os deixo agirem quando a minha consciência o ordena"
(grifo nosso). Eis um grave problema de psiquiatria, que só a ciência
36
BR DFANBSB V8.GNC.EEE DO LLhes 44
37
sr oranssa va.cnc.ere. 320 LL40 50-00) ;ç 45
izara o modo
Uma sessão preparatória, reunida no dia 15, regular
várias comiss ões neces-
de funcionamento do Congresso, nomeara as
realiza da no dia 16 de maio, foi con-
sárias. Toda a primeira sessão,
ios das organiz ações regiona is e ao Relatór io Geral
sagrada aos Relatór
Relatór ios, bem como o Balanç o geral da Tesouraria
do Partido. Estes
Congresso do P.C.B. serão
da C.C.E. e alguns outros documentos do II
mais tarde publicados.
e resoluções sobre as
Publicamos aqui, a seguir, somente as teses
dia e aprova das pelo Congresso.
matérias constantes da ordem do
áveis retard aram infeliz mente esta publi-
Motivos diversos e insuper
mais, que suprimimos aqui
cação. E é, para que se não retarde ainda
o de menos importância e urgência."
38
a Esf É a
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, 82 O LLMUOS 4e
A situação internacional
om? OL, 47
É
BRDFANBSB VB.GNC.EEE.
uma ameaça de
sul-americano, criando
Contra o armamentismo
ntina
cialmente entre a Arge
sul-americanos e espe
guerra entre os povos
e o Brasil.
e em especial pela
proletária internacional
Pela aproximação
proletariado sul-americano!
aproximação do
proletária mundial!
Pela revolução
Os novos estatutos
Questões de organização
aprova, de um
- O II Congresso
A) REORGANIZAÇÃO
de fevereiro, realizada
adotadas na Conferência
modo geral, as bases
do P.C.B., desde as células
Em relação porém à estrutura
no Rio.
rme a experiência
es devem ser feitas, confo
à C.C.E., certas modificaçõ
dos Estat utos novos .
já realizada e as indicações
, a título provisório
B) - O II Congresso adota
ESTATUTOS
uto-t ipo para as Seçõe s da 1.C., elaborado pelo
e experimental, o Estat
maio de 1925.
Executivo da 1.C., a 4 de
Bureau de Organização do
primi tivos do P.C.B. A adaptação
Estatutos
Ficam, assim, abolidos os
Estatu tos será feita pelo III Congresso.
e adoção definitiva dos novos
indicadas, de-
emendas de adaptação são
Desde já, porém, algumas
do Estatu to-tip o.
s à publicação
vendo as mesmas ser junta
emendas referem-se prin-
DE SERVIÇOS - Essas
C) LINHA
ços estabelecida para o trabalho de direção,
cipalmente à linha de servi
Sete serviços especiais são
corre nte do P.C.B.
coordenação e prática
, desde a C.C.E,,
a da organização do P.C.B,
estatuídos, em toda a escal
Zona, até às células, sempre
de Região e de
e passando pelos Comitês
s; são as seguin tes: 1. Organização
as escala
que possível, nestas últim
5. Cooperativas
raria - 4, Sindicatos -
- 2. Agitprop - 3. Tesou
res. Os três primeiros
Juventudes e Mulhe
- 6. Camponeses - 7.
ção de todos os Comit ês, mesmo
forma
serviços são obrigatórios na
das células menores.
- É aprovada uma indica-
D) QUOTAS PROPORCIONAIS
mente a questão,
autorizando a C.C.E. a examinar circunstanciada
ção
a categoria de "sócios contri-
em definitivo. Fica abolida
decidindo
deve, por definição, ser
que todo aderente do P.C.B.
buintes", visto
organização de base do
ativo trabalhando nalguma
um membro
mesmo.
Movimento sindical
40
ar oraness va.onc.erE, 42 0 LLUO5 am o 04, (2: 48
Sobre a cooperação
41
LE4O5 om Bol (0 a
ar Dranasa va.onc.eee 220
a
menda às seções, uma redobrad
O II Congresso do P.C. reco P.C.
da e orga niza ção do
energia neste ramo da propagan e o
ular o material informativo sobr
Em tempo a C.C.E., fará circ
assunto.
Moções diversas
Saudação
saúda em
ao encerrar seus trabalhos,
O II Congresso do P.C.B. espe cial aos
os de todo o mundo e em
geral a todos os partidos irmã deve cola bora r mais
com os quais o P.C.B.
partidos de toda a América, aos part idos vizi nhos
imperialismo ianq ue;
de perto na luta contra o erna l pala vra de soli-
o envi a a mais frat
sulamericanos o II Congress com os
o ao P.C.B. a necessidade de
dariedade e saudação, indicand estr eita s e afet ivas
futuro, relações mais
mesmos estabelecer, para o um, exig ida pela
de uma ativ idad e com
do que até aqui, em vista operárias e
ma luta com um em prol da emancipação das massas
mes
camponesas da América do Sul.
da América do Sul!
Viva a união fraternal dos P.C.
-
a América na luta contra o impe
Viva a união dos P.C. de toda
rialismo ianque!
mundial invencível!
Viva a I.C. unida num bloco
42
MOOLXP 50
! BRDFANBSBVBGNCEEEÉÃGLHOS
Contra a reação nacional e internacional
O II Congresso do P.C.B. prote sta sua indignação contra os
cra
manejos da reação nacional e interres. nal, que oprime e massa
nacio
centenas de milhares de traba lhado até
Desde os operários brasileiropelo s deportados para o Oiapoque Bulgá ria,
bandido Tsank ov, na
as recentes matanças chefiadas geme sob o peso da mais cínica emais
o prole taria do inter nacio nal
brutal reação burguesa que ea ohistó ria registra.
Abaixo o imper ialis mo fasci smo reacionários! Inter-
Viva a solidariedade proletária mundial, sob a égide da
nacional Comunista!
Observações sobre o II Congradas esso para orientação
dos camar
As resoluções que reproduzimos anos, do II Congresso do Partido
Comunista do Brasil, reali zado há 21 são um documento histó-
rico de inegável valor. O II Congresso do nosso Partido, como podem
ver os companheiros pelas suas resol uções, constituiu um esforço posi-e
tivo, com conclusões justas, embo rio interra forma is. Dizemos formais porqu
as perspectivas do movi ment o operá nacional eram transplan-
tadas mecanicamente para o nosso país, sem levar em consideração,
muitas vezes, as nossas condiçõesdébilespec íficas de país semicolonial.
O Partido, jovem, inexperien possibilidades degadolevardasà ampla
te, , desli s massas
-
do povo brasileiro, não tinha das. Vemos, por exemplo, comoconse práti ca,
nas
quentemente, as resoluções adota nacional, alínea III, o problema
conclusões sobre a situação não política do
dos aliados do proletariado eleme é justamente compreendido, falanem
inclusive em "neutralizar seus de procu ntos (da peque na burgu esia)
vias de prole tariz ação" , em vez rar resolutamente conquistá-
Jos. Lembremos que Lênin consirático-burguesaaliad
derav a como os do proletariado,
no problema da revolução democ , a pequena burguesia
s, que
urbana e rural, o proletariado agrícola e os camponeses pobre
constituem o povo. la época, tinha uma com-,
Por outro lado, o Partido, jáistasnaque de organização, quando exigia
preensão exata dos princípios as, lenin
para admissão nas suas fileir a auma aceitação do programa e Estatutos do,
da I.C. e do Partido, pertencer organização de base do PartiP.C.
, acata r todas as decis ões da I.C. e do
nela trabalhar ativamente quotizações. Considerava também - e
e pagar regularmente suas para a proletarização - que a célula
isto era o seu primeiro passo do Partido, devendo ser fundada com
de empresa é a base orgânica
um mínimo de três membros.
(Classe Operária, Ano I, n.o 11, 08.05.1946).
43
AO Li4Yos
(o'—Sí
sr oransse va.enc.eee £
Novas diretrizes
46
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, 93 3,0 L “105% wi l () ,SLÍ
48
br oranese 820 [1409 MOOL- ("5ª
o movimento; 3) liberdade de crítica durante o movimento, paraõeso
Partido e sua imprensa; 4) aceitação do programa de reivindicaç
imediatas sustentado pelo B.O.C.; 5) trabalho preparatório, paralelo
e convergente, desde já, do Partido e do Comando Militar revolucio-
nário, estabelecendo-se um mínimo de ligação estritamente controlada,
entre as duas direções; 6) representação do Partido no E.M. revolu-
cionário durante a luta; 7) armamento do proletariado e formação de
unidades proletárias de combate.
As tarefas atuais
Além dessa resolução sobre a questão específica da aliança com
os revolucionários da Coluna Prestes, outros problemas políticos fo-
ram debatidos, tendo o C.C. resolvido a concretizar uma série de
palavras de ordem e as tarefas a serem realizadas pelo Partido no
período seguinte.
Em Boletim enviado a todas as células e grupos locais, às reso-
luções do C.C. foram levadas ao conhecimento do Partido, em fins
de dezembro de 1926. Eis aqui o resumo dessas resoluções:
1.o) Organizar ligas contra o imperialismo.
2.) Realizar a frente única sindical.
3.) Lançar a iniciativa de organizar ligas operárias no inte-
rior, incluindo trabalhadores urbanos e rurais.
4.o) Exercer influência sobre as organizações de arrendatários
pobres, pequenos lavradores, funcionários de baixa categoria, empre-
gados inferiores e pescadores, fazendo propaganda, entre essas orga-
nizações, por meio de palavras de ordem concretas e adequadas a
cada categoria.
5.o) Desenvolver e sistematizar a atividade dos blocos ope-
rários e camponeses no Rio de Janeiro, promover sua organização
em todos os Estados, sob controle do P.C,
6.o) Vivificar as organizações regionais do P.C.
7.o) Publicar um órgão central para as massas ("A Classe
Operária"). * * 3
Já mostramos, anteriormente, os diversos aspectos São, que
0 processo da industria lização da economi a nacional. por um
lado, as exigências da técnica moderna, que penetram nas ndo fazendas
de café e nos engenhos de açúcar, concentrando e mecaniza cada
vez mais a produção. Por outro lado, são as próprias tendência s de
desenvol vimento da indústria fabril e urbana. Observa mos que esta
indústria aumenta de importância, cada ano, principalmente na região
do café, São Paulo; são os mesmos grandes fazendeiros e proprietários
de terra, nadando em ouro, que se trasladam para as cidades e ali
intervêm nas indústrias, nos bancos, no comércio, com os capitais
49
/a 00 b0 SP
ar oraNBSO va ane less DF
50
82 01 1 405 B
sr pransse
Com a
pelos mesmos elementos militares da Revolução de 1922.
o no movime nto do Rio de Janeiro, dois anos
diferença que, enquant
circunsc rito apenas a algumas unidade s da guarniç ão militar,
antes,
mais
fora esmagada em três dias, o movimento de São Paulo, muito
domina ndo a segunda e mais rica cidade do
amplo, durou 20 dias,
com o apoio e a simpatia da populaç ão em geral. Contra ele
Brasil,
deviam concentrar-se todas as forças reacionárias do governo federal
e dos governos provinciais.
legalistas,
3) Retirados de São Paulo, sob a pressão dos canhões
onários se dirigira m até o sul do país para se reunire m com
os revoluci
iniciou, pouco depois,
ias forças rebeldes do Rio Grande do Sul. Aí se
o formidável "raid" da chamada Coluna Prestes, que se internou
ando,
pelo resto do país, em direção ao norte, invadindo e atravess
dois anos, 10 Estados e fazendo um percurso total de 25 mil
durante
oficiais em
quilômetros. Perseguida incessantemente, pelas forças
Prestes, realizan do uma rapidíssima
número muito maior, a Coluna
tos, não foi jamais vencida e combate u até o fim
guerra de movimen
o
do governo Bernardes, internando-se voluntariamente em territóri
de 1927. Menos que objetivo s
estrangeiro (Bolívia) nos primeiros dias
"raid"
propriamente militares - este fato é da maior importância - o
as
da Coluna Prestes visava objetivos de ordem política: sacudir
massas populares do campo e manter vivo, amplian do-o cada vez mais,
o sentimento revolucionário do povo em geral.
4) A maioria absoluta dos militares que participaram dos dois
movimentos compunha-se de oficiais de baixa graduação. Por sua
origem e por suas condições mesmas no seio do Exército, os tevo-
à camada
lucionários de 1922 e, mais ainda, os de 1924, pertenciam
da pequena burguesi a à qual estão diretam ente ligados por mil laços
os
de interesses e de sangue. Entre a população civil, muitos element
da pequena burguesia particip aram, de uma ou de outra forma, do
movimento revolucionário.
5) Nenhuma participação direta teve o proletariado na revolta
movi-
de 1922. Entretanto, em 1924, em São Paulo, esboçou-se um
de caráter econômi co, verifica ndo-se uma
mento elementar de massas,
crescent e de assaltos aos depósito s de víveres. O movimen to
série
que poderia ter alcançado proporções grandiosas e decisivas no desen-
proletariado
rolar dos acontecimentos. Intervenções episódicas do
verificaram-se mais tarde, especia lmente em Pernamb uco, quando por
passou a Coluna Prestes. No Rio de Janeiro, nosso Partido man-
ali
a, mas pronto a
teve-se alerta, sem poder tomar nenhuma iniciativ
ia específi ca, em qualque r movimen to
participar, como força proletár
de massa que se declarasse.
bur-
6) Em São Paulo, durante a Revolução de 1924, a grande
o - desempe nhou um
guesia liberal - da indústria e do comérci
importante papel no sentido de tirar para si 0 máximo de proveito
54
,(; 54
320 L L
ar pransse ve.enc.ece,
de suceder no poder
do movimento - sem excluir a pretensão
anto, quando começaram
burguesia agrária e conservadora. Entret
s de assalt o aos armaz éns de víveres,
se produzir as manifestaçõe
, que até esse momen to procu rou mostra r-se "neutra
burguesia liberal
a maior pressão sobre
frente aos revolucionários e aos legalistas, fez
buiu em parte para a retirada das
os revolucionários, o que contri
forças rebeldes.
l dos movimentos
Podemos sintetizar assim o caráter fundamenta
a expres são militar de
revolucionários dos dois 5 de julho: foram
zido pela instab ilidad e econômica
um estado latente de rebeldia produ
olou-s e, em suas primei ras etapas (1922- 1924),
e social do país; desenr
o de um agrup ament o da burgue sia liberal e a pequena
no sentid
conservadora; depois
burguesia contra a grande burguesia agrária e
na Prestes , 1925-1 926), prosseguiu num
de sua terceira etapa (Colu
vez mais popula r, tende ndo a agrup ar à pequena bur-
sentido cada
a grande burguesia
guesia e à massa trabalhadora em geral contra
mente , o movim ento pequen o-bur-
agrária e industrial aliadas. Atual
um perío do interm ediári o - e pacífi co - entre
guês encontra-se em
a defini tiva com a burgue sia liberal e uma aliança mais es-
a ruptur
revolucionária
treita com o proletariado. É claro que uma situação
so; e é esta a perspe ctiva prováv el que se nos
apressará este proces
apresenta ante os olhos...
52
Br ese, $2 044 405
a de amor-
Os acontecimentos posteriores confirmaram a polític
ses entre as duas facções da grande
tecimento do choque de interes
l. É a polític a de "soluç ão pacífic a" dos problemas
burguesia naciona
a expens as das
nacionais. Solução "pacífica", bem entendido que
massas trabalhadoras.
ramos:
Como expressão visível dessa política encont
amente depois da
1) A fundação do partido democrático, precis
Paulo. Basea do numa pla-
Revolução de 1924 e precisamente em São
em forma superd emagóg ica, o P.D.
taforma liberal e democrática,
fileira s e mante ve sua influê ncia sobre grande s mas-
atraiu para suas
classe operár ia. Entre-
sas populares, da pequena burguesia como da
burgue sia e toda sua ativi-
tanto, sua direção está em mãos da grande
de soluçõ es pacífi cas: a instit uição do voto
dade encara a aplicação
panacé ias do mesmo gênero . Seu lema é o seguinte:
secreto e outras
ental destinado
"representação e justiça". Palavrório sonoro e sentim
pura e simplesmente a amorte cer o descon tentam ento da massa po-
mesmo tempo, em sua qualid ade de braço esquerdo da
pular. Ao
ascender
burguesia, o P.D. prepara-se, a favor das circunstâncias, para
te" o braço direito , conser vador e
ao poder e suceder "pacificamen
reacionário, que se acha no govern o. '
2) A estabilização da moeda, ponto central do programa admi-
nistrativo e político do atual governo que é, e não por casualidade,
paulista; a estabilização promovida por decreto de dezembro de 1926
e realizada sobre uma dupla base: um grande empréstimo externo de
consolidação e com pressão artificial do câmbio mantendo baixa a
taxa. Tal processo de estabilização, mantido com câmbio envelhecido,
significa estabilização de uma moeda desvalorizada frente à moeda
estrangeira que favorece, portanto, aos exportadores de café e aos
industriais.
Aliam-se assim as dua: grandes facções da burguesia nacional,
procurando dar "solução pacífica" aos problemas que agitam o país.
Mas esta "solução pacífica" satisfará também a pequena burgue-
sia? Não é concebível visto que a estabilização em baixa traz como
primeira consequência o agravamento da carestia da vida. As palavras
sonoras do P.D. não conseguirão melhorar estas condições. Por outra
parte, a vanguarda revolucionária da pequena burguesia (militares e
civis) continua preparando a terceira revolução... Ela não aceita
a "solução pacífica".
o chefe
Eis aqui o que declarou, a este respeito, recentemente,
militar indiscutível da revolução:
"Não existe solução possível para os problemas brasileiros den-
senão
tro dos quadros legais vigentes. A questão não é de homens,
que
de fatos, isto é, de sistema e regime. Nenhum governo, ainda
do mundo, poderá, nos limites da
animado das melhores intenções
53
BR DFANBSB VB.GNC.EEE, 2201 405 om Obi ( (1,611-
legalidade normal, resolver os probl emas nacionais que se apresentam.
É preciso quebrar, resolu tament e, as cadeias que oprimem o Brasil
e imped em seu desenv olvime nto posteri or. Tudo isso somente poderá
ser alcançado pela Revolução."
Conferência de Organização
Traçadas as tarefas políticas seaplicafazia necessário melhorar a má-
quina do Partido, instrumento de a queçãohavia das resoluções tomadas.
Especialmente a situação desast rosa chegado a F.S.R.R.,
exigia medidas urgent es e enérgi cas. Assim é que em fins de janeiro,
o C.C. convocou para o mês seguin te uma conferência de organiza-
ção com o propósito de examinar os problemas de organização das
células, das facções sindica is e da F.S. do C.R. e dos diversos C.Z.
responsáveis pelo trabal ho de organi zação no Partido e na FSRR.
A conferência procedeu a umtoman exame severo das falhas e erros
verificadas no trabalho anterior, e no sentid do medidas práticas no sen-
tido de emendá-las e especialment o de vivificar a atividade
da F.S.R.R. Estas resolu ções foram public adas no Boletim Regional
de março e distribuídas a todas as organi zações básicas, sendo, desde
logo, iniciada a aplicação pelos divers organismos.
os
Oposição malograda
As resoluções da Conferência dede Organi zação ofereceram o pre-
texto para o surgimento inesperado a.umaEste, queãoeraencabe
oposiç çada por
um membro do C.C., Joaquim Barbos no C.C. pre-
cisamente o dirigente da seção sindica l - e que nessa qualid ade ti-
nha participado da conferência, meio votando a favor das resoluç ões ali
aprovadas - desligou-se, por aos membr de uma carta, do C.C. e a
seguir dirigiu uma Carta Aberta os do Partido, passando
por cima de todas as norma s de discipl ina apesar da prudência e
das garantias que lhe ofereceu eoatéC.C.elogiadA Carta Aberta - que desde
logo foi fartamente explorada - não contin a pela imprensa burguesa,
pelos reformistas e anarqu istas ha senão uma crítica
virulenta, agress iva e negati va contra a polític a sindical preconizada
pela direção do C.C. do Partido.
A atitude de Joaquim Barbosa produz iu o efeito de um imã,
atraindo em torno de si todos os elemen tos descon tentes, em sua maio-
ria intelectuais pequen o-burg ueses, incomp reendi dos e intrigantes. Ou-
tro membro do C.C., o Dr. Rodolfo ndo Coutinho, també m se desligou
do mesmo e se uniu a Barbosa, inicia então o mais ativo trabalho
divisionista.
O C.C., desde o primeiro momento da ruptura de Barbosa, pro-
cedendo com a maior serenidade e ao mesmo tempo com a maior
54
BR DFaNESS 20 LEO S Ca 00! rp 49
55
0LL405 om G5
ar pranasa valenc.ese, 32
7) A cisão de 1928
A lei de férias
R
referência à questão sindical,
A falência do bom senso, com
. do partido com a chamada lei
começou a se fazer sentir na C.C.E
de férias.
com o ampliamento do pri-
A que visou o governo Bernardes
Henrique Dodsworth que,
meiro projeto da autoria do deputado
aos empr egad os no comércio com 15
para efeitos eleitorais, acenava E
dias de férias anualmente? r,
nto contr a a revol ta milita
Bernardes, que lutava naquele mome
amea çand o esten der-s e pelas cama das populares, punha em sério
que,
a que aludi, um bom meio de,
perigo o seu governo, viu no projeto
aos proletários das indústrias,
estendendo as suas supostas regalias
que cada vez mais o afastavam
contrabalançar o círculo das antipatias
das massas.
perfeitamente a coberto de
Armado do estado de sítio, sentia-se
resse de uma participação séria
qualquer perigo que porventura decor
da lei.
dos trabalhadores na regulamentação
esso ampliem a lei e
Manda que os seus áulicos no Congr
Cons elho Nacio nal do Trabalho para que
entrega-a, em seguida, ao
a regulamentasse.
tia o sítio, não trepidou
Este, crente na impunidade que lhe garan
"asso ciações interessadas"
em representar a comédia do convite às
que a lei, ao invés de regulamentada
para as famosas sessões em
56
05 om oob ;p. G4
sr oranass ve:.GNC.EEE, $20 LL4
57
E, 32 0 LLX 03 Wool“ º (69
sroranese ve.enc.eE
diante. Chegaram
que era aquela a oportunidade de levar a obra por
ivas mais absurda s, esquec idos de que o II
a fazer as estimat
do acurad amente a
Congresso do partido havia, depois de ter analisa
o, traçad o o plano de trabalho
situação do nosso movimento operári
terreno sindica l, o único plano aliás compat ível
a ser realizado no
com o meio em que
não só com os nossos recursos como também
atuamos.
trabalho iniciado pela seção
Aqui se faz mister recapitular o
mento às teses adotadas pelo Congresso.
sindical do partido em cumpri
Niterói com os do Distrito
Procurando unificar os sindicatos de
ção Operár ia do Estado do Rio, uma
Federal, convocou a Federa
aquilo era obra nossa, fizemos
reunião para tratar do assunto; como
se fizessem representar. De
com que os sindicatos sob nossa direção
(vinte e tantas) , que participaram da
fato, o número de associações
prever resulta dos bastant e satisfatórios. Além
primeira reunião, fazia
projeto, submetido a apre-
disso, ficamos autorizados a redigir um
constit uído, aprovado: tomadas
ciação do núcleo que imediatamente foi
amos a reunião . Entra em ação a polícia, que
as providências, convoc
os passos, que não permit e a contin uação da obra encetada.
nos tolhe
quando fomos
Aguardávamos a oportunidade para prosseguir,
surpreendido s pela formaç ão de grupos pró-C. G.T.
ação de um comitê de orga-
O projeto a que aludi, visava à form
cal. Certamente que era mo-
nização, reorganização e unidade sindi
senão preparar a base de uma
desto, não se propunha a outra coisa,
o sindi cal, mas evidentemente, no
nova estrutura do nosso moviment
o de acord o com as circunstâncias, sem espe-
seu devido tempo, agind
sem sobrepor a realidade à
taculosidades ridículas e fora de tempo,
atira r no lixo uma coisa tão mes-
nossa vontade. O partido resolveu
sindi catin hos, dizia m: o que se impõe já
quinha. Não são precisos
ações locais etc. etc., esque-
e já, é a formação da C.G.T,, das feder
pelo fim, como infelizmente
cidos de começar pelo começo, e não
cal. Nada de ilusõ es aéreas, nada de
se tem feito no terreno sindi
tos fantá stico s, o prole taria do preci sa de coisas práticas
irritantes proje
e concretas.
sos sindicatos. Expedem-
Formam-se grupos pró-C.G.T. em diver
olant e. Mas sucede que os gru-
-se circulares contendo o plano mirab
passa va de simpl es abstr ação. Tinham nome.
pos, na sua maioria, não
m trabalho. Mas este tra-
Com raríssimas exceções desenvolviam algu
co.
balho nunca chegou a produzir resultado práti
a campanha ao grupo dos
Entregue que foi, primitivamente,
pela fenomenal capacidade
empregados no comércio, dirigido então
conq uant o imberbe ainda, surgia na
de trabalho de um colegial que,
stina do, julga do capaz de zombar, mercê de
arena como um prede
iares, de todos os obs-
qualidades revolucionárias que lhe são pecul
59
EA QrANess 82 6 LLMOS om og | 10,65?
táculos que se antepunham à realização das empresas a seu cargo.
entregue a liderança do movimento àquele grupo, repetimos, este,
apesar de tudo, outro trabalho não apresentou além de algumas
entrevistas cheias de diatribes contra a direção da União dos Empre-
gados no Comércio, entrevistas estas sem consequência de nenhuma
espécie.
Procurando um homem no Rio, para tomar conta do Comitê
Central pró-C.G.T., este não foi encontrado. . . Foi preciso importá-lo
de Santos. Faltava um homem apenas, para dirigir a empresa formi-
dável. Mas havia uma outra empresa também importante a dirigir
e o nosso homem foi transferido daquela para esta.
Iam as coisas neste pé quando a direção do Partido, julgando
o movimento já bastante maduro, lançou a idéia da realização do
Congresso Sindical.
Papel de "A Nação"
A "A Nação", como bem classificou o camarada Pimenta, foi
"um presente de gregos", apesar de ter esgotado todas as energias
desta vanguarda incansável que não recua diante de sacrifícios, não
realizou no terreno sindical nenhuma obra séria, duradoura, com-
pensadora dos esforços ingentes despendidos na sua manutenção.
Pelo contrário, realizou, por vezes, um trabalho negativo, pre-
judicial à própria obra a que se abalançara.
Enquanto, por um lado, os camaradas mais responsáveis procu-
ravam realizar um trabalho de reagrupamento das forças dispersas
pelas lutas de tendência, "A Nação", movida por um mal compreen-
dido zelo pelos seus pontos de vista, provocava muitas vezes conflitos
de tendência, usando dos mais intempestivos processos de ataque,
prejudicando deste modo o ambiente de menos tensão e mais calma
que se tornava indispensável ao êxito do Congresso Sindical.
Dizíamos: "o congresso visará congregar, unificar todas as
forças dispersas dos trabalhadores sem ter em conta as suasosdiferenças
ideológicas". Em vez, no entanto, de procurar amainar ânimos,
acalmar as paixões, diminuir a temperatura do ambiente, dávamo-nos
ao esporte de agredir os adversários, no momento mesmo em que os
convidávamos para a obra de unificação. Não quero dizer que os
adversários devam ser tratados a pão-de-ló. Quero, apenas, mostrar
que aqueles ataques muito justos e oportunos noutra ocasião, reve-
lavam naquele momento a mais absoluta falta de tática.
Não afirmarei que o não-comparecimento dos Estivadores, Car-
pinteiros Navais, Trapiches e Café etc., fora consequência unicamente
das campanhas movidas contra os seus chefes pela "A Nação"; este
fato todavia concorreu grandemente para um tal resultado.
60
BR OFANBse va.onc.eEE, 3 0 LL 405 om 8
O Congresso Sindical
61
Br oranBse va.GNC.EEE, 3201/4095 o A&0! , p: 64
62
ar oranese galp: 70
63
ar pranasa va.enc.eze, 22 01LLU05 emnoo! “>.“
conférence des syndicats de toute !'Amérique latine, dans le but
de constituer un Secrétariat Syndical delAmérique Latine". coisa.
Secretariado e Confederação não são uma e a mesma
A primeira é a etapa sensata da segunda. Mas há muita gente que
gosta de começar pelo fim. Assim, vence-se com velocidade astronô-
mica... em palavras.
Conclusões
Estas as críticas que me julguei no dever de fazer à direção do
nosso partido, como comunista que sou. Quais as razões imediatas
de as ter feito agora e deste modo sem esperar que o nosso partido
se reunisse em congresso regular?
1.o)' Porque a direção do partido, lavando as mãos, como
Pilatos, pretendeu arranjar à última hora bodes expiatórios dos erros
por ela mesma cometidos, como quem diz: "salve-se quem puder",
no momento em que a instância superior de todos os partidos comu-
nistas do mundo, a I.C., se prepara para pedir coritas da atividade dos
continuadores de Lenine nos vários setores nacionais. pela direção
2.o) Porque os processos adotados ultimament e
não nomear certos mentores
do partido (digo direção do partido, para disto"),
atrabiliários que se julgam os "donos ridículo, nonão que respeita à
questão sindical, além de cobrir-nos de são de molde,
como julgo ter provado irrefutavelmente, a levar o sópartido à desejada
direção das massas operárias, mas, pelo contrário, o poderão levar
aos fracassos mais irreparáveis.
Era o que tinha a dizer, por enquanto.
(Publicações do Grupo Braço e Cérebro, n.o 1, 1928).
8) Bloco Operário e Camponês
a) FORMAÇÃO
Carta Aberta a Maurício de Lacerda, a Azevedo Lima, ao Partido
Socialista, ao Centro Político dos Operários do Distrito Federal, ao
Comércio, ao Centro
Centro Político Unionista dos Empregados no Proletário
Político Proletário da Gávea, ao Centro Político de Niterói:
Candidaturas de classe - As próximas eleições federais, para
renovação do Parlamento Nacional, estão interessando osobremane ira
ao proletariado e às classes laboriosas em geral de todo Brasil. do
Pode dizer-se que pela primeira vez, entre nós, vê o proletariante
brasileiro a possibilidade de sua intervenção direta e independeoutra
no pleito a travar-se. Com efeito, até aqui - salvo alguma ou
exceção de caráter local ou pessoal - jamais o eleitorado operário
do Brasil participou de uma campanha eleitoral nacional como força
64
| 1405 0m. 0a a
ar oransse va.enc.eEE,290
programa de
própria, como classe independente, apresentando um
interess es e aspiraçõ es de classe. Os
reivindicações ditadas por seus
votavam indistin tamente nos diversos candidatos
operários eleitores
l
da burguesia, a isto quase sempre obrigados pela pressão patrona
e devido à sua própria desorganização partidár ia.
vai adqui-
Mas esses tempos são passados. O proletariado já
consciên cia de classe - o que quer dizer que já vai com-
rindo uma
es da bur-
preendendo serem seus interesses antagônicos aos interess
e e pro-
guesia. Ora, este despertar da consciência proletária reflete-s
nte sobre o terreno eleitoral . O mesmo instinto de
jeta-se igualme
classe diz aos operários eleitores que eles, nas eleições para os cargos
públicos, devem votar nos próprios candidatos, isto é, nos candidatos
que representam realmente seus interesses de classe independente.
enviar
É o que agora se verifica. O eleitorado proletário quer
nto
gente sua, lídimos e autênticos representantes seus, ao Parlame
to-patr ão -- ou aliado
Nacional. Ele não quer mais votar no candida
,
e criatura do patrão - o qual será, necessariamente, nas Câmaras
s
como tem acontecido até hoje, o defensor dos interesses patronai
contra os interesses proletários.
demais
Demais, o proletariado brasileiro vê o que se passa nos
no exemplo prático que nos vem - nisto,
países do mundo e aprende
em tudo o mais - do estrange iro. O proletar iado dos países
como
nas
europeus e americanos possui seus próprios partidos de classe e,
seus partidos . Aqui mesmo bem
eleições, só vota nos candidatos de
operários
perto de nós, no Uruguai, na Argentina, no Chile, os partidos
pam dos pleitos eleitorai s como força indepen dente e como tais
partici
elegem seus próprios candidatos.
Comunista do
A intervenção do P.C.B. - Assim sendo, o Partido
pela vanguar da conscie nte do proletar iado deste
Brasil, constituído
eleições de feve-
país, não podia deixar de participar nas próximas
ta não são
reiro. Os interesses e as aspirações do Partido Comunis
es e das aspiraçõ es do proletar iado em geral. Pelo
diversos dos interess
o, o Partido Comunis ta é o único partido operário que verda-
contrári
es e as aspiraçõ es totais da
deiramente representa os reais interess
classe operária. É, pois, em nome da massa proletár ia, que o P.C.B.
Carta Aberta, às pessoas, aos partidos e aos centros
se dirige, nesta
apresentam-
acima mencionados, os quais, de uma forma ou de outra,
laboriosas e
-se aos sufrágios operários como candidatos das classes
espezinhadas, cujos interess es dizem represen tar.
larga popu-
É o caso de Maurício de Lacerda. Gozando da mais
lutas parlame ntares em prol
laridade, com um passado de brilhantes
ele surge no cenário da campan ha eleitoral
das liberdades públicas,
candida to dos oprimid os e explora dos. O Partido Socialista
como
de modo
o apóia como candidato dos operários. Nós não concordamos
individu alista, não partidár ia, gerador a de
algum com a sua política
65
BR oFansss ve.enc.eÉ 22011405 om og LW 3
confusões e mal-entendidos, que só podem servir aos inimigos da
política proletária, prejudicando, por conseguinte, ao próprio Maurício
de Lacerda. Certo, sua popularidade é grande, e a massa, apesar de
tudo, apesar daquelas reservas formuladas pela vanguarda, tem-no
como um dos seus e irá votar nele, convicta de que votará num
candidato proletário, defensor dos interesses proletários. Pois bem:
o P.C.B., mesmo desconfiando, quer confiar em Maurício de Lacerda,
e, em nome da classe operária, propõe-lhe a formação de uma frente
única proletária na campanha eleitoral iniciada, tomando para base
uma plataforma única de combate, contendo as reivindicações mais
elementares comuns às massas laboriosas em geral.
Igual proposta fazemos a Azevedo Lima. Este possui um elei-
torado próprio, fortemente arregimentado e não depende de ninguém
do ponto de vista estritamente eleitoral. Mas sua atuação combativa
durante a extinta legislatura, com o criar-lhe uma justa auréola de
indômita bravura no bom combate em prol das causas populares,
criou também, tacitamente, uma espécie de compromisso moral entre
ele e o proletariado. Demais, como reforço a esse compromisso, Aze-
vedo Lima, embora ainda revelando certas contradições ideológicas,
tem feito afirmações peremptórias de simpatia ao comunismo e tem
tomado atitudes de desassombrado apoio às lutas de classe do prole-
tariado, como foi principalmente no caso da campanha de A Classe
Operária contra Luís de Oliveira. De tal sorte, a aliança de Azevedo
Lima ao Bloco Operário, cuja formação propomos, parece decorrer
logicamente de todo seu recente passado e assim o esperamos firme-
mente. Sua eleição é geralmente tida como assegurada pelo numeroso
e dedicado eleitorado que ele pessoalmente arregimentou. Neste sen-
tido é evidente que sua aliança conosco pouco resultado prático, nu-
mérico lhe trará. Há, porém, o aspecto essencialmente político da
batalha e neste sentido sua adesão ao Bloco Operário, que propomos,
é não só uma adesão lógica, mas necessária e de recíprocas vantagens,
isto é, de vantagens para a política proletária, feita de verdade, nitidez
e firmeza.
Aos demais partidos e centros - O Partido Socialista, partido
reformista, mas que pretende representar as massas laboriosas, além
de apoiar a candidatura de Maurício de Lacerda, apresenta vários
candidatos seus, não só aqui no Distrito Federal, como também no
Estado do Rio, na Bahia, em Pernambuco, em Santa Catarina. Adver-
sários intransigentes da nefasta política reformista, confusionista, cola-
boracionista do P.S.B., entendemos, todavia, que é esta uma excelente
oportunidade para, aos olhos das massas, pôr-se à prova a sinceridade
dos socialistas, que se apresentam aos sufrágios proletários. O P.C.B.
quer unir, reunir numa frente única todas as forças proletárias que
se apresentam para o próximo combate eleitoral. É o próprio inte-
resse proletário - que o P.C.B. põe acima de tudo, visto como o in-
66
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, ?AOILHOS Om 501.393 t
teresse proletário é o próprio interesse do comunismo - que comanda,
em momentos tais, a coesão e a unificação das forças diante do
inimigo comum. E como nós não fazemos questão de nomes pessoais
- guardadas, é claro, certas exigências mínimas - porém, sim, de
programa, de compromisso coletivo, convidamos o P.S.B.a integrar-se
na formação do Bloco Operário, sob cuja bandeira comum, batalhando
sobre a mesma comum plataforma proletária, se apresentarão seus
candidatos, no Distrito Federal e nos Estados. Falando claro e franco,
nós não acreditamos na sinceridade dos chefes do P.S.B. nem dos seus
candidatos, e muito menos em sua influência ou força eleitoral, mas
estamos prontos a apoiá-los, desde que assumam publicamente, perante
o proletariado, o compromisso de defender e submeter-se à plataforma
proletária do Bloco Operário.
Não sabemos ainda que atitude vão tomar, com relação às pró-
ximas eleições, o Centro Político Operário, o Centro Político dos
Choferes, o Partido Unionista dos Empregados no Comércio, o Centro
Político Proletário da Gávea e o Centro Político Proletário de Niterói.
Quanto a estes dois últimos, não temos dúvida de que formarão ao
nosso lado, dadas as afinidades entre o seu programa e o nosso.
Quanto aos outros, não sabemos se pretendem apresentar candidatos
próprios ou apoiar eventualmente tais ou quais candidatos. Seja como
for, tornamos extensivo a essas organizações políticas operárias este
convite para sua adesão ao Bloco Operário, na base dos princípios
e reivindicações mais adiante expostas.
Frente única proletária - É coisa muito fácil de compreender
que a participação no pleito eleitoral de todos esses candidatos e
partidos, concorrendo uns contra os outros, dispersivamente, só pode
dar como resultado o enfraquecimento das forças operárias, que todos
eles pretendem representar. Enfraquecimento e dispersão não somente
no terreno estritamente eleitoral, aritmético, do pleito, mas sobretudo
enfraquecimento e dispersão no terreno político.
As massas operárias e as classes laboriosas em geral estão entre
si ligadas por uma afinidade básica de interesses que lhes são comuns.
Toda a gente pobre - operários, empregados no comércio, pequenos
funcionários, artesãos, trabalhadores agrícolas, pequenos lavradores,
todos aqueles que vivem de seu trabalho pessoal cotidiano -- toda
essa grande massa sofredora e oprimida passa a mesma "vida aper-
tada", porque seus ganhos mal chegam, quando chegam, para fazer
frente às dificuldades crescentes da existência. A carestia dos gê-
neros, a crise de habitações, a falta de trabalho, a inflação, a baixa
cambial, a política escorchadora dos impostos federais, estaduais e
municipais, toda a sorte de gravames pesando principalmente sobre
os pobres, tudo isso cria uma base comum de interesses que o bom
senso indica deverem ser defendidos pelo esforço comum dos inte-
ressados.
67
sr oranase vs.encee, 82 O LL40Samo em) 75
É esta uma verdade claríssima, que ninguém poderá contestar:
na defesa dos interesses, que são comuns, todos os interessados deverão
unificar e concentrar seus esforços num bloco único que vá ao com-
bate de fileiras cerradas, obedecendo a um plano comum único.
É isto precisamente que nós vimos propor. O Partido Comu-
nista, cônscio de que os interesses supremos do proletariado devem
_ser postos acima das tendências desta ou daquela facção política,
propõe a formação de uma frente única, de um bloco operário de
todos os candidatos, partidos e grupos que vão disputar as próximas
eleições alegando ou pleiteando representação das classes laboriosas.
O Partido Comunista não pretende concorrer com candidatos próprios
e de tal sorte dividir as forças operárias. O Partido Comunista, que
pleiteia a vitória da política proletária independente, propõe, portanto,
a concentração de todas as forças operárias. O Partido Comunista
está disposto a apoiar a campanha eleitoral dos candidatos e demais
grupos e partidos que aceitem travar a batalha em comum, na base
de uma plataforma comum, segundo um plano comum.
Demais disso, o Partido Comunista, interpretando o verdadei ro
e instintivo pensamento de classe das massas trabalhad oras, pretende,
por este meio, iniciar uma vasta campanha de saneamenpersonali to do meio
político nacional, combate ndo sem tréguas a política sta,
individualista e irresponsável dos cabos eleitorais sem princípio,istosemé
programa, sem finalidade. É preciso sanear a política eentregue para
preciso intervir nela e não se afastar dela, deixando -a aos
manejos imorais de ambicios os e negocista s sem escrúpulo s. E o
primeiro passo a dar no sentido do saneamen to da política está em
exigir a responsabilidade dos políticos perante responsabas massas. Queremos
uma política de princípio s, de programa s, de ilidades.
riado,
O Partido Comunista, partido do proletaprograma. Daí, tem responsabi-
lidade, defende princípios e bate-se por um sua ati-
tude presente, saltan do na arena do combat e eleitor al e convoc ando
para a defesa em comum dos interesses doproleta proletariado todos aqueles
que se apresentam como partidários do riado.
(Astrojildo Pereira, Formação do P.C.B., p. 87-92).
71
A9
sr VB.GNC.EEE, DQ) 4OS en 00 bo ("O
o e da
das massas laboriosas do camp
mente a radicalização política burg uesi a.
mais pobr es da pequ ena
cidade, inclusive as camadas -
burguesia constitui um fator revo
7,o) De tal sorte, a pequena endo a aliar -
no momento atual , tend
lucionário da maior importância
proletaria do.
-se às forças revolucionárias do o
a pequ ena burg uesi a não poderá levar a revoluçã
8.o) Mas crát ico-
mo dent ro do quad ro demo
às suas últimas conseguências, mes do
rá fazê-lo, assumindo a direção
burguês. Só o proletariado pode cond uzin do-a s a
largas mass as e
movimento, com o apoio das mais
s.
etapas superiores e mais avançada
iado apoiar energicamente, des-
9.o) Assim, pois, deve o proletar
luci onár io em preparação. Este apoio, no
de já, o movimento revo
seguintes reivindicações funda-
entanto, deve ser dado na base das
essencial da revolução na sua
mentais, que constituem o conteúdo
primeira etapa:
io, confiscação da terra;
a) solução do problema agrár
feudais;
b) supressão dos vestígios semi
libe rtaç ão do jugo do capit al estrangeiro.
c)
Contra o imperialismo
rialismo e os perigos de guerra
A questão da luta contra o impe fio
m do dia - foi a bem dizer o
- posta no 2.o ponto da orde ment o revo-
do Cong ress o. Todo movi
condutor de todos os debates forço-
semicolonial como o Brasil tem
lucionário em países do tipo ra a domi naçã o
principal na luta cont
samente que assentar sua base ress o reso lveu
vista é que o III Cong
imperialista. Desse ponto de pró-
do, traçando a perspectiva das
os problemas políticos do Parti a apre sent a
da luta antiimperi alist
ximas batalhas. Mas a questão ssão espec ial.
am ser resolvid os em discu
aspectos particulares, que devi etudo o
disc ussã o proc edeu o III Congresso, mostrando sobr
A esta imper ialistas
o a penetração das forças
que tem sido e o que vai send neste país um
o-americano, que tem
no Brasil e o antagonismo angl isso, fora m
ue e hosti lidad e. Com
dos campos principais de choq na luta contra
as práti cas e espec ífica s
indicadas ao Partido as taref
tarefas impõe-se, como a de mais
a dominação imperialista. Dessas
nal da Liga Antiimperialista, que
urgente necessidade, a criação nacio
a espe cialmente dedicada à agitação
deve ser a organização de mass a ainda
mas tentativas locais, não havi
antiimperialista. A parte algu Cong ress o tornou
mperialista. O III
o Partido cuidado da Liga Antii pape l dos mais
que tem, entr e nós, um
obrigação a fundação da Liga, luta revolucionária.
na prep araç ão da
importantes a desempenhar entos
organizar em suas fileiras os elem
Com efeito, a Liga pode e deve ém da mass a cam-
tariado, com o tamb
revolucionários não só do prole etud o, mostra-se
a. Esta últi ma, sobr
pesina e da pequena burguesi
72
BR DFANBSB Va.GNC.EEE. BARAO LL4G5 amoo
(3:80
antiimperialista - coisa de alcanseio ce
extremamente acessível à agitadeçãoeferv escên cia revol ucion ária no
incalculável no estado atual
da pequena burguesia,
A atividade comunista nos sindicatos operários
Toda a vida do P.C. do Brasil tem-s e desenvolvido, desde sua
fundação, dentro dos sindic atos revolu cionár ios. Sema menor dú-
vida, tem sido este um dos fatore s deter minan tes da sólida estrutura
proletária do nosso Partido, que duranando te anos tem resistido a todos
os embates da reação burguesa. Agrup em seu seio os melhores
militantes do nosso movim ento sindic al, por meio deles pôde sempre
o Partido manter-se ligado à massa operária, dirigindo a sua fração
mais consciente e mais combativa.
Mas este fato, se tem sido de vanta gem incontestável para o
Partido, apresenta, contudo, algum al entre nós.ns, Em
as desva ntage decorrentes mesmo
das condições do movim ento sindic primeiro lugar,
o espírito corporativista, a tradição anarcoeensã -sindicalist a rotina pro-
a,
fissionalista, coisas que dificultam a compr istaso,dentr por parte de muitos
camaradas, da verdadeira tarefa dos comun o dos sindicatos.
Em segun do lugar, o excess o contrá rio, antian arquis ta, isto é, a
tendência exagerada para combater o tercei verba lismo anarqu ista levando
ao quase reformismo "praticista" . Em ro lugar, a pouca influên-
cia do Partid o entre certas catego rias de operár ios, notad ament e dos
penetr
transportes, em cujos sindicatos jamais chegoseu aa isso a falta de um ar, anteri or
Junte-
mente, a influência anarco-sindicalista. ático, coletivo - e teremos
trabalho de conjunto metódico, sistem rendimento obtido pelo
explicadas as causas principais do pouco - com o esforço des-
Partido - em relação ao que poderia obtero dos sindicatos.
pendido pelos militantes comun istas dentr
Não é de agora que a direçã o do Parti do vem combatendo tais
falhas. Mas no III Congr esso foram elas bem caract erizad as, traçando-
-se, em conseguência, para corrigi-las,o asCongr tarefa s que o Partido deve
esso
realizar neste domínio. De resto, lho que já vinha sendo execu não fez mais que
acentuar e precisar as linhas de traba tado
desde algum tempo, isto é, desde a voltaI.S.V. dos camar adas que parti-
ciparam do IV Congresso Mundial daenação e Essas tarefas podem
ser resumidas em duas palavr as: coord conce ntraç ão. Coor-
denação do apare lho e da ativid ade sindic al do Partid o, de modo a
sistematizar, sob uma direção central firme,Concentração das nossos
o esforç o dos
forças
núcleos dentro dos sindicatos existentes. intern aciona l.
sindicais no plano local, nacion al e
Igualmente tratados pelo Congresso foram os problemas rela-
tivos à organização sindical das mulhe res e dos jovens operários e,
sobretudo, das massas operár ias desor ganizadas. Em suma, pode
73
aa 8 |
Br DFANBSB VB.GNC.EEE, 420 LL4OS
que podia
concluir-se dizendo que o III Congresso fez o melhor
respeito, se bem que não tenha sido - nem poderia
fazer, a este
os
ser - trabalho perfeito. Estamos certos de que não tardarão
frutos do esforço perseverante que o Partido está emprega ndo neste
terreno.
A questão camponesa
III Congresso,
Pela primeira vez na vida do Partido, com o
a sério. Problema
foi o problema agrário e camponês enfrentado
enorme s dificul dades de
essencial no Brasil, ele apresenta, porém,
à vista da carênci a quase total de dados seguros
estudo e compreensão,
inform em. Ademai s, a grande extens ão territor ial do país,
que o
s de região
permitindo a coexistência de condições as mais diversa
difícil o proble ma. Em conjunt o, os
para região, torna ainda mais
primord iais da questão , sobre os quais não pairam dú-
dois pontos
2.o) as
vidas, são: 1.o) o predomínio absoluto da grande propriedade;
as
condições de semi-escravidão em que vivem os trabalhadores agrícol
do país, calcula ndo-se o seu número em mais de
em todas as regiões
8 milhões. É na exploração desumana dessa. massa formidável que
assenta a base principal da economia brasileira. Isto, que é funda-
mental, basta para mostrar o que representa, para o nosso Partido,
o problema agrário e camponês. O III Congresso não o resolveu,
não lhe deu solução definitiva, nem o poderia fazer, de golpe; mas
teve o mérito de pôr a questão, em toda a sua grandiosidade, na ordem
do dia do Partido.
do
Se bem que insuficientes, os materiais trazidos à discussão
so oferecem o maior interesse . Eles serão publicad os e for-
Congres
deve
marão a base inicial para o estudo aprofundado a que o Partido
o Congress o, levando em conta a
proceder, desde logo. Com isso,
experiência das primeira s tentativa s já feitas pelo Partido no sentido
da organização campesina, traçou palavras de ordem provisórias vi-
-
sando à penetração da obra comunista entre as massas de trabalha
dores dos campos. A tarefa é imensa, mas o Partido começa a enfren-
tá-la, com a consciência da importância revolucionária que ela tem
num país como o Brasil. Esta, a melhor lição do III Congresso a
respeito do magno problema: despertar no Partido a consciência do
dever a cumprir nesse domínio, que a todos os outros sobreleva em
gravidade. à
74
140 sol,p.. 82...
ar pransss va.enc.ee 8201
Outras questões
75
83
ar oranase va.enc. ese B20 LL4OS on o o | 5 /
ser realizada pelos cama-
à obra já realizada e sobretudo a que deve
comba tiva organização da J.C. ao
radas da J.C. Sem uma forte e
não poder á jamais desem penhar o seu papel de
lado do Partido, este
guia das massas.
da nossa situação em
c) Outro ponto fraco do Partido é o
somen te os camar adas dali pelo quase
São Paulo. Não é justo culpar
ho comun ista numa cidade da importância
nulo resultado do trabal
dade tem causas políti cas objeti vas que é
de São Paulo. Esta debili
tituinte necessário.
preciso examinar a fundo para aplicar-lhe o recons
as medidas práticas de
O III Congresso tomou a este respeito algum
de proceder ao estudo
aplicação imediata, incumbindo ao novo C.C.
tarefas definitivas
aprofundado da situação paulista para então traçar
. "A conqui sta de São
e enérgicas para o partido naquela Região
a pelo III Congre sso.
Paulo" - tal a palavra de ordem lançad
liquidada pelo
d) A questão da ex-oposição foi definitivamente
so. A resoluç ão aprova da examin ou o assunto de um
III Congres
he a solução
ponto de vista objetivo, estritamente político, dando-l
o de
política mais adequada e mais justa. Caracterizado como imbuíd
nte pequeno -burgue sa, por sua fraseol ogia "es-
mentalidade clarame
o
querdista" e sua atitude oportunista, o pequeno grupo de oposiçã
o e de traição, quando aban-
cometeu um verdadeiro ato de deserçã
donou o Partido e, mais, fornecendo aos inimigos de classe uma
arma de combate - contra o Partido (publicação de seus documentos
justas
na imprensa burguesa). Se bem que, objetivamente, fossem
pela oposiçã o, esta não fez trabalh o
certas falhas do Partido apontadas
seria útil, mas lançou mão de process os calunio sos,
de autocrítica, que
a
rebelando-se abertamente contra a direção do Partido, contra
ndo vergon hosame nte
maioria absoluta do Partido, por fim deserta
tica realizado
de suas fileiras. O fecundo trabalho de verdadeira autocrí
so, com a partici pação ativa da antiga direção , provou
pelo III Congres
a sem-raz ão dos ataques calunio sos da oposiçã o e demonstrou,
a absolut
. Neste sentido,
pelo contrário, o espírito sadio dominante no Partido
ação total da oposiçã o. Considerando,
o Congresso foi uma conden
alguns operári os, sincera mente revoluc ionário s, haviam sido
porém, que
s de ligação pessoal com
arrastados para a oposição mais por motivo
u podere m os mesmos voltar ao
seus chefes, o III Congresso declaro
ecimen to da saída do Partido como tendo
Partido, mediante o reconh
reservas das resoluções do
sido ato de deserção e o acatamento sem
Congresso e da disciplina do Partido.
76
E. q 20 L1405 em
00? N. R4 -
Br pranase va.onc.eE
A eleição presidencial
O problema da eleição presidencial desenvo lve-se em um am-
biente de luta, agravad a entre as frações da burgues ia por coinci-
dência da crise econômica e finance ira pela qual atraves sa o país,
e a crise política atual da qual a da burguesia dominante.observa
é um índice a luta que se
Luta
entre a fração chamada "liberal", e ades entre o imperiálismo inglês
alimentada e agravadapelas rivalid ianque que apóia a fração
que apóia o Governo e o imperialismo presidencial foi encarado pelo
"liberal". Este problema da eleição Comuni sta interviesse na luta com
Pleno, decidin do que o Partido
programa e candidatos próprios por intermé dio do bloco operário e
camponês, desmascarando a todas essas agrupaç ões políticas burgue-
sas, inclusive o Partido Democr ático e transf ormand o a luta eleitoral
em uma verdadeira batalha de classe.proleta Contra a burguesia nacional
e o imperialismo anglo-americano, o riado e as massas explo-
radas das cidades e dos campos revolução. Amaconsign
com seu progra próprio, deverão
desenvolver uma vasta agitaçã o pela a do Pleno
do C.C. do Partido: "Aproveratifica itar a luta para a sucessã as medida o preside ncial
com vistas à revolução", foi da e resolve u-se tomar s
práticas para a agitação e organiz ação revoluc ionária com este fim.
Resulta que o Pleno havia decidido atos dar um caráter mais nacional
à luta mediante a aprese ntação de candid próprios, por intermédio
do B.O. e C., para as eleiçõe s presid enciai s e legisla tivas, não somente
no Rio de Janeiro, como também em todas as regiões do país onde
existam organizações do Partid o Comuni sta.
Sobre a I Conferência Comunista Latino-Americana
O Pleno, depois de haver escutado um inform e da delegação que
participara na 1 Conferência Comuni sta Latino-Americana, e de haver
estudado as resoluções que encontrouio ajusta das às necessidades do
movimento comunista e relevo revolucionár latino -americano, aprovou-as
unanimemente. Pôs de a import ância política dessa Confe-
rência para a conformação ideológ ica e orgânica dos P.C. latino- ativi-
-americanos, porque permitiue um estudo autocrítico coletivo dasituaç ão
embas ado de uma
dade dos diversos partidos conjunto dos países latino-americanos pu- análise da
objetiva de cada país e do
deram estabelecer-se as tarefas futuras.
O Pleno comprovou a necessidadeSul-Am de manter uma ligação polí-
tica mais estreita com o Secretariado ericano que se tornará
cada vez mais o órgão de coorde o é mais necesso ária
nação e direçã do movimento comu-
nista latino -ameri cano. Essa ligaçã ainda para nosso
Partido, neste difícil período de sua luta endent no qual se coloc am problemas
revolucionários de importância transc al. Verifi cou que so-
79
ar praness va.onc.ece. 82011405 g. gol M$ 32.
80
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, 620 LH 05 amo L «Lªg
desmascarando-o perante as massas pela ação contra-revolucionária
que realiza.
2.o) Através de toda a nossa atividade em geral, frente à reação
que domina na ordem nacional. O Pleno comprovou uma certa pas-
sividade do P.C. frente à reação. Quando se projetavam amplas ma-
nifestações do Partido contra a reação e visando à conquista da- rua
para o proletariado como melhor meio de realizar uma contra-ofensiva,
existia uma corrente em nosso seio que se submetia às imposições
e proibições das autoridades burguesas, não querendo apresentar o
P.C. às massas trabalhadoras com sua fisionomia política clara, sob
pretexto de que isso provocaria uma maior reação da burguesia. O
Pleno decidiu que era necessário lutar energicamente contra essa
tendência liquidacionista e procurar por todos os meios realizar de-
monstrações de rua, reivindicando para as massas o direito de
manifestar-se pelas ruas.
3.) A tendência a atribuir a reação burguesa como conse-
quência das atividades revolucionárias do P.C. e, além disso, a subes-
timação da situação objetivamente revolucionária do país e das forças
do partido. Esta tendência se manifestou particularmente entre os
membros de uma célula que trabalhava numa imprensa. Os membros
de tal célula, militantes sindicais que sofriam de um corporativismo
acentuado com tendências marcadamente reformistas, atribuíam a
reação ao que chamavam "exibicionismo revolucionário" do Partido,
exigindo da direção do mesmo uma atitude menos combativa e um
maior trabalho de organização sindical. Alegavam a incapacidade das
massas "desorganizadas" do país para fazer a revolução, e que o
P.C. devia tratar de organizá-las primeiramente em sindicatos e depois
lançar-se à luta revolucionária.
O Pleno, tendo por base o material publicado na revista interna
do Partido ("Autocrítica"), estudou o assunto resolvendo condenar
essa tendência direitista que subestimava as forças do Partido, pois
importava a introdução do derrotismo no seio do mesmo, de graves
consegiências no momento político que atualmente atravessa o país,
para o qual é necessário maior coesão e disciplina férrea, verdadei-
ramente revolucionária em nossas fileiras; além do que impedia que
o Partido aparecesse como o único guia do proletariado em sua luta
contra a burguesia, e tendia a subordinar a atividade política do
mesmo aos interesses corporativos dos sindicatos.
O Pleno comprovou também que estes erros, em grande parte,
tinham sua base nas indecisões manifestadas pelo P.C. em sua linha
política, sua falta de precisão nas perspectivas revolucionárias, e
estabeleceu a necessidade de fazer um estudo mais amplo das raízes
econômicas, das contradições internas que determinam o momento
atual, a crise política agravada pelas contradições externas como
consegiência da luta interimperialista anglo-americana.
81
BR DFANBSB V.GNC.EEE 8 20 LI l10,5 gx cpf ig: 34.
A questão sindical
Sobre organização
N
Quanto à organização, constatou-se que o P.C. do Brasil se
desenvolve ligando-se cada vez mais às massas das grandes fábricas,
nas quais se formam células de empresa de alguma importância.
Decidiu-se que essas células deverão desenvolver maior atividade
política aumentando o número de seus periódicos de fábrica, os quais
aumentam dia a dia. Será preciso que elas compreendam melhor seu
papel de guia das massas trabalhadoras nos locais de trabalho, acos-
tumando-se a conduzi-las e incorporá-las nas manifestações de rua.
82
BR DFaNBSB va.cnC.EEE 820 | | [amigo—
Pôs-se de relevo, também, o desenvolvimento crescente que vai
adquirindo o trabalho entre as mulheres e a juventude trabalhadora,
e entre os soldados e marinheiros. Decidiu-se que uma comissão
encarregar-se-á de elaborar um projeto de programa agrário para ser
apresentado ao Praesidium do Partido, e que seja ativada a constituição
dos Comitês Camponeses nas grandes fazendas de café e em outras
regiões agrícolas do país.
Estes são, em suma, os trabalhos realizados pelo III Pleno do
P.C. neste ano, cujas sessões duraram três dias consecutivos e nos
quais se verificou a mais ampla discussão sobre todos os assuntos.
É claro que este esquema escrito sem o material do Pleno, que
se está terminando para ser remetido ao S.S.A., é incompleto, mas
desde logo se pode deduzir que o P.C. do Brasil, fazendo uma auto-
crítica leninista de suas falhas e de seus erros, está decidido a enca-
minhar-se por uma linha justa, uma linha política marxista-leninista,
combatendo todos os desvios de direita que representem um perigo
para sua estrutura orgânica e sua firme linha política, a fim de colocar-
-se à altura dos acontecimentos que se desenvolvem neste setor da
luta internacional do proletariado e de seguir cada vez mais as dire-
tivas da Internacional Comunista.
O futuro encarregar-se-á de estabelecer se nosso Partido, cujas
dificuldades de luta em um país atrasado economicamente e sob a
ditadura burguesa mais torpe se tornam cada vez mais patentes, será
capaz de cumprir as tarefas que a situação objetiva o impõe.
(La Correspondencia Sul-Americana, n.o 21, 20.11.1929).
85
BRDFANBSB V8.GNC.EEE. 220 LHOS oa d0tp 43
Só o proletariado, dirigido pelo Partido Comunista, poderá con-
duzir as vastas massas laboriosas dos campos e das senhores cidades do
Brasil para a sua libertação do jugo imperialista e dos de
terras.
Nenhuma outra classe, nem pessoa alguma, individualmente,
poderá levar essa revolução até a vitória. "A emancipação dos traba-
lhadores tem de ser obra dos próprios trabalhadores."
Nós temos direito de pensar que Luís Carlos Prestessuasejacate- de
novo arrastado para o jogo da Aliança e do imperialismo,
goria social, a pequena burguesia, suas ligações passadas com os
elementos reacionários da Coluna Prestes e com a AliançaqueLiberal,
suas vacilações anteriores, justificam essa nossa opinião, temos
o dever de apontar às massas.
Para evitar qualquer ilusão dessas massas, nesse ponto, con-
tinuaremos nossa política, intervindo na luta como classe indepen-
dente. Criticaremos as declarações dos pequeno-burgueses mais es-
querdistas, empurrando-os cada vez mais para a esquerda. Denun-
ciaremos as oscilações dos elementos mais esquerdistas da pequena
burguesia. Educaremos a classe operária no sentido dos seus próprios
interesses de classe, na luta pelo socialismo, na luta pela hegemonia
em todos os movimentos, desde o início da revolução agrária e anti-
imperialista.
Se, na luta revolucionária das massas, os elementos esquerdistas
aceita-
da Coluna Prestes passarem das palavras aos fatos concretos,a criticá-los,
remos a aliança com esses elementos, mas continuaremos
explicando às massas o sentido de sua posição, confiando unicamente
na luta das massas desconfiando da firmeza política dos chefes pe-
queno-burgueses mesmo dos mais esquerdistas, lutando por todos
os meios pela hegemonia do proletariado na luta.
Desde já, agora mais do que nunca, concitamos às massas pro-
proletariado,
letárias e camponesas a que apóiem o Partido de classe doComunista.
o Partido Comunista, seção brasileira da Internacional
Só o proletariado, organizado em seus próprios organismos dede
luta (sindicatos revolucionários, comitês de fábricas, de usinas,lutas
fazendas, comitês de luta), experimentado por suas próprias
econômicas e políticas (greves, luta pela terra e contra o imperia-
lismo), sob a direção da vanguarda consciente do proletariado, o
Partido Comunista do Brasil, poderá dirigir e levar até a vitória a
revolução agrária e antiimperialista.
Aos milhões de trabalhadores das cidades e dos campos, aos
operários, camponeses, soldados e marinheiros, lançamos o nosso grito
de guerra:
Organizai-vos e armai-vos!
Apossai-vos de toda a terra!
BR oranass ve.one.eee220 LL4 05 em 001 “,qu
Confiscai-a! Dividi-a!
Apossai-vos das empresas imperialistas!
Dia de 7 horas!
Aumento geral dos salários!
Dia de 6 horas para os menores e às mulheres!
Pão e trabalho para os desempregados!
Criai o governo operário e camponês baseado nos:Soviets, isto
é, nos Conselhos de Operários e Camponeses, Soldados e Marinheiros!
Pela União das Repúblicas Sovietistas da América Latina!
Rio, junho de 1930.
O Presidium do Partido Comunista do Brasil
(A Classe Operária, 08.07.1930).
O MOVIMEN
b) REVOLUC TO REVOLUCIONÁRIO DO BRASIL E A LIGA
IONÁRIA DE PRESTES (SETEMBRO DE 1930)
Brasil e coloca inevi-
A crise econômica paralisa toda a vidadadorevolução.
tavelmente na ordem do dia o problema A crise da
monocultura dominante do café, que representaas80condições por cento de toda
a exportação do Brasil, não se resolve, dadas de super-
produção mundial de café, das existência s em forma de posse e de
trabalhos feudais. Lançam-se ao mar milhares de sacas de café;
despachos telegráficos noticiam com frequêncidaa riqueza incêndios "casuais"
nos armazéns de café; à custa da destruição nacional os
feudais e a burguesia querem livrar-se da superprod ução. Os porta-
-vozes do Presidente do Brasil nos Estados Unidos não provaram que o
explorar o petróleo, tem intenção
imperialismo ianque, que querempresas
de aplicar capital nas falidas de café. O governo do Brasil
procura justificar o enorme empobreci mento do povo afirmando que
é resultado da crise do capitalismo mundial.criseNa jáverdade, a crise do
capitalismo agravou e complicou uma grave existente em toda
a economia do Brasil. A penetração rápida de capital em um país
ainda com vestígios feudais e semi-escra vagistas de trabalho, levantou
de forma grave a questão do mercado foge interno. Dos 40 milhões de
habitantes do Brasil, quase um quarto avelãs. do jugo feudal morando
nos bosques e alimentand o-se de cocos e de A grande maioria
da população é formada pelos trabalhadoresA produção agrícolas, que recebem
um salário insuficiente para seu sustento.pós-guerra, encontra-s têxtil, que se
de
desenvolveu rapidamente no períodocausa da concorrência estrangeir e numa
situação insolúvel não somente por a,
mento de toda a população. 'Oartifi-
mas também graças ao empobrecirapidamen mil-
te. Para sustentá-lo
«réis - moeda brasileira -a caicapitalistas estrangeiro
cialmente vendem-se terras s, organiza-se um
87
aroransse va.enc.erE, 220 LLU09 om oo b ª«(x-ºl S
Libras
Ano
---
36.224.000
1926
31.908.000
1927
40.682.000
1928
38.840.000
1929
33.655.000
1930
iu em 5.185.000
A exportação, em comparação com 1929, diminu
no mesmo período, em
' libras esterlinas. A importação diminuiu,
12.657.000 libras.
o ano mais crítico
A importação caiu mais baixo que em 1927,
ica do Brasil. Estas cifras são muito otimistas, como
da vida econôm
eira situaçã o é muito
são todas as cifras oficiais do Brasil. A verdad
l da econom ia dos diferen tes esta-
pior. O desenvolvimento desigua
a opress ão dos imperia listas, levam a uma luta perma-
dos do Brasil,
a Paraíba levada a
nente entre os diferentes estados. A luta contra
ações organi zadas com o apoio
efeito pelo governo central, as conspir
pelo govern o de Minas Gerais, as ameaças
do imperialismo ianque
de parte do govern o do Rio Grande do Sul, a quase
permanentes
mãos de Ford, carac-
independência do Amazonas que se acha nas
e suficie nte a instabi lidade política e
terizam de forma bastante clara
econômica de todo o país.
do Brasil lutando
Os dois imperialismos preparam a divisão
que os golpes de Estado se
ferozmente um contra o outro. É por isso
com as tentati vas de compro misso, com
alternam com os populares,
o assassi nato de ministr os, com tentati vas novas
ameaças novas, com
base de relaçõe s entre os
para se chegar a um compromisso sobre a
café se encont ra firme nas mãos
dois imperialismos. A produção do
o, nas mãos dos Estado s Unidos . Todas
da Inglaterra. Seu consum
com a venda do subsolo
as esperanças de obter novos empréstimos,
ao imperialismo ianque.
para a exploração do petróleo, estão ligadas
e a burgue sia do Brasil capitularam defini-
É por isso que os feudais
dos imperia listas. É por isso que os feudais e os
tivamente diante
alismo s, e estão prontos,
capitalistas se movimentam entre os dois imperi
estrang eiras, a salvar seus privilégios
graças ao dinheiro e às armas
massa empobr ecida do país. A função parasit ária do
e a explorar a
88
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, 2 O UH 05 am 00 L,? 46
capital estrangeiro se manifesta no Brasil de hoje com uma fran-
queza única: os Estados Unidos fazem tentati vas de criar dois estados
produtores de petróleo, no norte e no sul, organi zar a raciona lização
capitalista, que deve - nas condiç ões semi-es cravas de trabalh o-
levar até a exterminação uma parte da popula ção.
Nestas condições o Brasil, que é um dos países mais ricos do
mundo (possui ouro, petróle o, borrac ha, madeir a, 23% de todo o
ferro do mundo, a mesma quanti dade que os Estado s Unidos ), não
pode desenvolver uma única produção. No país em que há as terras
mais férteis, reina a fome, agoniz a uma parte da popula ção.
II
Nestas condições, nenhum grupo político do econôm Brasil nega que a
crise atualm ente alcanç ou toda a vida polític a e ica do país.
Nada faz crer que se possa salvar a situaçã o com emprés timos par-
ciais, entregando o café a diferen tes países sem indeniz ação. As clas-
ses dominantes do Brasil compre endera m bem que não poderã o mais
governar usando os métodos antigos. Um dos mais intelig entes con-
servadores escreveu em "La Nación" de Buenos Aires no dia 1.o de
agosto:
"Uma coisa Prestes, sem dúvida, compreendeu bem:no oBrasil, tempo das
revoluções políticas no Brasil já passou. Atualmente, só é
do artigo
possível uma revolução social." O autor a inquietação dos grupos mostro u que com-
preende bem o caráter da crise atual, reflete golpe de Estado,
dominantes que começam a compreender que. cada a uma revolução ver-
nas condições atuais do Brasil, pode conduz ir
dadeira, quer dizer, fazer passar o poder de uma classe para outra.
Na relação das forças de classe no Brasil produz em-se mo-
dificaç ões muito sérias. Essas mudan ças depend em, sobretu do, de:
1) do agravamento da crise econômica e polític a do País; 2) de uma
inevitabilidade de lutas de classe, tanto na cidade como no campo,
lutas que se desenr olam sob dois aspecto s: de um lado a luta contra
o feudalismo e, de outro, a luta do proleta riado contra o capital
estrangeiro e nacional; 3) a luta agravada entre os dois rápidos imperialismos;
4) pela inevitá vel revolu ção agrária ; 5) pelos efeitos da ori-
gem da crise sobre a pequena burguesia.
Os conservadores ligados à política tradicional do ação Instituto do
Café, nas mãos de Londre s, e com a técnica de explor feudal-
«capita lista de São Paulo, Santos, mostra ram tendênc ia de fazer con-
cessões ao imperialismo ianque para atenua r a gravid ade da crise
financeira. Os conservadores compreenderam bem que oAimperi alismo
ianque não preten de mudar a base feudal do país. viagem do
presidente a Nova Iorque devia dar uma afirma ção precisa a esta
89
Br oDranass 820LL4O Sa, 00 T 47
90
BR DFANBSB 220 L LOS 0m 004 Aú 74
$
Essas trocas não modificam nada, nem
a política nem a relação
Entre as classes, mas refletem assuntos
sérios no desenvolvimento do
movimento. Primeiramente, mostra
que a crise foi muito profunda;
segundo, que a situação é completamente
instável; terceiro, que a luta
entre os dois imperialismos tornou-se
mais grave e os imperialistas
buscam uma base mais forte no país;
quarto, que os grupos domi-
nantes temem o movimento revolucionár
io operário e camponês e
não podem mais lutar contra as massa
s apenas com o terror: para-
lelamente com o terror empregam métod
os de demagogia social. A
Coluna Távora satisfaz todas estas condi
ções e é um meio direto nas
mãos do imperialismo ianque. A Coluna
Távora pode ser empregada
na luta armada entre os diferentes Estad
os se isto for necessário para
0 imperialismo ianque. Recua durante
as conferências entre conser-
vadores e liberais e no momento atual
luta em favor de um desloca-
mento político a favor do governo de Minas
Gerais que está intei-
ramente submisso ao imperialismo ianque.
O manifesto de Távora,
chefe atual da Coluna, no qual ele defende
abertamente os capitalis-
tas estrangeiros, luta contra a revolução
agrária, demonstra que em
caso de lutas revolucionárias os chefes atuais
da Coluna massacrariam
Operários e campesinos e defenderiam a contra
-revolução. Eis a ra-
zão pela qual a Coluna Távora é um inimig
o declarado das massas
trabalhadoras e camponesas e forma uma
organização militar de feu-
dais-capitalistas que pode assemelhar-se aos
movimentos de Ibánez no
Chile ou da Junta Militar na Bolívia. A Colun
a de Távora luta aber
tamente contra mudanças nas relações agrári
as, contra as massas que
querem se libertar do jugo dos capitalistas
estrangeiros. Os elementos
que encabeçam a Coluna de Távora,
nos projetos de reformas, não
vão mais longe do que exigir a dimin
uição das plantações de café,
parte do qual mediante indenização, seria
dividida entre camponeses
ricos. A posição da Coluna está diretament
e dirigida contra os tra-
balhadores e camponeses do país. Não
pode enganar trabalhadores
e camponeses mais esclarecidos.
III
91
aroransss ve.enc.ece 2) | L 4050m pb & of]! 4
país exige mudanças mais drásticas. Está pronta a sustentar a luta
das massas pela independência do país contra o jugo do capitalismo
estrangeiro. Prestes colocou-se à frente desta parte
guesia. Lançou o programa agrário antiimperialistada dapequena bur-
revolução.
Compreendeu que a Coluna, pequeno-burguesa por sua composição,
ideologia e organização, passara para a contra-revolução antes do
começo da revolução operária e camponesa. Ele, porém, não compre-
endeu que esta passagem (mudança) não é um acaso histórico nem
falta de um programa exato, mas o resultado inevitável oscilações
da pequena burguesia entre os feudais e os burgueses e das
lucionária. Somente os operários e camponeses do Brasila podem
massa revo-
fazer
a revolução agrária e antiimperialista. A grande maioria da população
do Brasil é formada pelos operários e trabalhadores
zá-los, encabeçar seus movimentos, conduzir suas lizasagrícolas;
pela
organi-
realização
verdadeira do programa agrário e antiimperialista pode fazê-lo so-
mente o partido mais organizado, mais adiantado, mais experiente,
o partido do proletariado, o P.C. Em nossa época histórica, a luta
contra o P.C. é uma luta dirigida pela classe dominante ligada ao
imperialismo. A experiência do movimento revolucionári mundial
justifica cada dia esta conclusão. Prestes mesmo cita oo exemplo
mexicano, em que a decadência da revolução foi inevitável graças «às
lutas pela pequena burguesia. Apesar disto tudo, Prestes organiza
uma segunda Coluna sabendo muito bem que deve seguir inevitavel-
mente o mesmo caminho de oscilações e chegar aos mesmos resul-
tados, é bem possível que na segunda Coluna Prestes se encontrem
elementos da pequena burguesia que estejam prontos a sustentar, no
começo, o movimento revolucionário de operários e camponeses;
porém, somente debaixo da direção do proletariado esses elementos
poderão realmente servir no início da revolução. Cada tentativa deles
de lutar pela hegemonia, para fazer uma política "independente", isto
é, oscilar entre as duas classes da sociedade levará inevitavelmente ao
fracasso da revolução. O proletariado da China teve uma grande
experiência sustentando o Kuomintang, que era um partido de dife-
rentes classes sob a direção da pequena burguesia. Somente
lutando contra o Kuomintang, o proletariado formou o P.C. que agora,
as lutas vitoriosas de operários e camponeses. Em seu segundo dirigemani-
festo, Prestes adverte aos operários, camponeses e a pequena burguesia
do Brasil a repetir a experiência fatal do Kuomintang chinês e a criar
no Brasil um partido de diferentes classes sob a direção pequena
burguesia. Ele chama este Kuomintang do Brasil de LigadaRevolucio-
nária. Para superar a desconfiança das massas diz que essa Liga não
será um partido político, mas um aparato técnico revolução; é
evidente que nada depende de um nome, mas doda conteúdo.
Liga Revolucionária luta pelo poder no país, quer dizer, a Liga é umA
partido político. Prestes diz no segundo manifesto que somente o
92
sr oransse ve.cnceze, 2201 dol jo 400
93
BR DFanBSB ve.cnc.ezE,
820 LUO05 q 00
4 ro Lol
plica claramente que a questão da frente única é uma
questão da
ligação de cúpula entre o P.C. e os chefes da pequena
burguesia,
da cidade e do campo; ela representa a frente única como
uma combi-
nação "desde arriba" entre o P.C. e os chefes da pequena
burguesia.
Prestes não rompeu com sua primeira Coluna para
sustentar sem
reservas a revolução agrária e antiimperialista sob
a direção do
proletariado. Cria um partido que dobra as forças revoluci
onárias, que
tem como tendência a luta da pequena burguesia
para dirigir as
massas camponesas. A Coluna número dois repete a velha
experiência
política em condições históricas diferentes; porém a segunda
Coluna
Prestes é sem dúvida mais perigosa que a primeira
experiência de
Prestes. Primeiro, porque Prestes lança um program
a da revolução
agrária e antiimperialista; segundo, porque trata de
ligar a luta
militar com o movimento . de massas; terceiro, porque
a experiência
insuficiente do proletariado e das massas camponesas nas lutas
revo-
lucionárias e pela popularidade de Prestes. Eis por que o
P. C. não
deve menosprezar o perigo que representa a Liga Revoluci
onária; a
luta por um partido de classe, verdadeiramente ligado ao
proletariado
das fábricas, empresas imperialistas, com as "fazendas"
e as empresas
rurais, deve ser continuada com toda a força. pelo P.C.
A luta por
uma linha ideológica clara, independente, contra
toda a confusão
e as oscilações entre as diferentes classes que aparece no
documento
da Liga Revolucionária, deve ser reforçada por uma
luta titânica
para ganhar verdadeiramente influência sobre o proletar
iado e campo-
neses. Deve ser condenada com toda energia a passividade do Partido
no movimento de operários e camponeses. Graças a esta passivid
ade
do Partido, Prestes ganha influência sobre certos elemento
s pequeno-
-burgueses dentro do Partido mesmo. O fato de que algumas
organi-
zações (Pernambuco) tenham distribuído o manifesto de
Prestes sem
fazer nenhuma crítica demonstra como a situação pode
ser perigosa.
Os trabalhadores da onda grevista que está tendo início, os trabalha
-
dores agrícolas das fazendas e os milhões que moram nos bosques
,
buscam uma direção revolucionária. A verdadeira frente única que
pode assegurar a realização da revolução agrária e antiimperialista
consiste numa união real, verdadeira, orgânica, destas massas nas lutas
que se aproximam e se agravam. O P.C. deve demonstrar sua força
combativa, deve realmente encabeçar as lutas que se avizinha
m.
O Partido deve explicar com toda clareza que a Liga Revoluci
o-
nária de Prestes se acha diante de dois caminhos possíveis
; um, que
seja diretamente envolvido, que pese suas declarações
sobre a greve
agrária, num golpe de Estado preparado e sustenta
do diretamente
pelos governos liberais (o de Minas Gerais, parcialmente
o do Rio
Grande do Sul) e pelo imperialismo ianque; o outro, é que
inicie a
luta independente, apoiando-se nos grupos pequeno-burgue
ses da ci-
dade e do campo. No primeiro caso, o Partido deve combate
r com
94
BRDFANBSB vs.GNc.EEE_%) O L É 44 Sa+od L (filiªl
toda sua força a Liga Revolucionária, que seria um sustentáculo di-
reto do fascismo de Távora e do capital nacional e estrangeiro. O
perigo de uma tal alternativa é grave, porque a influência da Coluna
Távora sobre os elementos pequeno-burgueses que cercam Prestes é
muito grande e porque a demagogia sobre uma "revolução" produz
grande impressão sobre a pequena burguesia oscilante que teme um
verdadeiro movimerito de massas. No caso em que Prestes realmente
seguisse suas declarações, encabeçando a luta dos grupos da pequena
burguesia contra o imperialismo e o feudalismo, o dever do Partido
seria sustentar todas as lutas verdadeiramente antiimperialistas e
antifeudais através de uma ação revolucionária independente. A pa-
lavra de ordem deve ser: "Marchar separadamente e combater jun-
tos o inimigo comum." Cada tentativa de sustentar, nas atuais
condições brasileiras, o movimento revolucionário da pequena bur-
guesia por meio de uma ação que não se baseie na frente única dos
operários e dos camponeses, a não ser que se faça por meio de pactos
com os chefes pequeno-burgueses, dará a direção do movimento aos
ditos chefes, enfraquecerá o P.C., tornará impossível a direção das
batalhas rurais pelo proletariado, o que é a única condição inevitável
para a revolução vitoriosa. É por isso que toda batalha deve ser
travada com energia, que seja realmente uma batalha de operários
e campesinos e o P.C. deve Jutar tenazmente para ser o chefe delas.
Não se deve dar a possibilidade a nenhum grupo pequeno-burguês,
a nenhum general revolucionário, de quebrar a verdadeira união do
proletariado e das massas camponesas. Descobrindo cada oscilação,
cada tendência de compromisso com os feudais e a burguesia, fazer
possíveis as lutas vitoriosas das massas do Brasil. Eis a razão porque
neste momento, quando a situação mostra que o Brasil se acha na
véspera de grandes lutas, o P.C. deve mobilizar todas suas forças,
acabar com as oscilações dos elementos pequeno-burgueses dentro
do partido mesmo; orientar cada célula do partido, que deve criar
uma frente única em cada usina (fábrica) e em cada empresa; enviar
delegados às regiões em que a luta dos camponeses teve início, a fim
de dar uma orientação a este movimento. Nas greves, é preciso expor
ao proletariado as questões políticas e começar a formar comitês ope-
rários e camponeses que possam organizar e unir as forças revolu-
cionárias dos operários e camponeses. Uma das maiores falhas no
trabalho do Partido é a ausência de formulação clara das reivindica-
ções dos operários e camponeses. A teoria dos liberais, de que du-
rante a revolução as lutas econômicas não têm um papel decisivo, é
dirigida diretamente contra os operários e camponeses. Somente nas
lutas pelas reivindicações imediatas, as massas se armarão, formarão
diante da batalha sob a direção do nosso Partido, Os revolucionários
honestos, nesta frente, farão verdadeiramente a revolução agrária e
antiimperialista. Todos os que vacilam, que substituem o Partido do
95
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, 2) () | Lªi. 05 am 004 ; e:
proletariado pelos agrupamentos da pequena burguesia ou pelos gol-
pes de Estado de caudilhos que se dizem revolucionários, estarão
inevitavelmente do outro lado da barricada. A situação revolucionária
exige do Partido, com todas as forças, um aumento de fé como força
dirigente das lutas, o fortalecimento da organização, a luta pela plena
independência política e sobretudo a independência na ação revolu-
cionária, a fim de poder criar a frente única da batalha dos operários
e camponeses. Unicamente trilhando este caminho o P.C. do Brasil
poderá cumprir sua missão histórica.
(Revista Comunista, Buenos Aires, ano 1, n.o 1,
setembro de 1930).
99
sroransss vs.enc.eEÉ, 8201LUOS amo ol 10: Lo
rguesa,
riado, de seu papel independente na revolução democrático-bu
perda de sua hegemon ia, que seria conquis tada pela
significaria a
es
pequena burguesia revolucionária. Praticamente, dadas as condiçõ
, de fato, para
do Brasil, resultaria disto que a hegemonia passaria
ses e dos
as mãos dos politicastros, dos aventureiros pequeno-burgue
demagog os liberais.
do proleta-
Somente um partido marxista e leninista irredutível
os fins do
riado revolucionário que procura atingir, essencialmente,
rguesa e quer, custe o que
proletariado na revolução democrático-bu
o de sua consciên cia de classe, sem jamais
custar, o desenvolviment
prole-
perder de vista que, nesta revolução democrático-burguesa, o
campone sa revo-
tariado deve ser a vanguarda que arrasta a massa
constitu i a "única garantia do
lucionária, só um semelhante partido
revoluç ão e de sua transfo rmação mais rápida e
acabamento" desta
mais fácil numa revolução socialista.
ta do
Diversos fatos indicam que, no seio do Partido Comunis
nder a importâ ncia da
Brasil, muito longe estão ainda de compree
iado na revoluçã o democrá tico-bu rguesa, e a
hegemonia do proletar
de um partido "indepe ndente" do proletar iado,
necessidade absoluta
teoria da "revo-
para realizá-la. No partido, prega-se abertamente a
sob cuja cobertur a "o prole-
lução democrática pequeno-burguesa",
-se para a conquis ta do poder" (camarada
tariado poderia preparar
menchev ista, antileni nista e antimarx ista, nega
Brandão). Esta teoria
tico-bu rguesa, como
a hegemonia do proletariado na revolução democrá
preparação
garantia essencial contra sua derrota e como a melhor
do proletariado para a conquis ta do poder.
teoria, é a prática
Mas o que é muitíssimo mais perigoso desta
papel independente ao
do P.C. do Brasil, consistindo em ceder seu
estes últimos anos.
B.O.C., o que se verificou durante
100
sr pranasa ve.cnc.eze, 82011 405 em oot i º to8
política do Bloco só poderá mudar-se radicalmente com a condição
de que o P.C. do Brasil se torne o "único" partido operário revolu-
cionário, desolidarizando-se, por completo, de todos os partidos pe-
queno-burgueses, e nenhuma reserva fazendo à sua política indepen-
dente de classe, do proletariado.
Isto significa que o Bloco Operário e Camponês, servindo tem-
porariamente para encobrir o partido comunista, sob o aspecto da
legalidade, deve seguir efetivamente uma linha leninista. De outro
lado, o partido comunista deve aproveitar-se cada vez mais de todas
as ocasiões para aparecer abertamente na arena política,
O surto revolucionário do movimento operário e camponês da
massa, que se desenvolve anualmente no Brasil, criará certamente
tais possibilidades.
6 - O Partido Comunista do Brasil e as
organizações de massa
O Partido Comunista do Brasil só poderá desempenhar o papel
de vanguarda do proletariado deste país e conservar a direção na
revolução democrático-burguesa, sob a condição de saber organizar
as massas operárias e camponesas nas largas organizações sem partido
e de se garantir na direção destas organizações. Além dos sindicatos,
o partido comunista deve tomar a iniciativa para a organização de
Uniões (ou comitês) revolucionários camponeses sem, no entanto,
transformá-las em partido camponês independente. A convocação de
conferências dos representantes dos sindicatos e das Uniões revolu-
cionárias camponesas dará a possibilidade de realizar, períodica-
mente, o Bloco de combate dos operários e dos camponeses para a
realização de tal ou qual ação em comum (blocos eleitorais, blocos
para ações políticas em comum, blocos de combate para a insurreição).
Por meio de tais blocos, serão criadas as premissas para sua trans-
formação ulterior em soviets, em órgãos de insurreição e de poder.
7 - As tarefas imediatas do Partido Comunista do Brasil
O P.C. do Brasil não poderá ser, nos combates revolucionários
que se anunciam, o chefe das massas operárias e camponesas sem
lutar decididamente e irredutivelmente contra todas as espécies de
tendências liquidacionistas que procuram destruir completamente ou
diminuir seu papel revolucionário (negação da hegemonia do prole-
tariado da revolução democrático-burguesa, negação da necessidade
de um partido revolucionário independente do proletariado, substi-
tuição pelo B.O.C. de um tal partido etc.). O partido deve depurar
«resolutamente os quadros dirigentes de todos os elementos liquida-
cionistas, oportunistas de direita, que se arrastam a reboque da massa
101
o rp" Lo4
aroranssa va.oncece, 820 LL4OS and
Os grandes proprietários
e o "democrático" nacional:
Têm dois partidos: o republicano
senta a extrema-direita da contra-
O partido republicano repre
pelo ouro de Londres e de Nova
«revolução brasileira. Corrompido
a ao imperialismo, à contra-revo-
Iorque, cada vez mais se subordin
class e é representada especialmente
lução internacional. Sua base de
102
broransse 22 04 LUOS or aO byello
103
BRDOFAN
BSB ve.c
NC.E EE, 3MO
L/4G S
- Mais ou menos a mes m opl
N 1a
ma política!
Perante os agrários; Mor
ais Barros é um defens
deiros feudais. E diz- or dos fazen-
se "democrático"! Assi
s Brasil é proprietário
a
os (os fazendeiros, os esta
Engenho, os usineiros) n-
massa de operários para servir a grande
agrícolas, arrendatário
Proprietários, s e pequenos lavrad
ores
Perante os imperialista
s: o Partido pretensam
apoiou o empréstimo que ente libertador
o governo gaúcho contraiu
de Nova Iorque; o par com White Weld,
tido pretensamente dem
em favor das homenagen ocrático do Rio votou
s ao agente imperialista
Herbert Hoover.
e aos imperialistas
»
de fundo revolucionár
io.
O proletariado está Org
anizado nacionalmente
rário e Camponês, Org no Bloco Ope-
anização de massas.
Os pequenos proprietá
rios oprimidos não est
partido político. Mas ão organizados em
sua vanguarda dispõe
simpatias. Essa Vangua de um vasto círculo de
rda da classe média emp
Por Luís Carlos Preste obrecida é formada
s e seus bravos compan
heiros,
104
BROFANBSB ve.onc.EE
E 8207 1 40 Sam
00 LW“! 12
Seria da mais alta conveniência
1922 e de 1924/1 se prolon,
nando-o do mesmo 927
do povo brasileiro con teúdo revo
deve travar-se em todos os terrenos - cultural,
pedagógico, literário, científico, artístico, moral, reli
jurídico, eleitoral, orgâ
a luta ao terreno milinico , econômico, político, social, gios
mili
o, filosófico,
tar. Limitar
derrotas. tar é uma estr eite za que só pod e acarretar
Luís Carlos Pres
suas responsabilidadestese etiraseus
r o
bravos companheiros devem pesar as
máximo partido de todos os aconte-
cimentos em benefício do seu e nos so ideal próximo: a derrubada do
inimigo comum.
A Campanha
importância de umadoeleiBloc o Operário e Camponês acaba de provar a
ção, desde que saibamos dar-lhe um conteúdo
revolucionário,
Ela despertou mas ainda virgens de toda luta,
Perante seus olhos atônsas itos, horizontes ilimitados. . , rasgando
Tendo em vista a sucessão presidencial e as suas consegiê
icas e sociais, a luta cont ncias
Proprietários, especialmente contraraososimpe rialistas e contra os gran
des agrários, deve constitudesir
a base de uma aliança entre o proletargran
Nem partido republicano, nem partiado com Luís Carlos Prestes.
ticos! Bloco do proletariado com a classeidosmédpret ensamente democrá-
ia proletarizada tend o
de resolver o problema agrário e libe, rtar 0 único verdadeiramente capaz
o Brasil das garras do im-
perialismo!
Seja este o grito de guerra das massas laboriosas!
(Diário Carioca, Rio, 30.01.1929).
b) A SIGNIFICAÇÃO DAS ELEIÇOES PARA O PROLETARIADO
(FEVEREIRO DE 1930)
106
BR DFANBSB va.cnc.eEE- 220 LL4OS om 00 tip» 44
Votar nos candidatos operários, apresentados pelo
rário e Camponês, será uma formidável manifestação da Bloco vontade
Ope-
de
luta das massas trabalhadoras, contra os seus exploradores e opres-
sores, nacionais e internacionais.
Esta a verdadeira posição que devem assumir os trabalhadores
no pleito de março, quanto às eleições.
Tudo pelos candidatos do Bloco Operário i e Camponês! N
Nada para os candidatos burgueses, mesmo pintados de "li-
berais".
Tudo pela vitória dos candidatos dos trabalhadores!
Tudo pela derrota dos candidatos burgueses!
(A Classe Operária, 15.02.1930).
Camaradas! -
O 1.o de agosto é a jornada internacional de
luta dos explo-
rados do mundo inteiro contra a exploração e
a guerra imperialista,
e por suas reivindicações.
A luta proletária cresce no mundo inteiro.
Na União Soviética, os operários e camponeses
constroem o
socialismo, aumentam a produção, aumentam os
salários e o bem-
-estar dos trabalhadores, ao mesmo tempo que
os países capitalistas
se debatem numa crise sem saída.
Na China, 60 milhões de trabalhadores organizaram
já o seu
poder, os seus soviets.
Nas Índias, 400 milhões de trabalhadores se uniram para a luta
e não há forças no mundo que as possam vencer.
Na Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos,
os combates
de classe cada vez tomam maior vulto.
Crescem os combates de classe e crescem os
perigos de guerra
imperialista. Os imperialistas, os burgueses
preparam novas matan-
cas para repartir de novo entre si as colônias,
para sair da crise
em que se debatem, para esmagar antes
de tudo a União Soviética,
que mostra aos trabalhadores do mundo
inteiro o caminho da liber-
tação.
Na China lutam os generais entre si, ao serviço
dos imperia-
listas. Os canhões ingleses bombardeiam os trabalhadores
hindus.
É já a guerra.
Entre nós, no Brasil, a luta imperialista já provocou
também
a luta armada: na Paraíba corre o sangue dos filhos
dos traba-
lhadores, em proveito dos banqueiros estrangeiros.
Amanhã, os
ianques lançarão os seus agentes para fazer pronunciamentos
para
depois "restabelecer" a ordem, massacrar os trabalhadores
e reforçar
109
BR DFANBSB Vve.cGNC.EEE, 220)1 405 êm o OL No 147
a sua dominação no Brasil, com apoio daquele
o que eles já fizeram ia Colômbia, na Bolívia,s namesmos agentes. É
América Central.
De pé, camaradas!
No dia 1.o de agosto as massas trabalhadoras provarão que
querem lutar contra os perigos de guerra e por suas reivindicações.
Basta de escravidão! Viva a luta decidida e corajosa contra
todos os exploradores e opressores!
Operários! - organizai comitês de luta em todas as fábricas;
organizai a frente única de todo o proletariado; manifestai no dia
1.o de agosto fazendo greves e demonstrações de rua!
Trabalhadores agrícolas, colonos, pequenos lavrado - orga-
nizai comitês de luta em todas as fazendas e localidadesres!do interior;
manifestai no dia 1.o de agosto contra os senhores feudais e o
governo, contra a polícia e os fazendeiros; tomai a terra, recusai-
-vos a pagar impostos; resisti à polícia dos negreiros!
Soldados e marinheiros! - preparai-vos para a luta; fraternizai
com os trabalhadores!
Trabalhadores negros! - a vossa escravidão continua! lutai
em conjunto com os demais trabalhadores contra a explora ção feudal,
por vossa libertação definitiva!
Índios! - organizai-vos para reconquistar pela luta as terras
que vos roubaram e para a vossa completa emancip ação!
Desempregados! - organizai os vossos comitês de luta em
todos os bairros e em todas as localidades, e manifes
com os demais trabalhadores no dia 1.o de agosto! tai juntamente
Viva a frente única proletária de massas nas demonstrações de
1.o de agosto!
Contra a guerra imperialista, pela defesa da União Soviética,
pátria comum dos trabalhadores do mundo inteiro!
Pela defesa da revolução na China e nas Índias!
Contra a reação policial, pelo direito à rua, pela liberdade de
organização e de greve!
Pela verdadeira libertação dos trabalhadores negros!
Pão ou trabalho para os operários desempregados, terra aos
trabalhadores da lavoura!
Indenização de 6$000 diários por conta dos patrões aos ope-
rários desempregados!
Pela jornada de 7 horas de trabalho, pelo aumento geral dos
salários!
Confiscação dos latifúndios e fazendas e sua divisão entre os
colonos, pequenos lavradores e trabalhadores agrícola s!
Trabalhadores da terra - tomai a terra!
Para fora do Brasil os imperialistas!
Viva a aliança revolucionária dos milhões de operários e cam-
poneses!
110
BR DFANBSB vaGNCEEEfgÃôl H 0 Sem 00.1.» - “8
Viva o governo operário e camponês, baseado nos conselhos
de operários, camponeses, soldados e marinheiros!
Viva a aliança revolucionária dos operários e camponeses da
América Latina na luta contra o imperialismo!
Viva a revolução brasileira!
O Bureau Político do P.C.B.
(A Classe Operária, 19.07.1930).
111
BR DFANBSB V38.GNC.EEE, 220 [Hog am 00 50» 14
tariado para poder, assim, continuar a política de agravamento das
condições econômicas e políticas das amplas massas.
Diante das possibilidades de uma repetição dos acontecimentos
de 1922-24, com a perspectiva de uma intervenção enérgica do prole-
tariado, Antonio Carlos desviou a corrente revolucio
contra a reação e "fez a revolução antes que o povo anária existente
fizesse". Foi
O que fizeram os liberais,
As forças políticas brasileiras
Quais as forças políticas que tomaram
acontecimentos? Há quatro grupos políticos: posição
a) a
no curso dos
Aliança
b) a Concentração Conservadora; c) a Coluna Prestes; d) o Liberal;
Partido
Comunista.
Os partidos republicanos, compostos pelos semifeuda
industriais, não são partidos de massa, não têm o apoio isdas e am- os
plas camadas da população.
Como explicar, então, o fato de a Aliança Liberal ter conseguido
mobilizar as massas em seu favor? Três fatores colaborar
tornar possível a Aliança Liberal obter o apoio das massas:am para
1) A ausência de um Partido Comunista forte,
capaz de agitar, organizar e mobilizá-las para a luta dedeconquista
massas,
de suas reivindicações mais imediatas, ao mesmo
gradualmente o conteúdo de luta dos movimentostempo de
que elevar
massa;
2) O apoio tácito da Coluna Prestes que,
eleitoral para a sucessão presidencial, permitiu àdurante
Aliança
a campanha
Liberal a
exploração demagógica das tradições revolucionárias da Coluna;
3) O apoio dos partidos democráticos dos diferentes Estados
e das oposições dos Estados governados por elementos da Concen-
tração Conservadora, e o apoio do Partido Libertador do Rio
do Sul, o qual, em diversas ocasiões combateu, com armas naGrande mão,
o governo do Estado e gozava da simpatia das massas.
Foi graças a uma agitação demagógica, desencadeada por ele-
mentos insuficientemente desmascarados diante das massas, que foi
possível à Aliança Liberal mobilizá-las para sua política estreita-
mente reacionária,
Seria a Aliança Liberal um instrumento dos
imperialistas americanos?
É preciso fazer uma análise profunda e séria
categoricamente que a Aliança Liberal é um instrumepara
nto
se afirmar
rialistas ianques. O Partido Comunista do Brasil sempredosafirmou
impe-
que a Aliança Liberal praticava a política do
e a Concentração Conservadora a do imperialimperiali smo americano
ismo inglês. Não po-
112
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, 8361331 0 94 0ogl 10 L20
demos, no entanto, fazer uma afirmação tão categórica apesar da
nossa convicção de que o imperialismo americano aproveitar-se-á da
política antiprotecionista do novo governo. Também os ingleses,
entretanto, se aproveitarão dessa política, póis que tentaram dissuadir,
por várias ocasiões, o governo derrotado pela revolução, da política
protecionista à indústria "nacional" têxtil. !
Dos capitais investidos no Brasil, a Inglaterra dispõe de um
milhão de dólares a mais que os Estados Unidos. É este um fator
importante que impede de se afirmar categoricamente que o golpe
de força foi realizado pelos imperialistas americanos.
Segundo uma publicação do financista americano Max Winkle,
surgida a 18 de abril de 1930, os capitais aplicados no Brasil elevam-
-se a 3.259.720.000 dólares. O primeiro lugar é ocupado pela Ingla-
terra, com 1.512.180.000 dólares; o segundo, pelos Estados Unidos,
com 504.760.000; o terceiro lugar pertence à França com 88.700.000.
Seguem-se os capitalistas holandeses, belgas, italianos, alemães etc.
A superioridade inglesa é enorme e é essa desvantagem que os Estados
Unidos querem superar.
É possível que o imperialismo americano tenha apoiado a Aliança
Liberal com o fim de combater a política de valorização do café,
mas o imperialismo americano não poderá fazer da Aliança Liberal
um instrumento cego a serviço de seus interesses. É preciso consi-
derar a diversidade de estrutura econômica de cada Estado e o
fato de que as posições econômicas decisivas estão nas mãos ou sob
o controle dos imperialismos inglês e americano. E o imperialismo
inglês controla a parte mais importante . .
A atitude das organizações sindicais diante dos
acontecimentos políticos
As organizações sindicais tiveram uma participação ativa na
questão da sucessão presidencial. Os sindicatos dividiram-se em
quatro grupos. Um primeiro, partidário da Concentração Conser-
vadora; outro, partidário da Aliança Liberal; um outro, partidário
dos candidatos do Partido Comunista; e um quarto guardou uma
atitude de "neutralidade".
Para obter o apoio de algumas organizações sindicais, o governo
empregou todos os meios. A corrupção para alguns, a prisão para
os dirigentes sindicais que queriam ser independentes, substituindo-os
por elementos corrompidos.
O governo realizou verdadeiros "golpes de estado" nos sindi-
catos mais importantes que apoiaram a linha luta de classes * do
Partido Comunista. Ele prendeu seus dirigentes e convocou assem-
* Grifado por nós.
BR OFANBSB V3.GNC.EEE, 890 om 60 MQ Lal
bléias, que ele próprio presidia, para eleger substitutos dos dirigentes
que não se deixavam corromper; pôs na ilegalidade todos os sindi-
catos que permaneceram fiéis à luta de classes; confiscou os arquivos
e fechou as sedes dos sindicatos aderentes à Confederação Geral
do Trabalho do Brasil e à C.G.T. ela própria. Será que nos Estados
governados pela Aliança Liberal a situação dos operários melhorou?
De maneira nenhuma. A política de combate ao movimento sindical
revolucionário está sendo conduzida de acordo com o governo federal,
apesar das divergências entre "liberais" e reacionários na questão
da sucessão presidencial. A luta demonstra aos operários que os
burgueses, apesar de suas divergências, unem-se para combater o
proletariado. Nesses últimos Estados, as organizações revolucionárias
foram tomadas de assalto, suas sedes foram fechadas e os militantes
presos ou expulsos do país.
Durante a luta armada, os sindicatos aderentes à Concentração
"Operária" Júlio Prestes organizaram batalhões operários para de-
fender o governo federal. A característica mais importante nesta
intervenção dos sindicatos foi sua atitude franca na questão da
sucessão presidencial. Nenhum grupo procurou disfarçar o apoio
que deu a um dos partidos participantes 'da luta política. As decla-
rações tradicionais segundo as quais os sindicatos são organizações
que nada têm que ver com a política deixaram de funcionar comple-
tamente desta vez. Cada um deles tomou posição.
A Coluna Prestes
A "Coluna Prestes" foi organizada depois da Revolução de 1924,
durante a marcha do Norte ao Sul, através do país, sempre na luta
contra o governo federal. Com esta campanha ela conseguiu ganhar
grande prestígio entre as massas do campo e das cidades. Após ter-se
refugiado na República da Bolívia, continuou no preparo de uma
nova insurreição. Durante a campanha eleitoral apoiou tacitamente
a Aliança Liberal, permitindo-lhe explorar a tradição revolucionária
da Coluna, sem nunca dizer uma única palavra contra esta demagogia.
Vendo que seu prestígio diminuiria entre as massas, a Coluna
decidiu publicar um apelo, declarando-se partidária da revolução
agrária e antiimperialista. Este apelo forçou as diversas correntes
que formavam a Coluna a se definir e cada uma delas a tomar
posição. Todos os elementos que tinham capitulado diante da Aliança
Liberal e diante dos imperialistas, afastaram-se da Coluna sob o
pretexto de que ela havia aderido ao comunismo e pretendia realizar
uma obra nociva aos interesses do país etc. Todos os que pretendiam
ser amigos e soldados fiéis de Prestes, como Távora, Miguel Costa,
Isidoro Dias Lopes e Maurício de Lacerda, abandonaram-no. Távora
114
BR DFANBSB V8.GNC.EEE. ªg; 1 L LOS aw'oob pular
publicou um manifesto contra Prestes, o que lhe valeu a procla-
mação de chefe de todos os que capitularam diante dos imperialistas.
Em seu manifesto Prestes declara: "Ainda uma vez os verda-
deiros interesses do povo foram sacrificados e o povo ordinaria-
mente enganado por uma campanha dita democrática, mas que, na
realidade, não passa de uma luta entre os interesses antagônicos de
duas correntes oligárquicas, ambas apoiadas e animadas pelos dois
imperialismos que nos oprimem e aos quais os políticos brasileiros
entregam o povo subjugado."
Prestes, com o fim de reconquistar a confiança das massas,
confessa seu erro de não haver denunciado anteriormente a misti-
ficação da Aliança e diz: "É verdade que, em parte por omissão, e
em parte por indecisão, fomos também cúmplices da grande mis-
tificação. Mantivemos silêncio quando os liberais de todas as nuanças
e todas as categorias, da primeira e da última hora, serviram-se do
nome da Revolução e particularmente dos nomes de seus chefes."
E mais adiante ele diz ainda: "A caravana política que foi ao Norte
do país para se aproveitar do profundo sentimento revolucionário
de nossos irmãos mais infelizes, os do Norte, orientou toda sua
propaganda em nome da "Revolução" e, entretanto, um dos seus
membros de maior destaque era O atual diretor de "A Federação",
o órgão que traduz e melhor interpreta o pensamento dos reacio-
nários do sul."
_ Prestes, compreendendo a importância das massas como o único
fator decisivo, numa revolução dirigida contra os proprietários de
terra e os imperialistas, e de luta, pela verdadeira libertação nacional
do jugo dos imperialistas, declara no seu manifesto que a "verdadeira
luta pela independência nacional deve, portanto, ser dirigida contra
os grandes latifundiários e contra o imperialismo, e que ela poderá
ser realizada unicamente com a ajuda de uma verdadeira insurreição
nacional de todos os trabalhadores".
Em seu manifesto ele fala dos soviets de operários, camponeses,
soldados e marinheiros e de um governo de todos os operários na
base destes soviets.
Prestes é um oficial inteligente e que possui uma visão política
e compreendeu que no Brasil o movimento de massas, de largas
dimensões, está em gestação e adotou, com o objetivo de conquistar
a simpatia das massas que serão a força motriz desse movimento,
o programa da revolução agrária e antiimperialista; ao mesmo tempo
ele organizava a Liga de Ação Revolucionária destinada a preparar
a insurreição unicamente do ponto de vista "técnico", deixando ao
proletariado a "hegemonia" e ao Partido Comunista a "direção po-
lítica". Ele mesmo deveria ser um "simples" dirigente "técnico".
"Para sustentar - diz Prestes em seu manifesto -- as reivin-
dicações da revolução que nós propomos, - a única que cremos
115
BR DFAnNBSS &) (1140 Sam gol 0. L23
116
"BR DFanBSa va.onc.ezE. 220 Lis 05 MOC)!“ p 24
qualidades essenciais para a realização de uma insurreição genera-
lizada como a propõe o general Prestes: coesão, iniciativa, audácia
e, sobretudo, capacidade militar."
Naturalmente, Távora não podia acreditar numa revolução rea-
lizada pelo proletariado. A revolução do proletariado é uma revo-
lução libertadora, enquanto que Távora queria uma revolução para
explorar e submeter à escravidão as massas laboriosas.
A atitude do Partido Comunista
O Partido Comunista do Brasil cometeu uma série de graves
erros durante toda a campanha da sucessão presidencial. O Partido
teve uma atitude de completa independência em relação aos dois
grupos de proprietários fundiários e industriais, mas, apesar de suas
afirmações teóricas sobre uma aliança com a Coluna Prestes, em
que guardava a liberdade de crítica e de organização, ao mesmo
tempo que lutava pela hegemonia do proletariado sob a direção do
Partido, a sua política foi, praticamente, de completa dependência
frente à Coluna Prestes.
Enquanto Prestes falava da hegemonia do movimento que deve
pertencer ao proletariado sob a direção do Partido Comunista, ele
preparava "somente" a parte "técnica" da insurreição. O Partido,
que afirmava que unicamente o proletariado, sob a direção do Partido
Comunista, poderia conduzir a revolução agrária e antiimperialista
até o seu final, praticamente não realizava nenhum trabalho para
conquistar efetivamente a hegemonia do proletariado e a direção da
revolução.
O Partido, na verdade, esperava que Prestes realizasse a revo-
lução que, depois, deveria dar ao proletariado a hegemonia e ao
Partido a direção do movimento revolucionário.
Foi um dos grandes erros do Partido e será necessário muito
tempo para corrigir as consegiuências extremamente nocivas à causa
da classe operária. Ao invés de agitar, organizar e de mobilizar as
massas em torno de suas reivindicações imediatas, em lugar de orga-
nizar as greves e de coordenar os movimentos espontâneos e isolados
para os alargar e elevá-los a um nível superior, o Partido limitou-se
a discutir a questão da hegemonia do proletariado.
A crise econômica e as perspectivas revolucionárias
O governo revolucionário de Getúlio Vargas não poderá resolver
a trise econômica que abala o Brasil.
A base fundamental da economia brasileira é o café e o Brasil
é o seu maior produtor. A produção mundial para o ano de 1930
está avaliada em 32 milhões de sacas, das quais 23 milhões são
117
UB Samoa
aroranasa va.cne.EcE. 87 0 [L
118
ar oransse vs.onc.ere, 82 0 L L 405 gm GOL,“? 26
muito tempo. As massas trabalhadoras e a pequenasolução burguesia per-
derão depressa todas as ilusões sobre uma possível de seus
problemas pelo governo atual.
As greves desencadeadas serão cada vez mais te.profundas, as
revoltas armadas no interior rebentarão inevitavelmen relativo à exe-
O decreto da Junta Revolucionária doà Maranhão execução dos elementos
cução de todos os agitadores cumunistas,
da Coluna Prestes e dos comunistas no Estado do Rio Grande do
Sul, de cinquenta comunistas no Rio derevolução Janeiro, provam as tentativas
da massa de realizar, ela própria, a democrática-burguesa,
que resolverá uma parte de seus problemas.
As medidas reacionárias adotadas pelo governo mostram que
este não vê outro meio para a consolidação do poder da Aliança
Liberal senão a aplicação de um regime de terror, desconhecido até
hoje no Brasil, contra os elementos mais ativos e mais conscientes
da classe operária.
As massas trabalhadoras do Brasilum marcham para a revolução
movimento
agrária e antiimperialista que será do Brasil ainda não revolucionário
de uma impetuosidade que a história conheceu.
A quem pertencerá a direção das Prestes?próximas lutas revolucionárias?
Coluna
Ao Partido Comunista ou àpossibilidade Atualmente, a Coluna
Prestes dispõe de melhores s.. No entanto, se o Partido
Comunista souber organizar a agitação e a mobilização da massa em
torno de palavras de ordem concretas, adaptadas ao momento, se
ele souber organizar as massas e dirigi-las para a luta, se ele souber
- não discutir com Prestes sobre a hegemonia que deve pertencer
ao proletariado sob a direção do Partido - e, sim, organizar as
greves por reivindicações econômicas e políticas mais elementares,
alargá-las e de tal maneira que elas sejam dirigidas cada vez mais
contra o poder burguês e para a conquista do poder pelo proleta-
riado, então, sim, a hegemonia pertencerá ao proletariado e a direção
das lutas ao Partido Comunista.
O Partido não deve ter ilusões sobre Prestes. Este se prepara
para dirigir a revolução e desta maneira aesperar hegemonia não estará
nas mãos do proletariado. Não podemos ao Partido que Prestes dê
por um "decreto" a direção da revolução Comunista.
Nossa tarefa consiste em conquistar a direção e a hegemonia para
o proletariado. Para isto, é preciso desencadear um vasto trabalho
de agitação, é preciso organizar as massas, desencadeand o greves,
movimentos armados no interior, greves de operários agrícolas, e
coordenando e dirigindo os movimentos das massas espontâneas etc.
Assim, o Partido Comunista estará à altura de suas tarefas, como o
único Partido do proletariado.
(Oran, LesLuttes,
Nouvelles DerniersL'International
Événements duSyndicale
Brésil etRouge,
les Perspectives des
janeiro, 1931).
119
BR DFANBSB VB.GNC.EEE. 290
| W 05 amo LX 0 L94
6) O Partido Comunista do Brasil frente aos próximos
combates (janeiro-fevereiro de 1931)
A crise brasileira alcança proporções cadade vezEstado mais graves. A
superprodução do café, que antes do golpe passava de
20 milhõe s de sacas, chega atualme nte à cifra de 24.775. 807.
A colheit a deste ano não será feita e, soment e em São Paulo.
um milhão e duzentos mil trabalhadores transitó rios, sem contar os
colonos, estão destinados a morrer de fome.
Os plantadores de Minas Gerais, sustentados desde o golpe luta
militar pelos imperialistas ianques que os utilizavam em suaPaulo
contra o governo central e contra as posições inglesas de São
e Rio de Janeiro, perderam hoje este apoio.
A questão do café continua sendo, como antes, ao catástrofe problema
principal da situação brasileira. Na esfera financeira
não é menos acentuada. Os interventores dos diversos Estados cla-
mam às portas do Governo Federal, sem nenhuma perspecti va séria
de que este possa socorrê- los. Os bancos não podem saldar seus
compromissos; um dos maiores do país, o Banco de Petrópolis , com
grandes interesses na produção do café e arroz, cujos depósitos em
ouro ultrapass avam 20 milhões, precisou fechar suas portas, vendo-se
o governo obrigado a assumir a responsabilidade pelas obrigações do
mesmo.
O governo não pode pagar regularmente seus funcionár ios. O
empréstimo interno lançado pela Junta e que desde o começo não
passou de uma miserável contribuição - não política, teve nenhum signi-
ficado sério. Foi uma medida de demagogia nada mais.
Os empréstimos do imperialismo ianque não são mais que um
meio para organizar a luta entre os diferentes Estados, sem sequer
solucionar temporar iamente as dificulda des financeira s. Os imperia-
listas de Wall Street enviam suas felicitações à Junta do Governo
muito
surgida com a "revolução", porém mantêm-se severas que importam reservado s quanto
a abrir-lhe a bolsa, exigindo condições muito
numa maior colonização do país.
Os "conselheiros" ingleses que pretendem "salvar" as finanças
brasileiras organizam o contragolpe militar. vel:
A situação das massas tornou-se, sem exagero, insuportá
em Santos, por exemplo, um trabalhad ganha atualmente peloa
or que ganhava de 450
5004000 para cuidar de mil pés de café no máximo,
mesmo trabalho apenas 120#4000. Um homem pode, por ano. Acres-
cuidar de 3 mil pés, o que significa ganhar 3604000
cente-se a isto outros 360$000 que pode obter nos meses da colheita,
e terá 7004000 por ano, isto é, pouco menos de 60$000extra, mensais.
Mesmo supondo que o trabalhador produza, plantando todo
120
- BROFANBSB Va.GNCiEEE, RO 128
o "Correio da Manhã"
* "Em dez meses, incluindo outubro último - diz
ação nada menos de 23.346. 000 libras esterlinas.
- perdemos com a export
sequer a 82 milhões
Se considerarmos que, desde 1926, a exportação não chegou
ida pelo déficit de uma
de esterlinas, se aquilata melhor a repercussão produz
comércio exportador
soma que representa mais de um quarto do valor total do
É como se se fizesse uma transfu são de sangue em um anêmico,
do Brasil. an»
deixando-o em um estado de quase inanição ".
121
ar vacono sem, 820 LL MOS exa 9
122
arbransse vsonc.eee.
320 LLUOS dar oo Lix? ikg0
Podemos sintetizar assim as consegiiências mais graves da luta
armada no Brasil:
1) Uma profunda agravação da crisesobre em todo o país; prepa-
ração de novas lutas interimperiali stas bases mais amplas;
aprofundamento da dependência do país ao imperi alismo, sobretudo
ao imperialismo ianque,
2) Novas experiências das grande s massas que, pela primeira
vez no desenvolvimento do sBrasil, se confrontaram com as táticas
da luta entre as duas facçõe aimperia listas e o papel servil desem-
penhado pelos latifundiários, burgue sia e a pequena burguesia
nacional, em favor de seus interes ses.
Como na Argentina, Bolívia eesPeru, o golpe de Estado do Brasil
não modificou em nada as relaçõPorém, de classe, nem nas formas polí-
ticas nem na forma do poder. é maisaoprofun contrário daqueles golpes
militares, o desencanto das massas do no Brasil porque,
mais que nos países citados , as massas foram arrastadas para as
lutas que se iniciaram nos diversos Estados.
# % 3
No desenrolar dos últimos acontno-bu ecimentos brasileiros, formaram-
-se distintamente dois partidosconqu peque rgueses, estreitame nte liga-
dos entre si, que lutam para nesasistar a hegem onia do movim ento
das massas operárias e campo . Ambo s os parti dos mostr am a
rápida passagem dos velho s eleme ntos do movim ento revol ucion ário
pequeno-burguês, uns para Omo.nacional-reformismo, outro s já aberta -
mente para o nacional-fascis
Josias Leão e Plínio Mello, repre sentantes da ala esquerda daé
Aliança Liberal, encabeçamçaumLiberal sdesba
deste partidos, cujo objetivo
salvar as posições da Alian ratadas pela desastrosa
situação do país e pela grande desilusão sofrida pelas massas em tão
pequeno espaço de tempo.
Seu programa não tem (nas condi ções atuais) um conteúdo sério,m
porém tende a formar organ izaçõ es de fundo operário que sirva
de obstáculo ao desen volvi mento do movim ento revolucionário. A
plataforma deste partido, de granddee influê ncia em São Paulo, é a
mesma que Sanchez Cerro defen no Peru: arbitramento, ajuda
oficial aos desemprega dos, paz entre o capita l e o trabalho, criação
de um Ministério do Trabalho que tos colabore com deleg ações patronais
e operárias para a solução de confli etc. etc.
Apesar de os dirigentes desta tendência se dissimularem com uma
ama
fraseologia bem radical, seu progr o trotskismo políti co fundamental é o cor-
porativismo do tipo fascis ta, sendo o que constitui à
ideolo gia e bande ira desta corre nte nacion al-fas cista. Seus líderes
123
ar oranass 820 1LUg SomÓO ly L3L
124
BR DFanBSB Va.GNC.EEE. Q 01 L4 ip: L32
# ae l
125
BR DFaNBSS V8.GNC.EEE.30 L LU OS Qm 004 s 0 L33
126
aroransssvacneerE, 220 LLUOG i( 434
127
aroranass 820 L 4OS am ool ( LS
128
Br oransse 420 LL ((- LG
129
sr oransse 220 L LOS em o0l, o 37
130
á L38
aroranass ve.cne. EEE. 220 LU Q
131
BR DFANBSB Ve.onc.EEE 2201! L(“O Sanool, 0- L3494
tomar o Brasil e que mandam nesses grupos não deixam que essa
paz seja firme e duradoura. Então, alguns deles enganam o povo
com a volta do regime constitucional. Segundo eles, a Constituinte
dará tudo o que deseja o povo, já farto de ser enganado pelas pro-
messas antigas.
Mas a nova tapeação não pega. O povo trabalhador, faminto,
desempregado, escravizado, quer pão, trabalho, terra e liberdade. A
tal Constituinte nada disso lhe dará. Ela, apenas, servirá para dar
novas pepineiras a João Neves, Maurício de Lacerda, João Alberto e
outros. Que dirão muita palavra bonita, mas que não matarão a
fome do povo. Tal como o antigo Congresso.
Por isso mesmo, o Partido Comunista, partido de operários,
camponeses, soldados e marinheiros revolucionários, é contra a Cons-
tituinte. Nós nunca mentimos ao povo.
O povo oprimido só tem um meio para sair da miséria, da
fome, do desemprego e da escravidão: é lutar todos os dias, por
greves e demonstrações de rua, em defesa de seus direitos. É por
essas lutas, dirigidas pelo próprio povo oprimido das fábricas, das
fazendas, dos quartéis e dos navios, acabar com toda essa cambada
de tapeadores, com ou sem Constituinte! - É preparar dessa forma,
sob a direção do proletariado revolucionário, organizado no Partido
Comunista, a nossa verdadeira e única Revolução, a revolução ope-
rária e camponesa, feita por todo o povo oprimido contra todos os
ricaços nacionais e estrangeiros imperialistas e seus lacaios de cartola
e galão!
Para isso, o P.C.B. apresentará um programa de luta em torno
do qual deverão se unir, numa frente única de ferro, todos os ope-
rários e camponeses, todos os soldados e marinheiros, todos os opri-
midos do Brasil!
(A Classe Operária, 15.12.1931).
132
BROFANBSB Va.oNC.EEE, S20 L ol apud 40
133
BR DFANBSB va.ono eee, B XO VLUTOS oa olp ul" L
l, represen-
do resto do país, sendo sua a maior produção industria
o movimen to ban-
tando seu movimento bancário a metade de todo
a metade de toda a energia
cário brasileiro; sua energia elétrica,
elétrica produzi da no Brasil, seus automóv eis e caminhõ es, a metade
suas
de todos os existentes no país; suas linhas férreas, quase a 1/4;
Porém, apesar deste
arrecadações fiscais, as maiores entradas etc.
nos outros
maior desenvolvimento econômico, em São Paulo, como
a agricult ura se apóia em formas semifeud ais e
Estados brasileiros,
semi-escravistas do trabalho.
de São Paulo re-
Em consegiuência, os latifundiários cafeeiros
grupo mais forte dos latifun diários brasile iros. O go-
presentam o
mãos, sendo também
verno do Estado está tradicionalmente em suas
no govern o federal . Em bene-
tradicionalmente decisiva sua força
de latifun diários , o govern o federal e o do Estado
fício deste setor
café. Utili-
realizam grandes esforços para fazer subir os preços do
totalid ade pelo impe-
zando empréstimos concedidos em sua quase
compr aram grande s estoqu es de café,
rialismo inglês, esses governos
quand o os preços eram elevad os. Atualm ente, como o
que vendiam
o, e como os
café assim comprado não pôde ser colocado no mercad
é queim ado ou jogado
estoques acumulados são muito grandes, o café
ao mar pelo Conselho Nacional de Café.
pelos Estados
Tal política de valorização cafeeira foi condenada
princip al mercad o para o café brasileiro.
Unidos, que representam o
america no, para combat er tal política , impuls ionou
O imperialismo
e de outros países
(incentivou) o desenvolvimento cafeeiro da Colômbia
pela "valo-
do Caribe, coisa fácil, já que os altos preços determinados
a produç ão de café. Esta chegou a ultrapassar
rização" estimulavam
lugar a uma
muito seriamente as necessidades do mercado, dando
diminuiu os
forte crise cafeeira, que se manifestou em 1920 e que
A repercu ssão da crise capitali sta mundial,
preços em mais de 40%.
os produto s de exporta ção, restrin gindo os mer-
que afetou a todos
ao Brasil e
cados; que privou quase totalmente de empréstimos
, restringindo-se
restringiu o crédito em geral, soma-se à crise cafeeira
o em uma profund íssima crise toda a
o mercado interno e entrand
econom ia do país.
ria de ma-
A indústria leve (têxtil, calçado, açúcar etc.), tributá
tível estrang eiro, teve um sério desenv olvimento
quinarias e combus
o valor das expor-
no Brasil. O valor de sua produção é maior que
princip al centro industr ial do
tações de café. São Paulo constitui o
Estado a maiori a das fábrica s têxteis
Brasil, estando radicadas neste
têxteis de São Paulo,
e de calçado. Da importância das fábricas
existentes em 1925,
basta dizer que sobre 63 de tecidos de algodão
adores; 29, mais de 500, e 12, mais
49 tinham mais de 100 trabalh
de 1.000.
134
Br oranese va.Gne.EeE, 220 | L405 Mwl' ("ng
Entre a indústria paulista e os cafeeiros há café, sérias ligações. In
teressados estes em não estender as plantaçõ es de para sustentar
sua política de preços altos; impossibilitados inclusive de fazê-loparte por
restrições governamentais e pelo empobrecimento das terras,
deles empregaram suas economias na indústriaindústria . O capital bancário
trabalha também como laço de união entre a e os cafeeiros.
O Banco do Estado de São Paulo, por exemplo, tem como acionistas
do Estado
principais o Instituto do Café (repartiçãoos ingleses Lazard Brothers, de São Paulo
criada para valorizar o café) e os banqueir
financistas tradicionalmente ligados à política depaulistas. valorização e for-
tíssimos credores hipotecários dos latifundiários Este bloco
política protecion
de cafeeiros e industriais sustenta uma is e não molesta os cafeeiros ista em ma-
téria comercial, que favorece aos industria
que o integram, já que estes, interessados em s restringir o volume da
exportação de café, não se sentem inclinado procurar vender livre-
a uma política
mais.
-cambista de comprar mais no exterior para
Ao mesmo tempo o protecio nismo lhes assegura o mercado interior
para o milho, feijão, trigo etc,, vegetais s.de Por que uma parte desses
latifundiários do café também são produtore causas semelhantes,
monetári
este bloco é contra a desvalorizaçãosão muito maiores a. As ligações deste
grupo de latifundi ários e industria is com o impe-
rialismo inglês do que com o americano, tendo também certas ligações
com o imperialismo italiano.
Este bloco de feudais e burguesesdede1930, São Paulo, que predomi-
nava no Governo Federal até outubro encontrou séria resis-
tência à sua política de camadas de latifundi ários e burgueses de
Criadore
outros Estados e do próprio São Paulo. ários e industriai s de gado e latifun-
diários do Rio Grande do Sul, latifundi s produtores
de açúcar em Pernambu co, latifundi ários ligados ao tabaco, ao cacau,
à exploração da madeira, à borracha etc., no Norte.
Latifundiários do café de Minas, Bahia, Paraná, Rio e do próprio
São Paulo, são contrário s à política de valorizaç ão de café e à res-
trição da produção e exportação deste produto, em que lutar tal política
se baseia (produtores de cafés finos etc.,grupos de industriais livre-
que querem
e da
mente pelo comprador). (Determinados opositore s sustenta m
burguesi a comercial .) Em geral, estes grupos
uma limitação à proteção de que gozam ospaulista: cafeicult ores paulistas
ligados ao Insti:uto do Café e à indústria a depressão tratar mediante
uma política mais livre-cam bista e mediante monetária
para facilitar suas exportações, restringidas pelaianque crise. Em geral
trata-se de grupos mais ligados ao imperialismoda Bahia) dotêmquecertas ao
inglês, e alguns deles (camadas de latifundi ários
ligações com o imperialismo francês.
BR DFANBSB va.GNC.EEE. 820 LLUOSom 00 L 043
Os partidos representativos destes
burgueses, sustentados pelo imperialismo grupos
american
de latifundiários e
aproveitar o descontentamento das massas os chefeso, pequeno
utilizando para
-burgue-
ses (os dirigentes da coluna de Luís Carlos Prestes, que durante
anos de luta armada haviam jogado com muito confusionismo dois um
certo papel revolucionário), constituíram a "Aliança Liberal", parti-
ciparam na eleição presidencial com a
e depois, em outubro de 1930, deram candida tura de Getúlio Vargas,
um golpe de Estado que der-
rubou o Presidente Washington Luís e impediu que tomasse o poder
o novo Presidente Júlio Prestes. A agudeza da crise, a impossibilidade
nestes momentos, para a Inglaterra, de conceder emprést imos para
continuar a valorização do café (ocasião aproveitada pelos banquei
ianques Schroeder para conceder o empréstimo de vinte milhões ros de
dólares), determinou que uma parte dos políticos do bloco gover-
nante aderisse ao golpe de Estado.
A situação da aguda crise e o fortalecimento das posições dos
cafeicultores paulistas e do imperia
verno resultante do golpe de 1930, elismo inglês determinou no go-
encabeç
vacilações. Contratação de um técnico financeiadoro por Vargas, fortes
inglês: Niemeyer;
continuação da política de valorização cafeeira, porém valendo -se
de um empréstimo ianque; certas tentativas de passar a outras culturas
agrícolas, mas sempre sob a direção imperialista e sem maiores resul-
tados para a economia do país. Assim, o imperialismo inglês, inte-
ressado em não perder suas posições
lorizar as terras deste Estado, de que em
é
São Paulo; em não desva-
credor
contra a empresa ianque United Fruit, desenvolvehipotecá
a
rio; de lutar
fruticul tura pau-
lista. A Ford foi feita uma enorme concessão territorial no Pará,
para que explore borracha, com o qual se propõe atacar a borrach
das colônias britânicas. Foram feitas concessões territoriais ao impe-a
rialismo japonês. O governo impulsi
de 10% de carvão nacional; porém aonou o consumo em proporção
pressão inglesa faz com que
na prática não se aplique tal medida. Estas vacilaçõ es do governo
têm coincidido com crises internas nos diversos partidos
pressam como a crise econômica provoca grandes mudanças, política que ex-
Entre os blocos feudal-burgueses e grandes vacilações entre um e outros
imperialismo, buscando salvação ora em uma ligação com este, ora
com o outro.
Frente ao movimento operário o governo de Getúlio tem seguido
uma política de repressão brutal ,(apoiad
formistas e anarco-sindicalistas), impondo oumpelos chefes sindicais re-
Código
feição fascista, proibindo as greves, colocando na demaisTrabalh o de
complet
ilegalidade e perseguindo fortemente o Partido Comunista e o movi-a
mento sindical revolucionário. A frente desta política tem perma-
necido os ex-chefes dos movimentos revolucionários de 22 e da Coluna
Prestes, os chefes da pequena burguesi a, que se transformaram em
136
BR DFaNBSB VB GNC.EEE, 2204 LOS amo “ªL—('Um
ideólogos e principais cabeças da política fascistizante, apoiados,
naturalmente, por todos os chefes dos blocos políticos feudal-burgue-
ses. As intenções de formar legiões fascistas têm fracassado até o
momento. Porém, esses ex-chefes do movimento prestista tratam por
todos os meios de manter sua influência sobre a massa,
para isso com uma perigosíssima corrente de esquerda. Miguelcontando
ex-general da Coluna Prestes, chefe até maio último das forçasCosta, po-
liciais do Estado de São Paulo, conta, através de uma extremada
demagogia, com grande influência sobre o proletariado, os campo-
neses e a pequena burguesia paulista. Chegou a prometer repartir as
terras, a dizer-se comunista etc. Nos momentos de greve, "apoiando"
demagogicamente os grevistas através de sua imprensa, busca desar-
má-los, aconselhando passividade, semeando ilusões com soluções
"conciliatórias" etc. Com o apoio de latifundiários e burgueses pau-
listas, Miguel Costa funda um Partido Popular Paulista,
qual se propôs a adesão da II Internacional. Os trotskistasnobrasileiros
seio do
mantêm íntima ligação com Miguel Costa, em
"menor mal". Miguel Costa torna-se assim um nome dos
da teoria do
mais perigosos
inimigos do proletariado brasileiro.
Esses ex-chefes militares da pequena burguesia tornaram inter-
ventores em vários Estados, chefes de polícia etc. seSuas posições no
Norte são muito fortes, encontrando-se ao serviço dos latifundiár ios
e burgueses dessa parte do país, da Ford etc. Este bloco é chamado
geralmente tenentista e tem feito forte oposição à convocação da
Assembléia Constituinte, sustentando a prolongação do regime atual
de ditadura aberta, assim como a Câmara Corporativa e outras formas
de políticas fascistas. Frente a isto, os chefes dos partidos políticos
tradicionais de São Paulo, Minas e Rio
vencidos como os vencedores de outubroGrande de
do Sul, tanto os
1930,
"frentes únicas", sustentando a constitucionalização doformaram país e o
as
governo autônomo para os Estados. Estas "frentes únicas" repre-
sentaram uma séria tentativa de formar um bloco sólido, mediante
o compromisso de discutir "parlamentarmente" as divergências entre
os mais fortes blocos feudal-burgueses e de procurar assim uma maior
ajuda do imperialismo, oferecendo-se "garantias" de estabilidade.
Cabe assinalar que os trotskistas, de fato, têm-se transformado na
extrema-esquerda deste bloco, formado pelos verdugos mais tradi-
cionais dos operários brasileiros, em nome da Constituint e e dos
"governos civis, contra os governos militares". Miguel Costa tem
vacilado entre os tenentistas e as "frentes únicas".
As fortes vacilações de Getúlio Vargas o têm
com os tenentes, as vezes com tal ou qual grupo dascolocado
"frentes
às vezes
Isto tem determinado frequentes crises no seu Governo. Porémúnicas".
realizou, a partir de março, e enquanto simulava apoiar-se no Vargas
tismo, uma séria aproximação ao bloco feudal-burguês paulista,tenen- de-
137
Br vaode ces R0 4110 Dom p is Lo
138
oal po. L46
BR DFANBSB VB. GNC.EEE. SAOLL4OS pa
139
n
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, BO LL4oGSem 00 h $M
"garantias" de estabilidade, procurando retirar algo da rivalidade
interimperialista, buscando manobrar ante a agudeza da crise. Os
trabalhadores de todo o Brasil serão os encarregados de pagar os
gastos da guerra (o governo federal deu validez ao papel-moeda
emitido pelo bloco paulista para sustentar o golpe). Para impedir
que seu descontentamento tome formas de luta independente, para
atá-los ideologicamente, os diversos partidos feudal-burgueses extre-
mam sua demagogia, constituindo vários, com o nome de "socialistas".
Mas este acordo tácito a que fazemos referência não resolve
uma só contradição. Não pode impedir a radicalização das massas,
nem sequer afastar novas lutas armadas entre os grupos feudal-
-burgueses. Os latifundiários e burgueses do Norte, e o tenentismo
a eles ligado vêm diminuir sua influência no governo devido à polí-
tica de compromisso do governo com o bloco vencido e em benefício
deste setor feudal-burguês do Rio Grande do Sul e de Minas. O tenen-
tismo fez demagogia exigindo medidas mais severas contra os chefes
do golpe paulista; sustenta uma política livre-cambista, atenuação da
proteção ao café, e uma parte dele, com João Alberto, chefe policial
do Rio de Janeiro, passou dos projetos da Câmara Corporativa ao
Governo Parlamentar. O tenentismo organizará lutas no Norte; Miguel
Costa, se não lhe fizerem grandes concessões, em São Paulo. E, como
temos visto, o próprio núcleo central do compromisso (feudal-bur-
guês de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul) está tão minado
pelas contradições, que lutou em campos opostos, dividido em dois
setores, durante o último golpe de Estado.
# * ak
A enorme exploração das massas operárias e camponesas do
Brasil tem sido ferozmente aguçada pelo desejo dos feudal-burgueses
e dos imperialistas de recuperar as perdas provocadas pela crise, à
custa das massas trabalhadoras da cidade e do campo. A seca que
assola o Nordeste do país piora ainda mais a situação das massas.
A recente luta armada representa para elas fazer frente aos formi-
dáveis gastos de guerra, além do tributo em sangue (fala-se de 20.000
baixas). A radicalização dessas massas é muito grande. Sua simpatia
pelo comunismo cresce. Em maio último os ferroviários e têxteis de
São Paulo levaram à direção de suas greves, eclodidas espontanea-
mente, a militantes das organizações sindicais revolucionárias e do
Partido Comunista. Porém o débil grau de organização do proleta-
riado brasileiro e as debilidades do próprio Partido Comunista do
Brasil entorpecem grandemente o desenvolvimento da situação de
crise revolucionária. As ilusões das massas nos Miguel Costa, Ary
Parreiras e outros chefes demagógicos "liberal-burgueses e pequeno-
140
| va.enciese, SAO L 105 am 00 , 9: [43
141
sRoransss va.onc.ece, Bo LL 40 S am 001. 0: 144
fogo contra este perigo, claro que sem deixar de combater a fraseo-
logia esquerdista - o sectari - que em lugar de servir de apoio
à luta contra o oportunismo smo não faz mais que alimentá-lo.
A característica da situação - dada por alguns elementos do
Partido - como de uma situação diretamente revolucionária similar
à da Rússia em 1905, teve como consegi
das forças em derredor da formação do iência
Partido
a falta de concentração
as massas trabalhadoras, alimentando assim oe deespont sua ligação com
aneismo tão
arraigado pelas tradições anarquistas no país.
A questão dos aliados
ante todo o campesinato --dafoirevoluç
mal
ão agrária e antiimperialista -
compree
vido aos desvios, tanto de direita como dendida pelo Partido, de-
"esquerd a", que sob
distintos aspectos conduziram a uma absoluta despreocupação deste
problema. Uns, aberta e cinicamente, sustentaram a aliança com
campesinato pela aliança com os caudilhos pequeno-burgueses; outros,o
preparando-se para a "insurreição proletária", cairam na passividade,
no sectarismo, favorecendo assim aos blocos sustentados pelos direi-
tistas.
Estes desvios debilitaram muito a posição do Partido frente aos
acontecimentos de São Paulo. As tentativas
a massa trabalhadora pela luta pelas reivindicdoaçõesPartido de mobilizar
a reação e o imperialismo, não deram os resultadoimediatas,
s devidos,
contra
mais que o Partido, nos primeiros momentos, mostrou confusãotanto na
apreciação destes acontecimentos, aos que chamaram guerra civil feudal-
-burguesa, sem porem o suficiente acento no conteúdo desta luta armada
baseada nas contradições agravadas pelo aprofundamento da crise
no país e pela diferenciação que se
na situação de preparação da guerra produzia no seio destas forças
mundial e anti-soviética, e na
ligação com a aspereza alcançada pela
ianque) pela dominação monopolista doluta interimperialista (anglo-
país. Tal situação impediu
ao Partido, no instante propício, lançar as palavras de ordem ade-
quadas capazes de mobilizar a massa trabalhadora para a luta por
suas reivindicações e romper a influência dos chefes tenentista s de
"esquerda" e de outros caudilhos pequeno-burgueses (Miguel Costa,
Ary Parreiras, Maurício de Lacerda etc.), como também dos chefes
anarco-sindicalistas (que constituiram um "comitê operário e campo-
nês" para apoiar o golpe de Estado) e dos trotskista s contra-revolu-
cionários, que estavam em direto enlace com os golpistas.
O Partido Comunista do Brasil discute e analisa agora a razão
de suas debilidades e trata de remediar
últimos tempos criou-se uma quantidade desuacélulas difícil situação. Nos
nas empresas de
indústrias decisivas e fazem-se tentativas para penetrar
O Partido começa a prestar mais atenção à elevação denoseucampo. nível
ideológico e à formação de seus quadros,
142
"ar bransso vs.onc.ete. 22041445 gm oo el SQ
143
Br oransse ve.enc.ece. 8201 LW OS em ou "p LS)
ao sentimento da unidade de luta e de ação cada vez mais vivo na
consciência das massas a frente comum reacionária dos ricaços na-
cionais e estrangeiros.. Em segundo lugar, trata-se de uma nova tenta-
tiva para desviar as massas de suas lutas, de deslocar o eixo dessas
lutas do interior das empresas de onde transbordam para as barri-
cadas de rua (como se viu recentemente em Santos) para o "terreno
constitucional", para o terreno da "legalidade" burguesa, isto é, da
colaboração de classes, da maior sujeição, portanto, das massas
operárias e camponesas a seus exploradores e opressores - o que
permitirá aos feudal-burgueses manobrar mais facilmente e defender
com maior desembaraço os interesses de seu banditismo organizado
contra os interesses e a própria vida de 45 milhões de escravos dos
senhores de terras, capitalistas e imperialistas existentes nas cidades
e nos campos do Brasil. é
Semeando entre as massas a ilusão de que seus problemas podem
ser resolvidos dentro dos quadros do regime feudal-burguês e a ilusão,
igualmente perigosa, de que elas podem, por meio do parlamento,
participar efetivamente do poder, as camarilhas dominantes procuram
frear a combatividade das massas e canalizar o seu descontentamento,
através das tapeações "constitucionais", para os golpes armados e
as guerras de rapina com que tanto o bando de Getúlio-Flores-Ar-
mando Salles, como o bando do P.R.P. e demais grupos de "oposição"
buscam uma saída para a crise de seu regime sangrento, esfomeador
e reacionário.
Não é com outro intuito que a imprensa feudal-burguesa e os
lacaios mais descarados dos senhores de terras, burgueses e impe-
rialistas, como Maurício de Lacerda, Zoroastro de Gouvêa, João
Alberto e companhia, que todos demagogos e burocratas sindicais
ministerialistas estão fazendo em torno das próximas eleições a mais
ativa preparação ideológica. Também não é com outro intuito que
Góes Monteiro, o sinistro generalão que ontem dizia cobras e lagartos
da "liberal-democracia", hoje afirma, com a maior sem-cerimônia,
que "o dever do Exército" é defender a constituição reacionária.
Devemos desmascarar implacavelmente todas essas mentiras,
manobras e mistificações. Primeiro, não é verdade que o Parlamento
seja um meio das massas participarem do poder. O Parlamento é
uma instituição burguesa e, portanto, reacionária; é um instrumento
de escravização material e política das massas operárias e camponesas
pelos patrões e seu governo; é não somente um instrumento de ta-
peação como também de opressão do proletariado e das massas popu-
lares. Nem sequer é verdade que as massas possam participar dele
efetivamente, pois todos sabemos as dificuldades que elas encontram
para isso, a começar pelos embaraços criados pelos códigos eleitorais
burgueses, como a negação do direito de voto para os analfabetos,
que no Brasil afasta das urnas e, conseguentemente, da escolha do
144
BR DraNBSB Va.oncleze, 2 A 0 | 1405 em col; pla
A experiência da Constituinte
147
BR DraNBSB VB.GNC.EEE. SAO L LUOS om (?O-& sp. LSS
nesses redutos da tapeação. O Partido Comunista do Brasil é ilegal,
encontra-se à margem da lei de classes.
Só a pressão da massa, greves políticas, manifestações de rua,
poderão romper o círculo de ilegalidade em que se pretende aprisionar
a vanguarda do proletariado.
Vendo que cresce a simpatia da massa pelo comunismo e pela
União Soviética, que a consciência revolucionária se torna mais clara,
as camarilhas dominantes, além de adotarem a violência como meio
de repressão, procuram também conquistar o apoio desta massa
popular para a sua própria classe, desviando-a do comunismo e dos
seus verdadeiros interesses. Com esse fim, intitulam-se "Socialistas
Proletários", "Reivindicadores" etc. E são as próprias ilusões de
certos operários, às vezes bem intencionados, que julgam poder
melhorar de situação por meio da ação parlamentar, criando legendas
proletárias etc., que vêm facilitar essa obra de confusão. Eis por que
o P.C.B. (seção da I.C.) se apresenta com esta única legenda: Partido
Comunista do Brasil, e chama todos os operários, toda a massa cam-
ponesa, todo o povo laborioso da cidade e do campo para que cerrem
fileiras em torno da vanguarda do proletariado, para que imponham
com grandes manifestações, com lutas e greves, a sua admissão pelos
tribunais de justiça eleitoral, a fiscalização de seus votos e do ato
eleitoral por elementos da própria massa e a incorporação de seus
candidatos às Câmaras. O P.C. chama todos os trabalhadores da
cidade e do campo e o proletariado, que se acha à frente das massas,
à luta pelas suas reivindicações imediatas, à continuação das greves
combativas.
Contra a jJome
Pela realização imediata dos memoriais apresentados por todos
os grevistas do país: Leopoldina, Lloyd, Central do Brasil, Marítimos,
Telegrafistas, City, Oeste de Minas, Great Western, Garçons, Cons-
trução Civil de Santos; pelo aumento geral e imediato dos salários.
pelo salário mínimo, de acordo com o custo de vida, pela abolição
das multas e pagamento em dia dos salários; pelo dia de 8 horas,
sem redução de salários, e pelo dia de 6 horas nas indústrias preju-
diciais à saúde, com o salário correspondente ao de 8 horas; pelo
repouso semanal, pelas férias anuais de 15 dias e de 30 dias nas
indústrias prejudiciais à saúde, para todos os trabalhadores, sem
exceção, com o recebimento do salário integral e garantia de em-
prego, e pelo pagamento imediato das férias desde 1930; pelo forne-
cimento gratuito de roupas de trabalho (uniformes, motorneiros,
mineiros etc.) e de outros objetos necessários à proteção do corpo,
dos olhos, das mãos dos trabalhadores; pelo seguro contra o desem-
prego, acidentes no trabalho, invalidez, enfermidade e velhice, pago
148
aroranása va.enc.ere, 8201 L4UOSOAOO La: SG:
pelos patrões e pelo governo, sem desconto nenhum nos salários, por
meio de Caixas de Pensões e Aposentadorias administradas pelos
próprios trabalhadores, pelo direito de receber essas pensões, apo-
sentadorias e outros seguros sociais a qualquer trabalhador desde o
primeiro dia que começar a trabalhar em qualquer empresa, médicos
e fornecimentos de remédios, hospitais etc., por conta só dos patrões
e do governo; pelo cumprimento rigoroso e imediato das chamadas
leis sociais nos pontos em que, de fato, aproveitam aos trabalhadores,
pela fiscalização desse cumprimento pelos próprios trabalhadores,
através de suas organizações livres de toda e qualquer intervenção
patronal ou governamental.
Por nossa liberdade!
Contra a cassação do direito de greve! Contra a pluralidade
sindical! Pela existência pública e legal do Partido Comunista, dos
Comitês de Luta e de Empresa, da Confederação Geral do Brasil, de
todas as organizações de combate do proletariado e das massas labo-
riosas! Pela liberdade imediata e anistia ampla para todos os presos
e deportados nacionais e estrangeiros por questões sociais, de luta
por pão, terra e liberdade! Pela volta imediata dos que estão nas
ilhas e no estrangeiro! Pela liberdade ampla de imprensa, organi-
zação, comício, demonstração e reunião, sem nenhuma intervenção
do Ministério do Trabalho, da polícia ou de qualquer outro órgão
do governo ou dos patrões! Pela anulação total da lei de sindicali-
zação e de todas as leis reacionárias existentes (lei acelerada, lei
infame etc.)! Contra a introdução da pena de morte! Pela dissolução
e desarmamento das polícias especiais, dos corpos e bandos fascistas,
integralistas, patrianovistas, legionários, nacional-evolucionistas etc.
do Distrito Federal e dos Estados!
Votar nos candidatos do P.C., lutar por sua entrada nas câmaras
é ganhar uma tribuna para os grevistas e lutadores, para gritar nas
barbas das camarilhas dominantes e dos seus lacaios as reivindicações
do povo que se levanta!
A luta pelos conselhos de operários, camponeses, soldados e
marinheiros.
As eleições se realizam no momento em que as massas se en-
contram empenhadas em lutas violentas. As greves se sucedem com
uma violência e uma combatividade nunca vistas na história do
movimento operário do Brasil. O proletariado, cada vez mais desi-
ludido de alcançar o nível de vida humano dentro da legalidade
constitucional, irrompe numa grande ofensiva contra o próprio Es-
tado, contra a Constituição feudal-burguesa de Getúlio, Góes Monteiro
e comparsas. A lei que proíbe as greves foi respondida com uma
avalancha de dezenas de greves, de norte a sul do país. A lei da
pluralidade sindical, que corresponde ao desejo das camarilhas do-
minantes de manter divididos os operários, está sendo respondida
149
BR DFANBSB LO S Quan og b; po LS3
150
BR oranase ve.enc.eEE, 820 LLU05 0m OBLQ» L58
que pudermos lançar mão! É por isso que devemos exigir o desar-
mamento dos corpos de guarda-costas, dos capangas dos interesses
de nossos opressores, dos integralistas, das brigadas de choque na-
cional-evolucionistas, patrianovistas,* da polícia especial, dos corpos
voluntários etc. e tomar essas armas para nós, para defendermos
nossos interesses e nossas vidas! Eis por que devemos fraternizar com
os soldados e marinheiros, que são nossos irmãos de classe, e lutar
ao lado deles pelas suas reivindicações! Eis por que devemos criar
as nossas "brigadas proletárias" em cada empresa, brigadas nas fa-
zendas, nos municípios que defendam a existência pública e legal
de nossas organizações, que assegurem o respeito às nossas con-
quistas e que repilam os ataques covardes dos nossos inimigos de
classe e de seus capangas!
O proletariado está à frente da luta, neste momento. Os grevistas
combativos ocupam o destacamento de vanguarda do exército das
massas populares, camponeses, contribuintes pobres, soldados, ma-
rinheiros e estudantes! E isso não se dá por acaso. O proletariado
das fábricas, os ferroviários, os marítimos, os metalúrgicos e os
tecelões, dirigidos pelo seu partido, o P.C.B., são justamente os que
têm maior experiência da luta, e percebem com maior clareza qual
o caminho a seguir, através dos combates pelo pão, pela terra e pela
liberdade, para chegar às batalhas decisivas contra as camarilhas
dominantes e seus representantes, os Getúlio, os Góes, os Armando
Salles, os perrepistas etc. e contra todos os tapeadores, os Ary Par-
reiras, os Maurício de Lacerda, os Frola, Cabanas, Zoroastro, Plínio
Mello, Reykdal, Acyr Medeiros etc. que pretendem desviar as massas
da luta por sua vida, seu pão e seu governo próprio, arrastando-as
a novas lutas armadas, a novos golpes para substituir a camarilha
dominante por outra tão ruim e tão tapeadora quanto esta! Por isso,
o P.C.B. concita o proletariado a prosseguir no caminho da luta, a
construir e consolidar as suas organizações revolucionárias, os seus
comitês de luta e de frente única, a estreitar a aliança de ferro com
os camponeses e massas populares, soldados, marinheiros, nacionali-
dades e gente de cor oprimidas, estudantes e intelectuais revolucio-
nários e ligar às lutas proletárias as lutas das massas laboriosas por
seu programa de ação: Para as massas trabalhadoras do campo
(assalariados agrícolas "camaradas", colonos, "camas de vara", reti-
reiros, posseiros, mineiros, terceiros, arrendatários, moradores, va-
queiros, pequenos e médios agricultores etc.). As mesmas reivindi-
cações do proletariado para todos os trabalhadores agrícolas. Direito
de plantar, em seu benefício, o que quiser e onde bem entender sem
intervenção, nem insinuação dos senhores de terra.
* Patrianovistas, partidários do retorno ao Regime Monárquico.
BR DFANBSB va.onc.EEE, 820 LLGO S amo aL. R
152
Br DFanass 22 0 P.: LGO
153
BR DFANBSS va gre gg
S am ool ;p L6t
cimento gratuito de ensino profissional, pagamento ao aluno, como
trabalho, durante o tempo de escola e garantia de trabalho ao sair
da escola.
Direitos iguais aos dos operários adultos, mesmo aos menores
de 18 anos: de organização, reunião, greve, imprensa e de votar e
ser votado.
Ensino primário gratuito, igual, obrigatório e leigo, para todos
os filhos dos trabalhadores das cidades e dos campos, fornecendo
o governo, gratuitamente, a alimentação, os livros, a roupa e os
transportes.
Fiscalização de todas essas medidas pelas organizações operárias.
Para os estudantes
154
aroransse ve.enc.eee. 820105 on LGA
155
BR DFANBSSB Va.oNcEEE, 82011405 00 (0 ACB
156
BR DFANBSB Va.GNC.EEE220 (LOS g 00 b (Oo LG“
bulantes e pequenos comerciantes a varejo. Supressão dos impostos
que pesam sobre os salários e vencimentos. Imposto progressivo
sobre o capital dos grandes industriais, banqueiros e comerciantes
nacionais e estrangeiros.
Supressão de todos os impostos que pesam sobre casas e terrenos
dos próprios moradores pobres. £
Redução radical dos preços de luz e pena d'água. Supressão
das cláusulas escorchantes, como o pagamento da taxa-ouro dos
contratos das empresas imperialistas que exploram serviços públicos.
Construção por conta do governo e dos patrões, junto aos locais
de trabalho, de casas higiênicas e baratas para os trabalhadores, cujo
aluguel não seja superior a 10% sobre o salário. Melhoramento por
conta do governo e dos proprietários ricos dos bairros proletários
(água encanada, luz, esgotos, calçamentos etc.). Nenhum pagamento
pelos consumidores de luz, gás etc., da taxa que a Light cobra a
título de previdência.
Contra as guerras imperialistas
Reconhecimento imediato e incondicional da União Soviética.
Contra a militarização da juventude. Pelo direito de cada grupo
de trabalhadores, sob a direção deles operários, aprender o manejo
de armas com instrutores escolhidos por eles e pagos pelo governo.
Pela retirada das tropas brasileiras do Chaco e de Letícia.
Contra a passagem de tropas, navios e aviões militares estrangeiros
pelo território nacional.
Contra os orçamentos e créditos militares. Contra a remessa de
gêneros e matérias-primas de guerra para o Japão, Paraguai, Bolívia
etc.
Expulsão das missões militares e navais estrangeiras.
Outras reivindicações
Direito aos analfabetos de votarem e serem votados.
Separação absoluta da Igreja e do Estado. Supressão imediata
de toda e qualquer subvenção do governo às organizações direta ou
indiretamente ligadas à Igreja ou às ordens religiosas, destinando
esse dinheiro para os desempregados e flagelados. Nenhuma espécie
de ensino religioso nas escolas.
Direito de divórcio a pedido de qualquer dos cônjuges.
O que dará o governo operário e camponês
A questão do poder se apresenta à massa cada vez com mais
veemência. Precisamente porque está lutando por melhores condições
de vida; contra a fome que aumenta enquanto se queimam e se
157
ar pranass ve.cnc.eze, 220140 Senool, o | (5
158
ar oransse va.cnc.EeE, 8201 L405 amoo, o- (46
159
ar pranass va.GNC.EEE, 8201 L4O5 5, , 054, p LG
160
BR DFANBSS Va.oNclezE, 90 LL4OS AA calm "6%
O país vendido em leilão pelos "patriotas"
Nestas condições - com a cumplicidade de todas as camarilhas
dominantes - se acelera o processo de maior escravização do país
e sua população laboriosa.
Desde as escandalosas concessões da "Matte Larangeira", em
Mato Grosso; da Ford, no Pará; as concessões inglesas e japonesas
no Pará, São Paulo e Paraná, o Estado do Amazonas, onde apenas
a quarta parte dos seus imensos territórios ainda não foi entregue
aos imperialistas, até a luta pelo monopólio do algodão entresendoos
imperialismos japonês e inglês, as riquezas do país estão
entregues aos tubarões imperialistas, aos pedaços, silenciosamente,
para que o povo não o perceba.
Os nossos inimigos de classe, os que entregaram o país aos
banqueiros estrangeiros, procuram convencer ao povo trabalhador que
o imperialismo desempenha um papel "progressivo" no país. E os
renegados como Machado (Leôncio Basbaum) confirmam isto cinica-
mente. Mas, os operários da "Matte Larangeira", da "Ford" e de
todas as empresas imperialistas que sentem em sua própria carne a
opressão desses bandidos, saberão responder com a luta a essas
mentiras, a essas infâmias!
A disputa do monopólio do algodão entre os imperialismos inglês
e japonês, que pretendem açambarcar toda a sua importação em rama
para exportar em tecidos, vai determinar o fechamento das fábricas
de tecidos no Brasil, a fome e o desemprego de mais de 200 mil
trabalhadores têxteis e suas famílias! A miséria maior dos campo-
neses e assalariados agrícolas das plantações de algodão, maior para-
lisia do pequeno e médio comércio urbano e rural, maior aprofunda-
mento da crise do regime feudal-burguês atual.
Não só essas concessões territoriais, mas também os meios de
transportes, as ferrovias, as companhias de bondes, luz, força, gás,
água, esgoto, portos, minas etc., sem falar dos empréstimos de Estado,
de hipotecas de alfândegas, portos etc. estão nas garras imperialistas.
E os operários e o povo em geral gemendo ao peso da mais criminosa
exploração!
Mais exploração! Mais misérias!
Salários de fome! Horas de trabalho esgotantes! Multas! Ta-
xas pesadíssimas! Transportes e fretes que aniquilam a economia
dos camponeses e de toda a população laboriosa das cidades e dos
campos! Tudo isto arrancado à custa do chicote, de cadeias, do
tronco e do relho e transformado em rios de ouro que são canalizados
para os cofres dos banqueiros de Londres, Nova Iorque, Tóquio,
Paris!
161
aroranass 8201140 5 om oq ua, É 64
162
aroransse 820 LL4OS g ou bçpul no
163
BRDFaNBSB Va.onNCEEE, 820 LL UOS
amook ÇQ— 42
todos esses esforços das camarilhas dominantes se encaminham para
nos empurrar, a todo custo, para as matanças que já realizam e se
ampliam para o massacre dos trabalhadores da União Soviética,
porque, estes, já se libertaram do jugo dos grandes senhores de terras,
dos burgueses e dos imperialistas, desde 1917 e, por isso mesmo, já
não conhecem também mais crises, miséria, desemprego e constroem
vitoriosamente o socialismo na sexta parte do mundo, sob a direção
do seu Partido Comunista.
A guerra!
Os acontecimentos na Áustria fazem estremecer o mundo capi-
talista. Na Europa já se mobilizam tropas nas fronteiras. O quadro
horrível das vésperas da guerra de 1914 já se repete de forma ampliada.
É a guerra. Essa guerra imperialista para a qual todos os países
do mundo capitalista vêm-se preparando há muito tempo. Uma
fortuna fabulosa, incalculável, já foi arrancada do povo trabalhador
para ela!
O povo morrendo de fome! Homens de nossa classe, de todas
as idades, se liquidando nos campos de batalha. Os camponeses
arrastados de suas terras, o povo oprimido empurrado à força, à
ponta de baioneta, a coice de fuzil, para as trincheiras; as mulheres
e crianças forçadas pela fome ou pelo chicote a fabricar munições
para matar seus próprios pais, filhos, esposos ou irmãos. Tudo em
benefício dos grandes, para enriquecer ainda mais os milionários!
Eis o que é a guerra imperialista! A guerra para escravizar mais
o povo, para esmagar a União Soviética.
O Partido Comunista e as organizações revolucionárias lutam
pelo desencadeamento e vitória das greves pelas reivindicações ime-
diatas, porque só essas lutas - sem nenhuma colaboração com o
inimigo de classe e seus agentes - ampliando-as e ligando-as com
a preparação e a realização vitoriosa da revolução agrária e anti-
imperialista, conduzirão o proletariado, os camponeses e todo o
povo que vive sob as garras da fome, da miséria, da opressão e da
exploração à sua completa liberdade.
E as massas trabalhadoras começam já a compreender e a seguir
este caminho. As lutas grevistas se desenvolvem e alastram de
empresas isoladas a indústrias inteiras; de um ponto a outro do país.
Ao verem as greves de massas crescer, os homens do poder -
correndo em auxílio do patronato - com a ajuda servil dos repre-
sentantes trabalhistas na Constituinte, como Acyr Medeiros, Vasco
de Toledo, Armando Laydner, Vitaca e o renegado Waldemar Reykdal,
se apressaram em sancionar a lei tirando o direito de greve e outras
leis reacionárias. Isso, porém, não evitou e nem evitará que as
greves cada vez mais amplas e combativas surjam por todo o país.
164
Br oranase 8 à 6 LL 405 an ooL, p: LIA
165
aroranasa va.cne.eeE, 320 LOS em oob;p. R
Soldados e marinheiros!
166
BR DFanBsB va.cnc.eEE, € 20 L405 am00 Lm «WH
outros em benefício deles. Não devemos proceder assim. Não atirai
sobre os trabalhadores e camponeses em luta. Fraternizai conosco.
Utilizemos as armas que nos dão para lutar contra os que fazem de
nós escravos. Lutai também pelo aumento de soldos, contra a conti-
nência obrigatória, contra os exercícios e prontidões 'extenuantes, pelo
direito de votar e ser votado. Lutai pelo direito de se organizar e
de manifestar livremente sua opinião!
Negros e Índios escravizados!
No odioso regime em que vivemos, vós sofreis duplamente a
opressão e a exploração: como classe e como nacionalidades escra-
vizadas.
Estribando-se no conceito escravocrata de raças "inferiores" e
raças "superiores", as camarilhas dominantes aproveitam-no para nos
explorar, perseguir e maltratar mais ainda.
Todos os direitos políticos, econômicos, culturais e sociais nos
são negados e usurpados. Vossas terras são roubadas. Vos pagam
menores salários. Vos impõem toda sorte de humilhações. Vos negam
o direito de dirigir vós mesmos vossos destinos. Aos nossos irmãos
índios, os feudal-burgueses e os imperialistas não dão nem o direito
da maioridade. São escravizados pelo serviço de "proteção" aos
índios e pelas missões religiosas. Suas companheiras e filhas são
roubadas para serem prostituídas, como acontece na Fordlândia e
outros lugares.
Uni-vos e levantai-vos em luta por vossos direitos econômicos.
O proletariado, os camponeses de todas as nacionalidades e o Partido
Comunista vos ajudarão nas lutas por vossa libertação, desde as lutas
pela devolução das terras roubadas e pela igualdade de direitos eco-
nômicos, políticos e sociais, até a luta pelo direito de constituirdes
vossos próprios governos, separados dos governos federal e estaduais,
caminho pelo qual vós podereis desenvolver como nacionalidades com
território, governo, costumes, religião, língua e cultura próprios.
Povo oprimido do Nordeste!
O governo dos fazendeiros e capitalistas nacionais e estrangeiros
só se lembram de vós quando é para- mandar-vos para os golpes e
guerras como bucha; para sobrecarregar-vos de impostos; para ex-
plorar-vos como mão-de-obra mais barata. Exigi auxílios do governo!
Lutai para não morrer de fome!
Discutindo, amplamente, na Conferência Nacional, a situação
das massas laboriosas do Nordeste e considerando que as lutas que
sustentais contra os "coronéis", contra os grandes proprietários de
terras e empresas imperialistas, contra os representantes dos governos
167
BR DFanass va.enciece. 920 an. cool vo AS
168
BR oFanase va.onc.eee, AQ (L 405 amO L, o 176
e o fascismo - de 1.o a 23 de agosto -- realizarmos grandes lutas
contra a guerra: greves, comícios, demonstrações, conferências,
protestos!
Precisamos fazer ressurgir às centenas, aos milhares, combatentes
antiguerreiros como Lenine, Carlos Leibknecht e Rosa Luxemburgo!
Precisamos fazer surgir heróis como o marinheiro Marty, que fez
recuar as esquadras do imperialismo francês, do porto de Odessa,
para esmagar a Revolução Russa, em 1919. - -
Nós não temos outro caminho a seguir. Aprofundemos também
as nossas lutas! Unamo-las! Ampliemo-las! Politizemo-las! Eleve-
mo-las para as lutas superiores até a tomada do poder, instaurando
o Governo Operário e Camponês, a Ditadura Democrática baseada
nos Conselhos de operários, camponeses, soldados e marinheiros!
Este é o único caminho que nos conduzirá à libertação da fome,
da miséria, das perseguições, dos golpes e guerras imperialistas. É
o caminho da União Soviética. Da China. O caminho pelo qual
enveredam já as massas proletárias, camponesas e populares de Cuba,
do Chile, da Espanha. O caminho que salvará a Alemanha, os Estados
Unidos. Todo o mundo. É o único caminho 'da solução revolucio-
nária da crise e da guerra. O caminho apontado pela invencível
Internacional Comunista e seu chefe Stalin que Orienta a heróica
União Soviética, chefe e guia da Revolução Proletária Mundial.
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170
BRDFaNaSB Ve.onceze, 820 L 405 am COL/|P NEE
camadas oprimidas das cidades e dos. campos - fornecei novos
contingentes à única vanguarda da classe proletária e único guia
revolucionário das massas exploradas - ingressai no Partido Comu-
nista, seção brasileira da I.C.
De pé! Pelo pão, pela terra e pela liberdade!
Rio, 16 de julho de 1934.
A 1.a Conferência Nacional do P.C.B. (seção da I.C.)
(A .Classe Operária, l.º.08.l934).-
171
BR DFanBSB va.GNC.EEE, 220LLUOS om 00 L ( [(M
de Getúlio e comparsas pretende reforçar a sua dominação contra
os interesses do proletariado e das massas populares do Brasil. Novas
e novas greves se preparam como resposta à "Lei Monstro".
Assistimos, assim, a um movimento de caráter nitidamente polí-
tico. O proletariado brasileiro, à cabeça de vastas camadas populares,
desperta rapidamente para os grandes combates de classe e vai for-
jando nas lutas uma consciência política própria. Setores proletários
como os gráficos do Rio de Janeiro, que há vários anos não articulavam
um movimento de reivindicações econômicas, atiram-se abnegada-
mente a uma luta política, enfrentando todo o aparelho de reação
policial e o ambiente de terror criado propositadamente para a apro-
vação da lei.
As camarilhas dominantes e seu poder governamental, ante a
vigorosa contra-ofensiva das massas trabalhadoras, recuam sorratei-
ramente ao perceberem que os pulsos que pretendem acorrentar se
voltam contra elas.
É preciso intensificar a luta contra a "Lei Monstro". É preciso
desencadear novas e mais combativas greves políticas de protesto,
convertendo o grandioso movimento de massas contra a "Lei Monstro",
em luta por numerosas outras reivindicações, como sejam liberdade
imediata de todos os presos por questões sociais, volta ao país por
conta do governo e dos patrões de todos os deportados pelo mesmo
motivo, nacionais ou estrangeiros, fechamento dos presídios das ilhas
infectas, direito de reunião, de organização independente, de imprensa
proletária e popular e tantas outras.
Bernardo
(A Classe Operária, 11.03.1935).
Dias decisivos
Brasileiros!
Aproximam-se dias decisivos.
Os trabalhadores de todo o Brasil demonstram, através de lutas
sucessivas, que já não podem mais suportar e nem querem mais se
submeter ao governo em decomposição de Vargas e seus asseclas
nos Estados. Além disso, os cinco últimos anos deram uma grande
experiência a todos em que no Brasil tiveram de suportar e sofrer
a malabarista e nojenta dominação getuliana. E esses cinco anos de
manobras e traições, de contradanças de homens do poder, de situa-
cionistas que passam a oposicionistas e vice-versa, de inimigos "irre-
conciliáveis" que se abraçam, cinicamente, sobre os cadáveres ainda
quentes dos lutadores de 1922, abriram os olhos de muita gente.
Onde estão as promessas de 1930? Que diferença entre o que se
dizia e se prometia em 1930 e a tremenda realidade já vivida nestes
cinco anos getulianos!
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BR DFANBSE Va.GnNC.EEE 390 ]! L (: L40
Para enganar o povo, fechar-lhe os olhos, o Governo e seus
jornais pintam uma situação cor-de-rosa. O algodão vai "salvar-nos",
os japoneses nos mandarão cem milhões de dólares, os americanos
80 milhões, é o que dizem eles. Dólares e mais dólares, para as
barrigas dos magnatas; mas quem os vai pagar? Este proletariado
andrajoso e faminto, a massa camponesa pauperizada e oprimida pelos
senhores feudais, a pequena burguesia das cidades e dos campos
aperreada de impostos e fretes, todo o povo trabalhador do Brasil.
Em outros anos atrás vieram empréstimos para o Brasil, quem
os comeu? Os mesmos magnatas. Os mesmos senhores dos governos,
das indústrias e das terras. Quem os pagou? O povo escravo e
faminto do Brasil.
Todas as pinturas cor-de-rosa não iludem a fome, as barrigas
vazias dos milhões de trabalhadores das cidades e dos campos.
A miséria nos campos mais favorecidos é cada vez mais negra.
Na zona sul da Bahia, onde não há seca, onde há boas terras e matas
densas, um roceiro vende uma arroba de 15 quilos de batatas por
400 e 500 réis e compra uma caixa de fósforos pelo mesmo preço.
Vivem nus, sem ter o que comer, vendendo os produtos da terra por
preços miseráveis; e como não acham preços, vendem produtos de
meses de labor por qualquer coisa de que precisem ou trocam por
mercadorias a preços exorbitantes. Isto nas zonas mais favorecidas,
e o que não será no Nordeste, no Amazonas, e nas zonas mais pobres?
Mas o cinismo feroz dos Getúlio-Góes-Rão e canalhas não tem
limites. Esfomeiam o povo, vendem o Brasil aos imperialistas e
assentam metralhadoras, gases e canhões contra a população do Brasil
que pede um pouco de farinha, carne-seca e rapadura.
Somos um povo de escravos e oprimidos, uma colônia de párias
humilhados e escorraçados a tiros e chicotes, sem terras num país
de território imenso, sem pão num dos mais ricos pedaços do
mundo,
Os nossos irmãos índios são cinicamente tocados a chicote das
terras e plantações onde habitavam há milhares de anos, e peram-
bulam pedindo esmolas, pelas ruas do Rio de Janeiro e outras cidades
do Brasil.
E por quê? Porque esses infames "patriotas" tipo Getúlio-Góes-
-Flores da Cunha-Rão e canalhas, com o seboso Sebastião Leme à
frente, vendem o nosso Brasil em leilão aos imperialistas japoneses,
venderam as terras dos irmãos índios, e patrões japoneses chegaram
lá apoiados inconscientemente por soldados da polícia e do exército
"patriotas", dando vinte e quatro horas para os nossos pobres irmãos
índios saírem pelo mundo afora.
Camaradas camponeses, camaradas índios, camaradas negros,
trabalhadores dos campos do Brasil - que jeito dar em nossa vida
de tanta miséria? /
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BR DFANBSB V3.GNC.EEE, 320LL4OS 000 bs (LM |
Chorar, implorar, pedir, mendigar, a esses bandidos do Governo,
traidores da pátria e de todos nós? Não, jamais! Ainda somos
gente, ainda somos um povo capaz de lutar, de se libertar e de se
governar a si mesmo.
Pegar em armas, lutar de armas nas mãos, desde já, defender,
palmo a palmo, as nossas terras, sítios e roças, casas e plantações,
mulheres e filhinhos.
Pegar em armas, desde já, não há outra solução. Ou morrer
lutando, ou ser escravo, mendigo, morrer de fome lenta, roído pelas
doenças ou assassinado por esses bandidos. É nossa situação há
dezenas de anos, mas agora ela se torna insuportável, nós desper-
tamos, sentimos a luta de perto, precisamos lutar e iremos à luta
pela nossa libertação contra a escravidão e a opressão.
Em todos os Estados do Brasil há camponeses, trabalhadores,
vaqueiros, peões, índios, negros, mestiços e brancos nas fazendas e
usinas que querem pegar em armas. Em todos os Estados do Brasil
somos expulsos de nossas terras, sítios e roças. Nosso território é
imenso e dentro dele, a exemplo de Canudos, Contestado, Juazeiro
de Padre Cícero, Princesa e milhares de outros lugares, a exemplo
da gloriosa Coluna Prestes, saberemos lutar muito bem, nos defender
e avançar. Multiplicaremos as guerrilhas, arrastaremos milhares de
irmãos conosco que vivem na mesma situação que nós, conquistaremos
as simpatias de todo o povo do Brasil para nossa luta. Nunca per-
mitiremos o saque contra nossos irmãos trabalhadores e camponeses,
nem o banditismo contra as nossas famílias e as nossas filhas. Toma-
remos as terras para nossos irmãos trabalharem; garantiremos as
terras de todos os camponeses e de nossos irmãos Índios; localiza-
remos os nossos irmãos flagelados das secas em zonas salubres e
produtivas, escolhidas por eles e os garantiremos, acabaremos com
os foros, os arrendamentos, a exploração feudal dos senhores de
terra e a opressão em todo o campo do Brasil. Registro, batizado,
casamento, enterro etc., tudo isto será grátis. Poremos muita gente
que sabe ler, lá nos sertões, para ensinar às turmas e mais turmas
de gente que não sabe ler.
Estas lutas e guerrilhas multiplicadas em todo o Brasil em
dezenas e dezenas, o governo não vai dar conta. Ele não dá conta
hoje dos nossos irmãos camponeses que se revoltam - os cangaceiros
- a quem chamam de bandidos, nem lhes cortando as cabeças, e
nós arrastaremos conosco os cangaceiros, lhes ensinaremos a lutar
melhor e a não praticar certos atos de revolta que dão armas ao
Governo para envenenar a população contra os cangaceiros. O Go-
verno terá que afrouxar, baterá em retirada diante de nossas guerrilhas
multiplicadas em todo o Brasil, e nós, nos reuniremos em zonas
seguras, tomaremos cidades e mais cidades, e com o povo dessas
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BR DFANSSB 820 LL 4090000 L :(,“an
cidades, vilas e aldeias, formaremos nossos governos de municípios,
os nossos Conselhos (Soviets), eleitos por todos os camponeses, índios,
negros, mestiços e brancos, todos os trabalhadores, saibam ou não
ler.
O Exército e a Marinha do Brasil, formados por nossos irmãos,
nossos filhos, parentes e companheiros, fraternizarão conosco. Nos
darão armas e munições, não serão os algozes do povo do Brasil
em defesa dos imperialistas estrangeiros e dos senhores de terra.
Se soldados e marinheiros nos traírem, traírem o Brasil, atirarem
contra nós, nós ainda apelaremos para eles, os que teimarem nesse
gesto infame serão odiados, repudiados como traidores.
Os destacamentos de polícia do interior que, como os das
capitais também passam fome, tem vida difícil e trabalhosa, cujos
soldados são filhos em maioria de operários camponeses, nossos
filhos e irmãos muitas vezes, vão vir conosco, nos darão armas e
munições, lutarão a nosso lado.
Muita gente vai marchar conosco porque vê a nossa escravidão
e nossa miséria e não está de acordo com isso, acha a nossa luta justa.
Nas cidades, o operariado, já em luta travada em greves e mais
greves combativas contra seus ou nossos exploradores, vai intensi-
ficar a sua luta, e nós todos vamos nos aliar, nos fraternizar, nos dar
as mãos. Os intelectuais e a pequena burguesia, também cada vez
mais pauperizados vão compreender que para salvar o Brasil só
abrindo desde já esta luta decisiva contra os senhores de terra,
feudais e burgueses, e contra os banqueiros imperialistas estrangeiros,
e expulsando toda essa gente, tomando suas empresas e terras para
nós, não lhes pagando mais nenhum vintém dos empréstimos que não
comemos, não deixando sair mais um vintém dos lucros das empresas
imperialistas que são nossos, só assim, o povo do Brasil, nos juntando
todos das cidades e dos campos, formando o nosso Governo, só assim,
é que salvaremos a nós, nossos filhos, todo o Brasil, de tanta miséria,
da crise e da catástrofe que nos ameaça.
Na frente de toda esta luta está o nosso Partido - o partido
do proletariado, o Partido Comunista do Brasil - que nos guiará,
nos ajudará, lutará com todas as suas forças, que estendam por
todo o Brasil, em todos os Estados, em cidades e nos campos. Mobi-
lizará o proletariado e a todos nós e nos levará ao triunfo de nossa
luta.
Precisamos lutar! Precisamos começar a luta desde já. Iremos
à luta todos juntos, e a vitória será nossa e não dos "galinhas verdes",
dos integralistas que nos ameaçam com um regime de ferro como
instrumentos que são dos senhores de terra,
Foi este o caminho seguido pelos trabalhadores da Rússia So-
viética hoje livre, é este o caminho que segue a China Soviética
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eroranass va.cnc.ese, 820 U p:L43
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BR bFanBSa 829 l “OSC/bºw 1 (P: L44 .
luta adquiria, cada vez mais, um caráter insurrecional. Foi igual-
mente esta luta que forneceu o impulso decisivo para a insurreição.
Os soldados receberam ordens de atirar numa demonstração de
trabalhadores. Recusaram-se unanimemente a executar essa ordem e
fraternizaram-se com os trabalhadores. Na luta contra os oficiais
reacionários, os soldados entraram, com os grevistas e suas famílias
nas casernas onde se deu a confraternização e onde foi selada uma
estreita aliança. Os governos reacionários de Natal. e do Recife,
pretendiam então, proceder ao desarmamento, o licenciamento e à
remoção das tropas revolucionárias. É então que os soldados e as
massas populares usaram do recurso à insurreição, que era dirigida
pela Aliança de Libertação Nacional e em cujas fileiras os comunistas
combatiam lado a lado com os não comunistas.
Durante os últimos meses houve ainda três greves gerais de
protesto no Espírito Santo, Bahia e Recife, dirigidas contra a reali-
zação de Congressos Integralistas nessas localidades.
Em quatro cidades do norte e do nordeste manifestava-se o início
de um grande movimento de camponeses. As contradições das classes
dominantes revestiam formas cada vez mais agudas. Nessas circuns-
tâncias as condições de uma revolução nacional e de uma insurreição
amadureciam mais depressa no norte e no nordeste do que no centro
e no sul do Brasil.
A base decisiva, influenciando o desenvolvimento revolucionário
em todo o país, não podia vir rapidamente, nesse momento, senão do
Rio de Janeiro. Após um exame aprofundado da situação, a direção
nacional revolucionária chegou à conclusão de desencadear a suble-
vação popular geral, começando pela insurreição nas casernas do
Rio de Janeiro. As forças revolucionárias estavam ali, armadas e
fortes e, com uma luta prolongada, era certa a intervenção ativa e
organizada do proletariado do Rio de Janeiro (tanto da Capital como
do Estado). Juntamente com os chefes trabalhadores, os oficiais e
soldados revolucionários examinaram a situação e a resolução insur-
recional foi tomada por absoluta unanimidade. Por uma operação
arriscada, esperavam tomar a iniciativa na luta e poder, em seguida,
desdobrar suas forças gigantescas. Em caso de vitória ou de luta
com perspectiva de vitória no Rio de Janeiro, os outros centros de
forças do movimento libertador-nacional interviriam ativamente.
É verdade que havia então uma superestimação das forças na-
cionais revolucionárias e uma subestimação das forças ainda existentes
do adversário, na capital do país.
As tropas revolucionárias insurretas do 3.o Regimento de Infan-
taria e da Escola de Aviação foram vencidas pelas forças superiores
em número, após um combate de 7 a 9 horas. A despeito dos esforços
heróicos dos oficiais e soldados revolucionários, não foi possível
chamar, à luta armada, outros contingentes decisivos (artilharia moto-
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BR DFaNBSB Ve.cncleee, C2 OLL4OS5 a 001 ; p. 200
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BR DFANBSB V8.GNC.EEE, S20LL4O Sanoob ip. 20!
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BRDFANBSS va.oncieeE, 1 0 4! 09 2% LOL“ p,104
das primeiras fileiras nos combates dirigidos pela ANL, compreen-
dendo aí a última insurreição, não para introduzir no país um regime
comunista ou os soviets, mas para somar nossas forças aos esforços
dos valentes lutadores democráticos e antiimperialistas do Brasil e
para podermos assim, juntos, libertarmos nossa grande pátria e nosso
glorioso povo do jugo humilhante e escravista do capital estrangeiro,
imperialista, e dos inimigos do livre progresso do nosso povo.
Não cooperamos, entretanto, nos complôs e deles jamais parti-
ciparemos. Nosso partido não é um partido de complôs ou de ter-
rorismo individual. Somos o partido do proletariado e a tomada do
poder far-se-á somente com o apoio da maioria absoluta povo
brasileiro e jamais por meio de complôs contra a vontadedo desse
mesmo povo.
Luís Carlos Prestes, hoje grande chefe do nosso partido, tornou-
-se o herói nacional do povo brasileiro, seu "cavaleiro da esperança"
desde 1922-26, quando soube melhor encarar e apreciar a coragem
indomável, toda a resistência obstinada, toda a vontade enérgica de
luta das massas populares de sua pátria contra o imperialismo e seus
agentes nacionais. Nesse tempo, ele ainda não era um comunista.
É enquanto "herói nacional" do povo brasileiro que foi acla-
mado presidente de honra da ANL e o principal guia da luta anti-
imperialista atual. (...)
(Fernando Lacerda, La Correspondance Internationale,
n.o 7, 1936).
3) As condições de um verdadeiro programa
democrático no Brasil (1937)
A vaga popular democrática ascende no Brasil, repercussão que
é da luta antifascista no mundo e particularmente da resistência e
das contra-ofensivas heróicas do povo espanhol. Ela cresce e já
provocou não somente declarações calorosas a favor da democracia,
da parte dos candidatos à futura presidência da República, mas
também mudanças bruscas na política do próprio Presidente Vargas.
Suavizou-se o estado de sítio, a censura, e prometeu-se aboli-los;
ao mesmo tempo foram restritos os poderes do tribunal fascista que
condenou Prestes e seus bravos companheiros. Por outro lado foram
postos em liberdade mais de 500 democratas presos por Vargas sem
nenhum processo, e transferiram Prestes e Ewert para prisões onde
o regime é mais suave. Todos esses fatos produziram-se graças à
pressão da vaga democrática popular e, por seu lado, impulsionaram-
-na. Começou a se formar uma frente popular democrática.
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ar oranasa va.enc.eee. 32011406 eno oliva b
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BR DFANBSB Va.GnNC.EEE BO LL405,9.00 L.P- 2%
às eleições de 1938, Getúlio recebe os chefes fascistas brasileiros,
esses mesmos traidores nacionais que, em 1936, quiseram desencade ar
um golpe de Estado fascista, sustentado pelo cônsul italiano na Bahia.
Tal golpe seria facilitado pelas armas enviadas da Alemanha e da
Itália, trazidas por navios desses países fascistas,
casas comerciais alemãs e italianas e ao convento edosendereçad as a
Beneditin os,
quartéis-generais dos chefes fascistas brasileiros. Isto demonstra, que
Vargas não quer romper completamente suas ligações criminosas
com os piores inimigos da democracia e do Brasil, os agentes do
fascismo alemão e seus aliados.
É preciso exigir essa ruptura de Vargas. É preciso exigir também
de José Américo de Almeida * e Armando Salles,**
cretas, claras, face às quatro condições acima referidas.posições con-
Nenhum deles falou de anistia nem de sua posição
luta mundial contra o fascismo e a guerra e, em primeirofrente lugar,
à
face à luta gloriosa da Espanha democrática e
da paz mundial e contra os selvagens fascistas. republicana a favor
Armando Salles prometeu lutar contra o rigor das leis anti-
democráticas e o povo exige a abolição completa desses monstruosos
insultos à democracia brasileira!
José Américo aceita o apoio dos integralistas como o do deputado
Barreto Pinto, recém-chegado da Alemanha e que foi acusado no
Parlamento de estar "vendido à Alemanha". José Américo aceita o
apoio dos que se dizem nacionalistas, que querem retirar o petróleo,
o ferro, o níquel e o algodão das mãos dos trustes imperialistas anglo-
-americanos, para doá-los aos Piepemeyer, Krupp e a outros agentes
dos fautores fascistas da guerra e da destruição.
É preciso exigir de José Américo que rompa suas ligações com
esses inimigos do povo e da democracia, agentes dos piores inimigos
da humanidade.
Se um desses candidatos assegurar as garantias acima expostas
e seu verdadeiro amor pela democracia, o povo poderá apoiá-los.
* José Américo de Almeida - burguês nacional-reformista, ligado às
camadas da burguesia nacional - cujo desenvolvimento é freado pelos trustes
imperialistas anglo-americanos - por
do Brasil. Ministro das Comunicaçõesconseguinte, pela burguesia do Nordeste
presidente da República, em 1930-31, saiudurante o governo provisório do atual
desse governo por causa de medidas
que tomou contra os mesmos trustes, da eletricidade; daí sua grande popula-
ridade, particularmente no Nordeste do país,
** Armando de Salles Oliveira - burguês ligado aos plantadores de
algodão do Estado de São Paulo
do Sul, estes, por sua vez, ligados eaosao frigoríficos
partido dos criadores do Rio Grande
americanos. Salles, antiga-
mente unido aos trustes americanos de eletricidade,
presidência no governo do Estado de São Paulo (1933-35),realizou,uma
durante sua
política
mente em favor dos
e japonesa. Hoje hesitainteresses da Inglaterra, assim como da penetração franca-
alemã
entre o imperialismo americano e os outros imperialismos.
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BR DFANBSB VB.GNC.EEE, SAO LL MO
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reduzido há vários meses, a se alimentar com uma espécie de semo-
lina duas vezes por dia e com frutas que ele próprio deve comprar.
A mulher de R. Ghioldi, também argentina, Carmem
de Ghioldi foi igualmente maltratada. Prenderam-na durante 45Alfaya dias
no mais absoluto segredo. Ela mal se alimentava, pois a comida
oferecida estava frequentemente em estado de deterioração. A única
acusação que pesa sobre ela é a de ser a esposa de Ghioldi.
Maria Benegas, argentina da Província de Santiago Del Estero,
está presa desde 9 de julho deste ano. Ela foi igualmente torturada
sem piedade. Como todas as outras mulheres presas por razões polí-
ticas ela foi desnudada e espancada; durante mais de um mês ficou
detida na polícia central na companhia de prostitutas e dos ladrões
de direito comum, em locais imundos, dormindo sobre o solo e sem
cobertas, e sem outra alimentação a não ser café e um pão indigesto.
De Luís Carlos Prestes não se sabe nada há algum tempo. Parece
que está preso no Departamento Central da Polícia do Rio.
Rumores começam a circular tendendo a fazer crer que ele já
está morto.
A mulher de Prestes teria saído da prisão e à custa de maus
tratos fizeram-na abortar. Hoje existe a intenção de entregá-la a
Hitler.
Tem-se a intenção de embarcá-la no Graf Zeppelin,
duziria diretamente para a Alemanha, a fim de evitarquequalquer a con-
demonstração a seu favor nos portos escalonados pelos navios que
fazem o trajeto entre o Brasil e a Alemanha.
A mesma sorte espera o ex-deputado comunista do Reichstag
alemão, Ewert e sua mulher (a mulher de Prestes, Olga Benário, e
de Ewert, foram entregues à Alemanha e estão internadas em Berlim.
A redação.).
Os prisioneiros estão informados que deverão ser julgados por
tribunais especiais de caráter militar. Não se dispõe diante desses
tribunais de nenhuma defesa real. Os defensores são designados de
ofício; pode-se mesmo prescindir-se da defesa e do próprio acusado.
As únicas provas possíveis são as apresentadas
não são obrigados a se pronunciarem baseando-spela
e nas
polícia; os juízes
provas e na lei,
Sua própria convicção é suficiente: julgamento de consciência .
Se julgarmos por tudo que sabemos, numerosas condenações à
morte foram pronunciadas. Os que não foram
enviados aos campos de concentração. Fala-se de executados
lugares de
serão
isola-
mento, como a ilha de Fernando de Noronha
lândia, que fica próxima à Guiana Francesa. e a região de Cleve-
Tais confinamentos equivalem a uma condenação à
um prazo um pouco mais longo. O clima e as doenças morte dizimam
com
população; os que não morrem rapidamente são marcados pelo restoa
da vida. Lembramos que durante o governo de Bernardes, mais de
201
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BR DFANBSB VB.GNC.EEE. 820 LL4O0 95 emo LW»? L é
O bloco de agressores quer que o Brasil adira a seu pacto de
guerra, utilizando-o nessas aventuras, nas suas extorsões contra o
povo brasileiro, contra os povos democráticos dos Estados Unidos,
da Inglaterra e da França, contra a paz e a democracia mundiais.
Vargas quer reduzir o Brasil a um instrumento do bloco de agres-
sores, a uma colônia, uma presa dos monstros que devastam a Espanha
e a China! (...) |
(Otávio Brandão, La Correspondance Internationale,
n.o 49, 1937).
211
BR DFANBSB V&.GNC.EEE, R0 | U'f O5 amei L WA
O balanço do "novo Estado" instaurado já há cinco anos pode-
-se resumir em alguns termos: fome acurada, opressão redobrada do
povo e avassalamento mais acentuado ainda do país ao imperialismo.
O povo procura uma saída para essa intolerável situação. A
polícia maquina a caça aos partidos que organizam "complôs" e
projeta novos golpes de Estado, tentando descobrir conspirações e
confiscar depósitos de armas secretas; as prisões se enchem de adver-
sários do regime. Os integralistas, que recusam reconhecer em Getúlio
Vargas o novo "chefe nacional", trabalham eles próprios para a
derrubada do "novo Estado". Eles querem O fascismo "integral", o
das Camisas Verdes.
Diante desses desígnios dos integralistas, que querem instaurar
sua própria ditadura, o P.C. brasileiro - que não justifica por isso,
afrouxar a vigilância diante da ditadura de Vargas - apela ao
proletariado e ao povo que se mantenham incessantemente em guarda
a fim de impedir todo golpe de Estado no qual se pretenderia
"melhorar" a ditadura fascista atual. E ele não tolerará que Vargas,
a pretexto do perigo de uma "insurreição" integralista, possa reforçar
sua própria ditadura. Também o P.C. proclama que a luta contra
os integralistas deva se acompanhar do combate o mais encarniçad
contra o fascismo presentemente no poder. É preciso que o prole-o
tariado e o povo denunciem a traição dos chefes oportunistas que,
abertamente ou não, sustentam a ditadura de Vargas aos gritos
"O integralismo é o pior inimigo", ou mesmo: "Viva Vargas!" de:A
esses que transigem e a esses traidores, o povo deve responder:
"Nenhum apoio a Vargas! Pela derrubada de Vargas! Contra toda
tentativa de putsch dos integralistas!"
A instauração de uma verdadeira República democrática baseada
na Constituição de 1934, aparada das emendas ulteriores que lhe
foram acrescentadas pela reação, libertação de todos os prisioneiros
políticos, medidas eficazes contra a alta do custo de vida - tal é,
em conjunto, o programa mínimo de ação que propõe o P.C. brasi-
leiro a todas as forças democráticas do país.
(La Correspondance Internationale, n.o 26, 1938).
214
BR DFANBSB Ve.cNo.eeE, 8201!
4OS i p. 222
nheceu". Em novembro de 1937, quando do golpe de estado, a
imprensa fascista alemã e italiana elogiava Vargas. Agora, depois
do putsch fascista, os jornais hitlerianos como o Berliner Boersen-
-Zeitung de 13 de maio, afirmam: "Largas camadas brasileiras repu-
diam a política do regime Vargas"; "elas consideram-se enganadas
e privadas de direitos políticos"; "é impossível governar muito tempo
contra a vontade da população" etc. Os jornais de Hitler tagarelam
sobre a falta de direitos políticos e sobre a vontade do povo! . . :
Esse mesmo jornal hitleriano, em seu número de 16 de maio,
reforça seus ataques contra Vargas.
Todos esses fatos demonstram que, de um lado, o bloco de
10 de novembro de 1937 (bloco dos semifeudais e dos burgueses
reacionários com os militaristas, os chefes integralistas e os grupos
nazistas) começou a se decompor e que, de outro lado, o moviment
o
democrático começou novamente a deslanchar. Trata-se, pois, de
uma derrota parcial do fascismo, o que tem uma grande importância
não somente para O Brasil, mas também internacionalmente.
Deve-se, porém, ainda lutar bastante para vencer definitivamente
o fascismo!
(Otávio Brandão, La Correspondance Internationale,
n.o 31, 1938).
215
BR DFANBSB Va.GNC.EEE, 820 LL4O S en 00 LWWHÍJ
Por hoje, desfaçamos a última incompreensão que ainda nos
separa. A união de todos os brasileiros é o que reclamam, nos dias
de hoje, os supremos interesses do Brasil. Nesta formulação, como
diz, estamos de pleno acordo. Mas unir como? Em torno do movi-
mento da ANL? pergunta você. E eu lhe respondo: Não, meu
amigo, unir em torno de um programa simples e concreto que satis-
faça às necessidades mais imediatas de nosso povo. Que todos os
brasileiros, quaisquer que sejam suas opiniões políticas, suas crenças
religiosas, suas tendências ideológicas, unam-se para a luta imediata
por este programa de salvação nacional. O programa que propomos
é o seguinte: 1) DEMOCRACIA, isto é, escolha dos governantes
pelos governados e absoluto respeito às liberdades populares: liber-
dade de pensamento, de reunião, de associação etc. 2) NACIONA-
LISMO (não chauvinismo), isto é, medidas práticas que assegurem
a nossa emancipação econômica (como a criação de uma indústria
pesada e efetivamente nacional) e que facilitem a organização da
defesa nacional. 3) BEM-ESTAR DO POVO, isto é, medidas prá-
ticas que assegurem a diminuição do custo de vida e a melhoria
imediata da situação de miséria em que definha o nosso povo. Este,
em linhas gerais, é o programa que propomos, estando dispostos a
apoiar qualquer governo que o proclame ante o povo e que, efetiva-
mente, o execute. Nesta luta, meu amigo, não devemos ver os homens
e apoiar até o próprio Getúlio se, amanhã, compreender a necessidade
nacional de um tal programa, e quem lhe escreve isto é o homem
que, pessoalmente, tem a Getúlio o mais justificado ódio: você deve
saber que foi ele quem mandou entregar a Hitler minha dedicada
companheira, em adiantado estado de gravidez.
Esta unidade por um ideal, e acima dos homens e dos partidos,
é que propomos. Os homens dignos não se opõem à união em
torno de um programa prático, desde que não sejam obrigados a
renunciar suas idéias e convicções.
O contrário, isto é, submissão à força e à tirania, não é união,
é escravidão. Nós, os aliancistas e comunistas, não pretendemos impor
nosso programa a quem quer que seja, mas reclamaremos o direito
incontestável de possuí-lo e propagá-lo. Só num ambiente de liber-
dade, de respeito à livre manifestação de pensamento, poderá nosso
povo progredir e elevar ao governo os homens que realmente o
representem. E é isto o que queremos e que você, como social-de-
mocrata, também não pode deixar de desejar. Será o congraçamento
de todos os brasileiros, sem vencedores nem vencidos, para o bem
do Brasil. Outra questão, imediatamente ligada à primeira: Você
tem razão quando diz que, no momento, toda luta partidária e ex-
temporânea é favorável ao Getúlio, ou melhor, aos que com Getúlio
pretendem consolidar e eternizar a tirania. Mas não deve esquecer
216
ar oransse va.onc.eze, 220 LLYOSomoo L, p.. A 24
217
anooli g. QS
BR Dransse ve.enc.eee. 220 LLUOS
mente após O
A situação política do Brasil modificou-se notavel
nazista- integral ista abortad o de 11 de maio último. Há tempos
putsch
o contra o perigo
o partido comunista alertou o povo e o govern
e fascista do governo , que pro-
fascista. Entretanto, a ala reacionária
o integra lismo fascista , tentava desviar a atenção
tegia e ainda protege
218
" Broranase ve.enc.ece, 820 LL 405 A6
219
o 221
aroransse 220114 4oSonoob
220
BRoranNBSB É 20 l L40S$ am eol vê ' ªs
"tirar as casquinhas do fogo" para ninguém, e que, os que procu-
ravam atrair as potências fascistas contra a U,R.S.S. poderiam acabar
sofrendo um grave revés.
Quando do desmembramento e anexação da Tcheco-Eslováquia,
a União Soviética insistiu novamente pela convocação de uma con-
ferência internacional de todas as potências interessadas em manter
a paz. Esta proposta foi rechaçada pelos governos. inglês e francês
que preferiram organizar seu próprio sistema de segurança, dando
garantias a diversos países. Depois os governos inglês e francês
estabeleceram as negociações de Moscou demonstrando, nos quatro
meses de penosas conversações, que não queriam chegar a um pacto
de assistência mútua, mas sim obter argumentos para continuarem
a negociar com Hitler, Mussolini e os militaristas japoneses.
As conversações Hudson Walthat, em Londres, e a visita do
professor Burkhardt a Hitler demonstraram claramente que Cham-
berlain e Deladier não haviam abandonado as esperanças de atirar
a Alemanha contra a U.R.S.S. à custa de novas concessões, inclusive
a respeito de Dantzig. A composição das missões militares enviadas
a Moscou pelos governos inglês e francês, o fato de que a delegação
inglesa não levou credenciais autorizando-a a chegar a qualquer
conclusão, a recusa do governo polonês em aceitar o auxílio militar
soviético, demonstram ainda, que aquela viagem de militares anglo-
franceses representava o resultado da pressão dos povos inglês e
francês sobre seus governos e um argumento julgado mais decisivo
para fazer pressão sobre Hitler. Não havia qualquer intenção para por
parte de Chamberlain e Deladier de um entendiment o honesto
preservar a paz e organizar a segurança coletiva.
Aceitando a proposta alemã de um pacto de não agressão a
U.R.S.S. botou por terra todas as manobras dos provocadores de
guerra. Se a Polônia está sendo esmagada pelos nazistas só pode
apontar como responsáveis desse desastre seu próprio governo rea-
cionário e os imperialistas ingleses e franceses que recusaram a
única ajuda que garantiria a independência do país e a integridade
de suas fronteiras.
Outro aspecto. A imprensa faz uma confusão propositada sobre
o alcance do pacto de não agressão teuto-soviético. Não se trata de
uma aliança, trata-se apenas de um compromisso de não agressão
que a U.R.S.S. cumprirá enquanto for respeitada pela outra parte.
E, finalmente, não há partilha da Polônia pelo Exército Vermelho.
No dia 17, domingo pela manhã, o governo soviético comunicou
ao embaixador polonês em Moscou que, estando o território polaco
abandonado pelo seu governo e sujeito a qualquer acontecimento ou
surpresa, criava uma situação de insegurança para a União Soviética.
221
sroransse 220 ameolbyo 224
222
BR pransss ve.enc.eEE, 220 LL 4 O Sam cool. 19 20
223
BRDFANBSB Ve.cNC EFE So o0L, (”QM
sem programa definido. É portanto falsa a afirmação lançada pelos
fascistas anônimos pelo Comitê da união sagrada. Mas isso não sig-
nífica que renunciamos a formar frente única
ou grupo político tendo em vista a unificaçãocomdequalquer todas as
corrente
democráticas e nacionalistas do país, desde que essa frente forças única
seja estabelecida na base de um programa de ação cujos pontos
essenciais já foram indicados inúmeras vezes por nosso Partido.
O Partido Comunista chama
rosas afirmações sobre as quais setambém baseiam
a atenção para as menti-
os fascistas anônimos
para defender a atual ditadura opressora que caminha
antinacional e antidemocrático. A ninguém de boaparaféo fascismo é lícito
confundir promessa com realização. Mobilizado em todos os recantos
do país pelo sacrifício
de brasileiros sinceramentedosdedicado
comunistas, dos nacional-libertadores e
s ao progresso do Brasil, o povo
exerce uma pressão cada vez mais forte
Promessas e a tomar algumas medidas comqueevidenteobriga o governo a fazer
intuito de acalmar
os protestos e descontentamentos e protelar a solução
problemas que interessam de forma vital à defesa nacional, eficaz a
dos
elevação
do nível de vida do povo e o progresso da nação. A sabotagem da
legislação trabalhista aí está como uma prova evidente. Alguns navios
mineiros - fabricados na maior
geitos - bem como uma fábrica parte de
com aço e materiais estran-
fuzis e metralhadoras não re-
solvem o problema da defesa do país ameaçad
do novo acordo entre os imperialistas fascistaso edenãopagarfascistas.
as custas
questão da siderurgia é outro exemplo frisante, Com certeza os paus-A
-mandados de Francisco Campos e consortes já se esqueceram que
foi proibido bastante recentemente, por aviso reservado do estado-
-maior, a discussão sobre a siderurgi
exército. Com certeza já se esquecera amaté também
mesmo entre os oficiais do
corrente ano acha-se pronto o projeto elaborado pelaquecomissão
desde abril do
especial
de estudos nomeada pelo próprio Vargas, projeto que está baseado
sobre os postulados fundamentais do plano Raul Ribeiro e prevê a
instalação de altos fornos com capacidade de 300.000 toneladas
anualmente, bem como a exportaç
carvão. Tal projeto já foi aprovadoão pelo de minério e importação de
Conselho Federal de Co-
mércio Exterior e os decretos respectivos estão dormindo nas gavetas
do governo há mais de cinco meses!
A caducidade irrevogáv do contrato da Itabira Iron, resul-
tado da pressão popular, nãoel resolve o problema da produção de
aço brasileiro em grande escala. E o povo
"estudos" são uma das formas mais em vogajá para percebe que os eternos
protelar a solução
dos problemas vitais do povo brasileiro em benefício de interesses
imperialistas escusos. Enquanto o povo espera, os magnatas impe-
rialistas Farquhar e outros vão agindo na sombra e tomando novas
posições contra o Brasil para retardar a solução do problema e con-
224
BR DFANBSB Va.GNCEEE, 820LL405S om 00 L;
p/ ABA
225
BR DFANBSB VB.GNC.EEE, 220 L1 40 S enOoaL (47283
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BROFaNaSB ValGncleze, 920 LL 10 5a no
vio 284
227
BRDFANBSB vacnc ese . 420 LL 40 Sen ool, p DB
228
arDranass ve.enc.eee, 210 LLU05 000
infº , 236
Em começos do ano de 1940, as prisões realizadas no Rio e em
São Paulo, de elementos do Comitê Central, repercutiram na Bahia,
onde houve mais de uma dezena de prisões de elementos dirigentes,
mais
intelectuais e operários. Nessa ocasião, foi preso o dirigenteimpor-
importante do Partido na Bahia e provavelmente um dos mais
tantes do País, e que viria a ser posteriormente, com a legalidade
do Partido, um dos homens mais influentes durante muito anos. Ele
se chamava Diógenes Alves de Arruda Câmara. a
Entre os intelectuais também foram presos nessa ocasião os
irmãos Costa Pinto. -
De 1938 até essas prisões, o Partido, na Bahia, como um dos
núcleos mais puros do País - isto é, como um dos organismos sobre
o qual não havia suspeita de penetração ou infiltração da polícia -
passou a ter uma importância muito grande na reorganização do
Partido em todo o País, destacando-se a sua atuação e até mesmo
liderança no movimento estudantil nacional.
Em 1940, enviou uma delegação para o 4.o Congresso Nacional
dos Estudantes, da qual faziam parte Milton Cayres de Brito -
que seria posteriormente, na legalidade, um dos maiores dirigentes
do País, deputado federal e diretor da revista "Hoje" em São Paulo
- e João Falcão, que era diretor da "Seiva" e que seria depois
também dirigente estadual na Bahia e fundador do jornal do Partido,
chamado "O Momento", também nesse Estado.
Participaram do Congresso, que significou naquela oportunidade
talvez a maior manifestação do povo brasileiro na sua luta para
encontrar uma abertura democrática e antifascista, jovens que seriam
logo depois grandes figuras da política nacional, como Ulisses Gui-
marães, Francisco Quintanilha Ribeiro, Trajano Pupo Neto (de
São Paulo), Germinal Feijó (de São Paulo), Sílvio Vasconcelos (de
Minas) e muitos outros. 2
Mas o importante é que já nesse Congresso esboçavam-se as
diversas tendências do pensamento político brasileiro e formou-se,
como consequência dos seus trabalhos, uma verdadeira frente anti-
fascista.
Nesse mesmo Congresso participaram ainda nomes como Luís
Pinheiro Paes Leme, que foi eleito presidente da União Nacional
dos Estudantes e que viria a ser depois um político de bastante evi-
dência no Rio de Janeiro, o Hélio de Almeida, que viria também a
ser ministro no Governo de João Goulart.
Também esboçaram-se algumas tendências políticas da juven-
tude, não obstante haver um grande esforço do Governo no Estado
Novo, no sentido de que o Congresso não tivesse nenhum caráter
político. Através de seus agentes junto ao movimento estudantil e
participando ativamente do Congresso, o Governo procurava desviar
229
ar oraness va.enc.ee, 82011405 onoobç;o 237
230
BR DFANBSB VB8.GNC.EEE . 310 ill“! 0S amo Ls? 238
prisões de 1940 - isto, portanto, em março de 1941 --, para manter
um contato com os exilados brasileiros no Uruguai e na Argentina
e com membros da Internacional Comunista. Missão cumprida depois
da chegada à Argentina, o enviado foi recebido por Vitorio Codovila
(?) e Rodolfo Ghioldi, que eram membros da Internacional Comu-
nista. E aí, ao lado de alguns membros do Partido exilados no Prata,
como Pedro Mota Lima ...
Após alguns dias de conversação, o delegado enviado recebeu
instruções de voltar ao Brasil para rearticular o Partido, devagar,
sem nenhuma pressa, com o máximo de cautela. Isso seria um
trabalho, diziam, para anos. E que evitasse qualquer contato com
as organizações ditas ilegais de São Paulo, do Rio, porque conside-
ravam lá que elas estavam bastante infiltradas, que tinham uma
infiltração policial muito grande.
Então, concentrando seu trabalho na Bahia, o Partido na Bahia
enviou um delegado para manter contatos com os Partidos de Ser-
gipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Esses contatos foram feitos
com relativo êxito, em junho e julho de 1941, e logo em seguida,
em agosto ou setembro deste mesmo ano, realizava-se a Conferência
do Nordeste do Partido Comunista, em Salvador.
Dessa Conferência, participaram dois delegados da Bahia, um
operário que se chamava Severino Torres e que tinha o apelido
revolucionário de "Jordão", e um estudante que tinha o apelido de
"Antônio Gouveia"; um representante de Alagoas, um jovem e jor-
nalista chamado Bersalino Maia; um representante do Estado de
Sergipe, cujo nome não me recordo agora.
Nesta Conferência, as resoluções principais de que me recordo
foram: uma de caráter organizativo, que seria a constituição do
Secretariado do Nordeste, com a direção composta por um represen-
tante de cada um dos Estados que tomaram parte na Conferência;
segunda, de caráter político: seria a determinação da etapa da revo-
lução que o Brasil vivia naquele momento, que era a da revolução
democrático-burguesa; e uma de caráter tático, que seria a luta pela
derrubada do Estado Novo.
Essa organização, porém, teve vida efêmera, porque foi desba-
ratada com prisões em Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, dos
seus principais responsáveis, em dezembro de 1941.
Conseguindo sair da Bahia, no dia 24 de dezembro de 1941,
num "ita", o depoente chegou a São Paulo, onde entrou em contato
com Arruda Câmara, que havia sido posto em liberdade há pouco
tempo e encontrava-se aqui em São Paulo tentando a rearticulação
do Partido. Daqui de São Paulo, os dois seguiram clandestinamente
para a Argentina onde novamente mantiveram contatos com comu-
nistas exilados nesse país e membros da Internacional.
231
BR DFANBSB V8.GNC.EEE. %).Ó | 14 0Sanoo | io à 34
Nesse período, realizou-se um trabalho intenso entre determi-
nados membros do Partido, no sentido de discutir a sua linha política,
em janeiro, fevereiro, março de 1942, em Buenos Aires. Participaram
destas discussões Fernando Lacerda, recém-chegado da União Sovié-
tica, via Chile; Arruda Câmara, Pedro Mota Lima, o major Costa
Leite e o depoente. Nessa oportunidade, já despontavam as diver-
gências, que depois vieram a aflorar no Brasil, dos pontos de vista
de Fernando Lacerda, de Arruda Câmara, do Mota Lima e do grupo
baiano.
Fernando Lacerda manteve-se, quando voltou ao Brasil no de-
correr de 1942, dentro do ponto de vista da sua entrevista à revista
"Diretrizes", no sentido de que a luta e a união contra o fascismo e
pela defesa da Pátria levariam mesmo até à suspensão das atividades
do Partido Comunista. O Arruda Câmara e este depoente sustentavam
o ponto de vista que também veio a aflorar nas suas voltas ao Brasil
através do organismo partidário da Bahia, de que deveria haver
união nacional em defesa da Pátria e contra o fascismo, mas ao mesmo
tempo deveria se combater o inimigo fascista interno, inclusive o
Estado Novo. Esses pontos de vista constituíram depois o pivô de
uma luta interna entre vários grupos do Partido, destacando-se a
CNOP, ou seja, a Comissão Nacional de Organização Provisória, e
os elementos antiestado-novistas mais radicais de São Paulo, do Rio
e intelectuais, e o grupo baiano, conforme já expliquei antes.
Durante o ano de 1942 - e em grande parte de 1943 - essas
divergências ficaram em plano secundário, porque, com a entrada do
Brasil na guerra, o movimento patriótico cresceu muito em todos os
Estados, principalmente na Bahia e na prática da luta contra O
fascismo e a defesa da pátria havia praticamente união. Só mais tarde
é que essas divergências doutrinárias passaram para um plano mais
importante e aí surgiu o problema das divergências entre a CNOP
e o grupo baiano e os demais grupos.
A CNOP, por obter certas ligações com Prestes - através de
meios mais fáceis - passou a ter atuação mais prestigiada, uma vez
que sob certos aspectos já representava o pensamento do próprio
Prestes.
O grupo da Bahia, embora não tivesse nenhuma ligação nesse
sentido, continuava prestigiado por ser considerado o único grupo
idôneo perante os exilados na Argentina e a própria I.C. Daí o
empenho da CNOP em conseguir o apoio e fazer a unidade com o
grupo baiano, o que foi obtido através de um elemento de confiança
comum aos dois grupos, que era o Arruda Câmara.
Nos entendimentos entre os dois grupos, destacaram-se elementos
como Giocondo Alves Dias, o Capitão Ivã, Maurício Grabois, o
próprio Arruda Câmara e o depoente. Do Rio, são o Capitão Ivã e
o Grabois; os cutros, inclusive Arruda, são da Bahia.
232
BRDFANBSB Va.GNC.EEE, BO LL4O Sânool 6. 240
233
ar oranasa ve.onc.ece. BXOLI4O EM 00L , o 24!
15) A Conferência da Mantiqueira (agosto de 1943)
a) DEPOIMENTO DE MAURÍCIO GRABOIS
1940 foi um ano negro de ascensão do fascismo. Paris caia
vergonhosamente em mãos da Whermacht, entregue sem luta pela
burguesia francesa. Hitler, eufórico, julgava assegurado por um
milênio o domínio do nazismo no mundo.
Em nosso país, levado por essa ilusória realidade, a ditadura
fascista de Vargas traçava a sua política. Navegava nas ondas da
feroz reação que assolava então o mundo capitalista. O ditador do
Estado Novo proclamava, em discurso tristemente célebre, no cou-
raçado "Minas Gerais", sua adesão à "nova ordem" de Hitler. Tal
declaração correspondia internamente, à intensificação do mais im-
piedoso terror contra o movimento operário e antifascista. A polícia
era um departamento da Gestapo que dirigia toda a sua iniminosa
atividade.
O furor e o ódio da ditadura voltam-se, particularmente, contra
o partido do proletariado, o Partido Comunista do Brasil que des-
fraldava a bandeira da luta contra o fascismo. O Partido Comunista
era duramente golpeado. A sua direção nacional fora presa pelos
cães de fila do verdugo Felinto Miller e após ela caíam as mais
importantes direções estaduais.
Nessa época, o policial Batista Teixeira, afirmava, jactanciosa-
mente, nos jornais das classes dominantes, que liquidara o Partido
Comunista e acabara com o comunismo no Brasil.
Pura fanfarronice de policial fascista.
Apesar de seriamente atingido o Partido existia e lutava. O
Partido palpitava pleno de vida na figura heróica de seu provado
chefe, o camarada Prestes, que encarcerado, diante dos algozes do
Tribunal de Segurança, a 7 de novembro daquele ano, saudava o
povo brasileiro pela passagem de mais um aniversário do maior
acontecimento da história da humanidade -- a Grande Revolução
Socialista de Outubro. Com sua atitude, Prestes mostrava que o
Partido não morrera. Onde está um comunista está o Partido.
O exemplo de Prestes inspirava muitos militantes de base e
quadros intermediários que, em liberdade, jamais deixaram de com-
bater e erguer bem alto a bandeira do Partido. Estes comunistas
lançaram-se ardorosamente no trabalho de rearticulação das forças
do Partido, então desprovidas de um centro dirigente geral capaz
de coordenar sua atividade em âmbito nacional.
O Partido reorganizado no Distrito Federal, lutava destemida-
mente entre as massas contra o fascismo e pelas liberdades, pela
anistia para Prestes e demais presos políticos e contra o Estado Novo.
O mesmo fato se verificava em vários Estados. O Partido reestrutu-
234
Broranssa ve.onc.ece, 220 LL40S0mOO bp. 24
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BR DranBSB Ve.GNC.EEE, ©20LL40S an L p -A47
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ar oranass vs.onc.eee, 22011 405 244
237
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240
BROFANBSB 320LLUOS em00l , p. 249
SEGUNDA PARTE
FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
E IDEOLOGIA
BR V8.GNC.EEE, ax011 ip: 29.0
A) A IDEOLOGIA
I
Nutrimos pelo Sr. Oliveira Lima uma forte, suculenta simpatia.
Internacionalistas, somos, ao nosso modo nacionalistas. Apenas O
nosso nacionalismo não destoa do concerto universal, mas se integra
nele, como os acordes de uma mesma sinfonia. Aplaudimos nesse
eminente patrício a nota genuinamente brasileira, igual a si mesma,
ao mesmo tempo que inseparável do conjunto da internacional or-
questração dos povos e das nações. É por seu internacionalismo
equilibrado, por assim dizer pragmático, que saudamos nele o nosso
mais afeiçoado nacionalista, um dos expoentes mais expressivos de
nossa quota-parte no banquete das nações.
Entendemos que o verdadeiro nacionalismo deve haurir no solo
onde se fincam suas raízes os elementos formadores da sua seiva, de
sua seiva histórica, da qual necessita para crescer e prosperar, nor-
malmente; e, na atmosfera internacional, deve procurar outros recursos
igualmente indispensáveis à garantia de sua vitalidade e à expansão
de suas energias criadoras.
Em nossa humílima opinião O. Lima realiza esse encantador
consórcio do internacional e do nacional, de que resulta um suave
equilíbrio entre estas duas forças, que são as duas condições essenciais
de toda existência, individual ou social: a tradição e o progresso.
É por isto, por estas impressões que nos desperta sua apurada
individualidade, que lhe consagramos a mais profunda e respeitosa
admiração, sem prejuízo, é claro, dos sistemas opostos por que ambos
nos orientamos e à luz dos quais compreendemos a vida e seus
fenômenos, a sociedade, a política.
Ainda assim, seja a sociedade organizada deste ou daquele modo,
vitorioso este ou aquele sistema político, retrogrademos para a mo-
narquia, estacionemos na República, ou evoluamos para os soviets,
O. Lima será sempre O. Lima: um grande vulto da Pátria, um ine-
gável servidor da humanidade.
245
aR DFanBSB Va.eNc.EEE. 320 lLIOS pn col.-, ( 29 |
Em política, o ilustre escritor é o que se pode chamar um
burguês liberal. E por isto é que no caso particular da política
sovietista não dissimula a satisfação de um "nepman'", enxergando
precisamente na Nova Política Econômica o lado bom do bolche-
vismo. ..
Embora fugazmente, tentaremos abordar os pontos capitais de
um seu magistral artigo, que o "Diário", há dias transcreveu.
Engana-se o notável publicista quando afirma que os dirigentes
atuais da Rússia vão-se tornando oportunistas no que concerne ao
sistema econômico do país, "pondo de lado o ideal exclusivo de
uma indústria do Estado". Repelindo a pecha de "oportunistas"
que os socialistas da esquerda e os anarquistas lançaram contra os
bolchevistas chamados da direita, Lenine disse com sua bonomia
habitual que esses "puros" não se dão ao trabalho de verificar à
luz da história a natureza do oportunismo, se coerente ou não com
0 processo revolucionário.
Tanto para esses psitacídios doutrinários que descobrem em a
Nova Política o lado mau do bolchevismo, como para os confiantes
burgueses que enxergam nela o seu lado: bom, são aplicáveis essas
palavras do grande tático marxista.
Temos que essa apregoada indústria do Estado, não constitui
propriamente um "ideal" do socialismo leninista, mas uma etapa
necessária do processo revolucionário, correspondente a esse período
crítico de transição entre as formas da produção capitalista e as da
produção socialista, ou como disse o mestre: "O socialismo não é
mais que a etapa que segue ao monopólio capitalista de Estado".*
Isto já escrevia ele ao tempo de Kerensky, por conseguinte
antes da Revolução de Outubro (novembro pelo nosso calendário).
A verdade é que os dirigentes sovietistas nunca pensaram em
estabelecer o socialismo em vinte e quatro horas, pois não cultivam
a "poesia revolucionária" aqueles homens a quem o capitão Jacques
Sadoul chamou de "gigantes realizando Uma obra gigantesca", edu-
cados todos eles na escola do realismo histórico, encanecidos quase
todos num entusiástico e permanente culto à Ciência,
E a ciência econômica, de par com o conhecimento perfeito das
condições especiais dos diferentes tipos econômicos que apresenta a
organização da enorme Rússia, advertia-lhes da impossibilidade do
socialismo sem a técnica 'do grande capitalismo.
Eis por que, não sendo o capitalismo de Estado um "ideal socia-
lista", é, entretanto, a fase mais importante de gestação do socialismo,
variando a duração desse período com as condições econômicas do
país, onde, porventura, se opera a revolução. Na Alemanha industrial,
247
ar pransss va.enc.eEE, 82011405 om pol , 0.253
II
Uma retirada em ordem vale muita vez por uma condição de
vitória. Verdade é que não se pode dizer categoricamente do resul-
tado imediato dessa formidável batalha econômica travada entre duas
civilizações, conquanto o estudo objetivo da situação nos induza a
aceitar como muito provável a hipótese de se verificar desta vez,
nas usinas de Petrogrado e Moscou, o "milagre" do Marne econômico.
Fracassado o movimento de frente, aconselha o tático da nova
guerra, faça-se um movimento giratório e se organize um trabalho
de sapa, pois não fizeram evoluções semelhantes os táticos militares?
Na fase da ofensiva militar o ex-almirante Koltchak esteve, de
uma feita, às portas de Petrogrado. Mas recuou, recuaram seus con-
tinuadores. Agora, em outro plano, desenvolve-se ofensiva dúctil e
pertinaz dos concessionários.
Significará, porventura, a Nova Política o fim da guerra de
classes? Desgraçadamente tudo nos diz que ela apenas se revestiu
de novas armas, continuando virtualmente a mesma.
Assim como os bolchevistas aprenderam a fazer a guerra com
os generais do antigo regime, incorporados ao exército vermelho,
informa Lenine, é de esperar que aprendam agora com os adiantados
capitalistas que vão à Rússia explorar suas imensas riquezas naturais,
como reorganizar a economia, de que depende em grande parte a
estabilidade do regime.
Toda a questão está em saber qual das duas forças vencerá no
tremendo prélio, se o capitalismo nascente, se o Estado proletário.
No prefácio do livro de André Morizet - "Chez Lénine et
Trotsky", este último expõe com sinceridade e clareza a situação.
Depois de mostrar o "por que" da política de concessões e definir
a natureza e possibilidade dos dois campos rivais, conclui dizendo
que o problema reside na correlação das forças em presença.
A sociologia marxista ensina que na sociedade dividida em
classes, o Estado não passa, em última análise, de um aparelho
coercivo, a serviço da classe dominante. Do mesmo modo que no
nosso regime o capitalismo leva todas as vantagens na luta cotidiana
com o proletariado, visto como ao lado da "ordem legal", isto é, da
ordem capitalista, aparece o Estado; no regime em que vivem os
russos o proletariado é que dá as cartas, certo de que, havendo
perturbação da "ordem legal", isto é, da ordem proletária, o Estado
intervirá eficazmente em nome do Direito, apelando, se for preciso,
para o argumento da metralha.
Foi por ser o Estado um órgão político de classe, explica o
temível dialético, que nunca passou de utópico o plano reformista
da absorção do capitalismo pelo cooperativismo, do qual ainda hoje,
248
4
ar oranbds Veland dez, €20 LEGÓS MQ ot R5
249
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, 820/14 0 Sem 00
(O País, 20 e 23.10.1923).
(A) - Intelectualmente
250
" BrorÁnéss vaonc.ees. 220 LL O Sam oo LxP , 256
ceitos, todo intelectualismo; o estudo integral da doutrina, especial-
mente através de Marx, Engels e Lenine; a aquisição lenta, dolorosa
e dificílima de uma mentalidade comunista proletária; o conheci-
mento da Revolução Social, não só no setor russo, mas também em
todos os outros, desde a Islândia até a Colônia. do Cabo, desde
Portugal até à Nova Zelândia; a interpretação marxista de todos os
acontecimentos mundiais, passem-se nos cotonifícios de Bombaim,
no cais de Hong-Kong ou nas fábricas de locomotivas de Filadélfia;
a intuição da vida social em toda a sua amplitude, em toda a sua
complexidade. compreender a essência do regime capitalista e como
o seu desenvolvimento acarreta a revolução comunista; saber "quan-
do" e "como" é preciso fazer a Revolução; conhecer as forças do
inimigo; ser um economista, um sociólogo, um cientista, um psicó-
logo, um pensador, um homem de ação, um político à Lenine. ..
(B) - Moralmente
Um rompimento formal com toda a ética do passado; a aqui-
sição de uma nova consciência, de uma nova tábua de valores; a
indiferença pelas vaidades sociais e literárias, pelos artistas, jorna-
listas, cientistas,a escritores * da burguesia; o desdém por todos os
sistemas religiosos; o desprezo pelas manifestações patrióticas, nacio-
nalistas; a renúncia às amizades inúteis à causa; a disciplina "volun-
tária", a obediência "consciente" às ordens do Partido, tendo em
vista uma cada vez maior coordenação dos esforços; o devotamento
sem limites à causa, ao Partido; a renúncia ao comodismo burguês,
como impossível de conciliar com as atitudes revolucionárias; a
capacidade de resistência ao sofrimento; a certeza da vitória do
proletariado; uma aversão instintiva por tudo quanto se relaciona
com o capitalismo; ser discreto; estar pronto, a qualquer momento,
a sacrificar seu repouso, seu interesse econômico para cumprir as
ordens da Comissão Central Executiva; confundir-se com a massa
proletária, desaparecer no seio dela, entrar nas fileiras, ser "soldado";
agir sem fazer questão de aparecer; desligar-se da estreiteza de sua
"pátria", para ter preocupações verdadeiramente internacionais; não
ter sentimentos cristãos;o ter certos sentimentos estóicos,a durante a
1. Bernardelli.
2.3. Austregésilo,
Felix Pacheco.Miguel Couto.
4. Machado
de Laet, Jackson dedeAssis, João Ribeiro,
Figueiredo, RonaldGraça Aranha, Affonso
de Carvalho, Pontes Celso, Carlos
de Miranda,
Monteiro Lobato etc.
5. A humildade, a consolação, a piedade, a resignação, a caridade, a
pobreza, a docilidade, o tédio de viver, o pieguismo, a compaixão, a sentimen-
talina, a efeminação, a castidade, a morbldez a inação, a renúncia, a tristeza,
o amor à ignorância etc.
6. A sobriedade, a firmeza, a serenidade, a dureza, a incorruptibilidade.
251
sr oransse 820 LL4OS an oobyp: 2 SN
252
Broranass va.enc ese, 220 am 001 ça: AS 8
253
Broranass va.enc ese, 220 am 001 ça: AS 8
(O País, 20.10.1923).
256
BR DFanBSB Va.Gnc.EEE, 82 0 LL4OS am
GOL! 7. CA
Idade Média. A consegiência religiosa é o catolicismo, a religião que
predominou na Idade Média, "tão justamente chamada a idade cristã",
segundo o clerical Mathieu, no seu curso de História Universal,
abençoado por «Pio IX. E a consegiência psicológica: noalto, o
orgulho, a mentalidade aristocrática, feudal; em baixo, a humildade.
Como tudo isto se combina! A economia é a base social, a camada
sobre a qual se superpõem a política, a sociologia, a moral, a religião,
a arte, a filosofia, a história, a antropologia. A economia é em socio-
logia o que o granito é em geologia. +
Os Estados politicamente mais importantes são: São Paulo e
Minas, terras do fazendeiro de café, Estados que ocupam respectiva-
mente o primeiro e o terceiro lugares sob o ponto de vista do valor
dos estabelecimentos rurais, o terceiro e o segundo lugares no número
dos estabelecimentos rurais. Depois: Bahia, terra do fazendeiro de
cacau e do plantador de fumo; Estado do Rio, onde o produto
principal da receita foi ultimamente o café; Pernambuco, escravizado
pelos usineiros; e Rio Grande do Sul, o primeiro Estado em número
de estabelecimentos rurais, o segundo no valor dos mesmos, o terceiro
na área. Estados agrários, Estados feudais. ..
São Paulo e Minas são os senhores da nação. Mas São Paulo é o
senhor de Minas. Por quê? Porque enquanto os estabelecimentos
rurais de Minas valem 1 milhão e 961 mil contos, os de São Paulo
valem 2 milhões e 887 mil contos. A economia esclarece a política.
Em 1921, o Brasil exportou produtos no valor de 1 milhão e
700 mil contos. Pois, nesse total, somente o café rendeu 1 milhão
e 19 mil contos. Em 1922, numa exportação de 2 milhões e 332
mil contos, coube ao café a importância de 1 milhão e 504 mil contos.
Em 1923, numa exportação de 3 milhões e 297 mil contos, tocou ao
café a importância de 2 milhões e 124 mil contos. Por conseguinte:
a economia nacional é dominada pelo café. Corolariamente: a polí-
tica, a psicologia e a hierarquia social reinantes são cafeeiras. Coro-
lariamente: quem manda na política nacional são os fazendeiros de
café. Corolariamente: a política tem de girar fatalmente em torno
dos dois Estados mais produtores de café - São Paulo e Minas.
Corolariamente: a miséria econômica e política da nação provém,
em primeiro lugar, dos fazendeiros de café de São Paulo e Minas.
Tudo é para eles. As leis são aprovadas ou repelidas conforme seu
desejo. Os impostos caem implacavelmente sobre a burguesia indus-
trial e comercial, mas não sobre eles. Vêde, por exemplo, o imposto
sobre a renda. A lavoura e a propriedade imobiliária estão isentas
dele.
Todo o país está envenenado pelo agrarismo. Aurelino Leal,
advogado, ex-chefe de polícia, representante do ministério: público,
professor da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, pulgão consti-
tucionalista, membro da comissão de estatutos do Instituto Histórico,
257
BR DFanBSB Va.cNC.EEE. 820 LLMO 5 on oo vo 43
258
BRDFanaSB € 20 U 4 05 em 00 Lyp A4
259
sr oranase va.onc.eE, 22011405 omogl (P
260
Br pranasB ve.cNC.EEE, 820 LL405G am ob ip à 66
261
BR DFanBSs va.onc.ere, 220 LL4 05 omo 0b;o dV £
262
ÉR pranssé ve:enc.eEE, 8 2 0 L 406 am oob ,o 16
8
inexoráveis", publica um telegrama sobre o indulto de Carlos de
Campos aos soldados revoltosos, considerados desertores. São dois
mundos que se chocam: o feudalismo e o industrialismo. O industria-
lismo despedaçará o feudalismo. E o comunismo despedaçará o indus-
trialismo burguês.
(Fritz Mayer, Agrarismo e Industrialismo),
B) LIGAÇÃO INTERNACIONAL
264
LL4 oS e- ogl,e.270
BR DFANBSB V8.GONC.EEE, 82 O
265
BR DFanNBSB Va.GNC.EEE 820 LL405 amool 0 ªqi?
que já chegou a um nível bastante elevado de desenvolvimento, como
consegiiência da penetração imperialista.
Sem embargo, pode-se afirmar que a situação objetiva é muito
favorável para o desenvolvimento e ação da classe operária, apesar da
reação que reina em quase todos os países, apesar do terror e das
ditaduras que detêm o poder em numerosos países da América Latina.
2.a) A situação é ainda muito favorável para o crescimento e
a organização dos sindicatos, devido a que existe uma efervescência
revolucionária contínua, quase incessante, em todos os países da
América Latina; efervescência que é o reflexo de uma transição que
se opera do regime feudal e de servidão, ao regime burguês e
capitalista.
De todas as revoluções que houve na América Latina a mais
vasta foi a mexicana. E foi uma revolução pequeno-burguesa, apesar
de que o atual governo mexicano leva um rótulo socialista. A revo-
lução mexicana, que em seus princípios tinha um certo conteúdo
social, representado por importantes reivindicações econômicas e que
estalou com a participação de grandes massas operárias e camponesas,
sob a direção da pequena burguesia, se tem desviado, orientando-se
mais para a direita e entrando no caminho das concessões ao
imperialismo.
Vemos atualmente no México a consolidação do poder nas mãos
de uma burguesia nascente que trabalha para firmar sua hegemonia
e para a realização de seus fins econômicos de exploração. No estado
atual de seu desenvolvimento, o rótulo socialista é um dos meios graças
aos quais a burguesia fez participar as massas na luta pela realização
de fins burgueses na revolução.
As revoluções do Chile e Equador, em fins de 1925, são muito
diferentes da mexicana pelas suas bases sociais e pelos objetivos de
suas realizações, porém elas são provas da tendência da burguesia a
utilizar as massas operárias e camponesas para sua própria obra de
dominação.
Numa série de outros países, os partidos liberais se encobrem
com uma fraseologia de esquerda para apoderar-se do poder em bene-
fício da burguesia industrial e financeira.
3.a) Toda a vida política dos países da América Latina, e
sobretudo a dos que ainda hoje são nominalmente livres (Colômbia,
Chile, Equador, Brasil, Argentina etc.), está complicada por uma luta
encarniçada entre os imperialismos americano e inglês.
Em numerosos países, certas frações da burguesia, que são
adversárias resolutas do imperialismo americano, estão intimamente
ligadas ao imperialismo inglês, e eis como, a miúdo, a máscara da luta
pela independência encobre a diplomacia inglesa e o ouro inglês.
266
b; (1: 2792
32 0 LL 40S on 0o
Broranoss
267
BR DFANBSB Va.GNC.EEE, 220 LLUOS amodb “»?“
Essas duas correntes que se manifestam no sindicalismo da
América Latina debilitam o movimento proletário desses países,
desviando as massas proletárias do verdadeiro caminho revolucio-
nário e dos verdadeiros métodos de luta.
6.a) Estes últimos anos se caracterizam igualmente pelo feito
de que, sob a influência da Revolução de Novembro, em todos os
países da América Latina assistimos à formação de uma vigorosa
corrente revolucionária que bate completamente aqueles métodos
primitivos e reformistas de luta e de organização das massas. É uma
corrente revolucionária, de classe, que tende a criar organizações
sindicais, não para colaborar com a burguesia, mas sim para comba-
tê-la; é uma corrente que se dá conta de que, nem a fraseologia
demagógica, nem a luta mesquinha do reformismo poderão fazer sair
as massas proletárias deste estado de dispersão, de desorganização e
de relativa debilidade em que elas se encontram.
É por isso que a maior parte das organizações operárias da
América Latina compreendeu bem que somente sobre a base da
experiência revolucionária internacional se poderá dar um novo passo
para a organização das grandes massas de trabalhadores do conti-
nente, . que somente sobre a base de uma tática clara, nítida, que já
deu suas provas, é que se poderá conduzi-las à vitória sobre a
burguesia.
7.a) Seja qual for a diversidade das condições econômicas, de
vida e de costumes, na América Latina, os sindicatos de todos os
países têm certos objetivos comuns que podem ser formulados da
seguinte maneira:
a) Luta pela organização dos não organizados, pelo recrutamento
sindical de todos os trabalhadores, inclusive jovens e imigrantes; e
pela reorganização de organizações sindicais, de acordo com o prin-
cípio dos sindicatos por indústria.
b) Luta pela criação de uma organização única em cada país
sobre a base da luta de classe.
€) Luta pelo direito sindical, liberdade de imprensa, de reunião,
de organização e greve.
d) Luta contra o terror, contra as ditaduras militares e contra
a subordinação a um ou outro grupo imperialista.
e) Luta para atrair para o campo da classe operária as grandes
massas camponesas, com o fim de estabelecer com elas uma frente
única para a luta contra o imperialismo e a reação nacional, sob a
seguinte palavra de ordem: Toda a terra para os camponeses que a
trabalham.
f) Luta contra a Confederação Pan-Americana (C.O.P.A.), que
leva a decomposição ao seio das massas proletárias e procura subor-
dinar os interesses da classe trabalhadora aos do imperialismo
ianque.
268
srofansse vsenceeE, 820 [ L40 Sá out ip 274
ao movi-
g) Luta contra o imperialismo e seus agentes, apoio
os países da
mento de emancipação das massas laboriosas de todos
padora de todos os povos
América Latina, ajuda ativa à luta emanci
coloniais e semicoloniais.
l Latino-
h) Luta direta, por intermédio da Confederação Sindica
so continen tal de Montevi déu,
-Americana, que será criada no Congres
Sindica l Única e de classe, que agrupe Os
em prol da Internacional
trabalh adores de todos os países, raças e continen tes.
(1928)
3) O movimento revolucionário na América Latina
nossa tática. É
Aqui esboçarei somente as diretrizes gerais da
adapta das por cada partid o à situação con-
claro que deverão ser
Entret anto, essas tarefas gerais, resulta ntes da análise
creta do país.
dar a todo o nosso
precedente, devem ser fixadas se se quiser
orient ação idêntic a, e criar uma
movimento latino-americano, uma
revolu cionár ias das massas e do trabalho dos
coordenação das lutas
nossos partidos.
revolucionárias,
A primeira questão é a da frente única das forças
em geral, com as
das relações de nossos partidos e do proletariado,
revoluc ionária s. O proleta-
outras classes ou outras camadas sociais
em primei ro lugar, unir-se estreitamente
riado e seu partido devem,
organi zando os operár ios agrícol as como uma fonte
ao campesinato,
os colono s, em
para organizar os camponeses pobres, os arrendatários,
a do Krestin tern. Somen te
ligas camponesas orientadas para a polític
ariado industr ial com a grande massa dos
a aliança estreita do prolet
imperialismo
operários agrícolas e dos camponeses explorados pelo
resolve r os problemas
e pelos proprietários de terra, será capaz de
cionár io latino -ameri cano.
fundamentais do movimento revolu
coloca também
A frente única das forças revolucionárias, porém,
e dos comuni stas com a
a questão das relações do proletariado
formaç ões polític as. Nossa atitude a respei-
pequena burguesia e suas
s revolu cionár ias da pequen a burgue sia (intelectuais,
to das camada
atitude a respeito das
artesãos, funcionários etc.) é diferente de nossa
Temos a seu respeito a dupla
diversas camadas do campesinato.
com ela a frente única revolu cionár ia contra o
tarefa de constituir
em que ela seja
imperialismo e os proprietários de terra, na medida
ao mesmo tempo de combat er
um fator revolucionário da situação, e
ões, seus compro missos , suas traiçõe s, de
e denunciar suas vacilaç
arranc ar-lhe a hegem onia na luta e tomar a direçã o das
maneira a
sua influência.
grandes massas camponesas que se encontram ainda sob
269
BRDFAanBSB va.oNc.EEE, 201 Som Oºlxogqí
Com muita frequência, nossos companheiros sul-americanos não
têm observado mais que a primeira tarefa. Têm apoiado, sustentado
com todas as forças de que dispõem, o movimento revolucionário
dirigido pelos politiqueiros e os generais pequeno-burgueses, fazendo
do proletariado e das massas camponesas no movimento, o auxiliar
útil e necessário dos golpes de Estado ou das operações militares
da pequena burguesia, sem colocar com força suficiente as reivin-
dicações próprias das massas exploradas, sem conservar e desenvolver
no curso dos movimentos comuns a autonomia de organização e de
independência ideológica das organizações operárias e camponesas,
sem lutar no seio mesmo da frente ampla revolucionária pela hege-
monia do proletariado. a
Nossos partidos devem constituir uma frente única revolucionária
com a pequena burguesia revolucionária, mas não na posição de
um auxiliar benevolente que leva suas forças e sua ajuda à pequena
burguesia que dirige o movimento e sim como uma força autônoma
e consciente, conhecendo as debilidades de seus aliados, sabendo
que somente a classe operária é capaz de resolver os problemas
fundamentais do movimento revolucionário e que, sempre tomando
a si a parte mais ativa na luta, se esforça por fazer com que as
massas em movimento aceitem seu programa, imprimindo-lhes sua
ideologia, reforçando sua influência e sua organização no seio do
bloco revolucionário e, por último, conquistando sua direção.
Participar de uma frente única sem se colocar antecipadamente
a questão da conquista da hegemonia do proletariado na luta, é
colocar-se a reboque da pequena burguesia e trair definitivamente
os interesses das massas operárias e camponesas.
É partindo desta dupla missão que nossos partidos devem
abordar o problema de sua atitude a respeito dos governos revolu-
cionários pequeno-burgueses, dos partidos revolucionários e das for-
mações armadas da pequena burguesia.
É claro que nossos partidos não podem adotar, a respeito dos
governos revolucionários pequeno-burgueses - a respeito do governo
mexicano ou do governo de Sandino na Nicarágua, em particular -
a mesma atitude que a respeito dos governos burgueses da Europa
ocidental. Apesar de seus compromissos e até de suas traições, esses
governos realizam uma luta revolucionária contra o imperialismo e
contra a classe dos grandes proprietários de terra apoiados pelos
imperialismo, o clero e todas as forças revolucionárias. O partido
mexicano teve razão sustentando a ação armada do governo Calles
e do General Obregón contra as insurreições reacionárias. Porém o
fez incondicionalmente, como um auxiliar, não tendo tratado de
participar na defesa das conquistas revolucionárias, mobilizando ele
mesmo as massas, organizando-as sob sua influência, lançando pala-
vras de ordem que não somente as arrastassem à luta contra a
270
AV
"er pranesa va.enc.eE, 320 LLUO Sam 00 L, p
271
ar pranase ve.enc.eee, $20 L LOS anoob, p. 2
272
Li 405 e, 00 (pa 218
eroraness va.cneleeE RO
* No original.
8)0LL40Sgâo aº“? DUB
BR DFAaNBSB va.GnC.EEE.
275
BR DFANBSB ve.oNc.EEE.3h0 L1 405 am 001, p. 28!
276
BR DFANBSB V8.GNC.EEE.R2O LLQOSMOO—pr, 282
3. O caráter semicolonial dos países da América Latina aparece
também em sua estrutura econômica e social.
A produção agrícola predomma no conjunto da América Latina.
Domina por toda parte o regime da grande propriedade da terra,
das grandes plantações e dos grandes latifúndios, englobando em
certos países até várias centenas de milhares de hectares.
Essas grandes proprledades foram tomadas à força aos indígenas
que viviam sob. o regime do comunismo primitivo e que foram des-
pojados de suas melhores terras pelos "brancos". As grandes pro-
priedades de terra estão atualmente nas mãos do capital estrangeiro
ou da classe dos proprietários de terras nacionais, na sua grande
maioria descendentes dos conquistadores espanhóis e portugueses.
Mas, embora as condições de trabalho se tenham. conservado ali semi-
-escravagistas €, quaisquer que sejam seus processos de cultura,
primitivos ou racionalizados, a grande propriedade territorial na
América Latina representa cada vez menos uma forma de produção
pré-capitalista feudal que entrava a integração da produção agrária
da América Latina no sistema capitalista imperialista mundial de
produção. Ao contrário, a grande propriedade territorial, qualquer
que seja sua forma de produção, incorpora-se cada vez mais ao
sistema de exploração capitalista imperialista e forma uma das bases
da ecexploração das massas operárias e camponesas e da pllhagem da
América Latina por parte dos diversos imperialismos, e em primeiro
lugar por parte do imperialismo ianque. A luta contra o regime da
grande propriedade territorial e a luta contra o imperialismo estão,
deste modo, estreitamente ligadas.
277
BRDFanBSa i0: 35
279
C
p. 18%
aroransse v.enc.ee, 82 04 L40 Som 00,
a ideológica,
camponesa. Mas ela é também uma causa de sua fraquez
cia de classe. Essa massa
de sua falta de organização e de consciên
do campo para as empresa s industri ais, não
de proletários que aflui
confusa mente, consciên cia de ser uma classe distinta.
tem, senão
pouco
É por isso que o movimento operário da América Latina é ainda
s patrões, pequeno s comer-
diferenciado. Pequenos artesãos, pequeno
de tra-
ciantes, intelectuais, dirigem frequentemente, as organizações
es. Nos sindicat os, organiza m-se, indifere ntemente , operário s
balhador
intensa influênc ia
e camponeses. O movimento operário sofreu, pois,
e
dos meios pequeno-burgueses, seja vegetando num corporativismo
num mutualismo limitado s, seja estiolan do-se no sectaris mo anarco-
to
«sindicalista e anarquista. A dispersão e as divisões do movimen
movimen to operário são
sindical, e a grande confusão ideológica do
a expressão dessa fase de formação do proletariado em uma classe
distinta, e das influências estrangeiras que ele sofreu.
O Chile, que precedeu os outros países no desenvolvimento
industrial, tem também uma classe operária mais consciente e orga-
-
nizações de classe mais desenvolvidas, correspondendo ao desenvol
vimento da estrutura econômica.
iado e
O desenvolvimento industrial, aumentando o proletar
assim, as bases para a
concentrando-o nas grandes empresas, cria,
operário e das organiza ções operária s
transformação do movimento
ão na base da luta de classes e para a depuraç ão dos
para sua unificaç
e o
vestígios do corporativismo e do anarco-sindicalismo. A crise
portanto , um resultad o da trans-
declínio do anarco-sindicalismo são,
que
formação da estrutura econômica e social da América Latina
e acelera a transfo rmação do movimen to operário em um
favorece
movimento proletário de massas, unificado na base da luta de classes.
, pequenos
A pequena e média burguesia intelectuais, artesãos
rios, oficiais etc. - em consequ ência da
comerciantes, funcioná
ncia ou da grande fraqueza de uma burgues ia nacional , desem-
inexistê
Os artesãos , pequeno s
penha um importante papel político e social.
res ameaçad os, afetados de sua parte
comerciantes e pequenos produto
por parte do
pela exploração crescente dos países da América Latina,
proprietários
imperialismo, explorados e esmagados pelos grandes
territoriais, têm seus interesses econômi cos estreita mente ligados aos
das massas operárias e campone sas; importa ntes camadas da pequena
ia rural e urbana são, em consegi ência, arrastad as pelo movi-
burgues
mento revolucionário das massas contra o imperialismo e os grandes
proprietários de terras. Os intelectuais, estudantes, funcionários,
a
oficiais formam uma camada muito flutuante da pequena burguesi
do
que, basicamente corrompida e comprada, coloca-se a serviço
imperialismo e dos grandes proprietários de terras, esforçando-se por
sujeitar e explorar as massas em benefício dos patrões, beneficiando-se
dessa exploração, ou então arrastada pelo movimento revolucionário
280
Br oranase varoncleEE, 220 cel ( 286
281
Br Dranass va.enc.eEE, 20 LL 4OSe-n cool, Drªg
Argentina e do Uruguai que possuem um regime parlamentar mais
ou menos estável, reina a ditadura do poder executivo, frequente-
mente armada das leis de exceção, das perseguições violentas e a
repressão brutal dos movimentos de massas operárias, camponesas e
pequeno-burguesas.
As características gerais comuns desse movimentos revolucioná-
rios de massas são:
a) Luta revolucionária da massa dos trabalhadores agrícolas e
dos camponeses contra os grandes proprietários de terras, pela terra
e pela supressão das condições escravagistas de trabalho na
agricultura.
b) Luta revolucionária das massas laboriosas rurais e urbanas
e da pequena burguesia contra o imperialismo.
c) Luta das classes laboriosas e da pequena burguesia contra
as formas ditatoriais do poder político pelas liberdades e direitos
democráticos, contra o poderio da Igreja.
d) Luta da classe operária por condições de vida e de trabalho
melhores.
Pelas condições históricas nas quais se desenvolve, por seu
conteúdo de classe e por seus fins, o movimento revolucionário da
América Latina pode, portanto, ser caracterizado em geral, como um
tipo democrático-burguês nos países semicoloniais onde dominam o
problema agrário e o problema antiimperialista.
5. Das três classes que tomam uma parte ativa no movimento
revolucionário - pequena burguesia, camponeses, proletariado - os
camponeses pobres e o proletariado agrícola constituíram, quase em
toda parte, a mola mais possante do movimento revolucionário. Mas
a hegemonia no movimento revolucionário e sua direção esteve, em
toda parte, em mãos da pequena burguesia. O papel dirigente da
pequena burguesia explica-se pela falta de organização, de cons-
ciência de classe e de educação revolucionária do proletariado, por
sua fraqueza numérica, pela ausência, até os últimos anos, de partidos
comunistas de massas na América Latina, pelo distanciamento da
classe de trabalhadores do campo e industrial das cidades e, em
consegiiência, pelo papel maior dos intelectuais, oficiais e funcioná-
rios no movimento revolucionário, que tende à conquista da máquina
governamental.
Mas a pequena burguesia, levada ao poder pelo movimento
revolucionário das massas operárias e camponesas (México, 1920,
Equador, 1925, Chile, 1923), após algumas atitudes revolucionárias
(votação das leis de reforma agrária, de nacionalização do subsolo,
de proteção do trabalho) revela-se incapaz de solucionar os problemas
que constituem a base do movimento revolucionário. Ela luta, às
vezes, como no México, contra os grandes proprietários de terra,
contra a Igreja e o imperialismo estrangeiro, para conservar a con-
282
Br oraesa ve.enc.erE, 3204140Son.go l, 0.288
283
a
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, RQ 0 LL4 0 S an op TN "d
284
. er va.cnc.EegE, 820 11405 aonoo | ( 240
grandes proprietários de terras não poderão resolver, senão recrudes-
cendo a exploração das massas camponesas e dos trabalhadores
agrícolas. Cada vez mais as condições escravagistas e os métodos
desvalorizados do trabalho agrícola aparecerão em contradição com
o interesse das grandes massas rurais e a luta dos camponeses, dos
trabalhadores agrícolas, dos mineiros e colonos contra os grandes
proprietários de terras acentuar-se-á e tomará as formas mais violen-
tas. As massas de indígenas despojados que lutam pelas terras, as
tribos de índios em contínua rebelião com os governos espoliadores,
levarão importantes forças ao movimento revolucionário dos campo-
neses e operários. A máquina governamental, ainda fracamente desen-
volvida, a armada formada em grande parte por camponeses serão
cada vez mais desagregadas pela ação revolucionária das massas.
Os governantes serão coagidos a reforçar sua ditadura e sua
repressão, exacerbando a luta de classes e dando-lhe um caráter
revolucionário mais nítido. O imperialismo ianque, para defender
seus lacaios no poder, intervirá de modo cada vez mais aberto e
brutal para garantir a "ordem" e provocará assim, o desenvolvimento
da luta antiimperialista. A luta contra os grandes proprietários de
terras e a luta contra o imperialismo identificar-se-ão, portanto, cada
vez mais.
A experiência do governo revolucionário pequeno-burguês do
México, sua falência, sua capitulação diante do imperialismo ianque,
a capitulação mais rápida e mais completa do governo pequeno-
-burguês militar equatoriano, a experiência de todo o movimento
revolucionário da América Latina sob a conduta política da pequena
burguesia contribuirão assim para orientar as massas revolucionárias
junto ao proletariado e suas organizações de classe.
Graças ao processo de colonização e ao desenvolvimento indus-
trial dos países latino-americanos, desenvolver-se-ão, pois, e intensifi-
car-se-ão no futuro próximo as contradições internas e os conflitos
sociais delas decorrentes.
A luta revolucionária das massas trabalhadoras contra o regime
dos grandes proprietários de terras, contra seu governo e contra o
imperialismo estrangeiro crescerá paralelamente ao papel e à ação do
proletariado. Assim é criada a base para a conquista da hegemonia
do proletariado nas lutas revolucionárias da América Latina.
7. As condições econômicas e sociais da América Latina per-
mitirão o desenvolvimento rápido da revolução democrática burguesa
em uma revolução proletária. !
Com efeito, não existe classe burguesa nacional em luta contra
o imperialismo e os restos do feudalismo para o desenvolvimento
autônomo do regime capitalista na América Latina. As tentativas
feitas pelo governo revolucionário do México de favorecer o desen-
volvimento de uma burguesia agrária nacional para orientar o México
285
BR DFANBSB V3.GNC.EEE, 620 L140 SamoolL, p 29 L
286
p 292
aroransss vé.enc.erE, 22,0 LL4OS Gm ô0l
287
BR oranBSa va.onc.EEE, 820 LL4O Somo
ol p A4.
288
sr oransse ve.eNc.EEE, 820 LL405 on o ob (p: A4
289
BR DFANBSB V8.GNC.EEEBO | L40 S amo OL, (o 4a
ras, não nos permite esperdiçar assim, pela inércia, elementos pre-
ciosos do proletariado, cuja captação só deve ser realizada no desen-
volvimento das lutas organizadas pelo partido, e não nas lições dos
círculos, dos quais, sem embargo; não queremos diminuir a impor-
tância. Não devemos esquecer também que o operário que procura
militar nas fileiras do partido comunista na hora atual, quando todos
os esforços reunidos da reação e do social-fascismo se concentram,
com grande violência, contra o único partido de luta do proletariado
revolucionário, representa um tipo de operário cuja consciência de
classe já alcançou um grau tal que permite desprezar, a seu respeito,
as reservas que no passado justificavam, em parte, a demora na
utilização dos novos ingressantes.
Diz-se com frequência que é necessário agir com audácia na
inclusão de novos membros em nossos quadros, mas se está ainda
longe de haver compreendido e principalmente aplicado seriamente
essa audácia; pelo contrário, continua-se notando um excessivo temor
a este respeito. Contra este temor é necessário lutar com toda a
energia, porque é ele o causante da morosidade ou do impedimento
na formação de quadros novos e de que se realize a proletarização
das direções e da própria massa dos partidos.
Uma campanha de recrutamento que não seja preparada nesse
sentido de uma rápida assimilação das novas forças proletárias no
trabalho político do partido está destinada ao fracasso, mesmo que a
sua organização técnica seja perfeita, mesmo que algumas centenas ou
milhares de novos membros sejam captados pelas fichas de adesão
distribuídas durante os meetings e manifestações. É necessário não
se deixar enganar pelas boas quantidades obtidas durante as campa-
nhas, pois não terão um valor positivo enquanto não tenham sido
incluídas nas engrenagens do trabalho responsável do partido e se
hajam convertido em novas forças de atração e irradiação de sua
influência nos centros em que as mesmas foram recrutadas, centros,
que - como já foi dito - devem ser os da produção decisiva, os
que constituem as chaves da revolução.
Esta preocupação deve ser uma finalidade permanente de nossas
campanhas de recrutamento. Traduzindo-a, não somente em resolu-
ções, mas também na ação quotidiana do partido, se acelerará o desen-
volvimento de nossos partidos, melhorando sua composição social e
se alcançará o resultado concreto de se fazer sentir dentro do partido
o amplo espírito de classe da fábrica e das empresas imperialistas,
fator que tornará cada vez mais difícil a presença, em nossas fileiras,
dos elementos oportunistas, passivos, indolentes, e permitirá uma
mais fácil eliminação da ideologia pequeno-burguesa que os carac-
teriza e que constitui um sério empecilho para a realização de uma
verdadeira frente única de massas pela base.
291
240
Br oranass va.enc.ece, 220114 05
292
BR DFANBSB VB.GNC.EEE, B2à0LLO495 an gol
o A 48
293
BR DFANBSB 22 0 1L40S omo; 0.
344
294
BR DFANBSB VB.GNC.EEE,
82 O LL 40 Samoo byp
: 294
Companheiros:
As agências telegráficas burguesas transmitem já abertamente os
preparativos que realizam os restos do regime czarista, radicados nos
295
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, 620 (140 5 LNQÓC
297
ar pranase 8 2 0 UL OG emos Lio X >
298
p.So
32 0LL UO S onogl,
ar oranass vs.enc.ere,
.só 6 horas
tam os seguros sociais, os menores de 18 anos trabalham
trabalha dores de menos de 16 anos, nas indús-
e não se admitem
de trabalho
trias nocivas à saúde, o horário é de 6 horas e a semana
quinto, todas as
é de 5 dias, trabalhando 4 dias e descansando no
das não para os patrões, mas sim para
riquezas estão sendo acumula
dores que cada vez se aproxi mam mais do regime socialista,
os trabalha
o bem-est ar de todos
no qual as riquezas representam o patrimônio e
para com a coletivi dade, enquant o
os que cumprem os seus deveres
nos países capitalis tas acontece justame nte o contrári o.
299
sroransse va.enc.ece; 82011405 en op by: 30%
Companheiros:
Os imperialistas e seus aliados crêem chegado o "momento
propício" para deter a aplicação vitoriosa do plano qiúinquenal,
detendo assim o avanço da revolução mundial, mediante uma agressão
armada contra a União Soviética,
Detenhamos esse propósito criminoso contra o proletariado,
lutando contra essa agressão!
Formemos Comitês pró-Defesa da União Soviética em todas as
fábricas, em todas as oficinas, em todos os povoados, em todas as
plantações e fazendas!
Façamos com que todos os sindicatos se pronunciem a favor
dessa defesa e se disponham para a luta!
Chamemos os trabalhadores a se pronunciar contra os dirigentes
sindicais anarquistas, sindicalistas ou social-fascistas, aliados do impe-
rialismo, dos ex-industriais, nobres e militares czaristas na sua luta
contra a União Soviética, e a solidarizar-se contra o imperialismo,
contra os ex-generais brancos, contra os resíduos do czarismo assassino,
contra o fascismo mundial!
Organizemos grandes comícios, reuniões e demonstrações pró-
-União Soviética!
Impeçamos com a ação que, também na América Latina, se
recrutem exércitos de russos brancos e de fascistas de outras nacio-
nalidades, para lançá-los contra a União Soviética!
Através dos Comitês pró-Defesa da União Soviética, lutemos
contra o imperialismo e contra os seus agentes, as burguesias nacio-
nais, combatendo ao mesmo tempo contra a intervenção armada,
contra a pátria do proletariado e por mais salário, por menos horas
de trabalho, pelo auxílio aos desempregados, contra a carestia de
vida, contra o envio de homens e víveres para os exércitos imperia-
listas, contra o transporte de tropas pelas estradas de ferro e contra
o seu embarque nos portos, contra o transporte de alimentos, armas,
e todo outro alimento para os inimigos da União Soviética; pela
diminuição dos arrendamentos, dos fretes e dos impostos que pesam
sobre os camponeses, pela anulação das dívidas, pela confiscação e
nacionalização das terras das empresas imperialistas, pela tomada
do poder pela Revolução Operária e Camponesa!
300
. BA04 L IOS (a 306
sroransse
Companheiros:
O imperialismo quer iniciar a guerra contra a União Soviética,
que é a guerra contra o proletariado mundial. Contra a União
Soviética conspiram todos os imperialistas, os mesmos imperialistas
que, por meio de suas empresas, de seus agentes do feudalismo, da
burguesia e das parcelas reacionárias da pequena burguesia nacionais
e dos militares a seu serviço, encarceram, lançam à fome, deportam
e massacram as massas operárias e camponesas da América Latina.
Contra a pátria do proletariado mundial, contra o seu glorioso plano
quinqguenal, que é o plano de todo o proletariado mundial, já que é
parte do derrocamento do capitalismo, conspiram todos os inimigos
do proletariado: os fascistas, os social-fascistas, o clero, os resíduos
do czarismo.
Contra essas confabulações, contra a intervenção armada, contra
o imperialismo, contra o fascismo, a frente única de todos os explo-
rados, seja qual for a sua ideologia, nos Comitês pró-Defesa da
União Soviética!
301
BRDFANBSB VB.GNC.EEE, SA0LL40S an gol
07
C) POLÍTICA OPERÁRIA
302
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, RAO LL4OS amo0lL Tem “308
304
BROT uns vslonNcleEE8 20 LUIS
am Op 6: 340
305
BR DFANBSB Va.GNC.EEE, 32
0 LL 40 S gmool, (. 31!
Antonio Canellas
(O País, 22.06.1924).
Li,,
306
ve.ene.eee, 820 L 40 Sango
307
;p: 313
ese, 320 LLX
BR oFanass vaenci
lada nos seus privilé-
até agora poderosa demais, para vacilar, acaste
da sua riquez a e de seu poder e o próprio
gios, encravada na rocha
as de sua cultura
proletariado, que ainda balbucia as primeiras palavr
passos de sua atividade
e ainda está engatinhando, nos primeiros
social e política? ..
no seu companheiro
Indo, primeiramente, o operário procurar,
e necess ária para a luta quotid iana, em defesa
de classe, a solidariedad
ameaçados pelo mecanis-
de seus imediatos interesses, constantemente.
ade em classes de interesses
mo mesmo do regime, que divide a socied
Procur ando encara r de um modo siste-
irremediavelmente contrários.
o intere sse de cada operár io, em si, sempre de
mático e ininterrupto
de vista de todos os
um ponto de vista geral, coletivo, do ponto
sempre , desse ponto de vista.
operários, em conjunto, e defendê-lo,
? O organi smo própri o, marca do indele vel-
Para isso, o que é mister
signo de classe, feito para aquela função essencial de
mente pelo
ramente, às reivindi-
definir o interesse do proletariado, dando, primei
coleti vo, de classe, distintamente
cações do proletário - um cunho
classes , depois - a elevad a significação de
marcado do das outras
ama social, a ser realiz ado, e, finalm ente, até a transcendência
um progr
co a resolve r-se: o sindicato.
e a profundeza de um problema históri
entida de coletiv a, sem esses
Porque, sem a sua organização como
e educac ionais necess ários à função social,
organismos profissionais
enhar, sem sindica tos, sem partid o nitida mente,
que tem a desemp
para a vida coleti va
intransigentemente proletário - órgãos vitais
lutar a classe operár ia contra as
e futura do trabalhador - como
parav elmen te mais bem organi zadas, mais
classes burguesas, incom
s, que contam com o
ricas, mais cultas, mais poderosas, e privilegiada
amente sustentá-las,
poder coercitivo do Estado, cuja função é precis
defendê-las? . ..
diferente da pequena
E ainda para agir, para sentir, para pensar
é de todo impres cindív el - que, dentro dos sindicatos,
burguesia -
gia própri a, absoluta-
o operariado se integre totalmente numa ideolo
Ideolo gia tirada embor a das relações
mente diferençada da burguesa.
neas e da ciênci a burgue sa, por sábios burgue-
econômicas contemporâ
última s e verdad eiras
ses (mas sábios que não tiveram medo de ir às
suas experi ências , de seu estudo ),
conclusões de suas investigações, de
contra a miséri a das massas engend radas
nasceu entretanto, da luta
melhor do que qual-
pelo capitalismo.* Ideologia que determina
ariado,** coincide com os
quer outra a causa dos males do prolet
aspira ções das massas, incita, como
interesses vitais deste, legitima as
ários à luta social e, sobret udo, revelou na previsão
um dever, os prolet
econômico, a estes, a formi-
do desenvolvimento ulterior do processus
308
am 3 L4
BRDFanaSa ve.enc.eEE,
ariado internacional,
O proletariado do Brasil, parcela do prolet
do Comunista - primeiro e
atravessa uma situação difícil. O Parti
único partido operário do Brasil - vangu arda desse proletariado, não
poderia silenciar tal situaç ão.
As origens
tem suas origens nos
A situação de miséria que atravessamos
fruto da rivalidade impe-
fatores seguintes: a conflagração européia,
o capita l anglo- franco-americano; a
rialista entre o capital alemão e
*** Idem.
309
BrDFanass va.enc.ere, 82011405 , p 31 o
Em outras indústrias
310
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, LHOS omo bio 3 L6
perdidas por causa da intervenção direta da polícia, isto é, do Estado
burguês, ao lado do patronato. Isto prova que a luta econômica é
inseparável da luta política. Prova que o Estado é o órgão de uma
classe para esmagar outra classe. E prova que o Estado burguês tem
por fim reprimir. os movimentos da classe operária, assegurar a solidez
do modo capitalista de produção e fazer do regime atual uma bomba
aspirante e premente, sob alta pressão, por meio da qual os capitalis-
tas arrancam dos trabalhadores o maior lucro possível,
A ofensiva da burguesia
Estamos, pois, diante de uma ofensiva dos capitalistas contra nós
trabalhadores. Ora, é fundamental respondermos a essa ofensiva por
uma ofensiva nossa porque, como diz Lenine, não temos o costume
de responder aos nossos inimigos defendendo-nos, mas sim atacando-
-os. Mas, para atacar, precisamos ter tropas organizadas, ter as massas
ao nosso lado, ter um pensamento único e uma ação única, homogênea.
Precisamos buscar a nossa ação em organizações sindicais fortíssimas
e num Partido Comunista com uma disciplina de ferro para dirigir essa
luta. Precisamos atacar o inimigo por todos os lados, descobrir suas
barreiras, desmascará-lo em seus sofismas. Precisamos compreender
a essência da batalha atual. Precisamos dar a maior amplitude possí-
vel à nossa luta, abarcando o maior número de trabalhadores, jogando
no seio da batalha contra o capital as mais vastas massas trabalha-
doras, unidas, coesas, solidificadas num bloco de aço indestrutível.
Precisamos meter na luta os trabalhadores fabris, os trabalhadores
dos transportes terrestres e marítimos, e o grosso dos operários agrí-
colas e lavradores pobres,
Toda a batalha parcial será uma derrota. Só a concentração de
todas as forças operárias nos dará o triunfo. Eis o segredo da recente
vitória dos mineiros ingleses, dirigidos pelo comunista Cook.
Por último, precisamos entrar na luta com firmeza, com sereni-
dade. "Não precisamos de entusiasmo histérico; precisamos sim da
marcha cadenciada dos batalhões de ferro do proletariado", diz o
major mestre da tática proletária, o nosso mestre genial Lenine.
A ofensiva proletária
Iniciemos nossa ofensiva no terreno do pensamento.
O Centro Industrial de Fiação e Tecelagem de Algodão, no
memorial de 28 de setembro, ameaça o chefe dos fazendeiros de café
com a dispensa de2 30 mil operários.
Esta ameaça é, antes de tudo, um jogo político. Descubramos,
aos olhos das massas, as baterias do inimigo.
311
a CIM
BR DFANBSB V3.GNC.EEE, 820 LL405 am oo by oo"
312
BR DFANBSB V&GNC.EEE, 80 LL4GOS am 064
((' 318
Os lucros
Os lucros têm aumentado de tal forma que os fazendeiros de
Minas chegaram a abandonar a lavoura cafeeira pelo plantio de algo-
dão e estabelecimento de fábricas de tecidos,
A CLASSE OPERÁRIA, n.o 7, referiu-se a um relatório do
secretário comercial da embaixada inglesa no Rio. Segundo este
senhor, os lucros médios anuais dos acionistas e donos de fábrica são
de 50% e até mais.
O órgão da burguesia comercial inglesa "Manchester Guardian",
de 6 de agosto, referindo-se à indústria paulista, diz que, a despeito
da revolução de julho, a média dos lucros de 100 companhias foi
de 40% e o dividendo de 11%, enquanto as reservas atingiam 80%.
313
BR DFANBSB V8.GNC.EEE, 2) O L LW 0 S Qm Gol | 344
Em 16 fábricas de tecidos, o lucro médio atingiu 58% e houve uma
fábrica cujo lucro foi de 150% - número formidável. Mas o que
há de mais grave no "Manchester Guardian" é a confissão seguinte:
"a lição a deduzir do estudo desses algarismos é que, mesmo na
hipótese de se verificar uma melhora nas taxas cambiais, os fabri-
cantes locais continuarão em situação de enfrentar a concorrência
estrangeira, podendo para isso reduzir consideravelmente os seus
preços, e ainda assim obterem lucros bastante apreciáveis, lucros
esses muito acima daqueles obtidos por empresas manufatureiras na
maioria dos países, no correr destes últimos anos".
Esplêndida confissão! Muito obrigado, srs. redatores do "Man-
chester Guardian"!
Especificando os lucros de 1924, diz -a revista da Câmara de
Comércio Britânica de São Paulo, em seu número de maio de 1925,
que as Indústrias Reunidas F. Matarazzo, com um capital de 21 mil
contos, lucraram 21.562 contos, isto é, 102%; a Fábrica de Ferro
Esmaltado Silex, com um capital de 1.000 contos, lucrou 1.057 contos,
isto é, 105%; a Cia. Parque da Moóca, com um capital de 1.200
contos, lucrou 1.288 contos - 107%; a Cia. Agrícola Aurora, com
700 contos de capital, lucrou 758 contos - 109%, além de 239%
de dividendos; a Cia. Mecânica e Importadora, com 10.000 contos
de capital, lucrou 11.590 contos - 115%; a Cia. de Fiação e Tecidos
São Carlos, com um capital de 1.000 contos, lucrou 1.335 contos -
133%; e a Companhia Douradense Comissária de Café, com 500
contos de capital, lucrou 800 contos - 160%.
Colossal!
Ora, a situação dos industriais do Rio e dos outros Estados é a
mesma dos industriais de São Paulo.
A América Fabril - agora a reduzir os dias de trabalho - tinha
um capital de 400 contos em 1885. E tem hoje, um capital de 32
mil contos além de 45 mil em reservas. Seu balanço de 31 de dezem-
bro de 1924 acusou o 52.o dividendo no valor de 2.400 contos e o
balanço de 30 de junho de 1925 acusou o 53.o dividendo no mesmo
valor.
A Companhia Aliança aumentou o capital de 9 para 12 mil
contos. A Bangu distribuiu 900 contos de dividendos no 1.o semestre
de 1925. A Confiança Industrial já pagou o 69.o dividendo, no valor
de 720 contos. A Industrial Campista distribuiu 180 contos de
dividendos semestrais, além de 750 contos de lucros suspensos. A
Sapopemba acusou 3.645 contos de lucros suspensos.
A Santo Aleixo produziu 400 contos de lucros. A Companhia
São João paga 4 contos mensais a seu diretor-presidente Affonso Vizeu.
A Corcovado já pagou o seu 49.o dividendo. Pereira Carneiro, inclu-
indo a fábrica de tecidos acusa 8.609 contos no balanço de junho de
1925.
314
BR DFANBSB V8.GNC.EEE,
5 um odol, p. 32o
A solução
315
ar pranase 8Q 0 L | 40 Sam 00L, (,.ng »
C.G.T.B. em São Paulo, a União dos Trabalhadores de Ribeirão
Preto, a Liga dos Camponeses de Bauru, Presidente Alves e Pirajuí,
os operários da Light and Power, os operários ferroviários e metalúr-
gicos, a Associação Operária "23 de Agosto" de Cruzeiro, a União dos
Operários Ferroviários da São Paulo Railway, a União dos Operários
em Construção Civil de Ribeirão Preto, a minoria sindical dos sapa-
teiros, a minoria sindical dos gráficos, a minoria sindical dos garçons,
os operários das oficinas da telefônica, o Comitê da Imprensa Sindi-
cal, a União dos Trabalhadores da Indústria Metalúrgica, a União
dos Operários Modeladores, a minoria dos garçons de Santos, a
Liga Operária de Sertãozinho, Trabalhadores da madeira, Estivado-
res de Santos e Construção Civil de Santos, Deram também sua
adesão, justificando o não envio de representantes, por motivo de
força maior, a União dos Trabalhadores Marítimos e Portuários do
Brasil (sucursal de Santos) e a União Operária de Mútuo Socorro de
Taubaté. A União de Operários em Fábricas de Tecidos de São
Paulo participou não como adesista, porém para acompanhar os
trabalhos.
Trataram-se na Conferência os seguintes assuntos: 1.o) A
situação econômica do país e a situação de miséria e fome da classe
trabalhadora. 2.) Reivindicações imediatas para os empregados e
desempregados das cidades e dos campos. 3.o) A situação dos
trabalhadores das fazendas e das lavouras. 4.o) Problemas de orga-
nização e tática de luta. 5.o) Eleições.
Pela Unidade da Classe Operária do Brasil! Pela Unidade dos
Trabalhadores de São Paulo!
Contra todas as afirmações, insídias e calúnias de que a C.G.T.B.
patrocina e estimula a divisão da classe operária, através da nossa
delegação que enviaremos à próxima Conferência da Federação Ope-
rária de São Paulo, propomos aos delegados a mesma realizar a unida-
de de toda a organização sindical revolucionária aqui em São Paulo,
sobre a base de reivindicações imediatas e justas, dentro da Confe-
deração Geral do Trabalho do Brasil, que é o único organismo
operário central conhecido em todo o país e que tem lutado valente-
mente em todas as partes e, sobretudo, aqui em São Paulo, como,
por exemplo, na greve dos gráficos de 1929. Propomos a unidade
para a luta contra a burguesia, sustentada pelo governo e contra as
tapeações do governo, por intermédio do Ministério do Trabalho, que
manobra para enganar as massas trabalhadoras, desviá-las do terreno
da luta de classe, mergulhá-la no charco do colaboracionismo e do
reformismo, procura anular as leis mais ou menos favoráveis aos
trabalhadores, as quais além de não serem devidamente cumpridas,
estão sendo reformadas para pior, procurando, assim, frear o movi-
mento operário, dividi-lo, fracioná-lo, para ter as massas em suas
316
er oransse va.GNC.EEE, 420 LLYUOS amoo L, p 32a
(Panfleto).
Camaradas!
317
011406 am col ; 033 2
BR DFAaNBSB Vva.GnNC.EEE, 22
319
0 | L40S omoo b 3)
ar pransss vs.enc.eEE, 82
320
ar pranase 326
322
n srasssve.cnc.erE., 820 amoo L iP' 240
D) MOVIMENTO SINDICAL
323
ar oransse va.GNc.EEE, 320 LOS am 0ol p. 344
colicas,
A literatura anarquista vinda dos países latinos até nós e à
imigração, destes países, devemos a infiltração destes princípios que
foram acompanhando e influenciando, ao mesmo tempo, o nosso
desenvolvimento associativo.
Faltando ao anarquismo a flexibilidade própria das teorias que
se propõem a resolver os complicados problemas da vida social,
era natural que seu reflexo no movimento sindical não trouxesse a
este último uma capacidade de realização equivalente à multiplicidade
das questões criadas pelo aperfeiçoamento das fórmulas de explora-
ção, atingidas pelo capitalismo.
Assim é que os postulados anárquicos da "liberdade absoluta"
e da "ausência de governo", foram transplantados para os programas
dos sindicatos, criando assim, no seio destes últimos, o dogma da
autonomia de sindicato perante os órgãos federais, ou a descentra-
lização do movimento sindical, o que vem a ser a mesma coisa.
Este, um dos motivos da organização e da conservação dos
sindicatos à base de ofício.
Como consegiuência do preconceito anarquista da "ausência de
governo", os anarco-sindicalistas tornaram-se campeões de uma pseudo-
neutralidade dos sindicatos em matéria de política, fazendo assim
causa comum com os reformistas, que embora propalando esta mesma
neutralidade, outra coisa não fazem dentro dos sindicatos senão a
política burguesa.
Já mostramos como o predomínio econômico da burguesia lhe
garante o controle geral da sociedade. Os princípios de ordem moral,
jurídica etc., que predominam na sociedade burguesa, servem de
instrumentos de dominação da burguesia.
Se o Estado é um Estado de classe, se as leis são leis de classe,
se o direito e a justiça são também de classe, porque será então que
a Organização do proletariado não deverá seguir uma política, a sua
política também de classe?
Instintivamente, o proletariado segue uma política própria.
Que caráter se deve dar a uma greve, por exemplo, que não
vise a melhorias econômicas, mas que tenha por fim desagravar
uma afronta, ou conquistar melhorias de ordem moral?
Que é uma greve de solidariedade, ou contra o envio de tropas
para massacrar grevistas?
São os anarco-sindicalistas contrários a estes movimentos?
Não. Ou pelo menos dizem que não.
Cartas na mesa. O que se pretende fazer, aconselhando aos
sindicatos neutralidade política, é desviar os trabalhadores da política
comunista, que é a sua política de classe, fazendo-os servir à política
burguesa.
Neste, como em muitos outros pontos, os anarco-sindicalistas
dão as mãos aos reformistas.
324
BR DFAaNBSB Va.onc.EEE, 22 041 405gm ob; e 330
2
O apoliticismo é a política da traição. Contra a política da
burguesia e seus lacaios, os trabalhadores devem opôr a sua própria
política de classe.
Novo rumo
Sindicatos de indústria
325
BR DFANBSB VB.GNC.EEE, 140 Son 00| ( 331
326
145 am og!
BR DFANBSB VB8.GNC.EEE, So
Recapitulemos
I. Tentativas e fracassos
327
oo Lps >
ar oranasa va.enc.EEE, 220 LL409 om
328
ar pranase va.enc.ese, 8201 LUgs omopbiõ: 334
329
ar oranssa va.cnc.ere220 LL 405 emOoL yo 335
330
LOS a oob;p. 236
BR DFANBSBVB.GNC.EEE, BO
V. Os adversários
331
ar DranBss vs.onc.eEE, 82011409 em gol o 239
Astrojildo Pereira
(La Correspondencia Sudamericana, Buenos Aires,
15.03.1927).
332
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BR DFANBSB VB.GNC.EEE, 8h 0 | | 4 0 Sam goLt— $ 334
Tudo isso cria proposições sérias para um desenvolvimento do
movimento operário voltado contra a nova e cínica ofensiva da
burguesia e de seus agentes.
O movimento operário depois da revolução aliancista
O movimento das greves espontâneas eclodiu com uma grande
força logo após a subida da Aliança Liberal ao poder, no final do
ano passado. Essas greves, que se espalharam pelos mais diversos
ramos da produção de numerosas regiões do país, foram a manifes-
tação da radicalização crescente das massas operárias
espontaneamente, utilizar as divisões do campo burguês que para
tentam,
desen-
volver uma ação a favor de suas próprias reivindicações imediatas.
Na Bahia, a greve dos ferroviários que reclamavam um aumento
de salário causou sólidas preocupações à Companhia de Estrada de
Ferro, que pediu às autoridades do Estado medidas enérgicas. Teve
lugar no grande porto de São Paulo (Santos) um conflito com os
doqueiros, e foi aí também que ocorreu uma greve numa tecelagem
de seda. Segundo as informações do jornal burguês A Platéa, a luta
era dirigida por uma operária que se dizia partidária de Luís Carlos
Prestes (. ...) *
O movimento grevista espontâneo, nesta época, teve uma ampli-
tude especial em São Paulo, coração industrial do Brasil, Depois da
queda dos conservadores, a ala "esquerda" da Aliança Liberal, que
é representada por pessoas como João Alberto, Miguel Costa e outros
renegados do campo revolucionário pequeno-burguês, ex-prestistas,
tomou conta do poder em São Paulo; todos eles utilizam-se de seu
grande arsenal de frases revolucionárias em benefício do bloco dos
burgueses e dos proprietários de terra.
Nessa cidade houve quase simultaneamente, em novembro do
ano passado, numerosas greves: na usina metalúrgica, numa fábrica
de sapatos, nas oficinas da Estrada de Ferro de São Paulo, numa
fábrica de chapéus etc. (Essas greves eram essencialmente dirigidas
contra a diminuição de salários, a favor do retorno aos salários
anteriores). Um importante conflito estourou nas empresas com-
panhia canadense Light (estação central elétrica e de bondes),da tendo
como motivo a destituição do secretário do sindicato operário. No
entanto, como os trotskistas e "plinistas", ** que tinham tomado
conta do sindicato da Light, introduziram-se nesse conflito, o resul-
tado terminou em acordo com o chefe da polícia política de São Paulo
e no fracasso da greve.
* O autor,
buco, Rio Grandea seguir,
do Sul
analisa superficialmente algumas greves cm Pernam-
** Trata-se de Plínio eMello,
Rio de Janeiro. EC)
fundada em 21 de janeiro de 1931.que(E.C.)
no momento pertencia à Liga Trotskista,
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(e também mais tarde, talvez), por articulações com os políticos
pequeno-burgueses; ela não se preocupava, senão insuficientemente,
pela ação sindical. Esta encontrava-se abandonada nas mãos de alguns
camaradas que a manipulavam a sua vontade e resolviam todas as
questões independentemente da participação da massa dos aderentes
ou dos próprios militantes de base.
Nessas condições, o Partido Comunista e os sindicatos de classe
defrontaram-se inesperadamente com o poderoso desenvolvimento da
luta grevista que tomou conta do Brasil na primeira metade de 1929.
Esse desenvolvimento adquiriu um caráter verdadeiramente nacional,
pois as regiões e as indústrias que antes se encontravam marginal-
mente ao movimento, nele se integraram.
Constatou-se, no curso dessas lutas, a forte combatividade das
massas operárias e, em particular, das operárias e da juventude
operária, amplamente integrados na luta. Os trabalhadores
vam-se firmes na defesa de seus interesses imediatos e demostra- suas
organizações de classe contra a repressão governamental. Esse movi-
mento, que se estendia de uma indústria a outra, tomou, em muitos
casos, um caráter político nítido e particularmente antiimperialista,
Levado pelo élan tumultuoso das massas, o Partido Comunista
e os Sindicatos Revolucionários participaram ativamente desse movi-
mento que eclodia espontaneamente na maioria dos casos; eles
ordenavam e dirigiam as grandes batalhas nos tradicionais centros do
movimento (Greve do Livro em São Paulo, Têxtil no Rio e Porto
Alegre, Padeiros no Rio), assim como numerosas greves em regiões
novas (luta dos ferroviários em Fortaleza, dos operários de fumo na
Bahia).
É verdade que essa ação alargou e fortificou a influência dos
sindicatos revolucionários entre as grandes massas operárias, mas,
ao mesmo tempo, constatou-se vários erros oportunistas no curso da
batalha, que consistiam essencialmente em cair no conformismo, em
retardar em relação à atividade militante das massas, em não saber
ampliar a luta, apoiando-se sobre o arranco do movimento. Esta falta
de habilidade transformou-se, algumas vezes, em uma grevefobia
verdadeiramente reformista; procurava-se, então, acomodar a luta da
massa, retardar o movimento de solidariedade que se desenvolvia
espontaneamente no seio da classe operária (caso que se deu duranté
a greve do Livro em São Paulo e durante outras greves importantes).
Um erro de tática dos sindicatos revolucionários consistiu
também numa passividade temporária face às greves dirigidas pelos
anarco-reformistas (greves da Construção, dos de caminhão, dos tra-
balhadores dos canteiros marítimos do Rio). E enfim, erros se mani-
festaram também na incapacidade absoluta dos sindicatos revolucio-
nários em tirar proveito das greves dirigidas por militantes revolucio-
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am got“, , 4a
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p:M
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da defesa
Lenine (21 de janeiro de 1930), sob a palavra de ordem
demons trou a ardente acolhida
da C.G.T. e da luta contra a reação,
s a todo o apelo sério dos comunis tas e
feita pelas massas operária
es sindicai s revoluc ionário s para ações de combate ; mas
dos militant
essa greve não foi senão um fato isolado.
o por
A tendência a se afastar da luta econômica, o desprez
, sua subesti mação, a inabili dade em dar a
reivindicações parciais
iniciativa
essas reivindicações uma forma concreta apoiando-se sobre a
entre seus
das próprias massas, tudo isto se manifestava na C.G.T. e
formas, algumas vezes mesmo sob a
dirigentes sob as mais diversas
máscara de um "esquer dismo" sectário .
ainda na
Em contradição brutal com a realidade imaginava-se
os revoluc ionários
C.G.T. que o Partido Comunista e os sindicat
operári o, pois, dizia-se, não há
tinham o monopólio do movimento
a nossa. O resulta do dessa política foi não somente
senão uma C.G.T.,
participação
a ausência de uma direção coletiva e de ação, escorada na
mas também se deu
de operários sem partido e de militantes de base,
os não agrupa ram senão comunis tas.
que certos sindicatos vermelh
condu-
De outro lado, os militantes sindicais revolucionários não
sas e
ziam a luta ideológica contra as influências pequeno-burgue
sindical vermelh o e que refle-
burguesas muito fortes no movimento
s exterior es ou interior es (presti smo, trotskis mo,
tiam correntes política
aliancismo, anarco-sindicalismo).
Na véspera mesma do golpe de Estado, assinalando às massas
u
a iminente "revolução" aliancista, a imprensa revolucionária levanto
das tarefas da classe operári a e do reforço orgânic o da
o problema
ção e à
C.G.T.; mas ela não soube ligar essas questões à prepara
mobilização das massas para a luta.
da nova
O manifesto lançado pela C.G.T. depois da reunião
no Rio fazia uma análise exata, no conjunt o, do golpe
Junta Militar
operárias a ter
de estado e das forças em luta; ele apelava às massas
classe. Esse mesmo programa
confiança em suas organizações de
a geral das reivind icações imediat as as mais
antecipava um program
ntes, econômi cas (salário s, jornada de 7 horas, abonos de
importa
des para as
desemprego, moratória dos aluguéis) e políticas (liberda
nto, esse documen to, tanto como os
organizações sindicais). Entreta
outros, não respond ia plename nte à realidad e.
es
Nas fileiras do partido, e, por conseguinte, entre os militant
confusã o de idéias terríveis ,
sindicais revolucionários, havia uma
essencia l: que são os sindicat os e por que são
mesmo nessa questão
necessários sindicatos?
De um lado, mesmo nas colunas de A Classe Operária publica-
a
va-se declarações nitidamente anarco-sindicalistas: "A classe operári
obter sua libertaç ão senão sob a direção dos sindicat os
não poderá
que
de classe." De outro lado, havia um desvio anti-sindical inverso
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ar pranasa va.enc.eEE,É2 01 L405 o oq p pp: 348
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ainda que esse sindicato tenha tomado parte igualmente, "para fins
de informação", na conferência plinista.
Igualmente participaram os representantes de várias organizações
sindicais do Estado entre elas, dos sindicatos dos marinheiros e
doqueiros e dos trabalhadores de restaurantes de Santos, do Sindicato
de Construção, da União local do Sindicato de Ribeirão Preto, dos
sindicatos dos ferroviários, da União Intersindical de Cruzeiro e da
organização dos operários agrícolas de Bauru e de Pirajuí.
A conferência realizou-se abertamente. Nela foram tratadas
questões importantes como a situação da classe operária e os objetivos
dos sindicatos, o programa das reivindicações imediatas, a luta contra
o desemprego, as questões de organização, os objetivos do movimento
dos assalariados agrícolas.
Esta conferência, que elegeu um comitê regional provisório de
São Paulo, desenvolveu-se sob o signo de uma luta ativa pela unidade.
Essa tendência encontrou notadamente sua expressão na eleição
de uma delegação à próxima conferência da organização plinista-
«anarquista, à "Federação Operária de São Paulo". A delegação devia
propor à Conferência dos plinistas a idéia da unidade, por meio da
sua adesão à C.G.T., adesão que seria feita oficialmente e sancionada
por um congresso regional de unidade convocado com a participação
dos sindicatos de todas as tendências que elegeriam em comum a
direção de uma federação única. Essas decisões foram ratificadas
pelo Plenum do Executivo confederal que se realizou mais tarde em
São Paulo e no qual tomaram parte representantes do Rio, de São
Paulo e do Norte.
Essa tentativa que era justa, no conjunto, não pode ser aplicada
até o fim na conferência sindical trotskista-anarquista, que realizou-se
logo após. Os representantes da C.G.T., aos quais os renegados que
ocupavam a direção da conferência recusaram a palavra, não se
fizeram escutar, apesar de terem feito um certo trabalho de agitação
em favor da unidade de classe entre os delegados que representavam
realmente a massa operária. Não assistiram à Conferência da
Federação Operária de São Paulo, com exceção das pequenas organi-
zações dos chapeleiros e dos vidreiros, e de dois sindicatos de massa
- os tipógrafos e a organização Light. As discórdias entre plinistas
e anarquistas que marcaram essa conferência, terminaram com a vitó-
ria dos anarquistas; e essa conferência limitou-se a confirmar, no
essencial, as resoluções do 3.o Congresso Operário Anarquista de 1920.
Mas seria um grave erro se acreditar que os trotskistas e os
anarquistas, depois deste sucesso duvidoso de sua conferência, tenham
perdido ou irão perder automaticamente, no futuro, a base maciça que
possuem ainda hoje. Seria igualmente uma ilusão acreditar que os
partidários do movimento sindical revolucionário possuem no momen-
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Camaradas!
Camaradas!
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Camaradas!
Poderemos Livrar-nos!
As reivindicações
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