Módulo IV - Fase Externa (Edital, Modalidades e Critérios de Julgamento)

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FASE EXTERNA

DIRETORIA DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA

SUBDIRETORIA DE CONTRATOS E CONVÊNIOS

DIVISÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

FASE EXTERNA
Edital de Licitação, Modalidades
de Licitação e Critérios de
Julgamento
Data de atualizaçao: 26/05/2023
FASE EXTERNA
Sumário
Introduçao ........................................................................................................................................................................................................... 3
Revisao sobre o processo Licitatorio ...................................................................................................................................................... 5
Contexto Atual ................................................................................................................................................................................................... 6
O edital da licitaçao ......................................................................................................................................................................................... 8
Modelos de edital .......................................................................................................................................................................................... 10
Instrução Processual (ou composição processual) .............................................................................................................................. 11
Parecer jurídico (ou Manifestaçao Jurídica) ..................................................................................................................................... 11
Divulgaçao do edital da licitaçao ............................................................................................................................................................ 14
Modalidades de Licitaçao .......................................................................................................................................................................... 15
Concorrencia ................................................................................................................................................................................................... 17
Pregao ................................................................................................................................................................................................................ 22
Mas o que seriam bens ou serviços comuns? ................................................................................................................................... 23
Quais as vantagens do pregao na forma eletronica? ..................................................................................................................... 26
Concurso ........................................................................................................................................................................................................... 28
Leilao .................................................................................................................................................................................................................. 31
Dialogo Competitivo .................................................................................................................................................................................... 33
Esquematizando ........................................................................................................................................................................................... 36
Criterios de Julgamento.............................................................................................................................................................................. 37
Criterio de julgamento “Menor preço” ................................................................................................................................................ 41
Criterio de julgamento “Maior desconto” ........................................................................................................................................... 44
Criterio de julgamento “Melhor tecnica ou conteudo artístico” ............................................................................................... 46
Criterio de julgamento “Tecnica e preço” ........................................................................................................................................... 46
Criterio de julgamento “Maior lance”................................................................................................................................................... 48
Criterio de julgamento “Maior retorno economico” ...................................................................................................................... 48
Conclusao ......................................................................................................................................................................................................... 52
Referencias ...................................................................................................................................................................................................... 53
FASE EXTERNA
Introduçao

Vamos retomar nossos estudos revisando o conhecimento acerca do


conceito e bases normativas da licitaçao apresentadas nas Unidades
anteriores.
Ja estudamos que a compra publica, de modo geral, se baseia na busca
essencial por: obter o menor preço, qualidade, efetividade, celeridade,
isonomia, transparencia, sustentabilidade e evitar a corrupçao e o desperdício.
Espera-se honestidade e integridade na seleçao de fornecedores,
igualdade de oportunidades para interessados e criam-se requisitos de
controles internos, como documentar a tomada de decisões e processos
formais de aprovação.
Cumpre recordar que a obrigaçao de licitar e cláusula constitucional
(art. 37, XXI, CF/88), procedimento compulsório para contratar obras,
serviços e compras, ressalvados os casos especificados na legislaçao.
Por esse motivo, licitação é um procedimento administrativo, de
observância obrigatória pelas entidades governamentais e similares, em
que, observado o tratamento isonômico entre os participantes, deve ser
selecionada a proposta apta a gerar o resultado mais vantajoso, uma vez
preenchidos os requisitos mínimos necessarios ao bom cumprimento das
obrigaçoes.
Dessa maneira, praticamente toda e qualquer política publica depende
de uma licitaçao, desde a construçao de escolas, pavimentaçao asfaltica,
compra de medicamentos, merenda escolar, peças de veículos, contrataçao de
serviços terceirizados etc.
Relembra-se que a a Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 (Nova Lei de
Licitaçoes e Contratos Administrativos - NLLCA) destaca a fase de
planejamento, com a criaçao de diversos instrumentos para que os estudos
anteriores a execuçao do objeto contratado viabilizem uma execuçao com
maior probabilidade de conclusao no prazo, custo e qualidade esperados.
Dito isto, ha de se incentivar o engajamento dos gestores na
implementaçao da nova lei e o encorajamento/fomento a eventuais mudanças
comportamentais necessarias a transiçao. Por conseguinte, torna-se
imprescindível a capacitaçao dos agentes envolvidos.
FASE EXTERNA
Ao continuarmos o nosso Curso, apos estudarmos os princípios e
pontos gerais das licitaçoes no Modulo I e adquirir conhecimento sobre a fase
no Modulo II, passaremos agora a tratar das demais fases do processo
licitatorio, iniciando com aspectos gerais do edital.
Em seguida, passaremos ao estudo das modalidades de licitaçao e dos
criterios de julgamento, para entao estudarmos efetivamente, por meio da
leitura dos proprios artigos da NLLCA, sobre o processo de seleçao da
proposta mais vantajosa, habilitaçao do licitante vencedor e o encerramento
da licitaçao com a adjudicaçao e homologaçao do certame.
Por oportuno, trataremos da recente IN 73/2022, utilizada para o
pregao, concorrencia e dialogo competitivo.
Ao final, abordaremos as hipoteses de contrataçao direta, ou seja, as
hipoteses em que nao havera o processo licitatorio, seja por Dispensa de
licitaçao ou por Inexigibilidade de licitaçao.
O material que compoe a apostila desta Unidade foi elaborado com
muito zelo, empregando, em especial, a apostila do Prof. Kleberson Roberto de
Sousa, disponível para download neste link, a apostila da NLLCA
esquematizada do Prof. Herbert Almeida, disponível neste link e a apostila
“Nova Lei de Licitaçoes: modalidade e seleçao de fornecedores” do Curso da
Escola Virtual de Governo.

Vamos começar?
FASE EXTERNA
Revisao sobre o processo Licitatorio

Antes de iniciarmos o assunto da apostila, cumpre relembrar que os


objetivos do processo licitatorio estao definidos no art. 11 da Lei nº
14.133/2021:
 assegurar a seleçao da proposta apta a gerar o resultado de
contrataçao mais vantajoso para a Administraçao Publica, inclusive no que se
refere ao ciclo de vida do objeto;
 assegurar tratamento isonomico entre os licitantes, bem como a
justa competiçao;
 evitar contrataçoes com sobrepreço ou com preços
manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execuçao dos contratos; e
 incentivar a inovaçao e o desenvolvimento nacional sustentavel.

Por oportuno, importa tambem revisar os objetos de aplicaçao da


NLLCA:

“Art. 2º Esta Lei aplica-se a:


I - alienaçao e concessao de direito real de uso de bens;
II - compra, inclusive por encomenda;
III - locaçao;
IV - concessao e permissao de uso de bens publicos;
V - prestaçao de serviços, inclusive os tecnico-profissionais
especializados;
VI - obras e serviços de arquitetura e engenharia;
VII - contrataçoes de tecnologia da informaçao e de comunicaçao.”
FASE EXTERNA
Contexto Atual

Estamos em regime de transição quanto a norma de licitaçoes. Isso


porque a Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 (Nova Lei de Licitaçoes e
Contratos Administrativos - NLLCA) estabeleceu um período de ate 2 (dois)
anos, a contar de sua publicaçao, em que a Administraçao poderia optar por
licitar ou contratar diretamente de acordo com essa Lei ou de acordo com a
Lei nº 8.666/1993 (Lei de Licitaçoes), a Lei nº 10.520/2002 (Lei do Pregao), e
os arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462/2011 (Regime Diferenciado de
Contrataçoes Publicas – RDC).

Nesse contexto, por meio da Medida Provisoria nº 1.167, de 31 de


março de 2023, propos-se a alteraçao da Lei nº 14.133/2021, para prorrogar a
possibilidade de uso das Leis antecessoras.
De acordo com o previsto na citada Medida Provisoria, o prazo de
utilizaçao das leis preteritas foi prorrogado para o dia 30 de dezembro de
2023, devendo os editais de licitaçao serem publicados ate o dia 29 de
dezembro de 2023.
Em qualquer caso, a opção escolhida deverá ser indicada
expressamente no edital ou no aviso ou instrumento de contratação
FASE EXTERNA
direta, vedada a aplicaçao combinada da Lei nº 14.133/2021 com as citadas
leis de licitaçoes.
Ou seja, quando determinada organizaçao decidir licitar, deve-se optar
por qual regime sera aplicado: se as leis nº 8.666/1993 e Lei nº 10.520/02 ou
Lei nº 14.133/2021, nunca de forma combinada.

A seguir um exemplo de utilizaçao inadequada da NLLCA publicado no


Diario Oficial da Uniao:

Na circunstancia atual, quase a totalidade da regulamentaçao e


disponibilizaçao dos sistemas governamentais necessarios para a plena
aplicaçao e eficacia da NLLCA ja esta em vigor.
Nesta Unidade, serao abordadas as diferenças das modalidades e dos
tipos de licitaçoes previstos na Lei nº 8.666/1993, com as modalidades e os
criterios de julgamentos previstos na Lei nº 14.133/2021, bem como
indicadas as principais alteraçoes acerca do procedimento de contrataçoes
diretas, iniciando com os aspectos relacionados ao edital da licitaçao.
FASE EXTERNA
O edital da licitaçao

Diferentemente do rito previsto na Lei nº 8.666/1993, a nova norma


estabelece como procedimento preferencial a apresentaçao de propostas e
lances, o julgamento e, posteriormente, a analise da habilitaçao do primeiro
colocado do certame, conforme discorrido no art. 17.
FASE EXTERNA
Nessa circunstancia, todas as regras do procedimento devem estar
descritas no edital. Consoante o art. 25 da NLLCA:
“O edital devera conter o objeto da licitaçao e as regras relativas a
convocaçao, ao julgamento, a habilitaçao, aos recursos e as penalidades da
licitaçao, a fiscalizaçao e a gestao do contrato, a entrega do objeto e as
condiçoes de pagamento.
§ 1º Sempre que o objeto permitir, a Administraçao adotara minutas
padronizadas de edital e de contrato com cláusulas uniformes”.

Ressaltamos os paragrafos mais importantes do mesmo artigo:


“§ 3º Todos os elementos do edital, incluídos minuta de contrato,
termos de referencia, anteprojeto, projetos e outros anexos, deverão ser
divulgados em sítio eletrônico oficial na mesma data de divulgaçao do
edital, sem necessidade de registro ou de identificaçao para acesso.
§ 4º Nas contrataçoes de obras, serviços e fornecimentos de grande
vulto, o edital devera prever a obrigatoriedade de implantaçao de programa
de integridade pelo licitante vencedor, no prazo de 6 (seis) meses, contado da
celebraçao do contrato, conforme regulamento que dispora sobre as medidas a
serem adotadas, a forma de comprovaçao e as penalidades pelo seu
descumprimento”.

Contratos de grande vulto sao aqueles de valor superior a R$ 200 milhoes

(art. 6º, XXII).


FASE EXTERNA
“§ 7º Independentemente do prazo de duraçao do contrato, sera
obrigatoria a previsao no edital de índice de reajustamento de preço, com
data-base vinculada à data do orçamento estimado e com a possibilidade
de ser estabelecido mais de um índice específico ou setorial, em conformidade
com a realidade de mercado dos respectivos insumos”.

Modelos de edital
As minutas padrão de edital a serem utilizadas pelo COMAER são as
elaboradas pela Câmara Nacional de Modelos de Licitações e Contratos, da
Advocacia Geral da União (AGU), disponibilizadas neste link.
Do mesmo modo, as minutas de Termo de Referência, Projeto Básico,
Ata de Registro de Preços e Termo Contratual a serem utilizadas no âmbito do
nosso órgão também são as disponibilizadas pela AGU, esclarecendo que,
deve-se eleger a minuta adequada para os diferentes tipos de contratação,
Nesse escopo, para correta utilização dos modelos, orientamos a
leitura atenta das notas explicativas constantes dos documentos, pois
apresentam referências que orientam a manter a regularidade dos textos
finais, a fim de conferir segurança e celeridade da análise jurídica.
As atualizações das minutas são feitas e publicadas preferencialmente
com periodicidade semestral, sem prejuízo de ajustes imediatos para atender
a mudanças legislativas significativas.
FASE EXTERNA
Instrução Processual (ou composição processual)
Os documentos que compõem os processos de aquisições ou
contratações serão aqueles previstos nas listas de verificação da Advocacia-
Geral da União.
Nessa senda, as UG poderão inserir outros documentos que se fizerem
necessários, a fim de complementar a instrução processual.

Parecer jurídico (ou Manifestação Jurídica)


E o ato administrativo que atesta a legalidade do procedimento de
contratação e deve ser realizado por meio de analise jurídica específica,
antes do início do procedimento licitatório, ou do processo de dispensa ou
de inexigibilidade.
Busca-se, assim, conferir higidez jurídica às licitações e às
contratações públicas.
““Art. 53. Ao final da fase preparatória, o processo licitatório seguirá para o órgão
de assessoramento jurídico da Administração, que realizará controle prévio de
legalidade mediante análise jurídica da contratação.

§ 1º Na elaboração do parecer jurídico, o órgão de assessoramento jurídico da


Administração deverá:
I – apreciar o processo licitatório conforme critérios objetivos prévios de
atribuição de prioridade;
II – redigir sua manifestação em linguagem simples e compreensível e de forma
clara e objetiva, com apreciação de todos os elementos indispensáveis à contratação
e com exposição dos pressupostos de fato e de direito levados em consideração na
análise jurídica;
(...)

§ 3º Encerrada a instrução do processo sob os aspectos técnico e jurídico, a


autoridade determinará a divulgação do edital de licitação conforme disposto no art.
54.

§ 4º Na forma deste artigo, o órgão de assessoramento jurídico da Administração


também realizará controle prévio de legalidade de contratações diretas, acordos,
termos de cooperação, convênios, ajustes, adesões a atas de registro de preços,
outros instrumentos congêneres e de seus termos aditivos.

§ 5º É dispensável a análise jurídica nas hipóteses previamente definidas em ato


da autoridade jurídica máxima competente, que deverá considerar o baixo valor, a
baixa complexidade da contratação, a entrega imediata do bem ou a utilização de
minutas de editais e instrumentos de contrato, convênio ou outros ajustes previamente
padronizados pelo órgão de assessoramento jurídico”.
FASE EXTERNA
A analise jurídica deve ser emitida, exclusivamente, por membros da
Advocacia-Geral da União e de seus órgãos vinculados, os quais possuem
competencia para representar judicial e extrajudicialmente a Uniao, bem como
para exercer as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
Executivo Federal.
A análise jurídica realizada pela COJAER abrangerá os processos
das UG sediadas em Brasília-DF ou aqueles que serão submetidos à
aprovação do Comandante da Aeronáutica, se ele assim o exigir.
A analise jurídica dos processos das UG com sede nas demais
localidades, fora de Brasília-DF, sera realizada pela Consultoria-Jurídica da
União no Estado ou localidade, com jurisdição para a UG requisitante.
Em decorrencia do elevado numero de processos em materias
identicas e recorrentes, de baixa complexidade jurídica, a Advocacia-Geral da
Uniao publicou a Orientaçao Normativa n° 55/2014, que introduziu, no
ambito da Advocacia Publica Federal, a figura da manifestação jurídica
referencial.
A manifestaçao jurídica referencial uniformiza a atuaçao do orgao
jurídico relativamente as consultas repetitivas. A adoção de manifestação
jurídica referencial torna desnecessária a análise individualizada de
processos que versem sobre matéria que já tenha sido objeto de análise
em abstrato, sendo certo que as orientaçoes jurídicas veiculadas por
intermedio do parecer referencial aplicar-se-ao a todo e qualquer processo
com materia congenere, desde que regidos por lei idêntica, ou seja, os
pareceres referenciais so podem ser aplicados em contrataçoes que estejam
sob a mesma égide, seja a Lei nº 8.666/1993 ou a Lei nº 14.133/2021.
Uma vez elaborada a citada manifestaçao jurídica referencial, os
processos administrativos que versarem sobre materias jurídicas identicas as
enfrentadas no parecer referencial estarao dispensados de analise
individualizada pela Consultoria Jurídica. Em tais casos, basta, unicamente,
que o administrador ateste, expressamente, que o caso concreto se amolda,
perfeitamente, aos termos da manifestaçao referencial adotada.
Tal declaraçao devera ser emitida pela autoridade competente para
aprovar a contrataçao, nao devendo os autos serem encaminhados para o
orgao consultivo deliberar se a analise individualizada se faz ou nao
FASE EXTERNA
necessaria, visto que o escopo da manifestaçao referencial e, justamente,
eliminar esse tramite.
Caso restem duvidas sobre o caso concreto ou o gestor constate que o
caso dos autos, por suas características peculiares, nao se amolda as hipoteses
albergadas pelo parecer referencial, devera formular consulta a Consultoria
Jurídica pertinente.

O art. 10 preve o direito a representaçao judicial e extrajudicial,


pela advocacia pubica, para as autoridades competentes e os
servidores publicos que tiverem participado dos procedimentos
relacionados as licitaçoes e aos contratos, desde que os seus
atos sejam praticados com estrita observância de orientação
constante em parecer jurídico.
FASE EXTERNA
Divulgação do edital da licitação
Consoante o art. 54 da NLLCA:
“A publicidade do edital de licitaçao sera realizada mediante
divulgação e manutenção do inteiro teor do ato convocatório e de seus
anexos no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).
(...)
§ 2º E facultada a divulgaçao adicional e a manutençao do inteiro teor
do edital e de seus anexos em sítio eletronico oficial do ente federativo do
orgao ou entidade responsavel pela licitaçao ou, no caso de consorcio publico,
do ente de maior nível entre eles, admitida, ainda, a divulgaçao direta a
interessados devidamente cadastrados para esse fim.
§ 3º Apos a homologaçao do processo licitatorio, serao
disponibilizados no Portal Nacional de Contrataçoes Publicas (PNCP) e, se o
orgao ou entidade responsavel pela licitaçao entender cabível, tambem no sítio
referido no § 2º deste artigo, os documentos elaborados na fase preparatoria
que porventura nao tenham integrado o edital e seus anexos”.
FASE EXTERNA
Modalidades de Licitaçao

Ja mencionamos que diversos aspectos e características do processo


licitatorio foram aprimorados com a publicaçao da NLLCA, destacando-se as
alteraçoes e novidades ocorridas nas modalidades de licitaçao e nos criterios
de julgamento.
Para definir qual modelo de edital utilizar, e necessario selecionar a
modalidade de licitaçao adequada, de acordo com a natureza do objeto.
Modalidade é uma forma específica de conduzir o procedimento
licitatório, a partir de criterios definidos em lei. Em outras palavras, as
modalidades definem o rito (procedimento) da licitação pública.
Nesse sentido, a Lei nº 14.133/2021 preve, em seu art. 28, somente
cinco diferentes modalidades de licitaçao, ressaltando a vedaçao da criaçao de
outras modalidades de licitaçao ou combinaçao das referidas no caput desse
artigo: concorrencia, pregao, concurso, leilao e dialogo competitivo, conforme
demonstrado a seguir:

Em tal contexto, relembramos que as modalidades Convite e Tomadas


de Preços foram eliminadas, as modalidades Concorrencia, Leilao e Concurso
sao absorvidas da Lei nº 8.666/1993, a modalidade pregao vem da Lei nº
10.520/2002 e, como novidade, tem-se a criaçao do Dialogo Competitivo,
considerado como o grande destaque na esfera das modalidades de licitaçao.
FASE EXTERNA
A figura a seguir ilustra as modalidades de licitaçao, esquematizando o
fluxo de incorporaçoes a Lei nº 14.133/2021:

Outra novidade e que a definiçao da modalidade de licitaçao deve feita


somente em razão de seu objeto, nao havendo mais diferenciaçao de
modalidade em razao do valor da contrataçao, como havia nos casos de
concorrencia, tomada de preços e convite sob a egide da Lei nº 8.666/1993.
Com isso, não haverá mais a possibilidade de fracionamento de
despesa para escapar da modalidade mais complexa, hipotese em que se
fazia varios convites para objetos de mesma natureza com o proposito de nao
realizar uma tomada de preços, modalidade com maior prazo e mais
publicidade.
Somente a União pode legislar sobre as modalidades de licitação,
pois e sua competencia privativa legislar sobre normas gerais de licitaçao, nos
termos do inciso XXVII do artigo 22 da Constituiçao Federal.
Rememora-se que a Lei nº 14.133/2021 veda a criação de outras
modalidades ou a combinação entre as modalidades citadas (§ 2º do
artigo 28).
FASE EXTERNA
A seguir, passaremos a detalhar as particularidades de cada
modalidade licitatoria e, logo em seguida, detalharemos os criterios de
julgamento.

Concorrência
A concorrencia e definida no inciso XXXVIII do art. 6º da Lei nº
14.133/2021 como a modalidade de licitaçao que se destina a contratações
de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de
engenharia, cujo criterio de julgamento podera ser:
a) menor preço;
b) melhor tecnica ou conteudo artístico;
c) tecnica e preço;
d) maior retorno economico; e
e) maior desconto.
Na pratica, todos os criterios de julgamento se aplicam a concorrencia,
exceto o maior lance, usado exclusivamente na modalidade leilao.
FASE EXTERNA
Em qualquer caso, a contrataçao de obras devera ser feita mediante
concorrencia. Ja nos casos de serviços comuns de engenharia, a NLLCA admite
a utilizaçao tanto da concorrência quanto do pregão. Dessa sorte, como nao
existem criterios objetivos para diferenciar hipoteses em que os serviços
comuns de engenharia serao contratados ou por pregao ou por concorrencia,
cabera ao agente publico responsavel escolher a modalidade mais adequada,
respaldado por criterios tecnicos e devidamente justificado no processo.

Nos casos de contrataçao mediante procedimento auxiliar de sistema


de registro de preços, a Administraçao podera realizar contratação direta
ou licitação na modalidade pregão ou concorrência.
O Decreto nº 11.462, de 31 de março de 2023, regulamenta os art.
82 a art. 86 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, para dispor sobre o
sistema de registro de preços para a contrataçao de bens e serviços, inclusive
obras e serviços de engenharia, no ambito da Administraçao Publica federal
direta, autarquica e fundacional.
FASE EXTERNA

As principais características da concorrencia estao demonstradas a


seguir:

Na NLLCA, a concorrencia e o pregao seguem o rito comum a que se


refere o art. 17 da Lei nº 14.133/2021, observando as seguintes fases, em
sequência:
 preparatoria;
 de divulgaçao do edital de licitaçao;
 de apresentaçao de propostas e lances, quando for o caso;
 de julgamento;
 de habilitaçao;
 recursal;
 de homologaçao.
FASE EXTERNA

Sob outro prisma, essas fases podem ser assim demonstradas:

Nesse sentido, uma das grandes novidades trazidas pela NLLCA na


modalidade concorrencia e a inversão de fases. Enquanto na Lei nº
8.666/1993 a fase habilitaçao antecede obrigatoriamente a fase de julgamento
das propostas, na nova lei devera ser feito primeiro o julgamento das
propostas e depois a analise dos documentos de habilitaçao do licitante
vendedor.
Outra mudança significativa no rito procedimental da concorrencia diz
respeito a fase recursal. Pela Lei nº 8.666/1993, a interposiçao de um recurso
e cabível tanto apos a fase de habilitaçao quanto apos a fase de julgamento das
propostas.
Na Lei nº 14.133/2021 isso muda, pois havera somente uma fase
recursal, seja seguindo a ordem prevista no caput do artigo 17 ou quando
houver a inversao de fases permitida no § 1º do artigo 17.
Alem dessas importantes alteraçoes normativas, outra novidade e que
a concorrencia devera ser realizada preferencialmente na forma eletronica,
admitida a utilizaçao da forma presencial, desde que motivada, devendo a
sessao publica ser registrada e gravada em audio e vídeo (§ 2º do artigo 17).
FASE EXTERNA

As formas de realizaçao da concorrencia estao apresentadas na


imagem a seguir:

Quando realizada presencialmente, a gravaçao da sessao publica


devera ser juntada aos autos do processo licitatorio depois de seu
encerramento, por força do § 5º do art. 17 da Lei nº 14.133/2021.
FASE EXTERNA

Pregão
O pregao e a modalidade de licitaçao obrigatória para aquisiçao de
bens e serviços comuns, cujo criterio de julgamento podera ser o de menor
preço ou o de maior desconto (inciso XLI do art. 6º da Lei 14.133/2021).
Portanto, o pregao passou a ser expressamente obrigatorio quando a
contrataçao se tratar de bens e serviços comuns.
FASE EXTERNA

Mas o que seriam bens ou serviços comuns?


A identificaçao do bem ou serviço como sendo comum, para o fim de
adoçao do pregao independe da sua complexidade.
Nesse contexto, bem ou serviço comum sao aqueles que podem ser
definidos objetivamente no edital, por meio de especificaçoes usuais de
mercado (inciso III do art. 6º).
E a definição objetiva dos seus padrões de desempenho e
qualidade, mediante especificaçoes usuais no mercado, que o caracteriza
como comum.
Cabe ressaltar que os chamados bens e serviços comuns nao
necessariamente se relacionam a complexidade do objeto para a sociedade, e
sim da disponibilidade da soluçao e especificaçoes usuais ofertadas pelo
mercado no momento do planejamento do certame.

Existe, ainda, a possibilidade de utilizaçao do pregao nos casos de


contrataçao de serviço comum de engenharia. Serviço comum de
engenharia sao aqueles que “tem por objeto açoes, objetivamente
padronizaveis em termos de desempenho e qualidade, de manutençao, de
adequaçao e de adaptaçao de bens moveis e imoveis, com preservaçao das
características originais dos bens” (“a” do incisoXXI do art. 6º).
FASE EXTERNA

Na verificaçao dessa possibilidade, a complexidade do objeto nao e


fator unico e determinante para efeito de enquadra-lo no conceito de “serviço
comum”, tendo em vista que determinados serviços de engenharia, com
maior especializaçao, ainda que de pequenos reparos, podem constituir, em
tese, um objeto especializado e unico que se afasta da qualidade de “serviço
comum” (Acordao TCE/MT nº 90/2015).
Sao serviços comuns de engenharia, por exemplo:
 engenharia consultiva – Acordao TCU nº 713/2019 – Plenario.
 manutençao predial repetidos e rotineiros, a exemplo de ar-
condicionado, elevador, predial – Acordao TCU nº 1.381/2018 – Plenario.
No ambito da Uniao, compete ao agente ou setor tecnico da
Administraçao declarar que o objeto licitatorio e de natureza comum para
efeito de utilizaçao da modalidade pregao e definir se o objeto corresponde a
obra ou serviço de engenharia (Orientaçao Normativa AGU nº 54/2014).
Nessa linha, tem-se admitido o uso do pregao para diversos objetos,
inclusive para muitos cuja aplicação era considerada incabível, conforme
exemplos apresentados a seguir (Amorim e Oliveira, 2019):
 serviço de call center: Acordao nº 767/2010-Plenario do TCU;
 serviço de tecnologia da informação: Acordao nº 2.471/2008 –
Plenario do TCU;
 serviço de fornecimento de infraestrutura para realizaçao de
shows: Acordao nº 6.504/2017 –2a Camara do TCU;
 serviços de assessoria de imprensa e monitoramento de redes
sociais: Acordao nº 1.074/2017 – Plenario do TCU; e
 serviço de manutençao predial: Acordao nº 727/2009 – Plenario
do TCU.
Insta consignar que nao se aplica a modalidade pregao as contrataçoes
de natureza predominantemente intelectual, obras e serviços de engenharia
FASE EXTERNA

que nao sejam considerados comuns, conforme paragrafo unico do art. 29 da


NLLCA.
Assim como na modalidade concorrencia, o § 2º do artigo 17 da Lei nº
14.133/2021 consolida o entendimento jurisprudencial de que os pregões
devem ser realizados sob a forma eletrônica. Nao torna obrigatorio, mas
preferencial, em que pese a necessidade de motivaçao expressa para adotar a
forma presencial (que devera ser motivada e a sessao registrada em ata e com
gravaçao de audio e vídeo).
Em qualquer uma das formas (presencial ou eletronico), a
identificaçao dos licitantes deve ocorrer apenas no dia, hora e local
designados para realizaçao da sessao publica destinada ao recebimento das
propostas, respeitados os princípios da impessoalidade e competitividade
entre os participantes(§ 3º do art. 25 da NLLCA).
Isso porque a exigencia, em edital licitatorio de pregao, de envio de
formulario ou recibo preenchido com dados do potencial licitante para
formalizaçao de interesse em participar do certame, por ocasiao da retirada
do edital via internet, configura tentativa ilegal de identificação dos
participantes antes da data de realizaçao da sessao publica do pregao,
desrespeitando-se os princípios da impessoalidade e competitividade.
Nesse vídeo, o Professor Vinicius Martins aborda a modalidade Pregao
e discute sobre as reflexoes feitas anteriormente.
FASE EXTERNA

Na imagem a seguir apresentamos as principais características do


pregao definidas na Lei nº 14.133/2021:

Quais as vantagens do pregão na forma eletrônica?


Um dos grandes argumentos em prol da aplicaçao do pregao na forma
eletronica e a amplitude de participantes. Em regra, a utilizaçao do Pregao
Eletronico como forma de aquisiçao de bens e serviços comuns possibilita
maior competitividade, amplia oportunidades, resultando em maior
transparencia na utilizaçao dos recursos e no fortalecimento do controle
social da gestao publica.
FASE EXTERNA

Por ser realizado via internet, o Pregao Eletronico reduz, ainda, o


custo de participação dos interessados, que podem competir a distancia,
de qualquer local do país, o que possibilita aumentar o numero de licitantes,
inclusive micro e pequenas empresas.
Ainda que, intuitivamente, haja uma percepçao de que o Pregao
Eletronico, pelas suas proprias características, privilegia a transparência e
aumenta a competitividade, ha outros fatores que podem influenciar a
participaçao de interessados em um certame, tais como:
 divulgaçao ou omissao do valor estimado no edital;
 a quantidade de itens em disputa e o quantitativo previsto para
cada item;
 o fato de o objeto encontrar-se devidamente parcelado ou
agrupado;
 a visao que o mercado tem sobre determinada repartiçao
contratante (bom ou mau pagador);
 se trata ou nao de cota reservada ou disputa exclusiva entre ME’s
ou EPPs;
 a eventual existencia de clausulas restritivas a participaçao;
 as proprias características do objeto, inclusive criterios de
sustentabilidade ambiental; e
 o estagio de desenvolvimento do mercado para suprir a demanda
do orgao etc.
A título exemplificativo, em Mato Grosso, o Tribunal de Contas do
Estado (TCE/MT) realizou avaliaçao no ano de 2017, ocasiao em que foi
constatado que em 44,1% dos pregoes presenciais, houve participaçao de
apenas 1 (um) licitante.
Embora o TCU ja tenha se pronunciado no sentido de que nao ha
impedimento legal a participaçao de um unico licitante em licitaçoes
FASE EXTERNA

realizadas na modalidade Pregao Presencial (Acordao 408/2008 –


Plenario), esse fato por si so pode resultar em contrataçoes
antieconomicas para a administraçao.
Outra questao objeto da auditoria buscou avaliar se o Pregao
Eletronico promove contrataçoes mais vantajosas para a Administraçao
quando comparado ao Pregao Presencial, concluindo que, por regra geral,
quanto maior o universo de interessados no pregao, menor e a chance de
açoes monopolísticas, o que diminui o valor pago pelo bem a ser comprado
pelos orgaos e entidades da administraçao publica.
Alem disso, foi verificado que a cada novo licitante presente nos
certames, ha uma melhora de 2% na eficiencia de uma licitaçao, evidenciando
a relaçao direta entre quantidades de licitantes e eficiencia, de maneira
estatisticamente significativa e justificando a maior eficiencia do Pregao
Eletronico.
Essas informaçoes comprovam a vantajosidade dos preços obtidos no
Pregao Eletronico em relaçao ao Presencial, a ampliaçao da competiçao entre
os licitantes e a possibilidade de promover maior transparencia,
contribuindo, por esses motivos, para a boa e regular gestao dos recursos
publicos em benefício da sociedade.

Concurso
Conforme disposto no inciso XXXIX do artigo 6º da Lei nº
14.133/2021, concurso e a “modalidade de licitaçao para escolha de trabalho
técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento será o de
melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessao de premio ou
remuneraçao ao vencedor”, conceito similar ao previsto no § 4º do art. 22 da
Lei nº 8666/93, exceto quanto ao criterio de julgamento para concurso
previsto na NLLCA e ausente no regime anterior.
FASE EXTERNA

Nessa seara, muitas organizaçoes realizam anualmente concursos que


tem por objetivo a escolha de monografias jurídicas, com concessao de
premios aos primeiros colocados.
Quando se tratar de concurso para a elaboraçao de projeto, como no
caso de projeto arquitetonico, o vencedor devera ceder a Administraçao
Publica os direitos patrimoniais relativos a ele e autorizar que ele seja
executado conforme juízo de oportunidade e conveniencia dos agentes
publicos responsaveis (paragrafo unico do artigo 30).
O artigo 30 da NLLCA dispoe que o concurso respeitara as regras
previstas no edital, que devera indicar a qualificaçao exigida dos
participantes, as diretrizes e formas de apresentaçao do trabalho tecnico,
científico ou artístico, as condiçoes de realizaçao e o premio ou remuneraçao
do vencedor.
FASE EXTERNA

Alem disso, o criterio de julgamento adotado devera ser a melhor


tecnica ou conteudo artístico. As principais características da modalidade
concurso sao as seguintes:

A Instruçao Normativa SEGES/MGI nº 12, de 31 de março de 2023,


dispoe sobre a licitaçao pelo criterio de julgamento por melhor tecnica ou
conteudo artístico, na forma eletronica, no ambito da Administraçao Publica
federal direta, autarquica e fundacional.
FASE EXTERNA

E importante deixar claro que a modalidade de licitaçao denominada


concurso nao se confunde com o concurso publico para contrataçao de
pessoal, previsto no art. 37 da Constituiçao Federal.

Leilão
E a modalidade de licitaçao para alienação de bens imoveis (casa,
predio, terreno etc.) ou de bens moveis inservíveis (veículos, maquinas e
equipamentos) ou legalmente apreendidos (pela Receita Federal, por
exemplo) a quem oferecer o maior lance.
O Decreto nº 11.461, de 31 de março de 2023, regulamenta o art. 31
da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, para dispor sobre os procedimentos
operacionais da licitaçao na modalidade leilao, na forma eletronica, para
alienaçao de bens moveis inservíveis ou legalmente apreendidos, e institui o
FASE EXTERNA

Sistema de Leilao Eletronico no ambito da administraçao publica federal


direta, autarquica e fundacional.
O edital do leilao deve ser amplamente divulgado, obrigatoriamente
no site oficial e afixado em local de ampla circulaçao de pessoas na sede da
Administraçao Publica, podendo ser utilizados outros meios que propiciem a
ampliaçao da publicidade e competitividade (§ 3º do artigo 31).
Os interessados em participar do leilao nao precisarao se cadastrar
previamente e nao havera fase de habilitaçao. O leilao tera o seguinte rito:
fase de lances, fase recursal, pagamento pelo vencedor e homologaçao,
conforme sera estipulado em edital (§ 4º do artigo 31 da Lei nº

14.133/2021).

O leilão podera ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor


designado pela autoridade competente da Administraçao, e regulamento
devera dispor sobre seus procedimentos operacionais.
Se optar pela realizaçao de leilao por intermedio de leiloeiro oficial, a
Administraçao devera seleciona-lo mediante credenciamento ou licitaçao na
modalidade pregao e adotar o criterio de julgamento de maior desconto para
as comissoes a serem cobradas, utilizados como parametro maximo os
percentuais definidos na lei que regula a referida profissao e observados os
valores dos bens a serem leiloados (§ 1º do artigo 31 da Lei nº 14.133/2021).
FASE EXTERNA

Diálogo Competitivo
O dialogo competitivo e a nova modalidade criada pela Lei nº
14.133/2021 que define no inciso XLII do art. 6 como “a modalidade de
licitaçao para contrataçao de obras, serviços e compras em que a
Administraçao Publica realiza dialogos com licitantes previamente
selecionados mediante criterios objetivos, com o intuito de desenvolver uma
ou mais alternativas capazes de atender as suas necessidades, devendo os
licitantes apresentar proposta final apos o encerramento dos dialogos”.
O dialogo competitivo se insere no contexto em que o Estado tem
conhecimento da sua necessidade, mas ha impossibilidade de o orgao ou
entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptaçao de soluçoes
disponíveis no mercado.
A nova Lei reserva o uso do dialogo competitivo apenas para objetos
FASE EXTERNA

que envolvam inovação tecnológica e alta complexidade, nos quais a


Administraçao precisa de colaboraçao do mercado para identificar soluçoes
tecnicas adequadas e, assim, definir as especificidades do que ira contratar.

Essa modalidade tambem podera ser adotada para as licitações de


concessões de serviços públicos e parcerias público-privadas, conforme
FASE EXTERNA

previsto nos artigos 179 e 180 da NLLCA que alteraram a Lei nº 8.987/1995 e
a Lei nº 11.079/2004.
O caso das PPPs e bem ilustrativo das situaçoes que justificam o
recurso ao dialogo, pois, nas parcerias entre o publico e o privado, o Estado
quer uma solução, mas a quer com a colaboração do privado, que irá
empreender assumindo parcela considerável dos riscos. Com isso, nao
sera difícil a ocasiao em que a autoridade adjudicante nao tera conhecimento
das soluçoes que o mercado tem para oferecer.
Outro exemplo para ilustrar e a situaçao em que o Poder Publico
necessita resolver um problema relacionado a abastecimento de agua em
determinado município. E bem possível que, dada a particularidade do local,
a soluçao seja revestida de complexidade que impossibilite o Estado de saber
qual a alternativa adequada que o mercado tem para suprir a carencia de
agua da localidade (poços artesianos, cisternas, construçao de canal para
escoar agua de um reservatorio proximo etc.). Nesse caso, o recurso ao
dialogo competitivo e uma possibilidade, pois a dificuldade encontra-se na
definiçao da soluçao do problema a ser resolvido pela Administraçao.
Busca-se, assim, reduzir a assimetria de informaçoes entre o Poder
Publico e os particulares, reduzindo a inflexibilidade do rito licitatorio,
fornecendo maior abertura para que os particulares pudessem oferecer
soluçoes para as contrataçoes complexas da Administraçao Publica.
Ao final da fase de dialogo, a Administraçao elaborara edital que
contera a especificaçao da soluçao que atenda as suas necessidades e os
criterios objetivos a serem utilizados para seleçao da proposta mais
vantajosa.
Para selecionar a soluçao mais adequada para satisfazer suas
necessidades, a Administraçao tem duas opçoes, que sao: selecionar
integralmente (ou quase) a soluçao proposta por um dos participantes do
dialogo, ou construir uma soluçao nova juntando as ideias e estudos
apresentados pelos diferentes participantes.
FASE EXTERNA

Esquematizando
FASE EXTERNA

Criterios de Julgamento

Um dos mais aguardados avanços da NLLCA reside nos criterios de


julgamento de propostas, em razao dos fatores e requisitos de sua aplicaçao,
que abrem nova dimensao operacional para o princípio do julgamento
objetivo, que permanece do regime anterior, porem agora instrumentalizado
por parametros desenvolvidos na fase preparatoria do processo e vinculara
os agentes julgadores das propostas, estabelecidos no respectivo edital.
Criterios de julgamento sao os possíveis criterios a serem observados
no julgamento das propostas no procedimento licitatorio. Em outras palavras,
os criterios de julgamento sao as referências para a avaliação das
propostas.
Nesse enquadramento, o art. 33 da NLLCA alinha como criterios de
julgamento de propostas: menor preço; maior desconto; melhor tecnica ou
conteudo artístico; tecnica e preço; maior lance, no caso de leilao; e maior
retorno economico.
FASE EXTERNA

Dos seis criterios adotados, quatro reeditam a pauta que a Lei nº


8.666/1993 chama de “tipos de licitaçao” (art. 45, caput e § 1º), e dois foram
transplantados, com ajustamentos, dos artigos 10 e 23 da Lei nº 12.462/2011
que instituiu o Regime Diferenciado de Contrataçao.
No que tange os criterios de julgamento, o grande destaque e a
incorporaçao do criterio Maior Retorno Economico da Lei nº 12.462/2011 –
RDC, conforme ilustrado na figura a seguir. Este criterio sera explicado
adiante e permite remunerar o serviço pela fixaçao de um percentual que
incidira sobre a economia efetivamente obtida.
FASE EXTERNA

De forma esquematizada comparando a Lei de Licitaçoes Anterior e a


Nova Lei de Licitaçoes, visualizamos:

Na NLLCA, para cada modalidade de licitaçao ha um ou mais criterios


de julgamento que podem ser aplicados. Na figura a seguir, e apresentada a
relaçao entre as modalidades de licitaçao e os criterios de julgamento:
FASE EXTERNA

Para a Concorrencia pode-se aplicar qualquer criterio exceto o Maior


Lance, o qual e exclusivo para o Leilao. A modalidade concurso permite
apenas o criterio Melhor Tecnica ou Conteudo Artístico. Ja com o Pregao e
possível utilizar o Menor Preço e o Maior Desconto. No caso do Dialogo
competitivo a no Lei nao explicita os criterios de julgamento empregaveis, ela
apenas informa que o edital contera criterios objetivos para seleçao da
proposta mais vantajosa.
Atençao! Deve-se atentar para nao confundir os criterios de
julgamento com as modalidades de licitaçao:
FASE EXTERNA

Criterio de julgamento “Menor preço”


Nesse criterio, o vencedor sera o licitante que apresentar a proposta
com o menor preço. Esse criterio ja existia na Lei nº 8.666/1993, porem foi
incluída uma importante exigencia de levar em consideraçao o menor
dispêndio, atendidos os parâmetros mínimos de qualidade definidos no
edital.Para definição do menor dispêndio, poderão ser considerados
despesas com manutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto
ambiental do objeto licitado, entre outros fatores vinculados ao seu
ciclo de vida desde que objetivamente mensuráveis (...)”. (§ 1º do art. 34
da Lei nº 14.133/2021).
Em linhas gerais, a Administraçao Publica deve estar atenta a outras
características da proposta que possam configurar materialmente um melhor
preço de contrataçao. Isso para evitar a adjudicaçao de ofertas de qualidade
ruim, que necessitem de constante manutençao ou que estejam na contramao
de medidas que garantam sustentabilidade ambiental, todas circunstancias
que eventualmente acarretarao mais custos aos cofres publicos. Em síntese, o
menor preço não poderá ser considerado critério absoluto, devendo ser
equacionado com parâmetros objetivos de menor dispêndio.
Conforme destaca Jesse Torres Pereira Junior, e de esperar-se que de
licitaçao assim estruturada e conduzida resulte em contratação de objetos
de qualidade pelo menor preço, abolindo-se a cultura do menor preço por
si so, que sempre prevaleceu na Administraçao Publica brasileira, em
detrimento do dispendio, ou seja, despesas com manutençao, correçao, troca,
adaptaçao, reposiçao que, entre outras providencias, acompanham, em regra,
a contrataçao de produtos de qualidade inferior, com a decorrente
prevalencia do conhecido adagio de que “o barato sai caro”.
Evidentemente, essa busca pela qualidade nao significa descuidar da
economicidade ou desconsiderar a necessidade de ampliaçao da
competitividade das licitaçoes. Mas a obtençao de preços de aquisiçao mais
baixos nao pode ser atingida as custas da contrataçao de produtos de baixa
FASE EXTERNA

qualidade ou de empresas sem condiçoes de prestar serviços adequados.


(Acordao nº 1.225/2014 – P).
Nesse sentido, basta a leitura do art. 34 da NLLCA para perceber-se,
desde logo, a mudança de metodo de avaliaçao de propostas ate mesmo em
relaçao ao “famoso” criterio do menor preço, que passou a considerar “o
menor dispêndio para a Administração, atendidos os parâmetros
mínimos de qualidade definidos no edital de licitação”.
Logo, sequer o criterio de maior objetividade – menor preço – se
satisfaz apenas comparaçao entre valores, para que prevaleça o menor, pois
deve-se atender aos parâmetros de menor dispêndio em termos de
qualidade.
Cumpre recordar que o julgamento segundo o criterio do menor
preço, sob o regime da Lei nº 8.666/1993, sempre padeceu de inadequada
simplificaçao, ao passar-se do texto da lei a sua aplicaçao pratica. Veja-se que
o art. 45, § 1º, I, da Lei mencionada considera mais vantajosa para a
Administraçao a proposta que o licitante apresentar “de acordo com as
especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço”.
Ou seja, nao bastaria, para ser a mais vantajosa, que a proposta
cotasse o menor preço; antes, deveria atender às especificações do edital,
cabendo a este, portanto, formular exigencias objetivas para que, uma vez
atendidas, surtisse vencedora a proposta de menor preço.
Em outras palavras, no regime a ser revogado, bastaria que o edital
cumprisse a ordem legal e sinalizasse qual seria a proposta vencedora: a de
menor preço, independentemente da qualidade do objeto, desde que este
atendesse as especificaçoes definidas (características mínimas necessarias
para a Administraçao).
Na maioria dos casos, porem, os editais sob a regencia da Lei nº
8.666/1993 nao enunciam requisitos objetivos de qualidade que as propostas
devam cumprir, satisfazendo-se com o menor preço independentemente da
qualidade do objeto.
FASE EXTERNA

De forma diferente, conforme ja mencionamos, para a NLLCA, sera


necessario averiguar, antes de consagrar o menor preço, o menor dispêndio
segundo “parâmetros mínimos de qualidade definidos no edital”.
Como exemplo, podemos destacar a analise do custo total de
propriedade de uma alternativa de compra de um veículo popular em
comparaçao com serviço de transporte utilizando aplicativo, considerando
um período de 5 (cinco) anos:

Cenário I – Aquisição de um veículo popular


Ano 2022 2023 2024 2025 2026
Item
Aquisição 36.600 - - - -
Combustível 2.331 2.331 2.331 2.331 2.331
Revisões 550 550 550 550 550
Impostos e Taxas 2.240 1.440 1.404 1.368 1.332
Seguros 2.340 1.728 1.383 1.106 885
Custo Total Ano 43.461 6.099 5.817 5.505 5.198
Valor Depreciado 28.800 23.040 18.432 14.746 11.796
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE 54.284
* Obs. 1: No exemplo hipotético, foram utilizados como parâmetro: i) trajeto ida e volta: 40 km; ii) dias
no mês: 20 (vinte); iii) meses no ano (exclui férias): 11 (onze).
* Obs. 2: Custo Total de Propriedade = Soma do Custo Total dos anos 1 (R$ 43.461,00), 2 (R$ 6.099,00),
3 (R$ 5.817,00), 4 (R$ 5.505,00) e 5 (Custo total do ano 5 de R$ 5.198,00 – valor depreciado de R$ 11.796,00, resultando
em - R$ 6.598,00).
* Obs. 3: Para apresentar um exemplo mais realista, foi incluído no cálculo do custo total de
propriedade o valor referente à venda do veículo ao final do período quando se tratar de aquisição.

Cenário II – Serviço de transporte por aplicativo


Ano 2022 2023 2024 2025 2026
Item
Custo do trajeto ida 4.840 4.840 4.840 4.840 4.840
Custo do trajeto retorno 5.940 do
5.940
trajeto volta 5.940 5.940 5.940

Custo Total Ano 10.780 10.780 10.780 10.780 10.780


CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE 53.900
FASE EXTERNA

Considerando os custos totais de propriedade do exemplo hipotetico,


a utilizaçao de transporte por aplicativo se mostra a soluçao apta a gerar o
resultado mais vantajoso para a Administraçao, considerando o ciclo de vida
do objeto.
A Instruçao Normativa SEGES/ME nº 73, de 30 de setembro de 2022,
dispoe sobre a licitaçao pelo criterio de julgamento por menor preço ou
maior desconto, na forma eletronica, para a contrataçao de bens, serviços e
obras, no ambito da Administraçao Publica federal direta, autarquica e
fundacional.

Criterio de julgamento “Maior desconto”


O julgamento por maior desconto tera como referência o preço
global fixado no edital de licitação, e o desconto sera estendido aos
eventuais termos aditivos. Ele e empregado naqueles casos em que a
Administraçao adota um valor de referencia para aplicaçao do desconto e
requer propostas em forma de percentual de desconto incidente sobre esse
preço.
Como exemplo podemos citar as licitaçoes que ocorrem para
contrataçao de combustíveis (maior desconto sobre a tabela da Agencia
Nacional de Petroleo), livros (preço dos livros listados nos catalogos oficiais
das respectivas editoras), peças de automovel (maior desconto sobre a tabela
do fabricante), alimentos perecíveis (maior desconto sobre a tabela CEASA,
CEAGESP ou equivalente), passagem aerea.
Assim como no criterio de julgamento menor preço, o maior desconto
considerara o menor dispêndio para a Administraçao. A diferença que
permite diferenciar os casos de utilizaçao de um ou de outro criterio e que
alguns objetos possuem uma tabela de referência, portanto a seleçao entre
esses preços vai ocorrer por meio do criterio de "maior desconto".
FASE EXTERNA

E quando for usado este critério de julgamento, o preço estimado


ou máximo aceitável deverá constar do edital de licitação (Paragrafo
unico do art. 24 da Lei nº 14.133/2021).
Reforça-se, por conseguinte, a relevância da pesquisa ampla do
preço de mercado do objeto a ser contratado, se o critério de
julgamento das propostas for o de maior desconto, já que este terá por
base de cálculo o preço global do objeto fixado no edital, apos aferiçao na
fase preliminar do processo.
Esses 2 (dois) criterios de julgamento podem ser assim sintetizados:
FASE EXTERNA

Criterio de julgamento “Melhor tecnica ou conteudo artístico”


O julgamento por melhor tecnica ou conteudo artístico serve para
contrataçao de projetos e trabalhos de natureza tecnica, artística ou científica
(art. 35 da Lei nº 14.133/2021).
Nesse caso, o julgamento ira considerar somente as propostas tecnicas
ou artísticas apresentadas pelos licitantes. Isto e, nao havera atribuiçao de
nota relativamente aos preços formulados pelos interessados, devendo o
edital fazer definiçao clara do premio ou remuneraçao devida aos vencedores
do certame.
O edital devera definir o premio ou a remuneraçao que sera atribuída
aos vencedores.

Criterio de julgamento “Tecnica e preço”


O art. 36 da NLLCA concentra-se no julgamento por tecnica e preço,
que levara em conta “a maior pontuaçao obtida a partir da ponderaçao,
segundo fatores objetivos previstos no edital, das notas atribuídas aos
aspectos de tecnica e de preço da proposta”. Nada de substancialmente
diverso, a rigor, da redundante redaçao da norma equivalente do art. 46, § 2º,
II, da Lei nº 8.666/1993 (“a classificaçao dos proponentes far-se-a de acordo
FASE EXTERNA

com a media ponderada das valorizaçoes das propostas tecnicas e de preço,


de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatorio”).
Esse criterio de julgamento deve ser utilizado na contrataçao de
serviços tecnicos de natureza predominantemente intelectual, em especial na
elaboraçao de projetos, calculos, fiscalizaçao, supervisao e gerenciamento e
de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboraçao de
estudos tecnicos preliminares e de projetos basicos e executivos.
O julgamento por tecnica e preço deve ser precedido de estudo
preliminar, que demonstre de maneira consistente que a qualidade tecnica
das propostas seja destacadamente relevante ao objeto buscado pela
Administraçao Publica (Art. 36 da Lei nº 14.133/2021).
Portanto, esse criterio de julgamento se aplica nos casos em que o
aspecto tecnico se mostra tao ou mais relevante do que o preço
desembolsado pela Administraçao.
A Instruçao Normativa SEGES/MGI nº 2, de 7 de fevereiro de 2023,
dispoe sobre a licitaçao pelo criterio de julgamento por tecnica e preço, na
forma eletronica, no ambito da Administraçao Publica federal direta,
autarquica e fundacional.
A definiçao do vencedor se dara em funçao de criterios tecnicos e dos
valores contidos nas propostas, conforme orienta o princípio do julgamento
objetivo. A imagem a seguir ilustra as características desse criterio:
FASE EXTERNA

Criterio de julgamento “Maior lance”


O criterio de maior lance na Nova Lei de Licitaçoes e Contratos
Administrativos e exclusivo do leilao, se aplicando somente nos casos de
alienaçao de bens imoveis ou de bens moveis inservíveis ou legalmente
apreendidos.

Criterio de julgamento “Maior retorno economico”


Segundo o art. 39 da Lei nº 14.133/2021, o julgamento por maior
retorno economico, utilizado exclusivamente para a celebração de
FASE EXTERNA

contrato de eficiência, considerara a maior economia para a Administraçao


e a remuneração deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma
proporcional à economia efetivamente obtida na execução do contrato.
Define-se contrato de eficiencia como o contrato cujo objeto e a
prestaçao de serviços, que pode incluir a realizaçao de obras e o
fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao
contratante, na forma de redução de despesas correntes, remunerado o
contratado com base em percentual da economia gerada (inciso LIII do art.
6º).
O objetivo do contrato de eficiencia sera proporcionar uma economia
a Administraçao Publica contratante, na forma de reduçao de despesas
correntes.
Segundo glossario da plataforma +Brasil do Ministerio da Economia,
despesas correntes sao despesas de custeio de manutençao das atividades
dos orgaos da administraçao publica, como por exemplo: despesas com
pessoal, juros da dívida, aquisiçao de bens de consumo, serviços de terceiros,
manutençao de equipamentos, despesas com agua, energia, telefone etc.
Assim, estao nesta categoria as despesas que nao concorrem para
ampliaçao dos serviços prestados pelo orgao, nem para a expansao das suas
atividades.
O contrato de eficiencia desafia tanto o setor empresarial privado
quanto os orgaos e entidades da Administraçao publica. Aquele porque cabe a
licitante apresentar duas propostas: a de trabalho, que devera contemplar as
obras, os serviços ou os bens, que executara ou fornecera em prazos certos,
indicando, em unidade monetaria, a economia que estima gerar; a de preço,
que correspondera a percentual sobre essa economia estimada. A
Administraçao porque elaborara edital explicitando parametros objetivos de
mensuraçao da economia gerada com a execuçao do contrato, que servira de
base de calculo para a remuneraçao devida ao contratado, estabelecido, para
efeito de julgamento da proposta, que o retorno economico sera o resultado
FASE EXTERNA

da economia que se estima gerar com a execuçao, deduzida a proposta de


preço (art. 39, § 3º).
E ressalvando o § 4º do mesmo dispositivo como se dara a
remuneraçao do contratado nos casos em que nao for gerada a economia
prevista no contrato: “a diferença ente a economia contrata e a efetivamente
obtida sera descontada da remuneraçao do contratado; se a diferença entre a
economia contratada e o efetivamente obtido for superior ao limite maximo
estabelecido no contrato, o contratado estara sujeito as sançoes que hajam
sido previstas no proprio contrato.
Para entender melhor o funcionamento desse criterio de julgamento,
imagine que, em determinado certame, o licitante X se comprometa a reduzir
as despesas com energia eletrica em R$ 100.000,00 (proposta de trabalho),
mediante o recebimento de 10% sobre esse montante (proposta de preço). Ja
o licitante Y se compromete a reduzir as despesas em R$ 200.000,00, mas
mediante recebimento de 20% sobre esse montante.
No caso da proposta do licitante X, o benefício líquido para a
Administraçao sera de R$ 90.000,00 caso a empresa alcance o objetivo a que
se comprometeu. No caso da proposta do licitante Y, o benefício líquido sera
de R$ 160.000,00.
Nesse contexto, como o criterio estabelecido no edital e o do maior
retorno economico, a proposta do licitante Y deve ser selecionada, pois
proporciona maior economia para a Administraçao Publica.
A Instruçao Normativa SEGES/ME nº 96, de 23 de dezembro de 2022,
dispoe sobre a licitaçao pelo criterio de julgamento por maior retorno
economico, na forma eletronica, no ambito da administraçao publica federal
direta, autarquica e fundacional.
FASE EXTERNA

Podemos sintetizar as principais informaçoes sobre esse criterio de


julgamento da seguinte forma:
FASE EXTERNA

Conclusao

Nesta Unidade, estudamos sobre as fases do processo licitatorio que


ocorrem apos a fase preparatoria, ou seja, a partir da elaboraçao do edital de
licitaçao e sua divulgaçao.
Destarte, abordamos as modalidades de licitaçao, especialmente a
concorrencia e o pregao e aprendemos sobre os criterios de julgamento que
podem ser adotados em uma licitaçao para a seleçao da proposta mais
vantajosa.
Assim, chegamos ao fim de mais uma apostila do Curso de
Contrataçoes Publicas com foco na NLLCA. E sabido que o assunto e extenso,
o que enseja estudo e constante atualizaçao para trazer maior segurança
jurídica para os atos praticados.
Por oportuno, ratificamos que esta equipe de tutores continua a
disposiçao dos senhores para continuar a nossa conversa sobre o assunto e
para sanar qualquer tipo de duvidas por meio do forum da Unidade.

Ate a proxima Unidade!


FASE EXTERNA

Referencias

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GARCIA, Flávio Amaral. MOREIRA, Egon Bockmann. A futura nova lei
de licitações brasileira: seus principais desafios, analisados
individualmente. Revista de Direito Público da Economia [recurso
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