Resumo Psico Geral - D1

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 7

Centro Universitário UniBrasília de Goiás

Docente: Wagner Gomes


Discente: Lucélia R. S. Bomtempo
Disciplina: Psicologia Geral – resumo/D1

Existe dificuldade de uma conceituação única do objeto de estudo da Psicologia,


visto que, essa conceituação varia de acordo com os diversos enfoques, como por
exemplo: para o Behaviorismo, o objeto de estudo é o comportamento, para a
Psicanálise, o inconsciente, etc. A Psicologia tem uma identidade que a diferencia dos
demais ramos das ciências humanas, ela enfoca o ser humano de forma particular, isto é
a subjetividade, a qual contribui para a compreensão do ser humano. A matéria prima da
Psicologia é o sujeito em sua totalidade, as palpáveis como o comportamento, as não
palpáveis como os sentimentos, as singulares (porque somos o que somos) e as
genéricas (porque somos todos assim). Toda a totalidade do sujeito é sintetizado no
termo subjetividade.
De acordo com o desenvolvimento do sujeito a subjetividade é constituída e vai se
desenvolvendo conforme as experiências da vida social e cultural. A subjetividade é o
mundo de ideias, significados e emoções que são construídos pelo sujeito a partir das
suas relações no mundo, dessa forma ela não é inata, ela é construída aos poucos
conforme atua com e sobre o mundo.
Na Grécia Antiga, não havia Psicologia, porém já existia uma preocupação com a
alma e razão humana antes da era cristã. A história do pensamento humano tem um
momento áureo na Antiguidade, entre os gregos, particularmente no período de 700 a.C.
até a dominação romana, às vésperas da era cristã. Os gregos são considerados os povos
mais evoluídos nessa época, com essa evolução, as pessoas começaram a se ocupar das
coisas do espírito, como a Filosofia e a Arte. É entre os filósofos gregos que surge a
tentativa de conceituar um pensamento sobre a interioridade do sujeito (espirito
humano). O termo psicologia deriva do termo pysiché (alma) e de logos (razão). Os
filósofos que antecederam Sócrates, definiam a relação do homem com o mundo por
meio da percepção, isto é, discutiam se mundo existe porque o homem o vê ou se o
homem vê um mundo que já existe (idealistas: a ideia forma o mundo e materialistas: a
matéria que forma o mundo já é dada para a percepção.
Mas foi com Sócrates em (469 – 347 a.C.) que surgiu a ideia sobre o mundo
psicológico. Sua ideia era com o limite que separa o ser humano dos animais,
postulando que tal característica era a razão. Ao definir a razão como algo específico do
sujeito, Sócrates abre caminho para a teoria sobre consciência, no campo da Filosofia.
Discípulo de Sócrates, Platão (427 -347 a.C.) definiu um lugar para a razão no corpo
humano, para ele seria a cabeça (onde encontra a alma humana). Ele acreditava que a
alma era separada do corpo. Aristóteles, também discípulo de Platão, foi um dos mais
importantes pensadores da história da Filosofia, postulou que a alma e o corpo não se
separam, tornando uma contribuição inovadora. A psyché, para Aristóteles, seria o
princípio ativo da vida. Estudou as diferenças entre a razão, sensações e percepção. Tal
estudo está sistematizado no De Anima, considerado o primeiro tratado das ideias
psicológicas. Sendo assim, os gregos 2300 anos antes da Psicologia científica já tinham
formulado duas teorias: a platônica, que postulava a imortalidade da alma e a concebia
separada do corpo, e a aristotélica, que afirmava a mortalidade da alma e sua relação de
pertencimento ao corpo.
Uma grande influência na Psicologia foi na época do império romano, o qual
dominou a Grécia e parte da Europa e Oriente Médio, foi nessa época que o cristianismo
avançou trazendo tal influência. Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino
(1225- 1274) foram os filósofos que influenciaram esse período.

Santo Agostinho, inspirado em Platão, também fazia uma cisão entre alma e corpo.
Para ele, a alma não era somente a sede da razão, mas a prova de uma manifestação
divina no homem. Considerada imortal, a alma por ser o elemento que liga o homem a
Deus. E, sendo a alma também a sede do pensamento, a Igreja passa a se preocupar
também com sua compreensão. São Tomás de Aquino foi buscar em Aristóteles a
distinção entre essência e existência. Como o filósofo grego, considerava que o homem,
na sua essência, busca a perfeição através de sua existência. Porém, introduzindo o
ponto de vista religioso, ao contrário de Pacher. Na afirmação de Aristóteles, somente
Deus seria capaz de reunir a essência e a existência. A busca de perfeição pelo homem
seria a busca de Deus. Dessa forma, São Tomás de Aquino encontrou argumentos
racionais para justificar os dogmas da Igreja e continuava garantindo que ela era o
monopólio do estudo do psiquismo.

Considerada uma área de estudo relativamente nova com pouco mais de cem anos, a
Psicologia como ciência vem se desenvolvendo desde 1879, quando Wilhelm Wundt
criou o primeiro Laboratório de Experimentos em Psicofisiologia, em Leipzig na
Alemanha. A partir desse marco histórico houve o desligamento de ideias abstratas e
espiritualistas, que defendiam a existência da alma nos seres humanos, a qual seria a
sede da vida psíquica. Foi a partir desse marco que a Psicologia se fortaleceu como
princípio e métodos científicos. No entanto, a Psicologia é uma ciência que não se
esgota em conhecimento, pois existe um movimento e transformações permanente do
ser humano e novas perguntas surgem a cada dia para a Psicologia. Embora a Psicologia
científica tenha nascido na Alemanha no final do século 19 e foi obtendo status de
ciência à medida que foi se libertando da Filosofia e atraiu novos estudiosos e
pesquisadores que produziram novos conhecimentos como a: definir o objeto de estudo
(o comportamento, a vida psíquica, a consciência), delimitar o campo de estudo,
diferenciando-o de outras áreas de conhecimento, como a Filosofia e a Fisiologia,
formular métodos de estudo desse objeto, etc. Foi nos Estados Unidos que ela mais
cresceu, devido ao grande avanço econômico que o colocou na vanguarda do sistema
capitalista.
Foi nos Estados Unidos que surgiram as primeiras abordagens, as quais deram
origens às diversas teorias que existem na atualidade. As primeiras abordagens são: O
Funcionalismo, considerado a primeira sistematização genuinamente americana de
conhecimento em Psicologia. O funcionalismo de W. James, que preocupava em
responder “o que fazem os homens” e “por que o fazem” para tentar responder, James
elege a consciência como centro de suas preocupações e busca compreender seu
funcionamento. O Estruturalismo por sua vez, também se preocupa com a compreensão
do mesmo fenômeno que o Funcionalismo, a consciência. Titchener, portanto irá
estuda-la em seus aspectos estruturais, isto é, os estados elementares da consciência
como estruturas do sistema nervoso central. Assim com Wundt, Titchener, usou como
método a instrospeccionismo, e os conhecimentos psicológicos produzidos foram
experimentais.
O Associacionismo, foi representado por Edward L. Thorndike, o qual foi o
formulador de uma primeira teoria de aprendizagem na Psicologia. Thorndike formulou
a Lei do Efeito, de se tornou de grande utilidade para a Psicologia Comportamental. De
acordo com essa Lei, todo comportamento de um organismo vivo, tende a se repetir,
seja por recompensa, seja por punição.
O Behaviorismo, criado pelo americano Jhon B. Watson, foi inaugurado em um
artigo publicado em 1913, que apresentava o título “Psicologia: como os behavioristas a
veem. Para Watson, o objeto de estudo da Psicologia é o comportamento, pois para ele
tal estudo dava a consistência que os psicólogos vinham buscando, um objeto que
poderia observar, mensurar, cujos experimentos poderiam ser produzidos em diferentes
condições e sujeitos. Os behavioristas foram os primeiros a se aproximar de uma
explicação dos termos psicológicos observando os critérios de objetividade. Tais
critérios foram importantes para que a Psicologia alcançasse o status de ciência, o que a
fez romper com a sua tradição filosófica. Para Watson, o comportamento deveria ser
estudado como função, isto é, defendia uma perspectiva funcionalista. Acreditava que
diante de certos estímulos o organismo se comportava de certa forma, isso se deve ao
fato dos organismos se ajustarem aos seus ambientes por meio de equipamentos
hereditários e pela formação de hábitos. Rompeu com os conceitos mentalistas e de
métodos subjetivos, voltando para a ciência que pode prever e controlar o
comportamento. O comportamento, portanto, é entendido com uma interação entre o
que o sujeito faz e o ambiente onde o seu fazer está inserido, numa relação de interação
entre indivíduo (suas respostas) e o ambiente (os estímulos). Os psicólogos dessa
abordagem se referem aos termos resposta e estímulo para descrever aquilo que o
organismo faz e as variáveis ambientais. Como explicação para esses termos existe duas
razões: metodológica e histórica. A primeira, deve ao fato dos analistas experimentais
do comportamento, tenha como preferência o método experimental e analítico, já o
segundo, diz respeito a popularização e generalização de outros estudiosos.
Skinner, o mais importante behaviorista pós Watson, sua linha de estudo influenciou
muitos psicólogos, inclusive no Brasil. Conhecida por Behaviorismo Radical, termo que
o próprio Skinner cunhou em 1945, para designar uma filosofia da Ciência do
Comportamento, a qual defendeu por meio da análise experimental do comportamento.
Portanto, a base de sua corrente é o Comportamento Operante. Considerado voluntário e
que opera nas contingências. Podemos dizer que o C.O. é aquele comportamento (R)
que gera uma consequência (S) e essa consequência reforça ou enfraquece o
comportamento que o gerou. A relação funcional, refere-se à interação sujeito-ambiente,
assim considerada devido ao organismo se comportar (emitindo essa ou aquela
resposta), isto é a ação do sujeito produz uma alteração no ambiente e
consequentemente o sujeito irá repetir essa resposta ou não. Dessa forma o sujeito age
sobre o mundo de acordo com as consequências criadas pela ação. Os eventos
consequentes da relação funcional são reforçadores ou punitivos(aversivos). Os
reforçadores positivos é todo evento que aumenta a probabilidade da resposta, já o
reforço negativo, é todo evento que aumenta a probabilidade de a resposta ser removida.
No reforço negativo acontecem dois processos: a fuga e a esquiva (ambos reduzem ou
evitam estímulos aversivos, mas em processos diferentes. O primeiro, o sujeito
literalmente saem do ambiente onde o estímulo é aversivo, já o segundo, o sujeito
produz uma resposta de evitação frente ao estímulo aversivo.
Alguns reforçadores são primários, como água, alimento, afeto. Os reforços
secundários quando emparelhados aos primários tornam-se reforçadores generalizados
como por exemplo o dinheiro e aprovação social.
Existem ainda outros processos como a extinção, que é quando a resposta para de ser
emitida. A punição, que é a consequência de uma resposta na presença de um estímulo
aversivo ou a remoção de um reforçador positivo. Na punição positiva, é apresentado
um estimulo aversivo ao sujeito, na punição negativa, o estímulo é retirado do ambiente.
Controle por estímulo é basicamente o efeito que ambiente tem sobre o
comportamento, isto é, a influência dos estímulos antecedentes sobre o que o organismo
faz. O contra controle é a ação do sujeito de tentar fugir ou esquivar de condições
aversivas impostas por outro sujeito (controlador). A discriminação por estímulos
ocorre quando uma resposta se mantém na presença de um estímulo. A generalização de
estímulos, são respostas a um conjunto de estímulos percebidos como semelhantes.
O comportamento responde ou reflexo, é aquele comportamento “involuntário” são
as respostas eliciadas (produzidas) por estímulos antecedentes do ambiente. Tais
comportamentos são interações estímulo-resposta (ambiente-sujeito) incondicionadas,
nas quais certos eventos ambientais eliciam certas respostas do organismo que
independem da aprendizagem.
A Psicanálise foi fundado por Sigmund Freud. Freud foi médico vienense que alterou
radicalmente, o modo de pensar a vida psíquica. Ressaltou os processos misteriosos do
psiquismo, suas regiões obscuras, isto é, as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a
interioridade do homem, como problemas científicos, tais investigações levou Freud à
criação da Psicanálise. A psicanálise é uma teoria, um método de investigação e uma
prática profissional. Em relação a teoria, caracteriza-se por um conjunto de
conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Como método
de investigação, trabalha com a interpretação, buscando o significado oculto daquilo
que é manifestado por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como
sonhos, delírios, as associações livres, os atos falhos. Quanto a prática profissional,
refere-se à forma de tratamento – a análise – busca o autoconhecimento ou a cura, por
meio do processo de investigação.
No início da psicanálise Freud trabalhou com a Hipnose, prática que induz o paciente
a um estado alterado da consciência, para obter a história da origem dos sintomas.
Posteriormente trabalhou com a associação livre.
Freud chamou de resistência, a força psíquica que se opunha a tornar consciente, a
revelar um pensamento. Repressão é o processo psíquico que visa encobrir, fazer
desaparecer da consciência, uma ideia ou algo insuportável e dolorosa que está na
origem do sintoma. Tais conteúdos psíquicos localizam-se no inconsciente. O
inconsciente exprime o conjunto de conteúdos não presentes no campo atual da
consciência. Constituído por conteúdos reprimidos, regido por leis próprias de
funcionamento e vé atemporal, não existe as noções de passado e presente.
O funcionamento psíquico é concebido a partir de três pontos: o econômico, existe
uma quantidade de energia que alimenta os processos psíquicos. Pulsão, que se refere a
um estado de tensão que busca, por meio de um objeto, a supressão desse estado: Eros
(pulsão de vida, abrange as pulsões sexuais e autoconservação) e tânatos (pulsão de
morte, que pode ser autodestrutiva). Sintoma, é uma produção, pode ser um
comportamento ou um pensamento, que é resultado de um conflito psíquico entre o
desejo e os mecanismos de defesa – ele é ou pode ser o ponto de partida de uma
investigação psicanalítica. Existem ainda outras teorias do aparelho psíquico como o Id,
Ego e Superego. O id constitui o reservatório de energia psíquica, onde localiza as
pulsões de vida e de morte. O ego é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as
energias do id, e as exigências da realidade e as ordens do superego. O superego,
origina-se do complexo de Édipo, a partir da internalização das proibições, limites,
autoridade. Refere-se as exigências sociais e culturais.
Os mecanismos de defesa, é a percepção de um acontecimento, do mundo externo ou
interno, pode ser algo constrangedor, doloroso, desorganizador. Para evitar o desprazer
a pessoa suprime a realidade – deixa de registrar percepções externas, afasta conteúdos
psíquicos, interfere no pensamento e ocorrem independente da vontade do sujeito. O
recalque, onde o sujeito não vê, não ouve o que ocorre (supressão de uma parte da
realidade). Formação reativa, o ego procura afastar o desejo que vai em determinada
direção, e para isso o sujeito adota uma atitude oposta a esse desejo. Regressão, o
sujeito retorna a etapas anteriores de seu desenvolvimento, passagem para modos mais
primitivos. Projeção, é uma confluência de distorções do mundo externo e interno. O
sujeito projeta algo de si e não percebe aquilo que foi projetado como algo seu que
considera indesejável. Racionalização, o sujeito constrói uma argumentação intelectual
e aceitável, que justifica os estados deformados da consciência, isto é, uma defesa que
justifica as outras.
A Gestalt-terapia, também chamada de Abordagem Gestáltica, foi criada pelos judeus
alemães Friedrich Salomon Perls (Fritz) em 1951. É uma psicoterapia fenomenológica
existencial que foi criada no contexto político e cultural da Alemanha. Naquela época,
estava surgindo nos Estados Unidos o movimento denominado “3º Força”, a Psicologia
Humanista, em contrapartida ao Behaviorismo e à Psicanálise, denominados 1º e 2º
forças, respectivamente, conferindo ao homem a condição de sujeito e não de objeto de
estudo, responsável por suas escolhas. Nessa perspectiva, surge a Gestalt-terapia, como
um dos exponentes deste movimento, enfatizando o autoconhecimento, satisfação,
autossuporte e crescimento pessoal, vendo o homem como capaz de se autogerir, de se
autorregular. Gestalt é uma palavra alemã, - “configuração”, totalidade, um todo que é
uma realidade em si, diferente da soma de suas partes. O sentido da experiência está em
como os elementos da mesma estão configurados em um todo significativo. o ser humano
como um fenômeno que engloba dimensões biopsicosocioespiritual, não como um
somatório de aspectos, mas como um todo, um novo evento que se configura, a cada
momento, como uma pessoa indivisível, com todas suas dimensões, em uma relação de
campo meio-organismo. Um conceito fundamental é a Awareness que é uma forma de
experienciar. É o processo de estar em vigilante contato com o evento mais importante do
campo meio-organismo, com pleno suporte sensório-motor-emocional-cognitivo-
energético. Os pilares da Gestalt-Terapia são: a Fenomenologia, que estuda os fenômenos
(todo e qualquer acontecimento) com enfoque nos fenômenos da consciência. “Todo ato
mental incorpora algo de fora de si”. Se eu vejo, vejo algo. Se eu gosto, gosto de algo ou
alguém. Tais atos não existem isolados. Por isso, ter consciência é ter consciência de algo.
Intencionalidade da consciência (interesse, direcionamento aos objetos que aparecem). O
Existencialismo, que ressalta a existência como precedente a essência, O ser humano não
tem um destino predeterminado desde seu nascimento, circunstâncias externas interferem,
mas não determinam, cada sujeito é o mais fiel intérprete de si mesmo, um ser de
possibilidades no aqui e agora, e um ser que se define através de escolhas e atualizações.
O Humanismo, que considera o ser em potencial que ultrapassa sua existência, com
impulso para o crescimento, para o processo de individualização em que o homem é
responsável pela sua atualização. É uma concepção do mundo e da existência, cuja
questão central é o Homem. Podemos dizer que o Humanismo torna o homem mais
verdadeiramente humano.

Você também pode gostar