Emergências No SUAS: Gestão Legal, Administrativa, Do Trabalho e Orçamentária
Emergências No SUAS: Gestão Legal, Administrativa, Do Trabalho e Orçamentária
Emergências No SUAS: Gestão Legal, Administrativa, Do Trabalho e Orçamentária
Administrativa, do Trabalho e
Orçamentária1
Versão 2: 18/01/2024
1
Este conteúdo compõe o conjunto de produtos vinculados à consultoria “Apoio ao desenvolvimento de documentos de orientação
técnica sobre o SUAS em emergências”, desenvolvido pela Consultora Renata Aparecida Ferreira, sob a supervisão do Chefe de Política
Social, Monitorização e Avaliação e Cooperação Sul-Sul do Unicef Brasil – em parceria com a Secretaria Nacional de Assistência Social
(SNAS). Refere-se ao Produto entregável 3 (1).
1
Apresentação
Esta publicação tem como objetivo revisitar as diretrizes nacionais de atuação da Política de
Assistência Social em contextos de emergência e as orientações técnicas operacionais do SUAS para
responder às emergências de forma ágil e qualificada. O conteúdo foi elaborado pelo Fundo das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em apoio técnico à Secretaria Nacional de Assistência Social
(SNAS) e contou com a participação de representantes da gestão federal e das instâncias de
participação e controle social. A iniciativa compõe um conjunto de ações desenvolvidas nesse
campo.
Boa leitura!
2
Sumário
1. Emergências: um desafio global .................................................................................................6
2. SUAS e SNPDC: compreendendo conceitos e responsabilidades ...............................................7
3. O papel da Assistência Social nas Emergências ........................................................................11
4. Gestão Legal .............................................................................................................................13
5. Gestão administrativa ..............................................................................................................17
6. Aspectos importantes a serem considerados na Gestão Legal, Administrativa e do Trabalho 22
7. Gestão do Trabalho ..................................................................................................................26
8. Gestão Orçamentária e Financeira ...........................................................................................32
9. Fique por dentro! .....................................................................................................................53
10. Referências Bibliográficas .........................................................................................................54
3
LISTA DE SIGLAS
4
PLOA: Projeto de Lei Orçamentária Anual.
5
1. Emergências: um desafio global
2
Conceito adotado pelo Banco Mundial apresentado no Relatório “Adaptive Social Protection Building Resilience to Shocks” (Bowen,
Thomas, Carlo del Ninno, Colin Andrews, Sarah Coll-Black, Ugo Gentilini, Kelly Johnson, Yasuhiro Kawasoe, Adea Kryeziu, Barry Maher e
Asha Williams. 2020. Proteção Social Adaptativa: Construindo Resiliência a Choques. Desenvolvimento Internacional em
foco. Washington, DC: Banco Mundial. doi: 10.1596 / 978-1-4648-1575-1. Licença: Creative Commons Atribuição CC BY 3.0 IGO
6
choques que enfrentam - antes, durante e especialmente depois que eles acontecem. Para alcançar
esse objetivo, a PSA é alicerçada em quatro campos de atuação: aumento da capacidade de resposta
dos programas de proteção social, cobertura de registros e informações, financiamento e arranjos
institucionais e parcerias. Com esta concepção, a PSA pode tornar os sistemas de proteção social
capazes de construir resiliência familiar e gerar resultados nas respostas aos choques (Bowen et al,
2020).
No Brasil, os eventos adversos como enchentes, seca, ondas de calor ou frio extremo,
acidentes em grandes proporções, rompimento de barragens, fluxos migratórios intensos,
deslocamento forçado, epidemias, dentre outros, têm pressionado os sistemas públicos
considerados essenciais para adaptação. Em todos os eventos mencionados, a Assistência Social
tem sido amplamente convocada a atuar na linha de frente e garantir o atendimento e a proteção
social da população atingida. Lições aprendidas com os eventos ocorridos na última década também
reforçam a importância do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) estar preparado e alinhado
com os compromissos globais. Ou seja, a partir da sua estrutura normativa e operativa (o que o
SUAS já faz), atuar de forma alinhada com a Gestão do Risco de Desastre (GRD) e da proteção social
adaptativa, assegurando o seu papel precípuo na garantia de direitos.
7
uma emergência, compreendidas no SUAS em: Pré-emergência, Emergência e Pós-emergência.
O marco legal da Política de Proteção e Defesa Civil define como emergência: uma situação
anormal, provocada por desastres ou eventos adversos que causam danos e prejuízos,
comprometendo a capacidade de resposta do poder público, podendo ser caracterizada como
estado de calamidade pública (Defesa Civil; 2017).
8
(MDS, Unicef; 2023)
3
É um sistema utilizado no Brasil para classificar e codificar diferentes tipos de desastres, facilitando a comunicação e a coordenação de
ações entre diferentes agências e organizações envolvidas na gestão de desastres.
4
MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL. Glossário de Defesa Civil estudos de
riscos e medicina de desastres. Brasília; 2012.
9
(COEGEMASSP; 2023)
10
ressaltar o papel de coordenação e liderança da Defesa Civil na resposta às emergências e o papel
que cabe à Política de Assistência social desempenhar dentro dela, conforme veremos a seguir.
5
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Fundo das Nações Unidas para a Infância
UNICEF. Emergências no Sistema Único de Assistência Social – SUAS, o que fazer?. Brasília; 2023.
11
Adicionalmente, a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) concebe a sua atuação no
campo da articulação intersetorial, tendo, portando, a capacidade de integrar o conjunto das demais
políticas públicas, em sua finalidade protetiva, essencial no contexto das emergências.
O SUAS deve ser referenciado no nível local para desempenhar ações planejadas,
coordenadas e articuladas, de forma intersetorial e interinstitucional, visando responder às
emergências, de acordo com as suas competências regimentais. Nesse ínterim, as suas ações
precisam ser estruturadas em seis eixos organizados no campo da gestão e do atendimento. São
eles: gestão legal, administrativa e orçamentária; vigilância socioassistencial; trabalho social com
famílias e indivíduos; benefícios socioassistenciais e transferência de renda; acolhimento;
articulação, intersetorialidade e controle social (MDS, UNICEF; 2023).
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Para alicerçar esse caminho, este conteúdo aprofunda o conhecimento no campo da
Gestão, considerando as perspectivas Legal, Administrativa, do Trabalho e Orçamentária, tendo em
vista as ações necessárias em âmbito municipal/distrital, estadual e federal. O eixo está diretamente
relacionado às atribuições a serem desempenhadas pelos entes federados e pressupõe
responsabilidades compartilhadas, visando assegurar a regulamentação e atuação do SUAS perante
as necessidades da emergência. Inclui: previsão orçamentária e financeira, estratégias de logística
e compra, gestão do trabalho, educação permanente, além da organização do cofinanciamento para
emergências (MDS, UNICEF; 2023).
4. Gestão Legal
13
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS)6, que dispõe sobre as diretrizes de
operacionalização descentralizada da política pública por meio do Sistema Único de Assistência
Social (SUAS)7, estabelece como função a proteção social, a defesa de direitos e a vigilância
socioassistencial. Ao desempenhar suas funções, a Política amplia o seu campo de atuação nas
emergências, tornando esse um tema transversal a todas as áreas do SUAS. A organização em
níveis de proteção (básica e especial de média e alta complexidade) e o desempenho da vigilância
socioassistencial por meio das ações a serem desempenhadas pelos municípios nessas áreas,
permitem o alinhamento necessário com a lógica da Gestão do Risco de Desastre (GRD), reforçando
o papel da Assistência Social antes, durante e após os eventos, ampliando assim a capacidade de
preparação e adaptação do SUAS no nível local.
6
A PNAS foi instituída pelo Decreto nº 6.308, de 14 de dezembro de 2007
7
Estabelecido pela Norma Operacional Básica do SUAS/NOB SUAS por meio da resolução CNAS nº 33 de 12 de dezembro de
2012
8
Resolução do Conselho Nacional de Assistência Social Nº 269, de 13 de dezembro de 2006.
9
Conforme a Tipificação dos Serviços Socioassistenciais/Resolução CNAS nº 109/2009.
14
Públicas e de Emergências, que deve promover o apoio e proteção à população atingida por esses
eventos, com a oferta de alojamentos provisórios, atenções e provisões materiais, conforme as
necessidades detectadas (BRASIL; 2009). Embora seja caracterizado como serviço de proteção social
especial de alta complexidade, trata-se de uma oferta que deve ir além do acesso a espaços de
acolhimento e provisão de alimentação e recursos materiais. Sua implantação também deve
garantir a articulação com as outras áreas do SUAS, bem como ações intersetoriais para minimizar
danos ocasionados pelo evento que gerou a emergência. A regulamentação do Serviço ocorreu em
2013 com a publicação da Portaria MDS nº 90, que orienta o acesso a recursos financeiros federais
para execução do Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.
Mas cabe-nos reconhecer que o Marco de Sendai e a Agenda 2030 foram construídos com base
em convenções anteriores que pavimentaram o caminho de atenção aos desastres e mudanças
climáticas no mundo. Dentre as convenções mais importantes, destacam-se:
● Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima-UNFCC (1992) que teve
como objetivo estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera para
prevenir interferências perigosas no sistema climático.
● Protocolo de Kyoto (1997) adotado como um anexo à UNFCCC para estabelecer metas
vinculativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
● Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação-UNCCD (1994) adotada
para combater a desertificação e a seca, promovendo práticas sustentáveis de gestão da
terra.
10
Conforme estabelecido na LOAS: competência da União – art. 12, inciso III; competência dos estados – art. 13, inciso III; competência
do DF – art. 14, inciso IV; e competência dos municípios – art. 15, inciso IV.
15
11, a LOAS estabelece que as ações socioassistenciais nas três esferas de governo realizam-se de
forma articulada, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e
execução de programas em suas respectivas esferas, aos estados, ao Distrito Federal e aos
municípios.
(Inserir QRCode)
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5. Gestão administrativa
Coordenação e Planejamento
No âmbito das emergências, o planejamento deve ser uma ação mobilizadora e transversal
a todas as áreas do SUAS. Isso implica em não reduzir esta etapa à elaboração de um plano ou
instrumento similar e que esteja focado apenas na oferta de alojamentos provisórios. O
planejamento para as emergências deve engajar as diferentes áreas do órgão gestor em prol da
construção de estratégias e adaptação de processos e procedimentos que resultem na preparação
e adaptação do Sistema para prevenir, enfrentar e superar os impactos das situações de
emergência.
17
Importante:
Referenciar um setor, área, equipe ou profissionais para responder pelo tema no órgão
gestor. A iniciativa implica em compreender a transversalidade que as emergências colocam
ao SUAS para evitar erros como concentrar esforços de uma única área técnica ou
sobrecarregar setores que não têm responsabilidade direta sobre as ações. Recomenda-se,
independente da estrutura física e organizacional existente em cada localidade, a
composição de uma equipe que congregue saberes em diferentes áreas do SUAS ou com
capacidade de mobilização das áreas estratégicas como vigilância socioassistencial,
proteção social básica e especial, gestão financeira e outras.
Identificar as atribuições dos diferentes setores e áreas do SUAS em uma emergência. É
essencial o reconhecimento do que fazer a partir do cotidiano, processos e procedimentos
já estabelecidos nas áreas, mitigando assim ações impositivas que não levem em conta a
realidade e os esforços já empenhados nas áreas.
Criar e adaptar processos internos que facilitem a adoção de medidas rápidas quando as
emergências acontecem e estabelecer procedimentos e fluxos nas etapas pré e pós-
emergência.
Organizar a atuação dos profissionais no âmbito da gestão do trabalho. A organização da
atuação dos trabalhadores do SUAS nas emergências requer atenção em diferentes
dimensões que serão orientadas neste documento.
Compor instância municipal estabelecida pelo Órgão de Defesa Civil local para ações
conjuntas, por exemplo: comitês e gabinetes de crise, sala de situação etc. A depender da
organização local.
Produzir informações relativas aos riscos de desastres e emergências no âmbito da
Vigilância Socioassistencial, em especial, referente aos territórios e áreas de risco, possíveis
impactos sociais às famílias e indivíduos e público prioritário como pessoas com
dependência de cuidado (crianças, adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência,
grávidas, entre outros), pessoas com características específicas (população em situação de
rua, comunidades tradicionais e específicas, entre outros) e pessoas com características
decorrentes do desastre (desabrigados, desalojados, com familiares desaparecidos ou
mortos, entre outros), tendo em vista suas particularidades, assim como no caso das
comunidades tradicionais e grupos específicos.
Elaborar Plano de Contingência no âmbito do SUAS. É muito importante que o documento
seja reportado ao Órgão da Defesa Civil local para compor o Plano de Contingência do
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Município, além de ser disponibilizado aos envolvidos. Cabe observar que o Plano de
Contingência é o principal mecanismo de planejamento de medidas e respostas às
emergências e requer ampla dedicação de esforços para sua consolidação. Recomendações
específicas são abordadas neste documento.
Comunicar internamente aos (as) trabalhadores (as) da rede socioassistencial a situação
e os procedimentos que devem ser adotados como uma etapa importante de preparação.
Recomenda-se a divulgação de informações claras e objetivas, podendo fazer uso de canais
de comunicação interna.
Incluir o tema nos processos de capacitação e educação permanente, de forma a reforçar
a compreensão dos conceitos no campo das emergências e promover vivências por meio de
simulações.
Disseminar conhecimento sobre a atuação do SUAS nos contextos de emergências para o
Conselho Municipal de Assistência Social, organizações da sociedade civil, associações,
movimentos e coletivos com atuação na área.
Criar canais de comunicação para acesso rápido no período de emergências.
Estabelecer mecanismos de transparência e acesso à informação das ações empenhadas
nas emergências.
Plano de Contingência
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Elementos para elaboração do Plano de Contingência: figura a ser diagramada
Pré- Identifica Objetivos Estrutura Procedimentos Recursos Revisão e
Emergência ção dos organizacion necessários atualização
riscos e al de
ameaças resposta Ativação do
presente Plano
s no
território
Emergência
Comunicação
Realocação e
abrigo
Disseminação,
treinamento e
simulação
Pós-
Emergência Desmobilização
Identificação dos riscos e ameaças presentes no território: trata-se de ações estratégicas no campo
da Vigilância Socioassistencial para mapear os riscos e ameaças, a presença de famílias e de público
prioritário como pessoas com dependência de cuidado (crianças, adolescentes, pessoas idosas,
pessoas com deficiência, grávidas, entre outros), pessoas com características específicas (população
em situação de rua, comunidades tradicionais e específicas, entre outros) e pessoas com
características decorrentes do desastre (desabrigados, desalojados, com familiares desaparecidos
ou mortos, entre outros), tendo em vista suas particularidades. As ações incluem o levantamento
de dados e informações dos sistemas e ferramentas do SUAS, com especial uso do Cadastro Único
e cruzamento com informações disponibilizadas pelo Órgão da Defesa Civil local ou estadual e
outras fontes públicas. A produção de relatórios e estudos técnicos locais devem subsidiar a
construção do documento e delimitar o campo de atuação ou áreas de risco que demandam maior
atenção da rede socioassistencial.
Objetivos: trata-se do foco que precisa ser dado nas intervenções do SUAS para as emergências. Os
objetivos do Plano precisam ser claros e bem definidos, assegurando os princípios e diretrizes da
Política Nacional de Assistência Social para a garantia da proteção social.
20
e coordenada (quem faz o quê?). É muito importante que essa estrutura seja detalhada e
representada visualmente no Plano de Contingência para que os envolvidos se reconheçam nas suas
atribuições. Tal estrutura também deve considerar as medidas de segurança, saúde e cuidado dos
trabalhadores e eventuais voluntários envolvidos.
Procedimentos: atividades que precisam ser desempenhadas para garantir as ações planejadas. É
muito importante que os procedimentos sejam apresentados de forma padronizada e alinhados às
práticas já implementadas pelas diferentes áreas e setores com destaque aos mais importantes:
Recursos necessários: procedimentos necessários para rápida aquisição de materiais, meios para
adoção de medidas emergenciais, fonte pagadora e informações relevantes aos processos
administrativos.
Revisão e atualização: revisão permanente das ações previstas, tomando como base os riscos de
emergências, fatores sazonais e, principalmente, lições aprendidas em emergências anteriores. É
muito importante que a revisão seja assegurada com participação e engajamento das áreas
atuantes.
Importante:
Logística
21
A emergência exige planejamento para garantir a estrutura e capacidade física necessária
para as ofertas socioassistenciais, para o desenvolvimento do trabalho social e expansão e ou
adaptação de serviços. A estrutura requer o planejamento de logística, da viabilização de recursos
e insumos à desmobilização das estruturas implementadas prevendo espaços como locais para
reuniões de equipe; ampliação de espaços e/ou definição de novos espaços para atendimento aos
usuários; entre outros (MDS, UNICEF; 2023).
A logística deve também articular e organizar, em conjunto com a área de proteção e defesa
civil local e outras áreas, quando necessário, a oferta de acolhimento e alojamento provisório
destinados a famílias e indivíduos afetados (em locais próprios, escolas, hotéis, pousadas, casas
alugadas para moradia provisória, entre outros), viabilizando, quando necessárias, provisões
materiais para as famílias e indivíduos acolhidos, tais como: alimentação, água, vestuário, artigos de
higiene e limpeza, cobertores, colchões, entre outros insumos que podem ser identificados no
contexto da emergência (MDS, UNICEF; 2023).
A desmobilização dos espaços implantados e ofertas adaptadas requer atenção especial. Como
parte da etapa pós-emergência, a desmobilização deve ser planejada com atenção e garantia de
encaminhamento e acompanhamento dos usuários e famílias atingidas, além da retomada
gradativa dos serviços ofertados antes da emergência.
Assim, é preciso ampliar a atenção aos territórios com presença de famílias e indivíduos que
mais necessitam de proteção e de cuidados, com especial atenção para pessoas com dependência
de cuidado (crianças, adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência, grávidas, entre outros),
pessoas com características específicas (população em situação de rua, comunidades tradicionais e
específicas, entre outros) e pessoas com características decorrentes do desastre (desabrigados,
desalojados, com familiares desaparecidos ou mortos, entre outros), tendo em vista suas
particularidades, assim como no caso das comunidades tradicionais e grupos específicos.
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A figura abaixo representa a atenção necessária:
Algumas referências para atendimento dos grupos vulneráveis estão contidas no Protocolo
Nacional Conjunto para Proteção Integral a Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas e Pessoas
com Deficiência em Situação de Riscos e Desastres (instituído pela Portaria Interministerial nº 2,
de 6 de dezembro de 2012, tendo como principal objetivo assegurar a proteção integral e reduzir a
vulnerabilidade desses sujeitos de direitos nas situações de riscos e desastres). QRcode-Inserir link
Articulação intersetorial
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A convergência de esforços em prol da proteção integral da população exposta ou atingida
por emergências deve balizar ações conjuntas expressas em planos, protocolos e fluxos de
atendimento integrado, além de estratégias de sensibilização e capacitação (workshops, oficinas,
seminários, eventos) e espaços para troca de informações que podem ser colocadas em prática a
partir dos mecanismos já existentes (como portal de informações e escolas de formação). As ações
devem ser revisadas e aprimoradas com frequência, considerando os resultados alcançados e lições
aprendidas.
Participação Social
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A participação social nas emergências é um princípio disseminado pela Política de Proteção
e Defesa Civil a ser adotado pelos diferentes setores para garantir que as respostas aos eventos
adversos considerem as necessidades, perspectivas e experiências das comunidades atingidas. A
participação da população nos processos de preparação, resposta e recuperação melhora a eficácia
das ações, promove a resiliência comunitária e reforça a legitimidade das intervenções.
No âmbito do SUAS, a participação da população pode ser assegurada por meio de escuta
no planejamento das ações e no momento da emergência e pós-emergência. Deve envolver
associações, coletivos e movimentos com representantes de comunidades atingidas ou expostas a
riscos de desastres. Uma estratégia importante é a articulação com os Núcleos Comunitários de
Proteção e Defesa Civil (Nupdec), quando existentes no município, os quais têm a finalidade de
desenvolver um processo de orientação permanente junto à população para a prevenção e
minimização dos riscos e desastres nas áreas de maior vulnerabilidade. É muito importante o
estímulo à participação via Conselho de Assistência Social para garantir a legitimidade dos processos
decisórios e de controle social.
A transparência das informações à sociedade deve ser assegurada por meio de portais e
canais de comunicação, alinhados aos processos estabelecidos pelo Órgão da Defesa Civil local,
comitê de crise ou similar. Deve prestar informações frequentes sobre as ações desenvolvidas no
âmbito do SUAS, dar publicidade à concessão de benefícios, prestações de contas e fazer chegar à
população atingida.
A transmissão das informações deve ser articulada com os meios de comunicação pública.
As informações precisam ser claras, objetivas e com respeito à população atingida. Deve considerar
o público interno e externo e fazer uso de mecanismos como balanços, informes e releases. É muito
importante garantir que as ações desenvolvidas sejam de acesso e conhecimento de todas as áreas
25
do SUAS, antes do público externo. As iniciativas de comunicação devem, ainda, garantir canais de
manifestação para feedback da população e , inclusive, para os trabalhadores do SUAS.
7. Gestão do Trabalho
Apesar de já mencionado, cabe-nos enfatizar que o planejamento como etapa inicial deve
assegurar a participação ativa dos trabalhadores em sua construção. Nessa perspectiva, a sua
estrutura deve considerar elementos importantes da gestão do trabalho, aqui organizados em três
níveis: organizacional, interpessoal, individual. Todos com foco na segurança, saúde e cuidado do
trabalhador.
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✔ O nível interpessoal deve garantir mecanismos de prevenção à saúde do trabalhador com
a previsão de medidas de monitoramento, atendimento rápido e iniciativas de cuidado
mútuo.
✔ O nível individual deve garantir especial atenção à saúde mental dos trabalhadores, o
cuidado e autocuidado (não limitado a ter um canal de escuta).
11
BRASIL. MDS - Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. A atuação da Assistência Social em
Emergência Socioassistencial. Formação no SUAS para Funções de Nível Superior. Módulo 2 do curso. São Paulo: MDS, 2023. 32 p.
27
na rede de saúde em caso de necessidade, o que deve ser planejado antecipadamente.
Recomendações:
Pré-Emergência
12
(no prelo) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente,
Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Cuidado a Trabalhadores
em Desastres e Emergências em Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde, 2023.
28
o Garantir a atualização de cartão vacinal adequado para cada tipologia de desastres e
emergências em saúde pública (p. ex., vacina para febre amarela, hepatite B, antitetânica,
covid-19).
o Promover treinamento de equipes, incluindo conhecimentos sobre saúde mental em
eventos extremos, ferramentas de cuidado e enfrentamento, especialmente nos casos
onde não há planos de contingência e profissionais já treinados na fase de preparação,
prevenção e/ou mitigação;
o Promover capacitação de gestores(as) e coordenadores(as) de equipes sobre sinais de
sofrimento psicossocial para melhorar a percepção e o acolhimento dos(as)
trabalhadores(as)/gestores e encaminhar para apoio adequado;
o Garantir capacitações para o exercício de atividades técnicas específicas nos diferentes
desastres e emergências em saúde pública de forma a zelar pela própria segurança dos(as)
trabalhadores(as)/gestores, dos seus pares assim como a capacidade para realizar o
salvamento da própria equipe e da comunidade envolvida;
o Oferecer capacitação para os(as) trabalhadores(as) em Saúde Mental e Atendimento
Psicosocial em Desastres13;
Emergência:
13
Organização Mundial da Saúde, War Trauma Foundation e Visão Global internacional. Primeiros Cuidados Psicológicos: guia para
trabalhadores de campo. 8 OMS: Genebra. 2015.
29
o Oferecer espaços para descompressão, onde os(as) profissionais possam se alimentar,
hidratar, repousar;
o Garantir acesso a água potável e a sanitários;
o Garantir a biossegurança de alojamentos e locais de repouso coletivos.
o Disponibilizar materiais psicoeducativos e informativos que promovam o autocuidado e o
cuidado coletivo no processo de trabalho em situações de desastres, que abordem
também como lidar com manifestações de pesar por perdas e lutos.
o Instituir comunicação clara, objetiva e não contraditória sobre as funções de cada
trabalhador(a), assim como o objetivo de cada grupo de trabalho, mesmo que essas
informações sejam reavaliadas e alteradas ao longo do processo;
o Estabelecer canais específicos de difusão de informação compreensível, relevante e
acurada, incluindo orientações sobre os impactos psicossociais de se trabalhar em
contextos como surtos/epidemias/pandemias/desastres/desassistência;
o Divulgar serviços de apoio e suporte psicossocial específicos para os(as)
trabalhadores(as)/gestores;
o Garantir canais confidenciais de comunicação em que os(as) profissionais possam se sentir
seguros(as) e acolhidos(as) para reportar incidentes, questões éticas ou emergenciais,
desafios e orientação para manejo;
o Definir um padrão para avaliação e acompanhamento do processo de trabalho que
viabilize a melhoria contínua, aprendizado e crescimento dos(as)
trabalhadores(as)/gestores;
o Definir critérios transparentes para a atribuição de atividades, responsabilidades, férias,
licenças, dentre outros;
o Promover condições (com permissão e horários específicos) para o desenvolvimento de
estratégias de cuidado comunitário e suporte entre pares, garantindo o engajamento
dos(as) trabalhadores(as)/gestores;
o Promover e disponibilizar estratégias coletivas e individuais para que os(as)
trabalhadores(as)/gestores sejam capazes de identificar as reações, sinais e sintomas de
sofrimento oriundos do processo de trabalho, prevenindo possíveis transtornos ou
cronificação do processo de sofrimento, bem como sejam capazes de elaborar e
desenvolver ferramentas para enfrentamento dos eventos vivenciados;
o Divulgar os equipamentos da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) para suporte
psicossocial como: rede de atenção primária à saúde, rede de saúde mental e atenção
psicossocial disponíveis no território;
o Disponibilizar ferramentas de cuidado: hotlines, atendimento por equipes
multiprofissionais, espaços seguros para descanso, estabilização e práticas de atividades
de descompressão, PICS (Práticas Integrativas e Complementares em Saúde)14, plataforma
para os(as) profissionais compartilharem experiências.
o
14
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são abordagens terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à
saúde, a promoção e recuperação da saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser
humano, meio ambiente e sociedade. Estas práticas foram institucionalizadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPIC) e disponíveis no Sistema Único de Saúde. Para saber mais acesse:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/p/pics
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Muitos municípios têm incorporadas estratégias dentro dos serviços de saúde, mas os
trabalhadores do SUAS não têm acesso. Uma conversa com o gestor local de Saúde
pode abrir as portas para que possa haver cuidado para o trabalhador do SUAS em
estratégias já estabelecidas por outras áreas do município;
o Ofertar suporte para gerenciar aspectos éticos ou dificuldades de manejo, por meio de
supervisões e reuniões de equipe;
o Atentar a eventuais sinais e sintomas de sofrimento psíquico crônico e/ou agudo, tais
como abuso de substâncias psicoativas, risco de suicídio e autoagressão, para
encaminhamento devido;
o Oferecer suporte psicossocial específico para gestores(as), que vivenciam estressores
semelhantes à equipe;
o Ao fim da fase de resposta a uma emergência, manter processo sistemático de avaliação
dos sinais de alerta e canais de apoio/cuidado ativos;
o Oferecer apoio prático, emocional e culturalmente adequado ao final de um contrato ou
encerramento das atividades profissionais;
o Incentivar o contato com a rede socioafetiva, de forma segura de acordo com o contexto,
de modo que datas significativas, eventos e conversas casuais possam ainda fazer parte da
rotina do indivíduo;
o Atentar que as manifestações de sentimentos e/ou necessidades sociais e de saúde
podem variar conforme sexo, gênero, faixa etária, profissão, etnia e religião;
o Apoiar continuamente quando e se necessário os(as) profissionais que vivenciem
situações de sofrimento extremo ou mortes.
o Estimular e prover espaços para estratégias de autocuidado em diferentes pilares (físico;
mental/emocional; espiritual; social; intelectual), garantindo o respeito e singularidade de
cada pessoa dentro da equipe.
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o Social: apoio adequado da gestão e de colegas no dia a dia ou em grupos de
escuta, apoio e comunicação constante com amigos e familiares (rede
socioafetiva);
o Intelectual: aprendizagem sobre a Emergência em Saúde Pública que se está
enfrentando, protocolos atualizados e formas de prevenção, por meio de fontes
seguras e pautadas na ciência.
Pós Emergência:
Ainda no campo da gestão do trabalho, cabe destacar que a agenda das emergências no SUAS
está em permanente construção, exige sistematizar respostas e lições aprendidas – o que se
relaciona com a própria Política Nacional de Educação Permanente que define a concepção de
ambientes de trabalho como espaços democráticos de aprendizado e construção do saber.
32
a efetivação de uma cultura de planejamento orçamentário e financeiro no cotidiano da Assistência
Social, com foco na melhoria da capacidade de gestão e uso eficiente e transparente dos recursos.
O uso eficiente dos recursos está vinculado a um bom planejamento, o que requer esforço
de aprimoramento permanente por parte dos gestores em cada esfera de governo. É preciso
aprofundar o entendimento de como funcionam os mecanismos, fluxos e possibilidades de
utilização do recurso para que seja possível analisar, aprovar e acompanhar sua execução e assim,
traduzir a burocrática operacionalização de recursos financeiros em atendimento qualificado aos
usuários.
33
O gestor público deve entender as fases da despesa para conseguir gerenciar os recursos
sob sua responsabilidade. É necessário ele entender quando está sendo tratado algo do ponto de
vista orçamentário, por exemplo, a realização de um empenho, a inscrição de restos a pagar ou a
liquidação de uma despesa, bem como quando a temática se refere à execução financeira como a
realização do pagamento.
Fonte: Caderno de Apoio Técnico Integrado sobre Execução dos Recursos do SUAS. Disponível em https://fnas.mds.gov.br/wp-
content/uploads/2022/12/CADERNO-DE-APOIO-TECNICO-INTEGRADO-SOBRE-EXECUCAO-DOS-RECURSOS-DO-SUAS-VF.pdf
Com base nos conceitos, normas e definições apresentadas, os três entes federados devem
estar preparados para dar segurança jurídica às ofertas do SUAS no contexto das emergências
(para que os entraves burocráticos não sejam mais uma emergência dentro da emergência). Para
isso devem aprimorar instrumentos normativos que definam com critérios claros a forma e
periodicidade de repasses de recursos financeiros, sua forma de execução em relação às naturezas
dos gastos em cada oferta e orientações para reprogramação e devolução de saldos conforme o
caso.
34
A previsão orçamentária e financeira deve considerar as dinâmicas, exigências e
possibilidades aplicáveis de compras e contratações da Administração Pública, de acordo com as
circunstâncias das situações previstas, voltadas para as prováveis necessidades decorrentes dos
riscos e ameaças mapeadas (o que exige diálogo com a gestão administrativa).
Importante: todo recurso executado ou repassado para execução da política de Assistência Social, seja pela União
ou pelos estados e os recursos provenientes dos tesouros estaduais, municipais ou do Distrito Federal deverão ter
a sua execução orçamentária e financeira realizada pelos respectivos fundos.
Cabe lembrar que os Fundos de Assistência Social (FAS) são instrumentos de gestão
orçamentária e financeira da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, nos quais
devem ser alocadas as receitas e executadas as despesas relativas ao conjunto de ações, serviços,
programas, projetos e benefícios de assistência social.
No que se refere à destinação dos recursos do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS),
os recursos financeiros poderão ser utilizados conforme regulamentação específica para o
cofinanciamento dos serviços de caráter continuado e de programas e projetos de assistência social,
estruturação de rede socioassistencial e para o atendimento, em conjunto com os estados, o Distrito
Federal e os municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência.
Em relação ao cofinanciamento federal, a NOB SUAS (2012) estabelece que as transferências sejam
feitas via blocos destinados a repassar recursos para:
I - as Proteções Sociais Básica e Especial, em seu conjunto de serviços socioassistenciais
tipificados nacionalmente (conforme Resolução CNAS Nº 109, de 11 de novembro de 2009);
35
II - a gestão do SUAS;
III - a gestão do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único; e
IV - outros, conforme regulamentação específica.
A Portaria MDS nº 90, de 2013, definiu que o cofinanciamento para esse serviço deve
ocorrer mediante celebração de Termo de Aceite contendo os compromissos e responsabilidades
relacionadas ao Serviço. Além disso, municípios, estados e Distrito Federal devem dispor do
reconhecimento da situação de emergência ou do estado de calamidade pública por parte do
Ministério da Integração Nacional e do encaminhamento formal de requerimento, contendo a
exposição de motivos que justifiquem o apoio pela União.
Todos os entes são, a princípio, elegíveis para o aceite ao recurso do Piso Variável de Alta
Complexidade (PVAC) para a oferta do Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e
de Emergências. Ainda em condições de normalidade pode ser feito o aceite formal ao
cofinanciamento federal como etapa de planejamento e prévia habilitação do município, estado ou
Distrito Federal ao cofinanciamento federal para a oferta do serviço.
Para receber os recursos federais do Piso Variável de Alta Complexidade (PVAC) são
estabelecidos os seguintes critérios:
Nas situações em que, em decorrência dos eventos, o município não tiver condições de
acesso ao recurso e à execução das respostas de proteção, o ente estado poderá fazer a solicitação
de acessos ao cofinanciamento federal - recurso PVAC - para constituir em âmbito local as provisões
do Serviço necessárias ao atendimento das famílias e indivíduos atingidos.
Importante: é vedada a solicitação de recursos pelo estado e pelo município para o atendimento
a um mesmo evento desencadeador da situação de calamidade pública ou emergência.
36
Portaria suspende, em caráter excepcional, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a
obrigatoriedade da apresentação das condições definidas no art. 7º da Portaria nº 90, de 3 de
setembro de 2013, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
O valor de referência atual do repasse de recursos pelo Governo Federal é de R$ 20 mil reais
mensais para cada grupo de 50 pessoas. Esse valor pode sofrer modificações e se alterar, caso o
número de pessoas atendidas aumente ou diminua. Também pode mudar a depender dos
percentuais de desalojados em relação à população, do percentual de crianças, pessoas com
deficiência e idosas, bem como da comprovação de regulamentação de todas as modalidades de
benefícios eventuais.
O repasse pode ser prorrogado por até 12 meses depois de encerrado o reconhecimento da
situação pelo Governo Federal desde que haja, no mínimo, 50 pessoas desabrigadas e/ou
desalojadas necessitando de alojamentos temporários.
37
Uso eficiente dos recursos
● Fazer o levantamento dos saldos financeiros, receitas futuras de todas as fontes (recursos
próprios, estadual e da União) e se for o caso, realizar o aceite para recursos federais e
estaduais;
● Fazer levantamento de tudo que deverá ser gasto com recurso próprio, com recurso
estadual/municipal e da União e/ou listar o que será gasto com cada recurso;
● Verificar se deve ser realizada a adequação do gasto frente às possibilidades das regras de
execução de cada recurso.
15
Diretrizes apresentadas pelo Fundo Nacional de Assistência Social no 23º Encontro Nacional do CONGEMAS: Oficina de financiamento
do SUAS e gestão local.
16
Conforme a Tipificação dos Serviços Socioassistenciais/Resolução CNAS nº 109/2009.
38
● Promover a inserção na rede socioassistencial e o acesso, quando for o caso, a benefícios
eventuais.
Desta forma, as despesas a serem realizadas para aplicação desses recursos devem guardar
compatibilidade com a finalidade do serviço e seguir as orientações sobre aplicação e
reprogramação de saldos contidas na Portaria MDS nº 113/2015.
Em Nota Técnica nº 01/2023 SNAS/MDS, feita para orientar sobre os requisitos e documentos
para acesso ao PVAC, o Departamento de Proteção Social Especial e o Departamento do Fundo
Nacional de Assistência Social definiram também a forma de utilização dos recursos do PVAC:
39
Fonte: MDS,UNICEF; 2023
Sobre a locação de imóveis para alojamento provisório de forma coletiva, familiar ou individual,
cabe destacar:
1. O recurso pode ser utilizado para locação de imóvel pelo poder público a
ser ofertado como alojamento provisório na modalidade coletiva, familiar
ou individual, de modo a prover maior qualidade, proteção e segurança aos
usuários.
2. Nesta modalidade, a moradia se caracteriza por uma unidade de
alojamento provisório do indivíduo ou da família ou de grupos, enquanto
provisão do Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e
Emergência;
3. É permitida a utilização dos recursos para o acolhimento emergencial em
rede hoteleira, com locação temporária, pelo poder público, por meio de
contrato de hospedagem (hotéis, pousadas ou congêneres);
4. A locação de imóvel ou hospedagem deverá ser celebrada por meio de
contratos realizados pelo poder público, vedado o repasse de pecúnia às
pessoas a título de auxílio moradia, auxílio aluguel ou benefício congênere.
Fonte: nota técnica nº 01/2023 SNAS/MDS
São vedadas:
40
● Concessão de benefícios eventuais;
● Aluguel social;
● Aquisição de bens e materiais permanentes;
● Construção, ampliação e reformas de imóveis em entidades privadas;
● Reformas que modifiquem a estrutura da edificação;
● Obras públicas.
Os saldos dos recursos financeiros recebidos pelos entes federados, do Fundo Nacional de
Assistência Social, para financiamento do PVAC, existentes na conta corrente específica em 31 de
dezembro de cada ano poderão ser aplicados no exercício subsequente, com estrita observância ao
objeto de sua transferência, ou seja, em virtude da situação de emergência instalada na região.
Benefícios Eventuais17
Os benefícios eventuais são provisões materiais ofertadas para prevenir e enfrentar situações
provisórias de desproteção decorrentes ou agravadas por nascimentos, mortes, vulnerabilidades
temporárias e calamidades públicas. A definição provém da Lei Orgânica de Assistência Social –
LOAS de 1993, no entanto, foram regulamentados apenas em 2007, com a publicação de um
Decreto que definiu os princípios e a caracterização de quatro modalidades dessas provisões:
17
Conteúdo adaptado das Orientações Técnicas Sobre Benefícios Eventuais no SUAS (Ministério da Cidadania; 2018)
41
• Situação de vulnerabilidade temporária: caracteriza-se pelo advento de riscos, perdas e
danos à integridade pessoal e familiar. Os riscos, perdas e danos podem decorrer da falta
de acesso a condições e meios para suprir a reprodução social cotidiana do solicitante e de
sua família, principalmente a de alimentação; falta de documentação e de domicílio; da
situação de abandono ou da impossibilidade de garantir abrigo aos filhos; da perda
circunstancial decorrente da ruptura de vínculos familiares, da presença de violência física
ou psicológica na família ou de situações de ameaça à vida; de desastres e de calamidade
pública e de outras situações sociais que comprometam a sobrevivência.
• Calamidades públicas: para atendimento de vítimas de calamidade pública, poderá ser
criado benefício eventual de modo a assegurar-lhes a sobrevivência e a reconstrução de
sua autonomia.
Os benefícios eventuais são ofertas que se afirmam como garantia de direitos relativos à
cidadania e devem ter caráter de prontidão a ser observado. Sua concessão deve ser feita em
pecúnia, bens ou serviços aos indivíduos e às famílias com impossibilidade temporária de arcar, por
conta própria, com o enfrentamento de situações de vulnerabilidade decorrentes ou agravadas por
contingências que causam danos, perdas e riscos, desprotegendo e fragilizando a manutenção e o
convívio entre as pessoas (Caderno de Orientações Técnicas sobre Benefícios Eventuais no SUAS -
SNAS, 2020).
Para compreender a gestão dos benefícios eventuais nesses contextos, é necessário destacar o
papel dos entes federados. No planejamento orçamentário para oferta de benefícios eventuais se
destacam as atribuições de municípios e Distrito Federal, uma vez que são os responsáveis pela
execução da oferta. Desta forma:
42
Nos casos em que o município não tem previsão na Lei para oferta de benefícios eventuais, as
definições do Conselho, aprovadas e publicadas em Resolução, devem orientar o poder executivo e
legislativo para elaboração da Lei Municipal do SUAS. O processo de normatização dos benefícios
eventuais envolvendo Poder Executivo, Legislativo e Conselhos de Assistência Social contribuem
para romper com a perspectiva de oferta assistencialista.
Ainda que os conselhos municipais tenham autonomia para deliberar sobre critérios e prazos
para regulamentação dos benefícios eventuais em seu âmbito, estas provisões devem estar
alinhadas às demais ofertas do SUAS e observar princípios que garantam o acesso a seguranças
sociais já definidas pela PNAS/2007. O Decreto 6.307/2007 estabelece os seguintes princípios para
regulamentação dessa oferta:
A constituição de provisão certa para enfrentar com agilidade e presteza eventos incertos é o
princípio que organiza a oferta de benefícios eventuais. A atenção constante à realidade de
demandas espontâneas de benefícios deve ser observada pelas equipes técnicas para subsidiar e
ajustar inclusive o planejamento orçamentário e financeiro em situação de normalidade. A falta de
planejamento adequado ao diagnóstico socioterritorial pode ser revelada em situações de
emergência quando as demandas se somam àquelas já conhecidas no cotidiano dos serviços.
Dificuldades orçamentárias e financeiras devem ser trabalhadas no sentido de não se tornarem
impeditivos para a garantia certa da provisão de benefícios eventuais diante da contingência
vivenciada por indivíduos e famílias demandantes. Observar as normas e a realidade local contribui
para uma boa gestão orçamentária e financeira no município. Esta ação oferece subsídios para que
se possa avaliar o território e fazer um planejamento das ações, usando por base, inclusive, os
recursos financeiros utilizados em anos anteriores.
43
Alguns grupos estão mais expostos a situações de calamidade pública por viverem em situação
permanente de vulnerabilidade social, a qual se agrava em virtude de uma ocorrência eventual. É
preciso, portanto, demarcar o papel do benefício eventual em situações emergenciais, de modo que
essa oferta não seja utilizada apenas para mitigar violações de direitos que são permanentes.
O diagnóstico socioterritorial deve, por exemplo, se atentar para grupos que vivenciam
situações de insegurança alimentar. A portaria Interministerial MDS/MS nº 25/2023 orienta para a
necessidade de realizar a identificação dos indivíduos e das famílias em situação de insegurança
alimentar e nutricional nas unidades do SUAS, priorizando crianças, gestantes e idosos, população
em situação de rua, refugiados, pessoas negras (pretas ou pardas), domicílios chefiados por
mulheres, sobretudo as autodeclaradas pretas ou pardas e povos originários e comunidades
tradicionais em potencial risco para insegurança alimentar e nutricional.
Já a Assistência Social deverá reunir informações sobre o perfil das famílias, as vulnerabilidades
e os eventos mais recorrentes. Tais informações, assim como dados referentes a anos anteriores,
servirão para orientar o planejamento municipal quanto a uma possível base de cálculo para
financiamento dos benefícios eventuais. O poder público local, por meio de suas diversas
secretarias, deverá dedicar-se a realizar estudos sobre o território, bem como sobre a população e
suas demandas para elaborar a LOA.
Ainda que a provisão de benefícios eventuais seja caracterizada como eventual e temporária, o
conhecimento sobre os riscos a que se destinam deve se constituir como um saber sistemático capaz
de pautar a função de Vigilância Socioassistencial para planejar e aprimorar as entregas da política
de Assistência Social no município.
✔ Para elevar os patamares de autonomia e dignidade das famílias que vivenciam contextos
de insegurança social, os benefícios eventuais devem ser ofertados, preferencialmente, em
formato de pecúnia.
44
✔ Destaca-se que as provisões do campo de outras políticas, tais como Saúde, Educação,
Habitação, entre outras, não devem ser concedidas por meio do Benefício Eventual
conforme regra estabelecida pela Resolução CNAS n° 39/2010 e pelo Decreto 6.307/2007,
art. 9º.
A forma como as despesas poderão ser feitas para oferta de benefícios eventuais dependerá da
regulamentação local. Importante lembrar que, como não há uma oferta específica para as
situações de emergências, a oferta do benefício eventual não deve se pautar por decretação e
reconhecimento de estado de calamidade. As gestões devem dar atenção e atender com benefícios
eventuais as populações, os municípios ou localidades atingidas pelo evento.
As provisões podem ser bens normalmente concedidos nas demais modalidades de benefícios
eventuais, como o alimento, pagamento de aluguel, pagamento de despesas com velório e
sepultamento, auxílio para requisição de bens residenciais danificados em desastres, entre outros.
● Depósito identificado: o saque é possível mesmo sem conta bancária, nos correspondentes
bancários. Além disso, facilita a comprovação do valor da oferta por beneficiário;
18
Conforme o documento “Perguntas Frequentes – Benefícios Eventuais no SUAS” p. 11
45
Figura sugestiva para diagramação/fonte: Ministério da Cidadania; 2018 p.85
Importante: a prestação de contas dos recursos direcionados aos benefícios eventuais devem
observar regulamentação local e estadual, no caso das despesas feitas com os recursos advindos do
Fundo Estadual de Assistência Social – FEAS. O município deve estar atento também às normativas
referentes a guarda de documentos comprobatórios da concessão e aqueles que comprovem o
recebimento por parte do usuário. Os documentos utilizados para comprovar a concessão
das provisões não são cumulativos e não devem ter por objetivo estabelecer
contrapartidas ou controle de cunho fiscalizatório.
Para o SUAS, as ações a serem executadas na etapa de pós-emergência podem levar anos e até
mesmo alterar de forma permanente a atuação da Assistência Social no município. Por isso, o
planejamento destas ações pós-emergência é fundamental para mobilizar recursos financeiros para
as ações socioassistenciais necessárias.
Caso existam saldos remanescentes após a etapa de emergência, estes devem ser utilizados
com atenção à:
46
prioritários, como população em situação de rua, população indígena e quilombola, dentre
outros.
✔ articulação das ações intersetoriais para contribuir com a reconstrução das condições de
vida familiar e comunitária.
Orientações úteis
Ao longo dos anos, a ampliação progressiva do escopo e da atuação da SNAS frente a diferentes
contextos de emergência precisou ser acompanhada de aprimoramentos institucionais. As
respostas sobre as emergências alcançaram um patamar central na atuação estatal, fazendo com
que o Governo Federal concentrasse esforços para fornecer respostas céleres e de qualidade à
população. Para tal, as experiências passadas foram revisitadas, repensadas, melhoradas e
incorporadas nos novos arranjos institucionais de toda a esfera governamental.
O planejamento financeiro será ainda mais eficiente com a incorporação das ações estruturadas
ao Plano Municipal de Assistência Social e ao Plano Plurianual (PPA), assim como estarão
asseguradas as ações se inseridas na Lei de Diretrizes Orçamentária e Lei Orgânica Municipal.
Ainda é preciso aprofundar o conhecimento das legislações federais, estaduais e locais acerca
de licitações, contratos, celebração de parcerias, em especial, nos ritos e procedimentos específicos
destinados a contextos de emergência para otimizar as contratações, contribuindo para a maior
eficiência, uniformização e segurança jurídica no âmbito da Administração Pública.
Alguns modelos serão indicados abaixo. As minutas foram elaboradas pela Advocacia-Geral da
União (AGU) e podem ser aplicadas por estados, Distrito Federal e municípios, que poderão realizar
adequações, conforme as especificidades de cada processo. Essa ação de compartilhamento de
modelos segue a orientação prevista na Lei nº 14.133/21 em seu artigo 19.
47
6) Serviços Continuados Sem Mão de Obra Exclusiva – Leis nº 8.666/93 e nº
10.520/02
7) Serviços Continuados Com Mão de Obra Exclusiva – Leis nº 8.666/93 e nº
10.520/02
8) Serviços Comuns de Engenharia – Leis nº 8.666/93 e nº 10.520/02
Prestação de Contas
O registro da prestação de contas dos recursos recebidos do Governo Federal deve ser feito por
meio de instrumento eletrônico disponibilizado pelo Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS)
chamado Demonstrativo Sintético de Execução Físico Financeira. O FNAS poderá requisitar
esclarecimentos complementares visando à apuração dos fatos, quando houver indícios de
informações inverídicas ou insuficientes, e aplicar as sanções cabíveis, bem como encaminhar aos
órgãos competentes para as devidas providências, quando for o caso. Sendo assim, gestores devem
se responsabilizar pela guarda de todos os documentos que comprovem as informações inseridas
no sistema e o adequado uso do recurso federal, conforme regulamentado pela Portaria n°
124/2017.
48
A Portaria MDS nº 113, de 10 de dezembro de 2015, dispõe sobre a forma de repasse dos
recursos do cofinanciamento federal aos estados, Distrito Federal e municípios, a execução destes
recursos nos serviços, programas e no aprimoramento da gestão e das regras para a prestação de
contas dos recursos transferidos na modalidade fundo a fundo, encaminhada por meio de sistema
eletrônico no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, bem como outras medidas
administrativas acerca do tema.
A prestação de contas é etapa obrigatória para qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que assuma obrigações de
natureza pecuniária em nome dela, tal como preconizado pelo parágrafo único do art. 70 da
Constituição Federal de 1988:
“Art. 70 (...)
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária”.
Fonte: 23º Encontro Nacional do CONGEMAS: Oficina de financiamento do SUAS e gestão local realizada pelo FNAS
49
Na portaria 113/2015 é definido o fluxo de preenchimento do Demonstrativo Sintético e do
parecer do Conselho de Assistência Social, assim como os prazos de cada um dos atores no
procedimento de prestação de contas. Fazem parte do fluxo de preenchimento do Demonstrativo
Sintético, portanto, ações do órgão gestor, Fundo Nacional e do Conselho de Assistência Social.
O acesso ao Demonstrativo e aos sistemas da Rede SUAS é realizado por meio do Sistema de
Autenticação e Autorização (SAA) com login/usuário e senha individuais.
50
preenchido daquele exercício selecionado. O sistema indica também a fase de preenchimento em
que o município está (em preenchimento, em deliberação pelo conselho, aprovada pelo conselho
ou reprovado pelo conselho).
O que preencher?
O sistema é estruturado de forma que cada sessão da prestação de contas se relacione com
cada conta corrente específica dos serviços, programas, projetos e dos incrementos realizados na
modalidade fundo a fundo. Em casos esporádicos, quando há saldo em contas mais antigas, não
utilizadas para novos repasses, essas são associadas à conta mais recente referente a mesma ação
socioassistencial.
51
Deverão ser declarados todos os desembolsos realizados com recursos federais no
exercício do Demonstrativo Sintético. Os campos são de preenchimento obrigatório e
caso não tenha ocorrido desembolso em algumas das categorias de gastos, o campo
deverá ser preenchido com o valor zero.
O gestor deverá preencher os campos das despesas conforme a categoria dos gastos
questionados, os quais são somados e totalizados para formação da execução financeira
do período. É importante mencionar que no bloco onde são apuradas as despesas,
também devem ser declaradas possíveis devoluções de recursos, por meio da Guia de
Recolhimento da União – GRU, com os recursos das respectivas contas específicas do
cofinanciamento federal.
Saldos:
52
Fonte: 23º Encontro Nacional do CONGEMAS: Oficina de financiamento do SUAS e gestão local realizada pelo FNAS
53
10. Referências Bibliográficas
BRASIL. LEI Nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social
e dá outras providências. (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS). Brasília: Presidência da
República, 1993. Disponível: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742compilado.htm
BRASIL. MDS - Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientação aos Municípios
sobre Regulamentação da Política Municipal de Assistência Social. Brasília: MDS, 2015.
54
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. A atuação
da Assistência Social em Emergência Socioassistencial. Formação no SUAS para Funções de Nível
Superior. Módulo 2 do curso. Brasília: MDS, 2023. 32 p.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Fundo das
Nações Unidas para a Infância. Emergências no Sistema Único de Assistência Social - SUAS. O que
fazer? Brasília: MDS.UNICEF, 2023. 40 p. Disponível em
https://www.unicef.org/brazil/media/27386/file/emergencias-no-suas-o-que-fazer.pdf. Acesso em
15/01/2023.
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Diagnóstico de capacidades e necessidades municipais em proteção e defesa civil. Brasília: MDR,
2021.
BRASIL. Secretaria Nacional de Defesa Civil. Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC).
Brasília: SEDEC, 2007.
CRUZ, Cláudia Ferreira da. Transparência da gestão pública municipal: referenciais teóricos e a
situação dos grandes municípios brasileiros. 2010. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de
Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, UFRJ,
2010.
FERREIRA, Stela da Silva. NOB-RH Anotada e Comentada. Brasília: MDS, 2011. 144 p.
UNISDR - United Nations International Strategy for Disaster Reduction. Sendai framework for
disaster risk reduction 2015-2030. Genebra: UNISDR, 2015.
55