Aula 001

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MTM 1022 – Equações Diferenciais B

Aula 1
I – Transformada de Laplace

Método de resolução de Problemas de Valor Inicial da forma


d2y dy
a 2  b  cy  f (t ), y (0)  y0 , y (0)  y0 .
dt dt
onde a, b e c são constantes. É especialmente útil no caso em que f(t) é descontínua ou
do tipo pulso.

Definição: Seja f(t) uma função real definida para todo t  0. A transformada de Laplace de
f(t), denotada L{ f } ou F(s) é dada por


 f (t )dt
 st
L{ f }  F ( s)  e
0

A função original f(t) é chamada transformada inversa de F(s): L1{F ( s )}  f (t ).


Obs.: A transformada de Laplace é definida por uma integral imprópria.
Assim,  A

  f (t )dt
 st  st
L{ f }  F ( s )  e f (t ) dt  lim e
A
0 0

Existência: A transformada de Laplace de f(t) existe para todo s   , se:

i) f(t) tiver no máximo um número finito de descontinuidades em qualquer intervalo 0  t  A


e ambos limites laterais de f existem em cada ponto de descontinuidade;
NÃO

ii) Existem constantes  e M tais que


f (t )  M e t , para todo t  0.
( Me t  f (t )  Me t ; f de ordem exponencial)
Exemplo: Calcular a transformada de Laplace de f (t )  1, t  0.

 A
A
e   1 e  sA   st
L{1}  F ( s )   e 1 dt  lim  e dt  lim 
 st  st
  lim    1
A  A 
 s  0 A  s s  L{1}  , s  0
0 0 s
1
 se s  0 Agora podemos calcular a transformada
 s de qualquer constante k:
 se s  0 1
L{k}  kL{1}  k , s  0
s
Exemplo: Calcular a transformada de Laplace de f (t )  e t , t  0

 A
 e  ( s  ) A 1 
e e dt  lim  e
t  st  t  ( s  ) t
L{e }  F ( s )  dt  lim    
0
A
0
A
 s   s   
 1
 se s   1
  s  L{e t }  , s 
 se s   s 
1
L{e 2t } 
s2
Exemplo: Calcular a transformada de Laplace de f (t )  sin at , t  0


 sen atdt
 st
L{sin at}  F ( s )  e
0

Integrando por partes:


A
 1  st A A
s  st  1 s   st
F ( s )  lim  e  st
sin atdt  lim   e cos at   e cos atdt     e cos atdt
A A
0  a 0 a0  a a 0

Uma segunda integração por partes fornece:


1 s  1  st A A
s  st  1 s  s   st  1 s2
F ( s )   lim  e sin at    e sin atdt  =    e sin atdt  =  2 F ( s).
a a A  a 0 0
a  a a  a 0  a a
1 s2
Portanto, F ( s )   2 F ( s ).
a a
a a
Resolvendo para F(s), obtemos F ( s )  2 . L{sin at}  2 , s0
s  a2 s a 2

3
L{sin 3t}  2 2 .
s 3
s
Exercício: Verifique que L{cos at}  , s0
s a
2 2

A transformada de Laplace associa a cada função f (t ) uma nova função F ( s )  L( f ) é um


operador que atua sobre funções.

Propriedades
1. Linearidade
  
L{c1 f1 (t )  c2 f 2 (t )}   e  st
 c f
1 1 (t )  c f
2 2 (t )  dt  c1  e  st
f1 (t ) dt  c 2  e  st
f 2 (t )dt 
0 0 0

 c1 L( f1 (t ))  c2 L( f 2 (t )).

5 12
L{5e 2t  3sen 4t}  5 L(e 2t )  3L( sen 4t )   2 .
s  2 s  16
2. Deslocamento
Se L( f )  F ( s ) para s  k , então L(e t f (t ))  F ( s   ).


 f (t )dt  L( f (t ))
 st
Dem.: F (s)  e então
0
 

 e e f (t )dt  
t  st  t  ( s  ) t
L(e f (t ))  e f (t )dt  F ( s   ).
0 0

A multiplicação de f(t) por e t resulta na translação da transformada F(s) uma distância 


no sentido de s positivo (e reciprocamente).

Exemplo: f (t )  e t sen at
a a
L( sen at )  2 2  L(e t sen at )  2
a s a  (s   )2
3
L(e 2t sen 3t )  2
3  ( s  2) 2
3. Derivação Seja F ( s )  L( f ), então
a ) L( f )  sL( f )  f (0)  sF ( s )  f (0),
b) L( f )  s 2 F ( s )  sf (0)  f (0).
Dem.:
 A
a ) L( f )     f (t )dt
 st  st
e f (t ) dt  lim e
A 
0 0

  st A

 lim e f (t )   se  st f (t )dt  
A

A 
  e  sA f ( A)  e  sA Me t ,
0
0
A
= lim e  st
f (t )  lim s  e
A  st
f (t )dt e  sA f ( A)  Me  ( s  ) A  0 para s   .
A  0 A 
0

  f (0)  sF ( s ).
Portanto, L( f )  sL( f )  f (0).
b) L( f )  sL( f )  f (0) 
= s[ sF ( s )  f (0)]  f (0)  s 2 F ( s )  sf (0)  f (0).
De uma maneira geral, desde que a função f e suas derivadas obedeçam a condições apropriadas,
é possível deduzir uma expressão para transformada da enésima derivada f ( n ) :
L( f ( n ) )  s n L( f )  s n 1 f (0)  s n  2 f (0)    f ( n 1) (0).

Por exemplo, L( f )  s 3 L( f )  s 2 f (0)  sf (0)  f (0).

Exemplo. Calcular a transformada de Laplace de f (t )  t n (n inteiro positivo).


L( f ) ?
L( f ( n ) )  s n L( f )  s n 1 f (0)  s n  2 f (0)    f ( n 1) (0).
Mas
f (t )  t n , f (t )  nt n 1 , f (t )  n(n  1)t n  2 , , f ( n 1) (t )  n( n  1) 2  t , f ( n ) (t )  n !

Como f (0)  f (0)      f ( n 1) (0)  0, L( f ( n ) )  s n L( f ).


L( f ( n ) ) 1 n! n! 1
L( f )   n L(n!)  n L(1)  n
sn s s s s Agora podemos calcular a transformada de
n! Laplace de um polinômio:
Portanto, L(t )  n 1
n
2! 1 5
s L(3t 2  2t  5)  3 3
 2 2

s s s

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