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LINGUÍSTICA DE TEXTO: perspectivas de interface

TEXT LINGUISTICS: interface perspectives

Dennis Castanheira1
Cristiane Dall’ Cortivo Lebler 2

Resumo: Este artigo, de cunho teórico, tem como objetivo discutir possibilidades de interface
da Linguística de Texto (LT) com outras perspectivas teórico-práticas. Para isso, serão
considerados os pressupostos basilares da LT, abordagem sociocognitiva e interacional que
tem como foco o estudo das relações textuais de forma contextualizada, em diálogo com o
Funcionalismo norte-americano, a Semântica Argumentativa e o Ensino de línguas. Será
considerada a fundamentação de cada abordagem a partir de alguns dos seus teóricos mais
relevantes e das metodologias tipicamente empregadas a fim de apresentar as possibilidades
investigativas de cada interface.

Palavras-chave: Linguística de Texto; Funcionalismo norte-americano; Semântica


Argumentativa; Ensino.

Résumé : Le but de cet article est de discuter les possibilités d’interface entre la Linguistique
Textuelle (LT) et d’autres perspectives théoriques. Pour cela, seront considérées les
hypothèses de base de la Linguistique Textuelle, qui se caractérise comme une approche
sociocognitive et interactionnelle sur l’étude des relations textuelles. Les possibilités de
dialogue se construisent au tour du Fonctionnalisme Américain, de la Sémantique
Argumentative et de l’enseignement des langues. La raison d’être de chaque approche sera
examinée par certains de ses théoriciens les plus pertinents et par des méthodologies
généralement utilisées afin de présenter les possibilités d’investigation de chaque interface.

Mots-clés : Linguistique Textuelle; Fonctionnalisme Américain; Sémantique Argumentative;


enseignement des langues.

Introdução

A observação do avanço dos estudos linguísticos ao longo do século XX nos mostra


que, frequentemente, as diferentes abordagens e correntes teóricas se desenvolvem em uma
espiral, em que os objetos de estudo são recortados e analisados em suas diferentes faces, a
partir de metodologias e de pressupostos epistemológicos específicos. Assim, oposições entre
o biológico e o social, entre o cognitivo e o cultural, o inato e o adquirido emergem das
variadas teorias linguísticas. Esse movimento natural da pesquisa científica coloca em

1 Professor Adjunto de Língua Portuguesa da Universidade Federal Fluminense. Doutor em Língua


Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]
2 Professora Adjunta do Departamento de Metodologia do Ensino da Universidade Federal de Santa Catarina.
Doutora em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E-mail:
[email protected]
contraste inúmeras possibilidades de conhecer um objeto de estudo a partir das
especificidades desenhadas segundo os diferentes desenhos metodológicos e fundamentos
epistêmicos.
Contudo, outro movimento também tem se tornado pujante no exercício da pesquisa
científica, qual seja, aquele que coloca em interface esses diferentes olhares, respeitadas as
suas especificidades. Assim, tem-se um enriquecimento das possibilidades de conhecer esse
objeto, seja em profundidade, seja em alcance. É nesta perspectiva que se insere este artigo,
por meio do qual visamos a discutir as possibilidades de interface da Linguística de Texto
com outras vertentes teóricas, especificamente o Funcionalismo norte-americano, a Semântica
Argumentativa e o ensino de línguas.
De acordo com Santos e Castanheira (2021), a Linguística de Texto (LT) atualmente é
caracterizada como uma abordagem sociocognitiva e interacional, em que aspectos
linguísticos devem ser analisados a partir dos seus contextos discursivos, considerando, ainda,
questões visuais, sonoras, cognitivas e pragmáticas (cf. BEAUGRANDE, 1997;
BERNÁRDEZ, 2003; VAN DIJK, 2006; CUSTÓDIO FILHO; HISSA, 2018).
Assim, para a LT, os sentidos são construídos na interação entre os enunciadores e, por
isso, o texto não pode ser visto como um produto, mas como um processo sociocognitivo, já
que há uma constante negociação de sentidos, o que determina a atividade de interpretação
textual. Dessa forma, é natural que diferentes pessoas leiam um texto de maneiras diferentes,
tendo em vista que têm vivências sociais distintas e, mesmo tendo acesso ao mesmo material
linguístico, ativarão conhecimentos singulares em suas mentes. Sob esse viés, a LT se insere
no paradigma das teorias do uso, centradas na pragmática, na interação e numa perspectiva
que vai além da decodificação do código ou do estudo da forma.
Dik (1987) postulou que há, nos estudos linguísticos, dois grandes paradigmas –
formal e funcional – que se diferenciam de forma ampla a partir de suas bases distintas. A LT,
então, está inserida em um “polo funcional”, ou seja, em uma perspectiva centrada na
interação entre língua e interação, discurso e sociedade. A cognição, nessa “onda”, é analisada
de forma integrada ao social, e, por isso, entende-se que o enunciador está inserido
socialmente e isso o faz armazenar em sua mente aspectos ligados às convenções sociais e às
informações a que foi exposto.
Diante disso, a interface da LT com outras teorias do uso é um percurso científico
esperado, visto que apresentam múltiplos aspectos em comum, dentre os quais: a análise dos
contextos comunicativos reais; a observação sociocognitiva da aquisição e dos fenômenos
linguísticos; a discussão da relação entre os fenômenos linguísticos fonológicos,
morfológicos, sintáticos e semânticos a partir da pragmática; etc.
Isso se comprova pelas iniciativas recentes de sistematizar a relação da LT com outras
perspectivas teóricas e/ ou níveis de análise linguística. Souza, Penhavel e Cintra (2017), por
exemplo, apresentam várias dessas possibilidades, dentre as quais se destacam a Morfologia, a
Sociolinguística, a Análise do Discurso, a Fonologia, a Semiótica e a Sintaxe. A
multiplicidade de possibilidades demonstra que é possível articular a LT de forma ampla e
com diferentes vieses, o que se evidencia a partir de algumas abordagens.
Acerca do Funcionalismo linguístico, a interface com a LT já foi apontada por
Cavalcante (2015) em entrevista sobre os caminhos da LT e elucidada pelos trabalhos de
Neves (2004; 2006), que relacionam gramática e texto e abordam a questão do ensino de
línguas. Outras pesquisas desenvolvidas são as de Pacheco (2014) e Abreu (2017), que
abordam, respectivamente, a questão da referência e da cognição em prol desse diálogo.
Destacamos, porém, que tais investigações, ou centram suas reflexões em uma gramática do
texto, ou se articulam a abordagens funcionais não abordadas neste artigo. Discutiremos, neste
estudo, a ligação da LT com o Funcionalismo norte-americano a partir das investigações
desenvolvidas por Castanheira (2017; 2020) e Castanheira e Mendanha (2021).
Outras possibilidades de interface se estendem aos estudos argumentativos e
enunciativos. Assim, não raro encontramos trabalhos que colocam em perspectiva a LT com
abordagens argumentativas, tais como a argumentação Retórica ou a Semântica
Argumentativa. Essa possibilidade se abre em razão do compartilhamento do objeto de
estudo, que se projeta para investigação em diferentes estratos, desde aqueles centrados na
língua mesma, a exemplo do estudo dos operadores argumentativos e da pressuposição
linguística, até aqueles que se estendem para a situação discursiva que o gerou, focalizando
elementos como tempo, espaço, locutores e alocutário, intencionalidades, alusão a outros
discursos etc, sobretudo os estudos da polifonia e dos subentendidos.
Já no ensino de línguas, a LT tem sido uma das abordagens mais utilizadas a partir da
sua ligação com diferentes discussões teóricas e aplicadas em distintos contextos educacionais
de Ensino Básico e Superior. Nesse ponto de intersecção, as contribuições são inúmeras,
contemplando o ensino da argumentação na produção textual (CABRAL, 2018; CIULLA;
LOPES, 2022); a produção textual em sentido amplo (SANTOS; CUBA RICHE; TEIXEIRA,
2012; MARQUESI, PAULIUKONIS, ELIAS, 2017) o texto em suportes digitais e seus vários
gêneros (MARQUESI et. al., 2019); a referenciação (MARQUESI, 2007; ANDRADE, 2019;
ANTUNES, 2019; CUSTÓDIO FILHO, 2021, a análise linguística e semiótica, incluindo
propostas de atividades (AGUIAR; SANTOS, 2019; SANTOS; LEBLER, 2021; SANTOS,
2021, apenas para citar alguns).
Diante disso, neste artigo, discutiremos como tais abordagens podem ser articuladas à
perspectiva da LT, considerando suas especificidades e singularidades, mas também seus
aspectos de interseção. Para isso, faremos, além desta seção, uma dedicada ao seu diálogo
com o Funcionalismo norte-americano, uma à ligação com a Semântica Argumentativa, uma
ao ensino de línguas e, finalizando este estudo, as considerações finais e as referências
bibliográficas citadas.

Linguística de Texto e Funcionalismo norte-americano

Segundo Butler (2003), o Funcionalismo norte-americano (ou Funcionalismo da


Costa-Oeste) é uma abordagem teórica que se desenvolveu na segunda metade do século XX
nos Estados Unidos e que tem como proposta discutir os usos linguísticos a partir do
mapeamento dos padrões formais e funcionais. A partir da simbiose discurso e gramática, o
Funcionalismo focaliza as motivações para a estruturação linguística a partir de aspectos
fonológicos, morfológicos, sintáticos, semânticos e pragmáticos.
Cunha, Costa e Cezario (2015) apresentam alguns dos pressupostos basilares dessa
abordagem, destacando a iconicidade, a informatividade, a marcação, a gramaticalização, a
transitividade e os planos discursivos como alguns dos mais proeminentes. Tais bases estão
relacionadas à decodificação linguística e podem ser observadas a partir de vários fenômenos
do português, dentre os quais a ordenação vocabular e a formação de sufixos e de conectivos
na história da língua.
Conforme defendido por Castanheira (2020), a LT e o Funcionalismo norte-americano
são duas abordagens que estão diretamente relacionadas, já que têm muitas interseções e se
diferenciam majoritariamente pelas diferentes focalizações: o Funcionalismo estuda a
mudança linguística e tende a sistematizar mais as relações formais, e a LT tem relação mais
acurada com os gêneros e tipologias textuais e com o ensino de línguas. Assim, para o autor,
não há aspectos excludentes entre as duas teorias, mas apenas focos distintos, o que também
faz com que sejam abordagens complementares.
Uma questão que demonstra tal ligação é a perspectiva sociocognitiva discutida por
ambas. Bybee (2010), por exemplo, aponta que os usos linguísticos estão ligados a processos
cognitivos de domínio geral (analogia, memória rica, categorização, chunking, entre outros)
que explicam a materialidade linguística a partir de questões sociais e mentais. Tal elucidação
pode ser vista pela análise dos padrões de formação de palavras, em que fica evidente como
algumas formas são criadas a partir da associação e da extensão de sentido com outras já
existentes e com papel textual comum.
Castanheira (2020) argumenta que a LT e o Funcionalismo norte-americano podem ser
relacionados a partir de alguns dos seus aspectos basilares. Uma das questões é a articulação
textual, que está ligada ao papel de alguns elementos linguísticos conectarem o texto,
construindo uma unidade coesa e coerente. A partir da investigação de Castanheira (2017),
que seguiu essa interface, é possível afirmar que os adverbiais modalizadores são construtores
do gênero artigo de opinião e que veiculam efeitos de sentido relacionados ao seu papel mais
ou menos subjetivo e valores discursivos.
Além disso, conforme Castanheira (2020), a partir dos estudos de Prince (1981; 1992),
Chafe (1984) e Givón (1995), é possível observar os padrões informacionais dos elementos
linguísticos e relacioná-los ao seu papel na construção do texto por meio da referenciação, o
que pode envolver, por exemplo, a relação das estratégias referenciais sistematizadas pela LT
com as categorias propostas pelo Funcionalismo. Segundo Castanheira (2020), as anáforas
diretas (aquelas que apresentam maior correferencialidade) podem ser vistas como evocadas,
as indiretas (aquelas apenas ancoradas textualmente) como disponíveis ou inferíveis e as
encapsuladoras (aquelas que são resumitivas) como evocadas.
Em análise das anáforas encapsuladoras em entrevistas publicadas em revistas
impressas, Castanheira (2020) observou que esses elementos podem ser observados a partir de
diferentes critérios analíticos, dentre os quais se destacam a informatividade, a posição da
oração, a subjetividade e a sua relação com o tema e as partes das entrevistas. Com isso, o
autor constatou que uma visão escalar é produtiva para a investigação referencial dos
Sintagmas Nominais (SNs), já que tais categorias podem ser distribuídas em continua, que
vão além da visão discreta de novo x velho, subjetivo x objetivo e grande x pequeno.
Castanheira (2020) concluiu, ainda, que há uma relação direta entre os usos desses
elementos e o seu papel na construção do gênero, já que, a depender da parte da entrevista, o
SN tem papel fórico diferente (na apresentação, tendem a ser prospectivos e, nos turnos do
entrevistado e do entrevistador, tendem a ser retrospectivos) e, a depender do tema, o SN tem
papel subjetivo distinto (no tema política, os SNs tendem a ser mais subjetivos do que em
economia e em cultura). Tais elucidações demostram que é preciso correlacionar o gênero aos
aspectos analíticos eleitos na investigação.
Já Castanheira e Mendanha (2021) constataram que as anáforas encapsuladoras
também apresentam resultados similares quanto às partes da entrevista em textos online dos
portais PopLine e RockLine. De acordo com os autores, os SNs também são mais
prospectivos, referindo-se às informações ainda a serem apresentadas, na parte inicial da
entrevista, escrita pelo jornalista, do que nas outras partes. É válido ressaltar que isso se deve
ao caráter introdutório desse trecho, já que, a partir da leitura, possíveis leitores podem optar
por continuar, ou não, a apreciação do texto.
Com isso, é possível perceber que os estudos funcionalistas e textuais estão
diretamente ligados e que podem ser relacionados a partir de distintas perspectivas, o que se
evidencia pelo Quadro 1:

Pressupostos teóricos funcionalistas


Fenômeno
a serem utilizados
Iconicidade
Articulação textual Marcação
(usos de conectores, adverbiais, marcadores Gramaticalização
discursivos, preposições, etc.). (Inter)subjetividade
Categorização
Iconicidade
Informatividade
Referenciação Marcação
(usos SNs, pronomes, adverbiais temporais e Gramaticalização
locativos, etc.). Lexicalização
(Inter)subjetividade
Categorização
Quadro 1: fenômenos e pressupostos teóricos fundamentais
Fonte: elaboração nossa

Diante da análise do Quadro 1, percebemos que tais teorias podem ser claramente
ligadas, e que há muitas questões a serem observadas. Em novas pesquisas, podem ser
analisados esses pontos e considerados outros fenômenos a fim de serem abarcados outros
pressupostos fundamentais. É preciso, ainda, efetuar trabalhos comparativos com outras
línguas, outros gêneros textuais, suportes e domínios discursivos, e com outras escolhas
metodológicas para que tenhamos, então, uma multiplicidade de estudos a serem
considerados, examinados e divulgados acerca dessa interface.

Linguística de Texto e Semântica Argumentativa

A Semântica Argumentativa nasceu na França, na década de 1970, a partir dos


trabalhos de Oswald Ducrot sobre a pressuposição e, um pouco mais tarde, na década de
1980, na forma da Teoria da Argumentação na Língua (ANL) (ANSCOMBRE; DUCROT,
1983). Desde então, a Semântica Argumentativa tem sido desenvolvida em várias teorias, seja
com ênfase na análise da língua propriamente dita, como a já mencionada ANL, a Teoria dos
Topoi e, mais recentemente, a Teoria dos Blocos Semânticos (TBS), seja com ênfase na
enunciação, a exemplo da Teoria Polifônica da Enunciação e, mais recentemente, da Teoria da
Argumentação Polifônica. Essas diferentes teorias guardam em comum dois pressupostos
fundamentais: o primeiro de que o sentido – aqui entendido como a argumentação – está
inscrito na própria língua e o de que a enunciação é constitutiva desse sentido 3.
Assim, a Semântica Argumentativa, a partir de suas diferentes teorias e suas várias
ferramentas, abre espaço para que o estudo semântico da língua tenha lugar sem, contudo,
desconsiderar a situação enunciativa que deu origem aos discursos construídos a partir dessa
língua. A língua e a sua significação ocupam o lugar central da análise e são norteadoras da
construção dos sentidos dos discursos. Segundo Ducrot (2009), a língua nada tem de
informativo, e mesmo as expressões tidas como informativas ou descritivas, a exemplo da
palavra perto, servem à argumentação, no sentido de que obrigam a continuidade do discurso
em determinadas direções: se digo a alguém que o lugar onde quero ir é perto não estou
apenas dando uma informação acerca da distância a ser percorrida, mas imponho
determinadas continuações ao meu enunciado, como portanto vamos a pé; portanto é fácil
chegar.
Carel (2017), em desenvolvimento mais atual da TBS, mantém longe das descrições
semânticas os traços pretensamente informativos da língua, colocando a significação como a
ordem primeira da estruturação textual. Para a autora, não há

função informativa primeira em nossos enunciados. Nossos discursos


não são senão tramas de palavras “dispostas em determinada ordem”,
e a significação das palavras é argumentativa no sentido de que é ela
que determina essa construção. Ela permite às palavras se
entrelaçarem, se generalizarem, se exemplificarem, se oporem.
(CAREL, 2017, p. 3)

Por outro lado, o estabelecimento do conceito de polifonia por Ducrot (1987) trouxe
várias repercussões aos estudos do texto e do discurso ao questionar a unicidade do sujeito

3 Registramos aqui duas importantes fontes de pesquisa de trabalhos desenvolvidos com base na Semântica
Argumentativa, desde a década de 1960 até os dias atuais: o site https://semanticar.hypotheses.org/ e, mais
recentemente, o evento Colenarg – Colloque International Énonciation et Argumentation, cujas atividades se
deram de forma online e podem ser acessadas no canal homônimo na plataforma Youtube – registros completos
do evento disponíveis em https://colenarg.paginas.ufsc.br/
falante. Para Ducrot (1987) e Ducrot e Carel (2008), os enunciados não têm apenas um único
sujeito responsável, mas manifestam pelo menos três instâncias enunciativas distintas: o
sujeito falante, ser de carne e osso responsável pelos movimentos psicofisiológicos que deram
origem ao enunciado; o locutor, responsável discursivo pelo enunciado, que pode ser distinto
do sujeito falante; e os enunciadores, origem das diferentes vozes que podem ser mobilizadas
em um enunciado 4. O locutor, por sua vez, toma diferentes atitudes em relação a esses
enunciadores, assumindo, concordando ou se opondo aos pontos de vista apresentados.
Dado esse amplo panorama, que aponta as duas grandes vertentes de análise a partir da
Semântica Argumentativa, convém evidenciar as possibilidades de intersecção entre esta
abordagem teórica e a LT. Assim, alguns trabalhos desenvolvidos, sobretudo nas décadas de
1970 e 1980, por Oswald Ducrot, configuram-se como importantes pontos que criaram o
cenário para que a intersecção entre essas duas teorias tivesse lugar. Citamos os vários
trabalhos de Oswald Ducrot sobre os chamados operadores argumentativos, tais como sobre o
par pouco e um pouco (DUCROT, 2005), sobre a conjunção mas (DUCROT, et. al., 1980;
DUCROT; VOGT, 1979; DUCROT, 1998), e sobre as escalas argumentativas (DUCROT,
1980).
Desse breve panorama dos trabalhos de Ducrot, podemos apontar que a aproximação
entre a LT e a Semântica Argumentativa se deu em duas direções: a primeira delas teve início
sobretudo nos trabalhos de Ingedore Koch, principalmente pela obra Argumentação e
Linguagem ([1984]/2002), a qual reúne comunicações apresentadas pela autora, artigos e
capítulos de sua tese de doutorado, publicada em número exclusivo na Revista Letras de
Hoje. Nessa obra, Koch ([1984]/2002) assume que a argumentatividade é uma propriedade
intrínseca da linguagem, porque o homem usa a língua como uma forma de agir em
sociedade, ou, nas palavras da autora, “[...] a linguagem deve ser encarada como uma forma
de ação, ação sobre o mundo dotada de intencionalidade [...]” (KOCH, [1984]/2002, p. 15,
grifos da autora).
Embasada não apenas na Semântica Argumentativa, mas em outras correntes dos
estudos da linguagem, como a Retórica e a Pragmática, tanto o número especial de Letras de
Hoje (1983) quanto Argumentação e Linguagem (1984) apresentam robustas fundamentações
teóricas e reflexões sobre elementos como os tempos verbais, a pressuposição, as relações de
modalidades do discurso, os operadores argumentativos, a polifonia e a autoridade polifônica,
entre outras.

4 Cabe destacar que desde 2010, a Teoria da Polifonia vem passando por inúmeras reformulações, a
exemplo de Carel (2010a; 2010b; 2012ª; 2012b;2018).
A questão da argumentação e dos operadores argumentativos permaneceu como um
grande tema de interesse da LT, muitas delas voltadas para questões práticas, como a leitura e
a escrita, como Koch e Elias (2006) e Koch e Elias (2009) e Koch e Elias (2016), nas quais
tomam-se a leitura, a escrita e a argumentação como objetos. Em Koch e Elias (2016)
encontram-se definições, classificações e exemplos de operadores a partir de duas noções
definidas por Ducrot: as classes argumentativas e as escalas argumentativas.
A importância desses marcadores está justamente no papel textual – e até mesmo
enunciativo – que desempenham, uma vez que podem dar ao texto inúmeros matizes
semânticos e enunciativos: colocar em perspectiva argumentos com forças argumentativas
diferentes para uma mesma conclusão (ex.: até mesmo, inclusive, até), introduzir uma
oposição (mas, porém, apesar de), inserir uma justificativa (porque, já que, visto que),
conduzir uma comparação (mais... (do) que; tão.... quão), entre inúmeras outras funções.
Em relação ao conceito de polifonia, vale destacar a obra Intertextualidade: diálogos
possíveis (KOCH; BENTES; CAVALCANTE, 2008), em que as autoras colocam em paralelo
essas duas importantes noções. Para as autoras, a polifonia é mais ampla que a
intertextualidade, pois, na intertextualidade, faz-se necessária a presença de um intertexto,
cuja fonte pode ou não estar explícita; já na polifonia, basta que haja uma encenação na qual
sejam depreendidas diferentes perspectivas ou pontos de vista. Exemplos de polifonia como a
negação, a ironia, o futuro do pretérito, os marcadores pressuposicionais ilustram a definição
apresentada e as formas que toma no discurso.

Linguística de Texto e Ensino de línguas

Ao longo das últimas décadas, os estudos sobre ensino de línguas se multiplicaram na


Linguística brasileira, sobretudo a partir de um viés pautado no uso. São inúmeros os
trabalhos sobre Sociolinguística, Análise do Discurso e Linguística de Texto que versam sobre
a ligação da Linguística ao ensino a partir de diferentes contextos educacionais de Ensino
Fundamental, Médio e Superior.
A interface Texto e ensino é caracterizada pela centralidade do texto como objeto de
ensino-aprendizagem e, consequentemente, considera as especificidades teóricas dessa
perspectiva no contexto pedagógico. Algumas dessas são a função dos elementos linguísticos
na tessitura textual; a questão das tipologias textuais; o foco nos efeitos de sentido; a análise
dos elementos verbo-visuais de maneira integrada; a observação do contexto, etc. (cf.
MARQUESI; PAULIUKONIS; ELIAS, 2017; PAULIUKONIS; CAVALCANTE, 2018;
CASTANHEIRA; SANTOS, 2022, dentre outros).
Uma das questões centrais desse olhar é o ensino de leitura. Caracterizada por
desvendar os sentidos do texto, a análise interpretativa na LT envolve a consideração dos
aspectos já apresentados em diferentes contextos interacionais, dentre os quais se destacam
diferentes gêneros (notícia, editorial, história em quadrinhos, crônica, conto de fadas, fábula,
manchete, etc.), suportes (jornal, revista, blogue, parede, livro, etc.) e domínios discursivos
(jornalístico, literário, jurídico, instrucional, jurídico, etc.). Assim, trabalhar a interface Texto
e ensino envolve necessariamente considerar como o texto se insere na comunicação e na
interação entre os enunciadores.
Nesse enfoque sobre a leitura, vale destacar a importante colaboração dada quanto à
noção de contexto e da relação entre leitor e texto, já que as ferramentas de análise da LT
permitem que os elementos contextuais marcados textualmente sejam integrados ao seu
sentido. Por outro lado, o conhecimento de mundo do leitor cumpre um importante papel na
compreensão dos textos, já que possibilita preencher lacunas de sentido a partir das pistas
textuais. Esse ponto é fundamental, porque nem tudo está (e precisa ser) dito em um texto,
sendo alguns efeitos de sentido, como o humor, derivados justamente das possibilidades de
interpretação que são deixadas em aberto, pelo autor do texto, para o seu leitor.
Por outro lado, o ensino da produção textual também é pensado a partir dos
pressupostos da LT, pela abordagem das tipologias e sequências textuais (ganham destaque,
aqui, os inúmeros trabalhos de Sueli Marquesi, alguns já apontados nas referências deste
artigo), principalmente no que tange à argumentação (LEBLER; LANES, 2021; CIULLA;
LOPES, 2022; CABRAL, 2016, KOCH; ELIAS, 2016), à mobilização das vozes no texto e
aos elementos coesivos sequenciais e referenciais. Essa vocação da LT para o ensino de língua
deve-se à multiplicidade de olhares possíveis para a superfície textual e seu contexto,
enfocando as relações linguísticas propriamente ditas, em um sentido micro, mas também em
uma análise macrotextual, a partir da sua estrutura, das questões enunciativas e contextuais.

Considerações finais

Este artigo teve como objetivo discutir como o Funcionalismo norte-americano, a


Semântica Argumentativa e o ensino de língua portuguesa podem ser articulados à perspectiva
da LT, considerando suas especificidades e singularidades, mas também seus aspectos de
interseção. Para isso, apresentamos um panorama acerca desses três eixos e as possibilidades
de diálogo por meio de pesquisas que as colocaram em convergência.
A abordagem de fenômenos linguísticos a partir de aspectos fronteiriços de
determinadas teorias amplifica as possibilidades de investigação e de explicação desses
objetos. Assim, intersecções teóricas, respeitadas as suas especificidades epistemológicas e
metodológicas, abrem caminho para novas perspectivas de pesquisa que podem contribuir
para diferentes interfaces e múltiplas investigações.
Dessa maneira, defendemos que os entrelaçamentos teóricos com os estudos do texto
não devem ser vistos apenas como possibilidades, mas como vieses científicos válidos e bem
fundamentados que precisam de discussões amplas e sistemáticas para que haja cada vez mais
popularização dos seus diálogos e de como efetivamente adotar perspectivas de interface
relacionadas à LT. Para isso, contudo, é necessário que haja cada vez mais investigações
teóricas e empíricas em que sejam problematizados seus pontos de contato e também sua
viabilidade analítica.
Com isso, elucidamos a necessidade de um encaminhamento cada vez mais acentuado
de diálogo da LT com outras perspectivas, como já demonstraram estudos recentes (SOUZA;
PENHAVEL; CINTRA, 2017; LEBLER; LANES, 2021; CASTANHEIRA; CEZARIO, 2022;
CASTANHEIRA; SANTOS, 2022). Além disso, ressaltamos a amplificação de discussões
teórico-práticas do seu “eco” em pesquisas de teoria e análise linguística e aplicação
linguística e a necessidade de uma efetiva agenda de pesquisas em prol dessas perspectivas de
interface.

Referências bibliográficas

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