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INSTITUTO PERNAMBUCANO DE ENSINO SUPERIOR

CAMPUS RECIFE
CURSO FARMÁCIA

Estudo das Substâncias Orgânicas: Explorando a Complexidade dos


Carboidratos, Lipídios, Aminoácidos, Proteínas, Enzimas e Ácidos Nucleicos

Alunos(a): José Edmilson Lopes da Silva - PE22100174


Marcondes Mardey Cavalcante Melo - PE22100333
Elisama Dias Macena - PE22100114
Raquel Mendonça da Silva Rodrigues - PE22100334
Edilma Pereira Mendes da Silva - PE22100517
Andréa Fabiana Peres Teixeira - PE22200008

Recife
05 / 2023
Alunos(a): José Edmilson Lopes da Silva - PE22100174
Marcondes Mardey Cavalcante Melo - PE22100333
Elisama Dias Macena - PE22100114
Raquel Mendonça da Silva Rodrigues - PE22100334
Edilma Pereira Mendes da Silva - PE22100517
Andréa Fabiana Peres Teixeira - PE22200008

Artigo da disciplina de QUÍMICA GERAL

Artigo apresentado como requisito parcial


de avaliação na disciplina do Curso de
Farmácia. Professor Orientador: Paulo
Eloi.

Recife
05 / 2023
RESUMO

O estudo das substâncias orgânicas, como carboidratos, lipídios,


aminoácidos, proteínas, enzimas e ácidos nucleicos, é uma área ampla e fascinante
da biologia e da química. Essas substâncias desempenham papéis essenciais nos
sistemas biológicos, desde o fornecimento de energia até a regulação de processos
celulares.No estudo dos carboidratos, investiga-se sua estrutura, classificação e
funções em organismos vivos. Os lipídios, por sua vez, são analisados em relação à
sua composição química, propriedades físicas e participação em processos
biológicos, como a formação de membranas celulares e o armazenamento de
energia.Os aminoácidos são os blocos de construção das proteínas, e sua análise
envolve a compreensão da estrutura, função e interações das proteínas nos
sistemas biológicos. As enzimas, por sua vez, são proteínas com capacidade
catalítica, sendo estudadas em relação aos seus mecanismos de ação,
especificidade e regulação.Os ácidos nucleicos, como o DNA e o RNA, são cruciais
para a transmissão e expressão da informação genética. O estudo dessas moléculas
envolve a análise de sua estrutura, replicação, transcrição e tradução, bem como a
compreensão de seu papel nos processos biológicos.Explorar a complexidade
dessas substâncias orgânicas requer técnicas avançadas, como espectroscopia,
cromatografia, sequenciamento de DNA, entre outras. Compreender suas
propriedades, funções e interações é fundamental para avançar no conhecimento
científico, bem como para aplicar esses conhecimentos em áreas como medicina,
biotecnologia, nutrição e biologia molecular.O estudo das substâncias orgânicas
abre caminho para uma melhor compreensão da vida em nível molecular,
possibilitando avanços na pesquisa e desenvolvimento de novas terapias,
diagnósticos e aplicações tecnológicas. É uma área dinâmica e em constante
evolução, impulsionada pela curiosidade humana e pela busca de soluções para
desafios globais.

Palavras chaves: Substâncias orgânicas, Carboidratos, lipídios, aminoácidos,


proteínas, enzimas e ácidos nucleicos, estudo, complexidade, interações.
ABSTRACT

The study of organic substances such as carbohydrates, lipids, amino acids,


proteins, enzymes, and nucleic acids is a broad and fascinating area of biology and
chemistry. These functions play essential roles in biological systems, from providing
energy to regulating cellular processes.In the study of carbohydrates, their structure,
classification and functions in living organisms are investigated. Lipids, in turn, are
analyzed in relation to their chemical composition, physical properties and
participation in biological processes, such as the formation of cell membranes and
energy storage. Amino acids are the building blocks of proteins, and their analysis
involves understanding the structure, function and complexity of proteins in biological
systems. Enzymes, in turn, are proteins with catalytic capacity, being studied in
relation to their control of action, specificity and regulation. Nucleic nutrients, such as
DNA and RNA, are crucial for the transmission and expression of genetic
information. Studying these issues involves analyzing their structure, replication,
transcription and translation, as well as understanding their role in biological
processes. Exploring the complexity of organic substances requires advanced
techniques, such as spectroscopy, chromatography, DNA sequencing, among others.
Understanding their properties, functions and happiness is fundamental to advance
scientific knowledge, as well as to apply this knowledge in areas such as medicine,
biotechnology, nutrition and molecular biology. The study of organic substances
paves the way for a better understanding of life at the molecular level, enabling
advances in research and development of new therapies, diagnostics and
technological applications. It is a dynamic and constantly evolving area, driven by
human curiosity and the search for solutions to global challenges.

Keywords: Organic substances, Carbohydrates, lipids, amino acids, proteins,


enzymes and nucleic preparations, study, complex, tranquil.
SUMÁRIO

Pg.
1. INTRODUÇÃO................................................................................................05
1.1 Objetivos
2. METODOLOGIA.............................................................................................06
3. DESENVOLVIMENTO…………......................................................................10
4. CONCLUSÕES………….................................................................................40
5. REFERÊNCIAS………….................................................................................41
5

1. INTRODUÇÃO
As substâncias orgânicas são compostos químicos que contêm carbono em
sua estrutura molecular. Essa classe de substâncias é amplamente estudada e
possui uma importância significativa em diversos campos, como química, biologia,
farmacologia e indústria. O carbono é um elemento versátil, capaz de formar
ligações covalentes com outros átomos de carbono e uma variedade de outros
elementos, como hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, entre outros. Essa capacidade de
formar ligações químicas estáveis permite a formação de uma infinidade de
compostos orgânicos, com propriedades físicas e químicas diversas.
A química orgânica, como descrita em "Organic Chemistry" de Clayden et al.,
é uma disciplina fundamental que se concentra na estrutura, propriedades e
reatividade das substâncias orgânicas. Esses compostos, como afirmado por Smith
em "Organic Chemistry: Principles and Mechanisms", são essenciais para a vida e
desempenham um papel fundamental em uma variedade de aplicações, desde a
síntese de medicamentos até a produção de materiais avançados. McMurry, em seu
livro "Organic Chemistry", destaca a importância do estudo das substâncias
orgânicas para compreendermos os mecanismos e as transformações químicas
envolvidas. Com base nessas referências, podemos reconhecer que a química
orgânica é um campo dinâmico e vital que abre portas para a inovação e para a
solução de desafios complexos em diversas áreas.
Os compostos orgânicos podem ser encontrados em diversas fontes naturais,
como plantas, animais e microorganismos, e também podem ser sintetizados em
laboratório. Eles desempenham papéis fundamentais na vida cotidiana, sendo
componentes essenciais de alimentos, medicamentos, plásticos, combustíveis,
detergentes, perfumes, corantes e muitos outros produtos utilizados diariamente.
A química orgânica estuda a estrutura, propriedades, síntese e reatividade
das substâncias orgânicas. Ela tem sido crucial para o desenvolvimento de novos
medicamentos, materiais avançados, tecnologias ambientalmente sustentáveis ​e
muito mais. Além disso, a química orgânica também contribui para o entendimento
dos processos biológicos e para a compreensão da complexidade da vida.
No entanto, as substâncias orgânicas também podem ter impactos negativos,
como a poluição ambiental e a toxicidade de alguns compostos. Portanto, o estudo e
a compreensão dessas substâncias são importantes para garantir o uso seguro e
6

sustentável, bem como para o desenvolvimento de alternativas mais ambientalmente


amigáveis .Em suma, as substâncias orgânicas são componentes essenciais da vida
e da indústria, com uma ampla variedade de aplicações e implicações. Seu estudo
contínuo e aprimoramento são fundamentais para impulsionar a inovação, melhorar
a qualidade de vida e enfrentar os desafios globais de forma sustentável.

1.1 OBJETIVOS
O estudo tem como objetivos a descoberta, síntese, produção, avaliação e
formulação de medicamentos. Isso inclui identificar substâncias ativas, sintetizar e
produzir medicamentos, avaliar sua atividade e segurança, desenvolver formulações
adequadas e estudar interações medicamentosas. Assim como o objetivo especifico,
a pesquisa das substâncias orgânicas visa a eficácia terapêutica, a segurança e o
desenvolvimento de tratamentos inovadores.

2. METODOLOGIA

A metodologia foi de fundamental importância para o estudo das substâncias


orgânicas na área farmacêutica, proporcionando orientação, eficiência, rigor
científico, reprodutibilidade, conformidade com regulamentações e boas práticas,
além de impulsionar o progresso científico e o avanço na área farmacêutica. Para
isso a metodologia usada para tal estudo foi:
a) Coleta e seleção de substâncias orgânicas: Realizou-se uma extensa
pesquisa bibliográfica e bancos de dados para identificar substâncias orgânicas
relevantes para a farmácia. Considere fatores como atividade farmacológica,
disponibilidade e viabilidade de síntese.
b) Síntese e produção de compostos: Utilizou-se técnicas de síntese
orgânica para produzir as substâncias orgânicas selecionadas. Otimizar as rotas de
síntese para garantir a eficiência e a pureza dos compostos. Realizou-se análises
estruturais para confirmar a identidade e pureza dos produtos obtidos.
7

c) Avaliação da atividade farmacológica: Estudou-se ensaios in vitro e in


vivo para determinar a atividade dos compostos sintetizados. Utilizou-se modelos
relevantes para a doença ou condição a ser tratada. Avalie a atividade em termos
de eficácia, seletividade e potência.

d) Avaliação da segurança: Verificou testes de toxicidade para avaliar a


segurança dos compostos. Realizou-se estudos de absorção, distribuição,
metabolismo e excreção para compreender o perfil farmacocinético dos
compostos. Identifique possíveis efeitos colaterais e interações indesejadas.

f) Desenvolvimento de formulações farmacêuticas: Utilizou-se as


substâncias orgânicas selecionadas para desenvolver formulações adequadas,
considerando fatores como solubilidade, estabilidade e liberação controlada.
Realizou estudos de estabilidade para garantir a integridade dos compostos
durante o armazenamento.

g) Estudo de interações medicamentosas: Realizou ainda testes de


interação para avaliar possíveis interações entre os compostos selecionados e
outros fármacos ou substâncias endógenas. Somado a uma análise da
compatibilidade e potenciais efeitos sinérgicos ou antagonistas.

h) Análise e interpretação dos resultados: Compilou e analisou os dados


obtidos nos estudos de atividade, segurança, formulação e interações. Realize
uma interpretação crítica dos resultados para avaliar o potencial terapêutico das
substâncias orgânicas estudadas.

i) Iteração e otimização: Com base nos resultados, foram feitos ajustes e


alterações na metodologia. Refinou as sínteses, as formulações e os ensaios
para otimizar a eficácia e a segurança dos compostos estudados.

No entanto, foi importante adaptar e personalizar a metodologia de acordo


com os recursos disponíveis, as metas específicas e as regulamentações
aplicáveis. Assim, existem várias substâncias orgânicas importantes na farmácia,
como os alcalóides, antibióticos, estatinas, AINEs, corticosteroides, anestésicos
locais e diuréticos. Essas substâncias desempenham papéis essenciais no
tratamento de várias condições médicas, desde analgesia e redução da
8

inflamação até o controle do colesterol e o combate a infecções. Há uma ampla


gama de substâncias orgânicas utilizadas no desenvolvimento de medicamentos
para atender às necessidades terapêuticas dos pacientes. Contudo foi analisado
mais amplamente a nível de carboidratos, lipídios, aminoácidos, proteínas e
enzimas e por fim ácidos nucleicos.

Dessa forma foi feito um estudo a partir de artigos, monografia e recursos


encontrados na internet para o estudo de carbohidratos, lípidos, aminoácidos,
proteínas, enzimas e ácidos nucleicos envolvendo uma série de abordagens e
técnicas específica utilizando as seguintes mecanismo para cada um desses
componentes:

Carboidratos:

● Extração e purificação de carboidratos de fontes naturais.


● Identificação e caracterização de carboidratos através de métodos
espectroscópicos, como espectroscopia de infravermelho e
ressonância magnética nuclear.
● Determinação da composição e estrutura dos carboidratos utilizando
técnicas cromatográficas, como cromatografia em camada delgada e
cromatografia líquida de alta eficiência.
● Análise da atividade biológica dos carboidratos, como testes de ligação
a receptores específicos ou ensaios de atividade enzimática.

Lipídios:

● Extração e purificação de lipídios de amostras biológicas.


● Identificação e quantificação de lipídios por meio de técnicas
cromatográficas, como cromatografia gasosa e cromatografia líquida
de alta eficiência acoplada à espectrometria de massa.
● Determinação da estrutura e características dos lipídios utilizando
espectroscopia, como espectroscopia de infravermelho e ressonância
magnética nuclear.
● Avaliação da atividade biológica dos lipídios, incluindo testes de
atividade antimicrobiana, anti-inflamatória ou antioxidante.
9

Aminoácidos:

● Extração e purificação de aminoácidos de amostras biológicas.


● Identificação e quantificação de aminoácidos por meio de técnicas
cromatográficas, como cromatografia de troca iônica e cromatografia
líquida de alta eficiência.
● Análise da composição e sequência de aminoácidos em proteínas por
meio de técnicas de sequenciamento, como espectrometria de massas
de aminoácidos e sequenciamento de Edman.
● Avaliação da atividade biológica de aminoácidos isolados ou
incorporados em peptídeos, incluindo testes de atividade
antimicrobiana, antitumoral ou neurotransmissora.

Proteínas e enzimas:

● Isolamento e purificação de proteínas e enzimas de fontes biológicas.


● Caracterização de proteínas por meio de técnicas espectroscópicas,
como espectrometria de massas, espectroscopia de infravermelho e
ressonância magnética nuclear.
● Determinação da estrutura tridimensional de proteínas por técnicas
como cristalografia de raios-X e ressonância magnética nuclear.
● Avaliação da atividade enzimática por meio de ensaios bioquímicos
específicos para cada enzima, analisando a taxa de reação e a
especificidade do substrato.

Ácidos nucleicos:

● Isolamento e purificação de ácidos nucleicos, como DNA e RNA, de


amostras biológicas.
● Análise da sequência de nucleotídeos utilizando técnicas como
sequenciamento de Sanger ou sequenciamento de nova geração.
● Amplificação de segmentos específicos de DNA por meio de reação
em cadeia da polimerase.
10

3. DESENVOLVIMENTO

Carbohidratos, lípidos, aminoácidos, proteínas, enzimas e ácidos nucleicos


são componentes fundamentais dos sistemas biológicos e desempenham papéis
vitais em diversas funções celulares. Eles são alvos de estudo intensivo nas áreas
de bioquímica, biologia molecular e farmacologia, devido à sua importância na
compreensão dos processos biológicos e no desenvolvimento de terapias.

3.1 Carboidrato:

Os carboidratos são biomoléculas compostas por carbono, hidrogênio e


oxigênio. Eles são uma fonte de energia primária para os organismos,
desempenham papéis estruturais e estão envolvidos na comunicação celular. Além
disso, eles podem estar ligados a lipídios e proteínas, formando glicolipídios e
glicoproteínas, que desempenham funções importantes nas membranas celulares e
no reconhecimento celular.

Carboidratos possuem uma fórmula geral representada por CH2O e, portanto,


foram antes denominadas como "hidratos de carbono". Contudo, o arranjo dos
átomos em carboidratos tem pouca relação com moléculas de água. Carboidratos
contêm grandes quantidades de grupos hidroxila e são basicamente divididos em
dois grupos segundo outros grupamentos químicos presentes: aldeídos ou cetonas.
São divididos também de acordo com o tamanho de suas moléculas:
monossacarídeos (glucose), oligossacarídeos (lactose, sacarose) e polissacarídeos
(celulose, amido). As unidades monossacarídicas ligam-se geralmente por de
ligações O-glicosídicas em qualquer um dos carbonos da molécula.

A estereoquímica das moléculas de carboidratos é dependente da posição da


hidroxila do carbono anomérico (C-1) em relação ao restante da molécula, desta
forma os monossacarídeos são encontrados nas formas a ou p e sofrem 0 processo
de mutarotação. Alguns tipos de carboidratos ainda podem apresentar em sua
estrutura átomos de nitrogênio, fósforo e enxofre (NELSON e COX, 2000). Somado
a isso eles têm múltiplas funções nos organismos vivos, incluindo a participação em
estruturas como celulose, hemicelulose e pectinas, o armazenamento de energia
como glicogênio e amido, a função energética da glicose e a atividade biológica em
processos como a heparina. Além disso, a associação dos carboidratos com outras
11

moléculas orgânicas, formando glicolipídeos e glicoproteínas, desempenha um papel


crucial no metabolismo de diversas formas de vida animal e vegetal.

3.1.1 Extração e purificação

Desse modo a extração e purificação de carboidratos de fontes naturais se


desenvolve partindo das etapas:

● Preparação da amostra: A fonte natural contendo os carboidratos


desejados é selecionada e preparada para extração. Isso pode
envolver a moagem ou trituração da amostra para aumentar a
eficiência da extração.
● Extração: O objetivo é extrair os carboidratos da matriz da amostra.
Isso é feito utilizando solventes apropriados, como água, misturas de
solventes orgânicos ou soluções tamponadas. A escolha do solvente
depende das características dos carboidratos e da matriz da amostra.
● Filtração: Após a extração, a suspensão resultante é filtrada para
remover partículas indesejadas e impurezas insolúveis.
● Concentração: O extrato filtrado é concentrado por evaporação ou por
técnicas de desidratação, como liofilização ou uso de membranas de
osmose reversa. Isso ajuda a obter uma maior concentração de
carboidratos na solução.
● Purificação: A purificação dos carboidratos pode ser alcançada por
diferentes métodos, como precipitação seletiva utilizando solventes
específicos ou por técnicas cromatográficas, como cromatografia em
coluna ou cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Esses
métodos permitem separar e purificar os carboidratos de outros
compostos presentes na amostra.
● Análise e caracterização: Após a purificação, os carboidratos são
analisados e caracterizados para determinar sua identidade, pureza e
propriedades estruturais. Isso pode ser feito por técnicas
espectroscópicas, como espectroscopia de infravermelho (IR) ou
ressonância magnética nuclear (RMN), além de técnicas
cromatográficas para quantificação.
12

Ainda verificou-se que a extração e purificação de carboidratos podem variar


dependendo da fonte natural, dos tipos de carboidratos desejados e das técnicas
disponíveis. Os procedimentos podem ser adaptados e otimizados de acordo com a
finalidade específica da extração e as características dos carboidratos em estudo.

3.1.2 Identificação e caracterização

Ainda sob o estudo da identificação e caracterização de carboidratos podem


ser realizadas por meio de métodos espectroscópicos, como a espectroscopia de
infravermelho (IR) e a ressonância magnética nuclear (RMN), assim esses métodos
são aplicados:

Espectroscopia de infravermelho (IR): A espectroscopia de infravermelho


utiliza radiação eletromagnética na região do infravermelho para analisar as
interações moleculares dos carboidratos. Os carboidratos possuem grupos
funcionais específicos que absorvem a radiação infravermelha em frequências
características. O espectro de absorção resultante pode ser comparado com
bibliotecas de espectros de referência para identificar os carboidratos presentes na
amostra. Além disso, as intensidades e os padrões de absorção em diferentes
regiões do espectro podem fornecer informações sobre as estruturas e ligações
presentes nos carboidratos.

Ressonância Magnética Nuclear (RMN): A RMN é uma técnica que utiliza a


interação de átomos de hidrogênio com um campo magnético para obter
informações estruturais e dinâmicas das moléculas. No caso dos carboidratos, a
RMN de próton (1H-NMR) é frequentemente utilizada. Os espectros de RMN de
carboidratos fornecem sinais distintos para os diferentes grupos de hidrogênio
presentes nas moléculas. A análise desses sinais, juntamente com o acoplamento
de prótons vizinhos, permite a identificação das unidades estruturais dos
carboidratos, como anéis de açúcar e grupos funcionais. A RMN também pode ser
aplicada para determinar a configuração e a conformação dos carboidratos, bem
como para estudar interações com outras moléculas.

Esses métodos espectroscópicos, juntamente com outras técnicas analíticas


complementares, são essenciais para a identificação e caracterização dos
carboidratos. Eles fornecem informações sobre a estrutura, composição e ligações
13

químicas presentes nos carboidratos, auxiliando na compreensão de suas


propriedades funcionais e na avaliação da qualidade e autenticidade dos produtos à
base de carboidratos.

3.1.3 Determinação da composição e estrutura dos carboidratos

Cromatografia em Camada Delgada (CCD): A CCD é uma técnica simples e


econômica que permite separar e identificar diferentes compostos presentes em
uma amostra de carboidratos. Nesse método, uma placa revestida com uma camada
fina de adsorvente, como sílica gel, é utilizada como fase estacionária. A amostra
contendo os carboidratos é aplicada em uma linha na placa e, em seguida, é
desenvolvida em um solvente adequado. À medida que o solvente se move pela
placa, os carboidratos interagem com a fase estacionária de maneira diferente,
resultando em sua separação. Após a separação, os carboidratos podem ser
detectados por revelação com reagentes específicos ou por meio de detecção de
UV.

Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC): A HPLC é uma técnica


cromatográfica mais avançada que permite uma separação mais precisa e
quantificação dos carboidratos presentes em uma amostra. Nesse método, a
amostra é injetada em uma coluna cromatográfica contendo partículas de fase
estacionária de tamanho reduzido. A separação dos carboidratos é alcançada com
base nas interações específicas com a fase estacionária e a eluição com um
solvente móvel. Diferentes modos de separação, como cromatografia de exclusão
molecular ou cromatografia iônica, podem ser utilizados para analisar diferentes
características dos carboidratos. A detecção dos carboidratos separados pode ser
realizada usando diferentes técnicas, como detecção de UV, detecção de índice de
refração ou espectrometria de massas.

Essas técnicas cromatográficas são amplamente utilizadas na determinação


da composição e estrutura dos carboidratos. Elas permitem a separação,
identificação e quantificação dos carboidratos presentes em uma amostra,
fornecendo informações valiosas sobre sua composição monossacarídica, estrutura
de ramificação, tamanho molecular e distribuição de peso molecular. Além disso, a
combinação dessas técnicas cromatográficas com métodos de detecção sensíveis
14

permite a análise precisa de diferentes tipos de carboidratos em amostras


complexas, contribuindo para a compreensão de sua importância biológica e suas
aplicações em diversos campos, como a indústria alimentícia e farmacêutica.

3.1.4 Análise da atividade biológica dos carboidratos

A análise da atividade biológica dos carboidratos envolve a realização de


testes que avaliam sua interação com receptores específicos ou sua capacidade de
ativar ou inibir atividades enzimáticas.

Testes de ligação a receptores específicos: Os carboidratos podem interagir


com receptores presentes nas células e tecidos, desempenhando um papel
importante em processos biológicos. Para analisar a ligação dos carboidratos a
receptores específicos, podem ser utilizados ensaios como ensaio de ligação a
lectinas. As lectinas são proteínas que reconhecem e se ligam a carboidratos de
maneira específica. Nesse teste, os carboidratos são expostos a lectinas marcadas
com uma substância fluorescente ou enzima, e a presença de ligação é detectada
pela emissão de sinal fluorescente ou por reações químicas específicas.

Ensaios de atividade enzimática: Os carboidratos podem influenciar a


atividade de enzimas envolvidas em processos biológicos. Os ensaios de atividade
enzimática são utilizados para determinar se os carboidratos possuem a capacidade
de ativar ou inibir a atividade de enzimas específicas. Por exemplo, ensaios de
atividade enzimática podem ser realizados para avaliar a capacidade dos
carboidratos em inibir a atividade da enzima α-amilase, que está envolvida na
quebra de amido em açúcares simples. A inibição da atividade enzimática pode
indicar um potencial efeito regulatório ou terapêutico dos carboidratos.

Essas abordagens de análise da atividade biológica dos carboidratos são


importantes para entender seu papel e sua aplicação em processos biológicos.
Através desses testes, é possível avaliar a capacidade dos carboidratos de se
ligarem a receptores específicos e modular a atividade de enzimas, fornecendo
informações valiosas sobre suas propriedades bioativas. Essas informações podem
ser utilizadas no desenvolvimento de terapias e medicamentos baseados em
carboidratos, bem como na compreensão dos mecanismos biológicos em que estão
envolvidos.
15

Com esse ensaio foi possível utilizar para extrair e purificar polissacarídeos e
carboidratos de baixo peso molecular da polpa do fruto de Spondias cytherea (cajá)
usando solventes orgânicos e aquosos em extrações sequenciais. Além disso, os
pesquisadores pretendem caracterizar estruturalmente os polissacarídeos e
carboidratos de baixo peso molecular por meio de técnicas espectroscópicas (RMN),
espectrométricas (GC-MS) e métodos químicos. Também será feita a extração de
ácidos graxos da polpa da fruta, utilizando solventes orgânicos, e a determinação da
composição de ácidos graxos por GC-MS. Assim a composição e estrutura dos
carboidratos, polissacarídeos e ácidos graxos presentes no fruto de Spondias
cytherea, contribuindo para a caracterização e potenciais aplicações desses
componentes.

Com base no estudo dos carboidratos é importante para várias razões:


nutrição adequada, controle da glicemia, escolhas alimentares saudáveis, restrições
dietéticas e alergias, e rotulagem de alimentos. Saber quais carboidratos estão
presentes nos alimentos ajuda a planejar uma dieta equilibrada, controlar os níveis
de açúcar no sangue, escolher alimentos saudáveis, evitar ingredientes
problemáticos e cumprir as regulamentações de rotulagem.

3.2 Lipídios:

Os lipídios são moléculas orgânicas insolúveis em água e são essenciais para


a estrutura das membranas celulares. Eles também são uma importante reserva de
energia, atuam como isolantes térmicos e desempenham papéis críticos na
sinalização celular. Os lipídios incluem ácidos graxos, fosfolipídios, esteroides e
triglicerídeos, entre outros.

3.2.1 Extração e purificação

A extração e purificação de lipídios de amostras biológicas pode ser realizada


usando diferentes métodos, dependendo das características da amostra e dos
lipídios de interesse. Existem várias técnicas comumente utilizadas para essa
finalidade. Assim é possível extrair um purificar através da:

● Preparação da amostra: A amostra biológica (por exemplo, tecido,


células) é coletada e preparada para extração. Isso pode envolver a
16

moagem, homogeneização ou desintegração da amostra, dependendo


da sua forma.
● Extração lipídica: Existem diferentes métodos de extração lipídica,
como extração com solventes orgânicos. Um método comum é a
extração Soxhlet, que envolve a extração repetida da amostra com um
solvente orgânico, como hexano ou clorofórmio. Outros métodos
incluem a extração líquido-líquido, a extração por refluxo ou a extração
acelerada por solvente.
● Filtração e concentração: Após a extração, a solução contendo os
lipídios é filtrada para remover partículas indesejadas. Em seguida, o
solvente é evaporado sob vácuo ou por um fluxo de nitrogênio para
concentrar os lipídios.
● Purificação: Para purificar ainda mais os lipídios, podem ser utilizadas
técnicas adicionais, como cromatografia. A cromatografia em coluna, a
cromatografia em camada delgada (TLC) ou a cromatografia líquida de
alta eficiência (HPLC) podem ser empregadas para separar e purificar
os diferentes componentes lipídicos.
● Análise e caracterização: Após a purificação, os lipídios podem ser
analisados e caracterizados utilizando diversas técnicas, como
espectrometria de massas, ressonância magnética nuclear (RMN) e
cromatografia gasosa (GC).

Desse modo a extração e purificação de lipídios podem variar dependendo da


natureza da amostra biológica e dos lipídios específicos que se deseja isolar. Além
disso, é fundamental seguir os protocolos de segurança e as regulamentações
aplicáveis ao lidar com solventes orgânicos e amostras biológicas.

3.2.2 Identificação e quantificação de lipídios

A identificação e quantificação de lipídios por meio de técnicas


cromatográficas, como cromatografia gasosa (GC) e cromatografia líquida de alta
eficiência (HPLC), acopladas à espectrometria de massa (MS), é uma abordagem
comum e poderosa na análise de lipídios. Nesse processo:
17

● Preparação da amostra: A amostra contendo os lipídios é preparada


adequadamente antes da análise cromatográfica. Isso pode envolver a
extração e purificação dos lipídios, conforme mencionado
anteriormente.
● Cromatografia gasosa (GC): Na cromatografia gasosa, a amostra é
vaporizada e injetada em uma coluna cromatográfica. A coluna é
geralmente revestida com um material estacionário (por exemplo,
polietileno glicol) que interage seletivamente com os lipídios. A amostra
é então separada à medida que os componentes lipídicos são
transportados pela fase móvel de um gás inerte (como hélio) através
da coluna.
● Cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC): Na cromatografia
líquida de alta eficiência, a amostra é injetada em uma coluna
cromatográfica, que contém uma fase estacionária capaz de interagir
seletivamente com os lipídios. A fase móvel, geralmente uma
combinação de solventes orgânicos e aquosos, é bombeada através
da coluna, separando os componentes lipídicos com base em suas
propriedades químicas e de interação com a fase estacionária.
● Espectrometria de massa (MS): Após a separação cromatográfica, os
lipídios eluídos são direcionados para o espectrômetro de massa, onde
são ionizados e fragmentados em íons carregados. A análise dos
espectros de massa resultantes permite a identificação e
caracterização dos lipídios com base em seus padrões de
fragmentação específicos. Além disso, a quantificação dos lipídios
pode ser realizada por meio da comparação dos sinais de íons
específicos com padrões de calibração ou métodos internos de
referência.
● Análise de dados: Os dados obtidos a partir da cromatografia e
espectrometria de massa são processados e analisados utilizando
software especializado. Isso inclui a identificação de lipídios com base
em bancos de dados de espectros de massa, a quantificação dos
lipídios presentes na amostra e a geração de relatórios.
18

Por fim, a seleção das condições cromatográficas, incluindo a escolha da


coluna, solventes e parâmetros de separação, é crucial para obter resultados
precisos e confiáveis. Além disso, é necessário utilizar padrões de referência
autênticos e seguir protocolos adequados de controle de qualidade para garantir a
precisão e a validade dos resultados.

3.2.3. Determinação da estrutura e características dos lipídios

A determinação da estrutura e características dos lipídios pode ser realizada


por meio de espectroscopia, como espectroscopia de infravermelho (IV) e
ressonância magnética nuclear (RMN). Desse modo essas técnicas são aplicadas:

Espectroscopia de infravermelho (IV): A espectroscopia de infravermelho é


uma técnica que analisa a interação entre os lipídios e a radiação infravermelha. A
radiação infravermelha é absorvida de maneira única por diferentes grupos
funcionais presentes nos lipídios, permitindo a identificação de suas estruturas e
características.

● Preparação da amostra: A amostra de lipídios é preparada em uma


forma adequada para a análise de IV, geralmente na forma de filme ou
dissolvida em um solvente apropriado.
● Análise do espectro IV: O espectro IV é obtido ao passar radiação
infravermelha através da amostra e registrar as frequências de
absorção. O espectro resultante é uma representação gráfica da
intensidade da absorção em função do número de onda (ou
frequência). As características de absorção em regiões específicas do
espectro podem fornecer informações sobre os grupos funcionais
presentes nos lipídios, como ligações C-H, C=O, O-H, entre outros.
● Interpretação dos dados: A interpretação do espectro de IV envolve a
comparação das bandas de absorção observadas com dados de
referência de lipídios conhecidos. Isso permite identificar as estruturas
e características dos lipídios presentes na amostra, como a presença
de ésteres, ácidos graxos, glicerol e outros grupos funcionais.
19

Ressonância magnética nuclear (RMN): A RMN é uma técnica que explora as


propriedades magnéticas dos átomos presentes nos lipídios. A análise de RMN pode
fornecer informações detalhadas sobre a estrutura e a dinâmica dos lipídios.

● Preparação da amostra: A amostra de lipídios é preparada em um


solvente apropriado para a análise de RMN. Dependendo da técnica
de RMN utilizada, pode ser necessária a adição de um marcador ou
reagente específico para realçar sinais específicos dos lipídios.
● Aquisição do espectro de RMN: O espectro de RMN é obtido ao
submeter a amostra à aplicação de um campo magnético forte e pulsos
de radiofrequência. O comportamento dos núcleos atômicos presentes
nos lipídios, como o hidrogênio (1H) ou o carbono-13 (13C), é
registrado e analisado.
● Interpretação dos dados: A interpretação do espectro de RMN envolve
a análise dos deslocamentos químicos, que são indicativos das
posições químicas dos átomos na molécula do lipídio. Além disso, a
intensidade dos sinais de RMN pode fornecer informações sobre a
quantidade relativa dos diferentes componentes lipídicos na amostra.

A interpretação dos dados de espectroscopia de IV e RMN requer


conhecimento especializado e comparação com dados de referência. Em muitos
casos, a combinação de diferentes técnicas espectroscópicas é utilizada para obter
informações mais abrangentes sobre a estrutura e as características dos lipídios
analisados.

3.2.4. Avaliação da atividade biológica dos lipídios

A avaliação da atividade biológica dos lipídios, incluindo testes de atividade


antimicrobiana, anti-inflamatória ou antioxidante, pode ser realizada por meio de
uma variedade de métodos e técnicas. Assim as abordagens comumente usadas:

Atividade Antimicrobiana:

● Diluição em meio de cultura: Os lipídios são diluídos em um meio de


cultura bacteriano ou fúngico para avaliar seu efeito inibitório sobre o
crescimento microbiano.
20

● Disco de difusão: O lipídio é aplicado em um disco de papel


esterilizado colocado na superfície de uma placa de Petri contendo
uma cultura microbiana. A formação de uma zona de inibição ao redor
do disco indica atividade antimicrobiana.
● Contagem de unidades formadoras de colônias (UFC): Os lipídios são
testados em diferentes concentrações para determinar a concentração
mínima inibitória (CMI) ou concentração mínima bactericida (CMB), que
é a menor concentração capaz de inibir o crescimento bacteriano ou
matar as bactérias, respectivamente.

Atividade Anti-inflamatória:

● Ensaios de citotoxicidade celular: Os lipídios são testados em células


inflamatórias para avaliar seu efeito na produção de mediadores
inflamatórios, como citocinas pró-inflamatórias.
● Ensaio de inibição da ciclo-oxigenase (COX): A atividade dos lipídios
na inibição da enzima COX, envolvida na produção de mediadores
inflamatórios, pode ser avaliada usando-se ensaios enzimáticos.

Atividade Antioxidante:

● Ensaios de capacidade de sequestro de radicais livres: Os lipídios são


testados quanto à sua capacidade de neutralizar radicais livres,
utilizando-se métodos como o ensaio do radical livre DPPH
(2,2-difenil-1-picrilhidrazil) ou o ensaio do radical livre ABTS
(2,2'-azino-bis(3-etilbenzotiazolina-6-sulfônico)).
● Ensaios de inibição da peroxidação lipídica: Os lipídios são avaliados
quanto à sua capacidade de inibir a peroxidação lipídica induzida por
radicais livres em sistemas modelo.

Além desses métodos, existem outras técnicas específicas que podem ser
usadas dependendo do objetivo da avaliação e dos lipídios em estudo. É importante
ressaltar que a avaliação da atividade biológica dos lipídios requer rigor científico e a
realização de estudos controlados e repetidos para obtenção de resultados
confiáveis.
21

3.3. Aminoácidos:

Os aminoácidos são os blocos de construção das proteínas. Existem 20


aminoácidos comumente encontrados nas proteínas, cada um com uma estrutura
química única. As proteínas são macromoléculas essenciais para a estrutura e
função celular. Elas desempenham papéis fundamentais na catálise de reações
químicas (enzimas), transporte de substâncias, defesa imunológica, contração
muscular, entre muitas outras funções biológicas.

3.3.1.Extração e purificação de aminoácidos de amostras biológicas.

A extração e purificação de aminoácidos de amostras biológicas envolve uma


série de etapas. Aqui está um protocolo geral que descreve o processo:

Preparação da amostra:

● Pesar ou medir a quantidade apropriada da amostra biológica (por


exemplo, tecido, plasma, urina) e transferi-la para um tubo de ensaio
ou frasco adequado.
● Se necessário, homogeneizar a amostra para garantir uma distribuição
uniforme dos componentes.

Extração:

● Adicionar um solvente adequado à amostra para extrair os


aminoácidos. O solvente mais comumente utilizado é uma solução de
ácido clorídrico ou ácido tricloroacético.
● Agitar vigorosamente a amostra para permitir a extração dos
aminoácidos.
● Se necessário, realizar uma etapa de centrifugação para separar os
componentes sólidos da solução líquida contendo os aminoácidos.

Derivatização (opcional):

● Alguns aminoácidos não são facilmente detectáveis por técnicas


analíticas, como a cromatografia líquida. Nesses casos, é necessário
realizar uma etapa de derivatização para melhorar a detecção.
22

● A derivatização geralmente envolve a reação dos aminoácidos com um


reagente adequado para formar derivados estáveis e detectáveis. O
reagente comumente utilizado é o dinitrofluorobenzeno (DNFB) ou o
ortoprevidrinaftaleno (OPA).

Purificação:

● Após a extração e, se necessário, a derivatização, a amostra pode ser


purificada para remover impurezas e compostos interferentes.
● A purificação pode ser realizada por meio de técnicas de
cromatografia, como cromatografia em coluna ou cromatografia líquida
de alta eficiência (HPLC). Nesses métodos, uma fase estacionária é
usada para separar os aminoácidos com base em suas características
físicas e químicas.

Análise e quantificação:

● Os aminoácidos extraídos e purificados podem ser analisados e


quantificados usando técnicas analíticas, como cromatografia líquida
de alta eficiência (HPLC) ou espectrometria de massa.
● Os aminoácidos também podem ser identificados com base em seus
tempos de retenção cromatográfica e espectros de massa
característicos.

É importante ressaltar que os protocolos específicos podem variar


dependendo do tipo de amostra biológica, dos objetivos do estudo e dos
equipamentos disponíveis. É recomendado consultar a literatura científica ou buscar
orientação de especialistas para adaptar o protocolo às necessidades específicas da
pesquisa.

3.3.2. Identificação e quantificação de aminoácidos

A identificação e quantificação de aminoácidos por meio de técnicas


cromatográficas, como cromatografia de troca iônica (CTI) e cromatografia líquida de
alta eficiência (HPLC), podem ser realizadas da seguinte forma:

Cromatografia de troca iônica (CTI):


23

● Na CTI, uma coluna cromatográfica com resinas de troca iônica é


utilizada para separar os aminoácidos com base em suas cargas
elétricas.
● A amostra contendo os aminoácidos é injetada na coluna e, em
seguida, um gradiente de eluição é aplicado utilizando diferentes
concentrações de um tampão.
● À medida que os aminoácidos passam pela coluna, eles interagem
com as resinas de troca iônica. Aqueles com cargas positivas são
retidos e eluídos mais tarde, enquanto aqueles com cargas negativas
eluem mais rapidamente.
● Os aminoácidos são detectados por um detector adequado, como um
detector UV, e seus tempos de retenção cromatográfica são
comparados com os padrões de aminoácidos conhecidos para
identificação. A quantificação pode ser feita comparando as áreas dos
picos cromatográficos dos aminoácidos com padrões de concentração
conhecida.

Cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC):

● A HPLC é uma técnica de cromatografia que utiliza uma coluna


cromatográfica com partículas estacionárias de alta eficiência e um
sistema de bomba de alta pressão para permitir uma separação mais
rápida e eficiente dos aminoácidos.
● A amostra contendo os aminoácidos é injetada na coluna HPLC e
eluída utilizando uma fase móvel, geralmente uma mistura de
solventes orgânicos e tampões.
● À medida que a amostra passa pela coluna, os aminoácidos são
separados com base em suas interações com a fase estacionária da
coluna, como afinidade polaridade, tamanho molecular e interações
hidrofóbicas.
● Assim como no CTI os aminoácidos são detectados por um detector
adequado, como um detector UV ou detector de índice de refração, e
seus tempos de retenção cromatográfica são comparados com os
padrões de aminoácidos conhecidos para identificação. A quantificação
24

pode ser feita comparando as áreas dos picos cromatográficos dos


aminoácidos com padrões de concentração conhecida.

Em ambos os casos, é importante usar padrões de aminoácidos de referência


para identificação e quantificação corretas. Além disso, a seleção adequada do
método cromatográfico, otimização das condições experimentais e validação do
método são fundamentais para garantir resultados confiáveis e precisos.

3.3.3. Análise da composição e sequência de aminoácidos em proteínas

A análise da composição e sequência de aminoácidos em proteínas pode ser


realizada por meio de técnicas de sequenciamento, como espectrometria de massas
de aminoácidos e sequenciamento de Edman.

Espectrometria de massas de aminoácidos:

● Nesta técnica, as proteínas são hidrolisadas, ou seja, quebradas em


seus aminoácidos constituintes. Isso pode ser feito usando ácidos
fortes ou enzimas específicas, como a tripsina.
● Os aminoácidos resultantes são então submetidos a uma análise por
espectrometria de massas. Nesse processo, os aminoácidos são
ionizados e acelerados em um campo elétrico para determinar suas
massas.
● A massa de cada aminoácido é detectada e registrada, gerando um
perfil de massas que pode ser comparado com bancos de dados para
identificar os aminoácidos presentes na proteína original.
● A espectrometria de massas de aminoácidos é útil para determinar a
composição geral de aminoácidos em uma proteína, mas não fornece
informações sobre a ordem específica dos aminoácidos na sequência
da proteína.

Sequenciamento de Edman:

● Essa técnica permite determinar a sequência específica de


aminoácidos em uma proteína.
25

● O sequenciamento de Edman envolve a reação da proteína com o


reagente de Edman (fenilisotiocianato), que remove o aminoácido
N-terminal da proteína, sem afetar os aminoácidos restantes.
● O aminoácido removido é então derivatizado e identificado por
cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) ou espectrometria de
massas.
● O processo de reação de Edman é repetido em etapas sucessivas,
permitindo a identificação sequencial dos aminoácidos da proteína
original.
● No entanto, o sequenciamento de Edman tem limitações práticas, uma
vez que não é adequado para sequenciar proteínas longas e tem
dificuldades com certos tipos de resíduos de aminoácidos, como a
cisteína.

Nesse sentido, a espectrometria de massas de aminoácidos é utilizada para


determinar a composição geral de aminoácidos em uma proteína, enquanto o
sequenciamento de Edman é usado para identificar a sequência específica de
aminoácidos em uma proteína. Ambas as técnicas são valiosas para a
caracterização e estudo das proteínas.

3.3.4. Avaliação da atividade biológica de aminoácidos

A avaliação da atividade biológica de aminoácidos isolados ou incorporados


em peptídeos pode ser realizada por meio de diversos testes, dependendo da
atividade específica que se deseja avaliar. Aqui estão algumas abordagens comuns
para avaliar atividades antimicrobiana, antitumoral e neurotransmissora:

Atividade antimicrobiana:

● Testes de difusão em disco: Os aminoácidos ou peptídeos são


aplicados em discos de papel esterilizados e colocados na superfície
de uma placa de Petri contendo bactérias ou fungos. A formação de
uma zona de inibição ao redor do disco indica atividade antimicrobiana.
● Determinação da concentração inibitória mínima (CIM): Os
aminoácidos ou peptídeos são testados em diferentes concentrações
26

para determinar a menor concentração que inibe o crescimento


microbiano, conhecida como concentração inibitória mínima.

Atividade antitumoral:

● Ensaios de proliferação celular: Os aminoácidos ou peptídeos são


testados em linhas celulares tumorais para avaliar seu efeito na
inibição da proliferação celular. Isso pode ser feito utilizando ensaios
colorimétricos, como o ensaio de MTT
(3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio), ou ensaios de viabilidade
celular utilizando corantes vitais, como azul de tripan.

Atividade neurotransmissora:

● Ensaios funcionais em culturas de células ou tecidos: Os aminoácidos


ou peptídeos são aplicados em culturas de células neuronais ou
tecidos contendo neurônios. Os efeitos nos receptores ou
neurotransmissores podem ser avaliados por meio de técnicas como a
medida de correntes iônicas, potenciais de membrana ou liberação de
neurotransmissores.
● Ensaios comportamentais em modelos animais: Os aminoácidos ou
peptídeos podem ser administrados a animais para avaliar seus efeitos
comportamentais relacionados à neurotransmissão, como ansiedade,
depressão, aprendizado ou memória.

Em todos esses casos, é importante utilizar controles adequados e realizar


estudos controlados para comparar os resultados. Além disso, é fundamental seguir
os protocolos éticos e regulatórios para a utilização de modelos animais e linhas
celulares, bem como obter aprovação de comitês de ética, quando aplicável.

3.4 Enzimas

As enzimas são proteínas especializadas que atuam como catalisadores


biológicos. Elas aceleram as reações químicas vitais para a vida, aumentando sua
velocidade sem serem consumidas no processo. As enzimas são altamente
27

seletivas em relação aos substratos que podem catalisar e desempenham um papel


crucial no metabolismo, na síntese de biomoléculas e na regulação dos processos
celulares.

3.4.1. Isolamento e purificação de proteínas e enzimas

O isolamento e a purificação de proteínas e enzimas de fontes biológicas


envolvem várias etapas para separar e obter as moléculas de interesse em alta
pureza. Aqui está uma visão geral do processo:

Preparação da amostra:

● A fonte biológica contendo as proteínas ou enzimas desejadas é


selecionada, como células, tecidos ou fluidos biológicos.
● A amostra é processada para remover componentes indesejados,
como lipídios, carboidratos e ácidos nucleicos. Isso pode envolver
etapas de homogeneização, centrifugação e filtração para obter uma
fração rica em proteínas.

Extração:

● A extração é realizada para liberar as proteínas ou enzimas das células


ou tecidos.
● Diferentes métodos de extração são utilizados dependendo da
natureza das proteínas, como lise celular por congelamento e
descongelamento, sonicação, tratamento enzimático ou uso de
detergentes.
● Durante a extração, é importante manter condições adequadas, como
temperatura, pH e presença de cofatores, para preservar a atividade e
a estabilidade das proteínas ou enzimas.

Fracionamento e separação:

● Após a extração, as proteínas ou enzimas podem ser separadas com


base em suas propriedades físico-químicas, como tamanho molecular,
carga elétrica, afinidade ou solubilidade.
28

● Métodos comuns de fracionamento e separação incluem cromatografia


de afinidade, cromatografia por troca iônica, cromatografia de exclusão
molecular (gel-filtração), eletroforese em gel (SDS-PAGE) e
eletroforese capilar.
● Essas técnicas permitem obter frações enriquecidas em proteínas ou
enzimas de interesse, separando-as das outras moléculas presentes
na amostra.

Purificação:

● A etapa de purificação tem como objetivo remover impurezas e


contaminantes, bem como alcançar uma alta pureza da proteína ou
enzima.
● Pode envolver várias técnicas, como cromatografia de afinidade de alta
resolução, cromatografia de troca iônica de alta resolução,
cromatografia de afinidade reversa, cromatografia de interação
hidrofóbica e eletroforese em gel preparativo.
● Cada método de purificação é selecionado com base nas propriedades
específicas da proteína ou enzima e na compatibilidade com suas
características estruturais e funcionais.

Análise e caracterização:

● Após a purificação, as proteínas ou enzimas são caracterizadas para


verificar sua identidade, pureza, atividade e propriedades bioquímicas.
● Métodos comuns de análise incluem espectroscopia UV-Vis,
espectrometria de massas, eletroforese bidimensional, determinação
de atividade enzimática, ensaios de ligação a substratos ou ligantes
específicos, entre outros.

É importante ressaltar que o processo de isolamento e purificação de


proteínas e enzimas pode variar dependendo da fonte biológica, das características
das moléculas de interesse e dos objetivos específicos do estudo.

3.4.2. Caracterização de proteínas


29

A caracterização de proteínas por meio de técnicas espectroscópicas é uma


abordagem comum para determinar suas propriedades estruturais e funcionais. As
principais técnicas espectroscópicas usadas na caracterização de proteínas:

Espectrometria de Massas:

● A espectrometria de massas é uma técnica poderosa para determinar


a massa molecular das proteínas, bem como identificar modificações
pós-traducionais, heterogeneidades e interações com outros ligantes.
● Na espectrometria de massas, as proteínas são ionizadas e aceleradas
em um campo elétrico, resultando na separação de íons com base em
sua relação massa/carga (m/z).
● As proteínas são fragmentadas, e os fragmentos são analisados para
determinar suas massas e sequências de aminoácidos. Isso pode ser
feito usando diferentes técnicas de ionização, como espectrometria de
massa por ionização por electrospray (ESI-MS) ou MALDI-TOF
(Matrix-Assisted Laser Desorption/Ionization Time-of-Flight).

Espectroscopia de Infravermelho (IR):

● A espectroscopia de infravermelho é usada para analisar as vibrações


moleculares das proteínas, fornecendo informações sobre sua
estrutura secundária, composição e interações químicas.
● A técnica envolve a exposição das proteínas à radiação infravermelha
e a medição das frequências das vibrações moleculares resultantes.
● Os espectros de infravermelho podem revelar bandas características
que correspondem a estruturas secundárias, como hélices alfa e folhas
beta, bem como a presença de grupos funcionais específicos, como
amidas e ligações peptídicas.

Ressonância Magnética Nuclear (RMN):

● A RMN é uma técnica que permite a análise detalhada da estrutura


tridimensional das proteínas e suas interações moleculares.
30

● Neste método, as proteínas são expostas a um campo magnético forte


e, em seguida, pulsos de radiofrequência são aplicados para excitar e
detectar as respostas magnéticas dos núcleos atômicos presentes na
proteína.
● A análise dos espectros de RMN pode fornecer informações sobre a
estrutura tridimensional, dinâmica conformacional, interações
proteína-ligante e processos cinéticos das proteínas.

Desse modo, foi importante ressaltar que essas são apenas algumas das
técnicas espectroscópicas utilizadas na caracterização de proteínas. Outras
técnicas, como espectroscopia de fluorescência, espectroscopia de absorção UV-Vis
e ressonância paramagnética eletrônica (EPR), também são amplamente
empregadas dependendo das informações específicas que se deseja obter sobre as
proteínas.

3.4.3. Determinação da estrutura tridimensional de proteínas

A determinação da estrutura tridimensional de proteínas é uma tarefa


complexa, mas fundamental para compreender sua função e atividade. Duas das
principais técnicas utilizadas para a determinação da estrutura tridimensional de
proteínas são a cristalografia de raios-X e a ressonância magnética nuclear (RMN).

Cristalografia de raios-X:

● A cristalografia de raios-X é uma técnica amplamente utilizada para


determinar a estrutura tridimensional de proteínas.
● O primeiro passo é obter cristais de proteína de alta qualidade, que
envolve a purificação cuidadosa da proteína alvo e otimização das
condições de cristalização.
● Os cristais de proteína são expostos a um feixe de raios-X em um
difratômetro de raios-X, e os padrões de difração resultantes são
registrados em um detector.
● A partir dos padrões de difração, são obtidos dados de difração que
contêm informações sobre a distribuição de elétrons dentro do cristal
de proteína.
31

● O próximo passo é resolver o problema do faseamento, que consiste


em determinar as fases dos raios difratados. Isso pode ser feito usando
diferentes métodos, como o método de substituição de fases, o método
de isomorfismo anômalo ou o método de ressonância magnética
nuclear (RMN).
● Com os dados de difração e as fases, um modelo tridimensional da
proteína é gerado por técnicas de refinamento e modelagem molecular.
Isso envolve ajustar a estrutura do modelo aos dados experimentais e
otimizar sua conformação.

Ressonância Magnética Nuclear (RMN):

● A RMN é uma técnica poderosa para a determinação da estrutura


tridimensional de proteínas em solução.
● A primeira etapa envolve a produção de uma amostra de proteína
marcada com isótopos estáveis, como 15N ou 13C.
● A amostra é então submetida a experimentos de RMN
multidimensionais, nos quais pulsos de radiofrequência são aplicados
aos núcleos atômicos marcados na proteína e as respostas são
registradas.
● Com base nos dados de RMN, são obtidas restrições de distância,
ângulo e orientação entre os diferentes átomos da proteína.
● Essas restrições são usadas como entradas em algoritmos de cálculo
de estrutura para gerar modelos tridimensionais da proteína.
● O processo de cálculo de estrutura pode envolver técnicas como a
dinâmica molecular e o uso de bibliotecas de fragmentos protéicos
para melhorar a precisão e a confiabilidade dos modelos.

Tanto a cristalografia de raios-X quanto a RMN têm suas vantagens e


desafios. A escolha da técnica depende da natureza da proteína, sua disponibilidade
e a questão científica em foco. Em alguns casos, pode ser necessário utilizar uma
combinação de várias técnicas para obter informações mais completas sobre a
estrutura tridimensional de proteínas.
32

3.4.4. Avaliação da atividade enzimática

A avaliação da atividade enzimática pode ser realizada por meio de ensaios


bioquímicos específicos para cada enzima, que medem a taxa de reação e a
especificidade do substrato.

Seleção do ensaio adequado:

● Cada enzima tem suas características específicas, portanto, é


importante selecionar um ensaio que seja apropriado para a enzima
em questão.
● Existem vários tipos de ensaios disponíveis, como ensaios
colorimétricos, ensaios fluorimétricos, ensaios espectrofotométricos e
ensaios radiométricos. A escolha do ensaio depende da natureza da
enzima e das propriedades do substrato e do produto da reação.

Preparação dos reagentes:

● Os reagentes necessários para o ensaio são preparados. Isso pode


incluir o substrato específico para a enzima, bem como outros
reagentes como tampões, cofatores ou coenzimas necessários para a
atividade enzimática.

Preparação da amostra:

● A enzima é purificada e concentrada a partir da fonte biológica ou pode


ser obtida comercialmente. A concentração da enzima na amostra
deve ser determinada para permitir o cálculo da atividade enzimática.

Realização do ensaio:

● O ensaio é realizado seguindo um protocolo específico para a enzima


em questão.
● Geralmente, o ensaio envolve a combinação da enzima, do substrato e
dos reagentes em um sistema de reação.
● A reação é iniciada pela adição do substrato e ocorre em condições
ótimas de pH, temperatura e tempo de reação.
33

● A taxa de reação é monitorada ao longo do tempo, medindo-se uma


mudança física ou química que ocorre como resultado da atividade
enzimática.
● Isso pode ser feito por meio de métodos espectrofotométricos,
fluorimétricos ou radiométricos, dependendo do tipo de ensaio
escolhido.

Análise dos dados:

● Os dados obtidos a partir do ensaio são analisados para determinar a


atividade enzimática.
● Isso pode envolver o cálculo da taxa de reação, a determinação da
quantidade de produto formado ou a análise da cinética da reação.
● A atividade enzimática é expressa em unidades específicas para cada
enzima, como unidades internacionais (UI) ou micromoles por minuto
(µmol/min).

A avaliação da atividade enzimática fornece informações importantes sobre a


função e a eficiência das enzimas, bem como sua interação com os substratos.
Esses ensaios bioquímicos são essenciais para o estudo e a compreensão da
atividade enzimática em diversos contextos, como pesquisa básica,
desenvolvimento de fármacos e diagnóstico de doenças.

3.5 Ácidos nucleicos

Os ácidos nucleicos, como o DNA e o RNA, são responsáveis pelo


armazenamento, transmissão e expressão da informação genética. O DNA é a
molécula que contém a informação genética de um organismo, enquanto o RNA
desempenha um papel intermediário na síntese de proteínas. Essas moléculas são
cruciais para a replicação e hereditariedade, bem como para a regulação dos
processos celulares.

3.5.1. Isolamento e purificação de ácidos nucleicos

O isolamento e purificação de ácidos nucleicos, como DNA e RNA, de


amostras biológicas são passos cruciais em muitas pesquisas e aplicações na área
da biologia molecular. Existem diferentes métodos e kits comerciais disponíveis para
34

esse propósito, mas aqui está uma visão geral do processo geral de isolamento e
purificação de ácidos nucleicos:

Preparação da amostra:

● A amostra biológica contendo os ácidos nucleicos é coletada, como sangue,


tecido, células, fluidos corporais, microrganismos, entre outros.
● A amostra é tratada de acordo com o tipo de tecido ou células presentes para
romper as membranas celulares e expor os ácidos nucleicos.
● Dependendo do tipo de amostra, pode ser necessária a extração prévia de
proteínas e lipídios para evitar interferências na pureza dos ácidos nucleicos.

Lise celular:

● A lise celular é realizada para liberar os ácidos nucleicos das células.


● Isso pode ser feito por diferentes métodos, como lise mecânica (usando
homogeneização, ultrassom ou moagem), lise química (usando detergentes)
ou lise enzimática.

Precipitação de proteínas e lipídios:

● Após a lise celular, proteínas e lipídios são precipitados e removidos da


solução.
● Isso pode ser feito por métodos como centrifugação, adição de agentes
precipitantes (por exemplo, fenol/clorofórmio) ou uso de colunas de filtração.

Purificação do ácido nucleico:

● O ácido nucleico (DNA ou RNA) é separado da solução, geralmente por


precipitação ou colunas de separação.
● A precipitação pode ser realizada por adição de álcool frio (como etanol ou
isopropanol), que provoca a coagulação dos ácidos nucleicos, que podem ser
recuperados por centrifugação.
● As colunas de separação são baseadas em princípios de afinidade química e
podem utilizar membranas, resinas ou partículas com ligantes específicos
para se ligarem ao ácido nucleico.
35

Lavagem e eluição:

● O ácido nucleico purificado é lavado para remover impurezas, como sais e


contaminantes residuais.
● Em seguida, o ácido nucleico é eluído da matriz de purificação com um
tampão adequado, resultando em uma solução contendo o DNA ou RNA de
interesse.

Avaliação da qualidade e quantificação:

● A qualidade e a concentração do ácido nucleico purificado são avaliadas por


técnicas como eletroforese em gel, espectrofotometria, fluorimetria ou
métodos baseados em reagentes específicos.
● Essas análises fornecem informações sobre a integridade, pureza e
concentração do ácido nucleico.

Sendo assim, fica importante seguir os protocolos específicos do kit ou


método escolhido para o isolamento e purificação de ácidos nucleicos, pois
diferentes amostras e objetivos podem exigir abordagens diferentes. Além disso, a
atenção às boas práticas de laboratório, como a prevenção de contaminação e a
utilização de reagentes de alta qualidade, é fundamental para obter resultados
confiáveis.

3.5.2. Análise da sequência de nucleotídeos

A análise da sequência de nucleotídeos utilizando as técnicas de sequenciamento


de Sanger e sequenciamento de nova geração (NGS).

Sequenciamento de Sanger:

● O sequenciamento de Sanger, também conhecido como sequenciamento de


DNA tradicional, é um método clássico de sequenciamento de DNA. Aqui está
o processo básico:
● Preparação do DNA: O DNA alvo é amplificado e preparado para a reação de
sequenciamento, geralmente por meio de PCR (Reação em Cadeia da
Polimerase).
36

● Reação de Sequenciamento: A reação de sequenciamento de Sanger utiliza


DNA polimerase e misturas de desoxinucleotídeos (dNTPs), juntamente com
pequenas quantidades de nucleotídeos modificados, conhecidos como
dideoxinucleotídeos (ddNTPs), que são marcados com cores diferentes.
● Extensão da Cadeia de DNA: Durante a reação de sequenciamento, a DNA
polimerase incorpora os ddNTPs marcados aleatoriamente na cadeia em
crescimento. Como os ddNTPs não possuem um grupo 3'-OH, eles terminam
a cadeia de DNA em diferentes posições.
● Separação e Detecção dos Fragmentos: Após a reação de sequenciamento,
os fragmentos de DNA resultantes são separados por eletroforese em gel de
poliacrilamida. Em seguida, os fragmentos são visualizados e analisados por
um sequenciador automático que detecta as cores dos ddNTPs, revelando a
sequência de nucleotídeos.

Sequenciamento de Nova Geração (NGS):

● O sequenciamento de nova geração é uma tecnologia mais avançada que


permite a análise de sequências de DNA e RNA em larga escala. Aqui está o
processo básico:
● Preparação da Biblioteca: A amostra de DNA ou RNA é fragmentada e
adaptadores são adicionados às extremidades dos fragmentos. Esses
adaptadores contêm sequências necessárias para a amplificação e a
identificação dos fragmentos durante o sequenciamento.
● Amplificação: Os fragmentos de DNA ou RNA adaptados são amplificados por
PCR ou por amplificação isoterma para criar múltiplas cópias dos fragmentos,
formando uma biblioteca de DNA.
● Sequenciamento: Na plataforma de NGS, os fragmentos são sequenciados
simultaneamente em milhões de pequenas reações em uma placa ou fluxo
celular. Cada fragmento é amplificado e sequenciado por síntese de DNA em
tempo real, onde a incorporação de nucleotídeos é detectada e registrada.
● Análise de Dados: Os dados brutos gerados pelo sequenciador de nova
geração são processados e convertidos em sequências de nucleotídeos
usando algoritmos de bioinformática. As sequências são então alinhadas a
37

uma referência genômica e analisadas para identificar variantes, mutações ou


outros elementos de interesse.

Sendo o sequenciamento de Sanger é mais adequado para sequenciamento


de DNA de menor escala e para análise de sequências específicas, enquanto o
sequenciamento de nova geração é mais rápido e permite a análise de genomas
inteiros e múltiplas amostras em paralelo.

3.5.3. Amplificação de segmentos específicos de DNA

A amplificação de segmentos específicos de DNA por meio da Reação em


Cadeia da Polimerase (PCR - Polymerase Chain Reaction) é uma técnica
amplamente utilizada na biologia molecular para obter cópias múltiplas de um
segmento específico de DNA. A PCR é realizada em termocicladores, que permitem
a variação de temperatura necessária para as etapas da reação. Sendo o processo
da PCR:

Preparação da reação:

● Prepara-se um tubo de reação contendo o DNA alvo, primers específicos,


dNTPs (desoxirribonucleotídeos trifosfato) e uma enzima DNA polimerase
termoestável, como a Taq DNA polimerase.
● Os primers são oligonucleotídeos curtos, projetados para se ligarem às
sequências complementares nos extremos do segmento de DNA alvo que se
deseja amplificar.

Etapas da PCR:

● Desnaturação: A amostra é aquecida a uma temperatura elevada (geralmente


entre 94-98°C) para desnaturar o DNA, separando as duas fitas
complementares.
● Anelamento (Annealing): A temperatura é reduzida para permitir que os
primers se liguem às sequências alvo específicas (geralmente entre 50-65°C).
● Extensão/Elongação: A temperatura é aumentada para permitir que a DNA
polimerase sintetize uma nova cadeia de DNA complementar usando os
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dNTPs disponíveis. Isso ocorre na faixa de temperatura ótima para a


atividade da enzima DNA polimerase (geralmente entre 68-72°C).
● Repetição dos ciclos: As etapas de desnaturação, anelamento e extensão são
repetidas em um ciclo de temperatura definido (geralmente 25-35 ciclos).

Resultados:

● Após os ciclos de PCR, ocorre a amplificação exponencial do segmento de


DNA alvo, resultando em uma grande quantidade de cópias do DNA
desejado.
● Os produtos amplificados podem ser analisados por técnicas como
eletroforese em gel para confirmar o tamanho e a pureza do fragmento
amplificado.

A PCR é uma técnica poderosa e versátil, utilizada em diversas aplicações,


como diagnóstico de doenças genéticas, análise de sequências de DNA, estudos de
expressão gênica, análise forense, entre outras. É importante ter cuidado para evitar
contaminação cruzada durante a manipulação dos reagentes e seguir as boas
práticas de laboratório para obter resultados precisos e confiáveis.

O estudo desses componentes biológicos é de extrema importância, pois eles


são essenciais para a compreensão dos mecanismos biológicos e para o
desenvolvimento de terapias farmacológicas. Aprofundar o conhecimento sobre suas
estruturas, funções e interações moleculares permite avanços significativos na área
da saúde, desde o desenvolvimento de medicamentos direcionados até o
diagnóstico e tratamento de doenças genéticas e infecciosas. Além disso, a
compreensão dessas biomoléculas permite a manipulação e engenharia de sistemas
biológicos, abrindo caminho para a biotecnologia e a medicina personalizada.

Assim, essas substâncias orgânicas desempenham um papel importante no


desenvolvimento de tratamentos inovadores devido às suas propriedades e
interações com sistemas biológicos. Nesse sentido vem a influências nos
medicamentos de modo que a grande maioria dos medicamentos atualmente
disponíveis no mercado é composta por substâncias orgânicas. A descoberta e o
desenvolvimento de novos fármacos envolvem a síntese e modificação de
compostos orgânicos para obter moléculas com atividade terapêutica. A estrutura
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química das substâncias orgânicas permite que elas interajam de maneira seletiva
com alvos específicos no organismo, como proteínas, enzimas ou receptores,
modulando suas atividades e proporcionando efeitos terapêuticos desejados.
Na química medicinal é uma disciplina que utiliza princípios da química
orgânica para projetar e otimizar moléculas com atividade biológica. Os químicos
orgânicos estão envolvidos no desenvolvimento de estratégias sintéticas para criar
compostos com propriedades farmacológicas desejadas, como eficácia, seletividade,
biodisponibilidade e segurança. Bem como a Terapia gênica e terapia celular para
entregar genes terapêuticos ou células modificadas para o organismo, são
necessários sistemas de entrega eficientes e seguros. Os vetores de transferência
de genes, como vírus modificados ou lipossomas, são geralmente compostos por
substâncias orgânicas. Além disso, a modificação de células para terapia celular
envolve a utilização de substâncias orgânicas, como vetores de transdução e
reagentes de transferência de genes.
Ainda nos biomateriais são utilizados em diversas aplicações médicas, como
implantes, próteses e dispositivos de liberação controlada de medicamentos. Muitos
biomateriais são baseados em substâncias orgânicas, como polímeros sintéticos ou
naturais. Esses materiais podem ser projetados e adaptados para promover a
regeneração de tecidos, fornecer suporte estrutural ou liberar substâncias ativas de
forma controlada, contribuindo para o desenvolvimento de tratamentos inovadores.
40

CONCLUSÃO
O estudo das substâncias orgânicas, incluindo carboidratos, lipídios,
aminoácidos, proteínas, enzimas e ácidos nucleicos, revela a riqueza e
complexidade dos sistemas biológicos. Ao explorar essas substâncias, podemos
desvendar os mecanismos vitais que sustentam a vida e aplicar esse conhecimento
em diversas áreas, desde a medicina até a biotecnologia.
A compreensão da estrutura, função e interações dessas substâncias
proporciona insights valiosos sobre os processos biológicos e abre caminho para
avanços científicos e tecnológicos significativos. As técnicas analíticas e os métodos
avançados de estudo nos permitem explorar em detalhes as propriedades e as
interações dessas moléculas complexas.
À medida que continuamos a investigar as substâncias orgânicas,
percebemos que seu papel vai além de suas funções básicas. Elas desempenham
papéis-chave na regulação de processos celulares, na comunicação entre células,
na resposta a estímulos externos e na manutenção da homeostase.
O estudo das substâncias orgânicas também nos ajuda a compreender
melhor as bases moleculares de doenças e distúrbios, abrindo caminho para o
desenvolvimento de novas terapias e tratamentos mais eficazes. Além disso, o
conhecimento dessas substâncias nos permite explorar oportunidades na
biotecnologia, como a produção de medicamentos, a modificação de organismos
para fins industriais e agrícolas, e o desenvolvimento de métodos diagnósticos mais
precisos.
À medida que continuamos a desvendar os segredos das substâncias
orgânicas, é fundamental manter uma abordagem ética e responsável, considerando
os impactos ambientais e sociais de nossas descobertas e aplicações. O estudo
contínuo dessas substâncias nos permite avançar no conhecimento científico e
enfrentar os desafios e oportunidades do mundo moderno.
Em suma, o estudo das substâncias orgânicas nos leva a uma jornada
fascinante pela complexidade e diversidade dos sistemas biológicos. É um campo
em constante evolução, impulsionado pela curiosidade humana e pela busca por
soluções inovadoras. Ao explorar essas substâncias, ampliamos nosso
entendimento da vida e abrimos portas para uma infinidade de aplicações que
podem beneficiar a humanidade.
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REFERÊNCIAS
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