Renal Parte1 1

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Disciplina de Fisiologia Veterinária

FISIOLOGIA RENAL

Prof.

Prof. Fabio Otero Ascoli


OBJETIVOS DA AULA

 Revisão da anatomia do sistema urinário,


principalmente do rim

 Aprender sobre as porções vascular e tubular do


néfron
 Comparar e diferenciar as células especializadas do
epitélio tubular

 Compreender o aparelho justaglomerular

Obs: É necessário conhecer as células epiteliais


OBJETIVOS DA AULA

 Compreender a função da filtração glomerular

 Aprender sobre a composição do filtrado glomerular

 Entender as forças que determinam a taxa de filtração


e seus reguladores

 Compreender os processos ativos e passivos da


reabsorção e secreção
ANATOMIA

O sistema urinário é composto por um par de rins, ureteres,


bexiga e uretra

Urina produzida pelos rins

Drena através do ureter

Armazenada na bexiga

Eliminada do corpo pela uretra


S – 3 Anatomy
ANATOMIA
ANATOMIA

Os rins estão localizados na região na região posterior do


abdomen, atrás do peritônio (retroperitoneal)

Os rins possuem rico suprimento sanguíneo que permite


continuamente filtrar e limpar o sangue

Aorta abdominal Artérias interlobares

Artérias interlobulares Artérias arqueadas

Artérias aferentes Artérias eferentes


S – 5 Anatom
ANATOMIA

Estrutura interna dos rins é composta por três distintas regiões

 Córtex renal

 Medula renal

 Pelve renal

S – 6 Anatomy
ANATOMIA

Inervação renal

 Inervação simpática

 Não apresenta inervação parassimpática

 Estruturas inervadas: vasculatura renal, todos


segmentos do néfron e células granulares

Obs: Atividade nervosa simpática produz mudanças na hemodinâmica


renal, no transporte tubular de água e íons e na secreção de renina

S – 6 Anatomy
INTRODUÇÃO DA FISIOLOGIA

Rins – realizam a manutenção do volume e da


composição do fluido extracelular e recebem 25% do débito
cardíaco

Células altamente especializadas

20% do plasma que entra no rim é filtrado

Filtrado = plasma com poucas proteínas e


macromoléculas

Nos túbulos renais a composição e o volume são


modificados pelos mecanismos de reabsorção e secreção
INTRODUÇÃO:

Reabsorção tubular = transporte de uma substância


do interior tubular para o sangue

Secreção tubular = transporte de uma substância do


sangue para o interior tubular

Excreção renal = eliminação final pela uretra


FUNÇÕES

1- Regulação do volume de água do organismo


Ex: 180 litros de plasma filtrados diário = 1 a 2 litros de urina
2- Controle do balanço eletrolítico

3- Regulação do equilíbrio ácido-base

4- Conservação de nutrientes

5- Excreção de resíduos metabólicos

6- Regulação hemodinâmica renal e sistêmica

7- Participação na produção de glóbulos vermelhos

8- Participação na regulação do metabolismo ósseo de cálcio e


fósforo (vitamina D na forma mais ativa)
ESTRUTURA RENAL

Rim unipiiramidais – pequenos ruminantes, carnívoros e equídeos

Rins Multipíramidais - grandes ruminantes e suíno


NÉFRON

1. Unidade funcional do rim - Consiste em um estrutura tubular


especializada relacionada intimamente com vasos sanguíneos

2. O número de néfrons variam consideravelmente entre as


espécies
3. Dentro de uma espécie, os números de néfrons são
constantes
4. Mamíferos apresentam dois tipos de néfrons: corticais e
justamedulares

S – 6.7 Anatomy
RELAÇÃO DE NÉFRONS CORTICAIS
E JUSTAMEDULARES
NÉFRON e SUPRIMENTO SANGUÍNEO

S – 8 Anatomy
NÉFRON e SUPRIMENTO SANGUÍNEO
ESTRUTURA DO NÉFRON

Néfron = corpúsculo renal e estrutura tubular

Corpúsculo renal = glomérulo capilar + cápsula de Bowman


ESTRUTURA DO NÉFRON
Estrutura tubular = túbulo proximal, alça de Henle, túbulo
distal e ducto coletor (cortical e medular)

S – 9 Anatomy
GLOMÉRULO
• É um enovelado capilar formado a partir da arteríola aferente

• Os capilares são sustentados por células mesangiais

• Local responsável pela filtração do sangue

• Cápsula glomerular (Bowman) é o final cego dilatado do néfron


(possuem parede dupla)
• Na filtração glomerular o plasma atravessa três camadas: endotélio
capilar, membrana basal e a parede interna da cápsula de Bowman
(epitélio visceral)

S – 10 Anatomy
GLOMÉRULO

• Endotélio capilar: camada única de células com extensões

citoplasmáticas cravadas por fenestras

• Membrana basal glomerular: estrutura acelular composta por

várias glicoproteínas, incluindo colágenos tipo IV e V,


proteoglicanos, laminina, fibronectina e entactina

• Epitélio visceral: camada de células aglomeradas, entrelaçadas


denominadas podócitos

S – 10 e 11 Anatomy
GLOMÉRULO

S-11 - Anatomy
TÚBULO CONTORNADO PROXIMAL
• Possui uma porção convoluta e outra reta

• Revestido por um epitélio cúbico simples, cujas células apresentam


duas membranas com diferentes permeabilidades e características de
transporte - membrana luminal ou apical e a membrana peritubular ou
basolateral

• Membrana luminal separa a célula da luz tubular

• Membrana basolateral limita a célula com interstício e capilares


peritubulares

• Suas células apresentam núcleo redondo, citoplasma rico em


mitocôndrias e a membrana apical apresenta a chama borda-em-escova

S – 12 Anatomy
ALÇA DE HENLE S – 13 Anatomy

• Este segmento só ocorre em aves e mamíferos

• Composto por três ramos: fino descendente, fino ascendente e grosso


ascendente

• As células dos ramos finos são delgadas, com poucas mitocôndrias e


raras microvilosodades na membrana apical e basolateral

• As células do ramo ascendente grosso possuem uma única camada de


células cúbicas, com raros microvilos e interdigitações basolaterais. Suas
células contêm mitocôndrias largas e alongadas. Formam complexos canais
celulares (segmentos diluidores).
TÚBULO DISTAL
• Possui células cúbicas, com poucos microvilos na região apical e
citoplasma com muitas e largas mitocôndrias

• Na região basolateral apresenta pregas que se encaixam em células


vizinhas, formando vias paracelulares
• Sua porção final tem mitocôndrias menores e menos numerosas (baixa
capacidade de transporte e alto gradiente de concentração)
DUCTO COLETOR S – 17 Anatomy

• Possui células cúbicas, com poucos microvilos na região apical e


citoplasma com muitas e largas mitocôndrias

• Apresenta dois tipos de célula: células principais ou claras e células


intercalares ou escuras (rica em anidrase carbônica)
• Células principais – estão em maior número (70%) e são responsáveis
pela reabsorção de sódio e secreção de potássio
• Células intercalares – representam 30%, diminuem à proporção que o
túbulo desce à medula, apresentando citoplasma com muitas
mitocôndrias (rica em anidrase carbônica)
S – 16 Anatomy
APARELHO JUSTAGLOMERULAR
FUNÇÃO: Auxiliam a regulação do fluxo renal e da taxa de filtração
glomerular
A porção inicial do túbulo contornado distal de cada néfron entra em
contato com seu correspondente glomérulo e suas respectivas arteríolas
aferentes e eferentes

Unidade vasotubular chamada de aparelho justaglomerular

Apresentam:
• Células granulares ou justaglomerulares – citoplasma rico em grânulos
com renina
• Células da mácula densa – detectam a variação de volume e composição
do fluido tubular distal
• Células mesangiais extraglomerulares – suporte estrutural, atividade
fagocítica e secretam prostaglandinas
REVISÃO DA FORMAÇÃO DA URINA S-3 - 10/ Glomerular

Filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular são os


processos responsáveis

Filtração glomerular – forma um ultrafiltrado do plasma e começa a


modificar ao entrar no túbulo, sendo chamado de fluido tubular

Reabsorção e secreção tubular – ocorre por todo comprimento do néfron

Definições:

Fluxo sanguíneo renal (FSR)– velocidade com que o sangue flui para os rins
(mL/min/kg)

Taxa de filtração glomerular (TFG) – velocidade de formação do filtrado


glomerular (mL/min/kg)

Fração de filtração (FF) – fração do plasma fluindo pelo glomérulo que se


torna filtrado glomerular
FORMAÇÃO DO FILTRADO

As substâncias são filtradas de acordo com o tamanho e propriedades


elétricas

A pressão arterial é um importante fator na filtração do sangue

Água e pequenos solutos são filtrados

Proteínas e células do sangue não são filtrados

A energia para filtração e fornecida pela pressão hidrostática e


pressão osmótica coloidal

s – 4, 5 Glomerular F
FORMAÇÃO DO FILTRADO

Ex: Capilar glomerular - PH = 60 mmHg e POC = 0


Espaco capsular – PH = 18 e POC = 32

Resultado: 60 – (32 + 18) = 10


s – 8, 9 Glomerular F
NATUREZA DO FILTRADO
 Denominado ultrafiltrado – Pq???

 Componentes maiores estão ausentes

 Proteinas com peso molecular de 70.000 e acima ficam excluidas do


filtrado

 A albumina, a menor das proteinas plasmaticas, possui peso molecular


médio de 69.000, e 0,2 a 0,3% da sua concentração plasmática pode
aparecer no filtrado

 A hemoglobina possui peso molecular de 68.000 e, quando nao ligada


aparece no filtrado em concentracao igual a cerca de 5% da sua
concentracao nao-ligada

 A hemoglobina no plasma que surge da lise intravascular normal dos


eritrócitos encontra-se ligada as haptoglobina (proteína plasmática)

Obs: O que e hemoglobinúria?


S-6, 7 – Glomerular)
FATORES QUE INFLUENCIAM A FILTRAÇÃO

A TFG e influenciada pelo di^ametro das arteriolas aferentes e eferentes

A dilatação da arteriola aferente aumenta o fluxo sanguíneo para o


glomérulo

A constricção da arteríola eferente aumenta a pressao hidrostática


glomerular

Moléculas carregadas positivamente são mais prontamente filtradas do


que as negativamente carregadas

Obs: A má perfusão dos rins pode levar a modificaõeses eletrostática da


membrana glomerular

s – 10, 11 Glomerular F
AUTO-REGULAÇÃO
É o fenômeno intrínseco ao rim e independente da atividade nervosa
renal. Mecanismos que atuam minimizando as mudancas da TFG

Existem dois mecanismos: miogênico e tubuloglomerular

Mecanismo miogênico:

Mudancas na pressão arterial afetam diretamente a constricção ou


dilatacão da arteríola e, consequentemente, o fluxo sanguineo glomerular

Ex: Pressão arterial maior – aumenta o estiramento – arteríola faz


vasoconstricção

Pressão arterial menor – reduz o estiramento – arteriola faz vasodilatação


s – 12, 1 Glomerular F
AUTO-REGULAÇÃO
Mecanismo tubuloglomerular:

Sensibilidade das células da mácula densa a osmolaridade do filtrado


e/ou a taxa do fluxo do tubular na porção terminal do ramo ascendente
de Henle

Ex: TFG aumentada devido a maior pressao hidrostatica glomerular–


aumenta o fluxo na m’acula densa e liberacao de Na e Cl –
vasoconstricção aferente - retorna a TFG e reduz fluxo do filtrado tubular

Ex: TFG reduzido devido a menor pressão hidrostática glomerular– reduz


o fluxo na mácula densa e liberação de Na+ e Cl -– secreção de renina e
das angiotensinas I e II – constricção das arteríolas eferentes – eleva a
pressão hidrostática - retornar a TFG e fluxo tubular ao normal
s – 13 Glomerular F
AUTO-REGULAÇÃO
Mecanismo tubuloglomerular:

Alta osmolaridade – Mácula densa libera vasoconstrictores e reduz o


diâmetro da arteríola aferente – TFG reduzida, reduçãoo do fluxo tubular
e aumento da reabsorção de sódio e cloro

Baixa osmolaridade – mácula densa reduz a liberacao de


vasoconstrictores e as celulas justaglomerulares liberam renina

s – 13 Glomerular F
TRANSPORTE TUBULAR
Refere-se a todos os fenômenos associados ao fluido tubular por
todo néfron e ducto coletor

Reabsorção tubular refere-se ao transporte de água e de soluto do


fluido tubular para capilares peritubulares

Secreção tubular esta associada ao transporte de soluto dos


capilares peritubulares para o fluido tubular
TRANSPORTE TUBULAR

Conceitos importante:

Transporte passivo Nao requer gasto de energia da célula para


transportar a substância pela membrana

Transporte ativo primário Processo no qual a energia liberada


do ATP e transmitida diretamente
para o carreador

Processo no qual usa o desequilíbrio


Transporte ativo secundário
criado pelo transporte primário para
mover uma substância adicional
TRANSPORTE TUBULAR

Conceitos importante:

Co-transporte – transporte simultaneo de dois ou mais compostos no


mesmo transportador na mesma direcao (ex: Na+ - glicose e Na+ -
aminoacido)

Contratransporte – movimento de um composto em uma direção,


dirigido pelo movimento de um segundo composto na direcão oposta
(ex: contra-transporte Na+ - H+)
Via Transcelular – passa através das membranas basolaterais e
luminal

Via Paracelular – passa através das tight junction


S-4 - early
TRANSPORTE TUBULAR

 TÚBULO CONTORNADO PROXIMAL


 Responsável pela reabsorção da maioria do ultrafiltrado. ( 60 a 80%
do filtrado são reabsorvidas antes que o liquido tubular deixe o túbulo
proximal.

 Via transcelular e a paracelular

 Reabsorção de 80% de Na+ e de 70% de Cl- filtrados

 Reabsorção de K+, HCO-3, Ca2+, Mg 2+, ureía, ác. úrico

 Reabsorção total de glicose e aminoácidos

 Reabsorção de peptídeos e proteínas de baixo peso molecular

 Secreção de H+
TRANSPORTE TUBULAR

 TÚBULO CONTORNADO PROXIMAL


Mecanismos na membrana basolateral:

 Transporte ativo de Na+ (ATPase de Na+, K+) localizada na


membrana plasmática basolateral

 Canais de íons de potássio – permitem o potássio retornar ao


interstício por difusão

 Contratransportador de HCO3-

 Glicose é transportada para fora da célula por difusão facilitada


Obs: Gradiente químico favorece a movimentação do cloro para o
sangue S- 9, 10 - early
TRANSPORTE TUBULAR

 TÚBULO CONTORNADO PROXIMAL

Mecanismos na membrana luminal:

 Canais de íons de sódio

 Contratransporte Na+/H+
 Co-transporte de Na+/ Glicose

Obs: Quais os efeitos da hiperglicemia (S-12 e 13 early) S- 11 - early


TRANSPORTE TUBULAR S- 16 - early

 RAMO DESCENDENTE DA ALÇA DE HENLE

 Membranas são permeáveis a água mas não ao NaCl (reabsorção de água


e secreção de sais e uréia)

 Poucas proteínas de membranas funcionam como canais

 Aumenta a osmolaridade do fluido tubular

 Neste segmento o transporte ativo de solutos é virtualmente inexistente. A


função do ramo fino é determinada por suas propriedades de permeabilidade
passiva e sua orientação espacial dentro da medula interna. Estas
características são essenciais para seu papel na absorção hídrica.
TRANSPORTE TUBULAR S- 17 - early

 RAMO ASCENDENTE DA ALÇA DE HENLE

 Reabsorção de sais. Impermeável à água

 Regulação da excreção de Mg2+

 Possui pouca e pequenas microvilosidades, muitos canais de íons e


carreadores de transporte ativo secundário

 Mecanismo na membrana luminal: co-transportador Na+, K+, 2Cl - , canais


de potássio
TRANSPORTE TUBULAR S- 18, 19 – early
S-14 anatomy

 RAMO ASCENDENTE DA ALÇA DE HENLE


(Segmento diluidores)
Mecanismo na membrana basolateral:

 ATPase de Na+, K+

 Canais de potássio

 Canais de cloro

Obs: Filtrado torna-se diluído


TRANSPORTE TUBULAR
 TÚBULO CONTORNADO DISTAL

 Reabsorção de pequena fração do NaCl, bicarbonato e cálcio

 Regulação da excreção de Ca2+

 Secreta hidrogênio e amônio, tanto reabsorve como secreta K+

 Capazes de reabsorver solutos contra um alto gradiente. Obs: Porção inicial é


relativamente impermeável à água

 Mecanismo na membrana basolateral: Na+, K+,- ATPase, canais de cloro, canais


de potássio

 Mecanismo na membrana luminal – co-transportador de NaCl e canal de sódio


TRANSPORTE TUBULAR S – 17, 18 Anatomy

 DUCTO COLETOR

 Reabsorção de NaCl

 Secreção de H+ (equilíbrio ácido/básico) e amônia

 Sem ADH – impermeável á água, dilui a urina


 Com ADH – permeável à água, concentra a urina

 Coletor cortical – Secreção de K+

 Coletor medular – Reabasorção ou secreção de K+ e Reabsorçãode uréia

Até a próxima aula!

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