Slide - Encontro I
Slide - Encontro I
Slide - Encontro I
eu Sou...
Escrita Criativa Terapêutica e
Autoconhecimento
Valdir de Oliveira
Reflexões Escrita terapêutica é exatamente o que
Percepções
parece: o ato de utilizar a escrita como
ferramenta terapêutica. Inúmeros
https://oficinadeescrita.com.br/escrita-terapeutica-exercicios/
Todos podem utilizar a escrita expressiva, mas as
pessoas introvertidas costumam se beneficiar mais com
a prática. É muito mais fácil contar ao papel do que
verbalizar traumas, desejos e sentimentos – além de ser
uma forma eficaz de organizá-los e vê-los de um novo
ângulo.
Escolha um exercício, trabalhe nele por alguns dias, leia
o que você escreveu depois de algum tempo e, se achar
necessário, procure a ajuda de um psicólogo. Tenho
certeza de que quanto mais você se conhecer, mais
equilibrada será a sua caminhada.
https://oficinadeescrita.com.br/escrita-terapeutica-exercicios/
"Uma forma habitual de utilizar a palavra no processo
arteterapêutico é através de processos de
desbloqueio criativo, levando quem experimenta a
uma condição propiciatória para que suas palavras
gerem mais palavras, sendo este caminho propício
para a produção e criação de textos e escritas
diversas.
https://oficinadeescrita.com.br/escrita-terapeutica-exercicios/
Considero que a escrita tem uma importante função
no processo arteterapêutico: escrever para
compreender a si mesmo... Pois as palavras guardam
em sua essência imagens diversas, que podem surgir
em associações livres, produtos da singularidade e da
subjetividade de cada um. E, neste contexto, palavras
são fontes geradoras, fornecem o fio de Ariadne para a
saída de labirintos, e matéria-prima para
significativas mutações psíquicas.
IMAGENS NA PALAVRA
Angela Philippini1
Para auxiliar estes processos de auto-descoberta,
outra possibilidade que considero extremamente
produtiva é usar os materiais expressivos e plásticos
para concretizar um livro especial e precioso. Como
cada palavra escrita tem sua sonoridade e seu campo
simbólico, poderá ser concretizada de formas diversas.
Assim, gradativamente, um livro vai surgindo página
por página, até a confecção da capa, que é a fase final
deste processo. Estes processos de escrita criativa para
construção de “livros feitos à mão” são chamados de
“self-books”.
A construção desses livros nasce da mescla entre afetos,
sonoridade (palavras e melodias) e subjetividade, pela
mediação da materialidade das formas dos recursos
plásticos e do colorido das imagens, sendo sua aplicação
terapêutica produtiva em muitas situações. O
simbolismo no processo de construção num “livro feito à
mão” é muito rico e abrange desde o significado das
imagens escolhidas, passando pelas mensagens das
legendas, até a escolha dos tipos de materiais plásticos
escolhidos para a capa e para o interior do livro.
Os relatos surgidos nos processos arteterapêuticos
fornecem o contexto, continente e alguns dos temas mais
frequentes que vejo surgir são intitulados como: Livro
dos Prazeres; Livro do Feminino; Meu Mundo; Meus
Projetos; Ah, se eu pudesse...!; Quando eu crescer...!; Eu
gosto quando...; Sabores da Infância; Memórias... Em
realidade, existe uma infinidade de outros temas, tantos
quantos as subjetividades necessitarem se expressar,
mas, na minha prática como Arteterapeuta estes foram os
temas que mais se repetiram.
Concluindo, em Arteterapia, a codificação
de emoções e afetos pela palavra
corresponde a mais uma, entre inúmeras,
possibilidades expressivas de acesso ao
inconsciente, oferecendo canal e
continente para sentimentos difusos e
muitas vezes desconhecidos.
Deste modo, a Escrita Criativa em Arteterapia não representa
exercício de gramática e ortografia, mas apenas um produtivo
recurso para ativação do processo criador, e uma possibilidade
de configurar novas informações na consciência. A escrita
oferece meios de estabelecer um efetivo diálogo silencioso do
indivíduo e fragmentos seus muitas vezes sombrios e
desconhecidos, que, em cada releitura destes textos
produzidos, tornam-se mais claros, pois, gradualmente os
significados vão sendo apreendidos pela consciência. Assim, no
processo arteterapêutico a escrita estabelece as pontes entre os
processos primários e secundários de elaboração psíquica,
oferecendo vias de acesso para que os conteúdos inconscientes
aflorem à consciência.
Outras estratégias abrangidas pela escrita são: livre
associação sobre imagens plásticas produzidas e posterior
codificação pela escrita, catalogação de imagens através de
títulos e criação de textos, a partir desses escritos
incidentais. Outras possibilidades são desdobradas a partir
da estimulação e desbloqueio do processo criador, através de
processos de imaginação ativa, elaborados a partir de textos,
poemas, contos e fábulas, desde que mantenham a conexão
ao campo simbólico presente no processo arteterapêutico,
para que possam surgir novas imagens, que posteriormente
gerarão outros textos próprios.
Outras alternativas vão apoiar-se na construção de
histórias geradas, a partir de imagens isoladas ou série de
imagens que, por sua vez, quando concluídas poderão ser
globalizadas em uma imagem síntese, que também poderá
gerar novas histórias em processo alternado e cíclico. Os
meios para combinar palavra e imagem são inúmeros. E
mesmo quando o cliente atendido não puder fazer uso da
escrita por ser analfabeto ou por ter perdido a capacidade
psicomotora da escrita, estes recursos serão utilizados
com a ajuda do arteterapeuta. No caso do cliente com
necessidades especiais na área visual poderão ser
agregados materiais com texturas diversas e elementos
sonoros e olfativos.
(...) a utilização de recursos artísticos em contexto terapêutico,
baseando-se na percepção de que o processo criativo envolvido
na atividade artística é terapêutico e enriquecedor na
qualidade de vida das pessoas. Age a serviço das leis da
necessidade interior do Homem e facilita o entrar em contato
com o poder de cada um (...). (ARCURI, 2006, p.21)
Referências Bibliográficas
GUTTMANN, Mônica. A Criação literária na arteterapia (nas páginas das
histórias e da poesia). In: CIORNAI, Selma (org.). Percursos em
Arteterapia. São Paulo: Summus, 2004.
PHILIPPINI, Angela. Linguagens e materiais expressivos em
arteterapia: uso, indicações e propriedades. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak,
2018.
Mônica Guttmann destaca que a palavra escrita permite a expressão visual da
história, o que é confortável para muitas pessoas. Pela escrita, é possível
expressar e organizar melhor pensamentos e emoções. A escrita também
permite que o enredo seja apagado, editado e reescrito quantas vezes for
necessário . Guttmann usa como ferramenta terapêutica a metáfora de que a vida
é um livro de páginas a serem conhecidas, criadas, exploradas e transformadas,
sendo a criação literária usada como instrumento de autoconhecimento,
crescimento, criatividade e desenvolvimento pessoal .