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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA

MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E


HUMANAS DEPARTAMENTO DE
PSICOLOGIA CURSO DE PSICOLOGIA

Gabriela Godoi Baumhardt

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NAS INTERVENÇÕES


ASSISTIDAS POR ANIMAIS NO CONTEXTO HOSPITALAR:
UMA REVISÃO DE LITERATURA

Santa Maria, RS
2021
Gabriela Godoi Baumhardt

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NAS INTERVENÇÕES ASSISTIDAS POR

ANIMAIS NO CONTEXTO HOSPITALAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Curso de Psicologia –
Habilitação do Psicólogo, da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM, RS)
como requisito parcial para a obtenção do
grau de Psicólogo

Orientadora: Profª. Drª. Samara Silva dos Santos

Santa Maria, RS
2021
Gabriela Godoi Baumhardt

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NAS INTERVENÇÕES ASSISTIDAS POR

ANIMAIS NO CONTEXTO HOSPITALAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Curso de Psicologia –
Habilitação do Psicólogo, da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM, RS)
como requisito parcial para a obtenção do
grau de Psicólogo

Aprovado em 26 de agosto de 2021

Samara Silva dos Santos, Drª. (UFSM)


(Presidente/Orientadora)

Jana Gonçalves Zappe, Drª. (UFSM)

Fabiane Ângelo Munhoz, Me.

Santa Maria, RS
2021
Dedico este trabalho aos meus pais que,
com todo amor e esforço, tornaram possível a
minha graduação. Também dedico a todos os
companheiros de quatro patas que fizeram e
fazem parte da minha vida.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, que possibilitaram minha dedicação


exclusiva à graduação e foram porto seguro, por todo o apoio, educação, amor,
esforço e confiança, desde sempre.
À minha família, em especial às minhas avós Romilda e Jani, por todo o amor
e carinho a mim dedicados e por sempre acreditarem em mim.
Ao meu namorado, Arthur, que vivenciou comigo todas as conquistas e
turbulências desta trajetória. Agradeço por todo afeto, companheirismo e apoio nos
momentos difíceis.
Às minhas amigas, Natiele e Rafaela, que com a irmandade tornaram minha
trajetória mais leve, muito obrigada!
Agradeço a todos os animais com os quais tive e tenho privilégio de conviver,
obrigada por serem exemplos de amizade, lealdade e carinho.
À Equipe Afago & Afeto, por toda a paciência em transmitir conhecimento
científico e ético para a atuação nas Intervenções Assistidas por Animais.
Agradeço a minha orientadora, Prof.ª Drª Samara Silva dos Santos por ter
aceitado embarcar comigo nessa temática tão bonita e por ter me motivado durante
todo o processo.
Aos membros da banca examinadora Prof.ª Dr.ª Jana Gonçalves Zappe e
Me. Fabiane Ângelo Munhoz por terem aceitado meu convite e colaborarem neste
momento da minha formação acadêmica.
Agradeço a todos os professores que cruzaram meu caminho durante a
formação, contribuindo para que me tornasse quem sou hoje.
RESUMO

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NAS INTERVENÇÕES ASSISTIDAS POR


ANIMAIS NO CONTEXTO HOSPITALAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autora: Gabriela Godoi Baumhardt


Orientadora: Profª. Drª. Samara Silva dos Santos

INTRODUÇÃO: As Intervenções Assistidas por Animais têm sido designadas como uma nova
estratégia de trabalho entre as ciências da saúde, sociais e educacionais. Observa-se que este tipo
de intervenção gera benefícios físicos, emocionais e sociais no ambiente em que é aplicada.
OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo investigar as contribuições e presença da
psicologia nas IAAs no contexto hospitalar. MÉTODO: Foi realizada uma pesquisa do tipo revisão
sistemática, que se utilizou de publicações científicas dos anos de 2015 a 2020, retiradas das bases
de dados SCIELO, PEPSIC, LILACS, BVSalud e PUBMED através dos descritores: Intervenções
Assistidas por Animais; Terapia Assistida por Animais; Atividade Assistida por Animais e Hospital.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nota-se um interesse crescente nas pesquisas na área, porém, no
que refere à Psicologia, apenas menções a benefícios e aspectos psicológicos foram feitas, sem
explicar estes processos e nem mencionar a atuação profissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Desta
forma, evidencia-se a necessidade de realizar maiores estudos que investiguem os processos
psicológicos decorrente das IAAs visto que a ciência psicológica tem muitas contribuições a fazer
para aprimorar o entendimento sobre os efeitos da intervenção em pessoas para assim, colaborar na
elaboração da prática em IAAs.

Palavras-chave: Intervenções Assistidas por Animais; Psicologia da Saúde; Hospital


ABSTRACT

CONTRIBUTIONS OF PSYCHOLOGY IN ANIMAL-ASSISTED INTERVENTIONS


IN
THE HOSPITAL CONTEXT: A LITERATURE REVIEW

Author: Gabriela Godoi Baumhardt


Supervisor: Profª. Drª. Samara Silva dos Santos

INTRODUCTION: Animal Assisted Interventions has been designated as a new work strategy among
the health, social and educational sciences. It is observed that this type of intervention generates
physical, emotional and social benefits in the environment in which it is applied. OBJECTIVE: This
study aims to investigate the contributions and presence of psychology in AAIs in the hospital context.
METHOD: A systematic review research was conducted, scientific publications from the years 2015 to
2020 were used, taken from the SCIELO, PEPSIC, LILACS, BVSalud and PUBMED databases using
the descriptors: Animal-Assisted Interventions; Animal-Assisted Therapy; Animal-Assisted Activity and
Hospital. RESULTS AND DISCUSSION: There is a growing interest in research in the area, however,
with regard to Psychology, only mentions of benefits and psychological aspects were made, without
explaining these processes or mentioning professional performance. FINAL CONSIDERATIONS: In
this way, the need for further studies to investigate the psychological processes resulting from AAIs is
evident, since psychological science has many contributions to make to improve the understanding of
the effects of intervention on people, in order to collaborate in the elaboration of practice in AAIs.
Keywords: Animal-Assisted Interventions; Health Psychology; Hospital
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AAA Atividade Assistida por Animais


AAII Intervenções Assistidas por Animais Internacional (Animal-Assisted
Interventions International)
APA Associação Americana de Psicologia (American Psychology
Association)
CFP Conselho Federal de Psicologia
EAA Educação Assistida por Animais
IAA Intervenção Assistida por Animais
IAAs Intervenções Assistidas por Animais
IAHAIO Associação Internacional de Organizações de Interaçã
Humano-Animal (International Association of Human-Animal o
Organizations) Interaction
PNHAH Política Nacional de Humanização na Assistência Hospitalar
SUS Sistema Único de Saúde
TAA Terapia Assistida por Animais
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 9
2 OBJETIVOS 10
2.1 OBJETIVO GERAL 10
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 11
3 REFERENCIAL TEÓRICO 11
3.1 A PSICOLOGIA DA SAÚDE NO CONTEXTO HOSPITALAR 11
3.2 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A RELAÇÃO HUMANO-CÃO 14
3.3 AS INTERVENÇÕES ASSISTIDAS POR ANIMAIS (IAAS) 18
4 METODOLOGIA 21
5 RESULTADOS 23
6 DISCUSSÃO 36
6.1 ASPECTOS PSICOLÓGICOS E CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NAS
IAAS.......................................................................................................................... 37
6.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXECUÇÃO DO TRABALHO DAS IAAS 40
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 41
REFERÊNCIAS 44
9

1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, observa-se que profissionais da saúde cada vez mais
buscam novas maneiras de humanizar o cuidado de usuários dos serviços de saúde
e, devido a este interesse, muitas práticas vistas como não tradicionais estão sendo
progressivamente mais estudadas, sendo um exemplo dessa busca as Intervenções
Assistidas por Animais (FERREIRA; GOMES, 2017).
Destaca-se que as IAAs podem ser realizadas com outros animais
domésticos, além dos cachorros, como: gatos, coelhos, tartarugas, pássaros,
cavalos e hamsters. Porém, o presente trabalho discorre sobre a Intervenção
Assistida por Animais com a utilização de cães, devido ao maior interesse da autora
bem como pelo cão ser o animal mais utilizado.
De acordo com a IAHAIO (Associação Internacional de Organizações de
Interação Humano-Animal) uma Intervenção Assistida por Animais (IAA) é “uma
intervenção estruturada e com objetivos que intencionalmente inclui ou incorpora
animais nas áreas de ciências humanas, saúde e educação, com o propósito de
ganhos terapêuticos em humanos.” (IAHAIO, 2018).
Dotti (2005) fez um levantamento na literatura acerca dos benefícios da
utilização das IAAs em diferentes contextos, dentre eles: melhora na comunicação e
expressão de sentimentos, diminuição de sintomas depressivos, estimulação de
afeto, melhora da cognição e percepção da realidade, melhora no quadro geral de
humor, melhora de sintomas de ansiedade generalizada e aumento da habilidade de
confiança.
É importante mencionar que alguns profissionais da área das IAAs enxergam
a relação entre humano e animal e seus benefícios como algo mágico e que, para a
construção de uma prática mais ética, devemos assumir uma posição crítica e
científica na compreensão dos princípios teóricos que fundamentam o uso dos
animais e o motivo pelo qual se mostra uma prática promissora (RAMOS; PRADO;
MANGABEIRA, 2016).
Kobayashi (2009) também menciona que a utilização de animais no ambiente
hospitalar contribui para a criação de um ambiente mais humanizado, com melhora
nas relações interpessoais e comunicação entre paciente e equipe, proporcionando
um aumento no bem-estar geral e emocional de pacientes.
Os benefícios citados vão ao encontro dos objetivos da Psicologia Hospitalar
10

que se propõe, através do conhecimento científico, a minimizar o sofrimento e


estresse gerado pelo processo de hospitalização no paciente e acompanhantes,
com a finalidade de auxiliar na ressignificação das suas vivências (ANGERAMI-
CAMOM, 2010; GORAYEB; GUERRELHAS, 2003).
A quantidade de estudos publicados sobre as IAAs no contexto hospitalar nos
últimos anos demonstra um interesse crescente da comunidade científica e a
relevância atual deste tema, porém as publicações da área da Psicologia ainda são
poucas. Ainda, o interesse da autora pela temática, além do caráter científico, foi
motivado também pela amizade e respeito pelos animais. A autora possui histórias
pessoais de carinho, cumplicidade e se beneficiou dos efeitos positivos resultantes
da interação com animais.
Diante deste cenário, este estudo justifica-se pela importância em identificar
as questões pertinentes à Psicologia em relação às IAAs em hospitais gerais,
principalmente acerca de como a Psicologia pode contribuir e recorrer aos
benefícios biopsicossociais deste tipo de intervenção além de demonstrar que as
IAAs são uma possibilidade de intervenção para psicólogos hospitalares.
Ainda, busca refletir sobre a execução das IAAs para que uma prática ética e
científica possa ser disseminada, além de contribuir para o desenvolvimento da
produção científica brasileira relativa à essa temática.
Neste sentido, a questão que norteia este estudo é: Quais as contribuições
da psicologia nas Intervenções Assistidas por Animais no contexto hospitalar?

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL


Pesquisar e identificar publicações de estudos científicos na área das
Intervenções Assistidas por Animais (IAAs) no contexto hospitalar, a fim de verificar
os possíveis efeitos do vínculo humano-animal neste ambiente. Além disso, busca-
se identificar o papel da psicologia e profissionais da psicologia que atuam na área
das IAAs, sobre as práticas realizadas, verificando os desafios e potencialidades
deste tipo de trabalho.
11

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Identificar e analisar a produção científica dos últimos cinco anos sobre as


Intervenções Assistidas por Animais no ambiente hospitalar e quais seriam as
contribuições da psicologia nestes trabalhos;
● Analisar a produção científica dos últimos 5 anos de modo a pensar as
dificuldades e potencialidades que são observadas no trabalho desenvolvido no
hospital pelos profissionais das IAAs;
● Refletir sobre as possibilidades de intervenção da psicologia nas interações
assistidas, tanto com os pacientes, acompanhantes e profissionais do hospital,
quanto com a equipe que promove as intervenções;
● Refletir sobre a importância de protocolos de execução do trabalho nas IAAs.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A PSICOLOGIA DA SAÚDE NO CONTEXTO HOSPITALAR

A temática da saúde foi interesse para a Associação Americana de Psicologia


(APA) apenas após William Schofield publicar o artigo "The role of psychology in the
delivery of health services" em 1969. O artigo foi notado por um comitê chamado
Novas Áreas Emergentes em Pesquisa (Newly Emerging Areas of Research -
NEAR) criado pelo Conselho de Assuntos Científicos da APA (Board of Scientific
Affairs - BSA) e, em 1973 foi criado uma Força-Tarefa em Pesquisas em Saúde, a
qual Schofield fazia parte, com o objetivo de coletar, organizar e divulgar
informações sobre o status de pesquisas em saúde (WALLSTON, 1997).
Em 1974, durante uma convenção da APA foi sugerido que fosse criado uma
nova divisão com foco na pesquisa em saúde. Em 1975, Schofield sugeriu ao
Comitê Executivo da Divisão 18 (Serviço Público), a qual o mesmo fazia parte
juntamente com outros membros da força-tarefa, que fosse incorporado a seção em
Pesquisa em Saúde à Divisão 18 e, no mesmo ano, 87 novos membros foram
adicionados à essa seção. Por conta da criação da Seção 2 na Divisão 18, a Força-
Tarefa finalizou seu trabalho em 1976 com a publicação do artigo "Contributions of
psychology to health research: Patterns, problems, and potentials" na revista
American Psychologist (WALLSTON, 1997).
12

Em 1977, Stephen Weiss foi nomeado para ser o presidente da Seção de


Pesquisa em Saúde (Seção 2, Divisão 18) e anunciou que trabalharia para fazer
com que a Seção 2 se tornasse uma Divisão dentro da APA. Foi quando Weiss
pediu ajuda a Joseph Matarazzo que era altamente respeitado por ter estabelecido o
primeiro Departamento de Psicologia Médica do Centro de Ciências da Saúde da
Universidade de Oregon, sendo um pioneiro na pesquisa em saúde. Juntos
conseguiram mais de 600 assinaturas a favor da criação de uma nova Divisão, que
foi aprovada pelo Conselho da APA. Então, em 1978 foi criada a Divisão 38 de
Psicologia da Saúde (WALLSTON, 1997).
A Divisão 38 da APA, juntamente com seu primeiro presidente Joseph
Matarazzo, destacou que a Psicologia da Saúde tem como objetivos: estudar a
etiologia das doenças orgânicas com foco nos fatores psicológicos,
comportamentais e sociais; considerar como as teorias e os métodos de pesquisas
psicológicas podem ser aplicados para potencializar e agir no desenvolvimento de
intervenções direcionadas à promoção da saúde; prevenção, tratamento de doenças
e todos os fatores que englobam o processo de adoecer e, buscar diálogo com os
representantes governamentais para aprimorar as políticas de saúde públicas bem
como o sistema de saúde pública (MATARAZZO, 1980; REMOR, 1999).
Dentro da temática de Psicologia da Saúde há diversas áreas de atuação,
sendo uma delas dentro de hospitais gerais ou hospitais especializados. O termo
Psicologia Hospitalar é utilizado no Brasil para designar o trabalho de psicólogos em
hospitais, termo este que não é utilizado em outros países, muito provavelmente
devido à alta concentração de psicólogos em hospitais (BUCHER, 2003; SEIDL &
COSTA, 1999). A especialização para a atuação na área hospitalar se concretizou
no ano de 2000 quando o Conselho Federal de Psicologia (CFP) promulgou a
Resolução de nº 014, regularizando a concessão de título de especialistas, incluindo
a Psicologia Hospitalar, posteriormente sendo atualizada para a resolução 13/2007.
Dito isso, a atribuição da Psicologia da Saúde diz respeito ao papel da
Psicologia, como profissão e ciência nas temáticas da saúde, abrangendo a saúde
física e mental, trabalhando lado-a-lado com a Medicina e com profissionais da
equipe multidisciplinar. Porém, de acordo com Trindade e Teixeira (1998; 2002), a
Psicologia transcende o campo de domínio médico ao considerar os aspectos
multifatoriais relacionados com a saúde e com a doença, uma vez que os conceitos
sobre a saúde e as doenças são vistos de maneiras diferentes perante questões
13

socioeconômicas e outros fatores culturais.


Desta forma, a Psicologia da Saúde, bem como a Psicologia Hospitalar, não
mantém seu foco de interesse na situação que acontece apenas em termos
biológicos, mas direciona sua atenção no jeito como o sujeito enxerga e acompanha
o seu estado de saúde, na sua conexão consigo mesmo, com os outros e com o
mundo. Assim, trabalhando para que o paciente consiga incorporar sua conjuntura
de doença em sua história de vida, engajando-se com o processo para que assim
consiga promover sua saúde e de sua família, precaver a doença e aceitar o seu
quadro clínico (BARROS, 1999).
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (2010), o psicólogo hospitalar
disponibiliza e desenvolve práticas em diferentes graus de tratamento, sendo tarefa
fundamental a avaliação e acompanhamento de alterações psicológicas dos sujeitos
que estão no processo de submeter-se a ferramentas hospitalares, buscando a
reabilitação e manutenção das saúdes desse paciente. O psicólogo hospitalar
igualmente propicia intervenções endereçadas à relação circular entre paciente,
equipe e família, assim como as implicações emocionais do processo do paciente
em relação à adoecer e ser hospitalizado (CFP, 2010).
Este processo de hospitalização representa para muitas pessoas uma
experiência traumática ou estressante e que, muitas vezes, é manifestada pela
ansiedade e pelo medo diante do ambiente desconhecido e ameaçador, em especial
para as crianças e adolescentes. Desta forma, a equipe de saúde tem um papel
importante para tornar tal processo menos traumático, empregando estratégias à
pacientes e sua família, através de cuidados individualizados e humanizados
(ICHITANI et al., 2016; KAWAKAMI; NAKANO, 2002; KOBAYASHI et al., 2009).
A importância do cuidado individualizado se dá visto que toda a gama de
subjetividade manifestada do paciente (sentimentos, desejos, pensamentos,
comportamentos, fantasias, lembranças, crenças, sonhos, conflitos e o estilo de
adoecer) podem ser perdidos no andamento do processo de hospitalização, fazendo
com que o paciente sofra uma espécie de despersonalização, descrito como o
sentimento de desaparecimento da identidade e autonomia do paciente. Essa
despersonalização pode apresentar-se como motivo da doença, como estimulador
do processo patogênico, como agravante do quadro clínico biológico, como
elemento de gerenciamento do adoecimento ou ainda como resultado desse
adoecimento. Desta forma, a psicologia hospitalar objetiva a construção simbólica do
14

processo de adoecer, ou seja, auxilia o sujeito a percorrer a vivência do


adoecimento por meio de sua subjetividade (SIMONETTI, 2004).
Keefe e Blumenthal (2004) destacam que o futuro da Psicologia da Saúde
está em ampliar o desenvolvimento do modelo biopsicossocial, que explica que os
comportamentos se caracterizam por processos biológicos, psicológicos e sociais
(STRAUB, 2005), isso porque os fatores psicossociais têm se mostrado presentes
em pesquisas relacionadas às intervenções em relação ao processo saúde-doença.
Desta maneira percebe-se que, devido à avanços na literatura e nos
contextos socioculturais, há a necessidade de entender de uma maneira mais ampla
o contexto saúde-doença e que, a psicologia mostra-se cada vez mais interessada
em desenvolver novos entendimentos e olhares para potencializar intervenções
visando o maior benefício do paciente (MOSIMANN; LUSTOSA, 2011).
Concomitantemente, o Ministério da Saúde com o Programa Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) procura disseminar medidas de
humanização no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de intervenções
regulamentadas, tornando os hospitais mais dinâmicos (BRASIL, 2001), podendo
assim, incorporar as IAAs como um recurso para estes objetivos.

3.2 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A RELAÇÃO HUMANO-CÃO

Os cães fazem parte do mundo humano há muito tempo. A domesticação dos


cães começou durante o período paleolítico quando os primeiros ancestrais comuns
aos lobos se aproximaram do ser humano (VILÀ et al, 1997), segundo Galibert et al.
(2011) essa aproximação ocorreu por parte destes ancestrais que foram atraídos
para aldeias por conta de alimentos de fácil acesso. No entanto, não há consenso da
arqueologia, genética e biogeografia sobre a data exata de quando isso ocorreu
(LARSON et al, 2012).
De acordo com Galibert et al (2011), a domesticação é um longo processo no
qual seres humanos são capazes de mudar traços fisiológicos e de comportamento
de outros seres ao longo das gerações. Alguns autores estimam que a
domesticação consciente iniciou-se a aproximadamente 14.000 anos e que, uma
espécie de domesticação não intencional, chamada protodomesticação, iniciou-se
há 135.000 anos (GALIBERT et al, 2011).
Desta maneira, Koler-Matznick (2002) conclui que ocorreu uma aproximação
15

progressiva entre humanos e animais que hoje evoluíram para cães domésticos. Tal
aproximação se deu, majoritariamente, pelo fornecimento de restos de comida, mas
também possíveis outras causas como, por exemplo: a ajuda desses animais na
caça (PAXTON, 2000), a seleção por parte dos humanos de traços morfológicos e
fisiológicos desses animais (MIKLÓSI, 2007), a inserção de filhotes de lobos nas
aldeias (GALIBERT et al, 2011) e a disposição destes animais de interagir e brincar
com seres humanos (KOLM et al 2020; HANSEN, TEMRIN 2020).
Da mesma maneira há indícios de vínculo afetivo dos humanos para com os
cães há muitos anos. Janssens et al. (2018) reexaminaram os restos mortais do “cão
de Bonn-Oberkassel” (com aproximadamente 14 mil anos de idade) e constataram
que o cão morrera por conta de uma infecção com alta taxa de mortalidade e que, se
o cão não tivesse sob cuidados de humanos, não teria sobrevivido o tempo que
sobreviveu. Concluíram então que os humanos possivelmente o ajudaram,
mantendo sua alimentação e higiene, sem pretensão de benefícios aos humanos
visto que o cão não poderia realizar qualquer serviço (como caça ou proteção)
devido a situação de doença. Essa evidência aponta vínculo afetivo desde os
primórdios da domesticação.
Consequentemente, o cão foi tornando-se cada vez mais parte do convívio do
ser humano. Porém, apenas no final da década de 90 o interesse de pesquisadores
sobre o comportamento canino cresceu potencialmente. Pesquisas demonstram
que, além das demais habilidades atribuídas aos cães, a que mais se destaca e
explica a grande relação entre cães e humanos é a grande habilidade social e
competência na interpretação de comportamentos sociais e comunicativos
encontrada em cães, que são até mesmo mais fortes do que as encontradas em
outros canídeos (MIKLÓSI et al, 2003; HARE et al, 2002).
Desta forma, começamos entender a maneira com que cães se relacionam
conosco, visto que ambos possuem sistemas de comunicação muito similares, com
grande ênfase nos sinais visuais do corpo e face (VAS et al, 2005). Além disso,
evidências indicam que essas habilidades sociais e cognitivas foram resultado do
processo de domesticação canina, visto que filhotes de lobos e lobos que foram
criados por seres humanos não possuem as mesmas habilidades de entendimento
de comportamentos e pistas gestuais humanas que um filhotes de cão possui
(HARE et al, 2002).
Devido a todas essas faces da relação humano-cão, outro ponto relevante se
16

dá na construção de laços de apego entre os mesmos. Diversos estudos


demonstram que cães constituem vínculos afetivos com humanos e que isso se dá
em todas as fases da vida do cão e em diversas situações (TOPÁL et al, 2005;
GÁCSI et al 2001). Desta maneira, desde muito novos os cães estão inseridos no
nosso contexto, o que favorece o desenvolvimento de habilidades de compreensão
de aspectos comunicativos e emocionais nessa espécie.
Em 2003, Call et al realizaram um estudo e concluíram que os cães também
variam o comportamento de acordo com o estado de atenção do ser humano.
Observaram que, quando dado um comando de proibição em relação à comida, os
cães que eram observados por humanos após esse comando, desobedeceram com
menos frequência. Outro estudo demonstra que cães avaliam o estado de atenção
ao julgar sinais comportamentais dos humanos, como contato visual e orientação
ocular e corporal (SCHWAB; HUBER, 2006).
Em 2011 um estudo foi conduzido por Marshall-Pescini et al. onde, após
experimentarem três situações distintas relacionadas à comida e comando de um
ser humano, concluíram que o papel do ser humano na interação com o cão é de
extrema importância para eles visto que os cães estão dispostos a seguir a
indicação de uma pessoa, mesmo quando isso é menos vantajoso (como escolher
uma porção menor de comida) e que os cães estão socialmente preparados para
confiar tanto nas indicações dadas pelo dono e por uma pessoa desconhecida e
amigável.
Estudos demonstram também que cães entendem e respondem a expressões
faciais e emoções humanas. Ruffamn e Morris-Trainor realizaram um estudo em 2011
onde, após um experimento no qual uma pessoa cumprimentava um cão e logo após
escondia-se atrás de uma tela e fingia chorar e em outro momento dava risada, foi
constatado que os cães interessavam-se e aproximavam-se mais quando havia a
simulação de choro. Outro experimento que alinha-se com esse estudo foi realizado em
2012 quando pesquisadores estavam interessados em investigar a existência de
comportamentos de empatia em cães quando colocados em situações onde havia uma
pessoa em estado de choro e sofrimento, independente de ser seu tutor ou não. Os
resultados demonstraram que os cães destinaram consideravelmente mais sua atenção
à pessoa que exibia o comportamento de choro do que à pessoa controle (expressão
neutra, falas neutras e produção de zumbido) e que, os comportamentos apresentados
pelos cães (aproximação de maneira submissa, olhar
17

com atenção, toque à pessoa) são consistentes com uma resposta empática, de
ajuda e de conforto e não uma ação conduzida apenas pela curiosidade
(CUSTANCE; MAYER, 2012).
Também em 2011, Deputte e Doll realizaram um estudo com o objetivo de
investigar se cães entendiam expressões faciais humanas (raiva, alegria, nojo e
medo) por meio de informação visual. O resultado do estudo indicou que os cães
demonstram comportamentos diferentes (aproximação, evitação e reação
emocional) para cada expressão facial e que, o comportamento variou de acordo
com a idade do cão, pois cães adultos reagiram mais ativamente à expressões de
raiva com comportamentos de evitação e à expressões de medo com
comportamentos voltados à atenção/curiosidade. Isso mostra como a convivência e
exposição interfere na resposta do cão para com o ser humano, exemplificando a
importância da socialização canina.
Em contrapartida, em 2012, Racca et al. realizaram um estudo importante no
qual após analisarem o processamento de imagens em cães referentes a
expressões faciais (amigável, neutra e ameaçadora) tanto de humanos quanto de
outros cães, concluíram que o processamento se dá de maneira dessemelhante, o
que aponta que cães percebem e diferenciam informações faciais das duas espécies
de forma diferente.
De qualquer maneira, o sucesso da relação de cães e humanos se deu
também pela grande simpatia que o ser humano tem para com os cães. Serpell
(2002) explica que, além da teoria da biofilia proposta por Edward Wilson em 1984
na qual o mesmo sugere que os seres humanos possuem uma conexão emocional
inata com outros seres vivos e com a natureza, é provável que os seres humanos
desenvolvem ligações emocionais, interagindo e cuidando de cães, pois assemelha-
se muito ao cuidado com bebês humanos, constituindo o laço de apego.
Desta forma, pode-se entender que cães são capazes de identificar e
responder a sinais visuais, auditivos, comportamentais, emocionais e sociais de
humanos e outros animais. Devido a isso, os cães começaram a ser utilizados para
fins específicos, o que levou à criação de raças com características individuais e
treinamento especial para diferentes propósitos como caça, guarda, pastoreio,
companhia, assistência e intervenção assistida por animais.
18

3.3 AS INTERVENÇÕES ASSISTIDAS POR ANIMAIS (IAAS)

Os primeiros registros da utilização de animais para fins terapêuticos


aconteceram em 1792 na Inglaterra, como uma atividade do projeto York Retreat,
fundado por William Tuke em uma instituição asylum. William Tuke era mercador e
iniciou o projeto com o intuito de atender e cuidar de pessoas institucionalizadas que
eram comumente negligenciadas e maltratadas na época. Nessa atividade, os
pacientes passeavam pelo pátio da instituição e cada grupo de pacientes tinha um
grupo de animais (coelhos, galinhas, gaivotas) para cuidar. Outra instituição pioneira
na utilização de animais para fins terapêuticos foi o Hospital Bethel, fundado em
1867 na Alemanha, onde diversos animais como cães, gatos e pássaros viviam nos
jardins e conviviam diariamente com os pacientes (SERPELL, 2010).
Este tipo de intervenção iniciou-se nos Estados Unidos apenas em 1919 por
meio da recomendação do uso de cães no hospital Saint Elizabeth em Washington,
referência no acolhimento de veteranos com doenças mentais, pelo secretário do
Interior, sugerindo que os cães, apesar de suas “limitações mentais”, eram de
"inigualável capacidade de afeição” e, por este motivo, poderiam entreter e fazer
companhia aos soldados.
Após estes inícios diversos outros programas de intervenções com animais
foram instaurados em diversos locais e contextos. Mas, apenas a partir da década
de 1960 que foram feitas maiores investigações acerca do potencial terapêutico
desta prática. Esse interesse da comunidade acadêmica se deu após o psiquiatra
infantil Boris Levinson publicar um livro chamado Pet-oriented child psychotherapy
onde ele conta sua experiência com o uso do seu cão, Jingles, durante a
psicoterapia de uma criança com histórico de dificuldade em construir vínculo com o
terapeuta. No livro ele conta que o encontro entre o cão e a criança foi acidental e
que, no final do atendimento, o paciente demonstrou interesse em retornar ao local
novamente para brincar com o cão. A partir disto, nas semanas seguintes o paciente
passou as sessões brincando com o cão e foi incluindo aos poucos o terapeuta nas
brincadeiras, possibilitando assim com que Levinson trabalhasse com a criança
(ROCHA; MUÑOZ; ROMA, 2016).
No Brasil, Nise da Silveira também utilizou animais no Hospital Psiquiátrico
Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, por um período antes da administração do hospital
criar algumas resistências. Nise utilizou cães e gatos em terapias com pacientes
19

psicóticos após observar a melhora de um paciente a quem delegou cuidados de


uma cadela abandonada no hospital. A partir disso, Nise tinha como objetivo atrair a
atenção dos pacientes e também afeto, além de tentar estabelecer com eles uma
ponte com o mundo real (SILVEIRA, 1998).
A partir da década de 1970 foram fundadas diversas organizações e
instituições, na sua maioria multidisciplinares, para produzir conhecimento científico
acerca da relação entre homem e animais. Atualmente, as maiores instituições estão
focadas em desenvolver e propagar uma prática ética e baseada em evidências,
visto que a área das IAAs está em processo de construção e isso pode abrir lacunas
para condutas que possam deixar a desejar a garantia do bem-estar dos envolvidos.
Devido a essa preocupação, algumas organizações criaram normas para a
execução das IAAs, as quais precisam ser observadas ao discutir sobre a prática
das IAAs, são elas: White Paper da IAHAIO, que propõe uma regulamentação
conceitual e as Normas de Prática da Animal Assisted Intervention International
(AAII), que propõe uma regulamentação sobre a execução das IAAs com cães. Vale
a ressalva de que não há produções científicas que façam uma análise crítica
acerca destes documentos, porém referenciam diversos estudos científicos ao
decorrer das orientações.
As Intervenções Assistidas por Animais (IAA), conforme citado anteriormente,
são intervenções estruturadas e com objetivos que intencionalmente inclui animais
em diversas áreas com pretexto de ganhos terapêuticos em humanos e são
divididas em:
a. Terapia Assistida por Animais (TAA): é uma intervenção terapêutica com
objetivos, planejamento, estrutura e deve ser fornecida por profissionais da saúde,
educação ou do âmbito social. O progresso deve ser medido e incluído na
documentação profissional e deve ser coordenado por um profissional formalmente
treinado (com licenciamento ativo, diploma ou equivalente) com especialização no
âmbito da prática profissional. A TAA tem como foco melhorar o funcionamento
físico, cognitivo, comportamental e/ou socioemocional do humano beneficiado com a
prática (IAHAIO, 2018).
b. Educação Assistida por Animais (EAA): é uma intervenção com objetivos,
planejamento, estrutura e deve ser realizada por profissionais de serviços
educacionais e ou afins. A EAA é conduzida por professores/pedagogos qualificados
(com graduação) em educação geral ou especial. A EAA, quando feita por
20

professores de educação especial, também é considerada terapêutica e uma


intervenção orientada com objetivos. O foco das atividades está nos objetivos
acadêmicos, habilidades pró-sociais e funcionamento cognitivo. O progresso do
aluno é medido e documentado (IAHAIO, 2018).
c. Atividade Assistida por Animais (AAA): é uma interação ou visitação informal
com objetivos, conduzida pela equipe humano-animal para fins motivacionais,
educacionais ou recreativos. A equipe humano-animal deve ter recebido pelo menos
treinamento introdutório bem como, preparação e avaliação para participar de visitas
informais. As equipes de humanos e animais que fornecem AAA também podem
trabalhar formal e diretamente com um profissional de saúde, educação ou do
âmbito social, com objetivos documentados específicos (IAHAIO, 2018).
Fodstad et al (2019) apontam que as três modalidades de IAA possuem
potencialidades de melhora na saúde biopsicossocial dos envolvidos. Segundo a
IAHAIO, há também a modalidade Coaching Assistido por Animais.
Todas as modalidades de IAAs podem ser realizadas em grupo ou em
ambiente individual e o profissional responsável, bem como a equipe envolvida,
deve ter conhecimento técnico adequado sobre o comportamento, necessidades,
saúde e indicadores e regulação do estresse dos animais envolvidos (IAHAIO, 2018;
AAII, 2019).
Os documentos norteadores utilizados nesta pesquisa apontam a importância
da garantia do bem estar dos animais envolvidos, desde o preparo até a execução
da intervenção. As Normas de Práticas publicadas pela AAII (2019) discorre que,
para estar apto a trabalhar nas IAAs, o cão deve ser socializado, dessensibilizado e
treinado de maneira que estará preparado para vivenciar o trabalho e o ambiente de
forma agradável e recompensadora.
O treinamento dos cães deve ser feito utilizando métodos positivos e
humanizados (MELLOR, 2017) e não devem ser colocados em risco físico ou
emocional durante o processo de treinamento e durante a execução da intervenção.
Destaca-se também a importância de monitorar o cão durante a IAA para sinais de
estresse, lesão, medo e cansaço, e que a intervenção deve ser encerrada
imediatamente se o bem-estar do cão estiver em risco (AAII, 2019).
A utilização de IAAs tem mostrado ótimos resultados em relação aos
benefícios do uso desse tipo de intervenção. Evidências científicas demonstram que
a interação com um cão de intervenções assistidas por animais pode ter efeitos
21

positivos em reduzir o estresse, ansiedade, dor, fadiga e aumentar o quadro geral de


humor em pacientes assistidos (COAKLEY; MAHONEY, 2009; HINIC; KOWALSKI;
HOLTZMAN; MOBUS, 2019; SOBO; ENG; KASSITY-KRICH, 2006; DELL et al,
2019; MARCUS, 2013).
Para além destes benefícios, estudos evidenciam que a interação com
animais durante uma IAA estimula a produção de ocitocina, hormônio relacionado ao
desenvolvimento de vínculos afetivos e, consequentemente, proporcionando
momentos de bem-estar possibilitando a diminuição da sensação de dor (WHITE,
2018). Também, a diminuição de níveis de hormônios estressores, como o cortisol,
foram evidenciados após a interação com o cão (BACHI; PARISH-PLASS, 2017).
Ademais, Nicoletti e Manuel (2019) ponderam que, a implementação das
IAAs no SUS se mostra uma prática viável com muitas potencialidades. Porém, para
pensar sobre a incorporação dessa prática no SUS é necessário refletir sobre os
inúmeros aspectos como a disponibilidade de profissionais e equipes capacitadas,
espaço físico, recursos financeiros e protocolos de execução.
Diante disso, do papel da Psicologia Hospitalar, dos benefícios citados e
também de acordo com Aguiar (2018) a utilização de IAAs dentro de hospitais se
mostra uma estratégia complementar às intervenções habituais e demonstra efeitos
positivos na humanização do ambiente hospitalar.
Isto posto, este estudo almeja identificar a participação da Psicologia e
analisar a literatura a fim de verificar as potencialidades do trabalho com as IAAs no
contexto hospitalar.

4 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura das Intervenções


Assistidas por Animais no contexto hospitalar. Segundo a American Psychological
Association (APA, 2012) a revisão de literatura tem um caráter crítico acerca de
materiais publicados considerando a evolução das pesquisas divulgadas. Este tipo
de revisão define a problemática com intuito de investigar como se encontra a
produção científica de determinada temática, identificando associações e distinções
para poder sugerir resoluções de problemas (HOHENDORFF, 2014).
Para a coleta dos artigos analisados neste estudo, foram consultadas as
bibliotecas digitais SCIELO e PubMed e bases de dados LILACS, PEPSIC e
22

BVSalud.
Foram utilizados os descritores em português e inglês: Intervenções
Assistidas por Animais/Atividade Assistida por Animais/Terapia Assistida por
Animais e Hospital. Para fazer cruzamento entre os termos, foram utilizados os
operadores booleanos “AND” e "OR", de acordo com o sistema de busca de cada
base de dados. Dentre os descritores citados, apenas “hospital” é um descritor
controlado do DeCS (Descritores da Ciência da Saúde), o que mostra a necessidade
de maiores estudos.
A busca ocorreu no mês de janeiro de 2021, sendo os critérios de inclusão: a)
artigos disponíveis na íntegra e gratuitamente; b) nos idiomas português, inglês e
espanhol; c) artigos empíricos, d) artigos inseridos no contexto hospitalar e e)
publicados no período de janeiro de 2015 a janeiro de 2021. A escolha deste período
foi decorrente da necessidade de evidenciar o conhecimento mais recente e atual
sobre a temática. E os critérios de exclusão sendo: a) artigos que não abordem
contribuições da área da psicologia, b) duplicidade e c) artigos que abordam
intervenções assistidas por animais que não utilizam cães.
Desta maneira, foram obtidos ao total 3.400 artigos, sendo 3 artigos
encontrados na base de dados Scielo, 3.128 artigos na base PubMed, 15 artigos na
base Lilacs, 03 artigos na base Pepsic e 251 artigos na base BVSalud.
Primeiramente foram analisados os títulos dos artigos e, desta forma, 3.308 artigos
não foram selecionados, sendo que 459 artigos se tratavam de revisões de
literatura, 1.439 artigos não estavam disponíveis para a leitura (pagos/sem acesso) e
1.410 artigos não tinham relação com o tema. Resultando em 92 artigos
selecionados para o próximo passo.
Na segunda etapa foi realizado a leitura dos resumos dos 92 artigos
selecionados, dos quais 43 não tinham relação com o tema determinado, 02 artigos
tratavam-se de revisões de literatura, 13 artigos não estavam disponíveis para
acesso, 07 artigos encontravam-se duplicados e 06 artigos discorriam sobre
intervenções assistidas com outros animais que não cães.
Por fim, obteve-se 21 artigos selecionados para serem lidos na íntegra
(conforme fluxograma abaixo), visto que a análise dos artigos busca evidenciar as
contribuições da psicologia para as IAAs e se estão presentes na literatura.
23

Fonte: criado pela autora (2021)

Os dados associados aos estudos foram organizados através de uma planilha


no Excel, incluindo: a base de dados que o artigo foi encontrado, título do estudo,
autores, país, área de atuação dos autores, local de publicação, ano de publicação,
participantes dos estudos, objetivo do estudo e tipo de estudo. Em seguida, realizou-
se a interpretação dos resultados e síntese do conhecimento dos principais
resultados evidenciados nos artigos incluídos no estudo.

5 RESULTADOS

Dentre os 21 artigos selecionados, 4 (19,05%) foram publicados em 2015, 3


(14,29%) em 2016, 3 (14,28%) em 2017, 1 (4,76%) em 2018, 4 (19,05%) em 2019 e
6 (28,57%) em 2020. Entre os países do qual o artigo originou, 2 (9,52%) artigos
24

foram publicados na Alemanha, 5 (23,81%) no Brasil, 1 (4,76%) em Portugal, 1


(4,76%) no Canadá, 1 (4,76%) no Chile, 2 (9,52%) na Espanha, 5 (23,81%) nos
Estados Unidos da América, 1 (4,76%) na Itália, 2 (9,52%) na República Tcheca e 1
(4,76%) na Suécia. De acordo com o idioma de publicação foram 13 (61,90%)
artigos em inglês, 02 (9,52%) em espanhol e 06 (28,57%) em português.
Em relação ao tipo de estudo: 07 (33,33%) são ensaios clínicos
randomizados, 02 (9,52%) ensaios clínicos não randomizados (quase-experimental),
04 (19,05%) estudos descritivos exploratórios, 02 (9,52%) pesquisas de intervenção,
02 (9,52%) estudos descritivos; 01 (4,76%) estudo cross-over, 01 (4,76%) análise de
conteúdo, 01 (4,76%) relato de experiência, 01 (4,76%) estudo observacional.
Em relação aos participantes dos estudos foram: em 03 (14,28%) artigos
crianças, em 02 (9,52%) artigos adolescentes, em 01 (4,76%) artigo crianças e
adolescentes, em 01 (4,76%) artigo crianças e acompanhantes, em 4 (19,05%)
artigos profissionais da saúde, em 07 (33,33%) artigos foram adultos, em 01 (4,76%)
artigo prontuários de crianças, em 01 (4,76%) artigo prontuários de adultos e em 01
(4,76%) artigo acompanhantes de crianças hospitalizadas e profissionais da saúde.
Em relação à área de conhecimento dos autores verificou-se que 15 artigos
possuem autores da área da Medicina, 07 da área da Enfermagem, 01 da área de
Terapia Ocupacional, 01 da área de Administração, 06 da área de Medicina
Veterinária, 01 da área de Odontologia, 02 de Fonoaudiologia, 02 da área da
Educação, 01 da área de Sociologia, 01 da área de Fisioterapia, 01 da área de
Biomedicina e 01 da área de Psicologia. Dentre os artigos, 15 eram
multidisciplinares, contendo autores de 2 áreas ou mais, sendo todos realizados no
contexto de ciências da saúde.
No quadro 1, encontra-se a descrição dos artigos de acordo com título do
artigo, autores, ano, país de origem, tipo de estudo e participantes do estudo e, logo
após, no quadro 2 encontra-se a descrição dos estudos de acordo com seus
objetivos e resultados encontrados.
25

Quadro 1 - Descrição dos artigos de acordo com o título, autores, ano e país. Santa Maria, RS, Brasil, 2021.

Número Título Autores Ano País Tipo de estudo Participantes


do do estudo
estudo

1 “Can a tu lado”: una MONLEÓN., María Carmen 2017 Espanha Ensaio clínico Adolescentes
intervención canina en Benedito; FONS, Maria randomizado
adolescentes hospitalizados Barberá; BALLARÍN, Paula
con patología psiquiátrica Pacheco; ANDREU, João
Antonio Lopes.
2 Assessing the Outcomes of an ÁVILA-ÁLVAREZ, Adriana; 2020 Espanha Ensaio clínico não Crianças e

Animal-Assisted Intervention in PARDO-VÁZQUEZ, Jerónimo; randomizado acompanhant


a Paediatric Day Hospital: DE-ROSENDE-CELEIRO, (quase-experiment es
Perceptions of Children and Iván; JÁCOME-FEIJOO, Rita; al)
Parents TORRES-TOBIO, Gabriel.
3 Children report positive NILSSON, Maria Lindström; 2020 Suécia Descritivo Crianças

experiences of FUNKQUIST, Eva-Lotta; exploratório


animal‐assisted therapy in EDNER, Ann; ENGVALL,
paediatric hospital care Gunn.
26

ETINGEN, Bella; MARTINEZ, 2020 Estados Pesquisa de Profissionais


4 Developing an animal-assisted Rachael N.; SMITH, Bridget Unidos da intervenção da saúde
support program for healthcare
M.; HOGAN, Timothy P.; América
employees
MILLER, Laura; SABAN,
Karen L.; IRVIN, Dawn;

JANKOWSKI, Becky; WEAVE,


Frances M..

5 Effect of Animal-Assisted MACHOVÁ, Kristýna; 2019 República Estudo Adultos


Therapy on Patients in the PROCHÁZKOVÁ, Radka; Tcheca observacional
Department of Long-Term ERETOVÁ, Petra;
Care: A Pilot Study SVOBODOVÁ, Ivona; KOTIK,
Ilja.
6 Experience of Animal Assisted JARA, Matías; GÓMEZ, 2020 Chile Descritivo Prontuários

Therapy in Pediatric Dentistry Darling; ZÚNIGA, Francisca; médicos de


Unit NORAMBUENA, Scarlette; crianças
MALUENDA, Marcelo; hospitalizadas
ZAÑARTU, Nathalia.
7 Patient Opinion of Visiting REDDEKOPP, Joanne; DELL, 2020 Canadá Descritivo Adultos

Therapy Dogs in a Hospital Colleen Anne; ROHR, Betty; exploratório


27
Emergency Department FORNSSLER, Barbara;

GIBSON, Maryellen; CAREY,


Ben; STEMPIEN, James.
8 Positive Effects of a BEETZ, Andrea; 2019 Alemanha Ensaio clínico Adultos

Short-Term Dog-Assisted SCHOFMANN, Ira; randomizado


Intervention for Soldiers With GIRGENSOHN, Roland;
Post-traumatic Stress BRAAS, Roger; ERNST,
Disorder-A Pilot Study. Christiane.
9 Post-Operative Benefits of CALCATERRA, V.; 2015 Itália Ensaio clínico Crianças

Animal-Assisted Therapy in VEGGIOTTI, P.; PALESTRINI, randomizado


Pediatric Surgery: A C.; DE GIORGIS, V.;
Randomised Study RASCHETTI, R.;
TUMMINELLI, M.;
MENCHERINI, S.; PAPOTTI,
F.; KLERSY, C.; ALBERTINI,
R.; OSTUNI, S.; PELIZZO, G.
10 Randomized Trial of Therapy KLINE, Jeffrey A.; VANRYZIN, 2020 Estados Ensaio clínico Profissionais

Dogs Versus Deliberative Kimberly; DAVIS, Jacob C.; Unidos da randomizado da saúde
Coloring (Art Therapy) to PARRA, Jonathan A.; TODD, América
28

Reduce Stress in Emergency Maxwell L.; SHAW, Liza L.;


Medicine Providers. HAGGARD, Benjamin R.;
FISHER, Michelle A.; PETTIT,
Katherine L.; BECK, Alan M.
11 Terapia assistida por animais: ALMEIDA, Fabiane; 2016
Brasil Descritivo Profissionais
a experiência dos enfermeiros NASCIMENTO, exploratório da saúde
com o uso desta prática em Audrey; DUARTE, Adriana
um hospital oncológico. Maria.

12 The use of Animal-Assisted STEFANINI, M.C.; MARTINO, 2015 Estados Ensaio clínico Adolescentes
Therapy in adolescents with A.; ALLORI, P.; GALEOTTI, F.; acute Unidos da randomizado
mental disorders: A TANI, F. América
randomized controlled study.

13 Visita terapêutica de cães a MILHOMEM, Alyne C.M.; 2018 Brasil Relato de Adultos
Pacientes internados em uma CALEFI, Mariana P.S.S.; experiência
unidade de cuidados paliativos MARODIN, Nayara B.
14 Interação lúdica na atividade PEREIRA, Viviane R.; 2017
Brasil Descritivo Crianças
assistida por cães na pediatria NOBRE, Marcia de O.; exploratório
CAPELLA, Sabrina; VIEIRA,
29

Ana Claudia G.
15 Animal-assisted therapy at a SCHMITZ, Andrea; 2017
Alemanha Análise de Prontuários
University Centre for Palliative BEERMANN, Melanie; conteúdo médicos de
Medicine – a qualitative MACKENZIE, Colin R.; FETZ, adultos
content analysis of patient Katharina; SCHULZ-QUACH, hospitalizados
records Christian.
16 Can therapy dogs improve HARPER, Carl M.; DONG, 2015
Estados Ensaio clínico Adultos
pain and satisfaction after total Yan; THORNHILL, Thomas S.; Unidos da randomizado
joint arthroplasty? A WRIGHT, John; READY, John; América
randomized controlled trial. BRICK, Gregory W.; DYER,
George.
17 Canine-Assisted Therapy MACHOVÁ, Kristýna; 2019
República Estudo cross-over Profissionais
Improves Well-Being in SOUCKOVÁ, Michaela; Tcheca da saúde
Nurses. PROCHÁZKOVÁ, Radka;
VANICKOVÁ, Zdislava;
MEZIAN, Kamal.

18 Controlled clinical trial of KLINE, Jeffrey A.; FISHER, 2019 canine Estados Ensaio clínico Adultos
therapy versus usual Michelle A.; PETTIT, Katherine care to reduce Unidos da randomizado
patient anxiety L.; LINVILLE, Courtney T.; América
30
in the emergency department. BECK, Alan M.

19 Atividade assistida por animais ICHITANI, Tatiane; CUNHA, 2016 Brasil Pesquisa de Crianças e

e sensação de dor em Maria Claudia. intervenção adolescentes


crianças e adolescentes
hospitalizados
20 Eficácia de intervenções MARQUES, Maria Isabel D.; 2015 Portugal Ensaio clínico não Adultos

assistidas por animais na MENDES, Aida C.; GAMITO, randomizado


prevenção da violência de Ana Isabel F. de M.; SOUSA, (quase-experiment
doentes psiquiátricos agudos Liliana de. al)
hospitalizados.
21 Terapia assistida com cães em MOREIRA, Rebeca L.; 2016 Brasil Descritivo Acompanhant

pediatria oncológica: GUBERT, Fabiane do A.; es de


percepção de pais e SABINO, Leidiane M.M.; crianças
enfermeiros BENEVIDES, Jéssica L.; hospitalizadas
TOMÉ, Marcela A.B.G.; e
MARTINS, Mariana C.; profissionais
BRITO, Mychelangela de A. da saúde
31

Quadro 2 - Descrição dos artigos de acordo com o objetivo e os resultados. Santa Maria, RS, Brasil, 2021

Número Objetivo Resultados


do
estudo

1 Avaliar se as IAAs podem ajudar adolescentes com A intervenção assistida por cães diminui a ansiedade dos
transtornos psiquiátricos agudos durante a internação pacientes e os mesmos a consideram útil.
psiquiátrica e se podem acelerar sua recuperação.

2 Avaliar a viabilidade das intervenções assistidas por Os resultados mostraram uma melhora estatisticamente
animais e explorar as percepções de seus resultados significativa no estado emocional dos pacientes após a sessão,
por crianças e pais/responsáveis/acompanhantes. concluindo que a IAAs é uma abordagem eficaz quando se
trata de promover o bem-estar emocional de crianças durante
sua permanência em ambientes de cuidados hospitalares.

3 Avaliar as experiências e respostas das crianças à As respostas das crianças antes da interação mostram uma
TAA, utilizando um cão de terapia como tratamento mudança de foco após a interação com um cão de terapia para
complementar no atendimento hospitalar pediátrico. uma natureza positiva em relação ao auto-relato de sentimento
de bem-estar (aspectos envolvendo alegria, satisfação e alívio
da dor) e experiências de internação hospitalar.

4 Avaliar a viabilidade, aceitabilidade e impacto O estudo demonstrou que programas assistidos por animais
preliminar de um programa de intervenção assistido podem ser um meio de melhorar o humor, bem-estar e diminuir
32

por animais para melhorar o bem-estar de profissionais o esgotamento entre funcionários de saúde.
de saúde.

5 Determinar se a TAA tem um efeito positivo para A inclusão da TAA não afetou os parâmetros fisiológicos, mas
pacientes em tratamento de longo prazo e se esses exerceu efeito significativo no bem-estar psicológico dos
tratamentos afetam parâmetros como pressão arterial, pacientes.
frequência cardíaca e índice de Barthel.

6 Descrever a experiência da terapia assistida por A implementação da terapia assistida por animais como
animais no tratamento odontológico pediátrico de complemento do tratamento odontopediatria teve grande
crianças e jovens com necessidades especiais de aceitação e permitiu o sucesso de procedimentos
saúde. odontológicos invasivos e não invasivos em crianças e jovens
com necessidades especiais de saúde.

7 Analisar as opiniões dos pacientes sobre se eles A maioria dos pacientes indicou que gostaria da visita de um
gostariam de ser visitados por um cão de terapia no cão de terapia e que poderiam querer a visita de um cão de
Departamento de Emergência de um hospital. terapia no DE para reduzir a ansiedade, frustração, bem como
para aumentar o conforto, satisfação e para reduzir a dor.

8 Avaliar se uma IAA tem efeitos positivos adicionais Os resultados mostraram uma tendência de melhoras no
para soldados com TEPT em comparação com o âmbito social e no bem-estar do grupo de intervenção em
tratamento convencional de TEPT sem a IAA. comparação ao grupo controle.
33

9 Compreender melhor o impacto de um programa de A terapia assistida por animais facilitou a rápida recuperação terapia
assistida por animais na resposta de crianças da vigilância e da atividade após a anestesia, modificou a
ao estresse e à dor no período pós-cirúrgico imediato. percepção da dor e induziu respostas emocionais pré-frontais.

10 Avaliar se a interação de médicos e enfermeiras com Os profissionais que interagiram com o cão tiveram uma um cão
de terapia durante o turno em um redução significativa na ansiedade auto-relatada e tiveram um departamento de
emergência pode gerar menores índice menor de cortisol salivar no final do turno em níveis de estresse percebido e
manifestado em comparação com o grupo que participou do exercício de colorir
comparação a um exercício de colorir. e o grupo controle. Estas descobertas sugerem que os cães de
terapia podem reduzir o estresse cognitivo e fisiológico
experimentado por profissionais de emergência durante o
plantão.

11 Compreender as experiências vivenciadas pelos Ao refletir sobre a inserção da TAA na rotina da unidade, os
enfermeiros sobre o uso da terapia assistida por profissionais entendem ser um diferencial para a instituição,
animais (TAA) com crianças hospitalizadas. reconhecendo seus benefícios para a criança, família e
profissionais. A inserção do animal no hospital é uma prática
viável, que deve ser estimulada.

12 Comparar os efeitos da TAA com um protocolo de Os resultados indicam uma melhora estatisticamente tratamento
padrão em crianças e adolescentes significativa no funcionamento global, redução no formato de
internados em hospital psiquiátrico para transtornos atendimento e aumento da frequência escolar normal no grupo
34

mentais agudos. de tratamento em comparação ao grupo controle, concluindo


que a TAA pode ter efeitos positivos significativos no progresso
terapêutico e de recuperação.

13 Relatar a implantação das atividades assistidas por Pacientes, acompanhantes e funcionários mostraram-se
animais em Unidade de Cuidados Paliativos. favoráveis à continuação do projeto.

14 Verificar a interação lúdica entre crianças e cães, no Observou-se que a interação entre crianças e cães
contexto hospitalar, tendo como foco a análise das proporcionou atividades de lazer, relaxamento, diversão,
reações e comportamento delas durante as atividades. interação lúdica e promoveu uma atmosfera acolhedora no
referido contexto.

15 Descrever a prática e a experiência do primeiro ano de Os resultados deste estudo sugerem que os pacientes podem
TAA após a implementação como parte integrante das se beneficiar potencialmente da AAT em termos de
opções de terapia adjuvante oferecidas em um centro comunicação facilitada, respostas emocionais positivas,
de cuidados paliativos. relaxamento físico aprimorado ou motivação para ativação
física.

16 Avaliar o papel da terapia assistida por animais usando O uso de cães de terapia tem um efeito positivo no nível de dor
cães de terapia na recuperação pós-operatória de dos pacientes e na satisfação com a permanência no hospital
pacientes. após procedimento cirúrgico.

17 Avaliar se a terapia assistida por animais (TAA) com a Os resultados mostraram que houve diferença significativa no
35
presença de um cão afeta o nível de estresse de grupo de profissionais, demonstrando o efeito na redução dos

enfermeiras. níveis de cortisol na condição em que a TAA foi incluída.

18 Testar se os cães de terapia reduzem a ansiedade em Após contato com o cão houve diminuição nos níveis de
pacientes do departamento de emergência. ansiedade e dor em pacientes que participaram da IAA em
comparação ao grupo controle.

19 Avaliar os efeitos da AAA na sensação de dor em A atividade demonstrou eficácia quanto à redução da dor auto
crianças e adolescentes hospitalizados. referida pelos pacientes, além de melhorar aspectos
emocionais sobre a hospitalização.

20 Avaliar a eficácia de um programa de IAA (cão) na O programa demonstrou ser eficaz, diminuindo a frequência e
prevenção de violência em unidades psiquiátricas. gravidade dos comportamentos agressivos e o recurso a
psicofármacos.

21 Aprender a percepção de profissionais da equipe de A prática é reconhecida como benéfica para os participantes,
enfermagem e responsáveis por crianças e mas estes não compreendem o verdadeiro objetivo terapêutico
adolescentes com câncer acerca da TAA. e aplicações. As percepções dos participantes reforçam
recomendações que podem ser aplicadas no contexto

hospitalar e evidenciam que a terapia em questão pode


tornar-se uma tecnologia efetiva para promoção da saúde de
crianças e adolescentes com câncer.
36

6 DISCUSSÃO

A análise dos estudos selecionados possibilitou identificar a produção


científica referente às contribuições da Psicologia nas IAAs no ambiente hospitalar.
Além disso, foi possível refletir sobre as potencialidades desse trabalho e a
importância do mesmo.
Em relação ao ano de publicação, nota-se um aumento nas publicações nos
anos de 2019 e 2020, sendo os artigos publicados nesse período 41,62% do total de
artigos selecionados, isso demonstra um interesse crescente de pesquisas na área.
Em referência aos locais de publicação, identifica-se que o Brasil e os Estados
Unidos da América possuem o maior número de publicações de acordo com esse
estudo, detendo 23,81% cada em relação ao número total de artigos selecionados.
Os estudos selecionados para a análise apresentam-se em sua maioria,
ensaios clínicos randomizados (33,33%). Sobre os participantes dos estudos,
identificou-se um interesse proporcional em pesquisar tanto crianças/adolescentes
hospitalizados (38,09%) quanto adultos hospitalizados (38,09%) e um interesse
menor em profissionais da área da saúde que aparecem em 23,81% dos estudos.
A respeito da área de atuação dos autores, evidenciou-se uma prevalência de
profissionais da área da Medicina que contribuíram em 71,43% dos artigos
selecionados, seguido por profissionais atuantes na área de Enfermagem com
participação em 33,33% dos artigos e profissionais da Medicina Veterinária que
colaboraram em 28,57% dos artigos. Em contrapartida, profissionais da Psicologia
atuaram como autores em apenas 4,76% dos artigos selecionados, indicando
maiores necessidades de atuação e interesse nesta temática.
Identificou-se também que dos 21 artigos selecionados, 15 (71,43%) são
compostos por autores de diferentes áreas de atuação, o que demonstra que os
profissionais atuantes nas IAAs entendem a necessidade de um trabalho
multidisciplinar.
Para fins de análise e discussão dos artigos identificados, foram criadas duas
categorias: a) Aspectos psicológicos e contribuições da Psicologia nas IAAs e; b)
Considerações sobre a execução do trabalho das IAAs.
37

6.1 ASPECTOS PSICOLÓGICOS E CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NAS


IAAS

As contribuições da Psicologia nas IAAs são pouco mencionadas nos artigos


analisados. Percebe-se que todos os artigos fizeram menção à sofrimentos
relacionados à aspectos psicológicos em que as IAAs poderiam contribuir como
terapêutica e à benefícios psicológicos identificados nas pesquisas, porém sem
fazer menção à área de atuação da Psicologia.
Diversos estudos mencionam demandas frequentemente trabalhadas por
psicólogos em diversos contextos dentro da Psicologia Hospitalar. Nilsson et al.
(2020) mencionam na sua pesquisa queixas de crianças hospitalizadas como o
sofrimento causado pelo processo de adoecimento (manejo da dor e medo do
tratamento) pelo processo de hospitalização (medo de procedimentos e frustração
por permanecer no leito/quarto). Bem como, Schmitz et al. (2017) descrevem
indicações psicológicas para a aplicação de uma TAA em um hospital, que incluem:
ansiedade, medo, processo de despersonalização, transtorno de adaptação,
depressão e delirium.
Queixas de ansiedade nos participantes foram mais frequentes nos artigos
analisados (NILSSON et al, 2020; SCHMITZ et al, 2017; KLINE et al, 2019;
MACHOVÁ et al, 2019; MOREIRA et al, 2016; STEFANINI et al, 2015; ICHITANI;
CUNHA, 2016; ÁVILA-ALVAREZ et al, 2020; REDDEKOPP et al, 2020; BEETZ et al,
2019; CALCATERRA et al, 2015) bem como a redução de níveis de estresse e
ansiedade após a IAA (MONLEÓN et al, 2017; KLINE et al, 2019).
Outro aspecto no qual o uso da IAA se mostrou relevante foi na formação de
vínculo com outros, visto que o cão exerce uma função de catalisador no processo
terapêutico e social (STEFANINI et al, 2015; BEETZ et al, 2019). Um exemplo disso
se dá na pesquisa realizada por Schmitz et al (2017), envolvendo pacientes em
cuidados paliativos, onde constataram que a presença do cão promoveu
aproximação entre o condutor do cão e o paciente, o que facilitou diálogo sobre o
estado de saúde do paciente assistido, bem como uma comunicação mais aberta
sobre morte e o processo de morrer. Ainda nesse estudo, evidenciaram que
diversos pontos do processo terapêutico foram levantados durante a IAA como:
melhora geral do quadro de humor, melhor comunicação com o terapeuta, ativação
comportamental e aumento da motivação para realização de atividades e aumento
38

da confiança na equipe.
A IAA também se mostrou eficaz em melhorar o relacionamento interpessoal
de adolescentes hospitalizados com transtornos mentais agudos (MONLEÓN et al,
2017). Moreira et al (2016) mencionam em seu artigo que, antes da interação com o
cão, havia uma predominância de sintomas de ansiedade e estresse, bem como um
distanciamento com outros pacientes e profissionais da saúde.
Em relação à experiência de hospitalização, crianças relataram que a
presença do cão fez parecer com que o tempo de internação passasse mais rápido
e que conseguiam ter boas memórias após o período hospitalizadas (NILSSON et al,
2020). Além disso, na presença do cão, as crianças mantiveram-se mais tranquilas,
colaborativas em procedimentos dolorosos e motivadas ao tratamento (ex.:
quimioterapia), (ALMEIDA; NASCIMENTO; DUARTE, 2019; PEREIRA et al, 2017)
conforme relato de uma profissional da saúde:

“Geralmente, eles não querem muita conversa, mas no dia que o cachorro
vem, nós mesmos ficamos mais animadas, aí conversamos com eles sobre
isso. Eles passam a ter assunto em comum para conversar e fica muito
mais fácil fazer uma medicação.” (MOREIRA et al, 2016)

Ávila-Álvarez et al (2020) constataram também que a participação em uma


sessão de IAA foi uma abordagem eficaz em melhorar o bem-estar emocional de
crianças com condições médicas crônicas, bem como, mostraram que os
responsáveis também perceberam mudanças significativas no bem-estar emocional
das crianças. Os autores vêem que a IAA favorece a diversão e distração das
crianças durante a hospitalização e se mostra uma estratégia não-farmacológica
que pode contribuir de maneira eficiente para percepções mais positivas de
ambientes hospitalares por parte das crianças.
Além dos benefícios emocionais encontrados, Calcaterra et al (2015)
evidenciaram em seu estudo que a inserção de uma IAA durante o pós-operatório
de crianças, resultou em uma recuperação mais rápida após a anestesia e induziu
respostas neurológicas e cardiovasculares positivas.
Em relação ao processo de manejo da dor, alguns estudos constataram uma
diminuição significativa da dor autorreferida na população estudada após o contato
com o cão (HARPER et al, 2015; CALCATERRA et al, 2015; ICHITANI; CUNHA,
2016), um participante do estudo de Nilsson et al (2020) referiu diminuição da dor,
argumentando que a presença do cão fez com que desviasse sua atenção do
39

mal-estar.
Nos contextos relacionados com departamentos de emergência notou-se que
pacientes experienciaram altas frequências de estresse e altos níveis de ansiedade
durante o cuidado usual e, após a IAA, relataram uma diminuição de 35% na
ansiedade e sensação de dor, concluindo que a implementação de um programa de
IAA no departamento de emergência pode ajudar no alívio da ansiedade em
pacientes assistidos (KLINE et al, 2019). No estudo de Reddekopp et al (2020),
onde foram feitas entrevistas sobre a opinião de pacientes alocados em um setor de
emergência, 80% dos participantes indicaram que gostariam da visita de um cão de
intervenções assistidas por animais visto que a interação poderia reduzir a
ansiedade, frustração e a dor, bem como aumentar o conforto e satisfação.
Em relação aos estudos que abordaram o efeito das IAAs em profissionais da
saúde, notou-se que evidenciaram uma redução significativa na ansiedade auto
referida e nos níveis de cortisol após a IAA em comparação a grupos controles,
concluindo que a intervenção com cães podem reduzir o estresse cognitivo e
fisiológico experimentado por profissionais da saúde (MACHOVÁ et al, 2019; KLINE,
et al 2020) e que pode ser uma estratégia eficaz para diminuir os aspectos de
Burnout no ambiente hospitalar (ETINGEN et al, 2020).
Outros estudos sugerem a implementação de uma IAA no sentido de
humanizar o ambiente hospitalar e, com isso, melhorar processos terapêuticos
(JARA et al, 2020; MARQUES et al, 2015).
É relevante sinalizar que todos os estudos analisados neste trabalho
mencionam resultados relativos à saúde mental e bem-estar das pessoas que
passaram por IAAs. Entretanto, não foi possível localizar nos estudos uma descrição
mais aprofundada sobre as possíveis explicações psicológicas que poderiam estar
relacionadas aos efeitos da IAAs. A produção de conhecimentos que explorem estas
explicações poderia derivar da participação mais efetiva da Psicologia no
delineamento de pesquisas com vistas a consolidar as IAAs como prática
terapêutica que possa contar com profissionais da área.
40

6.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXECUÇÃO DO TRABALHO DAS IAAS

Nota-se que alguns artigos demonstram preocupação em seguir e descrever


a utilização de protocolos internacionais das IAAs, inclusive mencionando a IAHAIO,
e apresentando os cuidados sanitários, de saúde, segurança e bem-estar que foram
tomados para o benefício de todos os envolvidos (ICHITANI; CUNHA, 2016; ÁVILA-
ALVAREZ et al, 2020; MACHOVÁ et al, 2019; NILSSON et al, 2020; SCHMITZ et al,
2017; KLINE et al, 2019; CALCATERRA et al, 2015; JARA et al, 2020; PEREIRA et
al, 2017; STEFANINI et al, 2015).
Em contrapartida, alguns estudos não fazem menção à utilização de
quaisquer tipo de protocolo (MONLEÓN et al, 2017; ETINGEN et al, 2020; KLINE et
al, 2020; ALMEIDA; NASCIMENTO; DUARTE, 2019; HARPER et al, 2015;
MARQUES et al, 2015; MOREIRA et al, 2016), o que não significa que não tenham
sido utilizados protocolos de segurança, mas que talvez os autores não acharam
pertinente mencionar. De qualquer forma, a citação à utilização de protocolos
internacionais se mostra necessária na medida que ajuda a propagar uma prática
ética, segura e benéfica, tanto para os humanos envolvidos quanto para os animais.
Uma problemática encontrada foi que, algumas intervenções tiveram a
utilização de cães com treinamento em outras áreas específicas que não para atuar
nas IAAs, como cães militares e cães que passaram por um treinamento para
comandos básicos, mas que por si só são insuficientes (MONLEÓN et al, 2017;
BEETZ et al, 2019; MILHOMEM; CALEFI; MARODIN, 2018). Essa questão se
mostra em oposição às normas de práticas estabelecidas pela AAII, visto que a
utilização de um cão treinado para outras funções não se mostra suficiente para
denominá-lo como cão de intervenções assistidas por animais, pois pode gerar
desconforto e não propiciar um o bem-estar ao cão, bem como não gerar o
resultado esperado da IAA (AAII, 2018).
Outra dificuldade encontrada foi que alguns profissionais do ambiente
hospitalar referiram que o intuito da implementação da TAA seria a diversão das
crianças, não relacionando diretamente o cão e o condutor com o seu papel
terapêutico (MOREIRA et al, 2016).
Em relação às potencialidades, Kline et al (2019; 2020) mencionam que seus
estudos tomaram lugar em um hospital geral onde há um departamento de Terapia
Assistida por Animais. Isso mostra que, para além de projetos específicos em
41

diferentes locais, a prática das IAAs pode se tornar uma terapêutica recorrente no
cotidiano hospitalar.
Pereira et al (2017) concluem que os resultados da IAA executada sugerem
uma perspectiva com muitas potencialidades a serem exploradas, como o efeito na
motivação e bem-estar da equipe, e que essa terapêutica se mostra como uma
alternativa viável no contexto hospitalar.
De todo modo, as IAAs devem ser implementadas como uma prática
complementar ao tratamento padrão (ÁVILA-ÁLVAREZ et al, 2020; NILSSON et al,
2020) e não como uma opção isolada de intervenção para alguns tipos de
tratamento, como manejo da dor por exemplo (ICHITANI; CUNHA, 2016).
Diversos estudos apontam a necessidade de maiores pesquisas em todos os
âmbitos que perpassam a prática desse tipo de intervenção e em diversos contextos
dentro de um hospital geral como em pacientes paliativos (SCHMITZ et al, 2017),
pacientes psiquiátricos (MARQUES et al, 2015) e em profissionais da saúde
(ETINGEN et al, 2020). Ichitani e Cunha (2016) e Ávila-Álvarez et al (2020) apontam
sobre a necessidade de maiores análises acerca da utilização de IAAs como
tratamento complementar no manejo da dor, visto que as evidências sobre a
potencialidade não-farmacológica dessa prática ainda é muito branda, tanto em
pacientes pediátricos quanto em adultos. Nilsson et al (2020) sugere que sejam
feitos maiores estudos em que os próprios pacientes descrevam sua experiência
com a implementação de programas de intervenções assistidas por animais durante
sua internação hospitalar.
Desta maneira, reconhecer as possíveis lacunas e fragilidades na
implementação das IAAs nos permite refletir e aprimorar a prática, com o intuito de
promover interações mais humanizadas e éticas.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como resultado das evidências científicas publicadas no período de 2015 a


2020, pode-se observar que as Intervenções Assistidas por Animais aparecem como
uma estratégia inovadora em saúde. Os benefícios associados mostram que houve
melhoras significativas no bem-estar emocional, fisiológico e mental dos pacientes
assistidos e profissionais da saúde, visto que as IAAs possibilitam que o processo
de internação se torne mais humanizado.
42

Bem como, as IAAs aparecem como uma estratégia potente em termos de


diferencial para o hospital que está inserida. Estudos mostraram que dentre os
efeitos após a interação com o cão de intervenção estão a rápida recuperação pós-
anestesia, alívio da dor e melhor resposta do paciente à realização de
procedimentos de saúde, consequentemente reduzindo o tempo de internação e o
custo para a instituição.
Contudo, evidencia-se que, por mais que os estudos indiquem os benefícios
relacionados com a saúde mental após as IAAs, não há uma investigação que
explique como esse processo opera de forma a resultar no benefício aos pacientes e
profissionais da saúde. Isso possivelmente é explicado pela ausência de
profissionais, que figurem como autores nos estudos analisados, com formação em
Psicologia nas equipes multidisciplinares que trabalham nas IAAs, demonstrando a
necessidade de estudos mais aprofundados.
Percebe-se que os conhecimentos em saúde, relações, cognição e
comportamento relacionados com a ciência psicológica têm numerosas
contribuições a fazer para aprofundar, aprimorar e desenvolver o entendimento
sobre os efeitos da intervenção em pessoas para assim, colaborar na elaboração da
prática em IAAs.
A realização de estudos que correlacionam os conhecimentos psicológicos
com as IAAs proporciona que, a inserção de psicólogos em equipes de trabalho com
cães de intervenções possa ser voltada à desenvolver, pela orientação da psicologia
baseada em evidências, habilidades e saberes específicos nas áreas relacionadas à
cognição, comportamento, relações e emoções dos humanos assistidos pela equipe
envolvida na IAA.
Ainda assim, diante das dificuldades encontradas em termos de aplicação
das IAAs, se mostra necessário a unificação dos protocolos de execução através da
capacitação técnica e profissional para atuação na área, bem como a utilização
correta da nomenclatura
43

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