Zoologia II
Zoologia II
Zoologia II
PROFESSORA
Dra. Jislaine Cristina da Silva
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EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Gustavo Affonso Pisano Mateus
Projeto Gráfico e Capa
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Núcleo de Educação a Distância. SILVA, Jislaine Cristina da.
e Thayla Guimarães
Zoologia II.
Editoração Dra. Jislaine Cristina da Silva.
Henrique Cole e Piera Paoliello
Design Educacional Maringá - PR.: UniCesumar, 2021.
Kaio Vinicius Cardoso Gomes e Reimpresso em 2023.
Ana Elisa Faltz Davanco Portela 232 p.
“Graduação - EaD”.
Revisão Textual
Ariane Andrade Fabreti 1. Zoologia. EaD. I. Zoologia II
Ilustração
André Azevedo
Fotos CDD - 22 ed. 590
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Shutterstock Impresso por:
ISBN 978-65-5615-322-3
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/7247156259667711
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
ZOOLOGIA II
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Zoologia II. Este material complementa
Zoologia I e Parasitologia e avança, evolutivamente, na composição do reino Animalia, dando
ênfase aos animais vertebrados, estudando aspectos de biologia, morfofisiologia, evolução,
filogenia e autoecologia.
Na Unidade 1, iniciamos com a história evolutiva dos vertebrados e seus parentes mais próxi-
mos, os Urochordata e Cephalochordata. Estes compõem os Chordata, cuja as características
compartilhadas são: notocorda, cordão nervoso dorsal oco, fendas faríngeas, endóstilo e
cauda pós-anal. Os vertebrados se dividem em cinco grandes grupos: peixes, anfíbios, répteis,
aves e mamíferos.
Na Unidade 2, será abordado o grupo mais diverso de vertebrados, os peixes, que se des-
tacam pela presença de brânquias, membros em forma de nadadeiras e pele com escamas
de origem dérmica. Os três principais clados de peixes são: Agnatha (feiticeiras e lampreias),
Chondrichthyes (raias e tubarões) e Osteichthyes (todos os peixes ósseos), que serão deta-
lhadas ao longo desta unidade.
Na Unidade 3, destaque para os anfíbios, os primeiros vertebrados que evoluíram para uma
vida terrestre, embora dependendo, ainda, da água para reprodução. Os anfíbios, assim como
os répteis, aves e mamíferos, são animais tetrápodes, em que eles ou o ancestral possuem
quatro pares de patas. Os anfíbios se dividem em Gymnophiona (cecílias ou cobras-cegas),
Urodela (salamandras, tritões e proteus) e Anura (sapo, rãs e pererecas).
explorando ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
08 UNIDADE 02
49
CHORDATA: PEIXES
EVOLUÇÃO,
CLASSIFICAÇÃO
E ASPECTOS
MORFOLÓGICOS
GERAIS
UNIDADE 03
92 UNIDADE 04
131
TETRÁPODES E AMNIOTAS:
ANFÍBIOS RÉPTEIS E AVES
UNIDADE 05
179 FECHAMENTO
221
MAMÍFEROS CONCLUSÃO
GERAL
1
CHORDATA:
EVOLUÇÃO,
CLASSIFICAÇÃO
e aspectos morfológicos gerais
PROFESSORA
Dra. Jislaine Cristina da Silva
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • História evolutiva dos vertebra-
dos • Classificação dos Chordata • Subfilo Urochordata • Subfilo Cephalochordata • Subfilo Vertebrata.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer o histórico evolutivo dos vertebrados, como e onde iniciaram sua trajetória • Compreender
como são classificados, atualmente, os cordados • Descrever aspectos gerais da biologia e evolução do
subfilo Urochordata, que apresentam as características mais primitivas dos cordados • Discorrer sobre
os aspectos morfofisiológicos do subfilo Cephalochordata • Identificar as características morfofisiológicas
gerais compartilhadas dentro do subfilo Vertebrata e entender suas principais relações filogenéticas.
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a esta unidade, em que iniciaremos uma longa
e surpreendente viagem pelo mundo animal dos vertebrados. Tenho certeza que você
estava aguardando ansiosamente esta disciplina, e com toda a razão, pois a história
dos vertebrados é fascinante.
Espero que após a leitura da unidade, você, aluno(a), tenha uma experiência bastante
informativa. Aproveite cada detalhe do material e bons estudos!
1
HISTÓRIA EVOLUTIVA
UNIDADE 1
DOS VERTEBRADOS
10
Os fragmentos fósseis de ossos são encontrados desde o Período Ordoviciano,
UNICESUMAR
há cerca de 480 milhões de anos (Figura 1). Isto representa cerca de 80 milhões
de anos antes dos primeiros fósseis completos de vertebrados se tornarem abun-
dantes no Período Siluriano Superior, o que indica que os ostracodermes eram
diversificados e tinham ampla distribuição mundial neste período.
Descrição da Imagem: a figura ilustra os tempos geológicos em cores distintas, com seus respectivos anos.
Para cada Era Geológica, são atribuídas as formas de vida existentes ou que surgiram naquele período, desde
os seres procariotos mais primitivos até os vertebrados superiores.
QUARTENÁRIO
CENOZOICO
NEÓGENO
PALEÓGENO
MILHÕES DE ANOS ATRÁS
CRETÁCEO
MESOZOICO
JURÁSSICO
TRIÁSSICO
PERMIANO
CARBONÍFERO
PALEOZOICO
DEVONIANO
SILURIANO
ORDOVICIANO
CAMBRIANO
PRÉ-CAMBRIANO
bilhões de
anos atrás
Descrição da Imagem: a imagem ilustra o animal Pikaia, que possuía miômeros e uma notocorda ao longo
dos terços caudais do corpo, além de pequenas patas, uma cabeça e um par de antenas na extremidade
posterior do corpo.
12
Estudos evolutivos indicam que a origem dos vertebrados ocorreu em águas
UNICESUMAR
marinhas e, hipoteticamente, a evolução deles se concretizou em três etapas. A
primeira, chamada de pré-vertebrado, refere-se a um animal que se alimentava
de partículas em suspensão e utilizava os cílios para gerar uma corrente de água
e conduzir o alimento até a faringe, similar aos anfioxos (KARDONG, 2016).
Em um segundo momento, surgiu um vertebrado inicial sem maxilas, com uma
bomba muscular que gerava uma corrente para trazer o alimento, como um Ag-
natha. Já na terceira etapa, havia um vertebrado com maxilas que selecionava os
alimentos capturados e podia ingerir alimentos maiores do que a boca vascula-
rizada, os gnatostomados (KARDONG, 2016).
Desse modo, os primeiros Vertebrata representaram um avanço considerá-
vel em relação aos Chordata filtradores não-vertebrados. Seu aspecto inovador
é composto por uma extremidade cefálica que contém um encéfalo tripartido
envolto por um crânio cartilaginoso e complexos órgãos sensoriais (olhos, nariz,
ouvido), e as brânquias passaram a ser utilizadas para a respiração em vez de
alimentação por filtração. Os vertebrados se tornaram predadores ativos e não
mais filtradores sésseis; grande parte apresentava armadura óssea externa, e as
maxilas, homólogas às estruturas que originam os arcos branquiais, possivel-
mente, evoluíram para aumentar a força e a efetividade da ventilação branquial
e, posteriormente, para agarrar e segurar suas presas.
13
2
CLASSIFICAÇÃO DOS
UNIDADE 1
CHORDATA
14
UNICESUMAR
pensando juntos
As espécies que sobrevivem não são as mais fortes, nem as mais inteligentes, mas sim
aquelas que se adaptam melhor às mudanças.
(Charles Darwin)
Filo Chordata
O filo Chordata deriva do latim Chorda e inclui os animais que possuem colu-
na vertebral (dorsal). No entanto este táxon é composto por três subfilos: dois
grupos de invertebrados marinhos de pequeno porte, Urochordata (Tunicata)
e Cephalochordata e, em seguida, Vertebrata, que inclui todos os vertebrados
verdadeiros, com cordão nervoso dorsal (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamí-
feros) (Figura 3).
Com base nessas classificações, observamos que a divisão dos animais em
invertebrados e vertebrados é realizada apenas por tradição, uma vez que os “in-
vertebrados” constituem um grupo parafilético, porque ele exclui o clado Ver-
tebrata, já os vertebrados formam um agrupamento monofilético.
15
Descrição da Imagem: na base do cladograma, pode-se observar o ancestral protista do reino animal, os
UNIDADE 1
Choanoflagellata. Os próximos quatro clados representam os grupos basais (Porifera, Placozoa, Ctenophora
e Cnidaria). Em seguida, em azul marinho, observa-se a irradiação do clado Deuterostomia, por outro lado, o
clado Protostomia, que se divide em Spiralia, é representado pelas linhas azul royal, e os Ecdysozoa, repre-
sentados pelas linhas azul-claras.
Metazoa
Bilateria
Deuterostomia Protostomia
Chordata Ambulacraria Spiralia Ecdysozoa
Lophophorata Nematoida
Hemichordata Gnathifera Scalidophora
Vertebrata (Craniata)
Panarthropoda
Xenacoelomorpha
Gnathostomulida
Cephalochordata
Choanoflagellata
Micrognathozoa
Platyhelminthes
Nematomorpha
Echinodermata
Enteropneusta
Chaetognatha
Pterobranchia
Onychophora
Orthonectida
Brachiopoda
Kinorhyncha
Urochordata
Gastrotricha
Rhombozoa
Ctenophora
Cycliophora
Arthropoda
Entoprocta
Tardigrada
Nematoda
Phoronida
Priapulida
Nemertea
Loricifera
Annelida
Mollusca
Placozoa
Cnidaria
Bryozoa
Rotifera
Porifera
16
similares e compartilham sequências gênicas únicas que, evidentemente, os dife-
UNICESUMAR
rem dos protostômios e reforçam seu monofiletismo (HICKMAN; ROBERTS;
LARSON, 2016).
O filo Chordata inclui todos os grandes animais presentes, atualmente, na Terra,
incluindo os seres humanos. Por este motivo, sempre houve mais interesse no de-
senvolvimento de estudos zoológicos e evolutivos com este grupo. O ancestral dos
cordados mais aceito parece ser um animal pequeno, livre-nadante e filtrador de ali-
mento, embora evidências recentes sugiram que os urocordados são o grupo-irmão
deste táxon, e os Cephalochordata são muito mais similares, morfologicamente, ao
ancestral pré-vertebrado (BRUSCA; MOORE; SHUSTER, 2018).
Cinco características morfológicas definem os cordados e os separam de to-
dos os demais filos animais existentes, são elas: notocorda, cordão nervoso dorsal
oco, fendas faríngeas, endóstilo e cauda pós-anal (Figura 4, Quadro 1).
Descrição da Imagem: Na figura está representado um anfioxo na cor alaranjada, onde pode-se observar a
notocorda, cruzando todo o corpo do animal, o cordão nervosendo situado logo acima da notocorda, as fendas
faríngeas, localizadas na parte anterior do corpo, e o endóstilo, bem abaixo delas. Na extremidade posterior
do corpo, visualiza-se a cauda pós-anal.
Cordão Nervoso
Notocorda
Cauda pós-anal
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ESTRUTURA DEFINIÇÃO
UNIDADE 1
Quadro 1 - Definição das cinco características exclusivas dos cordados / Fonte: a autora.
UNICESUMAR
UROCHORDATA
internos representados em cor rosada, sendo eles: estômago, túnica, intestino, ânus, ducto genital, átrio,
gânglio, nervoso, faringe, endóstilo, fendas faríngeas, manto, coração e gônadas. Além disso, algumas estru-
turas externas são visíveis, como estolões, manchas pigmentares, sifão inalante, sifão exalante e tentáculos
sensoriais.
20
Os tunicados se alimentam por meio de uma rede de muco secretado pelo en-
UNICESUMAR
dóstilo, localizado na superfície da faringe; os alimentos trazidos pelo sifão ina-
lante são carregados pelos cílios da faringe até o esôfago. Estes animais possuem
intestino médio cujos nutrientes são absorvidos e, posteriormente, eliminados
pelo ânus, localizado abaixo do sifão exalante.
Possuem sistema circulatório composto por um coração ventral e dois gran-
des vasos, que se conectam em um sistema difuso de pequenos vasos e irrigam
a cesta faríngea (responsável pelas trocas gasosas), além dos órgãos do sistema
digestivo, gônadas e demais estruturas. Uma característica singular deste grupo
é que o coração bombeia o sangue, primeiro, para uma parte do corpo, depois,
inverte e envia para a outra parte oposta. Além disso, esses animais apresentam
altas concentrações de vanádio e nióbio no sangue, elementos raros que podem
ultrapassar 2 milhões de vezes a concentração na água do mar. Ainda não se
compreendeu a função desses metais raros na corrente sanguínea desses animais
(HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016).
O sistema nervoso dos tunicados é composto por apenas um nervo ganglionar,
um plexo nervoso e uma glândula subneural, conectada à faringe por um ducto.
Quanto à reprodução, as ascídias são hermafroditas e apresentam um testículo e
um ovário no mesmo animal. Os gametas são carregados para a cavidade atrial
por meio de ductos e expelidos para o meio externo, onde ocorrerá a fertilização.
Olha que interessante: das cinco características principais dos cordados, as
ascídias adultas apresentam apenas duas, fendas faríngeas e endóstilo. Na maio-
ria das espécies de urocordados, apenas a forma larval (que se assemelha a um
girino) apresenta todas as características. Nesta fase, a notocorda está presente
apenas na cauda e, por isso, são chamadas de Urochordata. Durante a ontoge-
nia, ambas estruturas (notocorda e cauda) desaparecem nos adultos e o cordão
nervoso dorsal limita-se a um simples gânglio nervoso (HICKMAN; ROBERTS;
LARSON, 2016) (Figura 6).
21
Descrição da Imagem: a figura representa o processo de metamorfose das ascídias composto por quatro
UNIDADE 1
imagens. Primeira: observa-se a fase livre-nadante, com faringe, cordão nervoso, notocorda, cauda e coração.
Segunda: exibe uma larva fixada, iniciando a metamorfose, com fenda faríngea e endóstilo. Terceira: fase de
metamorfose tardia, com presença de átrio e notocorda em degeneração. Quarta: representa uma ascídia
na fase adulta.
As larvas de tunicados não se alimentam e nadam por algumas horas ou por dias
antes de se fixar em algum substrato sólido, por meio de papilas adesivas. Após a
fixação, passam por uma metamorfose radical cujo adulto séssil é praticamente
irreconhecível como um cordado. Muitos tunicados têm órgãos que emitem lu-
minosidade brilhante à noite, que os tornam ainda mais exuberantes.
22
4
SUBFILO
UNICESUMAR
CEPHALOCHORDATA
Descrição da Imagem: a imagem ilustra um anfioxo em posição típica no ambiente, ou seja, com parte do
corpo enterrado no substrato para a filtração de alimento. As cinco características de cordados estão presen-
tes e bem definidas. O plano corporal dos anfioxos, representado nesta imagem, é considerado ancestral
para os cordados
1. - tentáculos; 2 - cérebro; 3 - cordão nervoso dorsal; 4 - notocorda; 5 - sistema sanguíneo; 6 - fendas branquias;
1 - tentáculos; 2 - cérebro; 3 - cordão nervoso dorsal; 4 - notocorda; 5 - sistema sanguíneo; 6 - fendas branquias; 7 - intestino; 8 - fígado; 9 - atrióporo; 10 - ânus
7 - intestino; 8 - fígado; 9 - atrióporo; e 10 - ânus
24
5
SUBFILO
UNICESUMAR
VERTEBRATA
explorando Ideias
Descrição da Imagem: esta imagem é composta por um círculo no meio, onde está escrito “vertebrados”, do
qual se ramificam mais cinco círculos que representam os principais grupos de vertebrados: peixes, anfíbios,
répteis, aves e mamíferos.
Mamíferos Aves
VERTEBRADOS
Peixes Répteis
Anfíbios
UNICESUMAR
si, sendo elas: peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos (Figura 8). Com exceção
dos peixes, os demais são denominados tetrápodes, que, literalmente, significa
“quatro patas”, embora alguns animais que compõem este táxon sejam apenas
descendentes de ancestrais de quatro patas, como as cobras, alguns lagartos, os
anfíbios sem patas, os mamíferos marinhos com nadadeiras e as aves.
27
Descrição da Imagem: a imagem ilustra os embriões quase indistinguíveis nas fases iniciais do desenvolvi-
UNIDADE 1
mento embrionário. São cinco retângulos que representam, respectivamente, os embriões de peixes, anfíbios,
répteis, aves e mamífero (humano).
28
UNICESUMAR
conceituando
sua vez, os placódios ectodérmicos são estruturas similares a uma placa, que se
situam em ambos os lados do tubo neural. Essas placas dão origem ao epitélio
olfatório, ao cristalino do olho, ao epitélio da orelha interna, a alguns gânglios e
nervos cranianos, aos mecanorreceptores da linha lateral e aos eletrorreceptores.
Os estudos com os genes Hox, que controlam o plano corporal do embrião
dos cordados, indicam que esses genes foram duplicados, simultaneamente, à
origem dos vertebrados. O anfioxo e os invertebrados possuem apenas uma có-
pia dos genes Hox, enquanto grande parte dos vertebrados apresentam quatro
cópias, o que, possivelmente, favoreceu a evolução de muitas características dos
vertebrados. Esses genes estão presentes em todos os filos Metazoa.
Tegumento: revestimento externo dos vertebrados que inclui a pele e seus
derivados, como glândulas, escamas, armadura dérmica e pelos; podem compor
até 20% do peso corporal dos vertebrados. Com função protetora, trocas e sen-
sações, a pele interage com o meio externo e é dividida em epiderme (a camada
superficial de células), derme (a camada mais profunda) e hipoderme (ou ca-
mada de tecido subcutâneo que se situa entre a derme).
A epiderme possui glândulas secretoras que podem realizar a regulação os-
mótica; a derme fornece estruturação e elasticidade à pele, por meio de fibras
colágenas. Contém vasos sanguíneos, melanócitos, pigmentos, fibras musculares,
estruturas sensoriais e nervos associados às sensações de temperatura, pressão
e dor. A hipoderme contém fibras colágenas e elásticas e armazena a gordura
subcutânea nas aves e mamíferos.
Os vertebrados possuem, ainda, alguns tecidos mineralizados, sendo os prin-
cipais: esmalte, dentina, osso, cartilagem, enamelóide (presente na maioria dos
peixes) e o cemento. No caso dos ossos, existem dois tipos principais nos ver-
tebrados: osso dérmico, formado na pele, e osso endocondral, formado no
interior de cartilagem. Em ambos os tipos, a função principal é proporcionar
sustentação ao corpo e mobilidade.
conceituando
UNICESUMAR
os vertebrados de cordados mais primitivos. O sistema esquelético tem tama-
nho consideravelmente grande para muitos vertebrados, pois estes necessitam de
sistemas especializados para os processos de alimentação, respiração, processos
fisiológicos e mobilidade, que, neste caso, são muito mais expressivos do que nos
cordados não-vertebrados.
Para garantir a alta mobilidade dos vertebrados, são necessários músculos e
esqueleto bem estruturado, assim, a maioria dos vertebrados tem endoesqueleto
e exoesqueleto de cartilagem ou ósseo. A evolução de um endoesqueleto permitiu
aos vertebrados um tamanho corporal quase ilimitado, sendo muito mais eficien-
te em termos de investimentos em materiais que o exoesqueleto dos artrópodes.
Esta condição permitiu a alguns vertebrados atingir os maiores tamanho e peso
corporal da Terra. A ramificação da coluna vertebral forma os espinhos neurais,
estes fornecem aos músculos segmentares (miômeros) uma área mais extensa de
inserção, o que permite um controle mais efetivo sobre o maior comprimento do
corpo. Nos peixes, as nadadeiras raiadas desempenham esta função e auxiliam
na natação, sendo uma característica única nos vertebrados.
A notocorda é o aspecto estrutural básico do endoesqueleto de cordados e
atua como um bastonete rígido ao longo do corpo. Adicionalmente à notocorda,
os vertebrados possuem o crânio, envolto pelo encéfalo, e o esqueleto dos arcos
branquiais. Nos vertebrados mais recentes, encontramos, também, o esqueleto
axial, composto por vértebras, costelas e suportes medianos das nadadeiras, onde
está presente o esqueleto apendicular (ossos dos membros esqueléticos e cinturas
pélvica e escapular).
Ao longo do processo evolutivo, possivelmente, o endoesqueleto era cartila-
ginoso e, só depois, tornou-se ósseo. Esta modificação permitiu mais proteção
contra predadores e, mais importante, resistência estrutural superior à cartilagem
cujos músculos têm mais fixação em áreas de altos impactos mecânicos, embo-
ra, atualmente, alguns vertebrados ainda possuam endoesqueleto cartilaginoso,
como feiticeiras, lampreias, tubarões e esturjões.
Além do endoesqueleto, grande parte dos vertebrados tem amplo exoesque-
leto que, geralmente, desenvolve-se a partir da pele, com várias modificações em
termos de formas, como placas dérmicas ósseas e estruturas de queratina pro-
venientes da epiderme, como escamas reptilianas, pelos, penas, garras e cornos.
31
Alimentação: ser um animal vertebrado pode ter elevado custo energético,
UNIDADE 1
32
O sistema circulatório dos vertebrados é fechado, onde o sangue flui por
UNICESUMAR
vasos sanguíneos e órgãos especializados; nesse sistema, as artérias e veias estão
interligadas por meio de capilares. As artérias transportam o sangue “sujo” para
longe do coração e as veias retornam com sangue oxigenado para o mesmo. Nas
artérias, a pressão sanguínea é maior e as paredes são mais espessas do que nas
veias, os capilares são onde ocorrem as trocas de gases, nutrientes e produtos de
excreção entre o sangue e os tecidos.
O sangue é considerado um tecido fluido, constituído por plasma líquido e
células sanguíneas (eritrócitos, leucócitos, trombócitos). O coração dos vertebra-
dos é muscular, que bombeia o sangue por meio da aorta ventral. Ele é dividido
em três câmaras: o seio venoso, o átrio e o ventrículo, que sofrem variações na
quantidade de átrios e ventrículos entre os grupos.
Sistema excretor: os rins são estruturas segmentares que filtram e drenam
para o meio externo resíduos nitrogenados resultantes do metabolismo das pro-
teínas. Também regulam a água e os minerais do corpo, como sódio, cloreto, cál-
cio, magnésio, potássio, bicarbonato e fosfato. Os rins são formados por néfrons
que realizam a ultrafiltração nas paredes capilares e fazem a eliminaçãopor meio
da urina, a qual é expelida pela cloaca.
Reprodução: os vertebrados exibem um admirável conjunto de comporta-
mentos reprodutivos onde podem ocorrer processo de corte, construção de ninhos,
cuidado parental, entre outros. Neste processo, são produzidos os gametas (ovos e
espermas) que, posteriormente, são liberados e fertilizados para formar um zigoto.
A maioria dos vertebrados são dioicos, com reprodução sexuada. As gônadas
são pares, geralmente, encontradas na parede caudal do corpo, atrás do peritônio,
apenas nos mamíferos os testículos são situados na parte externa do corpo. Os
ovários possuem grandes células sexuais primárias chamadas folículos, durante
o amadurecimento, a camada de células foliculares aumenta, nutre o óvulo em
desenvolvimento e estimula a formação de hormônio estrógeno e de vitelo no
ovócito. Quando os óvulos amadurecem, ocorre o rompimento dos folículos e
completa-se a ovulação (Figura 10). A produção de óvulos pode acontecer de
forma contínua (humanos), sazonal (maioria dos vertebrados) ou uma única vez
na vida (alguns peixes e mamíferos).
33
Descrição da Imagem: a imagem ilustra um ovário feminino em cor rosa, com as diferentes fases do processo
UNIDADE 1
de ovulação, sendo elas: folículos primários, crescimento dos folículos, maturação dos folículos, ovulação,
oócitos secundários, epitélio germinativo, corpo lúteo, corpo albicante e regressão do corpo lúteo.
OVULAÇÃO
REGRESSÃO DO
CORPO LÚTEO OÓCITOS
SECUNDÁRIOS
CORPO ALBICANTE
34
Descrição da Imagem: a imagem representa um neurônio com suas principais estruturas, sendo elas: núcleo,
UNICESUMAR
dendritos e corpos celulares na extremidade posterior, axônio e bainha de mielina no centro do neurônio e
axônio terminal na extremidade inferior.
Núcleo
Axônio
Corpos
Celulares
Axônio Terminal
35
Descrição da Imagem: A Figura mostra a esquematização da medula espinhal humana, na qual a composição
UNIDADE 1
de duas vértebras mostraa a posição dos nervos espinais emergentes e da cadeia de gânglios simpáticos.
A medula é envolta por três camadas de membranas (meninges), e, protegido de fluido cefalorraquidiano.
36
A parte motora do sistema nervoso visceral é conhecida como sistema ner-
UNICESUMAR
voso autônomo. Nos mamíferos, esse sistema divide-se em duas partes: o sistema
nervoso simpático e o parassimpático, que controlam muitas funções corpo-
rais, conforme descritos na Figura 13.
Descrição da Imagem: A imagem ilustra os sistema nervoso simpático do lado esquerdo, onde observa-se um
cérebro, medula espinhal e cadeia de gânglios simpáticos, e as funções do corpo animal, coordenadas por esse
sistema (ex. dilatação da pupila, acelera batimentos cardíacos, etc.). Do lado direito da imagem, observa-se
o sistema nervoso parassimpático representado pelo cérebro e medula espinhal, bem como as respectivas
funções do corpo animal desempenhadas por esse sistema (ex. secreta saliva, esvazia a bexiga, etc.).
37
A saída dos nervos autônomos do sistema nervoso central é mostrada à esquer-
UNIDADE 1
da. O fluxo simpático (vermelho) ocorre nas áreas lombar e torácica da medula
espinal por meio de uma cadeia de gânglios simpáticos; o fluxo parassimpático
(azul) origina-se das regiões craniana e sacral do sistema nervoso central. Gân-
glios parassimpáticos (não mostrados) estão localizados nos órgãos inervados
adjacentes a eles e muitos órgãos são inervados por fibras de ambas as divisões.
Quanto ao encéfalo, este sofreu consideráveis mudanças ao longo da evolução.
O encéfalo primitivo dos peixes e dos tetrápodes ancestrais expandiu-se e formou
um encéfalo profundamente sulcado e enormemente intrincado na linhagem que
leva aos mamíferos (Figura 14).
Com mais complexidade nos humanos, o encéfalo chega a ter 35 bilhões de
neurônios, capaz de receber informações de dezenas de milhares de sinapses ao
mesmo tempo. A razão entre o peso do encéfalo e o da medula espinhal é um
critério determinante da inteligência animal, por exemplo, 1:1 em peixes e anfí-
bios, 55:1 nos humanos.
Descrição da Imagem: A imagem representa as diferenças no taean.ho do encéfalo dos vertebrados, seguindo
uma linha evolutiva, sendo respectivamente peixes, répteis, aves, mamífero, macaco e humano.
38
Nos vertebrados, o encéfalo é dividido em rombencéfalo e bulbo, parte posterior
UNICESUMAR
que, juntamente com o mesencéfalo, forma o “tronco encefálico”, o qual controla
atividades vitais e subconscientes, como o batimento cardíaco, a respiração, o tô-
nus vascular, as secreções gástricas e a deglutição; o cerebelo, por sua vez, controla
o equilíbrio, a postura, o movimento e a destreza manual.
O mesencéfalo é formado, especialmente, pelo teto (incluindo os lobos óp-
ticos), o qual possui núcleos que atuam como centros para os reflexos e as in-
formações visual, tátil e auditiva (linguagem neurofisiológica). O mesencéfalo
mudou muito pouco a sua anatomia durante a evolução, mas as suas funções se
alteraram, significativamente, entre os vertebrados.
Já o prosencéfalo, formado pelo tálamo e o hipotálamo, está relacionado
à informação sensorial para os centros encefálicos superiores, que regulam a
temperatura do corpo, o equilíbrio hídrico, o apetite e a sede. Produzem diversos
neurormônios e regulam funções reprodutivas e comportamento sexual, além
de comportamentos emocionais.
39
40
UNIDADE 1
-A i
Actinopterygiiii LLepidosauria
id i
-Urochordata (peixes com SSarcopterygiiii Mammalia Testtud
udines
ud
(lagartos, Testudines
-Petromyzontida (peixes
(tunicados) (lampreias) nadadeiras raiadas) A hib
Amphibia
h i (mamíferos) serpentes) (tartarugas) Crocodilia A es
Aves
pulmonados,
celacantos)
-Cephalochordata
C h l h d -Myxini
M i i
(anfioxos) (feiticeiras) Pelo,
Ch d i h h
- Chondrichthyes glândulas
(tubarões, raias, mamárias
quimeras) -Crânio com aberturas
temporais superior e inferior,
betaqueratina na epiderme
- Disco oral
sugador, estágio -Ovo com âmnio
larval longo, - Nadadeira
7 pares de caudal - Membros duplicados usados para locomoção terrestre
brânquias heterocerca,
escamas
- Glândulas de placoides, - Elementos de suporte únicos no esqueleto ou cinturão de apêndices.
muco, corações esqueleto
acessórios. cartilaginoso. -Pulmão ou bexiga natatória derivados do tubo digestivo, endosqueleto ósseo.
-Mandíbulas, 3 pares de canais semicirculares, apêndices duplicados, filamentos
laterais branquiais para suporte da brânquia.
- 2 pares de canais semicirculares, vértebras
- Cabeça distinta e cérebro tripartido, órgãos sensoriais espacializados duplicados, um par de canais
semicirculares, rim glomerular, placódios ectodérmicos.
-Crista neural
- Notocorda, cordão nervosos dorsal oco, fendas faríngeas, cauda pós-anal, endostilo.
Descrição da Imagem: a Figura 15 mostra o Cladograma atual do filo Chordata, destacando possíveis relações entre grupos monofiléticos (identificados pelas linhas coloridas
aninhadas na parte superior do cladograma). O termo Craniata é utilizado aqui, pois inclui alguns vertebrados sem mandíbulas (Agnatha) que têm crânio, mas não vértebras. As
linhas mais espessas, na parte inferior , evidenciam os agrupamentos tradicionais de Protochordata, Agnatha, Osteichthyes e Reptilia. São grupos parafiléticos que, atualmente,
não são considerados pela cladística, mas são abordados por sua ampla utilização.
Figura 15 - Cladograma atual do filo Chordata / Fonte: adaptada de Hickman, Robert e Larson (2016).
Por outro lado, os ramos de uma árvore filogenética procuram representar as
UNICESUMAR
linhagens reais que ocorreram no passado evolutivo (Figura 16). A informação
geológica a respeito das idades das linhagens é adicionada à informação do cla-
dograma para, assim, gerar uma árvore filogenética para os mesmos táxons.
Descrição da Imagem: a imagem ilustra o tempo geológico há milhões de anos. Em sua base, observa-se,
em ordem cronológica, os Períodos Pré-Cambriano, Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico até o presente. Cada
uma destas Eras apresenta uma divisão na figura, onde estão inseridos seus principais representantes. No
PréCambriano, temos o ancestral deuterostômio hipotético e o ancestral cordado livre-nadante. No Paleozoico,
temos Equinodermata, Cephalochordata, Urochordata, Ostracodermes, Placodermes, tetrápodes primitivos e
amniotas primitivos. No Mesozoico, não observamos a irradiação de nenhum grupo. Do Cenozoico até o pre-
sente, temos equinodermos, hemicordados, anfioxos, tunicados, feiticeiras, lampreias, peixes cartilaginosos,
peixes ósseos modernos, anfíbios modernos, répteis não voadores, aves e mamíferos.
Mamíferos
Aves
Répteis
não voadores
Anfíbios
modernos
Peixes ósseos
modernos
amniotas
primitivos
s Lampreias
me
co der
Pla Feiticeiras
rm es
acode
Ostr
Tunicados
Urochordata
Anfioxos
Cephalochordata,
Ancestral cordado
livre-nadante Hemicordados
Ancestral
deuterostômio
hipotético equinodermos
Cenozóico
Pré-cambriano Paleozóico Mesozóico até o presente
Tempo geológico 541 252 66
(milhões de anos atrás)
42
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Nesta unidade, foi narrada a história evolutiva dos cordados e, mais especifi-
camente, dos vertebrados. Estes animais evoluíram há mais de 500 milhões de
anos, no entanto apenas começamos a desbravar seus mistérios há cerca de um
século e meio.
Os registros fósseis contam detalhes da trajetória, mas ainda estamos longe de
compreender a magnitude deste grupo. Os cordados são considerados deuterostô-
mios, com simetria bilateral, celomados e tribloblásticos, como os equinodermos e
hemicordados. Atualmente, considera-se que o cordado ancestral era uma criatura
pequena, livre-nadante e filtradora de alimento, no entanto evidências sugerem que
os urocordados são o grupo-irmão mais recentes dos vertebrados, e o anfioxo é o
animal com o formato corporal mais próximo do ancestral pré-vertebrado.
Os cordados, que incluem, além dos vertebrados, outros dois filos, Urochor-
data e Cephalochordata, compartilham cinco caracteres não encontrados em
nenhum outro filo animal, sendo eles: notocorda, cordão nervoso dorsal oco,
fendas faríngeas, endóstilo e cauda pós-anal. Essas características possibilitaram
a irradiação desse grupo, uma vez que proporcionou mobilidade, sustentação
corporal, melhor capacidade respiratória e metabólica e sistema nervoso com
cérebro altamente desenvolvido. Para os Urochordata e Cephalochordata, não
está presente uma cabeça diferenciada.
Embora os vertebrados se dividam em classes completamente distintas entre si,
como os peixes com nadadeiras, os répteis com escamas, as aves com asas e penas
bem como os anfíbios e mamíferos com pelos e glândulas mamárias, todas elas
apresentam sucesso evolutivo e são, atualmente, distribuídas por toda a superfície
terrestre, no ambiente marinho e de água doce. Apresentam tamanhos corporais
significativos, com diferentes tipos de locomoção e atividades metabólicas. Quer co-
nhecer essas classes mais profundamente? Acompanhe-me nas próximas unidades.
43
na prática
1. A biologia e o registro fóssil dos vertebrados têm estado no centro das mudanças da vida.
Estudos comparativos de anatomia, embriologia e fisiologia de vertebrados atuais comple-
mentam, frequentemente, o registro fóssil. Esses estudos revelam que a evolução atua por
meio da modificação de estruturas existentes. Assim, todos os vertebrados compartilham
características únicas, as quais são produto de sua ancestralidade comum (POUGH; JANIS;
HEISER, 2008). Neste sentido, qual destas características, a seguir, não está presente nos
cordados?
a) Notocorda.
b) Cordão nervoso dorsal oco.
c) Fendas faríngeas.
d) Endóstilo.
e) Placodermes.
2. O Urochordata é composto por cerca de 2 mil espécies, com morfologia corporal singular
e altamente especializada. Popularmente conhecidos como tunicados, estes organismos
vivem em todos os ambientes marinhos, desde as regiões entremarés até as grandes pro-
fundidades oceânicas. Sobre esse grupo, analise as afirmativas a seguir:
I - Seu revestimento é composto por uma túnica resistente, formada por tecido vivo ani-
mal, que possui uma proteína semelhante à celulose das plantas, chamada de tunicina.
II - Apresentam hábitos bentônicos e sésseis, associando-se a substratos duros, como
rochas, estacas ou cascos de navios. Podem, ainda, ser solitários, coloniais (túnicas
próprias) ou compostos (compartilham a mesma túnica).
III - As cinco características principais dos cordados estão todas presentes nas ascídias
adultas.
IV - As ascídias solitárias, geralmente, são cilíndricas ou esféricas, com um manto que re-
veste a túnica.
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas III.
d) Apenas I, II e IV.
e) I, II, III e IV.
44
na prática
a) F, V, F.
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.
45
na prática
5. Foi apenas em meados do século XIX que o processo pelo qual a diversidade biológi-
ca é originada, a evolução, começou a ser desvendado. A percepção de que todas as
espécies existentes são aparentadas entre si, ou seja, conectadas através do tempo
geológico, forneceu, pela primeira vez, na história da humanidade, uma explicação
coerente para o fato de a diversidade biológica poder ser organizada em categorias
taxonômicas hierarquicamente inclusivas, como gêneros, famílias, ordens e classes
(BENEDITO, 2017). Neste aspecto, cite quais são as classes em que os vertebrados
se dividem, atualmente.
46
eu recomendo!
livro
John B. Heiser
Editora: Atheneu
Sinopse: o macho do peixe-mandarim (Synchiropus splendidus,
Teleostei, Callionymidae) luta por territórios sobre o topo de re-
cifes de coral de águas rasas no Estreito de Lembeh, ao norte das ilhas Célebes,
na Indonésia. Estes locais são favoráveis para as fêmeas desovarem, e os machos
que controlam esses territórios desejáveis aumentam suas chances de se repro-
duzir. As amplas nadadeiras e o padrão de colorido dos machos atraem as fêmeas
de peixe-mandarim, mas também são atrativos para os aquaristas de todo mun-
do. Coleções de peixes-mandarim e outros peixes tropicais e invertebrados volta-
dos para o comércio de aquaristas ameaçam de extinção as populações naturais
locais. Somam-se a isso a destruição acelerada, em escala global, dos habitats de
corais de águas rasas, associadas, diretamente, às invasões das populações hu-
manas e, indiretamente, ao aquecimento global antropogênico.
Comentário: este livro é um clássico da Zoologia de vertebrados. Dessa forma,
recomendo, fortemente, a leitura, para complementar e aprofundar os conheci-
mentos adquiridos nesta unidade.
47
eu recomendo!
documentário
conecte-se
48
2
PEIXES
PROFESSORA
Dra. Jislaine Cristina da Silva
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Peixes: características gerais e
aspectos evolutivos • Agnatha: peixes sem mandíbulas • Gnathostomata: vertebrados com mandíbulas
• Chondrichthyes: peixes cartilaginosos • Osteichthyes: peixes ósseos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Discorrer sobre as definições e características gerais dos peixes e seus aspectos evolutivos • Caracterizar
o clado Agnatha e compreender aspectos de sua biologia • Conhecer os caracteres distintivos e agrupa-
mentos dos Gnathostomata • Identificar as características morfofisiológicas gerais compartilhadas entre
os Chondrichthyes • Descrever aspectos gerais sobre a biologia, a ecologia e a evolução dos Osteichthyes.
INTRODUÇÃO
Olá, caro aluno(a), seja bem-vindo(a) a nossa segunda unidade do livro Zoologia II. Nas
páginas a seguir, abordaremos o grupo dos peixes, o mais diversificado entre os ver-
tebrados. Com distribuição em praticamente todos os ambientes aquáticos (marinho
e água doce), apresentam adaptações impressionantes de sobrevivência.
UNICESUMAR
CARACTERÍSTICAS
GERAIS
e aspectos evolutivos
51
UNIDADE 2
Descrição da Imagem: a figura é uma representação da árvore genealógica dos vertebrados (peixes e tetrápo-
des), que descendem de um mesmo ancestral comum. As áreas mais amplas nas linhas representam períodos
de diversificação adaptativa e o número de espécie em cada grupo. Os peixes ósseos bem como os tubarões e
raias possuem as maiores áreas. Na base da figura, são representados os tempos geológicos em cores distintas
dos
Peixes pulmonados
Celacantos
Esturjões
Anfíbios modernos
da e
ba s d
s lo peixe
s
Peixe-agulha
os
Amniotas
ste
de ios (
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Peixes ó
ósseos
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Primeiros Ne modernos
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istia
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Neo
Rhipid
)
das
raia
d e iras
da
e na dios uios
es d ntó ânq
Gnathostomata
Chondrichthyes Holocéfalos
Quimeras
P
Placodermes
Ostracodermes
Lampreias
Ancestral Agnatha
cordado
comum Vertebrata (Craniata)
Feiticeiras
Figura 1 - Árvore genealógica dos Craniata, mostrando a evolução dos principais grupos atra-
vés do tempo geológico / Fonte: Hickman, Robert e Larson (2016).
52
Além de sua importância na biodiversidade aquática, os peixes são famosos e po-
UNICESUMAR
pularmente consumidos em todas as partes do mundo. Portanto, possuem grande
potencial econômico na pesca comercial, pesca esportiva e ornamental (peixes
para aquário). Por serem seres viventes em ambientes aquáticos, menos explora-
do pelos homens, a biodiversidade desse grupo, com aproximadamente 35.000
espécies de peixes viventes (FRICKE; ESCHMEYER; LAAN, 2020), raramente,
recebe atenção merecida por sua riqueza de espécies. Esse grupo é de longe o
mais diversificado dos vertebrados (maior que todos os outros grupos somados).
conceituando
53
2
AGNATHA:
UNIDADE 2
PEIXES
sem mandíbulas
54
Myxiniformes - Feiticeiras
UNICESUMAR
Com aproximadamente 70 espécies de feiticeiras, elas são distribuídas em dois
grandes gêneros (Eptatretus e Myxine) (HICKMAN; ROBERT; LARSON, 2016).
Quando adultas, podem chegar até 1 metro de comprimento, com corpo alonga-
do, sem escamas e de coloração rósea a púrpura. As feiticeiras são exclusivamente
marinhas, com distribuição quase cosmopolita (exceto regiões polares).
São escavadoras de lodo e se alimentam de peixes, como anelídeos, moluscos,
crustáceos e animais mortos em decomposição. Desse modo, são consideradas
saprófagas e predadoras. As feiticeiras são praticamente cegas, pois os olhos são
degenerados ou rudimentares, cobertos por uma espessa camada de pele, porém
possuem sentidos olfativo e tátil bem desenvolvidos, por isso, conseguem localizar
seu alimento a quilômetros de distância, especialmente, animais mortos. Para se
alimentar, as feiticeiras penetram no corpo do animal morto ou debilitado, por meio
de um orifício ou cavando uma passagem. Elas possuem uma “língua” muscular,
com estruturas similares a dentes queratinizados, que são utilizados para raspar a
carne de suas presas. Além disso, para aumentar a força ao rasgar o alimento, as feiti-
ceiras podem dar um nó no próprio corpo, pressionando-o contra o corpo da presa.
Essa técnica também pode ser usada para escapar de seus predadores (Figura 2).
Descrição da Imagem: A imagem mostra apenas um peixe “feiticeira” dando um nó no próprio corpo.
55
A boca desses animais é circundada por seis tentáculos, que se movimentam à
UNIDADE 2
UNICESUMAR
embriologia, período reprodutivo, estágio de desenvolvimento, locais e compor-
tamentos de desova e idade de maturidade.
As feiticeiras adultas não têm vestígios de vértebras na notocorda nem em tor-
no dela. Muitas características das feiticeiras fazem com que essas se assemelham
à condição primitiva do anfioxo, embora seu sangue contenha células sanguíneas
vermelhas, com hemoglobina, e o coração verdadeiro tem três câmaras, assim
como outros vertebrados.
Petromyzontiformes - Lampreias
Descrição da Imagem: a figura possui quatro imagens. Na primeira, vemos uma Lampreia fixada à rocha
de fundo de um rio. Na segunda, há uma lampreia alimentando-se de fluidos corporais de outro peixe mo-
ribundo. Na terceira, há as fendas branquiais das lampreias bem evidentes e, na quarta, os potentes dentes
raspadores das lampreias.
58
Descrição da Imagem: nesta imagem, observa-se uma larva amocete, com suas estruturas internas e externas,
UNICESUMAR
como cérebro, olho, vesícula ótica, notocorda, pronefros, estômago, aorta dorsal, cordão nervoso, miômeros,
cloaca, intestino, celoma, ducto pronéfrico, vesícula biliar, fígado, coração, aorta vental, barra faríngea, endós-
tilo, véu, capuz oral, papilas orais e narinas mediana.
Figura 4 - Larva de lampreias do tipo amocete / Fonte: Hickman, Robert e Larson (2016).
Figura 4 - Larva de lampreias do tipo amocete / Fonte: Hickman, Robert e Larson (2016).
59
3
GNATHOSTOMATA:
UNIDADE 2
VERTEBRADOS
com mandíbulas
60
4
CHONDRICHTHYES:
UNICESUMAR
PEIXES
CARTILAGINOSOS
61
Descrição da Imagem: a imagem ilustra as nadadeiras pélvicas de um tubarão modificada em clásper, dois
UNIDADE 2
Claspeá
Elasmobranchii
62
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um tubarão-de-pontas-negras-do-recife e uma raia com coloração
amarela com manchas azuladas, representantes do grupo dos elasmobrânquios.
pensando juntos
O fato dos tubarões substituirem seus dentes, sempre que necessário, torna estes gran-
des animais, ainda mais, perigosos?
63
Embora os tubarões sejam, em sua maioria, tímidos e cautelosos na natureza,
UNIDADE 2
Descrição da Imagem: essa figura ilustra os dentes serrilhados pontiagudos dos tubarões dispostos em
fileiras de dentes substitutos (lado direito). Há na primeira imagem (lado esquerdo), um tubarão com os
dentes aparentes.
64
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um tubarão e todas as suas estruturas externas, como rostro,
UNICESUMAR
narina, espiráculo, espinho, nadadeiras dorsais e caudal na parte superior do corpo e aberturas branquiais,
nadadeira peitoral e pélvica, linha lateral e clásper na parte inferior do corpo.
Figura 8 - Morfologia externa dos tubarões / Fonte: Hickman, Robert e Larson (2016).
Descrição da Imagem: esta figura representa um tubarão detectando sinais elétricos de suas presas refletidas
na água, por meio do seu sistema de linha lateral, indicado por setas azuis
eletro-percepção
(menos de 50 cm)
Audição Visão visão e pressão Cheiro Audição (mais de
(menos de 100 m) (mais de100 m) 1 km até vários km)
65
A visão dos tubarões é excelente, utilizada para localizar presas a curtas distâncias.
UNIDADE 2
Descrição da Imagem: a figura mostra um tubarão cinza, com uma abertura revelando toda sua morfologia
interna, desde a boca, dentes, brânquias, estômago, coração, pâncreas, útero, fígado, baço e rim. Além disso,
exibe as nadadeiras dorsal e caudal.
nadadeira dorsal
pâncreas útero
nadadeira caudal
fígado
brânquias
baço coração
66
Todos os Chondrichthyes têm fecundação interna,
UNICESUMAR
com cuidado parental bastante variável. Alguns são
ovíparos, ou seja, põem ovos grandes após a ferti-
lização. Outras espécies desovam em cápsula quera-
tinizada, conhecida como “bolsa-de-sereia”. Em al-
gumas espécies, os embriões apresentam vitelo bem
desenvolvido, do qual se alimentam por um longo
tempo (de 6 meses a 2 anos), eclodindo pequenos
adultos (HICKMAN; ROBERT; LARSON, 2016).
Muitas espécies são ovovivíparas que mantêm os
ovos, nutridos pelo vitelo, em desenvolvimento no
útero até o nascimento. Algumas são vivípara, em
que o embrião é nutrido pela corrente sanguínea da
mãe, por meio de uma placenta.
As raias representam mais da metade de todos
os elasmobrânquios e são caracterizadas por um
corpo em forma de disco, achatado dorsoventral-
mente, nadadeiras peitorais bem desenvolvidas,
com hábito de vida bentônica. As fendas branquiais
se posicionam na parte inferior da cabeça, enquanto
os espiráculos estão no topo. Na respiração das raias,
a água entra pelos espiráculos, para não haver o en-
tupimento das brânquias, uma vez que sua boca fica
quase todo o tempo enterrada no fundo arenoso.
As raias são carnívoras predadoras e seus dentes
são aptos para esmagar as presas. Alimentam-se, prin-
cipalmente, de moluscos, crustáceos e pequenos peixes.
As raias-de-espinho possuem uma cauda lon-
ga, parecida com um chicote, que dispõe de um ou
mais espinhos serrilhados com glândulas de vene-
no em sua base (ferrão) (Figura 11) (HICKMAN;
ROBERT; LARSON, 2016). Muitos acidentes com
humanos são registrados com esses animais, e os
ferimentos causados são, extremamente, dolorosos
e de difícil cicatrização.
67
Ainda, existem as raias-elétricas, que exibem órgãos elétricos na cabeça. Esse
UNIDADE 2
Descrição da Imagem: a figura possui duas imagens. Na primeira, pode-se observar o órgão elétrico, distribuí-
do em ambos os lados do corpo, representado na cor azul. Além disso, estão expostos o cerebelo, lobos olfató-
rios, nervos cranianos e cordão espinhal. Na segunda, está representado o espinho na cauda desses animais.
Espinhos
UNICESUMAR
(Manta birostris) e a raia-diabo (Mobula hypostoma) (Figura 12). Geralmente,
são pelágicas e nadam graciosamente nas águas tropicais em busca de plâncton,
dos quais se alimentam.
Descrição da Imagem: a figura possui duas imagens. Acima, pode ser observado uma raia-manta, nadando
de forma exuberante na zona pelágica. Abaixo, a figura exibe três raias-diabo nadando no fundo do oceano.
B
A
69
Muitos têm dúvidas sobre as nomenclaturas raia e arraia, mas ambas são válidas
UNIDADE 2
Holocephali
Descrição da Imagem: na foto, pode-se observar uma quimera cinza-azulada, com manchas brancas, nadando
livremente no fundo do mar, com substratos rochosos aparentes.
70
As quimeras se alimentam de outros peixes, crustáceos, moluscos e equino-
UNICESUMAR
dermos. Apesar de pouco conhecidas, em especial, porque não são exploradas,
comercialmente, essas espécies apresentam aparência bem peculiar, com cores
brilhantes e diversificada. Vivem nas partes profundas do oceano e se deslocam
às águas rasas apenas para depositar seus ovos. Algumas espécies possuem glân-
dula de veneno, integrada a um espinho dorsal, possivelmente, utilizada para se
defender dos predadores.
5
OSTEICHTHYES:
PEIXES ÓSSEOS
71
Cientificamente, os Osteichthyes eram considerados um grupo parafilético,
UNIDADE 2
conceituando
72
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: Essa figura traz vários círculos e dentro de cada um deles, há uma característica dos
peixes, a saber: 1) corpo coberto por escamas; 2) respiração pelas brânquias; 3) põe ovos; 4) são sangue frio;
5) possuem nadadeiras e cauda; 6) vivem na água; 7) possuem bexiga natatória para flutuação; 8) possuem
linha lateral, que detecta vibrações na água.
Corpo coberto por escamas Respiração pelas brânquias Põe ovos São sangue frio
Nadadeira
Cauda Bexiga natatória Linha lateral
Possuem nadadeiras e cauda Vivem na água Possuem bexiga natatória Possuem linha lateral,
para flutuação que detecta vibrações na água.
Actinopterygii
Actinopterygii são os peixes de nadadeiras raiadas, que possuem cerca de 35.500 es-
pécies (FRICKE; ESCHMEYER; LAAN, 2020), com formas, cores e hábitos de vida
muito diversos. Os teleósteos (Gr. teleos, perfeito + osteon, osso) são considerados
os peixes ósseos modernos, representando mais da metade de todos os vertebrados.
Os peixes deste grupo apresentam ampla variação de tamanho, podendo
ser muito pequeno, medindo cerca de 7 mm, até peixes enormes de 17 m de
comprimento, ocupando até os lugares mais inóspitos da terra (HICKMAN;
ROBERT; LARSON, 2016).
73
Os registros fósseis sugerem que os Actinopterygii tiveram origem no Período
UNIDADE 2
Descrição da Imagem: a figura detalha os tipos de escamas presente nos peixes. A primeira imagem do lado
esquerdo exibe as escamas placóides, que lembram dentes pontiagudos e estão presentes nos peixes cartila-
ginosos. As outras três escamas são as ganóides (em forma de diamante), ciclóides e ctenóides, encontradas
nos peixes teleósteos.
74
Ao longo do processo evolutivo, houve modificações nas nadadeiras dos
UNICESUMAR
teleósteos que permitem camuflagem, frenagem, hidrodinâmica, comunicação
social e outros movimentos complexos (HICKMAN; ROBERT; LARSON, 2016).
Além disso, houve adaptações no controle da flutuação, por meio de modifica-
ções na utilização dos gases pela bexiga natatória, que possivelmente coevoluiu,
juntamente com as nadadeiras, para otimizar o deslocamento dos peixes no meio
aquático. Algumas modificações nas maxilas e mandíbulas, também, possibili-
taram aos teleósteos melhor sucção e maior capacidade de capturar, mastigar e
triturar suas presas.
O corpo dos peixes, em grande parte, é fusiforme, coberto por uma secreção
limosa, chamada muco. Possuem esqueleto ósseo, com notocorda presente e vér-
tebras distintas. Possuem três canais semicirculares, órgãos do sentido e encéfalo
bem desenvolvidos. O sistema circulatório é fluxo único, coração com um seio
venoso, átrio e ventrículo.
conceituando
Bexiga natatória: uma protuberância na parede ventral do trato digestório, que se trans-
forma em uma câmara preenchida por gás.
Fonte: Benedito (2017).
75
Sarcopterygii
UNIDADE 2
Descrição da Imagem: essa figura revela os três tipos básicos de nadadeira entre os Actinopterygii. À esquer-
da, com cor acinzentada, o tipo Heterocerca, assimétrica e comum nos tubarões. No meio e à direita, o tipo
Homocerca e Dificerca, simétricas e comuns nos peixes ósseos e pulmonados, respectivamente.
76
Descrição da Imagem: essa imagem é composta por duas figuras. A primeira é um peixe celacanto, cinza-azu-
UNICESUMAR
lado, com manchas por todo o corpo. Na segunda, revela-se um peixe pulmonado, próximo de um substrato,
com pequenas rochas e fundo arenoso.
77
Adaptações dos peixes para o meio aquático
UNIDADE 2
Natação: os peixes podem nadar em média de 10,4 km/h e, de forma geral, quanto
maior o peixe, mais rápido pode nadar (HICKMAN; ROBERT; LARSON, 2016).
Os músculos da cauda e tronco promovem a força propulsora para a natação, espe-
cialmente, os miômeros. Estes são fibras musculares dispostas em ambos os lados
do corpo, no formato de W, separadas por septos de tecido conjuntivo (POUGH;
JANIS; HEISER, 2008). Essas estruturas são importantes no movimento do corpo
e, também, na identificação de algumas espécies na fase larval.
O movimento de natação do corpo se dá por ondulações, que se movem
para trás e, ao mesmo tempo, desloca lateralmente a água, produzindo uma for-
ça de reação em direção frontal. Dessa forma, há duas etapas importantes no
processo de natação, impulso, o qual tem a função de reduzir a resistência da
água e empurrar o peixe para frente, e força lateral, que faz a cabeça do peixe se
movimentar na mesma direção da cauda.
As nadadeiras peitorais promovem equilíbrio e impulso, enquanto as nada-
deiras dorsal e anal impedem a rotação do corpo em torno de seu eixo. Ainda,
podem nadar por oscilação, e as nadadeiras se movem para frente e para trás.
Alguns peixes marinhos, que nadam muito rápido exibem as nadadeiras caudais
em forma de foice, como o marlim. A natação é o tipo de locomoção mais van-
tajosa em termos de gasto de energia, uma vez que a água sustenta o corpo do
animal e auxilia no controle da gravidade.
Flutuabilidade: os peixes são mais densos (pesados) que a água e, portanto,
precisam de algum mecanismo para flutuação, caso contrário, afundariam. Nos
peixes ósseos, a flutuabilidade dos peixes é proporcionada pelo órgão de equi-
líbrio hidrostático, a bexiga natatória, situada na parte dorsal do abdome. Nos
Chondrichthyes, a flutuabilidade é dependente do fígado, um órgão bem desen-
volvido e rico em lipídio, além da cauda heterocerca, cabeça grande e nadadeiras
peitorais achatadas, que auxiliam no equilíbrio.
De maneira geral, a bexiga natatória pode ser inflada e esvaziada por duas
maneiras. O primeiro mecanismo seria por um ducto pneumático, que interliga a
bexiga natatória ao esôfago. Neste caso, os peixes precisam nadar até a superfície
e obter ar pela boca, chamado condição fisóstoma. O segundo é mais complexo,
chamado fisoclisto, em que o oxigênio é captado das hemoglobinas (células
do sangue) e transferido para a bexiga por difusão. A bexiga natatória pode ser
encontrada em grande parte dos peixes ósseos pelágicos, que vivem na coluna
78
d’água (Figura 18), e está ausente na maioria dos peixes abissais e bentônicos, que
UNICESUMAR
vivem nas profundezas do oceano ou no fundo dos rios.
Descrição da Imagem: a figura representa um peixe ósseo, com uma transparência, revelando toda sua
morfologia interna e externa, como boca, olhos, cérebro, cordão espinhal, brânquias, esôfago, estômago,
intestino, coração, pâncreas, útero, fígado, baço, rim, bexiga natatória e ânus. Além disso, exibe as nadadeiras
dorsal , caudal, pélvica e anal.
nadadeira caudal
brânquias
fígado
intestino
ânus nadadeira anal
esôfago vesícula biliar
nadadeira pélvica
pâncreas órgão reprodutivo
estômago
UNICESUMAR
na manutenção do equilíbrio osmótico.
Já, nos peixes ósseos marinhos, o problema é o oposto, as concentrações de
sais no corpo do animal são muito menores que as da água circundante. Com isso,
os peixes perdem água e ganham sal, podendo sofrer severa desidratação. Para
manter o equilíbrio osmótico dos peixes neste ambiente, alguns mecanismos fo-
ram ajustados. Literalmente, os peixes marinhos bebem água do mar, aproveitam
a água e eliminam o sal por vários caminhos até o meio externo, que pode ser por
meio das brânquias, eliminando nas fezes ou excretando pelos rins.
Alimentação e digestão: em qualquer ser vivo existente, a alimentação cons-
titui um mecanismo de sobrevivência, seja ela por qualquer meio de aquisição
de nutrientes. O processo de alimentação, em qualquer animal demanda energia
para capturar seu alimento e consumi-lo. Portanto, ao longo do processo evolu-
tivo, algumas adaptações foram necessárias. A principal delas foi o desenvolvi-
mento das mandíbulas, que deixou para trás a obrigação da filtração passiva e
possibilitou a busca pelo próprio alimento.
Neste contexto, há diversos grupos tróficos apresentados pelos peixes. A
maioria são carnívoros, que se alimentam de outros animais, ou piscívoros,
que se alimentam de outros peixes. Como não conseguem mastigar as presas, em
função do fluxo de água que cessaria a respiração, eles utilizam os dentes e man-
díbulas para agarrar as presas e as engole por inteiro. Os peixes herbívoros são
aqueles que se alimentam de plantas e algas. Alguns costumam comer até semen-
tes que caem na superfície da água. Os filtradores são aqueles que se alimentam
de organismos planctônicos e são mais comuns em ambientes marinhos, onde a
concentração de zooplâncton, por exemplo, é muito abundante. Nos ambientes
de água doce, muitas larvas de peixes utilizam dessa técnica para se alimentar, e
o hábito pode ser mantido na fase adulta.
Os saprófagos são os peixes que se alimentam de animais mortos ou mo-
ribundos, a exemplo das feiticeiras. Os detritívoros são aqueles peixes que,
geralmente, habitam o fundo do ambiente aquático e se alimentam de matéria
orgânica em decomposição, conhecido como detritos. Existem peixes parasitas
também, e eles se alimentam do sangue e do epitélio branquial de seu hospedeiro
ou, ainda, consomem partes de outros animais (por exemplo, lampreia e alguns
pequenos bagres candiru e Vandellia).
Os peixes podem ter dietas especialistas, que consomem uma gama muito
restrita de alimentos, ou generalistas, com amplitude alimentar extensa, con-
81
sumindo recursos de diferentes origens. Ainda, quando generalistas, podem ser
UNIDADE 2
UNICESUMAR
e desenvolvimento são externos (oviparidade). Alguns podem apresentar ovovi-
viparidade, com embriões que se desenvolvem dentro da mãe e, depois, nascem
prontos. No entanto, a oviparidade é a estratégia reprodutiva mais comum entre
os peixes, onde o ovo possui uma cápsula protetora e um vitelo, rico em nutrien-
tes, que permite ao embrião se desenvolver externamente ao corpo da mãe e
realizar as trocas gasosas necessárias. O tipo de esforço reprodutivo caracteriza
as espécies em r-estrategista, em que se libera um grande número de ovos com
baixa sobrevivência (muitos peixes marinhos), ou k-estrategista, em que se põe
menos ovos, com cuidado parental, para maior sobrevivência da prole (muitos
peixes de água doce).
Ao formar os cardumes, os peixes liberam milhões de gametas na água. Ape-
nas uma pequena porcentagem irá fertilizar e sobreviver até a fase adulta. Os ovos
podem ser pequenos, pelágicos e transparentes, com pouco vitelo; ou bentônicos,
grandes, com muito vitelo, não flutuantes e adesivos. Algumas espécies constroem
ninhos para depositar seus ovos e ficam cuidando das larvas até estarem prepa-
radas para enfrentar o mundo sozinhas (cuidado parental). Outros depositam
os ovos em vegetações marginais, e alguns até incubam os ovos na boca, como
os cascudos-chinelo (Loricariichthys platymetopon).
Após a fertilização, os ovos dos peixes passam pelo processo de clivagem, em
que formarão blastômeros, depois blástula, gástrula, fechamento do blastóporo,
bastão embrionário, neurulação, até que o embrião comece a apresentar o forma-
to típico de um peixe. O tempo de desenvolvimento embrionário varia muito em
função da espécie e das condições ambientais, especialmente, temperatura. Após
essa fase, geralmente, eclode uma larva carregando um vitelo, que suprirá suas
demandas energéticas até que a larva abra a boca e ocorra o desenvolvimento
completo de seu trato digestivo, para que inicie a alimentação exógena (alimento
do meio externo) (Figura 19). A maioria das larvas passam por metamorfose,
nesse processo o indivíduo jovem apresentará todas as características do adulto.
83
UNIDADE 2
pensando juntos
Descrição da Imagem: nesta figura, observa-se o ciclo de vida dos peixes de água doce. Primeiro o peixe
deposita seus ovos em uma vegetação aquática, esses ovos eclodem em larvas ricas em vitelo, que irá cres-
cer e virar um jovem similar ao adulto. Na fase adulta, vemos dois peixes em comportamento de corte e, na
sequência, inicia-se o processo reprodutivo todo novamente.
UNICESUMAR
pela formação de anéis nas escamas, otólitos e outras estruturas ósseas, que espe-
lham o crescimento. Esses registros são muito utilizados em estudos populacio-
nais para estimar a idade dos peixes, visto que estes crescem durante toda a vida.
85
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 2
86
na prática
87
na prática
a) V, V, F.
b) F, V, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.
88
na prática
89
aprimore-se
Nos últimos anos, com o aumento das discussões sobre sustentabilidade, uma par-
cela da sociedade tem aumentado seu interesse no impacto causado pela alimen-
tação sobre os aspectos ambientais, sociais e econômicos. De fato, ouvimos falar
muito sobre os impactos negativos da produção das carnes bovinas, suínas e de
aves sobre os ecossistemas naturais e suas relações com as mudanças climáticas.
Dessa forma, o mercado alimentício interessado nesse público, oferta fontes de pro-
teínas de animais que potencialmente teriam um menor impacto ambiental asso-
ciado à sua produção, como carnes de peixes exóticos. Mas a realidade não é bem
assim! Nos últimos anos, houve um aumento da produção de peixes de água doce
exóticos, sendo que os impactos dessa produção tem sido alvo de diversos estudos.
Uma espécie exótica é aquela que é inserida no meio natural ou produzida em
escalas comerciais fora da sua área de distribuição natural (onde ela seria nativa). O
exemplo mais comum para na América são as tilápias (Oreochromis spp. e Coptodon
spp.), espécies exóticas de peixe de água doce com maior produção no Brasil, por
exemplo, nativas da África e trazidas ao país por volta da década de 1950. O sabor
da carne da tilápia cativou o paladar da população, sendo comumente encontrada
na culinária de bares, restaurantes e na cozinha doméstica. Geralmente, esses pei-
xes são criados em fazendas aquícolas em sistemas de tanques-rede ou escavados.
Esse tipo de produção, como é realizado na maioria dos sistemas de aquicultura,
em geral apresenta dois principais impactos negativos no meio ambiente: excesso
de substâncias lançadas na água e contato das espécies exóticas com a fauna nativa
(outros peixes, insetos aquáticos, organismos planctônicos). Para entender melhor
cada um deles, leia o artigo na íntegra.
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documentário
91
3
TETRÁPODES E
ANFÍBIOS
PROFESSORA
Dra. Jislaine Cristina da Silva
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • História evolutiva dos tetrápodes
• Lissamphibia (anfíbios atuais) • Gymnophiona (Apoda) • Urodela (Caudata) • Anura (Salientia).
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer a história evolutiva dos tetrápodes bem como seus principais representantes atuais • Com-
preender a classificação de Lissamphibia e dos seus principais grupos • Apresentar o clado Gymnophio-
na e os principais aspectos de sua biologia • Identificar as principais características do clado Urodela,
conhecendo seus representantes e suas peculiaridades• Aprofundar os conhecimentos sobre os anuros,
as suas características morfofisiológicas e as especificidades de cada grupo.
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), nesta unidade, continuaremos a percorrer a história evolutiva dos
vertebrados. Depois de nos aventurarmos pelo mundo aquático dos peixes, agora,
iniciamos a trajetória de invasão do ambiente terrestre pelos tetrápodes.
Neste sentido, os anfíbios, primeiros nesta linha evolutiva, ainda apresentam certa
dependência da água, especialmente para o processo reprodutivo. Dentro deste
grupo, atualmente, chamado Lissamphibia, temos espécies que ainda vivem toda a
vida dentro da água e respiram por brânquias, enquanto outras utilizam o ambiente
aquático para reproduzir, passam por metamorfose e, depois, passam parte ou o
resto da vida na terra.
Os anuros são os mais populares desse clado, uma vez que todo mundo já os viu,
pelo menos, uma vez na vida, e muitos sentem medo ou repulsa por esses animais,
embora, no geral, eles não causem nenhum mal ao ser humano, visto que algumas de
suas estratégias de defesa são utilizadas apenas contra os seus predadores.
DOS TETRÁPODES
UNICESUMAR
físico, confirma que a evolução dos tetrápodes foi uma conquista extraordinária.
Os tetrápodes passaram por um longo processo de irradiação e, hoje, contem-
plam, exclusivamente, os vertebrados terrestres, com ampla variedade de formas e
hábitos de vida. Literalmente, o termo tetrápode significa tetra = quatro, pode = pa-
tas ou que evoluíram de um ancestral tetrápode, visto que alguns grupos perderam
esta característica ao longo do processo evolutivo, como alguns anfíbios e cobras.
Os tetrápodes primitivos são conhecidos somente por fósseis, portanto, não
podem ser utilizados por técnicas moleculares para complementar os estudos
taxonômicos morfológicos (KARDONG, 2016) e auxiliar a desvendar boa parte
da história evolutiva desse grupo.
Descrição da Imagem: a imagem representa a história evolutiva dos tetrápodes, os quais compartilham um
ancestral comum, com evolução de vários grupos no Período Devoniano. O ancestral mais recente dos anfíbios
atuais pode ser encontrado na Era Mesozoica.
Sapos, rãs e
Anthracosauria pererecas
Lepospondyli Amniota
Salamandras
Ichthyostega
Lissamphibia
Cecílias
Dipneusti
Diversos grupos de
Diversos grupos Temnospondyli (incluindo
Ancestral do Devoniano Eusthenopteron,
sarcopterigio Tiltaalik e Acanthostega)
Celacanto
Devoniano Carbonífero Permiano
PALEOZOICA MESOZOICA CENOZOICA
419 252 66
TEMPO GEOLÓGICO (MILHÕES DE ANOS ATRÁS)
96
Sinapomorfias dos tetrápodes
UNICESUMAR
O clado Tetrapoda é composto por, aproximadamente, 27.000 espécies, represen-
tando o grupo mais diversificado de Sarcopterygii, e inclui os vertebrados terres-
tres popularmente conhecidos como anfíbios, répteis, aves e mamíferos (BENE-
DITO, 2017). Muitas sinapomorfias morfológicas e moleculares comprovam que
esse grupo representa um clado monofilético, dentre elas, ser o único grupo de
cordados adaptados à vida terrestre, ter esqueleto de sustentação, possuir mem-
bros (patas) com ossos, rádio e ulna (patas anteriores) bem como tíbia e fíbula
(patas posteriores) bem desenvolvidas, além disso, as extremidades dos membros
possuem um conjunto de ossos que formam os dedos. A presença de cinco dedos
em cada pata, denominada pentadactilia, foi uma diversificação secundária nos
tetrápodes, dando origem à linhagem Neotetrapoda. Outras linhagens extintas,
por exemplo, tinham números variados de dedos (seis a oito) e os anfíbios têm
apenas quatro dedos nos membros posteriores.
Os membros dos tetrápodes se desenvolveram em seu ancestral, ainda no
ambiente aquático, para, depois, ocuparem a terra. Uma evidente homologia desta
evolução pode ser observada entre as nadadeiras lobadas dos peixes e os mem-
bros dos anfíbios, que possuem caracteres semelhantes.
Algumas modificações importantes também são observadas na estrutura da
coluna vertebral e na cintura dos tetrápodes, resultando na perda de conexão
desta com o crânio bem como o surgimento de um pescoço flexível, ou seja, essa
estrutura permitiu que esses animais pudessem movimentar a cabeça de forma
independente do movimento corporal. A primeira vértebra da coluna vertebral,
chamada de atlas, apresenta uma função estrutural na sustentação da cabeça
dos tetrápodes, além disso, todas as vértebras possuem estruturas denominadas
zigapófises, que permitem mais coesão mecânica em toda a coluna vertebral.
Adicionalmente, outras características foram importantes para o sucesso des-
se grupo, como a maxila superior fortemente ancorada ao crânio e o ouvido inter-
no com função de equilíbrio e audição, conectando-se ao meio externo por meio
de um canal do ouvido médio. Este canal está relacionado a uma modificação do
canal do espiráculo presente nos cordados mais primitivos. Nos tetrápodes, o apa-
rato do ouvido médio é composto por tuba auditiva, columela, tímpano e estribo
(nos mamíferos), estruturas fundamentais para detectar o som disperso no ar.
97
Em relação à respiração aérea, algumas adaptações dos tetrápodes incluem o
UNIDADE 3
Tetrápodes primitivos
Alguns tetrápodes primitivos são conhecidos por meio de fósseis, entre eles, o
Acanthostega, que foi um dos primeiros tetrápodes descobertos no Devoniano.
Este animal tinha quatro patas, com dígitos evidentes e, muitas vezes, em nú-
meros maiores que cinco. Os membros pareciam ter uma arquitetura fragilizada
para sustentação do corpo e locomoção terrestre (Figura 2).
Descrição da Imagem: a figura retrata o Acanthostega, uma linhagem extinta dos tetrápodes que viveu no
Período Devoniano Superior. Pode-se observar que este animal tinha de seis a oito dedos em cada pata e
apresentava raios na nadadeira caudal.
UNICESUMAR
bros articulados, os quais favoreceram a vida terrestre, além de vértebras mais
resistentes e musculatura de suporte ao corpo, cabeça elevada, caixa torácica pro-
tetora, cintura pélvica e escapular robustas, estrutura do ouvido modificada para
a detecção do som, encurtamento da região anterior do crânio e alongamento do
focinho (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016). Ichthyostega ainda apresen-
tava estruturas muito evidentes para a vida aquática, como cauda com raios de
nadadeiras e opérculo recobrindo as brânquias (Figura 3).
Descrição da Imagem: a figura representa o animal primitivo Ichthyostega, com membros tetrápode, pos-
suindo seis ou mais dígitos e membranas interdigitais, que lembram as nadadeiras dos peixes, assim como
uma cauda bem desenvolvida, utilizada para natação.
99
UNIDADE 3
Descrição da Imagem: a imagem ilustra um animal fossilizado em rochas sedimentares do Período Devo-
niano. É possível observar estruturas dos animais tetrápodes (quatro patas e ossos robustos), porém com
um corpo coberto por escamas e a presença de guelras. Por estas características, foi considerado um fóssil
intermediário entre os peixes e os tetrápodes.
UNICESUMAR
LISSAMPHIBIA
(anfíbios atuais)
conceituando
Ectotérmicos: significa que a fonte primária de calor para elevar a temperatura vem de
fora do corpo.
Fonte: adaptado dePough, Janis e Heiser (2008).
101
Evolutivamente, os ovos dos anfíbios são aquáticos e eclodem, dando origem a
UNIDADE 3
uma larva aquática que respira por brânquias (Figura 5). As espécies que apre-
sentam uma fase larval sofrem metamorfose cujas brânquias desaparecem e a
respiração passa a ser por meio da pele ou dos pulmões, em muitas espécies.
Importante salientar que estas características podem sofrer exceções, visto que
algumas salamandras não passam por metamorfose completa, mantendo as
características larvais durante todo seu ciclo de vida. Por outro lado, algumas
salamandras, cecílias e rãs vivem, exclusivamente, no ambiente terrestre e não
apresentam uma fase larval aquática, enquanto outras passam por metamorfose
completa e permanecem aquáticas na fase adulta.
Descrição da Imagem: a imagem representa as principais características dos anfíbios, sendo elas: 1) anfíbios
vivem parte de suas vidas na água e parte na terra; 2) têm pele úmida sem escamas; 3) botam ovos; 4) são
de sangue frio (ectotérmicos); 5) as larvas vivem na água e os adultos, na terra; 6) são vertebrados (possuem
ossos); 7) as larvas respiram por brânquias e os adultos, por pulmões; e 8) as larvas têm cauda e nadam,
enquanto os adultos têm quatro patas e saltam.
Anfíbios vivem parte de suas Têm pele úmida Botam ovos São de sangue frio
vidas na água e parte na terra sem escamas (ectotérmicos)
brânquias cauda
patas
pulmões
As larvas vivem na água São vertebrados Larvas respiram por As larvas têm cauda e
e os adultos vivem (possuem ossos) brânquias e adultos respira nadam, enquanto os
na terra por pulmões adultos têm quatro patas
e saltam
UNICESUMAR
GYMNOPHIONA
(APODA)
O clado Gymnophiona é composto por cerca de 190 espécies de cecílias, mais conhe-
cidas como cobras-cegas. Isso mesmo, aquelas cobras-cegas que você sempre achou
que eram um réptil, na verdade, são um anfíbio. O termo vem do grego gymnos =
nu + opineos = cobra, e os animais deste grupo apresentam corpo longo e serpenti-
formes, sem patas, com várias vér-
tebras, costelas alongadas e ânus
terminal (Figura 6). Esses animais
possuem olhos pequenos, mas os
adultos de algumas espécies são
totalmente cegos, e alguns pos-
suem, como órgãos sensoriais,
tentáculos no focinho.
104
4
UNICESUMAR
URODELA
(CAUDATA)
O clado Urodela possui cerca de 620 espécies, composto por salamandras, tritões
e proteus (Figura 7). O termo vem do grego oura = cauda + delos = evidente e
contempla todos os anfíbios que possuem cauda, cabeça pequena e membros
anteriores e posteriores de tamanhos iguais, posicionados em ângulos retos em
relação ao corpo. No entanto, em algumas espécies aquáticas e fossoriais, os mem-
bros são reduzidos ou estão ausentes, as salamandras também são ectotérmicas
e apresentam baixa taxa metabólica.
105
Descrição da Imagem: a figura ilustra quatro espécies bem distintas de Urodela. A) A Salamandra-Fogo tem
o corpo preto e amarelo bem evidente, medindo cerca de 15 cm de comprimento, e possui larvas aquáticas
UNIDADE 3
e adultos terrestres; B) as salamandras Axolote são aquáticas e permanecem com morfologia larval por toda
a vida, apresentando brânquias externas; C) tritão tem fase larval na água e os adultos podem viver na terra.
São capazes de regenerar membros fragmentados ou cauda; D) proteus, um anfíbio cego que vive em cavernas
subterrâneas. Exclusivamente aquático, não possui pigmentos na pele e apresenta brânquias externas por
toda a vida, é a única espécie do gênero.
A B
C D
106
Na reprodução das salamandras primitivas, a fertilização ocorre externamen-
UNICESUMAR
te, sendo os ovos depositados e fertilizados no meio aquático. Em algumas espé-
cies mais complexas, o macho produz um espermatóforo (uma massa branca de
espermatozoides depositada sobre uma base gelatinosa no solo), a fêmea recolhe
essa massa para o interior de sua cloaca, onde os ovos são fertilizados.
As espécies exclusivamente terrestres colocam um aglomerado de ovos em-
baixo de troncos de árvores ou em escavações no solo úmido, e algumas espécies
cuidam dos ovos próximo ao seu corpo até a eclosão dos mesmos (Figura 8).
Descrição da Imagem: a imagem ilustra uma espécie de salamandra terrestre, com o corpo envolto em seus
ovos, cuidando até que os filhotes (miniatura de seus pais) nasçam em segurança.
5 ANURA
(SALIENTIA)
UNICESUMAR
para salto, por isso, a nomenclatura alternativa Salientia (saltar). Os sapos e as rãs
ainda mantêm a reprodução aquática, e as características de sua pele os impos-
sibilitam de viver longe da água.
Os termos sapo, rã e perereca são utilizados de maneira informal. No caso
dos sapos, os verdadeiros estão agrupados na família Bufonidae e possuem cor-
po largo, membros curtos e pele rugosa, com muitas protuberâncias (verrugas)
(Figura 9A), no entanto o termo “sapo” também é aplicado para algumas espécies
terrestres de diversas outras famílias de Anura.
No caso das rãs, a família Ranidae é a mais representativa, e o termo rã, po-
pularmente, refere-se às espécies aquáticas com pele lisa, pernas traseiras longas
e que possuem membranas interdigitais nas patas posteriores, adaptadas para
natação e saltos (Figura 9B). Já as pererecas, que constituem a família Hylidae,
são, geralmente, caracterizadas por possuir ventosas nas pontas dos dedos, uma
vez que apresentam hábito arborícola e utilizam estas estruturas para escalar estas
superfícies verticais (Figura 9C).
Descrição da Imagem: a imagem ilustra os representantes anuros, popularmente chamados sapo (primeira
imagem), os quais possuem pele enrugada, com verrugas, corpo robusto e quatro patas, sem nenhum carac-
tere especial. Na segunda imagem, há uma rã-touro, que possui a pele lisa, as patas traseiras maiores e as
membranas interdigitais adaptadas para natação e salto. Na terceira imagem, pode-se observar uma clássica
perereca arborícola, com suas digitais providas de ventosas nas extremidades, adaptadas para o seu hábito
de vida.
109
UNIDADE 3
Olhos
D
Narina Tronco
Boca
Tímpano
Membro Perna
anterior
Membro
posterior
Dedos
Membrana
natatória
UNICESUMAR
pécies apresentam um estágio larval com cauda, conhecido como girino, no
entanto há um único gênero (Ascaphus) que mantém essa característica também
na fase adulta (Figura 10).
Descrição da Imagem: a imagem ilustra os representantes anuros, popularmente chamados sapo (primeira
imagem), os quais possuem pele enrugada, com verrugas, corpo robusto e quatro patas, sem nenhum carac-
tere especial. Na segunda imagem, há uma rã-touro, que possui a pele lisa, as patas traseiras maiores e as
membranas interdigitais adaptadas para natação e salto. Na terceira imagem, pode-se observar uma clássica
perereca arborícola, com suas digitais providas de ventosas nas extremidades, adaptadas para o seu hábito
de vida.
A B
Distribuição e habitat
Os anuros também são ectotérmicos, por isso, possuem limitações quanto à sua
distribuição nas regiões polares. Nas demais regiões temperadas e tropicais, es-
pecialmente as mais pantanosas e úmidas, eles são extremamente abundantes.
Espécies que habitam as regiões mais frias (temperadas) podem apresentar
um mecanismo de hibernação (algumas rãs e pererecas) para se proteger do
resfriamento. Ainda, algumas espécies são resistentes ao congelamento e acu-
mulam glicose e glicerol antes do inverno para manter os seus fluidos corporais
aquecidos e evitar lesões.
111
Os anuros passam grande parte de sua vida em lagoas temporárias ou per-
UNIDADE 3
Alimentação
Descrição da Imagem: a figura possui duas imagens: 1) um sapo à espreita de uma libélula voando a sua
volta; 2) o momento quando o sapo ejeta sua língua protrátil e pegajosa para capturar o inseto e se alimentar.
112
Os girinos, normalmente, estão em um grupo trófico distinto dos adultos, sendo
UNICESUMAR
herbívoros, consumindo algas de água doce e outros recursos de origem vegetal.
Em função disto, o trato intestinal é longo, para que ocorra todo o processo de
digestão do conteúdo vegetal, que necessita de processo mais lento na absorção
dos nutrientes.
Esta segregação do tipo alimentar entre as fases de desenvolvimento é impor-
tante para não haver sobreposição de nicho trófico e, consequentemente, com-
petição intraespecífica (dentro da mesma espécie).
Os predadores naturais para estes animais indefesos são muitos, desde serpentes,
aves, tartarugas e guaxinins até seres humanos, que costumam se alimentar de
rãs. Além disso, os girinos são facilmente predados por muitos peixes, reduzindo
o recrutamento desses animais até a fase adulta.
Por outro lado, alguns anuros que ocorrem nas regiões tropicais e subtropicais
podem apresentar comportamento agressivos, como saltar ou morder seus preda-
dores. Outros mecanismos de defesa são utilizados, como se fingir de morto, saltar
e fugir, buscar refúgio na vegetação marginal dos rios e lagoas, inflar os pulmões
para impedir a ingestão pelos predadores e até lançar urina. Algumas espécies
apresentam glândulas de veneno e utilizam esta potente toxina para se defender.
A textura da pele dos anfíbios é bastante variada, podendo, inclusive, ser utilizada
como caráter de diagnóstico para identificar alguns grupos (BENEDITO, 2017).
A pele dos vertebrados é composta, basicamente, por duas camadas, a epiderme
externa e a derme. A epiderme dos anfíbios, especialmente os terrestres, possui
alta concentração de queratina, uma proteína fibrosa rígida, que reduz o atrito
da pele com o meio externo e evita a perda de umidade, no entanto a queratina
presente na pele dos anfíbios é mais flexível que outras estruturas do amniotas
(escamas, garras, penas, cornos e pelos), essa camada externa é trocada periodi-
camente, quando os anuros realizam a muda.
113
No geral, a pele dos anfíbios possui dois tipos de glândulas localizadas na
UNIDADE 3
conecte-se
Estudos recentes mostram que um vírus letal, chamado ranavírus, vem ex-
terminando populações de anfíbios no mundo todo, causando edemas na
pele que resultam em quadros hemorrágicos fatais.
114
Os padrões de coloração podem ser a críptica, que muda a cor para se camu-
UNICESUMAR
flar no habitat (Figura 12A), ou a aposemática, que apresenta cores vívidas as
quais remetem a avisos de perigo ou a características desagradáveis (impalatáveis
ou tóxicas), evitando ataques de predadores (Figura 12B).
Descrição da Imagem: a figura possui duas imagens:(A) um sapo se camuflando entre os musgos (colora-
ção críptica); (B) um sapo com coloração vibrante (vermelho, azul e preto) que remete ao perigo (coloração
aposemática).
115
Sistema esquelético
UNIDADE 3
Descrição da Imagem: a imagem ilustra o esqueleto ósseo dos anuros, composto por ossos frontoparietal,
osso nasal, pré-maxilares, narinas, paraesfenoide, exoccopital, pró-ótico, esquamosal, cápsula auditiva, maxi-
lar, falanges, metacarpais, carpais, pré-pólux, radioulna, úmero, escápula, clavícula, coracoide, epicoracoide,
mesoesterno, xifisterno, pré-hálux, tíbia-fíbula, fêmur, ísquio, ílio, uróstilo, calcâneo, astrágalo, tíbia-fíbula,
vértebra sacral, supraescápulas e pterigoide.
Pterigoide Frontoparietal
Supraescápulas Osso nasal
Pré-maxilares
Narinas
Vértebra sacral Paraesfenoide
Exoccipital
Pró-ótico
Tíbia-fíbula Esquamosal
Cápsula auditiva
Astrágalo Maxilar
Calcâneo
Escápula Falanges
Clavícula
Uróstilo Coracoide Metacarpais
Epicoracoide Carpais
Ílio Mesoesterno
Pré-pólux
Fêmur Xifisterno
Ísquio Radioulna
Pré-hálux Úmero
Tíbia-fíbula
116
Figura 13 - Esqueleto ósseo dos anuros / Fonte: adaptada de Hickman, Robert e Larson (2016).
Os membros se dividem em três partes principais: anteriores (ombro, cotovelo e pul-
UNICESUMAR
so) e traseiros (quadril, joelho e tornozelo). Uma característica única dos anfíbios, den-
tre os vertebrados, é que apresentam a mão com apenas quatro dedos (tetrarradiada)
e os pés se mantêm com cinco dígitos (pentarradiado). As diversas articulações nos
dedos dos anfíbios são bastante similares às nadadeiras lobadas dos actinopterígios,
que, possivelmente, foram remodeladas ao longo do processo evolutivo.
O crânio dos anuros é mais leve que o de outros vertebrados, apresenta uma
forma achatada, com menos ossos e ossificação, e está compartimentado em três
partes, com diferentes origens embriológicas, dermatocrânio, condrocrânio e es-
plancnocrânio. O dermatocrânio totalmente ósseo contribui para a formação da
caixa craniana, da mandíbula e dos ossos da boca; e o condrocrânio compõe o
assoalho do crânio e as estruturas das órbitas, óticas e nasais e permanece cartilagi-
noso durante toda a vida, com exceção do osso esfenoetmoide. O esplancnocrânio
é o esqueleto visceral e compõe as maxilas inferior e superior e os arcos branquiais.
Respiração e circulação
Descrição da Imagem: a figura ilustra a anatomia interna dos anuros, especialmente os sistemas respiratório,
circulatório, digestivo e excretor.
Coração
Esôfago
Fígado
Vesícula biliar
Pulmão
Corpos gordurosos
Estômago
Rim
Intestino
Ureter
Reto
Bexiga urinária
Abertura cloacal
117
formam uma rede de capilares por onde o sangue passa em direção ao coração
(Figura 14). Além disso, com a respiração pulmonar, todo um circuito sanguíneo
que supre os pulmões foi desenvolvido e, para isso, houve a transformação do
sexto arco aórtico em artérias pulmonares e o surgimento de novas veias que
levam o sangue oxigenado para o coração.
O coração dos anuros se divide em dois átrios e apenas um ventrículo. Adaptações
foram necessárias para direcionar o sangue rico em oxigênio para o corpo (circuito sis-
têmico) e o sangue rico em dióxido de carbono para os pulmões (circuito pulmonar).
Vocalização
Uma característica bem marcante dos anuros é a vocalização, utilizada para atrair
a parceria reprodutiva durante o acasalamento. As cordas vocais estão situadas na
laringe (caixa vocal) e são bem desenvolvidas nos machos, e o som é produzido
por meio do movimento de ar que passa pelas cordas vocais, localizadas entre
os pulmões e o assoalho da cavidade bucal. Este movimento do ar infla os sacos
vocais e emite os cantos de chamamento (Figura 15); o canto dos anfíbios é
bem diversificado e, geralmente, o som é único entre as espécies, podendo ser
utilizada para a identificação taxonômica de alguns grupos.
A altura do som está relacionada ao tamanho do animal. A fêmea, geralmente, res-
ponde o canto do macho quando os seus ovos estão prontos para serem depositados.
Embora o canto seja importante para o processo reprodutivo dos anuros, há
um gasto de energia bastante dispendioso para esses animais, além de atrair os
predadores para os locais de acasalamento.
UNICESUMAR
O sistema nervoso (encéfalo) dos anuros são, basicamente, divididos em três
partes: o telencéfalo, o qual é relacionado ao olfato (detecção de odores no ar), o
mesencéfalo, à visão e o rombencéfalo, à audição e ao equilíbrio. O rombencéfalo
se divide em cerebelo (coordena o equilíbrio e os movimentos) e em bulbo pos-
Olhos
terior (coordena reflexos auditivos, respiração, deglutição e controle vasomotor).
O ouvido dos anuros é composto por uma orelha média que é fechada, exter-
namente, por uma membrana timpânica (tímpano) bem evidente (Figura 9D)
e possui uma columela que emite as vibrações para a orelha interna.
Tronco
Tímpano
Dedos
Membrana
natatória
119
Reprodução
UNIDADE 3
Descrição da Imagem: pode-se observar, nas duas imagens, o comportamento chamado amplexo, que ocorre
durante o processo reprodutivo dos anuros. Neste momento, o macho fica sobre a fêmea e a prende com
suas patas para que realizem a postura e fertilização dos ovos.
120
Neste processo, as fêmeas liberam os ovos e, em seguida, os machos depositam
UNICESUMAR
seu esperma sobre eles. Assim, a fertilização ocorre externamente e necessita de
água para completar o processo (Figura 17). Geralmente, os ovos formam um
aglomerado gelatinoso e podem ser depositados em massas de espuma que flu-
tuam sobre água, em folhas caídas na água, em tocas úmidas ou bromélias com
acúmulos de água. O ovo fertilizado, começa, rapidamente, o processo de cliva-
gem, seguido das fases de blástula e gástrula, que, por fim, formam um embrião
com cauda (Figura 17).
O girino eclode do ovo alguns dias depois (até 21 dias), dependendo das
condições ambientais. Algumas espécies apresentam cuidado parental e até car-
regam os girinos por certo período; após esta fase, a maioria passa a sua fase de
vida adulta no ambiente terrestre (Figura 17).
Descrição da Imagem: a imagem ilustra o ciclo reprodutivo dos anuros, que é composto, basicamente, por
acasalamento, postura dos ovos, fertilização e formação do embrião, seguidos das fases girino larva, girino
com patas, jovem com cauda e fase adulta.
Ambiente Ambiente
terrestre aquático
O girino é caracterizado por uma cabeça diferenciada, por tronco, cauda longa
em formato de nadadeira, brânquias internas ou externas e ausência de membros.
A boca situa-se ventralmente, sendo, neste momento, adaptada para raspar o
alimento. Os girinos apresentam dieta herbívora e, assim, uma anatomia interna
altamente especializada para esta alimentação.
121
Os girinos não se parecem em nada com os anuros adultos, portanto, a meta-
UNIDADE 3
UNICESUMAR
quitrídeo, que vem causando extinções populacionais como nunca registradas
na história. Embora o Brasil tenha papel positivo (alta biodiversidade) e negativo
(potencial de patógenos), ele não possui programas de monitoramento popula-
cional voltados para os anfíbios. Assim, pouco se conhece dos aspectos populacio-
nais das diferentes espécies de anfíbios existentes em nosso território, tampouco
das extinções locais e os seus reais motivos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), obrigada por chegar até aqui! Espero que tenha aprendido muito
sobre os anfíbios. Nesta unidade, abordamos a história evolutiva dos tetrápodes.
Você conseguiu compreender como o inimaginável aconteceu? Embora tenha sido
um caminho de milhões de anos, sair da água para viver na terra exigiu muito da
seleção natural. Diversas características tiveram que ser selecionadas ao longo deste
processo, dentre elas, o desenvolvimento de membros adaptados à locomoção e,
principalmente, um endoesqueleto que sustentasse o peso corporal no ar. Além
disso, para respirar o ar atmosférico, a adaptação do pulmão, já presente em alguns
sarcopterígios pulmonados, foi essencial para a eficiência das trocas gasosas.
Entre os anfíbios modernos, estudamos as três principais linhagens evolu-
tivas, as cecílias (Gymnophiona), um grupo pequeno, composto pela popular
cobra-cega, animais que apresentam corpo serpentiforme e sem patas; as sa-
lamandras (Urodela), que apresentam, além de quatro membros de tamanhos
semelhantes, a cauda nos adultos, características presentes nos ancestrais da Era
Paleozoica; e os anuros, que compõem o maior grupo de anfíbios e apresentam
adaptações nos membros e no esqueleto para saltar.
Aprendemos, também, que os termos sapos, rãs e pererecas (ordem Anura)
são usados informalmente, com base em alguns caracteres, como corpo robusto,
pele enrugada (sapos), pele lisa, membros traseiros maiores, membranas inter-
digitais (rãs), ventosas nos dedos e hábitos arborícolas (pererecas). No entanto,
evolutivamente, há várias exceções nestas classificações.
No geral, o que há em comum entre os anfíbios é a dependência de ambientes
frescos, por serem ectotérmicos, e de ambientes úmidos para a fertilização e o
desenvolvimento de seus ovos.
Encerramos, aqui, mais uma unidade, mas o nosso passeio pelo reino animal
ainda é longo. Temos, pela frente, répteis, aves e mamíferos! Bons estudos!
123
na prática
2. O clado Tetrapoda constitui uma linhagem evolutiva que representa o grupo mais
diversificado de Sarcopterygii. São considerados tetrápodes (seres de quatro patas)
os vertebrados terrestres popularmente conhecidos como anfíbios, répteis, aves e
mamíferos. Muitas sinapomorfias morfológicas e moleculares comprovam que esse
grupo representa um clado monofilético. Dentre elas, podemos citar:
124
na prática
a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) F, F, F.
d) V, F, V.
e) V, V, V.
125
na prática
126
anotações
aprimore-se
128
aprimore-se
129
eu recomendo!
livro
documentário
conecte-se
Este vídeo exibe uma série de anuros durante o seu processo de voca-
lização. Podemos observar os mais variados sons, que mudam sobre-
maneira entre as espécies.
130
4
AMNIOTAS:
RÉPTEIS
e aves
PROFESSORA
Dra. Jislaine Cristina da Silva
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Amniotas: perdendo o vínculo
com o ambiente aquático • Répteis: características gerais • Diapsida: principais clados de répteis atuais
• Diapsida: características gerais das aves • Aves: sistemas e fisiologia.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar a história evolutiva dos amniotas e seus principais grupos • Descrever os aspectos gerais
da biologia dos répteis • Conhecer as características distintivas de Diapsida e dos principais clados de
répteis atuais • Compreender a história evolutiva das aves e suas adaptações para o voo • Detalhar sobre
os sistemas e aspectos morfofisiológicos das aves.
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, você conhecerá os amniotas, um clado com uma
história evolutiva bem diversificada. De início, entenderemos quais são as vantagens
adaptativas que surgiram neste grupo para que pudessem colonizar, definitivamente,
o ambiente terrestre.
A primeira grande novidade evolutiva desse grupo foi o ovo amniótico, protegido por
uma casca mineralizada, que permitiu a proteção ao ressecamento e à predação. Além
disso, nos répteis atuais, como lagartos, serpentes, tartarugas, jacarés e crocodilos, ou-
tras características importantes evoluíram para uma vida fora d’água: o corpo coberto
por escamas ou escudo queratinizado, o endoesqueleto rígido, a respiração pulmonar
e o desenvolvimento da musculatura mandibular, com crânio cinético, certamente,
garantiram o sucesso desse grupo.
Já as aves conseguiram desbravar inúmeras fronteiras por meio do voo, mas para
isso, foram necessárias diversas adaptações em sua morfologia e em seu esqueleto
ósseo, o que as permitiu transpor as leis da aerodinâmica. Com musculatura e visão
bem desenvolvidas, ossos pneumáticos, penas leves e resistentes, asas arqueadas,
bicos especializados e sangue quente, as aves se tornaram os animais mais populares
do planeta.
Bons estudos!
1
AMNIOTAS: PERDENDO O
UNICESUMAR
VÍNCULO
com o ambiente aquático
133
Além disso, existe uma terceira camada, denominada córion, por onde o oxigênio
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: a imagem ilustra um ovo amniótico, sendo representadas todas as suas camadas.
A camada externa é a casca, seguida do córion, que reveste o âmnio, que por sua vez protege o embrião, o
saco vitelino e o alantoide.
Casca do ovo
Saco vitelino
Alantoide
Córion
Embrião
Âmnio
134
o desenvolvimento do esqueleto ósseo. No entanto o ovo amniótico sofre algumas
UNICESUMAR
variações entre os grupos. Por exemplo, em alguns répteis (lagartos e serpentes) e
na maioria dos mamíferos, não há a formação de ovo com casca, e o embrião pode
ser nutrido por uma placenta ou se desenvolver no trato reprodutivo da fêmea.
Quando há a constituição mineralizada da casca, para estes animais, a fe-
cundação precisa ocorrer internamente, antes da formação da casca, visto que
esta impede a fertilização pelos espermatozoides. Assim, a maioria dos amniotas
possui um órgão copulador, geralmente, um pênis (exceto nos tuataras e nas aves),
que introduz os espermatozoides dentro da cavidade genital da fêmea, após a
fertilização e a formação de todas as camadas do ovo, este pode ser depositado
no ambiente (solo, ninhos etc.). As larvas dos amniotas, quando presentes, não
apresentam brânquias, como ocorre nos anfíbios.
1) ANAPSIDA 2) SYNAPSIDA
Abertura temporal
3) DIAPSIDA
136
Nos amniotas, a pele perde a função de respiração e passa a desempenhar
UNICESUMAR
função protetora a atritos físicos e predação, além de evitar perda de água e
dessecação. Alguns possuem queratina organizada em escamas (não são ho-
mólogas às escamas dos peixes), derivadas do esqueleto dérmico mineralizado;
estas estão presentes, de forma evidente, em crocodilos, lagartos, cobras, jacarés
e tartarugas. Nas aves, essas escamas foram substituídas por penas, embora,
em suas patas, possam ser observados alguns resquícios de escamas dérmicas.
Nos mamíferos, a queratinização pode estar presente em algumas estruturas
do corpo, como pelos, garras e cornos, outras características podem ser obser-
vadas nos amniotas, como endoesqueleto ósseo, cintura escapular, osso tarsal
e vértebra sacral (geralmente, mais de uma).
Além disso, diversas adaptações morfológicas e fisiológicas foram desenvol-
vidas para a vida terrestre e o melhor aproveitamento energético, por exemplo, a
língua dos tetrápodes é muscular e móvel, o que auxilia na mastigação e deglu-
tição do alimento.
Em relação ao sistema circulatório, os amniotas possuem dois átrios que se-
param, de forma eficiente, o sangue rico em oxigênio (átrio esquerdo) do sangue
desoxigenado (átrio direito), além disso, possuem dois ventrículos totalmente se-
parados, diferentemente do que ocorre nos peixes e anfíbios. Esse sistema melho-
ra a pressão sanguínea, extremamente importante para a atividade dos animais
terrestres e, também, para o funcionamento do coração, que precisa bombear o
sangue para cima, vencendo as barreiras da gravidade.
Outra adaptação fisiológica importante foi em relação à excreção. Nos anfí-
bios, a eliminação das excretas metabólicas eram realizadas na forma de amônia
ou ureia, no entanto a amônia necessita ser diluída em grande quantidade de
água, por ser tóxica quando concentrada, assim, este formato seria impossível no
ambiente terrestre. Para resolver esta dificuldade, as aves e os répteis passaram a
eliminar os resíduos na forma de ácido úrico, que requer pouca água para a sua
diluição. Já os mamíferos excretam os rejeitos na forma de ureia, utilizando os
rins nesta filtração, o que diminui a perda de água em excesso.
Os amniotas também desenvolveram um cérebro maior do que os demais
vertebrados estudados até o momento, dividindo-o em telencéfalo e cerebelo. O
tamanho do telencéfalo está altamente correlacionado aos estímulos sensoriais
(visão, olfato, alimentação, reprodução) e ao controle da musculatura, bem de-
senvolvida na maioria dos amniotas (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016).
137
2
RÉPTEIS:
UNIDADE 4
CARACTERÍSTICAS
gerais
Descrição da Imagem: a figura representa um cladograma da filogenia dos amniotas. Do lado esquerdo
encontra-se a ramificação dos mamíferos, com crânio sinapsídeo. Em seguida, à direita dos mamíferos,
estão representados os diapsídeos (Tuataras, lagartos e serpentes), Testudines, Crocodilianos e Aves,
no canto direito.
138
Amniota
Synapsida Diapsida
Lepidosauria Testudines Archosauria
Squamata
Crânio diápsido
que significa rastejar, para nos referir apenas a tartarugas, lagartos, serpentes,
139
UNICESUMAR
Atualmente, existem cerca de 11.341 espécies de répteis (UETZ; FREED; HOŠEK,
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: a imagem mostra oito círculos, onde cada um representa uma característica
compartilhada entre os répteis. 1) presença de escamas ou escudos de proteção; 2) respiração pulmo-
nar; 3) maioria bota ovos; 4) são ectotérmicos (como os anfíbios); 5) podem viver na terra ou na água; 6)
possuem esqueleto ósseo; 7) a maioria apresenta patas (exceto as serpentes); 8) maioria possui coração
com três câmaras (exceto, jacarés e crocodilos).
5) Podem viver na terra 6) Possuem esqueleto 7) Maioria apresenta patas 8) Maioria possui coração
ou na água. ósseo. (exceto serpentes). com três câmaras (exceto
jacarés e crocodilos).
Os répteis já foram muito mais famosos, visto que os seus principais repre-
sentantes, os dinossauros, viveram na terra por mais de 165 milhões de anos
e predominavam no planeta devido aos seus tamanho e hábitos alimentares.
No entanto foram extintos há cerca de 65 milhões de anos, restando apenas
os seus registros fósseis para contar a história.
140
3
DIAPSIDA:
UNICESUMAR
PRINCIPAIS CLADOS
de Répteis Atuais
Clado Lepidosauria
Sphenodonta: clado composto pelo tuatara, um réptil muito similar aos la-
gartos, endêmico da Nova Zelândia e representado por apenas duas espécies
viventes (Sphenodon guntheri e Sphenodon punctatus) (Figura 5). Estes animais
são bastante sensíveis a perturbações ambientais, pois possuem baixas taxas de
reprodução e têm crescimento lento, podendo viver até 200 anos. Podem atingir
até 66 cm de comprimento, com maturidade sexual entre 10 e 20 anos, e se repro-
duzem somente a cada quatro anos (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016).
141
Descrição da Imagem: A figura é composta por duas imagens, onde a primeira retrata a espécie de
UNIDADE 4
tuatara Sphenodon guntheri e a segunda, retrata a outra espécie do gênero Sphenodon punctatus.
142
UNICESUMAR
conceituando
143
Descrição da Imagem: a figura possui três imagens, onde primeira mostra a anatomia do crânio cinético
UNIDADE 4
de um escamado, com indicação de cada um dos ossos que formam essa estrutura, com atenção ao osso
quadrado. Na imagem dois, é possível observar a ampla abertura da boca de uma serpente, favorecida
pela articulação do osso quadrado. Na imagem três, fica evidente o quanto essa abertura do crânio
contribui para a ingestão de grandes presas pelos escamados.
Supratemporal
Pré-frontal
Quadrado
Maxila
Pterigoide
Tecidos flexíveis
unem os ramos Ectopterigoide
da mandíbula
Dentário
UNICESUMAR
dendo apresentar hábitos aquáticos, terrestres, fossoriais (escavam o substrato),
arborícolas (utilizam galhos ou folhas da vegetação como poleiros) e até planadoras
(possuem alguma estrutura de sustentação que os fazem planar no ar). Fazem parte
desse grupo: lagartixas, iguanas, camaleões, dragão-de-komodo, entre outros (Figu-
ra 7), no Brasil, existem cerca de 250 espécies de lagartos catalogadas, distribuídas
entre 13 famílias (BENEDITO, 2017).
Os lagartos possuem dois pares de patas e o corpo coberto por escamas
(Figura 7), a pele contém lipídios que minimizam a perda de água, além das
excretas ocorrerem por meio de ácido úrico, o que também reduz a desidra-
tação. Por serem ectotérmicos, esses animais são mais comuns em ambientes
mais quentes, inclusive, em áreas de deserto.
Quantos aos sentidos, os lagartos têm boa visão diurna e as pálpebras são mó-
veis, o que favorece a lubrificação dos olhos, porém alguns lagartos não possuem
pálpebras e utilizam um mecanismo de lamber os olhos para mantê-los úmidos.
A audição não é tão importante para esses animais, ainda que tenham um ouvido
externo e uma orelha interna, estes não são bem desenvolvidos.
Ainda no grupo dos lagartos, existem algumas espécies chamadas anfisbe-
nas, conhecidas, popularmente, como cobras-de-duas-cabeças, pois a cauda
tem formato bastante similar à sua cabeça, ou como cobras-cegas, por terem
olhos ocultos debaixo da pele (Figura 7). São animais com hábitos fossoriais,
pois escavam o solo em um movimento de locomoção para frente e para trás
e, embora pertençam ao grupo dos lagartos, elas se assemelham muito às ser-
pentes, visto que a maioria apresenta corpo alongado e sem membros.
Descrição da Imagem: A figura tem quatro imagens. A) uma lagartixa, pequena, ágil, com lamelas ade-
sivas nos dedos e, predominantemente, noturnas; B) uma iguana. Ela, geralmente, tem cores brilhantes
e cristas, franjas e pregas gulares; C) um camaleão, animal que pode mudar de cor para se proteger
dos predadores. Captura insetos com sua língua pegajosa e de alta precisão; D) um dragão-de-komodo,
considerado um dos maiores lagartos do mundo; E) uma anfisbena ou cobra-de-duas-cabeças, que não
tem patas, mas é altamente especializada para a vida fossorial (escavação).
145
UNIDADE 4
UNICESUMAR
Coração
Pulmão esquerdo
alguns grupos serpentiformes, por rudimentar
Esôfago
Vesícula biliar Pâncreas
Estômago
exemplo, nas jiboias. Pulmão direito Intestino
UNICESUMAR
de comunicação com qualquer glândula de veneno (Figura 10). São ser-
pentes que, geralmente, matam suas presas por constrição e asfixia. Ex.:
jiboias, sucuris.
■ Opistóglifas: serpentes peçonhentas cuja presa fica localizada na parte
posterior da boca e possui um sulco por onde escorre o veneno (Figura
10). Há perigo reduzido de acidentes com humanos, pois, geralmente,
não conseguem realizar uma mordida profunda para injetar o veneno.
Ex.: cobra-verde, coral-falsa, muçurana.
■ Proteróglifas: serpentes peçonhentas cujas presas ficam localizadas na
parte anterior da boca, com sulcos por onde escorre o veneno (Figura
10). Essas presas são curtas e ficam permanentemente eretas. Ex.: najas,
coral verdadeira e serpentes marinhas.
■ Solenóglifas: serpentes peçonhentas cujas presas ficam localizadas na par-
te anterior da boca (Figura 10). As presas são longas e móveis, quando a
serpente abre a boca, um sistema de alavanca muscular e óssea projeta
as presas, as quais estão conectadas por um canal oco a uma glândula de
veneno. Na parte central da presa, há um orifício de descarga, por meio
do qual o veneno é injetado na vítima. Ex.: cascavéis, jararacas, surucucus
Descrição da Imagem: A figura ilustra os quatro tipos de dentição encontrados nas serpentes, áglifa (sem
presas peçonhenta), opistóglifa (presa posterior), proteróglifa (presa anterior, curta e fixa) e solenóglifa (presa
anterior, longa e móvel).
Áglifa Opistóglifa
Maxilar
Presa
Pterigoideo Proteróglifa
Ectopterigoideo
Solenóglifa
A B
Figura 11 - A) Surucucu (Lache-
sis muta); B) Jararaca (Bothrops
jararaca); C) Cascavel (Crotalus
durissus); D) Cobra-coral verda-
deira (Micrurus fulvius)
C D
150
Descrição da Imagem: a figura possui quatro imagens em que estão representadas as quatro serpentes
UNICESUMAR
mais peçonhentas do Brasil, respectivamente surucucu, jararaca, cascavel e cobra-coral verdadeira.
Cabeça chata, triangular, bem destacada. Cabeça estreita, alongada, mal destacada.
Olhos pequenos, com pupila em fenda vertical e fosseta Olhos grandes, com pupila circular,
loreal entre os olhos e as narinas (quadradinho preto). fosseta lacrimal ausente.
nhentas, como formato da cabeça, tipo e tamanho dos olhos, tipos de escamas, espessura da cauda e
comportamento de ataque.
Clado Testudines
152
Descrição da Imagem: A figura demonstra os três principais representantes populares dos Testudines,
UNICESUMAR
que são o jabuti, o cágado e a tartaruga.
C
Figura 13 - Principais representantes dos Testudines. A) Jabuti (Chelonoidis carbonaria); B)
Cágados; C) Tartaruga (Caretta caretta)
A característica mais marcante das tartarugas são os cascos, esta estrutura é for-
mada por duas camadas, uma de queratina (externa) e outra óssea (interna). A
camada interna tem origem na fusão de costelas, vértebras e ossos dérmicos, cujas
cinturas peitoral e pélvica situam-se, internamente, às costelas (uma sinapomorfia
deste grupo) (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016). A parte ventral do casco,
o plastrão, é composto pela junção das clavículas e interclavículas (Figura 14), as
duas partes do casco são unidas por uma estrutura denominada ponte.
As características do casco, como forma, tamanho, cor, quantidade e disposi-
ção dos escudos são muito importantes na diferenciação das espécies, sendo uti-
lizados como métodos de identificação (BENEDITO, 2017). Além disso, o casco
das tartarugas oferece proteção, pois a maioria das espécies conseguem retrair
as partes moles do corpo (cabeça e patas) para dentro da carapaça (Figura 14).
Descrição da Imagem: a figura representa o esqueleto e casco de um testudine, exibindo a fusão das
vértebras e das costelas com a carapaça. O pescoço longo e flexível, possibilita ao animal esconder a
cabeça e membros no interior do casco.
153
Vértebras fundidas
UNIDADE 4
Costelas Carapaça
Pescoço
Plastrão
Figura 14 - Casco dos Testudines, principal característica do grupo
Clado Archosauria
UNICESUMAR
(Figura 15). Os crocodilos são, atualmente, os maiores répteis existentes, distri-
buídos por quase todos os continentes, incluindo até uma espécie marinha, o
crocodilo-de-água-salgada, espécie muito agressiva.
A diferenciação entre os crocodilos e jacarés se dá pela forma da cabeça. O
focinho dos crocodilos é mais estreito e o quarto dente da mandíbula fica visível
quando a boca está fechada. Os jacarés, comumente, têm o focinho mais largo
e o quarto dente da mandíbula permanece oculto quando a boca está fechada
(HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016). O gavial possui o focinho mais es-
treito entre os Crocodylia, há uma fusão entre as mandíbulas na extremidade
rostralda maxila inferior e, com este tipo de focinho, a dieta do gavial é especia-
lizada em peixes (POUGH; JANIS; HEISER, 2008).
Descrição da Imagem: A figura possui cinco imagens. A) e B) crocodilos exibindo o focinho mais estreito;
C) e D) jacarés e o focinho mais largo e quadrado; E) gavial com seu focinho extremamente fino.
gênea, ou seja, não sofrem muitas alterações entre as espécies. São considerados
animais de médio a grande porte, podendo medir de 1,2 até 8 m de comprimento
e pesar mais de uma tonelada (BENEDITO, 2017).
O crânio desses animais apresenta um formato alongado, comprimido dorso-
ventralmente e, em vista lateral, observa-se uma extensa série de dentes e a boca
desprovida de lábio (Figura 15). Os músculos associados ao crânio precisam ser
bastante eficientes para possibilitar rápida abertura e fechamento das mandíbulas
e são muito fortes para abocanhar e arrastar as suas presas.
Os crocodilos são predadores de topo de cadeia, agressivos, que ficam à espera
de sua presa e, então, as ataca de forma rápida e inesperada na coluna d’água.
Podem se alimentar de animais maiores que seu próprio tamanho, como mamí-
feros, aves, outros répteis e até seres humanos, quando adultos, praticamente não
possuem predadores. Os jacarés, por sua vez, são menores, menos assustadores
e pouco ameaçadores aos humanos.
Em ambos os grupos, as narinas situam-se na parte superior da cabeça e,
junto aos olhos e ouvidos, ficam dispostos de forma a manterem-se ao nível da
água quando o animal está parcialmente submerso, além disso, uma musculatura
específica fica responsável pelo fechamento das narinas quando completamente
submersos. Os crocodilianos também conseguem respirar ao mesmo tempo em
que se alimentam.
Em todo o corpo estão dispostas escamas que formam um tipo de exoes-
queleto ou armadura dérmica, chamado de osteodermas, composto por ossos
esponjosos e compactos que, ao mesmo tempo, permitem proteção, flexibilidade
e regulação térmica ao animal. A cauda é bem longa, em formato de remo, para
natação (Figura 15), com musculatura potente e bem vascularizada, pode ser
usada para defesa quando fora do ambiente aquático.
O coração dos crocodilianos difere dos outros répteis e apresenta quatro câ-
maras, com divisão completa dos átrios e ventrículos, como ocorre nos mamífe-
ros, além disso, respiram ar atmosférico por meio dos pulmões.
Quanto à reprodução, os crocodilianos são ovíparos; uma fêmea pode deposi-
tar entre 20 e 50 ovos, algumas espécies constroem ninhos ou enterram os ovos na
areia, apresentando cuidado parental pela fêmea. Considerando que a fase inicial
de vida é a mais vulnerável desse grupo, a proteção dos filhotes pode durar cerca
de dois anos ou mais. A proporção sexual dos filhotes será determinada pela tem-
156
peratura de incubação dos ovos, em que temperaturas baixas produzem fêmeas e
UNICESUMAR
temperaturas altas produzem machos (ao contrário do que ocorre nas tartarugas).
Alguns jacarés machos, podem vocalizar durante a estação reprodutiva.
4
DIAPSIDA:
CARACTERÍSTICAS
Gerais das Aves
Classificação da aves
União do crânio
Por um rótula Por um rótula
com a primeira Por duas rótulas
óssea óssea
vértebra
Osso orelha
Um Um Três
média
Um osso
Maxilar 5 ou 6 ossos 5 ou 6 ossos
(dentário)
UNICESUMAR
encontrado na província de Liaoning, na China. Este animal, possivelmente, viveu neste local no início
do período Cretáceo. Ao lado, a imagem contém uma reconstituição esperada do animal, com base nos
registros fósseis. Nesta imagem, algumas das características das aves atuais podem ser verificadas.
160
UNICESUMAR
pensando juntos
das aves, com as respectivas adaptações para o voo; B) ilustra a parte interna de um osso pneumático
das aves, com cavidades ocas e preenchidas com ar.
Ulna
Rádio
Vértebra cervical Úmero
Processo uncinado
Tibiotarso
Patela
Tibiotarso
Tarsometatarso
Dígitos
UNICESUMAR
devem gerar forças de ascensão maiores que a sua própria massa e, para avançar,
devem gerar propulsão a fim de se mover contra as forças de resistência de arrasto
(HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016).
O voo das aves pode ser batido, cujas asas movimentam-se, violentamente,
para baixo e para frente, totalmente estendidas, ou planado, cujas aves aproveitam
ventos fortes para ganhar altitude e permanecerem no alto.
Ainda, há diferentes tipos de asas para o voo, que variam de tamanho, forma
e de aspectos aerodinâmicos adequados para explorar diferentes tipos de habitats
(Figura 18):
■ Asas elípticas: asas largas e elípticas, com fendas e álula, presentes em aves
que executam manobras em habitats florestais ou arbustivos (ex.: pardais, ro-
linhas, pica-paus e gralhas), pois oferecem alta ascensão em baixa velocidade.
■ Asas de alta velocidade: asas finas, sem fendas e com borda posterior curva.
Presentes em aves que consomem os alimentos em pleno voo (ex.: andori-
nhas, falcões e andorinhões) ou que realizam longas migrações (ex.: batuíras,
maçaricos, trinta-réis e gaivotas), também permitem voos de alta velocidade.
■ Asas de voo dinâmico: as asas são longas e estreitas, sem fendas. Presentes
em aves oceânicas planadoras (ex.: albatrozes, petréis e atobás). Este tipo de
voo pode ser executado apenas sobre oceanos, com confiáveis ventos fortes.
■ Asas de grande sustentação: asas largas, muito arqueadas, com fendas
e álula, fornecem alta sustentação em velocidade baixa, planação e mano-
bras. Presentes em urubus, gaviões, águias, corujas e águias-pescadoras,
predadores que carregam cargas pesadas.
Descrição da Imagem: a figura exige os quatro tipos de asas encontradas na aves, que são as elípticas,
de alta velocidade, de voo dinâmico e grande sustentação, respectivamente apresentadas.
A B C D
Asas elípticas Asas de alta velocidade Asas de voo dinâmico Asas de alta ascensão
(tiranídeo) (andorinha) (albatroz) (gavião)
Figura 18 - Tipos de asas presentes nas aves. Fonte: Hickman, Robert e Larson (2016).
163
As asas das aves são compostas por penas, que são estruturas homólogas das esca-
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: a imagem retrata as partes de uma pena, que no geral divide em cálamo, haste,
barbas, vexilo e bárbulas.
Haste (raque)
Bárbulas
Hâmulos
Vexilo
Barbas
Penugens
Pena posterior
Ainda, as penas podem apresentar quatro tipos diferentes, são elas: penas de
contorno, que dão forma ao corpo; penas de voo, que se projetam para além
do corpo; filoplumas, penas “degeneradas”, que parecem pelos em uma ave
depenada; penas de pó, quando em crescimento, liberam um pó similar ao
talco que eleva a impermeabilidade das penas e proporciona uma coloração
metálica em muitas espécies.
164
5
AVES:
UNICESUMAR
SISTEMAS
e Fisiologia
Além da façanha de voar, as aves precisam realizar funções básicas, como se ali-
mentar, respirar, metabolizar energia, fugir de predadores, manter a sua temperatura
corporal constante e se reproduzir (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016).
Alimentação: quanto à alimentação das aves, no geral, são carnívoras/in-
setívoras, visto que se alimentam dos mais variados tipos de insetos existentes,
ainda podem consumir outros invertebrados e até vertebrados menores, como
peixes, anfíbios, aves e alguns mamíferos. Algumas espécies se alimentam de
frutos, sementes, néctar e plantas, podendo ter dieta especialista (poucos itens),
generalista (muitos itens) ou onívora, em que consomem o que está disponível
sazonalmente. Com dieta bastante diversificada, as aves possuem bicos adaptados
para cada uma delas (Figura 20).
Os bicos podem ser finos e pontudos para capturar peixes ( martim-pesca-
dor); achatados e largos para filtrar água (patos); fortes, curvos e pontudos para
rasgar a carne das presas (gaviões); finos e longos para alcançar o néctar no inte-
rior das flores (beija-flor); fortes e curtos para quebrar frutos duros (papagaio);
pequenos e finos para quebrar grãos/frutos e capturar insetos (passarinhos) (EFE;
CHAVES, 1999) (Figura 20).
Descrição da Imagem: a figura ilustra os principais tipos de bicos exibidos pelas aves. Estes podem
ser generalistas, insetívoros, granívoros (come grãos), comedor de sementes, nectarívoros, frugívoros,
carpinteiros (troncos de árvores), rede de pesca, limícolas (come lodo), filtradores de água, pescadores,
mergulhadores, carniceiros e predadores.
165
UNIDADE 4
Generalista Insectívoro
Granívoro Sementes
Nectarívoro Frugívoro
Troncos de árvores
Rede de pesca
Limícola Filtrador
Pescador
Mergulhador
UNICESUMAR
especialmente em função do voo, assim, elas podem consumir a quantidade de até
100% de seu peso corporal por dia. O sistema digestivo é adaptado para processar
alimentos ricos em energia de forma rápida, sendo processados na moela e, em
muitas espécies, armazenados no papo. O papo é uma expansão do esôfago no
qual o alimento é mantido temporariamente, antes de prosseguir ao longo do trato
digestório ou de ser regurgitado como refeição para os filhotes (KARDONG, 2016).
O estômago é formado pelo pró-ventrículo (estômago) e a moela (Figura 21).
Além de a moela possuir revestimento queratinizado, as aves também engolem
objetos ásperos, arenosos ou cristais de rocha, que ficam armazenados na moela,
para auxiliar no processo de trituração de alimentos duros, uma vez que elas não
possuem dentes (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016).
O intestino se divide em duodeno e íleo, com um par de cercos cuja função é
de câmaras de fermentação, especialmente nas aves herbívoras. Na parte terminal
do intestino, encontra-se a cloaca, composta pelos ductos genitais e excretores.
Descrição da imagem: A figura possui duas imagens, a primeira representando o sistema digestório
de aves, com suas respectivas estruturas, a segunda imagem ilustra o sistema respiratório com seus
nove sacos aéreos.
Bico Cérebro
Medula espinhal
Traqueia
Pulmões
Esôfago
Rins
Papo
Moela
Coração
Uretra
Estômago Duodeno
Fígado
Íleo
Pâncreas Cloaca
Figura 21
Sistemas digestório e respiratório das aves
167
Respiração: adaptadas para o voo, as aves desenvolveram um sistema respirató-
UNIDADE 4
UNICESUMAR
seu corpo. Possuem um cérebro distinto, com encéfalo dividido em hemisférios
cerebrais, cerebelo e mesencéfalo; a crista ventricular dorsal conduz as ações de
canto, alimentação, voo e comportamentos de reprodução, já o cerebelo controla
musculatura, equilíbrio e visão (em que os lobos ópticos interpretam as informa-
ções visuais). A coordenação motora das aves também é consideravelmente rápida.
Reprodução: esses animais apresentam comportamento reprodutivo bem
singular, durante o período de reprodução, ocorre a mais evidente interação social
entre eles. As aves, especialmente as marinhas, se unem, neste momento, para
marcar território, nidificar (construir ninhos), escolher seu parceiro de acasala-
mento, incubar os ovos e cuidar dos filhotes.
Os machos não possuem órgão copulatório, apenas testículos que aumentam
consideravelmente de tamanho no período reprodutivo (cerca de 300 vezes)
(HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016). A fêmea possui ovário que libera os
óvulos, assim como oviduto esquerdo, onde ocorre a fertilização. A cópula ocorre
por meio da sobreposição das cloacas do macho e da fêmea, após a fertilização,
inicia-se a produção do ovo, recebendo a camada de albumina (clara), casca e
pigmentos da casca.
Uma característica marcante nas aves é a monogamia. Muitas espécies esco-
lhem um parceiro reprodutivo único, que pode ser para a vida toda (ex.: cisnes,
gansos, papagaio, pinguim-saltador, cegonhas) ou apenas para aquele período
reprodutivo. O casal divide os cuidados com o ninho, uma vez que ambos pos-
suem as mesmas condições de realizar o cuidado parental, nos mamíferos, por
exemplo, isso não é possível, visto que a mãe precisa amamentar a sua prole.
No entanto há muitas espécies poligâmicas, ou seja, que possuem vários
parceiros reprodutivos ao mesmo tempo, isto é mais comum para os machos,
que acasalam com várias fêmeas durante uma estação reprodutiva. Este tipo de
comportamento, na natureza, é benéfico, pois aumenta a variabilidade genética
e o sucesso reprodutivo da população.
Outra característica bem conhecida das aves é a construção de ninhos. Quem
nunca viu um ninho de passarinho? A maioria das espécies constroem ninhos
onde depositam os seus ovos e, posteriormente, cuidam dos filhotes. Eles podem
ser construídos em topo de árvores, dentro do tronco, em margem de rios, alto
de penhascos, ou seja, qualquer lugar que seja possível proteger os ovos de pre-
dadores e, assim que eclodem dos ovos, os filhotes são alimentados pelos pais até
serem capazes de voar ou nadar sozinhos.
169
UNIDADE 4
170
que utilizam estes locais para descanso, alimentação e, muitas vezes, reprodução.
UNICESUMAR
Dentre as aves migratórias, podemos destacar diversas espécies de pinguins,
andorinhas, falcão-peregrino, tesourinhas, gaivotas, garças e outras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
171
na prática
a) Jacarés.
b) Tuataras.
c) Dinossauros.
d) Serpentes.
e) Tartarugas.
172
na prática
( ) as aves que voam precisam ter penas leves, resistentes e asas arqueada.
( ) Os ossos das aves que voam precisam ser extraordinariamente leves, com ca-
vidades ocas e preenchidos com ar (pneumáticos).
( ) Muitas vértebras são fundidas e junto com a cintura pélvica formam uma estru-
tura de sustentação ao voo.
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
173
na prática
5. Ao longo da evolução dos animais terrestres, uma nova linhagem deu origem a um
clado denominado de amniotas, onde surgiu um ovo com características apropria-
das para resistir às condições dos ambientes terrestres. Formado pelos répteis não
voadores, aves e mamíferos que conhecemos hoje, esse grupo conquistou o mundo
com seu ovo amniótico. Neste contexto, cite as quatro membranas que compõem
um ovo amniótico e descreva a função de cada dessas camadas?
174
anotações
aprimore-se
176
aprimore-se
• Artefatos – comprar enfeites feitos com plumas, garras, bicos e outras partes
é ilegal. Não incentive este tipo de comércio que depende da captura e morte
das aves.
177
eu recomendo!
livro
filme
Evolução - Voo
Ano: 2011
Sinopse: o ser humano sempre foi fascinado pela única parte do
mundo que não conseguiu conquistar: o céu. Como foi o proces-
so de evolução das primeiras criaturas voadoras? Neste episódio
de Evolução, examinaremos o primeiro vertebrado voador, o Pte-
rossauro, que tomou os céus há 220 milhões de anos e, even-
tualmente, evoluiu até ter o tamanho de pequenos aeroplanos.
Comparando os seus fósseis com os pássaros modernos, os cientistas tentarão
descobrir como evoluíram as espécies com esta extraordinária capacidade.
Comentário: este documentário explica a evolução do voo no mundo animal, com
abordagem bastante interessante das aves. Recomendo que assista, pois você
conseguirá visualizar muitos aspectos e adaptações ao voo, tratados ao longo da
disciplina.
178
5
MAMÍFEROS
PROFESSORA
Dra. Jislaine Cristina da Silva
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Mammalia: características gerais
• Morfologia externa dos mamíferos • Morfofisiologia interna • Reprodução e aspectos comportamentais
• A evolução dos seres humanos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer as características gerais dos mamíferos, sua classificação zoológica e nomenclatura • Descrever
as principais estruturas da anatomia externa dos mamíferos • Detalhar os sistemas morfofisiológicos
e suas funções • Apresentar os aspectos reprodutivos e comportamentais dos três grandes grupos de
mamíferos • Compreender a história evolutiva dos seres humanos.
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), seguindo a linhagem evolutiva dos Chordata, nesta unidade, conhece-
remos o grupo dos mamíferos, ao qual a espécie humana, inclusive, pertence. Dentre os
vertebrados, este, certamente, é o grupo animal mais conhecido e bem documentado.
As principais características dos mamíferos sã: presença de pelos que recobrem a pele,
glândulas mamárias para alimentar os seus filhotes, endotermia, crânio Synapsida, den-
tição heterodonte e muitas modificações em seu esqueleto, adaptado aos diferentes
hábitos de vida encontrado nesse grupo.
Nossa espécie passou por um longo processo evolutivo, registrado por inúmeros
fósseis que compõem o quebra-cabeça e contam a história de sucesso dos Homo
sapiens. Análises genéticas confirmam o parentesco dos humanos com os macacos,
e os primatas são considerados nosso grupo-irmão. Isto significa que, em um piscar
de olhos, um macaco se tornou um humano? Para obter as respostas, acompanhe
esta unidade até o fim.
Bons estudos!
1
MAMMALIA:
UNICESUMAR
CARACTERÍSTICAS
gerais
181
Descrição da Imagem: A imagem representa oito principais características dos mamíferos. 1) São cobertos
UNIDADE 5
por pelos; 2) respiram por pulmões; 3) maioria nasce viva; 4) possuem sangue quente (endotermia); 5) têm
mandíbula inferior com apenas um osso; 6) vertebrados, com endoesqueleto ósseo; 7) possuem glândulas
mamárias; 8) ouvido com três ossículos e coração com quatro câmaras.
5) Têm mandíbula inferior 6) São vertebrados, 7) Possuem glândulas 8) Ouvido com três
com endoesqueleto ossículos e coração
com apenas um osso. ósseo. mamárias. com quatro câmaras
Atualmente, são registradas 6.485 espécies de mamíferos (UPHAM et al., 2020, on-li-
ne). As espécies existentes se adaptaram aos mais diversos ambientes terrestres, aéreos
e aquáticos (água doce e marinho), habitando quase que, completamente, todas as
regiões do mundo, com maior concentração na faixa tropical (BENEDITO, 2017).
Embora não seja o grupo mais abundante entre os Chordata, os mamíferos, cer-
tamente, são os mais imponentes em termos de tamanho, como as baleias azuis, os
elefantes, as girafas, os ursos polares, entre outros. Além disso, incluem a linhagem
humana, que se destaca pela evolução da inteligência, em função do telencéfalo
altamente desenvolvido.
182
Classificação e nomenclaturas
UNICESUMAR
Os mamíferos têm uma das histórias evolutivas mais bem documentadas, com
inúmeros registros fósseis das linhagens intermediárias até os grupos atualmente
conhecidos, especialmente devido à preservação do seu robusto esqueleto ósseo.
As evidências indicam que um ancestral cinodonte (sinápsidos carnívoros dos
períodos Permiano e Triássico) deu origem aos mamíferos atuais, conforme obser-
varemos na Figura 2. Os cinodontes possuíam algumas características de extrema
importância no sucesso evolutivos de seus descendentes, como mandíbulas com
musculatura potente, possibilitando uma mordida mais eficiente; dentes hetero-
dontes, com melhor processamento dos alimentos, aumentando sua amplitude de
recursos a serem utilizados; ossos robustos da cavidade nasal e um palato secundá-
rio, o que permite aos animais respirarem ao mesmo tempo em que se alimentam
ou mamam (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016).
conceituando
Heterodontes: animais que possuem diferentes formas de dentes, como molares, pré-
-molares, caninos e incisivos.
Fonte: Pough et al. (2008).
183
Descrição da Imagem: a imagem ilustra a linhagem e evolução dos sinápsidos ao longo do tempo geológico,
UNIDADE 5
mostrando em sua extremidade os três principais grupos atuais de mamíferos, os monotremados, marsupiais
e placentários.
Marsupiais
Linhagem dos
Metatheria
Linhagem
dos Eutheria
Mamíferos
placentários
Primeiros Theria
(marsupiais e
mamíferos
Cinodontes placentários)
Esses mamíferos recentes iniciaram a sua irradiação na era Cenozoica, com uma
megafauna que possuía os chamados mamíferos gigantes, os quais, há cerca de
20.000 anos, quando o clima aqueceu, começaram a se extinguir em função das
mudanças climáticas e antrópicas (ações humanas) (KARDONG, 2016).
184
2
MORFOLOGIA
UNICESUMAR
EXTERNA
dos mamíferos
185
movimento adequado para a caça e a fuga de predadores. Nos animais marinhos,
UNIDADE 5
Descrição da Imagem: As imagens desta figura ilustram A) um guepardo correndo, sendo este um dos animais
mais rápidos do mundo; B) um canguru saltando; C) um coelho cavando um buraco no solo; D) um panda
escalando uma árvore; E) duas baleias nadando no oceano; F) três morcegos voando.
186
Externamente, os mamíferos têm uma cabeça com boca, lábios e dentes, um par
UNICESUMAR
de olhos, pálpebras móveis e pelos sensoriais ao redor, duas narinas e um par de
orelhas. A posição dos olhos pode diferir entre os grupos e está associada à caça
e à identificação dos predadores ao redor, assim, os olhos podem ser laterais,
ampliando o campo de visão, mas com menos profundidade (ex.: lebres, cervos,
girafas) ou frontais, resultando em uma visão binocular sobreposta, com mais
sensação de profundidade, comum nos mamíferos carnívoros e primatas, con-
forme podemos observar na Figura 4.
Descrição da Imagem: Na figura composta por três imagens, estão representados três animais, sendo eles
uma girafa, um gorila e um leão. Na girafa, podemos observar olhos laterais ou lateralizados, enquanto no
gorila e no leão, observamos olhos frontais.
187
Quanto às orelhas, estas apresentam diferentes formatos e tamanhos e servem
UNIDADE 5
para conduzir o som até o ouvido interno. Em alguns animais, como nos elefan-
tes, podem ajudar a dissipar o calor, nos morcegos, auxilia na captação de ondas
hipersônicas, que guiam o seu sistema de navegação (BENEDITO, 2017).
A pele dos mamíferos é composta por duas camadas, epiderme (externa) e
derme (interna) (Figura 5).
Descrição da Imagem: a imagem ilustra as duas camadas da pele humana epiderme e derme. Além disso, está
evidente a hipoderme, um tecido gorduroso localizado abaixo da derme, pelos e glândulas presentes nas pele.
EPIDERME
DERME
HIPODERME
Em áreas com pouco atrito com o meio externo ou que há muitos pelos, a epiderme,
geralmente, é fina, porém em regiões da pele onde há aumento de atrito (palmas das
mãos ou solas dos pés), a epiderme se torna mais espessa e forma estruturas que-
ratinosas, como unhas, garras, cascos e pelos (Figura 6) (HICKMAN; ROBERTS;
LARSON, 2016).
188
Descrição da Imagem: Na figura composta por quatro imagens, é possível observar estruturas de origem
UNICESUMAR
epidérmica, como cascos de equinos e bovinos, garras de um urso e unhas de um primata. Essas estruturas
de origem queratinosa são rígidas e resistentes em função das adaptações e funções.
compridos e fininhos que o seu gatinho ou cão possui? São as vibrissas, pelos modi-
ficados presentes na maioria dos mamíferos e que desempenham função sensorial
tátil, detectando as condições do ambiente e até situações de perigo à sua volta.
Descrição da Imagem: A figura é composta por quatro imagens, cujas três primeiras representam animais
com pelos modificados em espinhos. A) Porco-espinho; B) equidna; C) ouriço; D) pelos modificados em vi-
brissas nos gatos.
A B
C D
190
Além dos pelos, os cornos e chifres também são estruturas queratinosas encon-
UNICESUMAR
tradas nos mamíferos.
■ Cornos: estrutura oca, com parte óssea projetada do crânio, revestida por
epiderme queratinizada. Crescem de forma contínua, não há troca, não se
ramificam e está presente em ambos os sexos. Encontrado em carneiros,
boi, vacas (Figura 8);
■ Chifres: estrutura óssea sólida, ramificada, que nasce abaixo da camada
de pele macia e vascularizada. Geralmente, crescem na estação reproduti-
va, apenas nos machos, em seguida caem. A cada novo ciclo, um novo par
de chifres é formado, sendo maior e mais ramificado do que o anterior.
Encontrado em cervos e veados (Figura 8).
Esses dois tipos, ainda, podem sofrer adaptações em outras espécies de mamífe-
ros, como os antílopes, girafas, rinocerontes, entre outros.
Descrição da Imagem: A primeira imagem ilustra um boi, com um par de cornos. A segunda, um veado com
um par de chifres bem ramificado.
191
Ainda, quando falamos em tegumento, os mamíferos possuem uma variedade
UNIDADE 5
192
3
MORFOFISIOLOGIA
UNICESUMAR
INTERNA
193
Descrição da Imagem: Na figura, existe uma descrição da anatomia de um ovino, popularmente conhecido
UNIDADE 5
Articulação da mandíbula
Crânio
Orelha
Coluna vertebral
Ligamento Saco dorsal do rúmen
nucal Baço Articulação sacroilíaca
Intestino grosso
Reto
Dentes
Cauda
Esôfago
Traqueia
Articulação do quadril
Articulação do ombro
Costelas Intestino delgado
Pulmão esquerdo
Coração Jejuno
Abomaso
Articulação do cotovelo
Saco ventral do rúmen
Casco
UNICESUMAR
os principais ossos do corpo de um mamífero, sendo possível observar as suas adaptações.
Crânio
Mandíbula Vértebras
cervicais
Cavidade ocular
Vértebras Vértebras Fêmur
Osso molar torácicas lombares Ílio
Isquío
Osso nasal
Escápula
Úmero Fíbula
Ulna Patela
Rádio Tíbia
Calcâneo
Carpo Tarso
Metatarso Metatarso
Osso longo do
metacarpo
Osso curto do
metacarpo
Osso do casco
Figura 10 - Estrutura óssea dos mamíferos.
O osso mandibular forma um único osso, chamado dentário (Figura 11), neste,
estão ligados uma potente musculatura para mastigação (músculo masseter) e
dentes resistentes, compostos de dentina e fosfato de cálcio, que se unem à maxila
por um osso rígido chamado cemento. Esta combinação de ossos e musculaturas
para mastigação das presas favoreceu o ganho de energia necessária para manter
um corpo endotérmico.
No ouvido médio, três ossículos surgiram nos mamíferos, são eles: o estribo,
derivado da columela dos répteis; o bigorna, do osso quadrado (responsável pelo
crânio cinético das serpentes) e o martelo, do osso articular (Figura 11). Esses
ossos são responsáveis por conduzir ondas sonoras através da orelha média, am-
pliando, significativamente, a capacidade auditiva dos mamíferos.
Quanto à coluna vertebral, há cinco regiões distintas nos mamíferos: cervical,
torácica, lombar, sacral e caudal (Figura 11B). Todos os mamíferos, exceto as pre-
guiças e os peixes-boi, possuem sete vértebras cervicais (BÖHMER et al., 2018),
estas são responsáveis pela movimentação da cabeça e flexibilidade do pescoço
(Figura 11). As vértebras torácicas são mais rígidas, com articulação com o osso
esterno na parte superior e as costelas na parte inferior, dependendo do grupo,
podem ter de nove a 24 vértebras; as vértebras lombares são mais robustas e
195
podem variar de cinco a sete vértebras; as vértebras sacrais são, geralmente, em
UNIDADE 5
Descrição da Imagem: Na imagem, estão ilustrados: A) os ossos dentário, esquamosal, quadrado e articular
dos pelicossauros e cinodontes. Nos mamíferos, o osso quadrado se reduziu a um pequeno ossículo chamado
bigorna, e o osso articular originou o martelo. A mandíbula tornou-se um único osso, o dentário; (B) uma espinha
dorsal, com a suas cinco regiões: espinha cervical, torácica, lombar, sacral e caudal.
Esquamosal
Bigorna ESPINHA
Martelo CERVICAL
Dentário
Mamífero
Esquamosal
Quadrado
Articular Dentário ESPINHA
Cinodonte posterior TORÁCICA
Esquamosal
Quadrado
Articular Dentário
Cinodonte primitivo
ESPINHA
LOMBAR
Esquamosal
Quadrado
ESPINHA
ESPINHA SACRAL
SACRAL
Articular
Dentário CÓCCIX CÓCCIX
Pelicossauro
Figura 11 - A) esquema da evolução das mandíbulas e dos ossos da orelha média dos mamí-
feros; B) medula espinal. Fonte: Hickman, Robert e Larson (2016).
196
■ Dentes: quase todos os mamíferos possuem dentes e estes estão forte-
UNICESUMAR
mente relacionados ao tipo de alimentação. Com formato heterodonte, os
mamíferos trocam os dentes apenas uma vez na vida, tendo uma denti-
ção temporária conhecida como dentes de leite que, posteriormente, são
substituídos por uma dentição permanente, relacionada ao crescimento
do crânio, para acomodar uma arcada dentária maior
■ Grupos tróficos: os mamíferos podem ser insetívoros, carnívoros, oní-
voros ou herbívoros:
1. Insetívoros: alimentam-se de insetos e pequenos invertebrados. Os den-
tes, geralmente, possuem cúspides pontiagudas para perfurar a presa, al-
gumas espécies perderam os dentes e utilizam a língua para captura do
alimento. O intestino é curto, sem ceco, sendo a proteína animal facilmen-
te digerida. Ex.: tamanduás, morcegos, ouriços, pangolin, musaranhos.
2. Onívoros: consomem alimentos de origem vegetal e animal, possuem
dentição adaptada para explorar ampla gama de recursos e o intestino
delgado é alongado. Ex.: roedores, porcos, esquilos, ursos, guaxinins, pri-
matas e seres humanos.
3. Carnívoros: alimentam-se de vertebrados e invertebrados aquáticos.
Possuem dentes perfurantes e cortantes, especialmente o canino, mem-
bros com garras para capturar e matar as presas, o intestino é curto, com
ceco pequeno ou ausente. A frequência de refeições dos carnívoros é bem
menor que a dos herbívoros, podendo ficar semanas sem se alimentarem
após uma refeição reforçada. São animais ativos, que precisam buscar e
capturar as suas presas, estas, geralmente, são animais herbívoros. Com
isso, para sobreviver a estes caçadores, os herbívoros desenvolveram ha-
bilidades de fuga e comportamento de defesa, como mais velocidade e
sentidos apurados para identificar o predador se aproximando. Ex.: feli-
nos, raposas, cachorros, lobos, hienas, focas, cetáceos etc.
4. Herbívoros: alimentam-se de material vegetal, geralmente, gramíneas,
sementes e partes folhosas da vegetação, dividindo-se em dois princi-
pais grupos: pastadores e podadores, representados pelos ungulados,
que são os mamíferos com cascos. Ex.: cavalos, bois, carneiros, antílo-
pes, veados, cabras; e os roedores, que incluem coelhos, lebres, ratos,
camundongos e castores. Os dentes dos herbívoros são compostos es-
197
pecialmente por molares e pré-molares largos e grandes, que sofreram
UNIDADE 5
198
Descrição da Imagem: A seta branca indica a primeira ingestão, onde o alimento passa pelo rúmen, é proces-
UNICESUMAR
sado e retorna para a boca. A seta preta indica a segunda ingestão, onde o alimento passa pelo retículo, pelo
omaso e pelo abomaso, seguindo para o intestino delgado.
O
Ô FAG
INTESTINO ES
RÚMEN
OMASO
ABOMASO RETÍCULO
199
Descrição da Imagem: A imagem ilustra o sistema respiratório de um cão, com cavidade nasal, faringe,
UNIDADE 5
laringe, epiglote, traqueia, dois pulmões e suas ramificações, além do músculo diafragma, localizado logo
abaixo dos pulmões.
Pulmão Diafragma
Brônquios
Alvéolo
Capilar sanguíneo
Alvéolos
200
Descrição da Imagem: A imagem ilustra um típico coração dos mamíferos, que possui dois átrios e dois
UNICESUMAR
ventrículos, uma artéria pulmonar, uma veia cava superior e a artéria aorta (maior artéria do corpo humano).
Abaixo, temos uma imagem com o desenho de um cachorro em branco, mostrando, em vermelho e azul, o
seu sistema vascular em todo o corpo.
Veia cava
superior
Artéria
pulmonar
Átrio
esquerdo
Ventrículo
direito
Septo interventricular
201
Sistema excretor: é composto por dois rins do tipo metanéfrico, ureteres, bexi-
UNIDADE 5
ga e uretra (Figura 15). Os rins possuem milhões de néfrons que realizam toda
a filtração dos líquidos, os quais chegam à bexiga e são eliminados pela uretra.
Esse sistema retém sais e nutrientes da água e elimina os resíduos metabólicos
do corpo para o meio externo, mantendo o equilíbrio homeostático do sistema.
Todos os mamíferos eliminam os compostos nitrogenados na forma de ureia,
porém os mamíferos marinhos apresentam adaptações que permitem mais re-
tenção de água, pois perdem, constantemente, água para o meio externo
Descrição da Imagem: A imagem ilustra o sistema excretor humano, no qual podemos visualizar os rins, a
uretra e a bexiga. Na imagem, há um rim com corte transversal para a visualização de suas estruturas internas
(medula e córtex).
RIM
Glândula
adrenal
Rim
Medula
UNICESUMAR
decifrar informações auditivas, visuais, sensoriais e de memória, além de con-
trolar as funções do tronco encefálico e da medula espinal (KARDONG et al.,
2016). Está no controle, também, da sincronia dos movimentos, da avaliação de
distância e da percepção do ambiente (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016).
Descrição da Imagem: a imagem ilustra um cérebro humano, com suas diversas estruturas divididas em
partes coloridas.
Córtex cerebral
Sulco central
Lobo parietal
Lobo frontal
Ventrículos laterais
Hipotálamo
Corpo
caloso
Tálamo
Lobo temporal Árvore da vida
Glândula pituitária Quarto ventrículo
Ponte Cerebelo
Medula Córtex cerebelar
Cordão espinhal
4
REPRODUÇÃO E ASPECTOS
COMPORTAMENTAIS
UNICESUMAR
de mortalidade. Em via de regra, quanto maior o animal, menos filhotes ele terá
durante a vida. Exemplo: ratos têm muitos filhotes por ano, elefantes têm cerca
de quatro filhotes durante toda a vida.
Quando falamos em reprodução dos mamíferos, podemos classificá-los em
três grupos: monotremados, marsupiais e placentários.
■ Monotremados: mamíferos ovíparos que botam ovos amnióticos, com
uma casca fina e coriácea. Os dois únicos mamíferos que pertencem a esse
grupo são os ornitorrincos e as equidnas (Figura 17). A incubação do ovo
ocorre no útero dos ornitorrincos, o ovo é depositado em ninhos/tocas,
enquanto as equidnas possuem uma bolsa abdominal onde os ovos são
incubados. Nos monotremados, não há a presença de mamilos, sendo o
leite secretado por meio dos folículos dos pelos que ficam sobre a pele do
ventre materno, os quais são sugados pelos filhotes.
Descrição da Imagem: a imagem A ilustra um ornitorrinco, esse animal peculiar, bota ovo, possui bico de
pato, cauda de castor e patas com membranas natatórias e garras. Na imagem B observa-se uma equidna,
pequeno mamífero que bota ovo, com pelo modificados em espinhos. Esse animal é considerado um fóssil
vivo, um elo perdido entre os répteis e mamíferos.
Descrição da Imagem: a imagem ilustra alguns mamíferos marsupiais, sendo aqui representados: A) canguru;
B) gambas; C) coalas; D) diabo-da-tasmânia.
206
Descrição da Imagem: A imagem ilustra alguns exemplos de mamíferos placentários. Eles cuidam do filhote
UNICESUMAR
até este se tornar independente para se alimentar e se defender dos predadores.
Embora existam diferenças evidentes entre esses três grupos, todos compartilham
uma característica marcante dos mamíferos: o cuidado parental (Figura 19). Esta
estratégia reprodutiva contribuiu, de forma relevante, para o sucesso evolutivo
do grupo, uma vez que propiciou um decréscimo considerável da mortalidade
precoce, com a redução da vulnerabilidade do filhote ao nascer. Durante este
período, o filhote aprende e acumula informações novas, adquirindo habilidades
para reagir a situações de perigo.
Comportamento: alguns poucos mamíferos realizam migrações, devido
ao custo energético deste movimento, no entanto as baleias e focas marinhas
se destacam em relação a esse comportamento. Estes animais se deslocam por
milhares de quilômetros para se reproduzir e retornam ao seu local de origem
após o período de amamentação.
207
Alguns hábitos e comportamentos foram herdados dos mamíferos ancestrais que
UNIDADE 5
5
A EVOLUÇÃO DOS
SERES HUMANOS
UNICESUMAR
esqueleto neandertal, encontrados na década de 1880. Posteriormente, fósseis do
Homo erectus, localizados na África, compuseram este quebra-cabeça (Figura 20).
Descrição da Imagem: a imagem ilustra a linha do tempo da evolução humana, representando as principais
espécies e onde elas surgiram.
s
rá
os at
os os os
os an an an an
an
AMÉRICA
EUROPA
ÁFRICA
ÁSIA
pensando juntos
A maior parte da evolução aconteceu naturalmente nos tempos passados, quando ainda
não existia ser humano, capaz de observar os acontecimentos e de nos transmitir essas
observações.
Fonte: Theodosius Dobzhansky (1956).
209
Provavelmente, os primeiros primatas eram pequenos, similares aos musaranhos
UNIDADE 5
arborícolas e com hábitos noturnos. Membros flexíveis e pés com “garras” possi-
bilitaram aos primeiros primatas pendurar-se e agarrar-se aos galhos das árvores,
com a articulação dos dedos, conseguiram manipular alimentos e usar ferramen-
tas para a busca dos mesmos. Estas ações permitiram ao cérebro desenvolver a
capacidade de processamento das informações sensoriais e, ao longo da evolução,
os primeiros mamíferos desenvolveram hábitos diurnos, com visão aguçada para
a percepção nítida das cores. Os humanos são os últimos primatas a surgir e a ter
sistemas sociais completos (POUGH; JANIS; HEISER, 2008).
Na classificação atual, os humanos, orangotangos, gorilas e chimpanzés fazem
parte da família Hominidae, sendo os chimpanzés e os bonobos o grupo irmão
dos humanos (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2016).
Os fatores que contribuíram para a divergência na evolução dos humanos
e primatas foram o tipo de alimentação e a postura corporal. Com uma dieta
onívora, o osso mandibular dos humanos é mais simples, com dentes caninos
reduzidos. Os côndilos occipitais e o forame magno (canal por onde passa a
medula espinal) estão localizados na parte inferior do crânio nos humanos, o
que permitiu equilibrar a cabeça sobre a coluna vertebral e ter postura ereta, bem
como, favorecer o bipedalismo (andar sobre dois membros).
Evidências fósseis indicam que o andar bípede surgiu bem antes do cére-
bro grande. Outras mudanças esqueléticas são evidenciadas, como aumento do
tronco corporal (para cima, lateral e dorsoventral), em que os ombros, o tórax,
o esterno, as clavículas e as costelas ficaram mais largos do que nos macacos. Os
ossos pélvicos encurtaram e os membros se alongaram, a coluna vertebral adqui-
riu um formato em S, os pés ficaram mais largos, com os dedos se posicionando
de forma paralela. As escápulas se reposicionaram na parte posterior do corpo,
sobre costas amplas e planas, quando eram laterais nos macacos. A distância
entre as cinturas escapular e pélvica ficou mais curta devido à redução na região
das vértebras lombares, as vértebras caudais foram perdidas, restando apenas
o vestígio do que foi esta estrutura. Com todas estas mudanças, um centro de
gravidade próximo à coluna vertebral foi arquitetado.
As hipóteses para o bipedalismo humano são: proteção contra predadores
(maior altura para visualizar o predador); mãos livres para manipular e carregar
objetos; termorregulação (menor superfície de contato com raios solares); efi-
ciência de locomoção.
210
Acredita-se que os humanos divergiram dos chimpanzés de 6 a 10 milhões de
UNICESUMAR
anos, atualmente, os humanos possuem um gênero próprio, Homo. Nos últimos
30 mil anos, o Homo sapiens foi a única espécie vivente, no entanto, há pouco
mais de 50 mil anos, a Terra era compartilhada por Homo sapiens, Homo nean-
derthalensis e Homo erectus (Figura 21).
EVOLUÇÃO HUMANA
SAHELANTHROPUS TCHADENSIS
Datado de 7-6 milhões de anos
AUSTRALOPITHECUS AFRICANUS
Datado de 2.500.000 de anos
HOMO ERECTUS
Datado de 1.000.000 de anos
HOMO NEANDERTHALENSIS
Datado de 50.000 de anos
211
O fóssil do primeiro humano, chamado Ardipithecus ramidus, foi encontrado na
UNIDADE 5
Etiópia, em 1992, e data de 4,4 milhões de anos (Figura 22). Esta espécie apresenta
características de que vivia em árvores.
Descrição da Imagem: a imagem ilustra o esqueleto ósseo de dois fósseis humanos encontrados na Etiópia,
sendo eles Ardipithecus ramidus e Australopithecus afarensis.
212
de de criar ferramentas mais avançadas, com a utilização e o controle de carvão
UNICESUMAR
e fogo, tinham dentes relativamente pequenos, o que sugere que essa espécie já
explorava o uso de alimentos cozidos.
Outra espécie conhecida é o Homo floresiensis, com baixa estatura, encontra-
da na ilha de Flores, Indonésia. Acredita-se que ela divergiu dos H. erectus, assim
como as espécies H. antecessor e H. heidelbergensis, possivelmente, extintos pela
longa era glacial.
Entre 300 mil e 200 mil anos, surgiram os H. neanderthalensis e H. sapiens.
Os H. neanderthalensis, que habitavam parte da Europa e do Oriente Médio,
eram os homens das cavernas primitivas, que construíam ferramentas industriais
sofisticadas e tinham uma sociedade bem organizada. Também foram os primei-
ros humanos a apresentar rituais para enterrar os seus mortos.
Há, aproximadamente, 30 mil anos, o H. sapiens (sapien = inteligente), que sur-
giu na África, passou a habitar a Europa e a Ásia, possivelmente, vindo desta única
linhagem africana. Essa espécie era alta, com uma habilidade cultural bem desenvol-
vida, não vista em nenhuma outra espécie existente. Os seus representantes faziam
utensílios artesanais e, em seguida, começaram a criar arte e linguagem rebuscada.
As aberturas nervosas hipoglossais aumentadas e conectadas aos movimen-
tos da língua, possivelmente, fomentaram a capacidade da fala, há cerca de 200
mil anos. O completo controle dos músculos intercostais também permitiu aos
humanos modernos controlar a respiração e falar coerentemente. Ainda, no de-
senvolvimento infantil dos humanos, por volta dos dois anos de idade, há uma
perda do fechamento entre o palato e a epiglote, onde a laringe se posiciona
ventralmente, criando uma câmara muito mais ressonante para a vocalização.
Embora estas mudanças tenham contribuído para evolução da fala, deixou os
humanos mais vulneráveis a engasgamentos com alimentos, aumentando a mor-
talidade infantil por esta causa.
Embora muitas espécies humanas tenham coexistindo sobre a Terra, ao lon-
go do tempo geológico, atualmente, a H. sapiens é a única espécie persistente.
Acredita-se que a seleção natural favoreceu o H. sapiens devido ao seu cérebro
mais desenvolvido, que permitiu mais habilidades para a tecnologia e a cultura,
além de sua capacidade de pensamento conceitual lógico e a vida em sociedade.
213
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 5
214
na prática
2. A origem do nome mamíferos vem do Latim (mamma = mamilo). Esse grupo surgiu
no final da Era Paleozóica, evoluindo dos primeiros vertebrados que se desligaram
totalmente do ambiente marinho. Com cerca de 6.485 espécies, os mamíferos mo-
dernos são em sua maioria mamíferos placentários eutérios. O tipo de reprodução
categoriza os mamíferos em três grandes grupos. Sobre esse tema, analise as afir-
mativas abaixo.
I - Os monotremados, são animais vivíparos, que não botam ovos e possuem ma-
milos, que secretam leite.
II - Os marsupiais, são os mamíferos vivíparos, em que as fêmeas possuem marsú-
pios, uma bolsa abdominal onde ocorre o desenvolvimento dos filhotes. Mamilos
presente.
III - Os placentários, são mamíferos vivíparos eutérios, que possuem uma placenta
que nutre o embrião no útero, por um longo período de gestação. Mamilos
presente.
215
na prática
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
216
na prática
I - Maior caixa craniana óssea para acomodar o encéfalo aumentado dos mamí-
feros.
II - Osso mandibular forma um único osso, chamado cemento, favoreceu o ganho
de energia necessária para manter um corpo endotérmico.
III - Evolução de três ossículos no ouvido médio nos mamíferos, estribo, bigorna,
martelo, para melhor capacidade auditiva desse grupo.
217
aprimore-se
218
aprimore-se
polinização, equilíbrio entre presas e predadores e folivoria. Esses animais são mais
fortemente afetados por vários aspectos-chave da perturbação e degradação florestal.
A perda de espécies arbóreas de maior corpo e subsequente quebra em cascata
nas interações ecológicas, representa um risco significativo para o potencial de arma-
zenamento de carbono de florestas tropicais degradadas. Além disso, as comunidades
locais são frequentemente dependentes dos recursos fornecidos por plantas e árvo-
res dispersas com sementes grandes movidas por espécies maiores. Os frugívoros de
corpo maior, além de serem capazes de consumir frutos maiores, também têm maior
probabilidade de depositar sementes longe da planta-mãe e em distâncias maiores.
Embora seja conhecido que grandes mamíferos predadores e frugívoros de grande
porte estão frequentemente ausentes em áreas altamente degradadas, sugerimos que
as espécies arbóreas de grande porte são o grupo mais vulnerável de todos à degrada-
ção florestal, mesmo dentro de grandes paisagens intactas.
As razões que sustentam o aumento da sensibilidade de espécies arbóreas maiores
à perturbação estrutural provavelmente envolvem uma combinação de características
específicas da espécie (por exemplo, baixas taxas reprodutivas, filogenia, dieta, área de
vida, etc.), preferências de caçadores e sua dependência de floresta intacta estrutura e
disponibilidade de alimentos. Desvendar as contribuições relativas das mudanças es-
truturais do habitat e da caça são difíceis em estudos observacionais, uma vez que nor-
malmente co-variam em sistemas tropicais; no entanto, o tamanho do efeito no nível
da comunidade da conectividade da árvore focal foi substancialmente maior do que a
distância até a comunidade mais próxima. Isso sugere que a estrutura física da floresta
é um dos principais determinantes das probabilidades de ocupação das espécies arbó-
reas, pelo menos nesta paisagem. Isso sugere que não é suficiente para as abordagens
de gestão de conservação visar apenas as reduções na pressão da caça para restaurar
as funções ecológicas; eles também devem garantir que redes de árvores maiores ca-
pazes de facilitar caminhos arbóreos e espaço vertical sejam conservadas ou, em áreas
já impactadas, sejam regeneradas e reconectadas o mais rápido possível para apoiar
a recuperação de comunidades completas de mamíferos da floresta tropical arbórea.
219
eu recomendo!
livro
filme
220
conclusão geral
conclusão geral
Caro(a) aluno(a),
Chegamos ao fim da obra Zoologia II, onde nos aprofundamos na vida dos vertebra-
dos. Esses animais altamente diversificados evoluíram de um ancestral pequeno,
livre-nadante e filtrador. Após 500 milhões de anos de evolução, os vertebrados
possuem hábitos de vida e morfologia corporal bastante variados. São encontrados
em quase todas as partes do planeta, vivendo na terra, na água e no ar.
Os peixes são os vertebrados mais primitivos, com modo de vida aquático, dos
quais se originaram todos os demais. Apresentam adaptações marcantes, que os
permitem viver na água, como brânquias para respiração, membros em forma de
nadadeira, bexiga natatória, mecanismos termorreguladores e fisiológicos de os-
morregulação.
Os anfíbios foram os primeiros animais a invadir o ambiente terrestre, e atual-
mente vivem grande parte da vida na terra, mas retornam aos ambientes úmidos
para se reproduzir. Para a vida terrestre, muitas características foram selecionadas,
como membros adaptados à locomoção, endoesqueleto ósseo para sustentar o cor-
po, pulmão para respirar e uma pele resistente à dessecação.
Estas características são compartilhadas com os demais vertebrados, répteis,
aves e mamíferos. Além disso, nesses grupos outros caracteres se desenvolveram,
como ovo com casca protetora, escamas e pelos para proteção da pele, asas e penas
para voar e alcançar habitats que seriam inacessíveis por terra. As aves e mamíferos
desenvolveram a endotermia, que reduziu o gasto de energia para termorregula-
ção, sendo investidas na busca por alimento e reprodução.
Comportamentos reprodutivos singulares, como migrações, placentas ou bolsas
de nutrição, cuidado parental e glândulas mamárias para alimentar os filhotes, per-
221
conclusão geral
conclusão geral
222
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227
gabarito
2. D
UNIDADE 2
3. E
1. D.
4. No Brasil, as espécies peçonhentas de
2. C. serpentes que possuem fosseta loreal
3. B. são as cascavéis, jararacas e surucucus.
Esta última é considerada a serpen-
4. A. te com o veneno mais letal do Bra-
5. Resposta: Ovíparos: põem ovos gran- sil. Quanto ao efeito dos venenos das
des após a fertilização. Ovovivíparas: cobras peçonhentas, a cascavel, por
mantém os ovos, nutridos pelo vitelo, exemplo, possui peçonha hemolítica,
em desenvolvimento no útero, até o que destrói os glóbulos vermelhos,
nascimento. Vivípara: o embrião é nu- neurotóxica, que age no sistema ner-
trido pela corrente sanguínea da mãe, voso e miotóxica, que atinge a mus-
por meio de uma placenta. culatura. A cobra jararaca tem peço-
nha proteolítica, causando necrose da
pele e coagulante, quando o sangue
UNIDADE 3 não coagula e causa hemorragias. A
surucucu possui peçonha altamente
1. A. concentrada, sendo hemolítico, neu-
2. C. rotóxico e proteolítico, capaz de de-
compor os proteídeos (grupo de sala-
3. D.
mandras).
4. E.
5. As quatro camadas do ovo amniota
5. Os anfíbios vivem parte de suas vidas são, âmnio, saco vitelino, alantóide e
na água e parte na terra; possuem pele córion. Âmnio, envolve uma “poça” de
úmida sem escamas; botam ovos; são líquido amniótico, onde o embrião fica
de sangue frio (ectotérmicos); as lar- protegido e possuem todas as condi-
228
gabarito
ções necessárias para seu desenvolvi- tintos pela longa era glacial. Há cerca
mento. O saco vitelino ou vitelo, po- de 300.000 a 200.000 anos, surgiram
pularmente conhecido como gema, os H. neanderthalensis e H. sapiens.
possui função de nutrição do embrião. H. neanderthalensis, que eram os
O alantóide, um saco altamente vas- homens das cavernas primitivo, que
cularizado, possui função respiratória construíam ferramentas industriais
e de coleta dos resíduos metabólicos. sofisticadas e tinham uma socieda-
O córion, é por onde o oxigênio e o de bem organizada. Embora muitas
dióxido de carbono se difundem livre- espécies humanas tenham coexistin-
mente, permitindo que as trocas ga- do sobre a Terra ao longo do tempo
sosas ocorram de forma eficiente den- geológico, atualmente H. sapiens é a
tro do ovo. Finalmente, envolvendo e única espécie persistente. Acredita-se
protegendo tudo isso, há uma casca que a seleção natural favoreceu o H.
porosa, geralmente composta de car- sapiens, devido ao seu cérebro mais
bonato de cálcio e algumas proteínas. desenvolvido, que permitiu maiores
habilidades para a tecnologia e cultu-
ra, além de sua capacidade de pen-
UNIDADE 5 samento conceitual lógico e vida em
sociedade.
1. C
2. B
3. A
4. C
229
anotações
anotações
anotações