EBOOKCONHECIMENTOSESPECFICOSNUTRIOCLNICA
EBOOKCONHECIMENTOSESPECFICOSNUTRIOCLNICA
EBOOKCONHECIMENTOSESPECFICOSNUTRIOCLNICA
DISLIPIDEMIA
Caracterizada pela alteração nos níveis plasmáticos de lipídeos circulantes, sendo eles,
elevação do colesterol total (CT), triglicerídeos (TG), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e
diminuição de lipoproteína de alta densidade (HDL).
Etiológica:
Primária: distúrbio decorrentes de alterações genéticas;
Secundária: distúrbio decorrentes de uso de medicamentos, de hábitos de vida
inadequados ou de doenças secundárias como diabetes.
Laboratorial:
Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado de colesterol total ou LDL-colesterol;
Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos triglicerídeos;
Hiperlipidemia mista: aumento de colesterol e dos triglicerídeos;
HDL-c baixo: diminuição isolada de HDL-colesterol ou associada ao aumento de
triglicerídeos ou colesterol.
TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA
Medicamentoso: os principais medicamentos utilizados no tratamento das dislipidemias
são as estatinas, ezetimiba, colestiramina, fibratose ácido nicotínico.
Mudanças no estilo de vida: incluem mudanças no estilo de vida a prática de exercício
físico e cessação do tabagismo para fumantes.
Dietoterapia
Terapia nutricional
Hipertrigliceridemia primária grave: gorduras dietéticas máximo 10% do VET
Hipertrigliceridemia primária moderada: gorduras dietéticas de 25 a 35% do VET
Hipertrigliceridemia secundária: gorduras dietéticas30 a 35% do VET
Controle do peso corporal
Redução do consumo de bebida alcoólica
Redução de açúcares e carboidratos
Substituição parcial de ácidos graxos saturados por mono e poli-insaturados
Ômega-3
Fibras
Café
Proteína de Soja
Fitoesteróis
Antioxidante
Chocolate
Probióticos
REFERÊNCIAS
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DIETOTERAPIA NA OBESIDADE
OBESIDADE
Doença multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo, comprometendo
a saúde do indivíduo. Em 2016, mais de 1,9 bilhão de adultos, com 18 anos ou mais, estavam
acima do peso. Destes, mais de 650 milhões eram obesos.O ganho de peso pode resultar de
uma combinação de aumento consumo de energia, baixa atividade física e gasto energético
reduzido. No Brasil, os últimos dados documentados apontam que mais de 50% da população
apresentam sobrepeso. Essa patologia compromete o funcionamento de órgãos e desencadeia
uma infinidade de comorbidades como doenças cardiovasculares, metabólicas, respiratórias,
ortopédicas e outras. O risco para desenvolver obesidade vai desde o período gestacional e
principalmente no primeiro ano de vida e na fase escolar e adolescência podendo se estender
a idade adulta.
TRATAMENTO DA OBESIDADE
Farmacológico
Sibutramina
Orlistate
Liraglutida 3,0mg
Controle de estímulos;
Resolução de problemas;
Suporte social;
Manejo do estresse
Dietético
Carboidrato:
• 55 a 60%
• 20% de absorção simples
• Fibras: 20 a 30g/dia
Lipídeos:
• 20 a 30%
• 7% de gorduras saturadas
• 10% poliinsaturadas
• 13% monoinsaturadas
• Colesterol ≤300mg/dia
Proteínas:
• 15 a 20%
• Não menos de 0,8g/kg/dia
Dieta DASH
Dieta do Mediterrâneo
Dieta RESMENA
Aconselhamento nutricional:
TRATAMENTO CIRÚRGICO:
Indicações:
Idade de 18 a 65 anos;
IMC maior a 40 kg/m² ou 35 kg/m² com uma ou mais comorbidades graves relacionadas
com a obesidade e
Documentação de que os pacientes não conseguiram perder peso ou manter a perda
de peso apesar de cuidados médicos apropriados realizados regularmente há pelo menos
dois anos.
Contra indicações:
Causas endócrinas tratáveis de obesidade (por exemplo, síndrome de Cushing, mas não a
obesidade hipotalâmica intratável);
Dependência atual de álcool ou drogas ilícitas;
Doenças psquiátricas graves sem controle;
Risco anestésico e cirúrgico inaceitável;
Dificuldade de compreender riscos, benefícios, resultados esperados, alternativas de
tratamento e mudanças no estilo de vida requeridas após o procedimento.
Tipos de cirurgias:
REFERÊNCIAS
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https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight, acessado em 12
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CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Clínica no Adulto. 3.ed. Barueri/SP: Manole, 2014.
Quadro clínico da DM
DM TIPO 1
• Poliúria
• Polidipsia
• Hálito cetônico
• Polifagia
• Perda de peso acentuada
DM TIPO 2
• Frequente sobrepeso/obesidade no diagnóstico e rara PP
• 30%: discreta poliúria, polidipsia e PP
• Acantose nigricans
• HAS
• Dislipidemia
• Apneia do sono
Critérios diagnósticos:
METAS DE CONTROLE GLICÊMICO
Referência Glicemia Glicemia pós HbA1c (%)
préprandial prandial
(mg/dL) (mg/dL)
Para adultos
<100 <160 <7,0
SOCIEDADE
BRASILEIRA DE
DIABETES (SBD,
2018)
Para idosos - -
Até 7%
AMERICAN e
DIABETES Entre 8,0 – 8,5%
ASSOCIATION para idosos com
(ADA, 2019) comprometimento
cognitivo ou
dependência
funcional
Tratamento da DM
Insulinoterapia
Medicamentoso
Mudanças no estilo de vida: Dietético e prática de atividade física
Recomendações nutricionais:
Calorias:
As necessidades nutricionais e de energia totalsão as mesmas para indivíduos sem a
doença para manutenção do peso desejável. Sendo assim para obesos → déficit
energético de 500 a 750 kcal/dia ou 1.200 a 1.500 kcal/dia para mulheres e 1.500 a 1.800
kcal/dia para homens (SBD, 2018).
25 a 35kcal/kg/dia.
Recomendação diária: uma dose ou menos para mulheres eduas doses ou menos para
homens:
150 mL de vinho (uma taça) ou
360 mL de cerveja (uma lata pequena) ou
45 mL de destilados (uma dose com dosador-padrão), medida equivalente a 15g, em
média, de etanol.
Edulcorantes
Aceitos pela ANVISA: sorbitol, manitol, isomaltitol, maltitol, sacarina, ciclamato, aspartame,
estévia,acessulfame-K, sucralose, neotame, taumatina, lactitol, xilitol e eritritol.
Orientações gerais
• Plano alimentar fracionado de preferência 5 a 6 refeições;
REFERÊNCIAS
American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes – 2019. Diabetes Care.
Disponível em: http://care. diabetesjournals.org/content/diacare/suppl/2018/12/17/42.
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Diabetes Association 2013 clinical practice guidelines for the prevention and management of
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OLIVEIRA, José Egídio Paulo de; JUNIOR, R. M. M.; VENCIO, Sérgio. Diretrizes da Sociedade
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Sanz-Paris, A., Hernández, J. Á., Ballesteros-Pomar, M. D., Botella-Romero, F., León-Sanz, M.,
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FATORES DE RISCO
DIAGNÓSTICO DA DPOC
Cor pulmonale
Condição que pode ser desenvolvida em pacientes com DPOC caracterizada por uma
alteração da estrutura ou função do ventrículo direito, devido à hipertensão pulmonar.
Fadiga
Diminuição da força muscular
Anorexia (consumo energético <20kcal/kg/dia)
Índice de massa magra baixo
Anormalidades bioquímicas:
• Aumento de marcadores inflamatório :IL-6 ou PCR
• Anemia (Hb< 20g/dL)
• Albumina sérica < 3,2 g/dL
Fonte: Adaptado de Evanset al., 2008
Bioimpedância
Avaliações bioquímicas
Avaliação de consumo alimentar
Tratamento
Medicamentos
Dietoterapia
Energia
Calorimetria direta ou indireta
Cálculo do GET: GEB=TMB(Harris-Benedict) X FI (1,7) OU
GEB= 443,3 + (18,15 X MCM (massa corporal magra)) X FI (1,49 e 1,78)
Método Prático:30 a 35kcal/kg/dia
Carboidrato
50 a 60% do VET
Proteína
15 a 20% (1,5g/kg/dia)
Lipídeo
25 a 30% do VET
Ômega 3: Estudos sugerem benefício, porém ainda não há foi estabelecida nenhuma
recomendação.
Vitaminas A, C e E: Importante manter o aporte necessário para evitar lesão oxidativa.
Vitamina C:
RDA mulheres: 75mg/d;
RDA Homens 90mg/d
Mulheres fumantes 100mg/dia
Homens fumantes: 125mg/dia
1 maço de cigarro/dia = + 16mg Vit C/dia;
2 maços de cigarro/dia = + 32mg Vit C/dia
Minerais: magnésio, cálcio e fósforo
Líquidos: Não há recomendação específica. Restringir quando houver retenção.
Manejo do peso corporal
• Eutrofia: Adequar para manutenção de peso;
• Desnutrição: Adequar para ganho de peso →aumentar o valor energético, em média, em
500 – 1000kcal/dia;
• Obesidade: adequar para perda de peso → diminuir o valor energético em 500kcal/dia,
em média, em relação ao GET
REFERÊNCIAS
CELLI, Bartolome R., et al. The body-mass index, airflow obstruction, dyspnea, and exercise
capacity index in chronic obstructive pulmonary disease. New England Journal of Medicine, 2004,
350.10: 1005-1012.
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Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (2017) GOLD 2017 Global Strategy for the
Diagnosis, Management and Prevention of COPD http://goldcopd.org/gold-2017-globalstrategy-
diagnosis-management-prevention-copd/. Acessoem 19 de outubro de 2019.
LORENZI, F. G. II Consenso Brasileiro sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica-DPOC. J
braspneumol, 2004, 30.5.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO PARENTAL E ENTERAL; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NUTROLOGIA. Terapia Nutricional no Paciente com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. [São
Paulo]: Associação Médica Brasileira, 2011.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica ocasionada por uma anormalidade da
função do coração em bombear e/ou em acomodar o retorno sangüíneo, não atendendo às
necessidades de oxigênio dos tecidos ou apenas oferecendo um adequado débito cardíaco
pelo aumento anormal das pressões de enchimento.
SINTOMAS
Falta de ar (dispneia e ortopneia)
Edema
Fadiga
Aumento do ritmo cardíaco
Tosse
Mobilidade limitada
Confusão
Náusea
Apetite reduzido
CAQUEXIA CARDÍACA
Síndrome multifatorial que atinge pacientes, entre outras patologias, aqueles com insuficiência
cardíaca. É caracterizada pela presença de perda de peso ≥ 5% nos últimos 12 meses ou Índice
de Massa Corpórea (IMC) ≤20kg/m2, que deverá ser combinado com no mínimo três outros
marcadores característicos da caquexia: diminuição da força muscular, fadiga, anorexia, baixo
índice de massa muscular e alterações bioquímicas como a inflamação, anemia ou
hipoalbuminemia.
REFERÊNCIAS
COMITÊ COORDENADOR DA DIRETRIZ DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (BR). Diretriz Brasileira de
Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. ArqBrasCardiol, 2018, 111.3.
CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Clínica no Adulto. 3.ed. Barueri/SP: Manole, 2014.
DOMINGUES, Bruna, et al. Influência do Estado Nutricional na Insuficiência Cardíaca. Acta
Portuguesa de Nutrição, 2016, 5: 18-22.
EVANS, William J., et al. Cachexia: a new definition. Clinicalnutrition, 2008, 27.6: 793-799.
Estadiamento da DRC
Tratamento na DRC
Antropometria
Limitações:
Alteração do balanço hídrico
Presença de comorbidades
Alterações músculo esquelética
Falta de padrões de referência
Falta de pontos de corte definidos
Composição corporal
Consumo alimentar
Exame físico
Bioquímica
Carboidr 50 a 60%
ato DP: 35 (+ glicose absorvida no dialisato)
Lipídeo 25 a 30%
Lipídeo 30 a 35%
Hiperlipidemia= ≤30%
Nutriente Conservador HD DP
Potássio (mEq) 40 a 70 50 a 70 40 a 70
Sódio (mg) 1000 a 3000 1000 a 3000 2000 a 3000
Líquidos (mL) Sem restrição 500ml + volume Individual
urinário
Fósforo (mg) 800 a 1000 800 a 1000 800 a 1000
Cálcio (mg) 1400 a 1600 <1000 <1000
Ferro (mg) Homens=8 Homens=8 Homens=8
Mulheres=15 Mulheres=15 Mulheres=15
Selênio (mcg) 55 55 55
Evitar consumo de alimentos industrializados pois contém alto teor de fósforo adicionado
Recomendações gerais
Controle de comorbidades: HAS, DM e dislipidemia;
Solicitar uso dequelantes de Ca, K e P quando necessário;
Observar vitaminas hidrossolúveis principalmente.
REFERÊNCIAS
CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Clínica no Adulto. 3.ed. Barueri/SP: Manole, 2014.
CUPPARI, L. Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis. 1.ed. Barueri/SP: Manole, 2009.
GEKLE, Michael. Kidney and aging—a narrative review. Experimental gerontology, 2017, 87:
153-155.
KETTELER, Markus, et al. Diagnosis, evaluation, prevention,
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improving global outcomes 2017 clinicalpracticeguidelineupdate. Annalsofinternal medicine,
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WEBSTER, Angela C., et al. Chronic kidney disease. The lancet, 2017, 389.10075: 1238-1252.
ZOCCALI, C. et al. The systemic nature of CKD. Nat. Rev. Nephrol. 13, 344–358 (2017).
Pós renal: Quando há algum impedimento da passagem da urina por alguma obstrução
na pelve renal, ureter, bexiga ou uretra. Quando há desobstrução da via urinária a função
é reestabelecida.
Desnutrição na LRA:
Hipercatabolismo
Suplementação inadequada
Aumento de K, P, escórias nitrogenadas, íons hidrogênio
Grau de catabolismo
LEVE MODERADO GRAVE
Oxalato:
Alimentos ricos em oxalato estão relacionados anefrolitíase:
Ex: Altoteor:espinafre, beterraba e ruibarbo
Teor moderado: feijão e chocolate
Teor menor, mas muito biodisponível: oleaginosas (nozes, amendoim, amêndoas)
Sódio:
↑ingestão → ↑risco de cálculo renal
Não exceder recomendações normais.
Vitamina C:
Estudos controversos que a vitamina C aumenta oxalato. Orienta-se evitar doses
superiores a 500mg/dia. Utilizar frutas para atingir as recomendações, pois também têm
contrato.
Proteínas:
A proteína animal apresenta maiores efeitos na formação de cálculos urinários.
Recomendação: 0,8 a 1,0g/kg/dia (até 50% de origem animal).
Orientações gerais
• Moderação nas bebidas alcoólicas uma vez que aumenta ácido úrico;
• Chás preto e mate devem ser consumidos com cuidado pois apresentam alto teor de
oxalato;
• Phillanthusniruri, utilizada na cultura popular como o chá de quebra pedra, não há
recomendação, mas existe a possibilidade de ajuda na expulsão do cálculo;
• Frutose de alimentos industrializados pode aumentar formação de cálculos.
REFERÊNCIAS
CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Clínica no Adulto. 3.ed. Barueri/SP: Manole, 2014.
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RIELLA, M.C; MARTINS, M.C. Nutrição e o Rim. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2013
A insuficiência hepática crônica (IHC) ou doença hepática crônica (DHC) é definida como
falência global do fígado, relacionada a agressão contínua ao parênquima hepático,
ocasionada por vários agentes etiológicos, como uso de etanol, infecção viral, acúmulo de
gordura citoplasmática ou doença autoimune.
A insuficiência hepática está associada diretamente com maior risco para desenvolvimento de
encefalopatia hepática, que pode ser definida como síndrome neuropsiquiátrica,
potencialmente reversível, caracterizada por alterações na personalidade, no comportamento,
na redução da cognição, da função motora e no nível de consciência.
ESTEATOSE HEPÁTICA
A esteatose hepática é definida como acúmulo excessivo de triglicerídeos nos hepatócitos.
Existem duas condições principais associadas à esteatose hepática: doença hepática gordurosa
não alcoólica (DHGNA) e doença hepática gordurosa alcoólica (DHGA).O curso natural da
esteatose hepática variade acordo com a etiologia e condições acompanhadas comocomo
inflamação e fibrose, com potencial para progredirem cirrose e insuficiência hepática.
Fatores etiológicos e mecanismos fisiopatológicos da doença hepática gordurosa não alcoólica
(DHGNA)
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
A encefalopatia hepática (EH) é definida como um comprometimento neuropsiquiátrico
reversível, variando de deficiências cognitivas leves a coma em pacientes com doença
hepática. Vários mecanismos estão envolvidos na etiologia da EH destacados na figura a seguir:
TRATAMENTO DIETÉTICO
Energia
30 a 40Kcal/kg/dia (WAITZBERG, 2017)
30 a 35kcal/kg/dia (ESPEN, 2019)
Carboidrato
50 a 70% do VET (WAITZBERG, 2017)
Proteína
WAITZBERG, 2017
Estável e sem desnutrição → 1,2g/kg/dia
Para BN+ e presença de desnutrição→ 1,5 a 1,8g/kg/dia
ESPEN, 2019
Presença de desnutrição→1,5g/kg/dia
Lipídeo
20 a 30% do VET
Micronutrientes
Zinco
Ferro
Vitaminas B1, B12, A e D
Sódio
2000mg de sódio/dia.
Evitar rígidas restrições para não reduzir palatabilidade e consequente diminuição da
ingestão alimentar.
Proteína
1,2 a 1,5g/kg/dia
Obesos
25kcal/kg/dia
2,0 a 2,5g/kg/dia (ESPEN, 2019)
Carboidrato
50 a 70% do VET (WAITZBERG, 2017)
Lipídeo
30% do VET
FIBRAS
25 a 45g/dia
Energia
Proteína
Micronutrientes
REFERÊNCIAS
CUPPARI L. Guia de Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto.3 ed. Barueri, SP: Manole, 2014.
HABER, Paul S., et al. Pathogenesisand management
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WAITZBERG, Dan Linetzky. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica v.2 . In: Nutrição
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A etiologia das DII é desconhecida e multifatorial, mas são apontados quatro aspectos
que apresentam grande interação, além de sofrerem a influência de fatores
ambientais: os genéticos; os luminais (relacionados a microbiota intestinal, seus
antígenos e produtos metabólicos e os antígenos alimentares); os relacionados à
barreira intestinal (incluindoos aspectos referentes à imunidade inata e à
permeabilidade intestinal); e os relacionados à imunorregulação (incluindo a
imunidade adaptativa ou adquirida).
É crucial a determinação do grau de severidade ou atividade da DII, pois a gravidade,
a duração e a localização da doença são importantes na resposta ao tratamento,
lembrando que doenças na região perianal têm uma resposta menos favorável à
terapia nutricional.
Avaliação nutricional
Recomendaçõesnutricionais
Como os mecanismos patológicos da DII não estão definitivamente estabelecidos, o
papel de fatores específicos da dieta na etiologia ou no tratamento continua obscuro.
Portanto, a tolerância individual deve ser levada em conta, sempre tendo como
objetivo principal a preservação de um bom estado nutricional.
Energia - 25 a 30 kcal/kg/dia - Suficiente para recuperar ou manter um peso corporal
saudável (levar em conta o hipermetabolismo das DII e a necessidade de recuperação
de peso)
Proteínas - 1 a 1,5 g (até 2 g para desnutridos)/kg de peso ideal/dia
Lipídios Hipolipídica - (< 20% das calorias totais), uma vez que podem piorar a
diarreia (pode haver deficiência de sais biliares)
Carboidratos:
Fase aguda da DII - Isenta de lactose (evitar leite e derivados).
A lactase é uma enzima de frágil inserção na mucosa intestinal, e seus níveis podem
estar diminuídos na diarreia, havendo intolerância.
Controle de mono e dissacarídeos para evitar soluções hiperosmolares que possam
aumentar a diarreia. Rica em fibras solúveis (por ação das bactérias intestinais, formam
ácidos graxos de cadeia curta, que constituem importante fonte de energia para
células intestinais) e pobre em fibras insolúveis (para auxiliar no controle da diarreia).
Na DC ativa:
o Na RCUI:
o Ácido graxo ômega-3 - Contribui para diminuir a resposta inflamatória (3 a 6g/dia)
REFERÊNCIAS
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LAMB, Christopher Andrew, et al. British Society of Gastroenterology consensus
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WEIMANN A, BRAGA M, CARLI F, et al. ESPEN guideline: Clinical nutrition in surgery.
ClinNutr2017;36:623–50.
VESÍCULA BILIAR
Concentra, armazena e excreta a bile que é constituída de colesterol, sal biliar, pigmentos
biliares, imunoglobulinas e água. As principais funções da bile é auxiliar na digestão, eliminar
produtos residuais (hemoglobina e colesterol em excesso) e emulsionar gorduras e distribuir para
a parte distal do intestino.
Doenças comuns:
PÂNCREAS
Pancreatites
É o termo genérico utilizado para patologias no pâncreas que engloba uma série de condições
com variações na etiologia, no curso clínico e tratamento. Os principais sintomas são dor
contínua ou intermitente até intensa dor abdominal pode irradiar para as costas, náusea e
vômito, distensão abdominal (primeiros dias), esteatorréia, icterícia. Em casos graves podem
ocorrer hipotensão, oligúria, dispnéia, hemorragia, choque e morte.
Pancreatite aguda
Inflamação pancreática que pode determinar uma síndrome da resposta inflamatória sistêmica.
Caracteriza-se pela ativação de enzimas digestivas na célula provocando lesão e aumento de
mediadores inflamatórios.
Recomendações nutricionais
Pancreatite crônica
Caracterizam, do ponto de vista anátomo-patológico, pela fibrose progressiva do parênquima
glandular, inicialmente focal e, a seguir, difusa por todo o pâncreas.
Via: preferência jejunal uma vez que diminui risco de translocação bacteriana e minimiza
estimulação da secreção pancreática;
Quando a NE for de longa permanência indica-segastrostomia ou jejunostomia;
Observar necessidade de fórmula elementar ousemi-elementar;
Oferta protéica progressiva: 1.0-1.5g/kg/dia com peptídeos + TCM;
O período noturno é ideal para suplementação.
Carboidratos Normoglicídica
Proteínas 1,0 a 1,5g/kg/dia
Lipídeos 30% do VET
Na presença de esteatorreia ou intolerância deve haver restrição
para 20% do VET, com TCM.
REFERÊNCIAS
CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Clínica no Adulto. 3.ed. Barueri/SP: Manole, 2014.
MEIER, R., et al. ESPEN guidelineson enteral nutrition: pancreas. ClinicalNutrition, 2006, 25.2: 275-
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HIRSCHFIELD, Gideon M., et al. The British SocietyofGastroenterology/UK-PBC
primarybiliarycholangitistreatmentand management guidelines. Gut, 2018, 67.9: 1568-1594.
GUIMARÃES-FILHO, Marco Antonio, et al. Pancreatite aguda: etiologia, apresentação clínica e
tratamento. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, 2009, 8.1.
TERAPIA NUTRICIONAL
Indicações
Anorexia nervosa
Lesões orais
Neoplasias
Doenças Desmielinizantes
Septicemia
Alcoolismo crônico
Depressão grave
Queimaduras
Pancreatite
Quimio/radioterapia
Fístula
Contraindicações
Íleo paralítico
Enterocolite severa
Doença terminal
Expectativa de utilizar a TNE em período inferior a 5 a 7 dias para pacientes
desnutridos ou 7 a 9 dias para pacientes bem nutridos
Hipotônica 280-300
Isotônica 300-350
Vias de acesso
Nasogástrica
Nasoduodenal
Nasojejunal
Métodos de administração
Administração em bolo: a infusão é feita através da injeção da dieta com uma seringa.
Complicações da NE
Gastrointestinais Náuseas
Vômitos
Estase gástrica
Refluxo gastroesofágico
Metabólicas Hiperidratação/desidratação
Hiperglicemia/hipoglicemia
Anormalidades de eletrólitos
Abscesso septonasal
Faringite
Fístulas traqueoesofágicas
Obstrução de sonda
Psicológicas Ansiedade
Depressão
Monotonia alimentar
Insociabilidade
Inatividade
Broncoaspiração
Contaminação microbiana
Tipos:
Nutrição Parenteral Total: Uma solução é administrada diretamente em uma veia central.
É indicada para uso superior a 7 a 10 dias e oferece aportenutricional total. A
osmolaridade é geralmente superior a 1000mOsm/L.
Catéteres
Tipos:
o Curta permanência
o Longa permanência
Sítios de inserção
o Veia subclávia
o Veia jugular interna
o Veia axilar
o Veia femoral
Indicações
Hiperêmese gravídica
Quimioterapia
Síndrome da má absorção
Enterite actínica
Trauma grave
Obstrução Neoplasias
Aderências
Contraindicações
É contraindicada em pacientes hemodinamicamente instáveis:
Hipovolemia;
Choque cardiogênico ou séptico;
Edema agudo de pulmão;
Anúria sem diálise ou
Distúrbios metabólicos ou eletrolíticos
Monitoramento
Complicações da TNP
Hidrotórax
Lesão vascular
Hipoglicemia
Balanço Ácido básico
Hipertrigliceridemia
Disfunção hepática
Síndrome realimentação
REFERÊNCIAS
GESTAÇÃO
Compreende o período de aproximadamente 40 semanas. Ocorre intensas adaptações
fisiológicas, metabólicas e nutricionais. É uma das etapas da vida de maior demanda e
vulnerabilidade nutricional, podendo ser determinante para a predisposição de doenças
metabólicas tardias.
Tabela: Tipo de crescimento fetal por idade gestacional
Idade Tipo de Velocidade Peso médio do
gestacional crescimento feto
1º trimestre Hiperplasia Lenta 12ª semana ≈
(12 semanas) 300g
2º trimestre Hiperplasia e Acelerada 27ª semana ≈
(13 a 27 hipertrofia 1000g
semanas)
3º trimestre Hipertrofia Máxima 38ª semana ≈
(acima de 28 3000g
semanas)
Hormônios envolvidos:
Gonadotrofina coriônica humana (HCG):Fundamental na produção de progesterona e
estrógeno no início da gravidez em quantidades suficientes para promover a evolução do
feto.
Progesterona:Relaxa a musculatura lisa do útero. ↑tempo de absorção de nutrientes,
aumenta o depósito de gordura, aumenta a excreção de sódio, interfere no metabolismo
do ácido fólico e participa da mamogênese
Fisiológicas:
Cardiovasculares Respiratórias Renais Gastrointestinais
Avaliação Bioquímica;
Avaliação clínica;
Avaliação dietética.
Recomendações nutricionais:
Calorias: VET= (TMB X FA) + adicional calórico do trimestre
RDA:
Adicional de 300Kcal a partir do 2º trimestre
Para adolescentes ou gestantes de baixo peso: a partir do 1º trimestre
IOM:
Adicional de 250kcal durante toda gestação (atividade normal)
Adicional de 200kcal durante toda gestação (atividade reduzida)
Carboidrato:
55 a 70% do VET;
Até 10% de CHO simples.
Fibras
• 28g/dia (DRIS)
• 20 a 35g/dia (ADA)
Lipídeos:
• 15 a 30% do VET;
• < 10% de gordura saturada;
• Preferir ácidos graxos poli-insaturados
Proteínas
Período gestacional
Vitaminas e minerais:
Nutriente Recomendação
Ferro 27mg/dia no 2º e 3º trimestre
Cálcio 1000mg/dia
1300mg/dia para adolescentes
Ácido fólico 600mg/dia
Vitamina C 85μg/dia
Vitamina A 770μg/dia
Intercorrências gestacionais:
Náuseas e vômitos
Fracionar refeições;
Evitar frituras, alimentos gordurosos ou outros que possam causar desconforto;
Evitar condimentos picantes;
Consumir alimentos sólidos;
Ingerir líquidos entre as refeições;
Evitar deitar-se após se alimentar.
Sialorreia e ptialismo
Fracionar refeições;
Dieta semelhante as recomendações para náuseas e vômitos;
Aumento da ingestão hídrica;
Consumir frutas com caldo.
Fraquezas e desmaios
Fracionar refeições;
Evitar jejum prolongado;
Utilizar sal na alimentação, com exceção em caso de HAS gestacional
Constipação
Aumento da ingestão de líquidos;
Dieta rica em resíduo: frutas cítricas, verduras mamão, ameixa, cereais;
Evitar alimentos de alta fermentação (repolho, couve, ovo, feijão, leite e açúcar;
Mastigar bem os alimentos;
Estimular a atividade física.
Picamalácia
Substituir a substância por alimentos de preferência;
Evitar contato com a substância
Pirose
Fracionar refeições;
Evitar café, chá preto, mates, doces, álcool e fumo;
Evitar frituras;
Mastigar devagar;
Não ingerir líquidos durante as refeições;
Elevar a cabeceira da cama;
Excluir ou substituir alimentos que causam desconforto.
Doenças hipertensivas da gravidez
• Hipertensão crônica
• Hipertensão gestacional
• Pré eclampsia
• Eclâmpsia
• Síndrome de HELLP
LACTAÇÃO
Fase de alta demanda energética e nutricional, decorrente das necessidades de produção de
leite para atender todas as necessidades do lactente até o 6º mês, e de forma complementar
após esta idade.
Avaliação nutricional:
Antropometria;
Avaliação clínica;
Avaliação dietética.
Perda de peso pós parto
Índice de massa Objetivo Perda de peso
corporal recomendada
<18,5 (baixo peso) Alcançar IMC -
eutrófico
≥18,5e <25 Manutenção de -
(eutrofia) peso eutrófico
≥25 a< 30 Perda de peso para 0,5 a 1kg/mês
(sobrepeso) atingir eutrofia
≥30 (obesidade) Perda de peso para 0,5 a 2kg/mês
atingir eutrofia
Recomendações nutricionais:
Energia
• Hipercalórica com acréscimo de adicional energético para produção láctea;
• EER (Peso pré gestacional, idade, altura e o nível de atividade física) + adicional para
produção láctea – adicional por perda ponderal (- 170 kcal)
CHO
• Normoglicídica (50 a 60%)
• 29g/dia de fibras
Lipídeos
• Normolipídica (25 a 30%)
• Ômega-3: 1,3g/dia (Peixe 3x/ semana)
• Ômega-6: 13g/dia
Proteína
• Hiperproteica (15 a 20%)
• RDA: Adicional de 25g/dia ou 1,3g/kg/dia
• OMS:Adicional de 19g/dia (1º semestre) e 12,5g/dia (2ºsemestre)
Vitaminas e minerais
• Hidro e lipossolúveis (A e E)
• Minerais (zinco e potássio)
• Recomendações podem ser atingidas através da alimentação
Álcool deve ser evitado; o consumo pode causar redução do reflexo de ejeção do leite e
contribui para o atraso psicomotor do lactente;
A cafeína não é contraindicada, porém o excesso pode causar irritabilidade e aumento
das necessidades nutricionais; pode está presente também no chocolate, refrigerantes e
chás;
Nicotina pode causar irritabilidade no bebê;
Edulcorantes não é estimulado. Apenas em casos especiais como na presença de
diabetes;
Alguns vegetais tem sido associados a ocorrência de cólicas, principalmente feijões,
couve, cebola e alho.
REFERÊNCIAS
BARBOSA J. M.; NEVES C.M.A.F.; ARAÚJO L. L.; SILVA E.M.C. Guia Ambulatorial de nutrição
materno infantil. Rio de Janeiro: Ed. Medbook, 2013.
MAHAN, L. Kathleen: Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia; Editora Elsevier; 13ª edição; Rio
de Janeiro; 2013;
VITOLO, M.R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2008;
Leite materno:
Alimento de excelência por conter todos os nutrientes;
Benefícios do ponto de vista nutricional, imunológico, psicológico e cognitivo;
Eficaz intervenção na redução da morbidade e mortalidade infantil;
Recomendação: amamentação de forma exclusiva até o 6º mês e manter com
complementação de outros alimentos até os 2 anos de vida.
Tipos de aleitamento:
1. Exclusivo: Somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de
outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos.
2. Predominante:Além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água
adocicada, chás, infusões) e sucos de frutas.
3. Materno complementado: Além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido
com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança
pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado
alimento complementar.
4. Misto ou parcial: Quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.
Colostro- Produzido nos primeiros 7 dias após o parto. Apresenta alta densidade e
pequenos volumes. Contém menos lactose, gordura e vit hidrossolúveis, e mais proteínas,
vit lipossolúveis e minerais, além de imunoglobulinas e fatores protetores.
Leite de Transição- Produzido entre o 7º e 14º dia pós parto. Rico em lipídio e carboidrato.
Leite Maduro- Apresenta todos os macro e micronutrientes necessários.
Diferenças de composição:
Leite posterior: Rico em gordura, promove saciedade e adequado ganho de peso para a
criança.
Mãe com doença cardíaca, pulmonar ou hepática grave, depressão, psicose grave ou
uso de drogas ilícitas;
Mãe em tratamento quimioterápico/radioterápico;
Galactosemia na criança;
HIV;
HTLV I e II;
Infecções não tratadas: tuberculose, sífilis e brucelose;
Quando houver lesões no seio na presença de herpes, hepatite C e varicela.
Leite pasteurizado
São definidos como “Produto em forma líquida ou em pó, destinado a alimentação de lactentes
sob prescrição, em substituição total ou parcial do leite materno para satisfação das
necessidades nutricionais deste grupo.”A escolha da fórmula depende de diversos fatores:
Faixa etária;
Indicação clínica;
Função gastrointestinal;
Requerimentos nutricionais e de fluidos do paciente;
Via de administração;
Características dos nutrientes;
Osmolaridade;
Carga de soluto renal;
Densidade calórica;
Intolerâncias;
Alergias alimentares;
Custos
Principais diferenças:
Hormônios, enzimas e anticorpos específicos: o leite materno é o único alimento que
possui hormônios, enzimas e anticorpos específicos capazes de combater infecções e
fortalecer o sistema imunológico da criança.
Proteínas: A quantidade de proteínas no leite de vaca é aproximadamente 3 vezes mais
que o no leite materno, o que pode comprometer a função renal da criança.
Prebióticos: O leite materno contém prebióticos que não estão presentes no leite de vaca.
Sais minerais:
Ferro: A quantidade de ferro no leite de vaca é muito baixa comparado ao leite materno,
podendo acarretar em desenvolvimento anemia para a criança.
REFERÊNCIAS
BARBOSA J. M.; NEVES C.M.A.F.; ARAÚJO L. L.; SILVA E.M.C. Guia Ambulatorial de nutrição
materno infantil. Rio de Janeiro: Ed. Medbook, 2013.
VITOLO, M.R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2008
A DRGE é caracterizada por uma alteração no esfícter esofagiano inferior, com diminuição da
pressão nessa região, causando o retorno do conteúdo ácido péptico gástrico para oesôfago.
As principais causas são redução do esfíncter esofagiano inferior, aumento da pressão intra-
abdominal e hérniahiatal.
Fatores que alteram a pressão do EEI
Sintomas da DRGE
Característica Recomendação
Excluir:
Alimentos que aumentam a pressão do EEI: Café, mate, chá preto, bebidas alcoólicas e
chocolate
Alimentos que irritam a mucosa inflamada: Sucos e frutas ácidas, tomate (depende das
intolerâncias de cada indivíduo
Alimentos que estimulam a secreção ácida: Com alto teor de purinas: consomê
Orientações gerais
GASTRITE
A Gastrite consiste na inflamação da mucosa gástrica. Ela aparece de repente, tem curta
duração e desaparece, na maioria das vezes, sem deixar sequelas. Pode ser desencadeada
por medicamentos (ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios, etc.), ingestão de bebidas
alcoólicas, fumo, situações de estresse (queimaduras graves, politrauma, etc.). A gastrite
crônica é definida histologicamente pela atrofia crônica progressiva da mucosa gástrica.
Objetivos da terapianutricional
Recomedaçõesnutricionais
Alimentos moduladores: Fibras alimentares (vegetais em geral) que agem como tampão,
reduzindo a concentração de ácidos biliares no estômago e reduzindo o trânsito intestinal
podendo reduzir distensão abdominal.
Evitar: bebida alcoólica, café, chocolate, refrigerante a base de cola, pimenta e mostarda em
grãos.
Leite e gastrite
Era muito comum a adesão a dieta ricas em laticínios e cremes de leite para tratamento da
gastrite. Pensava-se que o leite melhorava a gastrite uma que promovia alcalinização gástrica e
alívio da dor e queimação. É conhecido que apesar do efeito momentâneo ao consumo a
ingestão leva ao efeito “rebote gástrico”estimulando a produção ácida gástrica e posterior com
intensificação dos sintomas. O leite não é proibido para os pacientes com gastrite, mas ele deve
ser consumido dentro da dieta sem excessos.
DIARREIA
Tipos de diarreia
Osmótica: Presença de solutos osmoticamente ativos no intestino, inadequadamente
absorvidos. Ex: deficiência de lactase.
Secretória: Secreção ativa de eletrólitos e água pelo epitélio. Ex: por exotoxinas
bacterianas ou vírus.
Exsudativa: Lesões na mucosa com secreção de muco, sangue e ptns plasmáticas.
Ex:colite ulcerativa, enterite por radiação.
Contato mucoso limitado: Exposição inadequada de quimo no epitélio. Ex: síndrome do
intestino curto.
CONSTIPAÇÃO
REFERÊNCIAS
CUPPARI L. Guia de Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. 3 ed. Barueri, SP: Manole, 2014.
CHINZON, D., et al. Refluxo Gastroesofágico: diagnóstico e tratamento. Projeto diretrizes, 2005.
MAHAN, L. Kathleen: Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia; Editora Elsevier; 13ª edição;
Rio de Janeiro; 2013
NUTRIÇÃO NO CÂNCER
Câncer
É um grande grupo de doenças que podem atingir quase todos os órgãos ou tecidos do corpo
caracterizado pelo crescimento desordenado de células anormais podendo invadir partes
adjacentes do corpo e/ou se espalhar para outros órgãos.
Fatores genéticos
Fatores ambientais
AlimentosIntensificadores
1. Elevada ingestão calórica - Aumento da proliferação celular; aumento na formação
dos radicais livres e induz ao excesso de peso.
2. Gorduras trans e saturadas em excesso - Formados durante a combustão do
carbono e lise da proteína, quando os produtos cárneos são submetidos a altas
temperaturas.
3. Açúcares simples em excesso - Elevam os níveis de glicose e triglicerídeos
sanguíneos, bem como os níveis de insulina e outros hormônios capazes de estimular
o crescimento de células cancerígenas – 10 a 50x mais.
4. Aditivos alimentares - Conservantes, estabilizantes, corantes e adoçantes artificiais.
5. Proteínas emexcesso
6. Baixo consumo de fibras
Alimentos Inibidores
1. Antioxidante - Vitaminas A, C, E, zinco eselênio
2. Fitoquímicos:
Tratamentos Clínicos
Quimioterapia
Radioterapia
Efeitos clínicos gerais - Falta de apetite, mal estar, fadiga, cansaço, febre,prostração
Alterações bioquímicas - Produção de citocinas, hipermetabolismos, consumo e
utilização exacerbada dos macronutrientes nas vias metabólicas
Transtornos gastrointestinais - Disfagia, vômitos, dor abdominal, obstrução intestinal
Perdas internas e externas - Sangramentos, ascites,edemas
Anormalidades psicológicas- Ansiedade, tristeza, insônia,depressão
Localização e frequência
Estômago – 65 a 85%
Pâncreas – 80 a83%
Esôfago – 60 a80%
Cabeça e pescoço – 65 a75%
Pulmão – 45 a60%
Colo e reto – 45 a 60%
Neoplasias urológicas –15%
Ginecologia –15%
Caquexia docâncer
Síndrome clínica, caracterizada pela presença de anorexia, perda de peso
involuntária, depleção progressiva de massa magra e tecido adiposo além da
diminuição da capacidade funcional.
1. Carboidratos
3. Lipídios
Aumento da lipólise
Aumento do turnover de glicerol e ácidos graxos; oxidação lipídica não inibida pela
glicose
Diminuição da lipogênese
Diminuição da atividade da lipase lipoproteica
Aumento dos níveis plasmáticos de lipídios
A avaliação nutricional no paciente com câncer devera ser realizada com frequência, e a
intervenção nutricional iniciada precocemente quando os defícits forem observados.
Paciente ambulatorial:
o Sem risco nutricional: em até 30 dias
o Com risco nutricional: em até 15 dias
o Paciente internado:
o Na admissão hospitalar ou até 48h
o Durante internação: semanalmente
o Ambulatório:
o Crianças eutróficas e sem risco nutricional: reavaliar no máximo em 30dias
o Crianças com risco nutricional ou qualquer grau de desnutrição: reavaliar no
máximo em 15dias
o Na internação:em até 48 h, podendo variar conforme a situação clínica e nutricional
da criança:
o Crianças eutróficas e sem risco nutricional: avaliar na admissão e reavaliar no
máximo em 15dias
o Crianças com risco nutricional ou qualquer grau de desnutrição: avaliar na admissão
e reavaliar no máximo em 7dias
Em pacientes internados:
Anamnese alimentar, exames físico e clínico diariamente com RN ou
desnutrição: antropometria em até 48h da internação
A cada sete dias sem RN ou desnutrição: antropometria após sete dias de
internação semanalmente
Ambulatorialmente:
Mensalmente, para pacientes sem RN
Quinzenalmente, para pacientes com RN
Objetivos daTN
Prevenir ou reverter a deterioração do estado nutricional
Evitar a progressão para um quadro de caquexia
Auxiliar no manejo dos sintomas
Melhorar o balanço nitrogenado
Reduzir a proteólise
Aumentar a resposta imune
Reduzir o tempo de internação hospitalar e promover melhor qualidade de vida
ao paciente
Cuidados paliativos
OBS: Em caso de risco de síndrome de realimentação é indicado que nos três primeiros dias inicie
a dieta com 15 a 25 Kcal/Kg de peso e caso risco muito elevado que esse início seja com 5 a 10
Kcal/Kg de peso, acompanhado da monitorização diária de fósforo, magnésio e potássio
REFERÊNCIAS
PACIENTE CRÍTICO
ESTADO CRÍTICO
Estado de estresse catabólico no qual os pacientes apresentam uma resposta
inflamatória sistêmica juntamente com complicações de aumento da morbidade
infecciosa, disfunção de múltiplos órgãos, hospitalização prolongada e alta
mortalidade. O estado crítico desencadeia uma resposta iflamatória que caracteriza-se
por duas fases como mostrado a seguir:
Uma avaliação clínica geral deve ser realizada para avaliar desnutrição na UTI, até que
uma ferramenta específica seja validada. Sendo assim, vários métodos são indicados:
Exame físico, avaliação da composição corporal, massa muscular e força. É importante
destacar que as avaliações no paciente crítico apresentam diversas limitações
conforme podemos destacar:
o Avaliação antropométrica: Podem sofrer variações devido à presença de edema
e má distribuição de fluidos corpóreos nesse momento agudo.
o Avaliação de proteínas como albumina, pré-albumina, transferrina, proteína de
ligação ao retinol: refletem inflamação ou o estado agudo da doença crítica não
refletindo de fato o estado nutricional.
Proteína
o 1,5 a 2,0g/kg/dia ou
o 1,2 a 2,0g/kg/dia
Para obesos: 2,0 a 2,5g/kg PI/dia, onde 2,0g para pacientes com IMC entre 30-40 e
2,5g para aqueles com IMC>40.
OBS: É recomendado associar à oferta proteica um programa de atividade física,
inclusive exercícios resistidos.
Carboidrato
Não exceder 5mg/kg/min.
Lipídeo
• 1g/kg/dia
• Tolerância de até 1,5g/kg/dia
Glutamina
• Não é recomendado utilização em paciente crítico
o Queimados→ 0,3-0,5g/kg/dia por um período de 10 a 15 dias
o Trauma→0,2-0,3g/kg/dia por 5 dias ou até 15 se o objetivo é promover para
cicatrização.
O ideal é que a terapia nutricional seja iniciada até às 48h após a admissão.
O mesmo serve para terapia nutricional parenteral. Iniciar a TNP o mais precoce possível
naqueles com alto risco nutricional à admissão e que não possam utilizar o TGI.
Considerar o uso de NP suplementar após 5 a 7 dias em pacientes que não conseguiram
atingir aporte calórico proteico >60% por via digestiva.
REFERÊNCIAS
EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
Conselheiro
o Grau de satisfação do cliente com o conselheiro, quanto maior melhor é a adesão;
o Continuidade com o mesmo conselheiroserão melhores as chances de adesão às
orientações.
Ambiente
o Local de atendimento, melhor adesão para aqueles clientes que estão num ambiente
organizado e limpo;
o Tempo de espera, quanto menor melhor adesão;
o Acolhimento do pessoal de apoio.
Orientação nutricional:
o Número de mudanças na dieta; quanto maior o número de mudanças, menor é a
adesão;
o Complexidade das orientações. Quando as orientações são claras e objetivas facilita a
adesão a mudança e adesão as orientações.
Atentar para as alterações fisiológicas que decorrem com a idade, seja redução da acuidade
visual, auditiva e de compreensão.
o Se redução da acuidade aditiva, as informações devem ser claras, simples, sendo
explicadas devagar. Preferir utilizar material audiovisual;
o Se redução da acuidade visual preferir luz ambiente clara, utilizar pouco material visual e
utilzar os sons gravados;
o Se percepção distorcida das cores, evitar uso de cores fortes nos materiais.
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de referência de
educação alimentar e nutricional para as políticas públicas. – Brasília, DF: MDS; Secretaria
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, 2012.
CUPPARI L. Guia de Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. 3 ed. Barueri
Com o considerável aumento da obesidade e das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)
associadas, houve a necessidade de intervenções e estratégias nutricionais seguras, sustentáveis
e simples. As dietas não convencionais surgem como estratégias, com resultados de fato
importantes, mas a adoção a essas práticas não são na sua totalidade seguras.
Dentre uma infinidade de dietas propostas, podemos destacar as dietas relacionadas abaixo e
discutir um pouco mais sobre a dieta vegetariana.
DIETA CARACTERÍSTICAS
Mediterrânea Rica em frutas, hortaliças e cerais integrais,
porém possui quantidades generosas de azeite
de oliva e inclui o consumo de peixes e
oleaginosas, além da ingestão moderada de
vinho.
Confere efeitos de proteção cardiovascular
DASH Rica em frutas, hortaliças e laticínios com baixo
teor de gordura; inclui a ingestão de cereais
integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas e
pobre em Carne vermelha, doces e bebidas
com açúcar.
Apresenta altos teores de cálcio, potássio,
magnésio e fibras conferindo redução dos
níveis de pressão aterial e prevenção de
doenças cardiovasculares.
Paleolítica É permitido o consumo de legumes frescos,
frutas, carnes magras, aves, peixes, ovos, tofu,
nozes e sementes e proibido o consumo de
cereais, grãos e laticíneos.
Imita a dieta do “homem das cavernas”
É demonstrado efeitos na melhora da
sensibilidade a insulina e do perfil lipídico e
redução de circunferência da cintura, porém
os estudos ainda são escassos.
Atkins Sem restrição calórica, severamente restrita
em CHO, sem restrições de proteínas e
gorduras.
Criada pelo médico Robert Atkins
Apresenta como princípio que a redução da
disponibilidade de CHO induz o organismo a
utilizar a gordura como substrato para
produção de energia promovendo perda de
peso.
Dukan Rica em proteína, restrita em gorduras e com
baixo teor de carboidratos
Apresenta 4 fases: Início com proteína e
pouca gordura evoluindo com a introdução
de outros alimentos e por fim a reintrodução
de CHO.
Proposta por Pierre Dukan.
Estudos observaram alto reganho de peso e
sintomas gastrointestinais após prática da
dieta
OBS: existem diversas modalidades de dietas não convencionais e vale a pena estudar as
principais características como a dieta do baixo índice glicêmico, tibetana, nórdica, jejum
intermitente, sem glúten e sem lactose, cetogênica e outras.
Dieta vegetariana
A dieta vegetariana é um perfil alimentar caracterizado por abstenção de consumo carne e
produtos à base de carne, aves, frutos do mar e carne de qualquer outro animal. Ela pode ser
praticada de diversas modalidades conforme apontado a seguir.
Pesco vegetariana: Além dos vegetais, frutas e grãos, fazem parte da modalidade
ovos, laticíneos e peixes.
Ovo-lacto vegetariana:Além dos vegetais, frutas e grãos, fazem parte dessa
modalidade ovos e laticíneos, mas sem nenhuma carne animal. Podem ser
classificados ainda em apenas ovovegetariana, quando há a ingestão de alimentos
de origem vegetal e ovos; ou apenas lactovegetariana, quando há a ingestão de
alimentos de origem vegetal e leite e derivados.
Vegana: Restrito apenas a vegetais, frutas e grãos.
o Proteína
Apesar dos vegetais proverem menor oferta proteica comparado aos alimentos de
origem animal, normalmente os indivíduos que consomem a dieta vegetariana excedem
as necessidades proteicas. Isso se deve a uma compensação pela utilização de alimentos
complementares como as verduras, os legumes, os grãos integrais, as nozes e as sementes
e principalmente pelo consumo de soja e derivados.
o Vitamina B12
Há uma maior propensão dos praticantes do vegetarianismo apresentarem deficiência de
vitamina B12. É observada deficiência em 52% dos veganos, 7% dos vegetarianos e em 1%
dos onívoros. Isso de seve porque a principal fonte de B12 são alimentos de origem animal.
Fungos, algas marinhas e vegetais fermentados contém a vitamina, porém não são
considerados seguros, confiáveis e suficientes para suprir as necessidades. Sendo assim, é
recomendado o consumo regular de alimentos fortificados ou suplemento alimentar para
vegetarianos,veganos (grávidas e lactantes).
o Cálcio
Os estudos ainda mostram-se contraditórios quanto a deficiência em vegetarianos ou
veganos. Porém, têm sido documentado que veganos com baixa ingestão de cálcio
apresentammaior risco de fraturas. Sendo então recomendado o acompanhamento
quanto a possível deficiência e suplementar se houver a necessidade.
o Ferro
• Embora o ferro não heme encontrado em vegetais como legumes, grãos integrais, frutas
secas e folhas verde escuras apresentam menor absorção do que o ferro heme
encontrado na carne animal, a biodisponibilidade do ferro é ajustado de acordo com as
reservas corporais. Portanto, não é necessário grandes preocupações quanto a
disponibilidade desse mineral em vegetarianos.
o Vitamina D
As principais fontes alimentares de vitamina D são os ovos e os alimentos fortificados,
como os laticínios. Para os veganosa ingestão dessa vitamina fica restrita a alguns
alimentos fortificados e aos suplementos alimentares.
o Ômega 3
As principais fontes de ômega-3 são os peixes, os frutos do mar, as sementes de chia e
linhaça, as nozes, os produtos de soja e, em menor quantidade, as folhas verdes. A
deficiência em vegetarianos é polêmica, mas é indicada a suplementação de DHA ou
consumo de alimentos fortificados para grupos de maior vulnerabilidade como mulheres
grávidas ou amamentando, diabéticos, idosos, prematuros.
REFERÊNCIAS
ASTRUP, A.; GEIKER, N. R. W. Efficacy of higher protein diets for long-term weight control. How
to assess quality of randomized controlled trials? Nutrition Metabolism Cardiovascular Disease,
v. 24, n. 3, p. 220-223, 2014.
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FIBRAS ALIMENTARES
As fibras alimentares são conhecidas como polímeros de carboidratos, e mais a lignina, que não
sofrem ação de enzimas digestivas e apresentam efeitos fisiológicos benéficos ao organismo
humano.
Fibras solúveis
Dissolvem-se em água formando géis viscosos, não são digeridas no intestino e são facilmente
fermentadas pela microflora do cólon. Fazem parte desse grupo as β-glucanas, pectinas,
gomas, inulina e frutoligassacarídeos (FOS).Os principais benefícios desse tipo de fibra é sua
capacidade de dificultar a ação de enzimas digestivas, ligar-se a ácidos biliares e retardar o
esvaziamento gástrico, levando a saciedade e redução na absorção de glicose e e ácidos
graxos.
Fibras insolúveis
Não são solúveis em água, portanto não formam géis, e sua fermentação é limitada. Fazem
parte desse grupo de fibras a celulose, hemicelulose, lignina, amido resistente, quitina e
quitosana. Os benefícios das fibras insolúveis são causados por sua propriedade de aumentar
o peso fecal eprodução de gases e de AGCC fazendo com que haja propulsão das fezes.
Essa habilidade aumenta o volume e maciez fecal, reduz tempo de trânsito intestinal e
consequente contato intestinal com substâncias tóxicas.
Conceitos
Alimentação: Processo pelo qual o indivíduo ingere alimentos.
Nutrição: É a ciência que estuda os alimentos e os mecanismos pelos quais o organismo ingere,
assimila e utiliza os nutrientes que nos fornecem a energia necessária para mantê-lo vivo.
Leis da alimentação
Em, 1937, o médico argentino Pedro Escudero criou as leis da alimentação, que constituem a
base para uma alimentação saudável.
o Lei da quantidade: a quantidade dos alimentos deve ser suficiente para cobrir as
exigências energéticas do organismo e manter seu equilíbrio;
o Lei da qualidade:O plano alimentar deve ser completo em sua composição para
oferecer ao organismo todas as substancias que o integram;
o Lei da harmonia:As quantidades (%) dos diversos nutrientes que integram a alimentação
devem guardar uma relação de proporção entre si;
Energia
A referência para cálculo de energia para indivíduos é a Estimativa dos requerimentos
energéticos (EER) que é definida como a média de energia requerida para se manter o peso
vigente com o nível de atividade física, além de permitir o crescimento e a produção de leite se
pertinente. Existem diversas fórmulas para cálculo da EER que diferem dependem das diferentes
etapas da vida, da presença de excesso de peso e do nível de atividade física.A energia da
alimentação é fornecida através dos macronutrientes. As quantidades recomendadas,
conforme descritas na tabela abaixo, são determinadas com o objetivo de manter o bom
funcionamento do organismo e prevenir doenças crônicas não transmissíveis.
Nutrientes
Macronutrientes
Carboitrados
Carboidratos, também conhecidos como açúcares, são elementos compostos de carbono,
hidrogênio e oxigênio e sua principal função é o fornecimento de energia. Para cada 1g de
carboidrato é fornecido 4kcal.
Fibras
Substâncias encontradas na sua maioria em vegetais, não são digeridas pelo organismo e
não conferem valor energético. São classificadas em solúveis e insolúveis.
OBS: Para aprofundamento sobre fibras ver nossa aula de “Fibras alimentares” disponível no
nosso curso.
Lipídeos
Lipídeos ou gorduras são moléculas insolúveis em água, compostas por carbono, hidrogênio e
oxigênio. Suas principais funções são fornecimento de energia, proteção térmica, veículo de
vitaminas lipossolúveis e precursor de hormônios. Para cada 1g de lipídeo é fornecido 9kcal.
Proteínas
Macromoléculas formadas pela ligação peptídica entre os aminoácidos. São funções das
proteínas o transporte de gases respiratórios, defesa imunológica, fonte de energia
secundária e formação de massa muscular. Para cada 1g de proteína é fornecido 4kcal.
OBS: As leguminosas como os feijões não apresentam metionina, enquanto que cereais como
o arroz não contém lisina. Devido a este fato que foi proposto o ditado que o prato com arroz
e feijão se completa, uma vez que o aminoácido deficiente em um está presente no outro.
MARASMO
• Desnutrição energético proteica
• Primeiro ano de vida
• Magreza extrema e atrofia muscular
• Pele frouxa (nádegas)
• Irritabilidade
• Apetite preservado
• Perda intensa de tecido subcutâneo
• Peso < percentil 3
KWASHIOKOR
• Desnutrição proteica
• Segundo e terceiro ano de vida
• Edema generalizado
• Perda moderada de tecido subcutâneo
• Hepatomegalia
• Alterações cutâneas presentes
• Cabelo fraco, seco e descolorido
• Apatia e anorexia
Vitaminas
Micronutrientes produzidos pelo organismo em quantidade menor que a adequada para manter
as funções fisiológicas e bioquímicas normais, sendo então necessário consumi-las através dos
alimentos. Possuem como principais funções:
o Cofatores de atividade enzimática;
o Função antioxidante;
o Regulam produção de componentes corpóreos;
o Previnem doenças relacionadas a sua deficiência.
Gestantes=
27mg/dia
REFERÊNCIAS
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Transição nutricional
O processo de transição nutricional é entendido como a transição da prevalência de altas taxas
de desnutrição para uma alta prevalência de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis
associadas como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e outras. Segundo a Política
nacional de alimentação e nutrição (PNAN), a população vivenciou grandes transformações
sociais que proporcionaram em mudanças no padrão de saúde e consumo alimentar
mundialmente. Tais transformações impactaram na redução da pobreza e exclusão social com
consequente influência na diminuição da fome e desnutrição. Os estudos afirmam que vem
ocorrendo com a crescente prevalência de sobrepeso nos países mais pobres, onde as
populações ainda enfrentam atrasos no crescimento, baixo peso para a estatura e magreza
excessiva.Diante dessas observações tem sido proposto o fenômeno chamado “dupla carga da
má nutrição”.
No mundo:
Pesquisas feitas em países de baixa e média renda nas décadas de 1990 a 2010 mostraram que
mais de 15% das pessoas estavam com baixo peso para a estatura, mais de 30% estavam com
baixa estatura para idade, mais de 20% das mulheres apresentavam magreza excessiva,
enquanto que mais de 20% das pessoas estavam com sobrepeso. Ainda é exposto que em níveis
inaceitáveis ainda existe prevalência de retardo no crescimento e desnutrição em crianças,
enquanto que há alta prevalência de anemia em mulheres na idade fértil.
No Brasil:
Dados um pouco mais antigos apontam apesar das mudanças no perfil nutricional do Brasil com
o crescente aumento do excesso de peso, ainda persistemaltas prevalências de desnutrição
crônica, hipovitaminose A, anemias e outros em grupos vulneráveisda população como crianças
indígenas, quilombolas, os residentes na região norte do país e aqueles beneficiários de
programas sociais de renda, afetando, principalmente crianças e mulheres mais pobres.
No que diz respeito ao excesso de peso que engloba o sobrepeso e a obesidade, em resultado
de sua magnitude e velocidade de aumento constitui um dos maiores problemas de saúde
pública que afeta todas as faixas etárias. Recentemente é demostrado que mais de 50% dos
adultos brasileiros, de ambos os sexos, apresentam excesso de peso. Isto torna uma
preocupação devido as diversas comorbidades associadas ao excesso de peso como as
doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, doenças osteoarticulares, doenças respiratórias e
outras.
o Aumento da renda familiar com procura maior por industrializados, com baixa qualidade
nutricional como doces, refrigerantes, pizzas e salgados fritos e assados;
o Migração dos residentes em zona rural, que apresentam maiores frequências de consumo
de alimentos básicos, com melhor qualidade da dieta, para a zona rural onde há maior
consumo de ultraprocessados;
REFERÊNCIAS
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Energia
Macronutrientes
Atletas:
o CHO = Mínimo 50% do VET
o Ideal: 60 a 70%
o Restante distribuídos em proteína (10-15%) e lipídeos (20 A 30%)
Proteínas
Lipídeos
Atletas
o 20 a 30% do VET
o Evitar restrições: ≤ 15% do VET pois pode comprometer desempenho físico
Micronutrientes
Vitaminas e minerais
o Importantes para manter o funcionamento adequado das reações metabólicas exigidas
durante o exercício;
o Utilizar as DRI para vitaminas e minerais
o Sua suplementação não tem efeitos sobre o desempenho físico.
Antioxidantes
Sabe-se que o exercício físico induz aumento da produção de espécies reativas de oxigênio
(EROS), moléculas capazes de danificar DNA, lipídeos e proteínas. Porém, é justo lembrar que
pesar da produção dessas espécies reativas o exercício físico persistente aumenta a produção
de enzimas antioxidantes, capazes de combater tais moléculas. Além disso, os antioxidantes
estão envolvidos na melhora da recuperação pós exercício e na manutenção da resposta
imune.
o Recomendação → dietas ricas em vegetais e frutas antioxidantespodem garantir a
ingestão adequada.
Ingestão hídrica
De acordo com a DRI para população saudável a recomendação é de 3,7L/dia para homens e
2,7 L/dia para mulheres. Ingestões a mais são recomendadas para o período antes, durante e
após a prática de exercício físico conforme descrito na próxima tabela.
GRUPO RECOMENDAÇÃO
REFERÊNCIAS
Peso
É a soma de todos componentes corporais e reflete o equilíbrio proteico energético do indivíduo.
A seguir é destacado as considerações sobre o peso corporal e suas formas de uso na avaliação
antropométrica.
Peso ideal para Para corrigir o peso ideal para amputados, deve-se subtrair o peso
amputados da extremidade amputada do peso ideal calculado, de acordo
com as porcentagens apresentadas na tabela **.
Estatura
Definida como o tamanho ou altura de um ser humano. É medida utilizando um estadiômetro ou
antropômetro. Deve ser realizada com o indivíduo em pé, descalço, com os calcanhares juntos,
as costas retas, e os braços estendidos ao lado do corpo. Na impossibilidade de medição é
indicado a estimativa da altura através de métodos listados a seguir:
Altura do joelho
O indivíduo deve estar na posição supina ou
sentado com o joelho flexionado em ângulo de
90º. É medido o comprimento entre o calcanhar e
a superfície anterior da perna na altura do joelho.
Método utilizado principalmente em idosos
É obtido através das fórmulas:
*Altura do joelho em cm
Extensão dos braços ou envergadura
Altura recumbente
HEMIENVERGADURA
*Meia envergadura
OBS: Os pontos de corte utilizados para classificação do estado nutricional em idosos a partir do
IMC difere dos utilizados para adulto. Sendo assim, são adotados os pontos de corte para idoso
destacados na tabela abaixo:
Circunferência do braço
Representa a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseo, muscular e gorduroso do braço. O
valor encontradoo em cm é comparado aos valores de referência do NHANES I demonstrado na
tabela de percentis por Frisancho. A classificação é realizada através dos pontos de corte de
percentil conforme a tabela abaixo:
e
Adequação da CMB (%) = CMB obtidax 100
4- 6,5**
Pregas cutâneas
Avaliam a massa corpórea de gordura. Além de demostrar a duraçãoe severidade da
desnutrição , sendo a medida mais utilizada a PCT. A composição corporal é estimada utilizando
o somatório das quatro medidas (tricipital, bicipital, subescapular e suprailíaca). Utilizando
equações específicas obtem-se o valor do % de gordura e a massa magra é obtida pela
subtração do %GC pelo do peso total do indivíduo. Os valores de referência utilizados são
destacados na seguinte tabela:
REFERÊNCIAS
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Composição corporal
A massa tecidual humana pode ser dividida em massa magra (massa livre de gordura,
englobando componentes viscerais, proteínas somáticas e água intra e extracelular; e massa
gorda (gordura corporal).A avaliação da composição corporal nos permite:
o Diagnosticar possíveis anomalias nutricionais;
Bioimpedância
Tomografia computadorizada
Parâmetros bioquímicos
Os parâmetros bioquímicos auxiliam na avaliação do estado nutricional. São utilizados as
proteínas plasmáticas, índice creatinina-altura, competência imunológica e balanço
nitrogenado. Evidenciam alterações precocemente, anteriores a lesões celulares e/ou
orgânicas. Embora importantes não devem ser avaliados isoladamente, mas sempre associado a
outros métodos.
Proteínas plasmáticas
Competência imunológica
Avalia imunidade celular e humoral associado ao estado nutricional. Pode ser avaliado através
das técnicas de contagem de linfócitos e teste de hipersensibilidade cutânea.
Balanço nitrogenado
Avalia grau de anabolismo e catabolismo proteico. É uma avaliação bastante útil para a
monitoração de pacientes em terapia enteral e parenteral.
Consumo alimentar
Vários métodos podem ser utilizados para avaliar consumo alimentar. Sua validade e
reprodutibilidade dependem do avaliador e do avaliado e apresenta como fatores
determinantes de escolha do método tanto a população alvo como o tipo de informação
dietética.
Métodos retrospectivos
o Recordatório de 24h
o Frequência alimentar
o História dietética
Métodos prospectivos
o Registro alimentar estimado
o Registro alimentar pesado
Exame físico
Utilizado para detectar sinais e sintomas associados à desnutrição energética proteica ou
deficiência de micronutrientes. Nas figuras abaixo é demostrado sinais de depleção muscular e
de tecido adiposo que entre outros podem ser observados.
REFERÊNCIAS
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