Comunicar-Se Com Amor - Aula Do Instituto
Comunicar-Se Com Amor - Aula Do Instituto
Comunicar-Se Com Amor - Aula Do Instituto
ineficaz é um dos dez maiores empecilhos para a satisfação conjugal. Oitenta e dois por
cento dos casais desejavam que o cônjuge externasse os sentimentos com mais fre-
qüência. Outras respostas relacionadas à comunicação, embora não figurem na lista das
dez maiores dificuldades, também foram muito citadas: 75 por cento das pessoas
tinham dificuldade para perguntar ao cônjuge o que ele deseja, 72 por cento não se sen-
tiam compreendidas, 71 por cento disseram que o cônjuge não discutia problemas ou
dificuldades com o outro e 67 por cento disseram que o cônjuge fazia comentários que
as magoavam.3 O estudo também revelou a “comunicação satisfatória” como o princi-
pal indicador de um casamento feliz.4
Enternecer o Coração
Os casais fazem o máximo progresso na melhora de suas habilidades de comunicação
quando têm um coração contrito e a disposição de perdoar e pedir perdão. As pessoas
podem enternecer o coração a despeito do que o cônjuge decida fazer.
Victor Cline, psicólogo e membro da Igreja, observou: “Verifiquei, em trinta anos
de aconselhamento conjugal, que aprender novas técnicas de comunicação, assistir a
seminários sobre técnicas de relacionamento ou ler todos os melhores livros sobre o
assunto não ajudam a curar as feridas conjugais, a menos que as pessoas envolvidas
desenvolvam um espírito contrito ou sintam o coração enternecer-se. Esse abranda-
mento do coração precisa acontecer, por via de regra, em ambos os cônjuges, mesmo
que o principal culpado pelos problemas seja um deles. Embora nunca se possa for-
çar um cônjuge a mudar, você pode mudar. Você pode optar por amar e perdoar a des-
peito de tudo mais que venha a acontecer. O resultado, em geral, será uma
modificação na atitude e comportamento do cônjuge também”.5
As escrituras sugerem que a maneira de uma pessoa comunicar-se está relacionada
ao tipo de pessoa que é. Jesus ensinou: “O que sai da boca, procede do coração”
(Mateus 15:18). Tiago declarou em sua epístola: “Se alguém não tropeça em palavra,
o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo” (Tiago 3:2). Melhorar
a comunicação pode exigir mudanças fundamentais no caráter, no modo de pensar,
nos sentimentos, no comportamento. Como seguidores de Cristo, procuramos ser
como Ele, conforme Sua diretiva ao ensinar os discípulos nefitas: “Que tipo de homens
devereis ser? Em verdade vos digo que devereis ser como eu sou” (3 Néfi 27:27).
MELHORAR A COMUNICAÇÃO
As recomendações a seguir ajudarão os casais a melhorar a comunicação em seu casa-
mento.
15
C O M U N I C A R- S E C O M A M O R
ATIVIDADE DE APRENDIZADO:
IDENTIFICAR AS FORMAS DE INTERAÇÃO
Peça aos participantes que façam o seguinte:
• Estimem o quociente de interações positivas e negativas com o cônjuge;
• Vejam se o cônjuge concorda com o quociente estimado de interações positivas e
negativas, a menos que sintam que isso crie um conflito;
• Descubram o que o cônjuge considera interações positivas típicas e anotem quais
são elas;
• Escrevam quaisquer formas de comunicação destrutivas às quais eles se entreguem
ocasionalmente, como criticar, desprezar, ficar na defensiva e isolar-se.
16
C O M U N I C A R- S E C O M A M O R
ATIVIDADE DE APRENDIZADO:
COMPREENDER DIFERENTES ESTILOS DE COMUNICAÇÃO
A fim de ajudar os casais a desenvolver uma melhor compreensão dos diferentes esti-
los de comunicação, peça-lhes que tenham uma conversa baseada “apenas nos sen-
timentos” durante dois ou três minutos (abordando problemas por meio do consenso,
da escuta, de perguntas, da expressão de sentimentos e da revelação de seus próprios
problemas). Em seguida, peça-lhes que conversem, durante dois ou três minutos, num
estilo voltado para as soluções (dando conselhos, tranqüilizando, achando soluções,
agindo). O assunto pode ser um problema neutro real ou imaginário, não uma ques-
tão que venha a desencadear conflitos entre os cônjuges.
Discuta com os alunos para ver se tiveram dificuldade para adotar um dos estilos de
comunicação. Peça a cada um que descreva por escrito seu próprio estilo de comuni-
cação e o do cônjuge. Em seguida, peça-lhes que mostrem um ao outro suas obser-
vações sobre o estilo e conversem para ver se estão de acordo.
17
C O M U N I C A R- S E C O M A M O R
ATIVIDADE DE APRENDIZADO:
IDENTIFICAR PENSAMENTOS DESTRUTIVOS
Peça aos participantes que reflitam a fim de verificar se têm pensamentos e sentimen-
tos negativos que diminuam seu desejo e capacidade de trabalhar juntos pela melhora
de seu casamento. Caso tenham esse tipo de pensamentos, peça que elaborem um
plano para eliminá-los, aplicando as sugestões dadas acima conforme a necessidade.
Alguns cônjuges talvez precisem discutir seus sentimentos a fim de resolvê-los. Se acha-
rem que podem discuti-los sem entrar em contenda ou conflito, sugira que marquem
uma hora e local durante a semana com esse objetivo. Do contrário, pode ser que
tenham de esperar até adquirirem melhor capacidade de comunicação e resolução de
problemas. Oriente os casais a pensar na possibilidade de buscar aconselhamento
profissional, caso os pensamentos negativos pareçam excessivos e se esses pensa-
mentos referirem-se a problemas sérios no relacionamento.
18
C O M U N I C A R- S E C O M A M O R
19
C O M U N I C A R- S E C O M A M O R
ATIVIDADE DE APRENDIZADO:
USAR TÉCNICAS DE ESCUTA E FRASES
NA PRIMEIRA PESSOA DO SINGULAR
Esta atividade usa a dramatização para ensinar técnicas de escuta e de uso das frases
na primeira pessoa do singular. Peça a cada casal que escreva a palavra palco num
pedaço de papel e decida quem falará e quem ouvirá. A pessoa que falará deve segu-
rar o papel e “ser o emissor”. Use a situação abaixo ou invente uma para este exercí-
cio. Instrua os casais a evitar questões pessoais até terem mais tempo e experiência.
O emissor começa a falar e deve usar frases na primeira pessoa do singular (“eu”)
para abordar a questão, em vez de frases com “você”. Deve fazer comentários curtos,
a fim de que o receptor possa parafraseá-los. O receptor não deve interromper a pes-
soa que fala nem mostrar que discorda enquanto ela se exprime.
A meta é compreender plenamente o ponto de vista do emissor. Se o receptor não
entender o que o outro está dizendo, deve fazer perguntas para receber informações
adicionais. Depois que a pessoa expressar seus sentimentos e o receptor as parafra-
sear corretamente, peça a cada casal que inverta os papéis. O processo descrito
acima deve então ser repetido. O receptor passa a falar e agora pode externar seu
ponto de vista.
Depois que o marido e a mulher desempenharem ambos os papéis, peça-lhes que
falem de suas experiências.
SITUAÇÃO
Um casal está preocupado porque seus filhos não estão aprendendo um comporta-
mento responsável. Embora haja tarefas atribuídas designadas a eles, a louça fica por
lavar, os quartos permanecem desarrumados, as camas por fazer, o trabalho no quintal
é ignorado e assim por diante. A esposa gostaria de que o marido tomasse mais inicia-
tiva no trato com os filhos para garantir o cumprimento das designações. O marido
trabalha de 50 a 70 horas por semana e sente que a esposa deve exigir menos dele e
despender mais tempo com os filhos. Ela passa mais tempo em casa que o marido, mas
tem um emprego em tempo parcial e um chamado de responsabilidade na Igreja.
20
C O M U N I C A R- S E C O M A M O R
ATIVIDADE DE APRENDIZADO:
NÃO FICAR NA DEFENSIVA E CONCORDAR COM A VERDADE
Esta atividade usa a dramatização para ensinar a técnica de comunicar-se sem ficar na
defensiva e concordar com a verdade. Peça aos casais que usem uma das situações
abaixo ou criem uma. A situação não deve relacionar-se a um problema real de seu
casamento. Durante a encenação, eles podem decidir quem vai enviar a mensagem e
quem a receberá. O emissor deve dizer algo ligeiramente crítico ou agressivo, como:
“Sinto-me traída quando você vai jogar golfe escondido”. O receptor deve praticar
formas de responder sem ficar na defensiva, concordando com qualquer verdade que
for dita. Após alguns minutos, os cônjuges devem inverter os papéis. O emissor deve
observar qual é a sensação de assumir responsabilidade, e o receptor deve observar
qual é a sensação de reconhecer a imperfeição ou a conduta errada. Em seguida,
peça aos casais que discutam sobre a experiência.
SITUAÇÃO A
Uma esposa acaba de saber por meio de um amigo que seu marido têm jogado golfe
à tarde, quando lhe garantira estar fazendo horas extras no trabalho. Ela descobriu que
ele guarda sua bolsa com o material de golfe no porta-malas do carro. Ela sente-se
traída, pois ele mentiu para ela. A atitude dele é: “Por que isso a aborrece ou magoa?
Sempre fui um marido responsável”.
SITUAÇÃO B
Um marido fica incomodado porque a esposa, que vende cosméticos, passa muitas
horas visitando os clientes. Quando ela está em casa, continua o trabalho por telefone.
Ele sente-se rejeitado e solitário. Acusa-a de cuidar mais do trabalho do que dele.
Segundo ela, o contato social é muito importante para ela e para o seu trabalho.
21
C O M U N I C A R- S E C O M A M O R
22
C O M U N I C A R- S E C O M A M O R
que ela afirmava que bater em objetos poderia levá-lo um dia a agredir pessoas.
(Questões de conteúdo.)
Em vez de deixar o casal discorrer indefinidamente sobre a possibilidade de o marido
bater em alguém, o terapeuta voltou a atenção para o modo como eles costumavam
lidar com os desentendimentos, incluindo o atual. A esposa sempre reclamava sobre
problemas que a incomodavam. O marido sentia que ela lhe atribuía a culpa e ficava
emocionalmente esgotado. Sem saber o que dizer, parava de falar e se distanciava. Ela
interpretava o afastamento dele como uma rejeição dos sentimentos dela. Em seguida,
ela seguia-o de um cômodo ao outro, exigindo que dialogasse. Ele acabava explodindo.
Depois que o casal identificou o processo, o terapeuta ajudou-os a mudar sua
maneira de tentar resolver os problemas. A esposa aprendeu a expressar seus senti-
mentos de maneira menos intrusiva, ao passo que o marido aprendeu a ouvir e a res-
ponder de modo adequado aos sentimentos da esposa.
ATIVIDADE DE APRENDIZADO:
EXAMINAR OS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO
Peça aos cônjuges que pensem na maneira como conversam sobre questões penden-
tes, resolvem problemas e influenciam os pensamentos e comportamento um do outro.
Será que discutem os problemas de maneira harmoniosa? Criticam, discutem, recla-
mam, dão lições de moral, ditam ordens ou se fecham em silêncio, submissão ou resis-
tência obstinada? Respondem de modo positivo um ao outro ou ficam na defensiva?
A abordagem usada funciona, ajudando-os a chegar a resultados satisfatórios para
ambos ou apenas cria problemas a mais? Ambos se sentem bem com a maneira pela
qual são discutidos os assuntos? Peça-lhes que discutam como podem melhorar sua
maneira de conversar sobre os problemas de sua relação.
ATIVIDADE DE APRENDIZADO:
MARCAR SESSÕES PRÁTICAS
Peça aos participantes que anotem quais técnicas precisam praticar. Oriente-os a regis-
trar as datas e horários em que vão fazê-lo. Eles devem consagrar mais tempo para
aprender as técnicas que sejam mais relevantes para eles. Instrua-os a continuar prati-
cando até as dominarem. Durante o aprendizado das técnicas, é melhor concentrar a
atenção em questões fictícias ou de menor importância no relacionamento. Se os casais
abordarem grandes problemas, poderão enredar-se em conflitos e não aprenderão as
técnicas a contento.
23
C O M U N I C A R- S E C O M A M O R
NOTAS
1. “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004, p. 49.
2. “Love Versus Lust”, em Brigham Young University Speeches of the Year (Provo: Brigham Young University,
1962), p. 2.
3. David H. Olson e Amy K. Olson, Empowering Couples: Building on Your Strengths (Minneapolis: Life
Innovations, Inc., 2000), pp. 7, 24. Há mais informações em www.prepare-enrich.com. Não se trata
de um site oficial da Igreja e o fato de ser citado aqui não implica endosso.
4. Empowering Couples, p. 9.
5. “Healing Wounds in Marriage”, Ensign, julho de 1993, pp. 18–19.
6. Why Marriages Succeed or Fail, de John Gottman, Ph.D. Todos os direitos reservados © 1994 por
John Gottman. Reimpresso com a permissão de Simon & Schuster, Inc. NY. Páginas 72–95. Citações
das páginas 73 e 79.
7. Why Marriages Succeed or Fail, p. 57.
8. Why Marriages Succeed or Fail, pp. 59–61.
9. Why Marriages Succeed or Fail, p. 105.
10. Why Marriages Succeed or Fail, pp. 105–107.
11. Why Marriages Succeed or Fail, pp. 107–108.
12. Conference Report, abril de 1991, p. 28; ou Ensign, maio de 1991, p. 23.
13. Why Marriages Succeed or Fail, p. 181.
14. Why Marriages Succeed or Fail, p. 196.
15. The 8 Essential Traits of Couples Who Thrive (New York: Dell Publishing, 1997), p. 152.
16. The 8 Essential Traits, pp. 152–153.
17. The 8 Essential Traits, pp. 157–158, 160–161.
18. The 8 Essential Traits, p. 161.
19. Conference Report, abril de 1976, p. 82; ou Ensign, maio de 1976, p. 54.
24