Obesidade Suas Repercussões Tratamento Da Obesidade e Outras Doenças Associadas
Obesidade Suas Repercussões Tratamento Da Obesidade e Outras Doenças Associadas
Obesidade Suas Repercussões Tratamento Da Obesidade e Outras Doenças Associadas
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3
3 DIABETES ................................................................................................... 8
5 HIPERTENSÃO ......................................................................................... 15
8 DISLIPIDEMIAS ......................................................................................... 20
12.2 Orlistate............................................................................................ 33
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
3
2 ASPECTOS GERAIS
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4
prevalência ter dobrado entre 1980 e 2015 em mais de 70 países do mundo
(SOUZA, FRANÇA e CAVALCANTE, 2017). No Brasil, a situação não é
diferente. Estudos apontam que a obesidade vem crescendo cada vez mais. De
acordo com os dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção
para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – VIGITEL, mais de 50% da
população adulta está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e
obesidade.
A obesidade é considerada uma doença crônica, multifatorial e o distúrbio
nutricional mais comum na infância. O aumento crescente do número de obesos
no mundo indica a grande participação do ambiente na gênese da doença, com
hábitos dietéticos, sedentarismo e fatores psicossociais, responsáveis por 95%
dos casos. Cerca de 5% dos pacientes obesos exibirão alguma causa
identificada sendo 2% associados a síndromes genéticas raras, e o restante a
causas endócrinas e secundárias a medicamentos (MORETZSOHN; ROCHA;
CAETANO, 2016). Pode ser classificada didaticamente em obesidade
endógena, secundária a doenças ou uso de medicamentos e exógena, resultado
de uma interação entre fatores genéticos, comportamentais e ambientais em que
a ingestão alimentar é maior que o gasto energético (ANS, 2017).
5
Um dos alicerces para o enfrentamento do excesso de peso e da
obesidade reside na promoção da alimentação saudável. A 2ª edição do Guia
Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde, em
2014, aborda quais cuidados e caminhos são recomendados para se alcançar
uma alimentação saudável, saborosa e balanceada. Para tanto, o Guia
apresenta desde os cuidados que se deve ter ao escolher os alimentos,
passando pela preparação das refeições e pelo próprio ato de comer. Os Dez
Passos para uma Alimentação Adequada e Saudável, sistematizados pelo Guia
Alimentar da População Brasileira, são abaixo transcritos (BRASIL, 2014, p.127-
128).
6
modificações positivas no que diz respeito à promoção de saúde e ao
condicionamento físico (MELLO et al., 2004 apud BRAVIN et al., 2015, p. 41).
Definições, objetivos e métodos para as fases de prevenção em doenças
crônicas: práticas gerais em doenças crônicas e práticas específicas na
obesidade.
7
3 DIABETES
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8
estão acima dos valores de referência, mas ainda abaixo dos valores
diagnósticos de DM, denomina-se pré-diabetes. A resistência à insulina já está
presente e, na ausência de medidas de combate aos fatores de risco
modificáveis, ela evolui frequentemente para a doença clinicamente manifesta e
associa-se a risco aumentado de doença cardiovascular e complicações. Na
maioria dos casos de pré-diabetes ou diabetes, a condição é assintomática e o
diagnóstico é feito com base em exames laboratoriais (ADA, 2019).
9
relevância do diabetes e de suas complicações (WHO 2009 apud SBD
2019).
10
OMS: Organização Mundial da Saúde; HbA1c: hemoglobina glicada; DM:
diabetes mellitus.
* Categoria também conhecida como glicemia de jejum alterada.
** Categoria também conhecida como intolerância oral à glicose.
11
Fonte: Departamento de Nutrição, SBD, 2017.
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12
A Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) é uma condição
clinicopatológica comum, caracterizada por depósito de lipídios nos hepatócitos
do parênquima hepático, causando elevação assintomática de
aminotransferases em até 90% dos casos, excluídas outras causas bem
estabelecidas. Sua prevalência aumenta significativamente entre obesos,
variando de 50 a 75% dos casos, e, provavelmente, este valor elevado seja
paralelo ao aumento da prevalência global de obesidade, nas diversas faixas
etárias (CUPPARI, 2014).
O fígado é a maior glândula endócrina do corpo humano, e atua no
metabolismo dos macronutrientes, micronutrientes, fármacos e/ou drogas e
hormônios. Assim, os cuidados diários com a alimentação envolvem a saúde de
todos os órgãos, em especial do fígado (LORENZONI et al., 2014).
13
outros mostrando que suas concentrações se correlacionam com esteatose, mas
não com inflamação e fibrose. Na ausência de terapêutica específica para a
DHGNA, o tratamento é direcionado à correção dos fatores de risco. A perda de
peso é fundamental, pois há estudos que observaram melhora bioquímica e
histológica, com perda ponderal gradual e moderada (~10%), porém não há
estudos clínicos bem controlados sobre o tema (CUPPARI, 2014).
O diagnóstico da DHGNA pode ser feito por meio de exames; entre eles,
o mais eficaz e de menor custo é a ultrassonografia abdominal ou a ecografia,
que define o grau da doença, porém apresenta limitações visto que, em alguns
casos não identifica a cirrose. A partir de tal exame, adotam-se as classificações
de esteatose hepática grau 1 (leve), grau 2 (moderado) e grau 3 (grave) (CRUZ
et al., 2016).
Uma dieta com frutas, legumes e verduras que são ricas em fibras,
vitaminas, minerais e água contribui significativamente para a prevenção e a
reversão da DHGNA. Vários estudos têm mostrado melhoras significativas da
prevenção ou reversão desta patologia com uma dieta rica em proteínas, em
frutas (jabuticaba e o pomelo), cacau e o chá verde (VERA-CRUZ et al., 2010).
Tem sido sugerido que o tratamento para a DHGNA seja baseado nas
modificações no estilo de vida, com destaque para o consumo de
vegetais incluindo as frutas pobres em frutose, a utilização da dieta do
mediterrâneo, e uma redução na ingestão de ácidos graxos saturados
e trans (AHMED et al., 2019 apud DA SILVA BARBOSA et al., 2019).
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5 HIPERTENSÃO
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prevalência de hipertensão autorreferida passou de 22,6% em 2006 para 24,3%
em 2017. A pressão alta tende a aumentar com a idade, chegando, em 2017, a
60,9% entre os adultos com 65 anos e mais; e foi menor entre aqueles com maior
escolaridade, com 14,8% entre aqueles com 12 anos ou mais de estudo
(Ministério da Saúde, 2020).
De acordo com o estudo, as mulheres ainda continuam com maior
prevalência de diagnóstico médico de hipertensão arterial quando comparado
aos homens, tendo registrado 26,4% contra 21,7% para eles. Em 2017, as
capitais com maior prevalência entre as mulheres foram Rio de Janeiro (34,7%)
e Recife (30,0%), e entre os homens, foram Maceió (26,3%) e Natal (26,2%).
Para o total, o Rio de Janeiro (RJ) se manteve pelo segundo ano consecutivo
como a capital brasileira com o maior percentual de hipertensos (Ministério da
Saúde, 2020).
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- Quando a pressão arterial sistólica (PAS) e a pressão arterial diastólica (PAD)
situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para
classificação da PA.
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6 DOENÇAS CARDIOVASCULARES (DCV)
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tratamento de eventos cardiovasculares (CV), é essencial para o controle das
DCV em todos os países, incluindo o Brasil (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2019).
A hipertensão arterial é o principal fator de risco para morte e DCV no
mundo. As mortes atribuíveis aos fatores de risco cardiovascular podem ser
vistos na Figura 1 a seguir.
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A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) caracteriza-se por
repetida obstrução das vias aéreas superiores, resultando em dessaturação da
oxi-hemoglobina, alterações da estrutura do sono e sintomatologia típica: ronco,
sonolência diurna excessiva e pausas respiratórias durante o sono. O fator de
risco mais importante para a SAOS é a obesidade, em especial a gordura
localizada no pescoço. Entre os portadores da síndrome, até 70% são obesos;
e entre os obesos graves, a incidência é de até 15 vezes maior quando
comparada à população em geral (CUPPARI, 2014).
8 DISLIPIDEMIAS
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Algumas investigações confirmam a importância da hipertrigliceridemia e
de níveis baixos de lipoproteínas de alta densidade (HDL) em obesos, mas a
influência da obesidade nos níveis de lipoproteínas de baixa densidade (LDL)
ainda é controversa. Muitas pessoas obesas apresentam níveis de LDL-
colesterol dentro dos limites normais, uma vez que o aumento característico da
concentração de partículas pequenas e densas de LDL-colesterol, mais
aterogênicas, não pode ser detectado pela simples dosagem do colesterol total
ou fração de LDL-colesterol. A razão LDL-apo-B/LDL-colesterol está
frequentemente aumentada nas pessoas obesas. Mais uma vez, essa alteração
do perfil metabólico é mais comum entre obesos com acúmulo elevado de
gordura intra-abdominal, consistindo em aumento de risco de doença
cardiovascular (CUPPARI, 2014).
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Os hábitos de vida modernos têm sido favoráveis ao aumento da
incidência de dislipidemia, pois se caracterizam pelo elevado consumo
de alimentos industrializados (por vezes mais ricos em gorduras e
pobres nutricionalmente) e o estímulo ao sedentarismo (devido às
facilidades, como o uso de elevadores, escadas rolantes, automóveis,
computadores etc.) (BARBOSA et al., 2012 apud DA SILVA et
al.,2018).
9 SÍNDROME METABÓLICA
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No Brasil, os dados de prevalência de SM são escassos, e entre os
poucos estudos de base populacional acerca da prevalência de SM em adultos
brasileiros foram encontrados valores que variaram entre 56,8% em nipo-
brasileiros do estado de São Paulo; 23,7% na população de Salvador; 24,8% nos
residentes do semiárido baiano; 25,4% na população urbana da cidade de
Vitória; e 32% no Distrito Federal. A publicação, em 2009, de um comunicado
conjunto de renomadas instituições (International Diabetes Federation, National
Heart, Lung, and Blood Institute, American Heart Association, World Heart
Federation, International Atherosclerosis Society e International Association of
the Study of Obesity) orientou para um consenso na definição da SM e seus
critérios diagnósticos, conforme quadro 2 abaixo (CUPPARI, 2014).
23
O acúmulo de gordura geralmente está relacionado à presença de
hipertensão e alterações metabólicas, como aumento dos níveis de
triglicerídeos e de glicose e baixos níveis de HDL-c (lipoproteínas de
alta densidade) (GOBATO et al., 2014 apud MENDES et al., 2019).
10 CÂNCER E OBESIDADE
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de atividade física e na composição corporal, ocasionando um aumento da
incidência de doenças crônicas não transmissíveis, como o câncer (INCA, 2014).
Atualmente, o câncer é considerado um problema de saúde pública
mundial, pois atinge todas as classes sociais e regiões econômicas do mundo
(MIRANDA et al., 2013). De acordo com as estimativas do Instituto Nacional do
Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), no biênio 2018-2019, estima-se
que, no Brasil, ocorram 600 mil casos novos de câncer para cada ano. No país,
cerca de sete milhões de pessoas morrem, anualmente, com essa doença e,
para 2020, espera-se atingir os 16 milhões óbitos (DE OLIVEIRA FARIA, 2019).
Os possíveis mecanismos fisiopatológicos responsáveis pela associação
entre obesidade e câncer incluem a distribuição da gordura corporal, processo
inflamatório, alterações imunológicas, estresse oxidativo celular, alterações
nutricionais, disbiose e alterações nos padrões hormonais, envolvendo o eixo
Insulina-IGF e hormônios esteroides, adipocinas produzidas no tecido adiposo
visceral. Esse conjunto de fatores promove a resistência insulínica e aumento na
produção de insulina pelo pâncreas para compensar o metabolismo da glicose.
Alterações endócrinas, imunológicas e metabólicas favorecem o crescimento
tumoral a partir de seus efeitos mitogênicos, antiapoptóticos e angiogênicos,
atuando diretamente sobre os tecidos ou, indiretamente, por mudanças no
metabolismo corporal. Entretanto, as explicações sobre estas associações e
mecanismos fisiopatológicos ainda são escassas quanto a essas hipóteses
(LOPES et al., 2020).
25
fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa),
ovário, endométrio, meningioma, tireoide e mieloma múltiplo (INCA 2017).
A epidemia de obesidade está diretamente relacionada à transição
alimentar em curso no País. Os brasileiros, infelizmente, estão trocando os
alimentos frescos e as formas tradicionais de preparo das refeições por
alimentos processados e ultraprocessados. No lugar do feijão com arroz,
saladas, frutas e suco naturais, consumimos, cada vez mais, fast food,
refrigerantes e sucos e refeições industrializados (INCA 2017).
Umas das principais formas de evitar o câncer é ter uma alimentação
saudável, ser fisicamente ativo e manter o peso corporal adequado. Uma
ingestão rica em alimentos de origem vegetal como frutas, legumes, verduras,
cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e pobre em alimentos
ultraprocessados, como aqueles prontos para consumo ou prontos para aquecer
e bebidas açucaradas, podem prevenir novos casos de câncer (INCA, 2020).
Fonte: Pixabay.com
26
Por abordagem clínica do tratamento da obesidade entende-se a adoção
de estilo de vida com hábitos saudáveis em conjugação com a adoção de
medicamentos, quando necessário, e nos casos de perda de peso insuficientes
e pouca melhoria no quadro das comorbidades, a realização do tratamento
cirúrgico (ANS, 2017).
1- Conteúdo energético:
27
Calcular o valor energético desejado segundo a situação biológica. Aconselha-
se reduzir progressivamente a ingestão entre 500 kcal e 1.000 kcal/dia em
relação ao valor de consumo obtido na anamnese alimentar (não inferior a
1.200 kcal/dia). Para o cálculo direto do teor energético da dieta, sugere-se
implementar um plano que forneça de 15 a 20 kcal/kg de peso atual/dia, não
sendo inferior à estimativa do gasto energético basal.
Fonte: CUPPARI, 2014.
28
1- Inicialmente, é preciso proceder à avaliação nutricional do paciente e à
determinação do IMC, avaliar os fatores de riscos cardiovasculares
presentes e a circunferência da cintura. Caso os valores estejam dentro
dos limites aceitáveis, não se recomenda iniciar um tratamento para
obesidade. Outros fatores de risco como sedentarismo e tabagismo
devem ser registrados, e o paciente deve ser orientado a fazer um
monitoramento periódico de seu peso e do estilo de vida.
2- Em situações de obesidade ou excesso de peso e aumento da
circunferência abdominal, mesmo havendo fatores de risco associados,
antes de iniciar o tratamento é preciso perguntar ao paciente se ele está
preparado para perder peso e disposto a assumir todas as atitudes
envolvidas para alcançar esse objetivo. Avaliar, portanto, a motivação do
paciente diminui a ocorrência de fracassos e abandonos ao tratamento.
Sugere-se que o tratamento seja iniciado apenas com aqueles que
manifestarem claramente disposição para perda de peso. Caso contrário,
o paciente deve ser orientado quanto à necessidade de monitoramento
periódico do peso corporal e de fatores de risco associados.
3- Na terceira etapa, começa o aconselhamento, quando serão
estabelecidas as metas de perda de peso e o ritmo de emagrecimento
desejável e possível. Nesse momento, o profissional deve esclarecer que
quanto maior e mais rápida for a perda ponderal, mais difícil será a
manutenção do resultado em longo prazo. A perda de peso na ordem de
5 a 10% do peso inicial é suficiente para melhora dos principais
parâmetros da síndrome metabólica. Metas inalcançáveis também
parecem ser causas de baixa adesão ao tratamento.
4- Só depois de estabelecida a meta de perda de peso é que se inicia o
tratamento propriamente dito, o qual deve necessariamente contemplar
um estilo de vida saudável, em termos de padrão alimentar e de atividade
física. Quantitativamente, a dieta com restrição energética moderada
parece ser a mais eficiente.
5- Outros componentes do tratamento da obesidade, como medicação e
cirurgia para perda de peso, podem ser indicados, porém sua vigência
não exclui a necessidade do manejo da alimentação e de atividade física;
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pelo contrário, pois o sucesso do tratamento e a manutenção dos
resultados só serão possíveis se houver adequação a um estilo de vida
saudável.
6- A fase de acompanhamento é a mais importante e complexa do
tratamento. Nela, o paciente precisa adquirir autoconfiança e capacidade
de tomar decisões adequadas em diferentes situações, como viagens,
festas e alterações de humor. Mesmo assim, é preciso que o profissional
acompanhe essa fase e avalie junto com o paciente as dificuldades
encontradas e proponha soluções factíveis. Sem o acompanhamento, o
rebote de peso ocorre com mais frequência, e possivelmente o indivíduo
abandona o tratamento, podendo recorrer a alternativas e terapias, por
exemplo, que prometem milagres e resultados imediatos.
A dieta é um aspecto fundamental da vida diária e possui várias
possibilidades. A capacidade de utilizar os alimentos para tratar doenças é uma
oportunidade única, de tal forma que a dieta é um alvo potencial para uma
intervenção profunda. Nesse sentido, as terapias dietéticas, que remodelam os
padrões de consumo de alimentos, podem alterar a exposição a substâncias
deletérias, como aditivos alimentares; influenciar diretamente a composição da
microbiota intestinal; e também ter uma interferência direta no funcionamento do
sistema imunológico (GREEN et al., 2019 apud PIDDE et al., 2019).
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30
O objetivo do tratamento da obesidade com medicamentos é a perda de
10% do peso corporal, o que determina melhora das complicações da obesidade,
como diabetes e hipertensão arterial (GARVEY et al., 2016). Atualmente, quatro
medicamentos são registrados para o tratamento da obesidade no Brasil pela
Agência de Vigilância Sanitária - ANVISA e são utilizados de acordo com
diretrizes clínicas específicas (ANS, 2017).
Os medicamentos utilizados para perda de peso foram desenvolvidos
para serem utilizados em conjunto com modificações no estilo de vida, como
hábitos alimentares e prática de atividade física, e não isoladamente. Existem
mais de 400 genes associados à obesidade que codificam componentes que
participam da regulação do peso corporal. Entre esses componentes, alguns
agem preferencialmente na ingestão alimentar, outros no gasto energético e
ainda existem aqueles que atuam nos dois mecanismos ou modulam estas
ações. Portanto, a grande maioria dos medicamentos antiobesidade atua no
sistema nervoso central (DE MELLO et al., 2019).
12.1 Sibutramina
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O uso da Sibutramina como inibidor de apetite se iniciou em 1997, após
liberação oficial pelo Food and Drug Administration (FDA), nos Estados
Unidos (OLIVEIRA et al., 2016 apud ANDRADE et al., 2019).
32
12.2 Orlistate
12.3 Liraglutida
Nos EUA a FDA aprovou o uso deste medicamento para controle do peso
corporal em 2014, e no Brasil foi liberado para este fim em 2016, somente para
adultos. A liraglutida é um agonista do receptor de GLP-1 (glucagon like peptide),
um hormônio produzido no intestino, na presença de alimentos. Após ser
secretado, o GLP-1 promove o aumento da saciedade e consequentemente
redução da ingestão de alimentos por dois mecanismos: uma ação sobre o
centro da saciedade no cérebro e por causar um retardo no esvaziamento do
estômago. Se houver uma hiperglicemia, como ocorre em pacientes diabéticos,
também estimula o pâncreas a secretar insulina. É exatamente por esta ação
“inteligente” de apenas aumentar a secreção de insulina se a glicemia estiver
elevada que seu uso vem sendo estudado e aplicado em pacientes obesos sem
diabetes. Estudos tem demonstrado boa tolerância ao medicamento em
adolescentes de 12 a 17 anos que os efeitos colaterais em adolescentes são
similares aos dos adultos. Os efeitos colaterais mais comuns são náusea,
diarreia e menos frequentes cefaleia, dor abdominal e constipação (DE MELLO
et al., 2019).
33
13 TRATAMENTO CIRÚRGICO DA OBESIDADE
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34
Atualiza o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que constitui a
referência básica para cobertura assistencial mínima nos planos privados de
assistência à saúde, contratados a partir de 1º de janeiro de 1999; fixa as
diretrizes de atenção à saúde; revoga as Resoluções Normativas – RN nº 338,
de 21 de outubro de 2013, RN nº 349, de 9 de maio de 2014; e dá outras
providências.
27.gastroplastia (cirurgia bariátrica) por videolaparoscopia ou por via
laparotômica
1. Cobertura obrigatória para pacientes com idade entre 18 e 65 anos,
com falha no tratamento clínico realizado por, pelo menos, 2 anos e obesidade
mórbida instalada há mais de cinco anos, quando preenchido pelo menos um
dos critérios listados no Grupo I e nenhum dos critérios listados no Grupo II:
Grupo I
a. Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 35 Kg/m2 e 39,9 Kg/m2, com
comorbidades (doenças agravadas pela obesidade e que melhoram quando a
mesma é tratada de forma eficaz) que ameacem a vida (diabetes, ou apneia
do sono, ou hipertensão arterial, ou dislipidemia, ou doença coronariana, ou
osteoartrites, entre outras).
b. IMC igual ou maior do que 40 Kg/m2, com ou sem comorbidades.
Fonte: Resolução normativa - RN nº 387, de 28 de outubro de 2015.
Grupo II
a. pacientes psiquiátricos descompensados, especialmente aqueles com
quadros psicóticos ou demenciais graves ou moderados (risco de suicídio).
b. uso de álcool ou drogas ilícitas nos últimos 5 anos.
Fonte: Resolução normativa - RN nº 387, de 28 de outubro de 2015.
35
simplificadas, com acompanhamento regular do médico especialista no período
(ANS, 2017).
37
Atualmente a cirurgia bariátrica é considerada um procedimento seguro e
eficaz em longo prazo para o tratamento da obesidade e suas comorbidades
(BERTI et al., 2015; ROZIER et al., 2019).
38
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15 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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