Carta Aos Romanos GC

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CARTA AOS ROMANOS

A carta aos romanos é o maior tratado teológico do Novo Testamento, muitos a


chamam de o Evangelho de Paulo.
O principal assunto tratado nesta epistola é a JUSTIFICAÇÃO (O justo viverá
por sua fé) a carta tem, ao longo da história influenciado muitas vidas, dentre
elas merece destaque o papel fundamental que esta epistola teve na
verdadeira conversão de Martinho Lutero, a história conta que foi lendo a carta
aos Romanos que ele teve um encontro verdadeiro com Jesus.
Romanos também é prática, ela termina com uma longa lista de saudações,
mostrando que a igreja precisa ser um lugar onde florescem os
relacionamentos interpessoais.
AUTORIA E DATA
Não há dúvidas de que o autor da epistola é o apostolo Paulo, as evidências
internas e externas fazem calar até os críticos mais céticos. Já no primeiro
versículo o apostolo Paulo se apresenta como sendo o remetente (Paulo, servo
de Jesus Cristo, chamado para ser apostolo, separado para o evangelho de
Deus) Os pais da igreja a reconheceram como sendo de autoria Paulina.
A epistola aos Romanos foi escrita por Paulo da província de Acaia, durante os
três meses que ele esteve na Grécia (Atos 20:2,3) provavelmente no ano 57
D.C foi, portanto, a última carta escrita antes da sua prisão.
Conforme registro de Atos 2, no dia de Pentecostes, havia em Jerusalém
peregrinos de várias partes do mundo, dentre os peregrinos tinham visitantes
procedentes de Roma, muitos ouviram o evangelho e se converteram ao
Cristianismo, levando para a cidade de Roma a fé cristã.
Todos os caminhos levam a Roma. Com o domínio do império Romano foram
criadas estradas que levavam para romana, por isso, a expressão TODOS OS
CAMINHOS LEVA PARA ROMA. A Pax Romana marcou um período de paz,
crescimento econômico e estabilidade, ainda que através de um aparato militar.
Os cidadãos romanos poderiam circular por todo o território dominado, a língua
grega era a língua falada, e os direitos e as leis romanas estabelecidas em
todo império; por ser a capital do império e grande centro econômico da época
Roma atraia pessoas de todos os lugares. A igreja em Roma era constituída
por Judeus convertidos e por povos gentílicos.

CAPÍTULO 1

V.5 Por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor de
seu nome, para a obediência por fé, entre todos os gentios.
A JUSTIÇA DE DEUS CONTRA A IMPIEDADE HUMANA.

1. O EVANGELHO É PODER DE DEUS PARA SALVAR.


O apóstolo Paulo não se envergonha do evangelho, pois sabe que é o
evangelho o meio de Deus para salvar a humanidade, mediante a fé.
- JUDEUS: notemos a expressão PRIMEIRO do judeu. “Veio para o seus, mas
os seus não o receberam, contudo, aos que o receberam, aos que creram em
seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus.
A mensagem de Cristo sempre foi primeiramente aos judeus; no seu encontro
com a mulher Siro-fenícia, registrada em Mateus 15: 21 - 28 vejam as palavras
de Jesus:” Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel”. “pois não é
correto tirar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos”.

- TAMBEM DO GREGO: A palavra grego aqui não é restritiva a apenas um


povo ou uma nação, grego abrange todos os nãos judeus, todos os gentios,
todos os povos.

- O JUSTIÇA PELA FÉ.


O justo viverá por sua fé v.17 (Habacuque 2:4, Romanos 1:17, gálatas 3:11,
Hebreus 10:38)
A justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé.
“Não há um justo, nem sequer um, não há quem entenda; não há ninguém que
busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há
quem faça o bem, não há nem um só.

A DEPRAVAÇÃO HUMANA: (18 – 32)

A ira de Deus se manifesta, sobretudo, por conta da impiedade humana, e a


deteção da verdade pela injustiça. O tema central da carta aos Romanos é
JUSTIÇA DE DEUS. A ira de Deus é, nesse sentido, a manifestação de sua
justiça. O ser humano tem dificuldade em compreender como um Deus de
amor pode se irar sem que sua ira modifique o seu “caráter” amoroso, bondoso
e justo.
Quando a depravação humana chega ao limite do que podemos chamar de
suportável, então é justa a manifestação da ira de Deus.
Primeiro é importante destacar o que o texto do apóstolo Paulo menciona
sobre o conhecimento de Deus.
- Deus se manifestou aos homens
- Atributos invisíveis, são revelações de seu caráter, características tais como;
onipresença, onipotência, onisciência, bondade, justiça, santidade. Não podem
ser vistos, mas podem ser conhecidos, pois o próprio Deus se revelou.
- Eterno poder, divindade.
- Toda a criação: Diferente do pensamento panteísta, que apregoa ser a
natureza deus, o apóstolo Paulo afirma que a criação revela o Deus que a
criou.

A INDESCULPABILIDADE HUMANA.
Todo homem se torna indesculpável diante da inerrante revelação de Deus.
Alistamos os erros do homem em face a manifestação de Deus.
- Não glorificaram a Deus.
- Não rederam graças
- Raciocínios nulos
- Coração obscurecido
- Tornaram se idolatras
- Mudaram a glória de Deus
- Achando-se sábios, tornaram-se loucos.

v.24 Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências
de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si.
Diante de tamanha depravação, sendo o homem indesculpável, Deus os
entregou a imundice (desejos pecaminosos) Aqueles que abandonam a Deus,
abandonam aquele que reprime o mal e inspira o bem. Um pecado leva a outro
como consequência natural. Salmo 81:12, Atos 7;42

O PROBLEMA DA HOMOSSEXUALIDADE.
Não utilizo a palavra homo afetividade porque ela não descreve o tipo de
relacionamento sexual. A palavra homo afetividade é empregada com o
propósito de atenuar o comportamento e a opção sexual pela pessoa do
mesmo sexo, a afetividade existe sem pressupor atração sexual, eu posso ter
afeto por pessoas do mesmo sexo sem desejar me relacionar física e
sexualmente com ela. O correto é utilizar a palavra HOMOSSEXUALIDADE
pois ela carrega a verdade do relacionamento em sim.
Mulheres mudaram o modo natural de suas relações intimas, mulher com
mulher. Mulher que se relaciona sexualmente com outra mulher é
homossexual, comumente são chamadas de lésbica.
Homens com homens, cometendo torpeza. O relacionamento de um homem
com outro homem é descrito como homossexualidade.
Nota: recebendo em si mesmos, a merecida punição.

DISPOSIÇÃO MENTAL REPROVÁVEL.


Para uma mente reprovável há uma lista interminável de defeitos e
deformações do caráter, eles são passiveis de morte segundo a justa justiça de
Deus.
- Malicia
- Avareza: Apego excessivo ao dinheiro, às riquezas
- Maldade: Máquina e pratica o mal sempre
- Inveja: desgosto provocado pela felicidade alheia, desejo irrefreável de
possuir ou gozar o que é de outrem.
- Contenda: aquele que semeia sempre a discórdia
- Malignidade: caráter daquele que é maligno.

CAPÍTULO 2

O JUSTO JUIZO DE DEUS E A FALIBILIDADE HUMANA

Portanto, você, que julga os outros é indesculpável; pois está condenando a si


mesmo naquilo em que julga, pratica a mesma coisa. V.1
Precisamos lembrar da história da mulher pega em adultério (João 8: 3 – 11) a
história já é bem conhecida, bem como a frase que se tornou uma das
principais frases de Cristo e de toda a cristandade: Aquele que dentre vós está
sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela (v.7)
Por que o julgamento e a justiça humana são e sempre será falho? Porque o
homem é pecador, seu juízo será sempre injusto por conta da maldade que
habita nele. O homem pecador não tem moral para julgar ninguém, quando o
faz, condena a si mesmo.
Quando Deus julga o homem, Ele o faz a partir de quem Ele é, os critérios do
julgamento não são fora de suas características (seus atributos invisíveis e
visíveis) extrai do texto alguns critérios de julgamento de Deus.

1. V.2 CONFORME A VERDADE


O apostolo Paulo escreveu: Seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso.
(Rm.3:4)
Jesus disse a respeito de si mesmo: Eu sou a verdade, o caminho e a vida.
João 14:6
Vivemos na época da pós verdade, da verdade liquida, da verdade individual,
em que o que vale são as emoções pessoais em detrimento dos fatos.
Quando a filosofia e sociologia apregoa não existir verdades absolutas, elas
estão implicitamente dizendo não haver juízo de valores, como moral e ética.
Se para o homem moderno não há verdade, logo não pode existir julgamento.
O juízo de Deus é conforme a verdade, a verdade de quem Ele é, a verdade de
fatos e não de emoções.

2. V.4 TEM BASE EM SUA BONDADE.


A bondade de Deus não isenta o homem de sua má conduta, antes a bondade
de Deus tem por objetivo levar o homem ao arrependimento.
“Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: severidade para com
aqueles que caíram, mas bondade para contigo, desde que permaneça firme
na bondade dele. Rm.11:22
A bondade de Deus leva ao arrependimento.

3. SEM PARCIALIDADE.
Precisamos entender que o juízo de Deus contra a impiedade é um ato de
justiça, se assim não fosse não haveria justiça; há muitos que questionam o
amor de Deus pelo fato dele julgar os pecadores de forma correta, quando, no
pensamento de muitos, Ele deveria fingir não ver o erro.
O julgamento imparcial de Deus levará em consideração as atitudes de cada
um como resposta a seu convite à salvação. Notemos:
- Retribuirá a cada um conforme seu procedimento
- Vida eterna aos que fazem o bem e buscam glória, honra e imortalidade.
- Tribulação e angústia para quem vive na mentira.
Por fim, o julgamento de judeus (com a lei) e dos gentios (sem lei)
“Pois em Deus não há parcialidade” v.11
Os justos não são aqueles que ouvem a lei, mas os que obedecem à lei.

4. JULGAMENTO POR MEIO DE CRISTO


“Isso tudo se verá no dia em que Deus julgar os segredos dos homens
mediante Jesus Cristo, conforme declara o evangelho” v.16
Não será a lei e nem o fato de ser Judeu que Deus levará em conta, mas sim
por meio da graça de Jesus Cristo anunciada no evangelho.
“Não! Judeu é quem o é interiormente, e circuncisão é a operada no coração,
pelo Espírito Santo, e não pela lei escrita. Para estes o louvor não provém dos
homens, mas de Deus.

CAPÍTULO 3

“Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”

Neste capítulo Paulo responde as objeções dos homens, em especial, dos


Judeus, no que diz respeito aos privilégios e benefícios que eles teriam por
serem povo escolhido por Deus.
SOBRE JUDEUS.
O Apostolo Paulo diz que os judeus têm vantagens em relação aos gentios, e
destaca o fato de que a eles foi confiado os Oráculos de Deus, a revelação
através de sua palavra de modo sobrenatural. Dr.Shedd comenta: Os oráculos
de Deus são privilégios de maior valor entre aqueles concedidos aos homens.
A “vantagem” não os faz isentos do pecado, a incredulidade deles não desfaz a
fidelidade de Deus.
v.9 O que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma;
pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão
debaixo do pecado.

SOBRE GENTIOS
Gentios na linguagem Paulina são todos os povos; O apostolo apresenta uma
extensa lista de pecados que todos os homens comentem, destaco:
- Não há justo.
- Não há quem busque a Deus.
- Desconhecem o caminho da paz.
- Não há temor de Deus.

A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ.

“Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e
pelos profetas” v.21
“A justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo.”
Paulo expõem a condição dos homens, tanto de judeus como de gentios, para
apresentar o proposito de Deus, a justificação pela fé.
Deus não faz acepção de pessoas.
- A justificação é um ato da graça de Deus.
- A justificação é por meio de Cristo.
- O sangue de Jesus é meio pelo qual somos justificados.
- O acesso a justificação é a FÉ
A justificação dos homens é um ato da justiça de Deus, reside Nele, provem
Dele; Com quanto não há um justo se quer, Deus em sua bondade e justiça
justificará o homem por meio da fé em Cristo.
“Visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso (Judeu) e,
mediante a fé, o incircunciso (gentio)
*Os parênteses são meus e não do texto bíblico.

CAPÍTULO 4 – ABRAÃO O PAI DA FÉ E JUSTIÇA DE DEUS

“ Abrão já não será o teu nome, e sim Abraão; porque por pai de numerosas
nações te constitui” Gn.17:5
A poucos anos atrás Israel e Emirados Árabes Unidos, mediados pelos E.U.A
começaram a traçar um acordo de paz que poderia por fim aos conflitos na
região; o que merece destaque é o fato de o acordo ser chamado de Pacto de
Abraão, nada mais justo e honesto, pois, Abraão é o pai de ambas as nações,
Israel(Jacó) descendente de Isaque filho de Abraão com Sara, e os Árabes,
descendentes de Abraão através de seu relacionamento com a serva Hagar
que lhe gerou Ismael, deste descende todas as nações Árabes.
A palavra de Deus dita a Abraão se cumpriu, ele é o pai de muitas nações,
mas, a palavra profética não se limitava a uma questão meramente
genealógica, antes, porém, tinha a conotação espiritual; Abraão é Pai da Fé, de
modo que todos os que creem são filhos de Abraão.
Sobre a justificação de Abraão nos é dito:
1. JUSTIÇA DECORRENTE DA FÉ
Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado por justiça. V.3
O exemplo apresentado pelo apostolo Paulo é muito claro: Para quem trabalha,
o salário não é considerado como favor, se sim como dívida.
Abraão não trabalhou para que recebe o salário de seu trabalho, não foi pelos
seus méritos, Deus imputou a ele, a palavra imputar significa colocar sobre
alguém, na maioria dos casos a palavra é empregada no sentido de culpa,
mas aqui, ela é usada para dizer que Deus colocou sobre Abraão a justiça.

2. JUSTIÇA ANTERIOR A CIRCUNCISÃO.

“Não no regime da circuncisão, e sim quando incircunciso” V.10


Como os judeus estão sempre se vão gloriando de sua condição espiritual, por
terem recebido as leis e, também, por serem circuncidados, se faz necessário
lembrar que a justiça atribuída a Abraão ocorreu antes da sua circuncisão.
O sinal da circuncisão em Abraão só aparece depois da sua justificação pela
fé.
“Ele é o pai de todos os creem.” V.11b

3. JUSTIÇA NÃO POR MEIO DA LEI.

“Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a


promessa” V.14
As leis foram entregues a Moisés, há uma distância de anos que separa
Abraão de Moises, essa distância é de aproximadamente 700 anos, ou seja,
muito antes de a lei ser entregue a Moisés, Deus já estava imputando justiça
em Abraão.
- A lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão.
“Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser o pai de muitas
nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
Na semelhança de Abraão nós também seremos justificados por meio da fé em
Cristo, a quem Deus ressuscitou dos mortos.
“Ele foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa
da nossa JUSTIFICAÇÃO.

CAPÍTULO 5

OS BENEFICIOS DA JUSTIFICAÇÃO

“Justificados, pois, pela fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo”

Nos primeiros capítulos de sua carta o apóstolo Paulo tratou de apresentar o


tema justificação; A justiça de Deus contra toda impiedade humana, a falha no
julgamento humano, o fato de que todos estão destituídos da graça e a
justificação de Abraão como o Pai da Fé.
Neste capítulo estudaremos os benefícios da justificação, como diz o escritor
F.F. Bruce no livro Introdução e Comentário da Carta aos Romanos(pg.99)
“Então, alegria, paz e esperança, fruto do Espírito, marcam a vida daqueles
que foram justificados pela fé em Deus. Cancelou-se o réu culposo do
passado, assegura-se a glória do futuro, e aqui e agora a presença e o poder
do Espírito de Deus asseguram ao Cristão toda a graça de que necessita para
suportar a provação, resistir ao mal, e a viver como convém a alguém que
Deus declarou justo.”
A justificação marca o momento da nossa reconciliação com Deus;
Reconciliação é um tema abordado pelo apostolo Paulo, quando ele diz: Ora,
tudo provém de Deus, que nos reconcilio consigo mesmo por meio de Cristo e
nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas
transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. 2Corintios 5: 18 – 19
Vamos aos benefícios da justificação:

1. PAZ COM DEUS.


O homem que vive no pecado está em rebeldia contra Deus, ele é inimigo da
cruz de Cristo.
“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os
vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Isaias
60:2
A justificação trouxe reconciliação entre Deus e o Homem, quebrou a inimizade
e reestabeleceu a paz. “O castigo que nos trouxe a paz”
A paz com Deus da qual o Cristão passa a desfrutar lhe permite livre acesso ao
Pai por meio da graça de Jesus.
2. ALEGRIA
A expressão nos gloriamos vem do grego kauchõmetha, quando traduzida para
o português “nos gloriamos” ou gloriamo-nos, não traz o real sentido da palavra
neste contexto, pois na língua portuguesa “gloriar-se” significa cobrir-se de
glória ou orgulho exagerado; A melhor tradução, neste caso, traz a palavra
“alegrar-nos”
Aquele que foi justificado por Deus tem alegria. O apostolo Paulo escreve
“Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos (Fp. 4:4)
A alegria do cristão não se restringe a momentos de prazer, antes nossa
alegria se evidencia nos momentos de tribulação.
“Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por
diversas provações” Tiago 1:2
O ensinamento apostólico sempre foi no sentido de criar crentes firmes na fé, e
não meninos levados por emoções passageiras; O cristão era ensinado desde
o início de sua jornada de fé que ele enfrentaria muitas provações, mas que
isso era motivo de alegria.

3. ESPERANÇA
“Essa esperança não nos decepciona, porque o amor de Deus foi derramado
no nosso coração por meio do Espírito Santo, que ele nos deu.” V.5
Este versículo traz algumas palavras relacionadas a esperança: A esperança
não envergonha, e a esperança não confunde.
Uma esperança que não se realiza deixa envergonhada a pessoa, mas a que
se baseia na promessa de Deus tem seu cumprimento garantido.
A tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiencia, e
experiência a ESPERANÇA.
Os dons passarão, os ministérios serão extintos, mas três coisas
permanecerão para sempre: A FÉ, A ESPERANÇA, E O AMOR.
NOTA: A justificação traz como benefícios alguns dos (gomos) do fruto do
Espírito. “Mas o fruto do Espírito é: amor, Alegria, Paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, e domínio próprio. Gl. 5:23
V. 12 – 20

ADÃO E CRISTO.

“assim, por um só homem entrou o pecado no mundo”


“Por um só homem veio a graça de Deus.
ADÃO - CRISTO
Pecado graça
Condenação justificação
Morte vida
“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; onde o pecado abundou,
superabundou a graça. V.20

CAPÍTULO 6

MORTOS PARA O PECADO E VIVOS PARA DEUS.

O capítulo 6 começa com uma pergunta retórica “Que diremos então?


Continuaremos pecando para que a graça aumente? Pergunta retórica é
empregada com o intuito de levar o leitor a uma única resposta.
O cristão que foi justificado pela fé em Cristo, experimentou da graça de Deus,
não tem o desejo de continuar pecando. Existem muitas razões pelas quais
não viveremos mais sob o domínio do pecado, vejamos:
1. JÁ MORREMOS PARA O PECADO
Todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. João 8:34
O apostolo Paulo descreve a condição do homem antes de conhecer a Cristo
“Vocês estavam mortos nos vossos delitos e pecados” Efésios 2:1
“Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para
Deus, em Cristo Jesus” V.11
Recebemos nova vida em Cristo Jesus, o perdão dos pecados, e o acesso a
graça redentora, portanto, não somos mais escravos do pecado, não viveremos
mais pecando.
2. O BATISMO SIMBOLIZA A NOSSA NOVA VIDA.
Nas classes de batismo sempre faço uso deste texto, pois, o batismo além de
ser uma ordenança de Jesus, ele carrega uma simbologia espiritual
extremamente significativa:
- SIMBOLIZA A MORTE PARA O PECADO: Fomos batizados na sua morte,
sepultados com Ele na morte pelo batismo; No momento da imersão nas águas
do batismo estamos morrendo e sendo sepultados para o pecado.
- SIMBOLIZA A NOSSA RESSURREIÇÃO: “Porque, se fomos unidos com ele
na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança
da sua ressurreição”
A ensino sobre a ressurreição dos salvos é muito evidente na bíblia, ele
aparece nos ensinamentos do AT, nos evangelhos e nas epistolas; O apostolo
Paulo dedica um bom tempo escrevendo sobre esta verdade espiritual.
“Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o
próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão
primeiro” 1Tessalonicenses 4:16
No momento do batismo, quando somos emergidos das águas, estamos
simbolizando a realidade espiritual que viveremos nos últimos dias.
3. LIBERTOS DO PECADO:
A obra que Jesus realizou na cruz do calvário traz-nos duas bençãos: a
primeira, ele perdoou os nossos pecados; a segunda, ele nos libertou dos
pecados. Comumente o crente entende e vive a primeira benção, ele crê
que Deus perdoou os seus pecados, a segunda, no entanto, é mais difícil
de ser vivida pelo crente, pois, ele não sabe e as vezes não quer viver uma
vida sem pecado.
“Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes
a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma
vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. V. 17,18
“Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus,
tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna” V.22
CAPÍTULO 7

A AUTORIDADE DA LEI

a) Uma comparação com o casamento (Vs 1 ao 3)


Quando um homem e uma mulher se casam, estão unidos para o resto
de suas vidas. Sendo o casamento uma união física (“tornando-se os
dois uma só carne” Gn 2:24), o casamento só pode ser rompido por uma
causa física, como por exemplo, a morte. Mateus 5:31-34; 19:1-12 dá a
entender também que a infidelidade também rompe o laço matrimonial,
mas Paulo não tem a intenção de falar sobre casamento. Sua intenção é
usar o casamento como uma ilustração para o seu argumento.

b) Morremos para a lei (Vs 4 ao 5)

Conforme Paulo ilustra acerca do casamento, enquanto o marido viver, a


esposa se mantém debaixo da autoridade da lei do casamento. Da
mesma forma nós, se não morrermos, nos mantemos debaixo da
autoridade da lei e do pecado. Por isso, é necessário que morramos,
para que a força da lei e do pecado seja rompida em nossas vidas, e
ressuscitemos em Cristo, para uma nova vida, não frutificando mais para
o pecado, mas agora frutificando para Deus (Vs 4).

c) Somos libertos da lei (Vs 6)

A conclusão é lógica: a lei não exerce autoridade sobre um morto. Paulo


diz que morremos para aquilo que estávamos sujeitos. No entanto,
somos libertos para servir novamente. A vida cristã não é uma vida de
independência e rebelião. Então, qual é a diferença entre o serviço
cristão e a vida antiga, sujeita a lei mosaica? A maior diferença é que no
serviço cristão, o Espírito Santo nos dá forças, à medida que nos
sujeitamos à Palavra de Deus e a obedecemos. Não recebíamos
qualquer capacitação debaixo da lei. Na antiga aliança, o povo de Deus
o servia segundo a letra, sem entender os princípios. Na nova aliança, o
povo de Deus é transformado e serve a Deus entendendo os princípios,
capacitados pelo poder do Espírito Santo.

A LEI E O PECADO

Paulo diz que a lei é boa; o problema é o pecado e a tentativa dos judeus em
fazer da lei um instrumento de salvação, ao invés de usá-la como um tipo de
mestre que ensina a justiça. Paulo sabia que seria indagado sobre “não
precisarmos mais da lei”. Por isso, Paulo preparou uma explicação sobre os
ministérios da lei, o qual veremos a seguir:
CONFORME ESCREVEU PAULO, A LEI:
a) Revela o pecado (Vs. 7-9)

Paulo usa o 10° mandamento para contextualizar o seu argumento, pois


ele é o único que vai além das ações do indivíduo e trata da condição de
seu coração. É fácil observar o rompimento dos demais mandamentos
que requer ação física; porém, o “não cobiçarás” é uma ação interna,
somente o próprio indivíduo sabe de fato se ele rompeu ou não este
mandamento. A ideia é que a pessoa não consideraria a cobiça uma
transgressão da lei divina se não fosse informada disso pela própria lei.

b) Mata (Vs. 10-11)

A lei não pode dar vida; apenas mostra ao pecador que ele é culpado e
deve ser condenado. O pecado explorou a lei e se valeu dela para poder
condenar o homem. Paulo faz uma alusão a Adão e a sua queda. Ao
tentar Eva, Satanás se apoiou em um mandamento específico de Deus.
A proibição facilitou a ação de Satanás, pois tudo o que ele precisou
fazer foi tentar Eva a desobedecer uma ordem de Deus. Adão, embora
não tivesse sido iludido como Eva foi, o seu pecado foi muito mais
grave, pois o relato de Gênesis mostra que Adão sabia perfeitamente o
que estava fazendo. Isso resultou no que chamamos de “pecado
original”.

c) Mostra o caráter maligno do pecado (Vs. 12-13)

O problema não é a lei, mas o pecado que se vale da lei para causar
morte. Os não salvos também sabem da existência do pecado; porém,
não tem consciência da natureza do pecado. A natureza do pecado tem
um caráter maligno. Não podemos minimizar o pecado, justificando-o
como “fraquezas” ou “erros”. Enquanto não entendermos a verdadeira
natureza do pecado e o quão maligno é, não teremos o desejo de nos
opor a ele e nem de vencê-lo. Por isso Paulo escreve que a Lei é santa,
justa e boa; porém, a Lei revela o pecado, onde o mesmo se vale da lei
para tentar e produzir morte (como fez com Adão).

A INCAPACIDADE DA LEI

Depois de explicar os propósitos da lei, Paulo fala das suas limitações.


a) A lei não pode transformar (Vs. 14)

A lei possui uma natureza espiritual, pois ela revela o caráter de Deus e
trata do homem tanto no seu exterior, como no seu interior. O homem
possui uma natureza carnal, inclinada ao pecado. A Lei não é capaz de
transformar a velha natureza, apenas revelar o quanto ela é
pecaminosa. O cristão que tenta viver sob a lei não elimina a sua velha
natureza, apenas a desperta.

b) A lei não pode nos capacitar a fazer o bem (Vs. 15-21)

Quando Paulo fala sobre “o pecado que habita em nós”, ele está se
referindo à nossa velha natureza. Paulo está mostrando aqui a
dificuldade que enfrenta com o seu ser interior. Isso significa que Paulo
era incapaz de controlar a si mesmo de modo a não transgredir a lei de
Deus? É óbvio que não! O que Paulo diz é que por si só, ele não é
capaz de obedecer a lei de Deus, pois a Lei não capacita ninguém a
fazer o bem.

c) A lei não pode nos libertar (Vs. 21-25)

A lei é incapaz de nos libertar da nossa velha natureza. A lei não


transforma ninguém, ela apenas expõe o nosso estado decaído por não
sermos capazes de cumpri-la segundo nossas próprias forças. Paulo era
afligido demais com essa questão, a ponto de dizer: “miserável homem
que sou”! A palavra grega aqui é traduzida como “aflito”. Neste caso, o
crente (como Paulo foi) derrotado pela lei do pecado é levado à beira do
desespero, como alguém que é atormentado pela sua consciência por
conta dos seus desejos pervertidos. É um agonizante inferno mental.
Paulo mostra, então, a incapacidade da Lei em nos libertar desse
sofrimento.

Para concluir, o melhor está por vir. No capítulo 8 é explicado a obra do Espírito
Santo, superando o mal e produzindo o bem. O capítulo 7, Paulo se deteve em
mostrar a ineficiência da Lei. No capítulo a seguir, é mostrado a suficiência do
Espírito Santo.
CAPÍTULO 8

LIBERDADE DO JULGAMENTO – NENHUMA CONDENAÇÃO

Paulo faz três declarações sobre o cristão e a Lei, que juntas, se resumem em
nenhuma condenação:

a) A lei não tem direito algum sobre nós (Vs. 2)

Do que Cristo nos libertou? Da lei do pecado e da morte. Embora isso


nos deixe chocados, a santa Lei de Deus pode ser chamada de “lei do
pecado e da morte”, uma vez que ocasionou tanto um, quanto o outro.
Neste caso, ser liberto da lei do pecado e da morte por meio de Cristo é
deixar de depender da lei, tanto para a justificação quanto para a
santificação.

b) A lei não pode nos condenar (Vs. 3)

Não podemos ser julgados duas vezes pelo mesmo crime. Uma vez que
Cristo sofreu o castigo pelos nossos pecados (que nós deveríamos
sofrer), e uma vez que estamos em Cristo, Deus não nos condenará
mais pela lei. A lei não pode nos justificar e nem nos santificar, porque
ela está enfraquecida pelo pecado. A impotência da lei se dá por conta
da fraqueza da carne, oriunda da nossa natureza caída. Portanto, aquilo
que a lei, enfraquecida pela carne, não conseguiu fazer, Deus o fez. Ele
primeiro nos enviou o seu Filho (provendo a justificação que a lei não
conseguiu fazer), e depois nos concedeu o Espírito Santo (provendo a
santificação que a lei não conseguiu fazer). É através do Espírito Santo
que somos capacitados a cumprirmos as exigências da lei. Assim Deus
nos justifica por meio do seu Filho e nos santifica por meio do seu
Espírito.

c) O Espírito Santo nos capacita a obedecer a lei (Vs. 4)

O propósito de Deus enviar o seu Filho ao mundo não foi apenas para
nos justificar dos nossos pecados, mas para nos santificar através da
obediência dos mandamentos da lei. A lei moral não foi abolida para
nós; ela é para ser cumprida em nós. Embora a obediência da lei não
seja a base da nossa justificação (é por isso que não vivemos mais na
dispensação da lei, mas na dispensação da graça), ela é fruto da nossa
santificação. É justamente isso que significa santificação. Santidade é
ser semelhante a Cristo, e ser semelhante a Cristo é cumprir a justiça da
lei. A santidade é obra do Espírito Santo na vida do cristão.

UM CONTRASTE ENTRE VIVER NA CARNE E NO ESPÍRITO (Vs. 5 ao 8)


Paulo assegura que as únicas pessoas em quem a justa exigência da lei pode
ser cumprida são aquelas que vivem, não segundo a carne, mas segundo o
Espírito, isto é, os que se sujeitam ao controle do Espírito Santo e não da
carne.
a) Viver segundo a carne

Viver segundo a carne é uma referência à natureza humana, corrupta,


irredimida, caída e egocêntrica. Tais pessoas têm suas mentes voltadas
para o que a carne deseja. Isso tem relação com as questões que nos
preocupam mais, as nossas ambições e quais os interesses que
gastamos o nosso tempo e a nossa energia. Faça uma auto-reflexão:
“as coisas que movem os seus interesses e as suas ambições
atualmente, são coisas oriundas da carne ou do Espírito?”

A nossa inclinação tem consequências eternas. A inclinação da carne é


morte, mas a do Espírito é vida e paz.

A inclinação à carne se opõe a tudo o que está relacionado a Deus e ao


seu reino. Os tais não podem agradar a Deus, pois se fazem inimigos de
Deus. A sua conduta é má e o seu caminho é tenebroso. O seu fim é
terrível, pois o seu destino eterno é a condenação e o sofrimento.

b) Viver segundo o Espírito

Viver segundo o Espírito se refere à própria pessoa do Espírito Santo,


que agora não somente regenera mas também habita o povo de Deus.
Tais pessoas têm suas mentes voltadas para o que o Espírito deseja.
Seus desejos são todas aquelas coisas que consiste em glorificar a
Cristo. Os tais são tão sedentos por Deus, como nômades no deserto.
Como a corça anseia por águas correntes. Eles têm paz com Deus e
com o seu próximo. Tem paz consigo mesmo, desfrutando de harmonia
interior. Se estivéssemos convencidos de ser este o caminho de vida e
paz, nos empenharíamos muito mais em buscar a santidade.

Aquele que vive segundo o Espírito tem a sua mente regenerada, que
no íntimo, tem prazer na lei de Deus. Este se dispõe a agradar Deus em
tudo. A sua conduta é boa e o seu caminho é de paz. O seu fim é o céu
e a eternidade com Deus, desfrutando de paz, alegria e totalmente livre
da dor e do sofrimento.

HABITADOS PELO ESPÍRITO SANTO (vs 9 ao 17)

O que identifica o verdadeiro cristão é se ele é ou não habitado pelo Espírito


Santo. Ninguém pode ser regenerado sem o Espírito Santo.
O Espírito Santo passa a habitar em nós a partir do momento em que nos
arrependemos e confessamos Jesus como o nosso Senhor. A partir de então,
haverá muitas outras manifestações do Espírito Santo, mais ricas e variadas,
assim como unções novas e diferenciadas para tarefas específicas; mas essa
experiência pessoal de se tornar uma habitação do Espírito Santo é um
privilégio de todo crente, desde o início da sua conversão.

a) Morte e ressurreição (vs. 9 ao 11)

Nosso corpo tornou-se mortal por conta do pecado de Adão; porém, o


nosso espírito está vivo por causa da justiça de Cristo, isto é, devido ao
que Ele garantiu para nós.

Esse mesmo Espírito que dá vida ao nosso espírito também haverá de


dar vida aos nossos corpos. A ressurreição de Cristo é o penhor e o
padrão da nossa ressurreição, pois Ele é o Espírito que ressuscitou
Jesus dentre os mortos.
b) Temos uma obrigação (vs. 12 ao 13)

A habitação do Espírito Santo em nossas vidas nos traz, junto com ela,
uma obrigação. Paulo começa o versículo 12 dizendo: “Assim, pois,
irmãos, somos devedores...”. Essa obrigação que temos com o Espírito
que habita em nós é VIVER UMA VIDA JUSTA. Sendo assim, já não
podemos mais viver uma vida segundo as nossas vontades, pois já
conhecemos que o seu caminho é a morte. Devemos viver uma vida
justa para com Deus e tirar do caminho tudo o que ameace ou seja
incompatível com ela.

Devemos voltar a nossa mente para as coisas que o Espírito Santo


deseja (procurar as coisas que são do alto) e ocupar o nosso
pensamento com o que é nobre, correto, puro e amável.

c) O testemunho do Espírito (vs. 14 ao 17)

Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus.
Note que é o Espírito Santo quem nos conduz à santidade.

No versículo 15, Paulo diz que esse Espírito substitui o nosso medo pela
liberdade em Cristo Jesus. A escravidão antes de Cristo nos trazia
temos, sobretudo ao enxergar Deus como juiz dos nossos pecados. A
liberdade da vida quando recebemos Jesus nos traz liberdade, porque já
não vemos mais Deus como o nosso juiz, e sim como o nosso Pai.
Quando falamos de sermos filhos “adotados”, isso pode dar uma
impressão de inferioridade ao filho “biológico” de Deus, a dizer, Israel;
porém, devemos entender esse texto à luz do contexto da época. No
mundo greco-romano, o filho adotado tinha exatamente os mesmos
direitos dos filhos biológicos; portanto, não há nada que diferencie um
filho biológico de um filho adotado dentro do contexto Bíblico.

No versículo 16 e 17 mostra que em nossas orações, o Espírito Santo


nos levar a chamar Deus de ”Pai”, pois é somente através deste Espírito
que somos capazes de nos enxergarmos como filhos de Deus. Paulo
está dizendo que este Espírito dá um forte testemunho íntimo ao nosso
espírito de que nós somos filhos de Deus, e com isso, nos tornamos
herdeiros das promessas.

A GLÓRIA DOS FILHOS DE DEUS (VS. 18 – 27)


Em Atos 14:22 diz: “... através de muitas tribulações, nos importa entrar no
reino de Deus”. Paulo falava com experiência própria, pois tribulações nunca
faltaram após a sua conversão. Aqui, Paulo mostra que sofrimentos e a glória
são companheiros inseparáveis. Só depois de termos “sofrido por um pouco de
tempo” é que entraremos para a sua glória eterna.

Outro ponto interessante é o fato de sofrimento e glória não poderem ser


comparados. O sofrimento é o caminho para a glória, por isso são
inseparáveis; porém, a glória eterna que há de vir pesa muito mais do que
todos os sofrimentos. ALELUIA! Essa é a nossa maior esperança e um motivo
de grande alegria.

O sofrimento e a glória têm a ver tanto com a criação, quanto para com os
filhos de Deus. Um e outro são marcados pelo sofrimento e pelo gemido, e
ambos serão libertados ao mesmo tempo.

a) O sofrimento e a glória da criação de Deus (vs. 20 – 22)

Após a desobediência de Adão, a ordem natural das coisas mudou. A


terra foi amaldiçoada por causa dele. Como consequência, passou a
produzir “cardos e abrolhos”, de forma que Adão e os seus
descendentes extrairiam dela o alimento, mas somente em fadigas e
suor.

Esta esperança de que a natureza será renovada é parte integral das


profecias messiânicas do A.T. Além disso, João em Apocalipse escreve
que viu “um novo céu e uma nova terra” e que também “a cidade santa,
a nova Jerusalém, desce do céu”. Haverá uma grande manifestação da
glória de Deus, onde animais domésticos e selvagens coexistirão em
paz, e que nem as criaturas mais venenosas e ferozes nos fará dano
algum. O universo não será destruído, mas sim libertado, transformado e
inundado da glória de Deus.

b) O sofrimento e a glória dos filhos de Deus (vs. 23 – 27)

Não só a terra, mas nós também, interiormente, gememos, esperando


ansiosamente a nossa redenção. Deus inaugurou a sua obra redentora
em nós, ao dar-nos o seu Espírito Santo; porém, só irá consumá-la na
eternidade. Mesmo diante da aflição e do desconforto, o Espírito que
habita em nós nos concede gozo e prazer.

Paulo diz que temos as primícias do Espírito. As primícias são o início da


colheita, mas também a garantia de que no devido tempo, a colheita
viria completa. Assim sendo, esperamos ansiosamente a nossa
redenção.

Aguardamos a redenção ansiosamente. Mesmo já sendo adotados por


Deus, ainda há uma relação mais profunda entre Pai e filho que virá
quando tudo se cumprir na sua plenitude. Enquanto isso, aguardamos
pacientemente as promessas de Deus, lembrando que depois termos
sofridos as tribulações oriundas dessa vida, desfrutaremos de todas as
promessas que Deus nos fez, eternamente.

Enquanto estamos aqui, o Espírito Santo nos ajuda nas nossas


fraquezas, intercedendo diante do Pai com gemidos inexprimíveis. Ele
intercede por nós porque ainda somos fracos, ignorantes quanto à
maneira de orar e de acordo com a vontade de Deus.
O AMOR DE DEUS É INABALÁVEL (VS. 28 – 39)

No presente, passamos por sofrimentos e gemidos; porém, em meio a eles,


somos sustentados pela esperança da glória. Essa esperança está
inteiramente firmada no inabalável amor de Deus.
Paulo diz que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a
Deus. Há um conforto nisso, pois estamos convictos de que Deus age em favor
dos seus. Com isso, entendemos que tudo que há de negativo nesta vida
passa a ter um propósito positivo na execução do plano eterno de Deus.

Nem sempre aceitamos, ou compreendemos, o agir de Deus. Mas ao ler o


versículo 28, nós sabemos que Deus sempre age para o nosso bem supremo.
Temos um clássico exemplo na Bíblia, a história de José com respeito à
crueldade de seus irmãos quando o venderam para ser levado ao Egito. Ele
teve essa convicção, quando disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra
mim; porém, Deus o tornou em bem, para fazer como vedes agora, que se
conserve muita gente em vida”.

O propósito da salvação através de 5 estágios (vs. 29 – 30)

- Presciência (Deus nos conheceu de antemão)


- Predestinação (Deus, através do que conheceu sobre cada um de nós de
antemão, nos predestinou)
- Chamado (Deus chamou a todos que ele conheceu e predestinou para a
salvação. O chamado se dá através da pregação do Evangelho)
- Justificação (Após o chamado de Deus, aqueles que ouvem e creem são
justificados pela fé)
- Glorificação (Se trata da glorificação final do povo de Deus na eternidade).
CONCLUSÃO TRIUNFANTE (VS. 31-39)
Deus é por nós. O cristão deveria todos os dias acordar ciente dessa
afirmação. Não há nada a temer, pois o Pai amoroso deseja apenas o que é
melhor para os seus filhos, mesmo quando precisamos passar por provações
para receber o que Ele tem de melhor a oferecer. Através da morte de Cristo,
ninguém, absolutamente ninguém pode nos acusar, nos condenar ou nos
separar do amor de Cristo. Glória a Deus!
ROMANOS 9

INTRODUÇÃO
Romanos 9 aborda a relação entre a soberania de Deus e a responsabilidade
humana, particularmente no contexto do povo escolhido de Deus, os israelitas.
No versículo 1 até o versículo 5, Paulo fala sobre a nação de Israel dentro do
plano da salvação, manifestando profunda tristeza pela situação dos judeus e
pela rejeição de Israel. A situação deles é de perdição e isso angustia o
coração de Paulo de tal forma, que ele chega a dizer que poderia ser
amaldiçoado, se isso trouxesse a salvação aos judeus. Paulo amava muito o
seu povo.

A PROMESSA DE ISRAEL (Vs. 4 e 5)


Os israelitas foram escolhidos soberanamente por Deus. Foram eleitos povo
santo, separado por Deus, para levar o seu nome à todas as nações da terra. A
maior promessa de Israel era ser a linhagem do Messias, Jesus Cristo.

A SOBERANIA DE DEUS (Vs. 6 a 13)


Nos versículos 6 ao 12, o apóstolo Paulo vem falando dos “filhos espirituais” de
Deus. Paulo diz que nem todos em Israel, são israelitas, se referindo aos que
não tinham de fato o seu coração convertido a Deus. O texto segue mostrando
que os verdadeiros descendentes de Abraão, não o são segundo a carne, mas
os descendentes de Abraão o são segundo o Espírito. Assim como Ismael era
o primogênito, e Deus escolheu Isaque; como Esaú era o primogênito, e Deus
escolheu Jacó; Deus nos mostra que não elege ninguém segundo a carne,
mas segundo a fé. Gálatas 3:29 diz que nós, os gentios, também somos filhos
de Abraão e também herdeiros das promessas de Deus, por meio de Cristo.
No versículo 13 há uma confusão muito grande no campo da soteriologia
(doutrina da salvação). Calvino e Armínio, os dois teólogos de referência na
soteriologia, divergem muito um do outro, no que se refere a quem ser aqui
“Esaú e Jacó”.
Calvino diz: “Jacó é o eleito (incondicionalmente, arbitrariamente), enquanto
Esaú é o rejeitado. Eles são diferenciados pela predestinação de Deus,
aqueles cujo quais não havia diferença nenhuma quanto aos méritos”.
Já Armínio, de forma totalmente distinta, diz: Jacó e Esaú devem ser
considerados não em si mesmos, mas sim como tipos. Sendo Jacó o tipo dos
filhos da promessa, que buscam a justiça pela fé em Cristo, e Esaú, o tipo dos
filhos da carne, que buscavam a lei da justiça. Em outras palavras, Armínio vai
dizer: Jacó representa todos os crentes que pela graça de Deus creem em
Cristo, e buscam ser justificados pela fé em Cristo. Já Esaú é um tipo de todos
aqueles que buscam ser justificados pela obra da lei, pelas práticas das obras
humanas.
No versículo 13, o verbo grego “miseó” – “odiar”, e referindo a Esaú, é uma
hipérbole semítica que transmite o sentido de “amar menos”, e não de odiar de
fato. A Bíblia tem outros casos como esse. Em Gn. 29:31, onde diz que Lia era
“odiada” ou “desprezada” por Esaú. Na septuaginta (que é a tradução do antigo
testamento hebraico, para o grego), o verbo tem a mesma raiz de romanos
9:13. Lá não quer dizer que Jacó odiava Lia, apenas que ela era menos amada
do que Raquel.

DEUS É JUSTO (VS. 14 – 24)


Aqui existe uma outra interpretação equivocada pelo lado do Calvinismo.
Quando Deus diz: “Eu terei misericórdia e compaixão de quem eu quero”, no
versóculo 15, o calvinismo fala sobre a escolha soberana de Deus, novamente,
elegendo os salvos para herdar a vida eterna. É mais um equívoco! Neste
trecho, Deus está falando para judeus sobre a inclusão dos gentios no plano da
salvação. É como se Deus estivesse dizendo: “Eu, o Deus Soberano e Criador
de todas as coisas, tenho o direito de ter um plano não apenas com os judeus,
através da linhagem física de Abraão, Isaque e Jacó, como também tenho o
direito soberano de incluir os gentios no propósito da salvação”.
A partir disso, Deus cumpre o seu propósito feito a Abraão, onde diz que a
partir dele, todas as nações da terra serão benditas, isto é, tanto judeus quanto
gentios.
Por isso que os versículos 16 até o 24 quer dizer que Deus tem a sua plena
liberdade de estender a sua misericórdia e graça salvífica além dos limites
fronteiriços de Israel, abrangendo também os gentios.

SOBRE FARAÓ 9 (VS. 17)


Aí surge uma outra argumentação dos que defendem a predestinação,
dizendo: Mas o versículo 17 diz que Deus endureceu o coração de Faraó.
Como fica essa história?
É simples. O coração de faraó foi endurecido porque já anteriormente havia se
mostrado teimoso quanto a ordem divina de deixar o povo de Israel sair do
Egito. Outra coisa é que calvinistas tomam faraó, nesse texto, como objeto de
reprovação e condenação ao inferno, e Moisés como objeto de eleição, mas
não faz sentido. Não é adequado fazer um contraste entre Moisés e Faraó no
quesito de salvação. Cabe-nos observar sobre Faraó que ele é citado em
Romanos 9 como objeto da ação divina. Em nenhum momento, tanto em
Romanos quanto nas demais referências do livro do Êxodo, vemos a referência
de condenação eterna. Envolve sim um juízo; porém temporal, dentro daquele
contexto de libertação do povo de Israel.

VASOS DE HONRA E DESONRA (VS. 19-21)


Quanto aos vasos de honra e vasos de desonra, estes se referem a massa da
nação de Israel. O Israel físico, citado já no contexto de romanos 9:6, seriam os
vasos de desonra. O Israel espiritual, os vasos de honra. Esta metáfora de
vasos para honra e para desonra são empregados para diferentes usos dentro
da história, sem que isso envolva diretamente a salvação. Como foi com Faraó,
em Rm 9:17 e 1 Tm. 2:20, que fala sobre diversos vasos e suas posições. A
escolha divida de vasos para honra e desonra é escolhida por Deus, de forma
soberana e incondicional, para o SERVIÇO, não para a salvação. Fazem
alusão ao Israel fiel e ao Israel infiel.

VASOS DE IRA (VS. 22-23)


Estes são indivíduos judeus, que devido a sua permanência na incredulidade,
conforme Rm 9:31-33, 10: 1-4; 11: 30-31. São esses judeus que prepararam a
si mesmos para a perdição. Condição esta totalmente reversível, desde que
tais judeus exerçam a fé salvadora em Cristo. Isso é provado em Rm 1:16;
10:1; 11:11-14 e 23.
Seria contraditório o apostolo Paulo orar pela salvação de Israel, se Deus já
houvesse escolhido quem deveria ser salvo de forma incondicional.
É óbvio que Paulo não tem uma mentalidade calvinista, pois Paulo ora para
que eles se convertam, pois os seus destinos não estão incondicionalmente
traçados como os nossos irmãos calvinistas argumentam.

A ANEXAÇÃO DOS GENTIOS JUNTO AO PLANO DA SALVAÇÃO (Vs.


25-33)
Ao citar os profetas Oseias e Isaías, Paulo relaciona as promessas de
restauração feitas a Israel aos gentios, vendo-as como provas do propósito
divino dentro do plano de salvação de Deus
CAPÍTULO 10
Aqui Paulo trata a respeito dos judeus que ainda procuravam ser justificados
pela lei, contrastando com a verdadeira justificação, realizada pela fé, através
de Cristo.

ZELO SEM ENTENDIMENTO (VS. 1 – 4)


Paulo desejava que todos os judeus fossem salvos; porém, compreendia que
através das obras da lei isso seria impossível. O apóstolo dizia que eles
possuíam zelo por Deus, mas não entendimento. Ao invés de aceitarem a
justiça de Deus, eles procuraram estabelecer o seu próprio sistema de justiça,
pautados na observância e prática da lei. Eles não compreenderam que a
justiça vem de Deus, por intermédio de Cristo, e não pelas nossas próprias
obras.

A ÚNICA SALVAÇÃO (VS. 5 – 15)


O processo de salvação é apenas um: “Se você confessar com a boca que
Jesus é o Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, será salvo” Rm. 10:9.
Aqui está claro que a salvação não depende da obediência à lei, mas da fé em
Cristo. Tanto para judeus quanto para gentios, apenas um meio de salvação é
oferecido: a fé em Cristo.
Enquanto os judeus entendiam que a justiça vinha da lei, era exclusiva para
judeus e era baseada em obras, Paulo está dizendo que a justiça vem pela fé,
está disponível para todos e ela é somente pela fé, não por obras.
A condição para mudar esse cenário e para que os judeus passassem a crer
era só uma, deveriam ouvir a palavra de Deus, pois é somente ela que produz
fé nos corações. É impossível ter fé sem ouvir a palavra de Deus, pois Paulo
diz em Rm 10:17 que a fé vem somente pelo ouvir do Evangelho.

A FÉ EM CRISTO (VS 16 – 21)


Se Deus oferece a todos somente um único meio de salvação, podemos
imaginar que todos serão salvos? Não. Porque cada um reage de uma forma a
pregação do Evangelho.
Israel se torna culpado por ter rejeitado a palavra de Deus. Deveriam ser eles
os responsáveis por anunciar a salvação ao mundo, pois esta já era uma
promessa de Deus, como por exemplo em Isaías 65:1.
Deus não renunciou a Israel. Veremos isso no capítulo a seguir.
CAPÍTULO 11

INTRODUÇÃO: Neste capítulo estudaremos sobre o futuro de Israel dentro do


plano da salvação de Deus; Temos sobre este assunto algumas correntes de
interpretação, uns enxergam Israel como nação eleita na sua totalidade, outros
a veem como nação rejeitada por não cumprir com os propósitos de Deus,
inclusive por terem crucificado o Cristo, o que o texto nos revela?

O REMANESCENTE DE ISRAEL. V. 1 - 10
O texto bíblico nos remete a um episódio em que Elias, o profeta de Deus,
instou perante Deus contra Israel, dizendo:
“Senhor, mataram os teus profetas, arrasaram os teus altares, e só eu fiquei, e
procuram tirar-me a vida”
A resposta de Deus foi:
“Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de
Baal.
O remanescente é aquilo resta, pode ser classificado como adjetivo relativo a
qualidade daquilo que sobra.
“Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente
segundo a eleição e graça” V.5
Apesar de Israel ser uma nação o texto bíblico aponta para uma Israel
espiritual, eleito segundo a graça de Deus, portanto Israel como nação não faz
parte da eleição, por outro lado ela não foi rejeitada em sua totalidade.

A REJEIÇÃO DE ISRAEL E A PLENITUDE DOS GENTIOS. V. 11 - 24


“para ver se, de algum modo, posso incitar a emulação os do meu povo e
salvar alguns deles” v.14
O que é emulação? Emulação é o sentimento que leva o individuo a tentar
igualar-se a ou superar outrem.
A rejeição de Israel trouxe salvação ao mundo.
Os gentios são considerados como ramos enxertados na oliveira.
Israel os ramos naturais que foram cortados e que poderão ser enxertados
novamente mediante a fé e o arrependimento.

MISERICORDIA DE DEUS PARA COM TODOS V. 25 A 32


Nestes versículos o plano de Deus de salvar Judeus e Gentios está delineado:
- Plenitude dos gentios
- Salvação de Israel.
*comentário do Dr.Shedd “ todo Israel não significa cada judeu sem exceção.

“porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia


para com todos.”

CAPÍTULO 12

INTRODUÇÃO: Trataremos de três importantes temas neste capítulo. O nosso


novo modo de viver, o bom uso dos dons espirituais e, as virtudes da vida
cristã.

O NOVO MODO DE VIVER.


A mesma expressão usada no versículo um encontramos no capítulo 6 v.13
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso
corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional.”
O viver cristão não pode ser dissociado, dicotomizado, como duas realidades
opostas entre si, mas, sim, ao mesmo tempo, sacrifício espiritual e culto
racional.

O BOM USO DOS DONS ESPIRITUAIS.

Afirmamos que os dons são manifestações da graça de Deus e recebidos na


medida da fé.
- Somos muitos membros e um só corpo
- Temos muitos e diferentes dons.
1. Dom de profecia (exercido na proporção da fé ou no poder da fé)
2. Ministérios (Efésios 4:11)
3. Ensino (esmere-se em fazê-lo)
4. Exortar (corrigir o erro e indicar o caminho)
5. Contribuir (listado como um dom, pessoas que sente muita alegria em poder
contribuir, ele o faz com liberalidade)
6. Presidir (capacidade de gestão)
7. Misericórdia. (sentimento de solidariedade que deve ser exercido por todo
cristão, mas que pode aparecer de modo muito intenso na vida de alguns)

AS VIRTUDES DA VIDA CRISTÃ v.9 - 21

“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em


honra uns aos outros.”
Os versículos que se seguem são alto explicativos.

- Abençoai os que vos perseguem


- Alegrai-vos com os que se alegram
- Chorai com os que choram
CAPÍTULO 14

TOLERANCIA

“Quando, porém, Pedro veio a Antióquia, enfrentei-o face a face, por sua
atitude condenável. Pois, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele
comia com os gentios. Quando, porém, eles chegaram, afastou-se e separou-
se dos gentios, temendo os que eram da circuncisão. Os demais judeus
também se uniram a ele nessa hipocrisia, de modo que até Barnabé se deixou
levar” gálatas 2: 11-13
A palavra tolerância, bem como o seu antônimo, está em alta atualmente;
Tolerância pode ter significados distintos, pode ser eticamente correto ou
incorreto, exemplos:
a. É correto tolerar alguns erros dos novos convertidos.
b. É incorreto tolerar erros daqueles que já estão maduros.
Há alguns anos escrevi um artigo intitulado: O Jesus intolerante; O artigo gerou
algumas polemicas, apesar de eu estar fazendo uso do texto bíblico de
Apocalipse 2:20 “Tenho, porém, contra ti que toleras a mulher Jezabel.” Nesta
carta dirigida a igreja Tiatira Jesus está condenando a tolerância da igreja com
essa mulher adultera.
No contexto deste capítulo o apostolo Paulo tratara de questões de
microéticas, tais como: Opiniões pessoais, comida, bebida, dias de festas etc.
- O QUE COMER?
O problema encontra-se no fato de que alguns se tornam intransigente demais
quanto a alimentação, exemplo dessa intransigência são os veganos, eles
querem impor suas crenças sobre alimentação aos outros.
“Um crê que tudo pode comer, mas o outro(débil) come só legumes.
A recomendação do apostólica em Atos 15:20 foi: Se abstenham das
contaminações aos ídolos (não só alimentos)

- O QUE BEBER?
Em nossa cultura a discussão sobre o que os cristãos podem beber ainda gera
muita polemica, isso se deve ao fato de termos sido evangelizado por
missionários oriundos dos movimentos pietistas, também chamados de
movimentos de santidade, esses movimentos condenavam a ingestão de
bebidas alcóolicas.
No evangelho de Joao, capítulo 2, o primeiro milagre de Jesus foi transformar
agua em vinho. Se o vinho fosse pecado Jesus não o teria multiplicado, pois,
seria como induzir os convidados ao erro.
O perigo da bebida que contém álcool é a embriagues, por tanto, o cristão não
pode e não deve se embriagar.
- DIAS DE FESTAS.
“Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um
tenha opinião bem definida em sua própria mente.” V.5

O povo judeu sempre foi um povo festeiro, tudo para eles é motivo para
celebração, os dias de festas fazem parte do calendário judaico até os dias de
hoje, quando muitos gentios se convertem as discussões sobre guardar ou não
esses dias de festas aparecem; neste contexto a palavra do apostolo Paulo é
muito importante, ele procura levar os cristãos de Roma a uma convivência
pacífica.
A frase que sintetiza o pensamento Paulino quanto a essas questões é: Como
para o Senhor fazemos.
“Porque, se vivermos para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor
morremos. Quer, pois, vivamos ou marramos, somos do Senhor” V.8
“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e
alegria no Espirito Santo” V.17

CAPÍTULO 15

MANDAMENTOS RECIPROCOS.

Neste capítulo o apostolo Paulo demonstra de modo muito claro como o


evangelho se estendeu aos gentios.
“Glorificar-te-ei, pois, entre os gentios, ó Senhor, e cantarei louvores ao teu
nome” Salmo 18:49
O que são mandamentos recíprocos? Os mandamentos recíprocos são
essenciais para a vida cristã, eles são a revelação da verdadeira comunhão.
João 13:34 Amai-vos uns aos outros.
Col. 3:13 Suportai-vos uns aos outros.

- CADA UM DE NÓS AGRADE AO PROXIMO.


Quando agimos com essa reciprocidade não daremos espaços para o egoísmo
em nossos relacionamentos.
“Cristo não se agradou a si mesmo.

- O MESMO SENTIR DE UNS PARA COM OS OUTROS.


Unidade de sentimentos.

- ACOLHEI-VOS UNS AOS OUTROS.


Acolher o irmão em tempos de adversidade, no momento de fraqueza é
mandamento recíproco.

- ADMOESTAIS UNS AOS OUTROS.


Correção, precisamos ter maturidade para corrigir em amor ao irmão e, da
mesma maneira, aceitar a correção.

Nos versículos finais o apostolo Paulo explica o seu ministério e o seu desejo
de visitar a igreja de Roma. Para o apostolo a igreja de Roma já estava
consolidada, não necessitando mais que se pregasse a eles. “Esforçando-me,
deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado” V.20
As igrejas da Macedônia e á Acaia, levantaram uma oferta de amor para o
apostolo, com isso, ele desejava ir até a Espanha e, de passagem, visitaria os
irmãos de Roma.
Todos os ministros do evangelho necessitam de cobertura de oração por parte
da igreja.

CAPÍTULO 16
SAUDAÇÕES, ADMOESTAÇÕES E DOXOLOGIA

Chegamos ao final da carta, quantos ensinamentos, quantas verdades nos


foram reveladas, mas ainda neste final de carta o apostolo Paulo deixa
evidente que ao longo de seu ministério ele fez muitos amigos, companheiros
de jornada; O pastor Carlito Paes diz que ninguém faz nada grande sozinho.
Nossos GCs são ambientes de comunhão, lugar de cuidado e aprendizado, é
muito importante que o cristão saiba que não está sozinho, que existem
pessoas preocupadas com o seu bem-estar.
- Febe.
Febe foi uma fiel diaconisa da igreja de Cencréia, um dos dois portos de
Corinto, ficou encarregada de levar a carta à igreja de Roma.
- Priscila e Áquila.
Paulo diz que eles são seus cooperadores. A igreja primitiva tinha por hábito se
reunir nas casas, a casa deste casal estava sempre aberta para a pregação do
evangelho. (1 coríntios 16:19) (Atos 18:26)
• Tinham um GC
- Andrônico e Júnias
Não é possível determinar se o segundo nome é feminino.
a. Eram judeus (tinham parentesco com o apostolo)
b. Companheiros de prisão (2Corintios 11:23) talvez em Éfeso
c. Convertidos antes de Paulo
d. Notáveis entre os apóstolos (pode indicar reconhecimento, mas também
que eram tidos como apóstolos)

- ADMOESTAÇÕES
Cuidado com quem provoca divisões e escândalos; as características dos
falsos irmãos estão aqui expostas:
a. Não são servos de Cristo e sim do próprio ventre.
b. Usam palavras suaves e lisonjeiras.
c. Enganam o coração dos incautos (que não tem cautela, descuidado,
crédulo e ingênuo)
Paulo elogia a obediência da igreja de Roma, bem como ora para que eles
sejam sábios para o bem e simples para o mal.
“E o Deus de paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás.

- DOXOLOGIA
Do grego Doxa (glória), e logos (palavra) uma palavra de louvor utilizada de
modo litúrgico ao final das orações.
“Ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos
séculos dos séculos. Amém.

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