João Amos Comenius - 090215
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FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO
Esta síntese, resultou da compilação das principais ideias que marcam cada uma
das correntes filosóficas da educação.
Por: Horácio Coji Moisés
Na história das idéias, o Grego Platão (427-347 a.C.) foi o primeiro Pedagogo,
não só por ter concebido um sistema educacional para o seu tempo, mas,
principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão ética e política. O objetivo final da
educação, para o filósofo, era a formação do homem moral, vivendo em um Estado
justo. Platão foi o segundo da tríade dos grandes filósofos clássicos, sucedendo
Sócrates (469-399 a.C.) e precedendo Aristóteles (384-322 a.C.), seu discípulo. Como
Sócrates, Platão rejeitava a educação que se praticava na Grécia em sua época e que
estava a cargo dos sofistas, incumbidos de transmitir conhecimentos técnicos –
sobretudo a oratória – aos jovens da elite, para torná-los aptos a ocupar as funções
públicas. "Os sofistas afirmavam que podiam defender igualmente teses contrárias,
dependendo dos interesses em jogo" "Platão, ao contrário, pensava em termos de
uma busca continuada da virtude, da justiça e da verdade."
Estudo permanente
Aos 20 anos, os jovens seriam submetidos a um teste para saber que carreira
deveriam abraçar. Os aprovados receberiam, então, mais dez anos de instrução e
treinamento para o corpo, a mente e o caráter. No teste que se seguiria, os reprovados
se encaminhariam para a carreira militar e os aprovados para a filosofia – neste caso,
os objetivos dos estudos seriam pensar com clareza e governar com sabedoria. Aos
35 anos, terminaria a preparação dos reis-filósofos. Mas ainda estavam previstos mais
15 de vida em sociedade, testando os conhecimentos entre os homens comuns e
trabalhando para se sustentar. Somente os que fossem bem-sucedidos se tornariam
governantes ou "guardiães do Estado".
Para pensar Platão acreditava que, por meio do conhecimento, seria possível
controlar os instintos, a ganância e a violência. O acesso aos valores da civilização,
portanto, funcionaria como antídoto para todo o mal cometido pelos seres humanos
contra seus semelhantes. Hoje poucos concordam com isso; a causa principal foram
as atrocidades cometidas pelos regimes totalitários do século 20, que prosperaram
até em países cultos e desenvolvidos, como a Alemanha. Por outro lado, não há
educação consistente sem valores éticos. Você já refletiu sobre essas questões? Até
que ponto considera a educação um instrumento para a formação de homens sábios
e virtuoso.
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Aristóteles2: O primeiro lógico via na escola o caminho para a vida pública e
o Exercício da ética Márcio Ferrari ([email protected])
Cultivo da perfeição
"A educação, para Aristóteles, é um caminho para a vida pública", prossegue Carlota.
Cabe à educação a formação do caráter do aluno. Perseguir a virtude significaria, em
todas as atitudes, buscar o "justo meio". A prudência e a sensatez se encontrariam no
meio-termo, ou medida justa – "o que não é demais nem muito pouco", nas palavras
do filósofo. Um dos fundamentos do pensamento aristotélico é que todas as coisas
têm uma finalidade. É isso que, segundo o filósofo, leva todos os seres vivos a se
desenvolver de um estado de imperfeição (semente ou embrião) a outro de perfeição
(correspondente ao estágio de maturidade e reprodução). Nem todos os seres
conseguem ou têm oportunidade de cumprir o ciclo em sua plenitude, porém.
Aristóteles acreditava que educar para a virtude era também um modo de educar para
viver bem – e isso queria dizer, entre outras coisas, viver uma vida prazerosa. No
mundo atual, nem sempre se vê compatibilidade entre a virtude e o prazer.
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Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia Antiga aos
dias de hoje. Edições Especiais 10/2008
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Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia Antiga aos
dias de hoje. Edições Especiais 10/2008
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O período histórico da Renascença estava em sua última fase quando o escritor
francês Michel de Montaigne (1533-1592) chegou à vida adulta. O otimismo e a
confiança nas possibilidades humanas já não eram os mesmos e a Europa se
desestabilizava em consequência dos conflitos entre católicos e protestantes. Esse
ambiente refletiu-se na produção do filósofo, marcada pela dúvida e pelo ceticismo.
Seus Ensaios são leitura de cabeceira de um grande número de intelectuais
contemporâneos, entre eles Claude Lévi- Strauss, Edgar Morin e Harold Bloom. A
obra, originalmente em três volumes, é, a rigor, a única de Montaigne – mais alguns
escritos pessoais foram publicados depois de sua morte – e inaugurou um gênero
literário.
Para Montaigne, as crianças não devem ser educadas perto dos pais, porque
sua afeição torna os filhos "demasiadamente relaxados" e isso não os prepara "para
a aventura da vida". O objetivo principal da educação seria permitir à criança a
formulação de julgamentos próprios sem ter que aceitar acriticamente as leituras que
a escola recomenda. "No trabalho de transformar o que está nos livros em letra viva,
o preceptor tem papel fundamental", diz Maria Cristina Theobaldo. A receita ideal para
treinar a capacidade de análise é acostumar-se a considerar opiniões diferentes e
acima de tudo conhecer culturas e experiências diversas daquelas a que o aluno se
familiarizou. É o que Montaigne descreve como "atritar e polir nosso cérebro contra o
de outros".
O filósofo se rebelava contra a cobrança de memorização mecânica dos
conteúdos ensinados aos alunos. "É prova de crueza e de indigestão regurgitar o
alimento como foi engolido", escreveu. Segundo ele, as crianças devem aprender o
quanto antes a filosofia, porque assim entram em contato com a necessidade de
conhecer a prudência e a moderação. E também conhecer a si mesmos por meio da
introspecção. O pensador relegava a segundo plano o ensino das Ciências,
recomendando-o apenas aos que tivessem habilidade natural para ocupar-se dela
profissionalmente. Já a História e a Literatura teriam função formadora mais ampla,
inclusive do caráter.
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Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia
Antiga aos dias de hoje. Edições Especiais 10/2008
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Quando se fala de uma escola em que as crianças são respeitadas como seres
humanos dotados de inteligência, aptidões, sentimentos e limites, logo pensamos em
concepções modernas de ensino. Também acreditamos que o direito de todas as
pessoas – absolutamente todas – à educação é um princípio que só surgiu há algumas
dezenas de anos. De fato, essas ideias se consagraram apenas no século 20, e assim
mesmo não em todos os lugares do mundo. Mas elas já eram defendidas em pleno
século 17 por Comênio (1592-1670), o pensador tcheco que é considerado o primeiro
grande nome da moderna história da educação.
Para ele, os jovens deviam ser educados em comum e por isso eram
necessárias as escolas. Os jovens de ambos os sexos deveriam ter acesso à
educação escolar. Comenius valorizava o processo indutivo como sendo a melhor
forma de se chegar ao conhecimento generalizado, e aplicou-o na sua prática
instrucional. Ele afirmava que o método indutivo estava mais "de acordo com a
natureza" e propunha a inclusão do estudo dos fenômenos físicos nos currículos e
nos livros escolares. Escreveu o primeiro livro didático ilustrado para crianças,
intitulado O mundo das coisas sensíveis ilustrado. Criou, também, um método para o
ensino de línguas de acordo com suas ideias educacionais, considerado
revolucionário para a época.
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Devido a sua longa experiência como professor, Comenius não foi apenas um
teórico da educação. Ele teve também grande importância para a prática da instrução
escolar, contribuindo para a melhoria dos processos de ensino. A seguir,
apresentamos alguns princípios defendidos por Comenius na sua obra Didática
magna, publicada em 1632, e que teve influência direta sobre o trabalho docente.
Ao ensinar um assunto, o professor deve: 1. Apresentar o objeto ou ideia
diretamente, fazendo demonstração, pois o aluno aprende através dos sentidos,
principalmente vendo e tocando.; 2. Mostrar a utilidade específica do conhecimento
transmitido e a sua aplicação na vida diária.; 3. Fazer referência à natureza e origem
dos fenômenos estudados, isto é, às suas causas.; 4. Explicar primeiramente os
princípios gerais e só depois os detalhes.; 5. Passar para o assunto ou tópico seguinte
do conteúdo apenas quando o aluno tiver compreendido o anterior. Como se pode
ver, esses pressupostos da prática docente já eram proclamados por Comenius em
pleno século XVII.
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à formação futura, na idade adulta, mas também com a intenção de propiciar felicidade
à criança enquanto ela ainda é criança.
Dependência das coisas Rousseau via o jovem como um ser integral, e não
uma pessoa incompleta, e intuiu na infância várias fases de desenvolvimento,
sobretudo cognitivo. Foi, portanto, um precursor da pedagogia de Maria Montessori
(1870-1952) e John Dewey (1859-1952). "Rousseau sistematizou toda uma nova
concepção de educação, depois chamada de ‘escola nova’ e que reúne vários
pedagogos dos séculos 19 e 20", diz Maria Constança.
Método natural e educação negativa Rousseau dividiu a vida do jovem – e
seu livro Emílio – em cinco fases: lactância (até 2 anos), infância (de 2 a 12),
adolescência (de 12 a 15), mocidade (de 15 a 20) e início da idade adulta (de 20 a
25). Para a pedagogia, interessam particularmente os três primeiros períodos, para os
quais Rousseau desenvolve sua idéia de educação como um processo subordinado
à vida, isto é, à evolução natural do discípulo, e por isso chamado de método natural.
O objetivo do mestre é interferir o menos possível no desenvolvimento próprio do
jovem, em especial até os 12 anos, quando, segundo Rousseau, ele ainda não pode
contar com a razão.
Um dos objetivos do livro era criticar a educação elitista de seu tempo, que tinha
nos padres jesuítas os expoentes. Rousseau condenava em bloco os métodos de
ensino utilizados até ali, por se escorarem basicamente na repetição e memorização
de conteúdo, e pregava sua substituição pela experiência direta por parte dos alunos,
a quem caberia conduzir pelo próprio interesse o aprendizado. Mais do que instruir,
no entanto, a educação deveria, para Rousseau, se preocupar com a formação moral
e política.
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Escola Nova: Principais Correntes Filosóficas Escolanovistas
7Heinrich Pestalozzi (1746-1827) Defendendo a doutrina dos naturalistas, em
especial a de Rousseau, Pestalozzi acreditava que o ser humano nascia bom e que o
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caráter de um homem era formado pelo ambiente que o rodeia. Sustentava que era
preciso tornar esse ambiente o mais próximo possível das condições naturais, para
que o caráter do indivíduo se desenvolvesse ou fosse formado positivamente. Para
ele, a transformação da sociedade iria se processar através da educação, que tinha
por finalidade o desenvolvimento natural, progressivo e harmonioso de todas as
faculdades e aptidões do ser humano.
Para a sua época, esta ideia era um tanto inovadora, porque, na segunda
metade do século XVIII, a concepção corrente era de que as transformações
revolucionárias seriam o remédio que curaria todos os males sociais. Por isso, ao
advogar a ideia de que a educação era um meio de regenerar a sociedade, ele estava
introduzindo um elemento novo no ideário pedagógico de seu tempo, e este
pensamento assumiria um significado especial nos anos subsequentes. Portanto, para
Pestalozzi, a educação era um instrumento de reforma social.
Ele pregava a educação das massas e proclamava que toda criança deveria ter
acesso à educação escolar, por mais pobre que fosse seu meio social e mesmo que
suas condições fossem limitadas. Na teoria educacional de Pestalozzi podemos
encontrar as sementes da Pedagogia moderna. Foi ele o primeiro a formular de forma
clara e explícita o princípio de que a educação deveria respeitar o desenvolvimento
infantil.
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Herbart - O organizador da pedagogia como ciênciaO filósofo alemão do
século 19 inaugurou a análise sistemática da educação e mostrou a importância
da psicologia na teorização do Ensino ([email protected]).
Johann Friedrich Herbart nasceu em Oldenburg, na Alemanha, em 1776, e conheceu alguns dos mais
importantes intelectuais de seu tempo. Aos 18 anos, já era aluno do filósofo Johann Fichte (1762-1814) na
Universidade de Iena. Logo em seguida, trabalhou durante quatro anos como professor particular em Interlaken,
na Suíça, período em que ficou amigo do educador Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827). Tornou-se professor
na Universidade de Göttingen em 1802. Seis anos depois, assumiu a cátedra deixada vaga por Immanuel Kant em
Königsberg, onde lecionou até 1833, quando reassumiu o posto de professor de filosofia em Göttingen. Em
Königsberg, fundou um seminário pedagógico com uma escola de aplicação e um internato. Os estudos mais
importantes de Herbart foram no campo da filosofia da mente, à qual subordinou suas obras pedagógicas (entre
elas, Pedagogia Geral e Esboço de um Curso de Pedagogia).
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A instrução é o elemento central dos três procedimentos que, para Herbart,
constituem a ação pedagógica. O primeiro é o que chamou de governo, ou seja, a
manutenção da ordem pelo controle do comportamento da criança, uma atribuição
inicialmente dos pais e depois dos professores. Trata-se de um conjunto de regras
imposto de fora, com o objetivo de manter a criança ocupada. O segundo
procedimento é a instrução educativa propriamente dita e seu motor é o interesse, que
deve ser múltiplo, variado e harmonicamente repartido. O terceiro é a disciplina, que
tem a função de preservar à vontade no caminho da virtude. Nessa etapa se fortalece
a autodeterminação como pré-requisito da formação do caráter. Ao contrário do
governo, consiste em um processo interno do aluno.
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Maria Montessori, nasceu em Chiaravelle, na Itália, em 31 de agosto 1870.
Passou sua infância em Roma, onde mais tarde veio a estudar Medicina por
autorização do Papa Leão XIII, sendo a primeira mulher italiana a frequentar a
universidade. Seus estudos giraram em torno dos conhecimentos em Psiquiatria, área
que mais tarde veio a auxiliar seu trabalho junto às crianças com deficiências mentais.
A pedagogia montessoriana: O processo educativo divulgado por Montessori sofreu
grande influência dos trabalhos desenvolvidos por Edouard Séguin, psiquiatra
conhecido por seu trabalho junto às crianças deficientes. Foi durante sua experiência
clínica em Psiquiatria, trabalhando em manicômios, que Montessori conheceu de fato
o modelo pedagógico desenvolvido por Séguin para o tratamento e educação dos
chamados idiots savants ou anormais. Segundo Nicolau (2005, p.8),
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o método do pesquisador parte da tese que os repertórios motores, verbais e
intelectuais se constroem sobre o processo de evolução ontogenética (a partir
dos aparelhos nervosos do sistema nervoso). [...] Séguin propõe em sua obra
uma variedade enorme de técnicas de ensino especiais, acompanhadas de
inúmeros exemplos para aplicação com diferentes tipos e níveis de crianças
deficientes e que abrangem as diversas áreas da vida do educando.
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Material cromático O material utilizado para o desenvolvimento do senso cromático
é dividido em uma série de 63 peças (tabletes) enrolados em fios de seda e disposto
numa gradação de nove cores que vão do cinza, com gradações de branco e preto,
ao rosa, passando pelo vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, violeta e marrom.
Material de linguagem, No que diz respeito ao desenvolvimento das habilidades
linguísticas relacionadas à leitura e à escrita, Montessori desenvolve as letras de lixa
ou alfabeto de lixa, caracterizado pela textura de lixa em letras recortadas e pregadas
em cartões, tendo as vogais um fundo vermelho e as consoantes um fundo azul.
Material de matemática, Para o desenvolvimento das habilidades matemáticas, parte
mais conhecida da metodologia montessoriana, Montessori desenvolve um conjunto
considerável de materiais. São eles: os algarismos de lixa (que seguem o mesmo
princípio das letras de lixa), as barras vermelhas e azuis, a caixa de furos, a caixa de
numeração, os tentos, a tábua de Séguin, a serpente, a tábua de Pitágoras, os blocos
lógicos e o material dourado.
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John Dewey - O pensador que pôs a prática em foco O filósofo norte-
americano defendia a democracia e a liberdade de pensamento como
instrumentos para a maturação emocional e intelectual das crianças Márcio
Ferrari ([email protected]).
Biografia: John Dewey nasceu em 1859 em Burlington, uma pequena cidade agrícola do estado
norte-americano de Vermont. Na escola, teve uma educação desinteressante e desestimulante, o que foi
compensado pela formação que recebeu em casa. Ainda criança, via sua mãe confiar aos filhos pequenas
tarefas para despertar o senso de responsabilidade. Foi professor secundário por três anos antes de cursar
a Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. Estudou artes e filosofia e tornou-se professor da
Universidade de Minnesota.
Dewey é o nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como
pragmatismo, embora ele preferisse o nome instrumentalismo – uma vez que, para
essa escola de pensamento, as idéias só têm importância desde que sirvam de
instrumento para a resolução de problemas reais. No campo específico da pedagogia,
a teoria de Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus
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Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia
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principais objetivos é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento
– físico, emocional e intelectual.
Seu grande mérito foi ter sido um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade
de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo,
bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando idéias, sentimentos e
experiências sobre as situações práticas do dia-a-dia. Ao mesmo tempo, reconhecia
que, à medida que as sociedades foram ficando complexas, a distância entre adultos
e crianças se ampliou demais. Daí a necessidade da escola, um espaço onde as
pessoas se encontram para educar e ser educadas. O papel dessa instituição,
segundo ele, é reproduzir a comunidade em miniatura, apresentar o mundo de um
modo simplificado e organizado e, aos poucos, conduzir as crianças ao sentido e à
compreensão das coisas mais complexas. Em outras palavras, o objetivo da escola
deveria ser ensinar a criança a viver no mundo.
"Afinal, as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a
vida e, em outro, vivendo", ensinou, argumentando que o aprendizado se dá
justamente quando os alunos são colocados diante de problemas reais. A educação,
na visão deweyana, é "uma constante reconstrução da experiência, de forma a dar-
lhe cada vez mais sentido e a habilitar as novas gerações a responder aos desafios
da sociedade". Educar, portanto, é mais do que reproduzir conhecimentos. É
incentivar o desejo de desenvolvimento contínuo, preparar pessoas para transformar
algo.
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Liberdade intelectual para os alunos: A filosofia deweyana remete a uma prática
docente baseada na liberdade do aluno para elaborar as próprias certezas, os próprios
conhecimentos, as próprias regras morais. Isso não significa reduzir a importância do
currículo ou dos saberes do educador. Para Dewey, o professor deve apresentar os
conteúdos escolares na forma de questões ou problemas e jamais dar de antemão
respostas ou soluções prontas. Em lugar de começar com definições ou conceitos já
elaborados, deve usar procedimentos que façam
o aluno raciocinar e elaborar os próprios conceitos para depois confrontar com o
conhecimento sistematizado. Pode-se afirmar que as teorias mais modernas da
didática, como o construtivismo e as bases teóricas dos parâmetros Curriculares
Nacionais, têm inspiração nas idéias do educador. A defesa irrestrita do
experimentalismo: em quase um século, Dewey presenciou muitas transformações.
Viu o fim da Guerra Civil Americana, o desenvolvimento tecnológico, a Revolução
Russa de 1917, a crise econômica de 1929. Em parte, nasceu dessa efervescência
mundial sua concepção mutável da realidade e dos valores, além da convicção de que
só a inteligência dá ao homem o poder de alterar sua existência. "Idealizar e
racionalizar o universo em geral é uma confissão de incapacidade de dominar os
cursos das coisas que especificamente nos dizem respeito", escreveu. Essa
perspectiva levou Dewey a rejeitar a idéia de leis morais fixas e imutáveis.
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Howard Gardner e a Teoria das Múltiplas Inteligências
Cada inteligência é relativamente independente das outras e dos talentos intelectuais de um
indivíduo. São novas idéias que hoje influenciam a área educacional para a realização das
tarefas a serem executadas de acordo com as suas mudanças. Umas delas, na área
cognitiva, é o conceito de múltiplas inteligências. (Howard Gardner)
,
História pessoal Howard Gardner é psicólogo e atua na área de desenvolvimento
humano. Em seus estudos, propôs uma teoria a respeito da natureza da inteligência
humana, que vai contra algumas concepções que pensam a inteligência como algo
que pode ser mensurado, medido através de testes psicométricos, como os testes de
Quociente Intelectual (QI). Gardner é professor da Universidade de Harvard e da
Universidade de Boston, onde leciona disciplinas no campo da Neurologia, da
Cognição e da Educação. Além disso, integra o grupo de pesquisa em cognição
humana, conhecido como Projeto Zero, financiado pela Universidade de Harvard. Sua
contribuição no campo da Educação concentra-se no fato de ter alertado os
educadores para a existência de diferentes habilidades na constituição do sujeito que
devem ser valorizadas no interior das salas de aula.
Compreendendo a teoria :
Existem várias idéias que hoje influenciam a área
educacional. Uma delas, na área cognitiva, é o conceito de Múltiplas Inteligências, de
Howard Gardner, que traz propostas que derrubam antigos paradigmas de uma visão
tradicional sobre a inteligência.
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Bessa, Valéria da Hora, (2008). Teorias da Aprendizagem. Curitiba: IESDE Brasil S.A.
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Gardner critica o conceito de inteligência como uma propriedade única da
mente e também os chamados testes de inteligência, que pretendem medir a
inteligência de modo definitivo. Segundo ele, para abarcar adequadamente o campo
da cognição humana, é necessário incluir um conjunto muito mais amplo e mais
universal de competências do que comumente se considerou. É necessário, também,
permanecermos abertos à possibilidade de que muitas – quando não a maioria destas
competências – não se prestam a medições por métodos verbais padronizados, os
quais baseiam-se pesadamente numa combinação de habilidades lógicas e
linguísticas (estrutura mais comum dos testes de QI).
Tipos de inteligência
Howard Gardner apresenta sete tipos distintos de inteligência, que serão
apresentados a seguir. Inteligência linguística, nas lutas de um poeta com o
fraseado de um verso ou de uma estrofe, vê-se em funcionamento alguns aspectos
centrais da inteligência linguística. O poeta deve ser superlativamente sensível às
nuances dos significados das palavras. Em vez de cortar conotações, ele deve tentar
preservar os sentidos buscados o quanto for possível. Além disso, os significados das
palavras não podem ser considerados em isolamento. Já que cada palavra avalia
suas próprias penumbras de significado, o poeta deve certificar-se de que os sentidos
de uma palavra numa linha do poema não colidam com os levantados pela ocorrência
de uma segunda palavra em outra linha. As palavras devem captar com o máximo de
fidelidade possível as emoções ou imagens que animaram o desejo inicial de compor.
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no tempo –, e parte é vertical: os efeitos produzidos quando dois sons são emitidos
ao mesmo tempo, dando surgimento a um harmônico ou dissonante.
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transmissão, o próprio material a ser dominado pode incidir justamente no domínio de
uma inteligência específica. Se alguém aprende a tocar um instrumento, o
conhecimento a ser adquirido é musical. Se alguém aprende a calcular, o
conhecimento a ser adquirido é lógico-matemático. E, assim, vem a ocorrer que
nossas várias competências intelectuais podem tanto servir como meio quanto como
mensagem, forma e conteúdo.
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Philippe Perrenoud e a Teoria das Competências
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Bessa, Valéria da Hora, (2008). Teorias da Aprendizagem. Curitiba: IESDE Brasil S.A.
Bessa, Valéria da Hora, (2008). Teorias da Aprendizagem. Curitiba: IESDE Brasil S.A.
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Bessa, Valéria da Hora, (2008). Teorias da Aprendizagem. Curitiba: IESDE Brasil S.A.
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execução das tarefas. Nesse ponto, o modelo das competências proposto por
Perrenoud passa a ganhar um novo sentido no interior dos PQT.
No que diz respeito aos alunos, devemos saber que existem, como apontado
anteriormente, competências não-escolares que desenvolvemos a partir das relações
sociais que estabelecemos e as nossas condições de existência. Por isso, a escola
deve levá-las em consideração, aproveitando-as de forma a auxiliar o
desenvolvimento das competências escolares que ainda necessitem ser
desenvolvidas pelos alunos.
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Bessa, Valéria da Hora, (2008). Teorias da Aprendizagem. Curitiba: IESDE Brasil S.A.
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