João Amos Comenius - 090215

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AS GRANDES CORRENTES

FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO

Esta síntese, resultou da compilação das principais ideias que marcam cada uma
das correntes filosóficas da educação.
Por: Horácio Coji Moisés

CORRENTES CLÁSSICAS DA EDUCAÇÃO


1
Platão: O filósofo grego previu um sistema de ensino que mobilizava toda a
Sociedade para formar sábios e encontrar a virtude. (Márcio Ferrari
([email protected])

Na história das idéias, o Grego Platão (427-347 a.C.) foi o primeiro Pedagogo,
não só por ter concebido um sistema educacional para o seu tempo, mas,
principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão ética e política. O objetivo final da
educação, para o filósofo, era a formação do homem moral, vivendo em um Estado
justo. Platão foi o segundo da tríade dos grandes filósofos clássicos, sucedendo
Sócrates (469-399 a.C.) e precedendo Aristóteles (384-322 a.C.), seu discípulo. Como
Sócrates, Platão rejeitava a educação que se praticava na Grécia em sua época e que
estava a cargo dos sofistas, incumbidos de transmitir conhecimentos técnicos –
sobretudo a oratória – aos jovens da elite, para torná-los aptos a ocupar as funções
públicas. "Os sofistas afirmavam que podiam defender igualmente teses contrárias,
dependendo dos interesses em jogo" "Platão, ao contrário, pensava em termos de
uma busca continuada da virtude, da justiça e da verdade."

Para Platão, "toda virtude é conhecimento". Ao homem virtuoso, segundo ele,


é dado conhecer o bem e o belo. A busca da virtude deve prosseguir pela vida inteira
– portanto, a educação não pode se restringir aos anos de juventude. Educar é tão
importante para uma ordem política baseada na justiça – como Platão preconizava –
que deveria ser tarefa de toda a sociedade.

O ideal da escola pública

Baseado na ideia de que os cidadãos que têm o espírito cultivado fortalecem o


Estado e que os melhores entre eles serão os governantes, o filósofo defendia que
toda educação era de responsabilidade estatal – um princípio que só se difundiria no
Ocidente muitos séculos depois. Igualmente avançada, quase visionária, era a defesa
da mesma instrução para meninos e meninas e do acesso universal ao ensino. Para
ele, o poder deveria ser exercido por uma espécie de aristocracia, mas não constituída
pelos mais ricos ou por uma nobreza hereditária. Os governantes tinham de ser
definidos pela sabedoria. Os reis deveriam ser filósofos e vice-versa. "Como pode uma
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Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia
Antiga aos dias de hoje. Edições Especiais 10/2008
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sociedade ser salva, ou ser forte, se não tiver à frente seus homens mais sábios?",
escreveu Platão.

Estudo permanente

A educação, segundo a concepção platônica, visava a testar as aptidões dos


alunos para que apenas os mais inclinados ao conhecimento recebessem a formação
completa para ser governantes. Essa era a finalidade do sistema educacional
planejado pelo filósofo, que pregava a renúncia do indivíduo em favor da comunidade.
O processo deveria ser longo, porque Platão acreditava que o talento e o gênio só se
revelam aos poucos.

A formação dos cidadãos começaria antes mesmo do nascimento, pelo


planejamento eugênico da procriação. As crianças deveriam ser tiradas dos pais e
enviadas para o campo, uma vez que Platão considerava corruptora a influência dos
mais velhos. Até os 10 anos, a educação seria predominantemente física e constituída
de brincadeiras e esporte. A idéia era criar uma reserva de saúde para toda a vida.
Em seguida, começaria a etapa da educação musical (abrangendo música e poesia),
para se aprender harmonia e ritmo, saberes que criariam uma propensão à justiça, e
para dar forma sincopada e atrativa a conteúdos de Matemática, História e Ciência.
Depois dos 16 anos, à música se somariam os exercícios físicos, com o objetivo de
equilibrar força muscular e aprimoramento do espírito.

Aos 20 anos, os jovens seriam submetidos a um teste para saber que carreira
deveriam abraçar. Os aprovados receberiam, então, mais dez anos de instrução e
treinamento para o corpo, a mente e o caráter. No teste que se seguiria, os reprovados
se encaminhariam para a carreira militar e os aprovados para a filosofia – neste caso,
os objetivos dos estudos seriam pensar com clareza e governar com sabedoria. Aos
35 anos, terminaria a preparação dos reis-filósofos. Mas ainda estavam previstos mais
15 de vida em sociedade, testando os conhecimentos entre os homens comuns e
trabalhando para se sustentar. Somente os que fossem bem-sucedidos se tornariam
governantes ou "guardiães do Estado".

Para pensar Platão acreditava que, por meio do conhecimento, seria possível
controlar os instintos, a ganância e a violência. O acesso aos valores da civilização,
portanto, funcionaria como antídoto para todo o mal cometido pelos seres humanos
contra seus semelhantes. Hoje poucos concordam com isso; a causa principal foram
as atrocidades cometidas pelos regimes totalitários do século 20, que prosperaram
até em países cultos e desenvolvidos, como a Alemanha. Por outro lado, não há
educação consistente sem valores éticos. Você já refletiu sobre essas questões? Até
que ponto considera a educação um instrumento para a formação de homens sábios
e virtuoso.

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Aristóteles2: O primeiro lógico via na escola o caminho para a vida pública e
o Exercício da ética Márcio Ferrari ([email protected])

De todos os grandes pensadores da Grécia antiga, Aristóteles (384-322 a.C.)


foi o que mais influenciou a civilização ocidental. Até hoje o modo de pensar e produzir
conhecimento deve muito ao filósofo. Foi ele o fundador da ciência que ficaria
conhecida como lógica e suas conclusões nessa área não tiveram contestação
alguma até o século 17. Sua importância no campo da educação também é grande,
mas de modo indireto. Poucos de seus textos específicos sobre o assunto chegaram
a nossos dias. A contribuição de Aristóteles para o ensino está principalmente em
escritos sobre outros temas. As principais obras de onde se pode tirar informações
pedagógicas são as que tratam de política e ética.

Em suas reflexões sobre ética, Aristóteles afirma que o propósito da vida


humana é a obtenção do que ele chama de vida boa. Isso significava ao mesmo tempo
vida ‘do bem’ e vida harmoniosa." Ou seja, para Aristóteles, ser feliz e ser útil à
comunidade
eram dois objetivos sobrepostos, e ambos estavam presentes na atividade pública. O
melhor governo, dizia ele, seria "aquele em que cada um melhor encontra o que
necessita para ser feliz".

Cultivo da perfeição

"A educação, para Aristóteles, é um caminho para a vida pública", prossegue Carlota.
Cabe à educação a formação do caráter do aluno. Perseguir a virtude significaria, em
todas as atitudes, buscar o "justo meio". A prudência e a sensatez se encontrariam no
meio-termo, ou medida justa – "o que não é demais nem muito pouco", nas palavras
do filósofo. Um dos fundamentos do pensamento aristotélico é que todas as coisas
têm uma finalidade. É isso que, segundo o filósofo, leva todos os seres vivos a se
desenvolver de um estado de imperfeição (semente ou embrião) a outro de perfeição
(correspondente ao estágio de maturidade e reprodução). Nem todos os seres
conseguem ou têm oportunidade de cumprir o ciclo em sua plenitude, porém.

Aristóteles acreditava que educar para a virtude era também um modo de educar para
viver bem – e isso queria dizer, entre outras coisas, viver uma vida prazerosa. No
mundo atual, nem sempre se vê compatibilidade entre a virtude e o prazer.

CORRENTES MODERNAS DA EDUCAÇÃO

Michel de Montaigne3 - O investigador de si mesmo Interiorizar-se, duvidar


e entrar em contato com outros costumes e pontos de vista são as
recomendações do filósofo francês para uma boa formação Márcio Ferrari
([email protected])

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Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia Antiga aos
dias de hoje. Edições Especiais 10/2008

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Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia Antiga aos
dias de hoje. Edições Especiais 10/2008

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O período histórico da Renascença estava em sua última fase quando o escritor
francês Michel de Montaigne (1533-1592) chegou à vida adulta. O otimismo e a
confiança nas possibilidades humanas já não eram os mesmos e a Europa se
desestabilizava em consequência dos conflitos entre católicos e protestantes. Esse
ambiente refletiu-se na produção do filósofo, marcada pela dúvida e pelo ceticismo.
Seus Ensaios são leitura de cabeceira de um grande número de intelectuais
contemporâneos, entre eles Claude Lévi- Strauss, Edgar Morin e Harold Bloom. A
obra, originalmente em três volumes, é, a rigor, a única de Montaigne – mais alguns
escritos pessoais foram publicados depois de sua morte – e inaugurou um gênero
literário.

Para Montaigne, as crianças não devem ser educadas perto dos pais, porque
sua afeição torna os filhos "demasiadamente relaxados" e isso não os prepara "para
a aventura da vida". O objetivo principal da educação seria permitir à criança a
formulação de julgamentos próprios sem ter que aceitar acriticamente as leituras que
a escola recomenda. "No trabalho de transformar o que está nos livros em letra viva,
o preceptor tem papel fundamental", diz Maria Cristina Theobaldo. A receita ideal para
treinar a capacidade de análise é acostumar-se a considerar opiniões diferentes e
acima de tudo conhecer culturas e experiências diversas daquelas a que o aluno se
familiarizou. É o que Montaigne descreve como "atritar e polir nosso cérebro contra o
de outros".
O filósofo se rebelava contra a cobrança de memorização mecânica dos
conteúdos ensinados aos alunos. "É prova de crueza e de indigestão regurgitar o
alimento como foi engolido", escreveu. Segundo ele, as crianças devem aprender o
quanto antes a filosofia, porque assim entram em contato com a necessidade de
conhecer a prudência e a moderação. E também conhecer a si mesmos por meio da
introspecção. O pensador relegava a segundo plano o ensino das Ciências,
recomendando-o apenas aos que tivessem habilidade natural para ocupar-se dela
profissionalmente. Já a História e a Literatura teriam função formadora mais ampla,
inclusive do caráter.

"Que sei eu?" O projeto intelectual do filósofo teve a finalidade de testar


maneiras de pensar que escapassem do caminho da erudição e da aplicação de idéias
alheias. Quando se recolheu para escrever os Ensaios, sua decisão era voltar-se para
si mesmo e reconstruir a própria história por intermédio de emas escolhidos ao acaso.
"Em Montaigne, o processo formativo coincide com o conhecimento de si, lançar-se
nas experiências e tomar posição perante os acontecimentos da vida", informa Maria
Cristina.

Comênio4 - O pai da didática moderna O filósofo tcheco combateu o sistema


medieval, defendeu o ensino de "tudo para todos" e foi o primeiro teórico a
respeitar a inteligência e os sentimentos da criança. Márcio Ferrari
([email protected])

O nome Comênio é o aportuguesamento da assinatura latina (Comenius) de


Jan Amos Komensky, nascido em 1592 em Nivnice, Morávia (então domínio dos
Habsburgos, hoje República Tcheca).

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Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia
Antiga aos dias de hoje. Edições Especiais 10/2008

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Quando se fala de uma escola em que as crianças são respeitadas como seres
humanos dotados de inteligência, aptidões, sentimentos e limites, logo pensamos em
concepções modernas de ensino. Também acreditamos que o direito de todas as
pessoas – absolutamente todas – à educação é um princípio que só surgiu há algumas
dezenas de anos. De fato, essas ideias se consagraram apenas no século 20, e assim
mesmo não em todos os lugares do mundo. Mas elas já eram defendidas em pleno
século 17 por Comênio (1592-1670), o pensador tcheco que é considerado o primeiro
grande nome da moderna história da educação.

João Amos Comenius (1592-1670) Segundo Comenius, dentre as obras


criadas por Deus, o ser humano é a mais perfeita. Dada sua formação cristã,
Comenius acreditava que o fim último do homem é a felicidade eterna. Assim, o
objetivo da educação é ajudar o homem a atingir essa finalidade transcendente e
cósmica, desenvolvendo o domínio de si mesmo através do conhecimento de si
próprio e de todas as coisas. Portanto, Comenius concordava com os educadores
medievais na concepção dos fins da educação, mas diferenciou-se deles na
concepção dos meios através dos quais a educação se processaria.
Comênio não foi o único pensador de seu tempo a combater o pedantismo
literário e o sadismo pedagógico, mas ousou ser o principal teórico de um modelo de
escola que deveria ensinar "tudo a todos", aí incluídos os portadores de deficiência
mental e as meninas, na época alijados da educação. "Ele defendia o acesso irrestrito
à escrita, à leitura e ao cálculo, para que todos pudessem ler a Bíblia e comerciar".

A obra de Comênio corresponde também a outras novidades, entre elas "o


despertar de uma nova concepção de criança", como diz Gasparini. "Ele a trata em
seus livros com muita delicadeza, num tempo em que a escola existia sob a égide da
palmatória". "A educação era vista e praticada como um castigo e não oferecia
elementos para que depois as pessoas se situassem de forma mais ampla na
sociedade. Comênio reagiu a esse quadro com uma pergunta: por que não se aprende
brincando?"
Comênio acreditava que, por ser dotado de razão, o homem pode entender a
si e a todas as coisas. Portanto, deve se dedicar a aprender e a ensinar. Seguindo
esse pensamento, Comênio conclui que o mais importante na vida não é a
contemplação e sim a ação, o "fazer". A maior contribuição de Comênio para a
educação dos dias de hoje é, segundo o professor Gasparin, a idéia de "trazer a
realidade social para a sala de aula, fazendo uso dos meios tecnológicos mais
avançados à disposição".

Para ele, os jovens deviam ser educados em comum e por isso eram
necessárias as escolas. Os jovens de ambos os sexos deveriam ter acesso à
educação escolar. Comenius valorizava o processo indutivo como sendo a melhor
forma de se chegar ao conhecimento generalizado, e aplicou-o na sua prática
instrucional. Ele afirmava que o método indutivo estava mais "de acordo com a
natureza" e propunha a inclusão do estudo dos fenômenos físicos nos currículos e
nos livros escolares. Escreveu o primeiro livro didático ilustrado para crianças,
intitulado O mundo das coisas sensíveis ilustrado. Criou, também, um método para o
ensino de línguas de acordo com suas ideias educacionais, considerado
revolucionário para a época.

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Devido a sua longa experiência como professor, Comenius não foi apenas um
teórico da educação. Ele teve também grande importância para a prática da instrução
escolar, contribuindo para a melhoria dos processos de ensino. A seguir,
apresentamos alguns princípios defendidos por Comenius na sua obra Didática
magna, publicada em 1632, e que teve influência direta sobre o trabalho docente.
Ao ensinar um assunto, o professor deve: 1. Apresentar o objeto ou ideia
diretamente, fazendo demonstração, pois o aluno aprende através dos sentidos,
principalmente vendo e tocando.; 2. Mostrar a utilidade específica do conhecimento
transmitido e a sua aplicação na vida diária.; 3. Fazer referência à natureza e origem
dos fenômenos estudados, isto é, às suas causas.; 4. Explicar primeiramente os
princípios gerais e só depois os detalhes.; 5. Passar para o assunto ou tópico seguinte
do conteúdo apenas quando o aluno tiver compreendido o anterior. Como se pode
ver, esses pressupostos da prática docente já eram proclamados por Comenius em
pleno século XVII.

Jean-Jacques Rousseau5 - O filósofo da liberdade como valor


supremo em sua obra sobre educação, o pensador suíço prega o
retorno à natureza e o respeito ao desenvolvimento físico e cognitivo
da criança. Márcio Ferrari ([email protected])

Na história das idéias, o nome do suíço Jean-Jacques Rousseau (1712- 1778)


se liga inevitavelmente à Revolução Francesa. Dos três lemas dos revolucionários –
liberdade, igualdade e fraternidade –, apenas o último não foi objeto de exame
profundo na obra do filósofo, e os mais apaixonados líderes da revolta contra o regime
monárquico francês, como Robespierre, o admiravam com devoção.
O princípio fundamental de toda a obra de Rousseau, pelo qual ela é definida
até os dias atuais, é que o homem é bom por natureza, mas está submetido à
influência corruptora da sociedade.

Como a vida em sociedade é inevitável, a melhor maneira de garantir o máximo


possível de liberdade para cada um é a democracia, concebida como um regime em
que todos se submetem à lei, porque ela foi elaborada de acordo com a vontade geral.
Não foi por acaso que Rousseau escolheu publicar simultaneamente, em 1762, suas
duas obras principais, Do Contrato Social – em que expõe sua concepção de ordem
política – e Emílio – minucioso tratado sobre educação, no qual prescreve o passo-a-
passo da formação de um jovem fictício, do nascimento aos 25 anos. "O objetivo de
Rousseau é tanto formar o homem como o cidadão", diz Maria Constança Peres
Pissarra, professora de filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. "A
dimensão política é crucial em seus princípios de educação."

Não há escola em Emílio, mas a descrição, em forma vaga de romance, dos


primeiros anos de vida de um personagem fictício, filho de um homem rico, entregue
a um preceptor para que obtenha uma educação ideal. O jovem Emílio é educado no
convívio com a natureza, resguardado ao máximo das coerções sociais. O objetivo de
Rousseau, revolucionário para seu tempo, é não só planejar uma educação com vistas

Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia


Antiga aos dias de hoje. Edições Especiais 10/2008
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à formação futura, na idade adulta, mas também com a intenção de propiciar felicidade
à criança enquanto ela ainda é criança.

Dependência das coisas Rousseau via o jovem como um ser integral, e não
uma pessoa incompleta, e intuiu na infância várias fases de desenvolvimento,
sobretudo cognitivo. Foi, portanto, um precursor da pedagogia de Maria Montessori
(1870-1952) e John Dewey (1859-1952). "Rousseau sistematizou toda uma nova
concepção de educação, depois chamada de ‘escola nova’ e que reúne vários
pedagogos dos séculos 19 e 20", diz Maria Constança.
Método natural e educação negativa Rousseau dividiu a vida do jovem – e
seu livro Emílio – em cinco fases: lactância (até 2 anos), infância (de 2 a 12),
adolescência (de 12 a 15), mocidade (de 15 a 20) e início da idade adulta (de 20 a
25). Para a pedagogia, interessam particularmente os três primeiros períodos, para os
quais Rousseau desenvolve sua idéia de educação como um processo subordinado
à vida, isto é, à evolução natural do discípulo, e por isso chamado de método natural.
O objetivo do mestre é interferir o menos possível no desenvolvimento próprio do
jovem, em especial até os 12 anos, quando, segundo Rousseau, ele ainda não pode
contar com a razão.

O filósofo chamou o procedimento de educação negativa, que consiste, em


suas palavras, não em ensinar a virtude ou a verdade, mas em preservar o coração
do vício e o espírito do erro. Desse modo, quando adulto, o ex-aluno saberá se
defender sozinho de tais perigos.

Para Rousseau, a criança devia ser educada sobretudo em liberdade e viver


cada fase da infância na plenitude de seus sentidos – mesmo porque, segundo seu
entendimento, até os 12 anos o ser humano é praticamente só sentidos, emoções e
corpo físico, enquanto a razão ainda se forma. Liberdade não significa a realização de
seus impulsos e desejos, mas uma dependência das coisas (em oposição à
dependência da vontade dos adultos). "Vosso filho nada deve obter porque pede, mas
porque precisa, nem fazer nada por obediência, mas por necessidade", escreveu o
filósofo em Emílio.

Um dos objetivos do livro era criticar a educação elitista de seu tempo, que tinha
nos padres jesuítas os expoentes. Rousseau condenava em bloco os métodos de
ensino utilizados até ali, por se escorarem basicamente na repetição e memorização
de conteúdo, e pregava sua substituição pela experiência direta por parte dos alunos,
a quem caberia conduzir pelo próprio interesse o aprendizado. Mais do que instruir,
no entanto, a educação deveria, para Rousseau, se preocupar com a formação moral
e política.

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Escola Nova: Principais Correntes Filosóficas Escolanovistas
7Heinrich Pestalozzi (1746-1827) Defendendo a doutrina dos naturalistas, em
especial a de Rousseau, Pestalozzi acreditava que o ser humano nascia bom e que o

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caráter de um homem era formado pelo ambiente que o rodeia. Sustentava que era
preciso tornar esse ambiente o mais próximo possível das condições naturais, para
que o caráter do indivíduo se desenvolvesse ou fosse formado positivamente. Para
ele, a transformação da sociedade iria se processar através da educação, que tinha
por finalidade o desenvolvimento natural, progressivo e harmonioso de todas as
faculdades e aptidões do ser humano.

Para a sua época, esta ideia era um tanto inovadora, porque, na segunda
metade do século XVIII, a concepção corrente era de que as transformações
revolucionárias seriam o remédio que curaria todos os males sociais. Por isso, ao
advogar a ideia de que a educação era um meio de regenerar a sociedade, ele estava
introduzindo um elemento novo no ideário pedagógico de seu tempo, e este
pensamento assumiria um significado especial nos anos subsequentes. Portanto, para
Pestalozzi, a educação era um instrumento de reforma social.
Ele pregava a educação das massas e proclamava que toda criança deveria ter
acesso à educação escolar, por mais pobre que fosse seu meio social e mesmo que
suas condições fossem limitadas. Na teoria educacional de Pestalozzi podemos
encontrar as sementes da Pedagogia moderna. Foi ele o primeiro a formular de forma
clara e explícita o princípio de que a educação deveria respeitar o desenvolvimento
infantil.

Uma das grandes particularidades é que contrário de Rousseau, cuja teoria é


idealizada, Pestalozzi, segundo a educadora Dora Incontri, "experimentava sua teoria
e tirava a teoria da prática", nas várias escolas que criou. Pestalozzi aplicou em classe
seu princípio da educação integral – isto é, não limitada à absorção de informações.
Segundo ele, o processo educativo deveria englobar três dimensões humanas,
identificadas com a cabeça, a mão e o coração.
O objetivo final do aprendizado deveria ser uma formação também tripla:
intelectual, física e moral. E o método de estudo deveria reduzir-se a seus três
elementos mais simples: som, forma e número. Só depois da percepção viria a
linguagem. Com os instrumentos adquiridos desse modo, o estudante teria condições
de encontrar em si mesmo liberdade e autonomia moral. Esse objetivo, dependia de
uma trajetória íntima, Pestalozzi não acreditava em julgamento externo. Por isso, em
suas escolas não havia notas ou provas, castigos ou recompensas, numa época em
que chicotear os alunos era comum.

A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para fora – ideia


oposta à concepção de que a função do ensino é preenchê-la de informação. Para o
pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os
estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa. Dar atenção à sua
evolução, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades, era,
para Pestalozzi, parte de uma missão maior do educador, a de saber ler e imitar a
natureza – em que o método pedagógico deveria se inspirar.

A ideia da defesa de uma volta à natureza e a construção de novos conceitos


de criança, família e instrução a que Pestalozzi se dedicou devem muito a sua leitura
do filósofo franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712- 1778), nome central do
pensamento iluminista. Ambos consideravam o ser humano de seu tempo
excessivamente cerceado por convenções sociais e influências do meio, distanciado
de sua índole original – que seria essencialmente boa para Rousseau e
potencialmente fértil, mas egoísta e submissa aos sentidos, para Pestalozzi.

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Herbart - O organizador da pedagogia como ciênciaO filósofo alemão do
século 19 inaugurou a análise sistemática da educação e mostrou a importância
da psicologia na teorização do Ensino ([email protected]).

Johann Friedrich Herbart nasceu em Oldenburg, na Alemanha, em 1776, e conheceu alguns dos mais
importantes intelectuais de seu tempo. Aos 18 anos, já era aluno do filósofo Johann Fichte (1762-1814) na
Universidade de Iena. Logo em seguida, trabalhou durante quatro anos como professor particular em Interlaken,
na Suíça, período em que ficou amigo do educador Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827). Tornou-se professor
na Universidade de Göttingen em 1802. Seis anos depois, assumiu a cátedra deixada vaga por Immanuel Kant em
Königsberg, onde lecionou até 1833, quando reassumiu o posto de professor de filosofia em Göttingen. Em
Königsberg, fundou um seminário pedagógico com uma escola de aplicação e um internato. Os estudos mais
importantes de Herbart foram no campo da filosofia da mente, à qual subordinou suas obras pedagógicas (entre
elas, Pedagogia Geral e Esboço de um Curso de Pedagogia).

Com o filósofo alemão Johann Friedrich Herbart (1776-1841), a pedagogia foi


formulada pela primeira vez como uma ciência, sobriamente organizada, abrangente
e sistemática, com fins claros e meios definidos. A estrutura teórica construída por
Herbart se baseia numa filosofia do funcionamento da mente, o que a torna
duplamente pioneira: não só por seu caráter científico, mas também por adotar a
psicologia aplicada como eixo central da educação. Desde então, e até os dias de
hoje, o pensamento pedagógico se vincula fortemente às teorias de aprendizagem e
à psicologia do desenvolvimento – um exemplo é a obra do suíço Jean Piaget (1896-
1980).

Para Herbart, a mente funciona com base em representações – que podem


ser imagens, idéias ou qualquer outro tipo de manifestação psíquica isolada. Elas
podem se combinar e produzir resultados manifestos ou entrar em conflito entre si e
permanecer, em forma latente, numa espécie de domínio do inconsciente.
Uma das contribuições mais duradouras de Herbart para a educação é o
princípio de que a doutrina pedagógica, para ser realmente científica, precisa
comprovar-se experimentalmente – uma idéia do filósofo Immanuel Kant (1724-1804)
que ele desenvolveu. Surgiram daí as escolas de aplicação, que conhecemos até
hoje. Elas respondem à necessidade de alimentar a teoria com a prática e vice-versa,
num processo de atualização e aperfeiçoamento constantes. "Herbart fez um trabalho
de grande influência porque aprofundou suas concepções até as últimas
consequências", diz Maria Nazaré Amaral, professora da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo.

Na teoria herbartiana, memória, sentimentos e desejos são apenas


modificações das representações mentais. Agir sobre elas, portanto, significa
influenciar em todas as esferas da vida de uma pessoa. Desse modo, Herbart criou
uma teoria da educação que pretende interferir diretamente nos processos mentais
do estudante como meio de orientar sua formação. A pedagogia herbartiana tem como
objetivo maior nem tanto o acúmulo de informações, mas a formação moral do
estudante. Por considerar a criança um ser moldado intelectualmente e psiquicamente
por forças externas, Herbart dá ênfase primordial ao conceito de instrução. Ela é o
instrumento pelo qual se alcançam os objetivos da educação. "Para Herbart, só o
ignorante comete erros",

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Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia
Antiga aos dias de hoje. Edições Especiais 10/2008
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A instrução é o elemento central dos três procedimentos que, para Herbart,
constituem a ação pedagógica. O primeiro é o que chamou de governo, ou seja, a
manutenção da ordem pelo controle do comportamento da criança, uma atribuição
inicialmente dos pais e depois dos professores. Trata-se de um conjunto de regras
imposto de fora, com o objetivo de manter a criança ocupada. O segundo
procedimento é a instrução educativa propriamente dita e seu motor é o interesse, que
deve ser múltiplo, variado e harmonicamente repartido. O terceiro é a disciplina, que
tem a função de preservar à vontade no caminho da virtude. Nessa etapa se fortalece
a autodeterminação como pré-requisito da formação do caráter. Ao contrário do
governo, consiste em um processo interno do aluno.

"deste modo, as escolas herbartianas transmitiam um ensino totalmente


receptivo, sem diálogo entre professor e aluno e com aulas que obedeciam a
esquemas rígidos e preestabelecidos", diz a educadora Maria Nazaré. Herbart previa
cinco etapas para o ato de ensinar. A primeira, preparação, é o processo de relacionar
o novo conteúdo a conhecimentos ou lembranças que o aluno já possua, para que ele
adquira interesse na matéria. Em seguida vem a apresentação ou demonstração do
conteúdo. A terceira fase é a associação, na qual a assimilação do assunto se
completa por meio de comparações minuciosas com conteúdos prévios. A
generalização, quarto passo do processo, parte do conteúdo recém-aprendido para a
formulação de regras globais; é especialmente importante para desenvolver a mente
além da percepção imediata. A quinta etapa é a da aplicação, que tem como objetivo
mostrar utilidade para o que se aprendeu.

Precisa-se compreender que muitas contribuições de Herbart para a psicologia


e a pedagogia continuam valiosas, mas seu pensamento e a prática que dele se
originou no século 19 se tornaram ultrapassados, sobretudo com o aparecimento do
movimento da escola ativa. Seu principal representante, o norte-americano John
Dewey (1859-1952), fez duras críticas à doutrina herbartiana. John Dewey criticou a
teoria herbartiana dizendo que ela previa um "mestre todo-poderoso", encarregado de
manipular os processos mentais do aluno por meio da instrução. Para Dewey e a
maioria dos pedagogos do século 20, o pensamento de Herbart subestima e até ignora
a ação do próprio aluno e sua capacidade de auto-educar-se.
A pedagogia contemporânea tornou o o aluno sujeito do ensino e substituiu o
individualismo do século 18 por uma visão mais complexa dos fatores envolvidos no
trabalho de ensinar.

9
Maria Montessori, nasceu em Chiaravelle, na Itália, em 31 de agosto 1870.

Passou sua infância em Roma, onde mais tarde veio a estudar Medicina por
autorização do Papa Leão XIII, sendo a primeira mulher italiana a frequentar a
universidade. Seus estudos giraram em torno dos conhecimentos em Psiquiatria, área
que mais tarde veio a auxiliar seu trabalho junto às crianças com deficiências mentais.
A pedagogia montessoriana: O processo educativo divulgado por Montessori sofreu
grande influência dos trabalhos desenvolvidos por Edouard Séguin, psiquiatra
conhecido por seu trabalho junto às crianças deficientes. Foi durante sua experiência
clínica em Psiquiatria, trabalhando em manicômios, que Montessori conheceu de fato
o modelo pedagógico desenvolvido por Séguin para o tratamento e educação dos
chamados idiots savants ou anormais. Segundo Nicolau (2005, p.8),
9
Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia
Antiga aos dias de hoje. Edições Especiais 10/2008
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o método do pesquisador parte da tese que os repertórios motores, verbais e
intelectuais se constroem sobre o processo de evolução ontogenética (a partir
dos aparelhos nervosos do sistema nervoso). [...] Séguin propõe em sua obra
uma variedade enorme de técnicas de ensino especiais, acompanhadas de
inúmeros exemplos para aplicação com diferentes tipos e níveis de crianças
deficientes e que abrangem as diversas áreas da vida do educando.

Quando, em 1907, Montessori inaugura a Casa dei Bambini, passa a dedicarse


ao desenvolvimento da criança completa, visando não só a instrução, mas a educação
dessas crianças que seriam supervisionadas por uma professora. O modelo
educacional da Casa dei Bambini consistia em reunir crianças pobres de 3 a 7 anos,
que ficavam praticamente abandonadas diante da necessidade dos pais saírem para
trabalhar, em torno de seus conjuntos habitacionais (as casas dei bambini ficavam
instaladas em bairros operários). No que diz respeito a estes conjuntos habitacionais,
de acordo com Montessori (apud NICOLAU, 2005, p. 10).
O método montessoriano, segundo o que a própria autora defendia, não
contrariava a natureza humana, ou seja, voltava-se para o respeito às necessidades
de cada estudante dentro de suas capacidades e limites de aprendizagem. De
maneira ativa, as crianças eram incentivadas a desenvolver seus próprios processos
de aprendizagem, cabendo ao professor acompanhar o processo de cada aluno,
observando o modo particular escolhido por cada um para conduzir sua própria
educação. Tendo a preocupação do desenvolvimento das aprendizagens individuais
como premissa, Montessori promoveu uma mudança no espaço físico das salas de
aula, apresentando ao mundo um local de aprendizagem destinado a permitir o
movimento livre dos alunos, facilitando suas explorações e, conseqüentemente, seu
desenvolvimento.

Para Montessori, o desenvolvimento sensorial e motor está intimamente


relacionado ao desenvolvimento cognitivo. Deste modo, o toque passa a ocupar em
sua teoria um lugar de destaque, uma vez que, para ela, é por meio das mãos – ou
melhor, do toque – que decodificamos o mundo. É justamente por este motivo, ou
seja, por considerar que a Educação deve dar vazão ao método de exploração do
mundo por meio do toque (um método natural de aprendizagem apresentado por
todas as crianças), que a pesquisadora cria diversos materiais tendo como função
auxiliar o desenvolvimento intelectual das crianças.

Materiais para o desenvolvimento da vida cotidiana


Os materiais destinados ao desenvolvimento da vida cotidiana ou vida prática
consistem em exercícios que buscam favorecer o desenvolvimento da autonomia, da
percepção, dos processos psicomotores e da atenção. Qualquer objeto do meio no
qual a criança está inserida pode ser considerado de vida cotidiana, mas, em
Educação, pode-se favorecer os exercícios de vida cotidiana com a criação dos
“cantinhos de atividade” tão conhecidos pelos educadores. Além disso, as ações de
vestir-se, assear-se, arrumar-se e organizar-se também estão incluídas no conjunto
de exercícios considerados por Montessori como sendo de vida cotidiana (por
exemplo, quadros de abotoar).

Material sensorial, Já o material sensorial consiste no conjunto de jogos de encaixe


que são apresentados em formas e dimensões diferentes utilizados para estimular a
atividade motora e a percepção visual (por exemplo, escadas marrons, encaixes
sólidos, barras vermelhas).

11
Material cromático O material utilizado para o desenvolvimento do senso cromático
é dividido em uma série de 63 peças (tabletes) enrolados em fios de seda e disposto
numa gradação de nove cores que vão do cinza, com gradações de branco e preto,
ao rosa, passando pelo vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, violeta e marrom.
Material de linguagem, No que diz respeito ao desenvolvimento das habilidades
linguísticas relacionadas à leitura e à escrita, Montessori desenvolve as letras de lixa
ou alfabeto de lixa, caracterizado pela textura de lixa em letras recortadas e pregadas
em cartões, tendo as vogais um fundo vermelho e as consoantes um fundo azul.
Material de matemática, Para o desenvolvimento das habilidades matemáticas, parte
mais conhecida da metodologia montessoriana, Montessori desenvolve um conjunto
considerável de materiais. São eles: os algarismos de lixa (que seguem o mesmo
princípio das letras de lixa), as barras vermelhas e azuis, a caixa de furos, a caixa de
numeração, os tentos, a tábua de Séguin, a serpente, a tábua de Pitágoras, os blocos
lógicos e o material dourado.

Todos estes materiais, segundo Montessori, podem ser utilizados durante a


realização de atividades individuais com as crianças em suas mesas ou em tapetes,
que têm como objetivo delimitar o espaço de ação da criança, bem como assegurar a
mesma segurança e tranquilidade para a execução de suas tarefas. Cada um dos
materiais apresentados pode ser, segundo Montessori, utilizado de forma isolada ou
de forma conjugada, uma vez que se complementam e podem auxiliar mais
rapidamente o desenvolvimento das características necessárias para a ação da
criança no meio no qual está inserida. Por exemplo, pode-se estimular uma criança
por intermédio dos exercícios de vida prática aliado aos exercícios sensoriais.

10
John Dewey - O pensador que pôs a prática em foco O filósofo norte-
americano defendia a democracia e a liberdade de pensamento como
instrumentos para a maturação emocional e intelectual das crianças Márcio
Ferrari ([email protected]).

Biografia: John Dewey nasceu em 1859 em Burlington, uma pequena cidade agrícola do estado
norte-americano de Vermont. Na escola, teve uma educação desinteressante e desestimulante, o que foi
compensado pela formação que recebeu em casa. Ainda criança, via sua mãe confiar aos filhos pequenas
tarefas para despertar o senso de responsabilidade. Foi professor secundário por três anos antes de cursar
a Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. Estudou artes e filosofia e tornou-se professor da
Universidade de Minnesota.

Quantas vezes você já ouviu falar na necessidade de valorizar a capacidade


de pensar dos alunos? De prepará-los para questionar a realidade? De unir teoria e
prática? De problema-ti-zar? Se você se preocupa com essas questões, já esbarrou,
mesmo sem saber, em algumas das concepções de John Dewey (1859-1952), filósofo
norte-americano que influenciou educadores de várias partes do mundo. No Brasil
inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira, ao colocar a
atividade prática e a democracia como importantes ingredientes da educação.

Dewey é o nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como
pragmatismo, embora ele preferisse o nome instrumentalismo – uma vez que, para
essa escola de pensamento, as idéias só têm importância desde que sirvam de
instrumento para a resolução de problemas reais. No campo específico da pedagogia,
a teoria de Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus

10
Ferrari, Márcio O grandes Pensadores: os 41 educadores que fizeram história, da Grécia
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principais objetivos é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento
– físico, emocional e intelectual.

O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos


conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo
e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas.
Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o
maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do
grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional,
mas também no interior das escolas.
Estímulo à cooperação

Influenciado pelo empirismo, Dewey criou uma escola-laboratório ligada à


universidade onde lecionava para testar métodos pedagógicos. Ele insistia na
necessidade de estreitar a relação entre teoria e prática, pois acreditava que as
hipóteses teóricas só têm sentido no dia-a-dia. Outro ponto-chave de sua teoria é a
crença de que o conhecimento é construído de consensos, que por sua vez resultam
de discussões coletivas. "O aprendizado se dá quando compartilhamos experiências,
e isso só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao
intercâmbio de pensamento", escreveu. Por isso, a escola deve proporcionar práticas
conjuntas e promover situações de cooperação, em vez de lidar com as crianças de
forma isolada.

Seu grande mérito foi ter sido um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade
de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo,
bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando idéias, sentimentos e
experiências sobre as situações práticas do dia-a-dia. Ao mesmo tempo, reconhecia
que, à medida que as sociedades foram ficando complexas, a distância entre adultos
e crianças se ampliou demais. Daí a necessidade da escola, um espaço onde as
pessoas se encontram para educar e ser educadas. O papel dessa instituição,
segundo ele, é reproduzir a comunidade em miniatura, apresentar o mundo de um
modo simplificado e organizado e, aos poucos, conduzir as crianças ao sentido e à
compreensão das coisas mais complexas. Em outras palavras, o objetivo da escola
deveria ser ensinar a criança a viver no mundo.
"Afinal, as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a
vida e, em outro, vivendo", ensinou, argumentando que o aprendizado se dá
justamente quando os alunos são colocados diante de problemas reais. A educação,
na visão deweyana, é "uma constante reconstrução da experiência, de forma a dar-
lhe cada vez mais sentido e a habilitar as novas gerações a responder aos desafios
da sociedade". Educar, portanto, é mais do que reproduzir conhecimentos. É
incentivar o desejo de desenvolvimento contínuo, preparar pessoas para transformar
algo.

A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos


conhecimentos. Deve seguir alguns pontos essenciais: que o aluno esteja numa
verdadeira situação de experimentação, que a atividade o interesse, que haja um
problema a resolver, que ele possua os conhecimentos para agir diante da situação e
que tenha a chance de testar suas idéias. Reflexão e ação devem estar ligadas, são
parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a
capacidade de modificar o ambiente a seu redor.

13
Liberdade intelectual para os alunos: A filosofia deweyana remete a uma prática
docente baseada na liberdade do aluno para elaborar as próprias certezas, os próprios
conhecimentos, as próprias regras morais. Isso não significa reduzir a importância do
currículo ou dos saberes do educador. Para Dewey, o professor deve apresentar os
conteúdos escolares na forma de questões ou problemas e jamais dar de antemão
respostas ou soluções prontas. Em lugar de começar com definições ou conceitos já
elaborados, deve usar procedimentos que façam
o aluno raciocinar e elaborar os próprios conceitos para depois confrontar com o
conhecimento sistematizado. Pode-se afirmar que as teorias mais modernas da
didática, como o construtivismo e as bases teóricas dos parâmetros Curriculares
Nacionais, têm inspiração nas idéias do educador. A defesa irrestrita do
experimentalismo: em quase um século, Dewey presenciou muitas transformações.
Viu o fim da Guerra Civil Americana, o desenvolvimento tecnológico, a Revolução
Russa de 1917, a crise econômica de 1929. Em parte, nasceu dessa efervescência
mundial sua concepção mutável da realidade e dos valores, além da convicção de que
só a inteligência dá ao homem o poder de alterar sua existência. "Idealizar e
racionalizar o universo em geral é uma confissão de incapacidade de dominar os
cursos das coisas que especificamente nos dizem respeito", escreveu. Essa
perspectiva levou Dewey a rejeitar a idéia de leis morais fixas e imutáveis.

TEORIAS PEDAGÓGICAS ACTUAIS.

11
Howard Gardner e a Teoria das Múltiplas Inteligências
Cada inteligência é relativamente independente das outras e dos talentos intelectuais de um
indivíduo. São novas idéias que hoje influenciam a área educacional para a realização das
tarefas a serem executadas de acordo com as suas mudanças. Umas delas, na área
cognitiva, é o conceito de múltiplas inteligências. (Howard Gardner)

,
História pessoal Howard Gardner é psicólogo e atua na área de desenvolvimento
humano. Em seus estudos, propôs uma teoria a respeito da natureza da inteligência
humana, que vai contra algumas concepções que pensam a inteligência como algo
que pode ser mensurado, medido através de testes psicométricos, como os testes de
Quociente Intelectual (QI). Gardner é professor da Universidade de Harvard e da
Universidade de Boston, onde leciona disciplinas no campo da Neurologia, da
Cognição e da Educação. Além disso, integra o grupo de pesquisa em cognição
humana, conhecido como Projeto Zero, financiado pela Universidade de Harvard. Sua
contribuição no campo da Educação concentra-se no fato de ter alertado os
educadores para a existência de diferentes habilidades na constituição do sujeito que
devem ser valorizadas no interior das salas de aula.

Compreendendo a teoria :
Existem várias idéias que hoje influenciam a área
educacional. Uma delas, na área cognitiva, é o conceito de Múltiplas Inteligências, de
Howard Gardner, que traz propostas que derrubam antigos paradigmas de uma visão
tradicional sobre a inteligência.

11
Bessa, Valéria da Hora, (2008). Teorias da Aprendizagem. Curitiba: IESDE Brasil S.A.

14
Gardner critica o conceito de inteligência como uma propriedade única da
mente e também os chamados testes de inteligência, que pretendem medir a
inteligência de modo definitivo. Segundo ele, para abarcar adequadamente o campo
da cognição humana, é necessário incluir um conjunto muito mais amplo e mais
universal de competências do que comumente se considerou. É necessário, também,
permanecermos abertos à possibilidade de que muitas – quando não a maioria destas
competências – não se prestam a medições por métodos verbais padronizados, os
quais baseiam-se pesadamente numa combinação de habilidades lógicas e
linguísticas (estrutura mais comum dos testes de QI).

Com essas considerações, Gardner formulou uma definição classificada como


uma “inteligência”. A inteligência se refere à capacidade de resolver problemas ou
criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais. Propôs
então sete competências humanas, sete inteligências que preenchem os critérios de
uma inteligência. Cada inteligência é relativamente independente das outras e os
talentos intelectuais de um indivíduo, digamos, em música, não podem ser inferidos a
partir de suas habilidades em matemática, linguagem ou compreensão interpessoal,
como usualmente se faz nos testes de inteligência. Os testes de inteligência usados
hoje baseiam-se em questões de informações gerais, vocabulário, habilidades
aritméticas, habilidades lembrar séries de números, capacidades de captar a
similaridade entre dois elementos e por aí em diante, todos critérios voltados para o
sucesso acadêmico, o que significa dizer que os atuais métodos de avaliação do
intelecto não estão suficientemente aptos para permitir a avaliação dos potenciais ou
conquistas dos indivíduos a eles submetidos.

A noção das inteligências múltiplas não é um fato cientificamente comprovado:


ela é, no máximo, uma idéia que recentemente adquiriu o direito de ser discutida
seriamente, mas a busca de Gardner fundamenta-se na procura por uma teoria
decisiva sobre o alcance da inteligência humana.

Tipos de inteligência
Howard Gardner apresenta sete tipos distintos de inteligência, que serão
apresentados a seguir. Inteligência linguística, nas lutas de um poeta com o
fraseado de um verso ou de uma estrofe, vê-se em funcionamento alguns aspectos
centrais da inteligência linguística. O poeta deve ser superlativamente sensível às
nuances dos significados das palavras. Em vez de cortar conotações, ele deve tentar
preservar os sentidos buscados o quanto for possível. Além disso, os significados das
palavras não podem ser considerados em isolamento. Já que cada palavra avalia
suas próprias penumbras de significado, o poeta deve certificar-se de que os sentidos
de uma palavra numa linha do poema não colidam com os levantados pela ocorrência
de uma segunda palavra em outra linha. As palavras devem captar com o máximo de
fidelidade possível as emoções ou imagens que animaram o desejo inicial de compor.

Inteligência musical, os componentes centrais da inteligência musical são o tom


(melodia) e o ritmo (sons emitidos em determinadas freqüências auditivas e
agrupados conforme um sistema prescrito). O tom é mais central em determinadas
culturas – por exemplo, o rítmico é correlativamente enfatizado na África do Sul, onde
as proporções rítmicas podem atingir uma complexidade métrica vertiginosa. Parte da
organização da música é horizontal – as relações entre os tons quando se desenrolam

15
no tempo –, e parte é vertical: os efeitos produzidos quando dois sons são emitidos
ao mesmo tempo, dando surgimento a um harmônico ou dissonante.

Inteligência lógico-matemática, essa forma de pensamento pode ser traçada de um


confronto com o mundo dos objetos. Pois é confrontando objetos, ordenando-os,
reordenando-os e avaliando sua quantidade que a criança pequena adquire seu
conhecimento inicial e mais fundamental sobre o domínio lógico-matemático. Deste
ponto de vista preliminar, a inteligência lógico-matemática rapidamente torna-se
distante do mundo dos objetos materiais. O indivíduo torna-se mais capaz de apreciar
as ações que pode desempenhar sobre objetos, as reações que prevalecem entre
essas ações, as afirmativas que pode fazer sobre as ações reais ou potenciais e os
relacionamentos entre essas afirmativas.

Inteligência espacial, centrais à inteligência espacial estão as capacidades de


perceber o mundo visual com precisão, efetuar transformações e modificações sobre
as percepções iniciais e ser capaz de recriar aspectos da experiência visual, mesmo
na ausência de estímulos físicos relevantes. Pode-se ser solicitado a produzir formas
ou simplesmente manipular as que foram fornecidas. Essas capacidades são
claramente não-idênticas: um indivíduo pode ser arguto em percepção visual, embora
tenha pouca capacidade para desenhar, imaginar ou transformar um mundo ausente.

Inteligência corporal cinestésica, Característica dessa inteligência é a capacidade


de usar o próprio corpo de maneiras altamente diferenciadas e hábeis para propósitos
expressivos, assim como voltados a objetos. Igualmente característica é a capacidade
de trabalhar habilmente com objetos, tanto os que envolvem movimentos motores
finos dos dedos quanto os que exploram movimentos motores grosseiros do corpo.
Controlar os movimentos do próprio corpo e a capacidade de manusear objetos com
habilidade são os centros da inteligência corporal.
Inteligência interpessoal, essa inteligência engloba os dois aspectos da natureza
humana. De um lado há o desenvolvimento dos aspectos internos de uma pessoa. A
capacidade central em funcionamento aqui é o acesso à nossa própria vida
sentimental – nossa gama de afetos e emoções: a capacidade de efetuar
instantaneamente discriminação entre eles, sentimentos e, enfim, rotulá-los, envolvê-
los em códigos simbólicos, basear-se neles como um meio de entender e orientar
nosso comportamento.
Inteligência intrapessoal A outra inteligência pessoal volta-se para fora, para os
outros indivíduos. A capacidade central aqui é a de observar e fazer distinções entre
outros indivíduos e, em particular, entre seus humores, temperamentos, motivações
e intenções. Examinada em sua forma mais elementar, a inteligência intrapessoal
acarreta à capacidade da criança pequena de discriminar entre os indivíduos ao seu
redor e detectar vários humores.

Inteligências múltiplas e Educação

Um tema central nessa abordagem é a importância das inteligências múltiplas


utilizadas num encontro educacional. Este componente pode ser multiplicado, por
exemplo, as capacidades usadas pelas inteligências podem ser usadas como um
meio para adquirir informações. Assim, os indivíduos podem aprender pela exploração
de códigos linguísticos, de demonstrações sinestésicas, espaciais ou de ligações
interpessoais. Mesmo que várias inteligências possam ser exploradas como meio de

16
transmissão, o próprio material a ser dominado pode incidir justamente no domínio de
uma inteligência específica. Se alguém aprende a tocar um instrumento, o
conhecimento a ser adquirido é musical. Se alguém aprende a calcular, o
conhecimento a ser adquirido é lógico-matemático. E, assim, vem a ocorrer que
nossas várias competências intelectuais podem tanto servir como meio quanto como
mensagem, forma e conteúdo.

12
Philippe Perrenoud e a Teoria das Competências

13Compreendendo a noção de competência

O conceito de competência não é novo. Ele começou a ser discutido mais


amplamente na área pedagógica a partir da década de 1990, destinando-se ao ensino
de crianças nas séries iniciais. No entanto, o conceito de competência ganhou
tamanha amplitude que acabou incorporado pelo meio empresarial e industrial, que
encontrou nele um aliado para os modelos recentes de gerenciamento de pessoas,
baseados nos ideais da qualidade total.

O modelo de gerenciamento/produção fundamentado na qualidade total


baseia-se no aproveitamento máximo dos recursos humanos e materiais na produção.
Isso significa dizer que, quando pensamos no aproveitamento máximo dos recursos
humanos, estamos falando do aproveitamento das capacidades (termo também
utilizado pelo Programa de Qualidade Total – PQT) intelectuais de um indivíduo. Para
tanto, toma como referência conceitos psicológicos, como o de competência, para
sugerir e mapear aquilo que um trabalhador pode trazer de contribuição na execução
de uma tarefa. Deste modo, segundo Gentile e Bencini (2000 apud RODRIGUES;
PARIZ, 2005, p. 109), as competências são entendidas como a capacidade de
“mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações
etc.) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações”.

É claro que, dentro de um modelo empresarial ou mesmo de um modelo


escolar, o que se espera de um funcionário ou aprendiz é que este consiga alcançar
os objetivos propostos pelos gestores ou professores. Assim, cabe a estes
profissionais promover a capacitação de seus funcionários ou alunos para o
desenvolvimento das competências necessárias para a realização de suas tarefas,
bem como para a resolução dos problemas cotidianos com maior eficácia (o conceito
de eficiência também faz parte do grupo de conceitos psicológicos aproveitados pelos
PQT).
Voltando à questão do tempo necessário para o desenvolvimento das
competências por um aluno, que segundo Perrenoud deve ser aumentado (girando
em torno de três anos em cada ciclo escolar), podemos aproveitar o mesmo
pensamento para a área empresarial. O problema é que, ao falarmos de empresas,
falamos também de lucro e ao falarmos de lucro, falamos em redução do tempo de

12
Bessa, Valéria da Hora, (2008). Teorias da Aprendizagem. Curitiba: IESDE Brasil S.A.
Bessa, Valéria da Hora, (2008). Teorias da Aprendizagem. Curitiba: IESDE Brasil S.A.

13
Bessa, Valéria da Hora, (2008). Teorias da Aprendizagem. Curitiba: IESDE Brasil S.A.

17
execução das tarefas. Nesse ponto, o modelo das competências proposto por
Perrenoud passa a ganhar um novo sentido no interior dos PQT.

14A pedagogia das competências

Partindo do princípio de que os seres humanos se desenvolvem pelas relações


que estabelecem com seu meio, Perrenoud vê as competências não como um
caminho, mas como um efeito adaptativo do homem às suas condições de existência.
Desse modo, cada pessoa, de maneira diferente, desenvolveria competências
voltadas para a resolução de problemas relativos à superação de uma situação, como,
por exemplo, saber guiar-se no caminho de volta para casa a partir de um ponto de
referência, o que mobiliza competências de reconhecimento ou mapeamento espacial;
saber lidar com as dificuldades infantis, o que aciona competências pedagógicas;
saber construir ferramentas, o que estimula competências matemáticas e lógicas,
entre outras.

Diante disso, antes de nos inserirmos como educadores em atividades


pedagógicas relativas ao ensino-aprendizagem, devemos reconhecer nossas próprias
competências individuais, procurando mapear nossas possibilidades e limites na
execução do trabalho. Se, por acaso, detectamos alguns limites, devemos, segundo
nos aponta Perrenoud, agir de forma a buscar o desenvolvimento das competências
que ainda não construímos. Da mesma forma, para as competências que percebemos
já ter desenvolvido, necessitamos adequá-las aos usos a que se destinam, o que, por
si só, já mobiliza outras competências em nós, relativas à capacidade de avaliação.
Tal processo avaliativo pode ser utilizado como estratégia facilitadora ao trabalho do
professor em sala de aula, bem como estratégia para impulsionar tal profissional à
busca de cursos de formação continuada que auxiliem na continuidade do seu
desenvolvimento enquanto educador.

No que diz respeito aos alunos, devemos saber que existem, como apontado
anteriormente, competências não-escolares que desenvolvemos a partir das relações
sociais que estabelecemos e as nossas condições de existência. Por isso, a escola
deve levá-las em consideração, aproveitando-as de forma a auxiliar o
desenvolvimento das competências escolares que ainda necessitem ser
desenvolvidas pelos alunos.

14
Bessa, Valéria da Hora, (2008). Teorias da Aprendizagem. Curitiba: IESDE Brasil S.A.

18

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