Esportes Individuais
Esportes Individuais
Esportes Individuais
Em algum momento você já deve ter em algum momento ouvido falar ou teve
contato com o Atletismo ou algum movimento especí co da modalidade. Muitas
pessoas o associam às corridas, outras com a de nição clássica de que é o esporte
base todas as outras modalidades esportivas.
Neste capítulo, você conhecerá um pouco da origem do atletismo, e isso trará uma
nova interpretação do conjunto de movimentos que ao longo da história tornaram a
modalidade que é conhecida hoje. Além disso, será possível observar que o
atletismo vai muito além dos simples movimentos básicos de correr, lançar e saltar.
Ele é resultado de um processo de construção social e histórica do indivíduo.
De nição e contextualização
histórica do Atletismo.
Características do Atletismo.
Durante o período dos primeiros registros até os dias atuais, foram observados
diversos jogos em que se notava a presença do atletismo no formato competitivo.
Dentre as diversas manifestações podemos destacar: às reuniões atléticas da Grécia
Antiga, da Irlanda que também estavam ligadas às cerimônias religiosas e aos
funerais (CABRAL, 2004).
Os Jogos Píticos dedicados a Apolo (deus grego da beleza e juventude), eram
realizados próximo a Delfos, na cidade de Pítia, a partir de 527 a. C., celebravam- se
primeiramente, a cada oito anos e, depois, no ano seguinte, a cada Olimpíada
(BARALDI e OLIVEIRA, 2019, p. 16). Em Istmia, eram realizados os Jogos Ístmicos, a
cada dois anos, assim como em Argos, os Jogos Nemeus celebravam a vitória de
Héracles ( lho de Zeus na mitologia grega) sobre Nemeia (monstro mitológico),
vencido naquele mesmo local (CABRAL, 2004; BARALDI e OLIVEIRA, 2019, p. 16).
Esses jogos olímpicos são os mais antigos e o seu início remonta ao ano de 884 a. C.,
mas, na história o cial, é datado de 776 a. C. (CABRAL, 2004).
SAIBA MAIS
Assista ao vídeo sobre as olimpíadas e suas modalidades, acessando
link a seguir:
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CONECTE-SE
Assista ao vídeo de Jesse Owens e o preconceito nas Olimpíadas de
Berlim em 1936, acessando link a seguir:
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CONECTE-SE
Assista ao vídeo sobre as Olimpíadas 1968 e a luta dos “Panteras
Negras”, acessando link a seguir:
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Para chegar ao período atual, o atletismo passou por diversas mudanças, marcado
por datas e acontecimentos descritos a seguir.
Figura 2 - Datas importantes na história do Atletismo
As provas de pista, como é o caso da maioria das corridas e das provas de marcha
atlética, ocorrem na pista de atletismo de 400 m, com duas retas paralelas e duas
curvas com raios iguais, normalmente com 8 raias de 1m 22cm cada uma (
Confederação de Brasileira de Atletismo, 2020), além das pistas de 200 m para
competições indoor. As outras provas de saltos, arremesso e lançamentos ocorrem
em locais especí cos, próprios para o desenvolvimento das provas de campo
(MATTHIESEN; RANGEL; DARIDO, 2014)
e) Categoria Sub-23: atletas com 16, 17, 18, 19, 20, 21 e 22 anos, no ano da
competição.
Fonte: Shutterstock
Figura 6 - Largada: saída alta das provas de meio fundo e fundo
Fonte: Shutterstock
Além disso, temos algumas regras especí cas para as provas de velocidade:
As provas com barreiras ou obstáculos, tem por objetivo percorrer uma determinada
distância transpondo as barreiras ou os obstáculos. As provas o ciais olímpicas
apresentam diferenças nas distâncias para homens e mulheres. Sendo os 100 metros
com barreiras (c/b) disputada pelas mulheres e os 110 metros com barreiras (c/b)
disputada pelos homens. Por outro lado, os 400 m c/b e 3000 m com obstáculos são
disputados por ambos.
Figura 7 - Prova 3000 m com obstáculo Figure 8 - Prova 100m com barreiras
Fonte: Pixabay
Fonte: Pixabay
As regras para as provas com barreiras e obstáculos seguem as mesmas das provas
de corrida rasas, entretanto podemos acrescentar as seguintes regras:
FEMININO - BARREIRAS
Distância
Distância
da última
Altura da linha Distância
Distância barreira
Categoria da de saída entre as
da prova até a
barreira até a 1ª Barreiras
linha de
Barreira
chegada
Sub-20;
Sub-23; 100 m 83,8 cm 13,0 m 8,5 m 10,5 m
Adulto
Sub-18;
20;23 e 400 m 76,2 cm 45,0 m 35,0 m 40,0 m
Adulto
MASCULINO - BARREIRAS
Distância
Distância
da última
Altura da linha Distância
Distância barreira
Categoria da de saída entre as
da prova até a
barreira até a 1ª Barreiras
linha de
Barreira
chegada
Sub-23;
110 m 1,067 m 13,72 m 9,14 m 14,02 m
Adulto
Sub-20;23
400 m 91,4 cm 45,0 m 35,0 m 40,0 m
e Adulto
FEMININO - OBSTÁCULOS
MASCULINO - OBSTÁCULOS
Fonte: Pixabay.
4x100 m; Médley 4x
Feminino 4x100 m 4x
(100,200,300 e 75
Masculino 4x400 m 60m
400m) m
Além disso, temos outras distâncias que podem ser disputadas no revezamento:
4x200m, 4x800m, Revezamento Medley de Longa Distância 1200m-400m-800m-
1600m e 4x1500m.
O bastão, que pode ser de madeira, metal ou outro material rígido em uma peça
única, deve ser um tubo liso, oco, de seção circular com 28 a 30 cm de
comprimento, pesando no máximo 50 g.
Nas provas de 4 × 100 m, a corrida ocorrerá inteiramente em raia marcada, ou
seja, cada atleta em sua raia.
Nos 4 × 400 m, a corrida terá início em raia marcada e, depois, será realizada em
raia livre.
Nos revezamentos 4x100m e 4x200m e para a primeira e segunda passagens no
Revezamento Medley, cada zona de passagem deve ter 30 m de comprimento,
dos quais a linha de interseção ca 20m à frente do início da zona. Para a
terceira passagem no Revezamento Medley e nos 4x400m e mais os
revezamentos longos, cada zona de passagem deve ter 20m de comprimento,
do qual a linha de interseção é o centro.
Em todos os revezamentos, o bastão tem que ser passado dentro da zona de
passagem.
O atleta deverá segurar o bastão durante toda a prova, e quem derrubá-lo
deverá pegá-lo para dar prosseguimento à passagem. A queda do bastão, desde
que não atrapalhe outros, não implica a desclassi cação da equipe.
O bastão não deve ser lançado, apenas entregue na mão do companheiro de
equipe.
“A marcha atlética é uma progressão de passos, executados de tal modo que o atleta
mantenha um contato contínuo com o solo, não podendo ocorrer (a olho nu) a perda
do contato com o mesmo. A perna que avança deve estar reta (ou seja, não exionada
no joelho) desde o momento do primeiro contato com o solo, até a posição ereta
vertical” (Confederação Brasileira de Atletismo, 2020).
Figura 10 - Quilômetros iniciais da prova de marcha atlética masculina.
Fonte: Pixabay.
20.000
m 20.000 10.000 10.000 5.000 2.000
Masculino
50.000 m m m m m
m
A saída ocorre nos mesmos moldes das provas de longa distância, ou seja: saída
alta e sob a voz de comando: “às suas marcas” e tiro de largada.
A chegada também ocorre na reta oposta, vencendo o atleta que cruzar a linha
de chegada primeiro.
A progressão de passos deve provocar uma manutenção contínua do contato
com o solo, ou seja, o pé que avança deve tocar o solo antes que o pé posterior
deixe o terreno.
A perna que avança deverá estar estendida, de modo que não haja exão do
joelho, do primeiro contato com o solo até a posição ereta vertical.
Ficam espalhados árbitros ao longo do percurso para avaliarem se os atletas
estão realizando a técnica de maneira correta.
Quando o competidor não está realizando a técnica de maneira correta, ele
pode ser advertido pelos árbitros, seja com uma placa amarela ou cartões
vermelhos. Quando, na opinião de três árbitros, o movimento não se encaixar na
de nição da marcha, o atleta será desquali cado.
A prova é caracterizada por uma corrida em um corredor, e ao nal dele o atleta deve
realizar uma impulsão na tábua e saltar o mais distante possível, realizando a queda
na caixa de areia.
Figura 11 - Queda na caixa de areia após a realização do salto
Fonte: Pixabay.
Fonte: Pixabay.
O principal objetivo do salto em altura é transpor a barra e, para que isto ocorra de
forma adequada e e ciente, o saltador deverá elevar o centro de gravidade acima da
barra e utilizar uma das técnicas permitidas pelo regulamento técnico da prova
(BARALDI e OLIVEIRA, 2019).
Figura 14 - Salto em altura estilo fosbury op
Fonte: Pixabay.
O salto com vara é considerado umas das modalidades esportivas mais difíceis de
serem praticadas, devido a sua complexidade. Além disso, é uma das provas que mais
evoluiu no quesito material, que se iniciou com a utilização das varas pesadas e
atualmente utiliza-se varas de carbono, que são mais leves e exíveis permitindo uma
melhor e ciência nos saltos.
Figura 15 - Salto com vara
Fonte: Pixabay.
Para o salto em altura o atleta deverá apenas um dos pés deverá realizar a
impulsão.
Cada saltador terá direito a três tentativas para ultrapassar a altura, sendo
eliminado da competição caso não consiga.
A tentativa será invalidada caso o sarrafo não permaneça nos suportes, ou caso o
saltador toque o solo ou a área de queda antes de ter ultrapassado o sarrafo,
obtendo quaisquer vantagens dessa ação.
O saltador poderá começar a saltar em qualquer altura anunciada pelo árbitro.
Caso falhe na primeira tentativa, poderá rejeitar a segunda e a terceira naquela
altura e, ainda, saltar em uma altura subsequente.
Nas competições, a ordem dos competidores será sorteada.
O sarrafo nunca será elevado em menos de 2 cm para o salto em altura e menos
de 5 para o salto com vara.
A vara, cuja superfície básica deve ser lisa, poderá ser de qualquer material,
comprimento ou diâmetro.
A tentativa será invalidada caso o sarrafo não permaneça nos suportes, ou caso o
atleta toque o solo ou a área de queda com seu corpo ou com a vara antes de ter
ultrapassado o sarrafo, obtendo quaisquer vantagens dessa ação.
No salto com vara a tentativa será invalidada caso o saltador altere a posição das
mãos durante o salto
O arremesso de peso foi uma das provas que também teve bastante mudanças na
sua técnica. É a única prova de arremesso do atletismo, e tem como objetivo
arremessar o implemento o mais longe possível.
Fonte: Pixabay
O peso deve ser maciço, de ferro, latão ou qualquer outro metal que não seja
mais macio que este último, ou um invólucro de qualquer um desses metais,
cheio de chumbo ou outro material.
O peso deverá ser arremessado de dentro do círculo, a partir de uma posição
estacionária, e sua queda deverá ocorrer nos limites internos do setor do
arremesso.
Ao arremessar, o atleta poderá tocar a borda interna do anteparo, mas não
poderá subir nem ultrapassá-lo.
O peso deverá partir do ombro, tocando ou estando bem próximo ao queixo, de
forma que não seja arremessado atrás da linha dos ombros.
O disco, cujas faces devem ser lisas e uniformes, poderá ser de madeira ou outro
material, sólido ou oco, envolto por um aro de metal em sua borda, que deve ser
arredondada.
O disco deverá ser lançado a partir de uma posição estacionária de um círculo
de 2,50 m de diâmetro, dividido externamente por uma linha pela qual o
lançador deverá deixá-lo (pela metade posterior) após sua queda no setor de
lançamento.
Na metade anterior, há um arco que coincide com a borda interna do círculo e
pode ser tocado lateralmente, mas não pode ser ultrapassado, já que isso
invalidará o lançamento.
A cabeça do martelo deve ser de ferro maciço ou de outro metal que não seja
mais macio que o latão ou um invólucro de qualquer um desses metais, cheio
de chumbo ou outro material sólido. O cabo deve ser inteiriço, com alças de
conexão nas extremidades, de arame de aço para molas. A empunhadura reta e
em forma de triângulo deve ser sólida e rígida sem qualquer tipo de conexão
articulada, mas conectada ao cabo.
O martelo deverá ser lançado, a partir de uma posição estacionária, de um
círculo de 2,135 m de diâmetro, dividido externamente por uma linha pela qual o
lançador deverá deixá-lo pela metade posterior após sua queda no setor de
lançamento.
Na metade anterior do círculo, há um arco que coincide com sua borda interna,
o qual pode ser tocado lateralmente, mas não ultrapassado no ato do
lançamento.
Uma prova que tem bastante relação aos nossos ancestrais que utilizam
implementos semelhantes para caçarem. Essa prova consiste em lançar o dardo o
mais longe possível dentro do setor de queda.
Fonte: Pixabay.
Peso 4 kg 3 kg
Disco 1 kg 750 g
Martelo 4 kg 3 kg 2 kg
A origem é novamente grega, pois este povo, sempre buscando a perfeição absoluta
ou a procura do atleta completo, criou em 708 a.C. uma fórmula de competição que
permitisse aos campeões menos dotados numa disciplina mostrar, num programa
mais complexo, as suas possibilidades. A prova consiste em um conjunto de provas do
atletismo realizadas por um mesmo atleta, em dois dias de competição.
1º dia: 100m com barreiras; salto em altura; arremesso de peso e 200m rasos
2º dia: salto em distância; lançamento do dardo; 800m rasos.
Decatlo
1º dia: 100 m rasos; salto em distância; arremesso de peso; salto em altura; 400 m
rasos.
2º dia: 110 m com barreiras; lançamento do disco; salto com vara; lançamento do
dardo; 1.500 m.
Cada uma das provas detém as suas próprias regras, conforme já vimos
separadamente. Mas destacamos algumas especí cas para as provas
combinadas:
Sugere-se a existência de um intervalo mínimo de 30 minutos, entre o nal e o
início de cada uma das provas da competição, e de 10 horas entre o nal da
prova do primeiro dia e o início da prova no segundo dia.
Sobre as regras individuais das provas, temos algumas mudanças para as
seguintes provas:
Fonte: Pixabay.
Fonte: Pixabay
SAIBA MAIS
Você sabia que o ex-maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima foi
condecorado com a medalha Pierre de Coubertin, uma honraria do
Comitê Olímpico Internacional a atletas que exempli cam o espírito
esportivo nas Olimpíadas - apenas 17 atletas já receberam o prêmio.
Foi possível veri car que sua origem, possui sua origem desde o início dos tempos, na era primitiva, na qual o homem
precisava correr, lançar, saltar, como meio de sobrevivência. Também foi possível observar que ao longo do tempo esses
movimentos básicos foram tomando forma e aperfeiçoados e deram origem à modalidade esportiva atletismo. Além
disso,
Apesar de ser apenas uma modalidade, o atletismo possui diversas provas com características diferentes que podem ser
divididas em blocos de provas: Corridas, Marcha atlética, Saltos, Arremesso e Lançamentos e, as provas combinadas. E cada
uma dessas provas apresenta suas características e regras especí cas.
Ao chegarmos no último tópico desta unidade, podemos veri car que apesar de sempre ser falado que o atletismo é o
esporte base para as outras modalidades, devido aos movimentos de correr, lançar e saltar, cada movimento desses
apresentam uma especi cidade dentro de cada prova, o que os diferencia das outras modalidades esportivas. Devendo
dessa forma nós pro ssionais o ver dessa forma para que não se perca a especi cidade do Atletismo.
Então, aluno(a), concluímos a primeira fase de nossa caminhada acadêmica, em direção à formação em Educação Física,
com foco nos esportes individuais.
E agora dando continuidade à nossa caminhada, vamos descobrir o que nos aguarda na Unidade II.
O atletismo, apesar de ser considerado um dos conteúdos clássicos da Educação Física, ainda é pouco difundido no Brasil.
Infelizmente, não há grandes di culdades para a constatação dessa triste realidade. Você quer ver? Pense em sua própria
trajetória escolar e identi que se o atletismo esteve presente em suas aulas de Educação Física durante os ensinos
fundamental e médio. Melhor dizendo, durante suas aulas de Educação Física na escola, você aprendeu atletismo? Até seu
ingresso no ensino superior, qual foi o seu contato com o atletismo? Conheceu, teórica e praticamente, as diferentes
possibilidades de corridas, saltos, arremessos e lançamentos?
Não se assuste se a resposta foi “não”; a nal, essa realidade, infelizmente, vem se repetindo quando a mesma pergunta é
feita a universitários, em especial a graduandos do Curso de Educação Física da UNESP-Rio Claro. Para se ter uma ideia,
dos 56 alunos matriculados na disciplina “Fundamentos do Atletismo” em 2002 (27 do curso de Bacharelado e 29 do curso
de Licenciatura em Educação Física), apenas 15 (27%) tiveram contato com o atletismo no período escolar que antecedeu a
Universidade, enquanto os 41 restantes (73%) não tiveram contato com essa modalidade esportiva no mesmo período.1
Ainda que uma leitura da pesquisa original deva ser feita,2 gostaríamos de ressaltar que, de maneira geral, a de ciência do
ensino do atletismo no período escolar que antecede a Universidade revela que os alunos chegam ao ensino superior
munidos de um conhecimento restrito acerca dessa modalidade esportiva, restando-lhes apenas um exíguo
conhecimento televisivo, quase sempre centrado em algumas poucas provas. Espero que, com você, esse processo tenha
sido diferente!
Somado à discrepância existente entre os que tiveram ou não contato com o atletismo no período escolar, notou-se que,
mesmo entre aqueles, a maioria esteve em contato com corridas, sobretudo as de velocidade, ou saltos em distância e em
altura, em detrimento de tantas outras provas que compõem o atletismo. Observou-se, também, que a maior parte dos
alunos que tiveram contato com o atletismo estudou em escola particular, conquanto as condições de estrutura física e de
materiais não devam ser consideradas como um impedimento para o ensino dessa modalidade esportiva, passível de
inúmeras adaptações.
Esse é um exemplo simples que retrata a de ciência em relação ao ensino do atletismo no ambiente escolar, repercutindo
em um desconhecimento dessa modalidade esportiva ao ingressar no ensino superior. Não sem propósito, vale a pena
proceder a outros aprofundamentos e novas investigações capazes de revelar as causas substanciais para justi car,
irrefutavelmente, as possibilidades de ensino do atletismo na escola.
Nesse sentido, observamos, de maneira geral, que o conhecimento do atletismo não é apenas restrito no campo teórico,
mas, sobretudo, no campo prático, que envolve a realização de movimentos propriamente ditos. Assim, do pouco que se
conhece dele, muito se confunde com a história particular de crianças – pobres, na maioria das vezes – que fazem da
marcha, das corridas, dos saltos, dos arremessos e dos lançamentos um meio para a sua sobrevivência e inserção social.
Além disso, o que se conhece do atletismo mistura-se muito com a história dos Jogos Olímpicos, a nal sempre fez parte de
sua programação, ainda que algumas provas tenham sido incorporadas mais recentemente. Assim, não é difícil
constatarmos que quase tudo o que se conhece sobre o atletismo está calcado em recordes, índices, marcas e
competições – sobretudo internacionais –, que deslumbram e emocionam os observadores mais atentos e que
acompanham as breves, escassas e esporádicas reportagens e informações veiculadas pela mídia brasileira.
É nesse sentido que, no Brasil, em época de Jogos Olímpicos – portanto, de 4 em 4 anos –, o atletismo, de mero
desconhecido da população, passa a divulgar nomes, provas, esforços físicos, conquistas e recordes, contando com o apoio
dos meios de comunicação de massa, sobretudo da televisão, até mesmo em horários de grande audiência. É nesse curto
espaço de tempo olímpico que grande parte da população brasileira entra em contato com as provas, os movimentos e as
glórias do atletismo, capazes de comover todos aqueles que acompanham o desempenho dos atletas, transformados pela
mídia em verdadeiros heróis.
Livro
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Filme
AUTORIA
Dr. Bruno Pereira Melo
Dr. Francisco de Assis Manoel
Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a) à segunda unidade da nossa apostila de Esportes
Individuais, “Conhecendo e Ensinando o Atletismo”.
Ao nalizar a unidade anterior, você deve ter se perguntado o que virá depois? E
como vamos ensinar essa modalidade que contém um elevado número de provas
com diferentes especi cidades? Vamos lá! Na etapa anterior conhecemos sobre a
modalidade Atletismo, o seu histórico, assim como as provas e suas características,
nesta unidade iremos dar prosseguimento ao conteúdo, de forma que você consiga
veri car como deve ser o ensinamento do atletismo em diferentes ambientes
(formais e informais). Além disso, você aprenderá como adaptar o local e material
para a prática da modalidade e a planejar uma aula/treino de Atletismo para
diferentes populações.
Ótimo estudo!
Para adentrarmos em nossa temática especí ca, questiono a você: você teve contato
com o atletismo nas suas aulas de Educação Física no ensino fundamental e médio?
Se sim, aprendeu todas as modalidades citadas na unidade anterior, assim como as
suas características e possibilidades dos grupos de provas?
Infelizmente, para grande parte de vocês a resposta foi não, e assim como vocês, a
maioria dos graduandos do Curso de Educação Física da UNESP-Rio Claro
matriculados na disciplina “Fundamentos do Atletismo” em 2002, em que apenas
(27%) tiveram contato com o atletismo no período escolar que antecedeu a
Universidade, enquanto os 73% não tiveram contato com essa modalidade esportiva
no mesmo período (MATTHIESEN, CALVO, 2003).
@freepik
E nesse ambiente o foco não será o desempenho, mas sim a vivência na modalidade,
para isso sugere-se a utilização de brincadeiras e jogos pré-desportivos em torno das
habilidades motoras básicas do atletismo, tais como: marchar, correr, saltar, lançar e
arremessar são, sem sombra de dúvida, aliadas importantíssimas na apreensão da
linguagem corporal em torno dessa modalidade esportiva (MATTHIESEN, 2007;
2012a).
De acordo com as dimensões, a seguir será apresentado cada uma das dimensões e
como aplicá-las nas aulas de atletismo baseado no modelo sugerido por Matthiesen,
2014.
Quais provas do atletismo devem ser vivenciadas pelos alunos nessa fase de
idade ou série que eles se encontram;
Quais movimentos devem ser executados por eles? Nesse ponto lembrando que
é apenas iniciação ao atletismo, então devemos focar nos movimentos básicos
ou chave para determinada prova;
Como os materiais/implementos o ciais e alternativos do atletismo devem ser
manuseados?
E de acordo com a idade, pode-se acrescentar algumas regras o ciais.
Nesta dimensão, a modalidade atletismo será aplicado no dia a dia das alunos,
utilizando o mesmo como instrumento para estimular a re exão sobre as normas,
valores e atitudes (BRASIL, 1998) que pode in uenciar positivamente o
comportamento dos alunos perante seus colegas e demais pessoas de seu convívio,
aprimorando o relacionamento social (família/amigos) fora do ambiente de ensino
aprendizagem (MATTHIESEN, 2014).
Ao se planejar as atividades, alguns pontos devem ser abordados nas aulas, podemos
destacar:
Explore todos os tipos, isto é, para cima, para baixo, para os lados, com um ou dois pés,
antes de ensinar os saltos especí cos de cada prova. Nessas provas devem ser
contabilizados os saltos, para evitar lesões.
Fonte: o autor
Ao tratarmos do atletismo em ambientes informais abordaremos o atletismo
direcionado para competições, em que daremos um pouco mais de enfoque no
treinamento para melhoria da técnica de cada prova. Partimos do princípio que os
indivíduos já passaram pelo processo de iniciação como abordado no tópico anterior.
Entretanto, gostaria de destacar que em clubes ou equipes de atletismo também
temos a parte de iniciação ao atletismo, e essa iniciação pode ser realizada da mesma
maneira em que foi trabalhado no tópico anterior, “Aspectos pedagógicos e
metodológicos para o ensino da técnica e tática do atletismo em ambientes formais
(dimensão conceitual, atitudinal e procedimental).”
Outro aspecto importante que se deve trabalhar nas corridas, são os educativos de
corrida ou exercícios coordenativos, abaixo alguns deles (MATTHIESEN, 2017).
Entretanto, de acordo com o nível de aprendizagem dos alunos, pode-se variar e
aumentar a complexidade deles. Além disso, os praticantes de outras provas também
podem realizar esses educativos especí cos de corrida, assim como, os educativos
especí cos de cada prova.
Figura 13 - Fases da corrida
Tempo de reação
Força e velocidade de sprint
Resistência de sprint
Os treinamentos devem ter foco para a melhoria dessas variáveis. Nas provas de
velocidade teremos a saída de blocos, que fazem muita diferença na largada e no
resultado nal da prova, devendo dedicar uma parte dos treinos voltado para eles,
principalmente nas provas mais curtas. É recomendado que treine os mais variados
estímulos possíveis (sonoros, visuais, de diferentes posições).
Figura 14 - Sequência completa da saída de bloco.
Em relação às corridas rasas de meio fundo e fundo que vão de 800 a maratona, o
que devemos priorizar no planejamento dos treinamentos são as características
bioenergéticas das provas, ou seja, na prova de 800 m temos umas contribuição
maior do metabolismo anaeróbio em relação ao aeróbio, e essa proporção vai
mudando de acordo com que vai aumentando a distância da prova. Dessa forma, o
primeiro passo é realizar a classi cação bioenergética da prova antes de iniciar a
prescrição de treinamento. Outro fator de extrema importância a se trabalhar nessas
provas é o ritmo de corrida (MATTHIESEN, 2014).
A técnica da corrida sobre barreiras é formada por três fases: impulsão, transposição e
recepção. A transposição tem como objetivo principal minimizar o tempo de
suspensão. Para que isto ocorra de forma rápida, é necessário dominar a técnica, pois
ela permitirá ao atleta cumprir esse objetivo (LOHMANN, 2011; BARALDI e OLIVEIRA,
2019).
De acordo com Baraldi e Oliveira (2019), os saltos, em geral, são divididos em quatro
fases:
Fase suspensão ou voo (fase aérea): nesta fase, para os saltos horizontais (em
distância e triplo), o saltador deverá evitar a redução da distância do tamanho do salto
e deve preparar-se para a queda. Nos saltos verticais (em altura e com vara), o saltador
deverá evitar a redução da altura do percurso para assegurar a boa transposição da
barra.
A fase de queda: nesta fase, para os saltos horizontais, o saltador deverá minimizar a
distância do contato inicial dos pés com o solo. Já no salto triplo, cada queda de cada
salto é utilizada como transição para o salto seguinte. Nos saltos verticais, a queda
deverá ser utilizada de forma segura para evitar lesões.
Com algumas particularidades, o salto com vara tem algumas adaptações para o uso
do implemento (vara). Porém, no salto triplo, temos a mesma sequência feita por três
vezes consecutivas.
No salto em distância ainda podemos destacar três estilos de saltos: grupado, arco e
passada no ar (ou hitch kick) hoje utilizado pela grande maioria dos atletas de alto
nível (MATTHIESEN, 2017).
Figura 19 - Tipos de saltos em distância
O salto em altura é uma das provas que mais evoluiu no atletismo, devido aos
diferentes tipos de saltos que contribuíram para a melhoria das marcas. Dentre os
saltos podemos destacar: o estilo tesoura, utilizado na iniciação, não tem a
necessidade de um colchão; o estilo “rolo ventral”; e o mais utilizado atualmente, o
estilo “fosbury op”, ou de costas (MATTHIESEN, 2017).
A técnica O’Brien, é também conhecida como arremesso de costas, é uma das mais
utilizadas em todo o mundo (PETRIS, 2016). No que diz respeito ao arremesso do peso
lateral, segundo Matthiesen (2017).
Sugere-se que, na fase de aprendizado, se inicie pelo arremesso do peso
lateral sem deslocamento (parado). A partir dele, o aluno poderá
aprender o arremesso do peso lateral com deslocamento, inicialmente
sem que haja troca de pés (reversão), até que se tenha condições de
realizá-la. Na sequência do aprendizado e de acordo com as
possibilidades do arremessador, outros estilos poderão ser
experimentados, como o estilo O’Brien e o estilo rotacional (ou com giro),
ambos inicialmente sem a troca de pés (reversão) até que se tenha
condições de realizá-la (MATTHIESEN, 2017). O que se deve priorizar no
ensino do arremesso do peso é que peso não deve perder o apoio com o
pescoço até o momento nal do arremesso e o mesmo deve ser
empurrado para cima e para frente.
Matthiesen (2017), destaca alguns erros comuns que ocorrem em cada uma das
provas e possíveis exercícios para correção:
Para
MATERIAL UTILIZADO
CONFECCIONAR
Para
MATERIAL UTILIZADO
CONFECCIONAR
Para
MATERIAL UTILIZADO
CONFECCIONAR
O primeiro passo para o planejamento das aulas é ter um objetivo do que irá
trabalhar na aula. Para o nosso exemplo de aula/ treino, iremos desenvolver a prova
de salto triplo, que é uma das provas que mais trouxe vitórias para o Brasil no
atletismo.
Como vimos no início desta unidade, a atletismo no ambiente escolar pode ser
planejada seguindo as três dimensões (BRASIL, 1998), e nas aulas veremos como
elas se interagem no planejamento e decorrer da mesma.
Conceitual: Conhecer o salto triplo como sendo a prova em que o Brasil mais
conquistou medalhas olímpicas no atletismo.
É nessa parte em que iremos explorar a parte procedimental, em que tem que ser
desenvolvidas atividades que proporcione aos alunos a vivenciarem a prova.
@davit85 em freepik
Ao nal da aula, o professor deverá fazer uma avaliação do aprendizado dos alunos
para dessa forma planejar as aulas seguintes.
@freepik
1. O treino começa com um aquecimento de corrida, por exemplo, ou podendo
utilizar outras formas para o aquecimento.
2. Educativos: realiza-se alguns que são comuns para todas as provas e depois
realiza os que são especí cos para a prova do salto triplo.
Nessa parte temos dois tópicos especí cos para trabalhar: A técnica do salto e
treinamento de força. Normalmente trabalha-se a parte técnica antes das outras
partes, quando o objetivo é a melhoria da técnica.
Nessa parte temos a volta a calma, que pode ser realizada alguma atividade de baixa
intensidade seguida de um período de alongamento. Em alguns lugares os atletas
têm à disposição sioterapeutas que sempre realizam alguma ação para acelerar o
processo de recuperação muscular.
SAIBA MAIS
A prova de salto triplo foi a que os brasileiros mais tiveram destaque no
atletismo. São eles: Adhemar Ferreira da Silva, cuja melhor marca foi
16,56 m, obtida em 16/03/1955 durante os Jogos Pan-Americanos
realizados na Cidade do México, consagrando-se recordista mundial da
prova até 28/07/1958, quando o soviético Oleg Ryakhovsky o superou,
saltando 16,59 m. Além disso, Adhemar consagrou-se campeão do salto
triplo nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, e de Melbourne, em
1956.
Fonte: o autor.
Chegamos ao m da Unidade II de nossa apostila Esportes Individuais e, durante
nossa caminhada, no primeiro tópico veri camos como deve ser o ensinamento do
atletismo no ambiente formal (escolas). Podemos compreender que as atividades
nesse ambiente devem ter mais o foco de vivência na modalidade atletismo, devendo
priorizar as brincadeiras para promover a iniciação ao atletismo.
Apesar de ser uma modalidade realizada na pista e que utiliza diversos materiais, no
tópico 3 vimos algumas alternativas de local para a prática da modalidade, além da
adaptação de material para a prática da modalidade
Ao chegarmos no último tópico desta unidade, podemos veri car que apesar de
sempre ser falado que o atletismo é o esporte base para as outras modalidades,
devido aos movimentos de correr, lançar e saltar, cada movimento desses
apresentam uma especi cidade dentro de cada prova, o que o diferencia das outras
modalidades esportivas. Devendo dessa forma nós pro ssionais o ver dessa forma
para que não se perca a especi cidade do Atletismo.
Concluímos mais uma etapa em busca de novos conhecimentos acerca dos Esportes
Individuais, e nessa unidade encerramos a modalidade Atletismo. Espero que ela faça
parte das suas aulas e treinos futuramente. Vamos com ânimo para próxima unidade,
pois nela você aprenderá uma nova modalidade esportiva.
Até mais!
Atletismo feminino nos Jogos Olímpicos
Livro
Livro
Filme
AUTORIA
Dr. Bruno Pereira Melo
Dr. Francisco de Assis Manoel
Olá, aluno(a), bem-vindo(a) à Unidade III da nossa apostila de Esportes individuais!
Sim, caro aluno(a) é isso mesmo! Mas para que você tenha sucesso, o conhecimento
sobre a história da natação, os cuidados em ambiente aquático e as regras o ciais é
algo indispensável. Portanto, dedique-se aos estudos e mergulhe na leitura!
Vamos em frente?
Ótimo estudo!
Compreender os cuidados em
ambiente aquático e processo de
ensino-aprendizagem.
Conceituar e contextualizar a
caracterização e as regras o ciais da
natação.
AUTORIA
Dr. Bruno Pereira Melo
Dr. Francisco de Assis Manoel
Qual a origem da natação? Esta será a primeira pergunta que iremos responder! De
fato, nós podemos imaginar que a natação não deve ser um esporte tão recente, os
primeiros registros históricos sobre a natação foram encontrados no Egito no ano
5000 a.C, entretanto, nesta época, a natação ainda não era considerada um esporte,
mas sim uma mera função de sobrevivência em ambiente aquático (SAAVEDRA et
al., 2003). Na Grécia antiga, a natação era considerada fundamental para a formação
física de jovens e soldados, mas foi somente a partir do século XVII que os estilos de
nados e as regras começaram a ser estabelecidas (COB, 2020).
A FINA foi fundada em 1908 e é uma entidade reconhecida pelo Comitê Olímpico
Internacional (COI), responsável por administrar competições internacionais de
natação. Desde a determinação das medidas o ciais das piscinas de competição de
natação até as regras o ciais, as competições internacionais de natação seguem as
diretrizes estabelecidas pela FINA.
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Atualmente as competições o ciais de natação em piscinas fechadas incluem a
realização de quatro nados (crawl, borboleta, peito e costas) em diferentes
distâncias, realizados de forma individual ou combinados (medley). Mas isto nós
veremos com mais detalhes a seguir!
Portanto, nesta primeira parte vimos que a natação é uma modalidade esportiva
antiga que foi incluída pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Atenas de 1858 e as
criações das entidades regulamentadoras permitiu a evolução e a padronização da
natação como modalidade esportiva.
AUTORIA
Dr. Bruno Pereira Melo
Dr. Francisco de Assis Manoel
Caros alunos(as), até o momento, nós aprendemos sobre a história da natação e sua
organização por diferentes entidades nacionais e internacionais. A partir deste
ponto, iremos aprender como ensinar e trabalhar com natação com nossos futuros
alunos(as). Portanto, a primeira pergunta que devemos fazer é: como ensinar
natação? Quais os aspectos e cuidados que devemos ter ao trabalhar em um
ambiente aquático? Estas são algumas perguntas que iremos responder neste
tópico!
Vale ressaltar aqui que o meio aquático produz uma sensação de estímulos
diferente ao nosso corpo quando comparado ao meio terrestre. Por exemplo,
quando uma pessoa entra em um meio aquático (em uma piscina, por exemplo),
um conjunto de alterações siológicas ocorre dentro do nosso corpo, incluindo,
alterações no equilíbrio, na visão e audição, alterações na respiração, alterações no
sistema proprioceptivo e no sistema termorregulatório (CASTRO et al., 2016). Assim, o
objetivo principal da adaptação ao meio aquático é o desenvolvimento das
habilidades motoras básicas, tais como, equilíbrio, respiração e propulsão. Mas como
podemos trabalhar no desenvolvimento destas habilidades motoras? Esta é a
pergunta que iremos responder a seguir!
Assim como em qualquer atividade, devemos ter alguns cuidados para a realização
dos exercícios em ambientes aquáticos. Um dos primeiros cuidados está
relacionado à segurança da realização da atividade, isto envolve aspectos
relacionados à profundidade da piscina, a temperatura da água, bem como o grau
limpeza/pureza da água. Neste sentido, em piscinas profundas e/ou atividades com
crianças, o uso de utuadores é indispensável. Além disso, o monitoramento da
temperatura da água da piscina, bem como, dos produtos químicos utilizados para a
limpeza da mesma, devem ser realizados com frequência para que evitem quadros
de hipotermia (redução da temperatura interna do corpo) e a incidência de alergias
e/ou infecções (em decorrência dos produtos químicos utilizados na limpeza da
piscina) nos indivíduos praticantes.
Quadro 1 – Exemplos de atividades para o desenvolvimento de habilidades
motoras e adaptação ao meio aquático.
Objetivos
Tarefa
aquáticos
Equilíbrio,
Caminhar e/ou correr livremente pela piscina
propulsão
Respiração,
Passar por dentro de um bambolê que deverá estar
propulsão, imersão
abaixo do nível da água
e deslize
Flutuação,
equilíbrio,
Flutuar e empurrar um espaguete na piscina
respiração e
propulsão.
Portanto, nesta segunda parte aprendemos que uma das etapas iniciais do ensino e
aprendizagem da natação é a adaptação ao meio aquático. Vimos também que esta
etapa é uma das mais importantes nos estágios iniciais da natação que envolve o
desenvolvimento de habilidades motoras básicas, incluindo, o equilíbrio, o controle
da respiração, utuação, propulsão, imersão e deslize sobre a água. Além disso,
vimos também que a profundidade da piscina, a temperatura da água, bem como o
grau limpeza/pureza da água são um dos cuidados fundamentais para a realização
das atividades em ambientes aquáticos.
AUTORIA
Dr. Bruno Pereira Melo
Dr. Francisco de Assis Manoel
Caros alunos(as) chegamos na terceira parte desta apostila. Nesta fase iremos
aprender sobre os quatro nados da natação (crawl, peito, costas e borboleta). Iremos
compreender os fundamentos técnicos envolvidos em cada estilo bem como as
características de cada nado. Vamos juntos?
Alguns dos erros mais comuns do estilo crawl relacionados à posição do corpo e
durante o nado incluem: quadril e cabeça altos (fora da água), levar o braço
estendido à frente, levar o braço com a mão mais alta que o cotovelo, entrada da
mão na água muito próxima a cabeça, batida da perna com elevação excessiva para
fora da água e exão excessiva dos joelhos (NAKAMURA, 1997).
Figura 1 - Nado crawl
Os erros mais comuns do nado costas são: quadril baixo, lançar com violência o
braço para trás, manter os ombros dentro da água e a realização de movimentos de
pedalada com as pernas (NAKAMURA 1997).
Os erros mais comuns durante a realização do estilo peito são: iniciar a braçada sem
que os braços estejam completamente estendidos à frente e as palmas das mãos
estarem voltadas para fora; executar a tração dos braços diferentemente um do
outro; manter os joelhos e pés separados (assimetria do movimento) na fase de
exão dos joelhos; executar a pernada muito na superfície (com parte dos pés
saindo da água) e terminar a pernada com elas estendidas e separadas (NAKAMURA
1997).
Assim como o estilo peito, o nado borboleta é considerado um estilo que demanda
muita técnica durante a sua execução. O ciclo completo do estilo borboleta é
composto por uma braçada e duas pernadas. As fases durante a realização da
braçada incluem: 1) Entrada e apoio; 2) Puxada; 3) Empurrada e 4) Recuperação. As
fases 1 e 3 são consideradas fases propulsivas e as fases 2 e 4 são consideradas fases
não-propulsivas da braçada. Já as fases da pernada são divididos em 1) fase
descendente e 2) fase ascendente, sendo que, um ciclo de pernada completa
envolve a realização de ambas as fases duas vezes (SILVEIRA et al., 2012).
REFLITA
O conhecimento das regras da natação permite que você enquanto
estudante, professor ou treinador aprofunde os conhecimentos desta
modalidade esportiva. Além disso, possibilita você explorar e ter a
oportunidade de trabalhar em uma nova área com grandes
oportunidades: a arbitragem. A Confederação Brasileira de Desportos
Aquáticos promove cursos de arbitragem em natação para
pro ssionais, atletas e acadêmicos com aulas teóricas e práticas.
Aproveite!
Vamos lá?
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AUTORIA
Dr. Bruno Pereira Melo
Dr. Francisco de Assis Manoel
Olá, aluno(a), bem-vindo(a) à Unidade IV da nossa apostila de Esportes individuais!
Vamos em frente?
Ótimo estudo!
Ensino-aprendizagem da natação: do
nascimento a idade adulta.
Quando falamos de natação infantil, as primeiras perguntas que surgem são: Qual a
idade ideal para começar a natação? A partir de qual idade uma criança pode fazer
aulas de natação? Estas são algumas perguntas que muitos pais, avós e familiares
fazem com frequência aos professores e técnicos que trabalham com natação! Mas
a nal, existe uma idade mínima? Este será o tema que iremos aprender neste
primeiro tópico da unidade IV! Vamos lá?
Embora ainda não haja um consenso sobre qual a melhor idade para iniciar a
natação infantil, alguns autores na literatura cientí ca apontam que o início em um
programa de atividades aquáticas para bebês deve acontecer a partir dos três (03)
meses de idade, pois nesta fase a criança já consegue sustentar sua cabeça ou a
partir de seis (06) meses de idade, pois, nesta idade a criança já estará com suas
vacinas devidamente tomadas (SAAVEDRA et al., 2003). A natação infantil pode ser
dividida em fases de acordo com a faixa etária das crianças. O quadro 1 apresenta as
fases da natação infantil, bem como, as atividades que devem ser priorizadas em
cada uma das fases. Neste sentido, cabe aos professores orientar sempre os pais
sobre as faixas etárias para o início da natação infantil.
Quadro 1 – Fases da natação infantil e o desenvolvimento de atividades em
ambiente aquático.
Fases Atividades
A partir de
três (03)
É considerada uma das fases mais importantes para o
ou seis
desenvolvimento das crianças no ambiente aquático. Devem
(06)
enfatizar a adaptação ao ambiente aquático por meio de
meses até
atividades lúdicas, canções infantis, atividades de equilíbrio,
três (03)
postura, mergulho e socialização.
anos de
idade
Ao observar a imagem acima podemos pensar que ensinar natação não deve ser
algo tão simples, por isso você deve estar se perguntando: quais são as estratégias
pedagógicas para ensinar natação? Ou melhor, como ensinar natação? Estas são
algumas questões que iremos responder neste tópico! Vamos juntos?
Semanas Planejamento
2ª.
Adaptação; atividades lúdicas; deslocamento;
Semana
3ª.
Início ao trabalho respiratório; utuação;
Semana
4ª.
Deslocamento; respiração; utuação;
Semana
5ª.
Flutuação em decúbito dorsal, ventral e lateral; deslize;
Semana
7ª.
Respiração (frontal/lateral);
Semana
11ª.
Respiração bilateral; crawl; mergulho;
Semana
12ª.
Sincronização do nado crawl;
Semana
15ª.
Sincronização do estilo costas; crawl;
Semana
16ª.
Circuito de materiais; educativos dos estilos crawl e costas
Semana
Sabemos que o ensino da natação não é uma tarefa muito simples. Neste sentido,
diversos materiais de uso pedagógico favorecem o ensino da natação e são
comumente utilizados por diferentes técnicos e treinadores. O uso de utuadores,
tais como, bóias, pranchas e espaguetes, por exemplo, podem contribuir no
desenvolvimento de diversas habilidades, tais como, equilíbrio, utuação e deslize.
Outros materiais, tais como, bambolês, cones e pratinhos, por exemplo, são
comumente utilizados em atividades de imersão, propulsão e mergulho. E por m,
temos os materiais de uso obrigatório para aulas de natação, estes incluem os trajes
de banho, óculos e touca.
Obviamente, sabemos que existem dezenas de outros materiais que podem auxiliar
no processo de ensino da natação. Alguns deles podem ser utilizados para a
melhora do deslocamento, como por exemplo, pés de borracha (ou pés de pato),
outros podem contribuir para a melhora da capacidade física, tais como os halteres.
Mas, o objetivo aqui, não será listar cada uma dos materiais, mas é fazer vocês
perceberem que, embora o uso destes materiais possa facilitar o ensino da natação,
requer alguns cuidados ao utilizá-los.
Um dos principais cuidados ao
utilizar os materiais de apoio no
ensino à natação está associado à
higiene e o manuseio correto dos
mesmos. Por isso, sempre antes e
após utilizá-los é necessário a
veri cação da limpeza e condição de
uso.
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Além dos materiais de uso prático, ou seja, aqueles que podem ser utilizados
durante as aulas de natação, temos também os materiais de apoio aos professores.
Estes incluem apostilas e livros que apresentam informações relevantes sobre o
planejamento das aulas, bem como as estratégias e exemplos de exercícios e
atividades para serem utilizadas nas diferentes fases de ensino da natação. Por isso,
a leitura e o acesso aos livros didáticos são inevitáveis ao trabalhar com esta
modalidade esportiva.
Vale lembrar aqui, que o auxílio visual, ou seja, a utilização de materiais visuais, tais
como, imagens e vídeos podem não apenas ajudar os técnicos e professores no
planejamento das atividades, mas também durante a realização das aulas. Neste
sentido, a visualização da execução correta do movimento pelo aluno por meio de
vídeos, podem favorecer o ensino e a correção da técnica de nado realizada.
Portanto, cabe ao professor a escolha de quais materiais podem melhor auxiliar os
seus alunos no processo de ensino-aprendizagem da natação.
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Dr. Bruno Pereira Melo
Dr. Francisco de Assis Manoel
Caros alunos(as) esta é a última parte da unidade IV. Após compreendermos os
processos de ensino e aprendizagem da natação, os processos metodológicos e
pedagógicos, bem como, os materiais utilizados no ensino da natação, chegou a
hora de sabermos sobre a organização e estruturação das aulas de natação no
âmbito do esporte educacional e no âmbito de esporte de rendimento. Vamos em
frente?
A natação é uma das modalidades esportivas que deve ser ensinada no âmbito
escolar. Embora a falta de estrutura física e de materiais adequados para o ensino da
natação nas escolas seja um dos grandes desa os enfrentados por diferentes
professores, o ensino da natação durante as aulas de educação física pode promover
diversos benefícios ao aluno(a), como por exemplo, o desenvolvimento das
capacidades motoras como também as cognitivas, incluindo a melhora da atenção,
da concentração e do aprendizado.
Por outro lado, a natação no âmbito esportivo de alto rendimento pode ser
caracterizada por três diferentes fases: 1) iniciação; 2) aperfeiçoamento; e 3)
competitividade. A fase de iniciação compreende ao período inicial do aprendizado
da natação, ou seja, é a fase correspondente ao processo de adaptação ao ambiente
aquático até o aprendizado dos estilos de nado. A fase 2 é caracterizada pelo
aperfeiçoamento da técnica de nado, ou seja, após o aprendizado de todos os estilos,
o aluno passa a ser inserido em um programa de aperfeiçoamento da técnica de
nado, com exercícios e atividades que objetivam a melhora do desempenho físico.
Por m, a última fase da programação das aulas de natação no ambiente esportivo
de alto rendimento é caracterizada pela fase competitiva, na qual o aluno/atleta
passa a competir em diferentes campeonatos objetivando o alto rendimento
esportivo.
Trabalhar com a natação objetivando o alto rendimento requer o conhecimento não
apenas sobre as técnicas e métodos de treinamento, mas também sobre os
métodos de avaliação do desempenho esportivo, bem como o conhecimento sobre
a seleção e detecção de talentos esportivos. Aliás, selecionar e detectar talentos, até
hoje é um dos grandes desa os de técnicos e treinadores de diferentes equipes
competitivas de natação.
REFLITA
A natação é uma das modalidades esportivas mais praticadas por
pessoas de diferentes faixas etárias, incluindo crianças, adolescentes,
adultos e idosos. Por apresentar diversos benefícios à saúde, a natação
também tem sido recomendada para diferentes populações especiais,
incluindo, gestantes, pessoas com diabetes, pessoas com doenças
ósseas, entre outras. Portanto, a realização de aulas individuais ou em
grupos para essas pessoas é uma estratégia interessante de trabalho
para o pro ssional de Educação Física com ótimo retorno nanceiro.
Mas lembre-se, antes de iniciar as aulas de natação, o pro ssional deve
saber os riscos e os principais cuidados para trabalhar com tais
populações. Para isso, a participação em cursos de atualização e
capacitação é uma excelente alternativa para a obtenção de
conhecimento. Portanto, aproveite o período em formação e abranja os
estudos na área de natação!
Um grande abraço!
A presença dos pais nas aulas de natação infantil é sem dúvidas uma das rotinas mais
frequentes encontradas por diferentes professores atuantes na área. Mas a nal, a
presença dos pais ajuda ou atrapalha o desenvolvimento das crianças? Esta é a principal
pergunta que iremos responder neste tópico.
A natação é uma das modalidades preferidas pelos pais para seus lhos (as) logo nos
primeiros meses ou anos de vida. Por isso, o acompanhamento durante as atividades
aquáticas e durante as aulas de natação são cada vez mais frequentes. Neste sentido,
além dos alunos(as), os professores muitas vezes dividem o espaço da piscina com os
pais e/ou responsáveis das crianças. Portanto neste tópico iremos aprender os
benefícios da presença dos pais e os limites dos mesmos durante as aulas de natação
infantil.
A presença dos pais durante as aulas de natação para as crianças, principalmente nos
primeiros meses ou ano de vida, é sem dúvidas, de grande importância para a
adaptação e o desenvolvimento dos bebês no ambiente aquático. A realização de
tarefas e atividades junto aos pais reforça o vínculo de afetividade, proporciona a
sensação de segurança, além disso, contribui no processo de desenvolvimento motor,
psicológico, cognitivo e social dos bebês (CAMARGO et al., 2012). Entretanto, a
participação excessiva dos pais deve ser evitada, uma vez que, tal condição favorece a
relação de interdependência e em longo prazo, pode di cultar o desenvolvimento do
bebê. Neste sentido, saber os limites da participação dos pais durante as aulas de
natação infantil é de grande importância para o sucesso da atividade.
Fonte: o autor
Livro
Livro
Filme
Prezado(a) aluno(a),
Neste material, foi possível fazer uma viagem ao longo do tempo, veri cando que o
atletismo possui sua origem desde o início dos tempos, na era primitiva, na qual o
homem precisava correr, lançar, saltar, como meio de sobrevivência. Também foi
possível observar que ao longo do tempo esses movimentos básicos foram tomando
forma e aperfeiçoados e deram origem à modalidade esportiva atletismo. Além
disso, destacamos as inúmeras provas que compõem a modalidade atletismo, assim
como as suas regras especí cas.
Portanto caro(a) aluno(a) espero que esse material possa contribuir para sua
formação e seus conhecimentos a respeito das modalidades atletismo e natação.
Espero que a partir do conhecimento adquirido com esse material, você possa dar
continuidade aos estudos sobre a temática, contribuindo dessa forma com a
ampliação da sua bagagem de conhecimento. Parabéns pela imersão na leitura e
estudos!