Aula 07
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AULA
Estrutura da membrana
plasmática
objetivos
Meio Meio
Limite intracelular extracelular
Dê uma paradinha
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MÓDULO 1
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3. Os lipídeos são principalmente do tipo _______________
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e se organizam na membrana formando uma ___________
_____________________.
4. Os lipídeos da membrana se caracterizam por possuir uma
extremidade da molécula __________ e a outra _________.
Moléculas com essa natureza são chamadas _____________
_____________________.
Meio extracelular
Fernanda de Abreu / CEDERJ
Meio intracelular
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Biologia Celular I | Estrutura da membrana plasmática
Resumindo:
1. Todos os seres vivos são célu-
Vasconcelos Santos
meio intracelular do meio extracelular, a
membrana celular. Delimite na Figura 7.3
o meio intracelular e o meio extracelular.
Figura 7.3: Hemócito de molusco.
BÁSICO
Todas as células são limitadas por uma membrana que define
e separa o meio intracelular do extracelular. Dentro da célula, outros
compartimentos também são definidos por membranas. Um exemplo
disso é o núcleo, onde fica confinado o material genético. Outros exem-
plos que nos são familiares são as membranas que limitam o retículo
endoplasmático e as mitocôndrias (Figura 7.4).
Dados históricos
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MÓDULO 1
Como explicar a organização desses lipídeos numa membrana em
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que tanto o meio interno quanto o externo são hidrofílicos? A resposta foi
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dada em 1925 por Gorder e Grendel, estudando as membranas extraídas de
hemácias (os glóbulos vermelhos do sangue). Eles concluíram que os lipídeos
se organizam na membrana como uma camada dupla (bicamada).
Chamamos de folheto cada uma das camadas da bicamada lipídi-
ca. Assim, a membrana plasmática tem um folheto externo, voltado para
o meio extracelular, e um folheto interno, voltado para o citoplasma.
A Figura 7.5 representa uma bicamada de moléculas anfipáticas.
Os lipídeos da membrana
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Anéis
esteroides
rígidos
a b
a Micela b Lipossoma
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Dessa maneira, os grupos apolares das extremidades também não
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ficam em contato com a água. Guardadas as devidas proporções, as
micelas são semelhantes a bolhas de sabão, só que enquanto as bolhas
de sabão ficam em contato com o ar (tanto por dentro quanto por fora),
as micelas ficam em meio aquoso, além de serem muitíssimo menores.
Os fosfolipídeos
Figura 7.8: Os fosfolipídeos são formados por uma cabeça polar onde a um esqueleto
de glicerol ligam-se um fosfato e um radical orgânico. A cauda apolar é formada
por duas cadeias longas de ácidos graxos. Uma dessas pode ser insaturada.
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Os fosfolipídeos
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Meio extracelular
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Fernanda de Abreu / cedrj
Figura 7.10: Assimetria dos fosfolipídeos da
membrana. Os fosfolipídeos voltados para
o meio extracelular não são idênticos aos
voltados para o citoplasma.
Citoplasma
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Esteróis
b c
a
Figura 7.13: A estrutura do colesterol, com anéis aromáticos, torna a molécula bastante rígida: (a) fórmula plana;
(b) fórmula esquemática, apontando em cinza médio a parte hidrofílica da molécula, em cinza-claro os anéis
carbônicos e em preto a cauda de hidrocarbonetos; (c) fórmula tridimensional onde o oxigênio da hidroxila
aparece em cinza, os carbonos em preto e os hidrogênios em branco.
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Elas se dispõem por entre as moléculas dos fosfolipídeos, conferindo
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maior rigidez à membrana e aumentando sua resistência à deformação.
Assim, quanto mais ricas em colesterol, menos fluidas são as membranas,
porque os anéis aromáticos do colesterol atrapalham o movimento das cau-
das dos fosfolipídeos, que são muito flexíveis. Se, por um lado, isso soa como
uma desvantagem, por outro, a presença de colesterol entre as moléculas de
fosfolipídeos dificulta sua cristalização em baixas temperaturas. Para haver a
formação de um cristal, é preciso que os fosfolipídeos se aproximem muito,
o que é dificultado pelo colesterol (Figura 7.14).
Os glicolipídeos
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Domínios lipídicos
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quando foi descoberto que algumas regiões da bicamada lipídica têm
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fluidez menor que o resto da bicamada que as cerca. Esta menor fluidez
é resultante da aglomeração de fosfolipídeos de cadeias longas – espe-
cialmente esfingomielina e colesterol nessas regiões. As caudas de ácidos
graxos desses lipídeos se emaranham, formando assim um conjunto que
não se mistura com o resto e se move em conjunto, como se fosse uma
jangada flutuando no mar. Nessa comparação, a jangada seria o conjunto
de lipídeos de menor fluidez (ou seja, com menor liberdade de se mistu-
rar aos outros), e o mar em volta seria todo o resto da membrana. Por
esta razão, as plataformas lipídicas foram denominadas lipid rafts, pois
raft, em inglês significa jangada, em português. O maior comprimento
das cadeias de ácidos graxos desses lipídeos aumenta a espessura da
bicamada nessas regiões, formando verdadeiras plataformas lipídicas
(Figura 7.16), denominação que adotaremos neste texto.
Glicolipídeo
Colesterol
Glicoproteína
Figura 7.16: As plataformas lipídicas
são regiões da membrana onde se con-
centram lipídeos de cadeias longas,
especialmente do tipo esfingolipídeos
e colesterol. Consequentemente,
a bicamada nessas regiões é mais
espessa, menos fluida, e só proteínas
com determinada extensão podem
se inserir ali.
Plataforma lipídica
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Resumo
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• As membranas são fluidas porque os lipídeos que as compõem movem-se o
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tempo todo, fazendo flexão das cadeias de ácidos graxos, rotação, translocação
e, raramente, flip-flop.
• Existem regiões menos fluidas na bicamada lipídica, as plataformas lipídicas,
ricas em ácidos graxos de cadeia longa e colesterol.
• Regiões diferenciadas em termos de composição lipídica, função e fluidez das
membranas constituem domínios de membrana.
Exercícios
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