Gastopúblicocomserviçosdesaúde Castro 2023

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE SAÚDE
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO HOSPITALAR

Marília Vitória Castro Mesquita

GASTO PÚBLICO COM SERVIÇOS DE SAÚDE NO ESTADO DO RIO


GRANDE DO NORTE: REPASSES DE RECURSOS PARA O SETOR
PRIVADO COMPLEMENTAR AO SUS

NATAL/RN
2023
Marília Vitória Castro Mesquita

GASTO PÚBLICO COM SERVIÇOS DE SAÚDE NO ESTADO


DO RIO GRANDE DO NORTE: REPASSES DE RECURSOS
PARA O SETOR PRIVADO COMPLEMENTAR AO SUS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à coordenação da
Escola de Saúde da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito parcial à obtenção do
título de Tecnólogo em Gestão
Hospitalar.
Orientadora: Prof. Dra. Isabelle
Maria Mendes de Araújo

NATAL/RN
2023

Esta obra está licenciada com uma licença Creative Commons Atribuição 4.0
Internacional. Permite que outros distribuam, remixem, adaptem e
desenvolvam seu trabalho, mesmo comercialmente, desde que creditem a
você pela criação original. Link dessa licença:
creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Bertha Cruz Enders - Escola de Saúde da UFRN -
ESUFRN

Castro, Marilia Vitoria.


Gasto público com
serviços de saúde no
estado do Rio Grande do
Norte: repasses de
recursos para o setor
privado complementar ao
SUS / Marilia Vitoria
Castro Mesquita. - 2023.
25f.: il.

Universidade Federal do
Rio Grande do Norte,
Centro de Ciências da
Saúde, Escola de Saúde,
Curso Superior de
Tecnologia em Gestão
Hospitalar. Natal, RN,
2023.
Orientação: Profa. Dra.
Isabelle Maria Mendes de
Araújo.

1. Financiamento da
assistência à saúde - TCC.
2. Gasto público - TCC. 3.
Economia da saúde - TCC.
I. Araújo, Prof. Dra.
Isabelle Maria Mendes de.
II. Título.

RN/UF/BS-Escola de Saúde
CDU 614(81)

Elaborado por MAGALI ARAUJO


DAMASCENO DE OLIVEIRA - CRB-
15/519

Marília Vitória Castro Mesquita

GASTO PÚBLICO COM SERVIÇOS DE SAÚDE NO ESTADO DO RIO


GRANDE DO NORTE: REPASSES DE RECURSOS PARA O SETOR
PRIVADO COMPLEMENTAR AO SUS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao curso de
Tecnologia em Gestão Hospitalar,
da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como requisito
parcial à obtenção do título de
Tecnólogo em Gestão Hospitalar.

Aprovada em: 29 / 11 / 2023

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dr(a). Isabelle Maria Mendes de Araújo


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Prof. Dr. Matheus De Sousa Mata


Membro interno
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Prof. Me. Sedruoslen Guelir Cavalcanti Costa


Membro externo
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE NATAL/RN

"Aos pilares do meu crescimento e


suporte incondicional: minha
querida mãe, Doraci e Minha irmã
Michely, cujo amor e orientação
moldaram cada passo deste
caminho acadêmico. Aos amigos
que foram mais do que colegas,
mas irmãos de jornada na UFRN -
Gabriel Park, Lara Fabian e Gisely
Galdino - agradeço pelas risadas
compartilhadas, pelo apoio mútuo
e pelas memórias inesquecíveis.
Aos amigos da CRU-UFRN, Cintia,
Meyrielli, Beatriz, Vizinhos e CHB-
Natal, fonte de inspiração e força
nos momentos desafiadores,
obrigado por mostrar que a
perseverança e a paixão são as
chaves para o sucesso. Este
trabalho é dedicado a vocês, com
imensa gratidão e carinho."
AGRADECIMENTOS

Gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos a todas as


pessoas e entidades que tornaram este trabalho possível. Primeiramente,
agradeço à minha orientadora, a professora Isabelle Maria Mendes de Araújo
pela orientação, apoio e valiosas sugestões que foram fundamentais para a
conclusão deste projeto. Meus agradecimentos também vão para os
participantes da banca avaliadora, Matheus de Sousa Mata e Sedruoslen
Guelir Cavalcanti Costa, cujas contribuições foram essenciais para o
desenvolvimento deste trabalho.

Além disso, expresso minha gratidão aos amigos e familiares que


forneceram incentivo, compreensão e apoio durante todo o processo. À
UFRN, pelo acesso às instalações e recursos necessários para a realização
desta pesquisa, meu muito obrigado.
“A saúde particular é tão privada quanto a saúde pública.”

Juahrez Alves
GASTO PÚBLICO COM SERVIÇOS DE SAÚDE NO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE: REPASSES DE RECURSOS PARA O SETOR
PRIVADO COMPLEMENTAR AO SUS

PUBLIC EXPENDITURE ON HEALTH SERVICES IN THE STATE OF RIO


GRANDE DO NORTE: TRANSFERS OF RESOURCES TO THE PRIVATE
SECTOR COMPLEMENTARY TO SUS

Marília Vitória Castro Mesquita

RESUMO

Este estudo observou o repasse de recursos públicos para o setor privado da


saúde no Estado do Rio Grande do Norte através de serviços de saúde
conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), buscando entender como
estão sendo realizados investimentos na prestação de serviços à população.
A pesquisa abordou a alocação orçamentária da saúde do Rio Grande do
Norte (RN) para o setor privado, relacionada à prestação de serviços aos
usuários do SUS entre os anos 2018 a 2020. Para isso, foram analisados
dados financeiros dos Termos de convênios com o objetivo de verificar o
gasto público com serviços conveniados do setor privado da saúde no estado
do Rio Grande do Norte, evidenciando os contratos de assistência à saúde
via setor privado. Espera-se com este estudo evidenciar o gasto público com
serviços de saúde através da relação financiamento/produção do SUS
conveniado ao setor privado. Evidencia-se a importância de uma análise
crítica e sistemática dos gastos públicos em saúde, em especial na relação
entre o setor público e privado, para garantir uma prestação de serviços de
qualidade e efetiva para a população. É nesse cenário que surge a
importância de investigações que analisem o gasto público com
procedimentos e serviços conveniados com o setor privado, como é o caso
do estudo que visa avaliar o modelo adotado no estado do RN, a importância
de avaliações contínuas e uma reflexão crítica sobre as parcerias entre os
setores público e privado, visando fortalecer o sistema de saúde do Brasil.

Palavras-chave: Financiamento da Assistência à Saúde; Economia da


saúde; Gasto Público.

ABSTRACT

This study investigated the transfer of public resources to the private health
sector in the State of Rio Grande do Norte through health services affiliated
with the Unified Health System (SUS), seeking to understand the efficiency
and impact of these investments in the provision of services to the population.
The research addressed the budgetary allocation of RN health to the private
sector, related to the provision of services to SUS users between the years
2018 and 2020. For this, financial data from the terms of agreements were
analyzed with the aim of verifying the expenditure of the public sector with
services contracted by the private health sector in the state of Rio Grande do
Norte, highlighting health care contracts via the private sector. This study is
expected to highlight public spending on health services through the
financing/production relationship of the SUS contracted with the private
sector. The importance of a critical and systematic analysis of public health
expenditure is evident, especially in the relationship between the public and
private sector, to guarantee the provision of quality and effective services for
the population. It is in this scenario that the importance of investigations that
analyze public spending on procedures and services agreed with the private
sector arises, as is the case of the study that aims to evaluate the model
adopted in the state of RN, the importance of continuous evaluations and
critical reflection on partnerships between the public and private sectors,
aiming to strengthen Brazil's health system.

Keywords: Health Care Financing; Health economics; Public Spending.

1. INTRODUÇÃO

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal


de 1988 como uma política pública para garantir o acesso universal,
igualitário e integral à saúde. Sua implementação trouxe mudanças
significativas no cenário da saúde pública brasileira, consolidando princípios
como a universalidade, equidade e integralidade. O SUS é composto por
diferentes esferas de gestão (federal, estadual e municipal) e oferece uma
ampla gama de serviços, desde atenção primária até procedimentos de alta
complexidade.

A saúde pública é um dos pilares fundamentais para o


desenvolvimento socioeconômico de uma nação. No Brasil, o Sistema Único
de Saúde (SUS) desempenha um papel crucial na oferta de serviços à
população, abrangendo desde atendimentos básicos até procedimentos mais
complexos. No entanto, a gestão eficiente dos recursos públicos destinados à
saúde é um desafio constante, especialmente quando se trata da
comparação entre os serviços próprios do SUS e os conveniados ao setor
privado.(ARAUJO,2015)

A oferta de serviços de saúde pelo SUS engloba tanto a rede própria


quanto a conveniada ao setor privado. A rede própria compreende hospitais e
unidades de saúde geridas diretamente pelo poder público, enquanto a rede
conveniada estabelece parcerias com instituições privadas para ampliar a
oferta de serviços. A escolha entre essas modalidades impacta diretamente
os custos e a eficiência na prestação de serviços, sendo fundamental para a
compreensão da dinâmica financeira do sistema.(BRASIL,2003)

O financiamento adequado é essencial para a eficácia e


sustentabilidade de sistemas de saúde. No contexto brasileiro, o
financiamento do SUS é composto por recursos provenientes de fontes
variadas, incluindo orçamento da União, estados e municípios, além das
contribuições sociais. A análise do gasto público em saúde torna-se crucial
para identificar áreas que demandam mais investimentos e garantir uma
distribuição equitativa dos recursos.

No entanto, a aplicação dos princípios do SUS no estado do Rio


Grande do Norte torna-se relevante para investigar essa dinâmica,
considerando as particularidades de sua estrutura de saúde e a diversidade
de sua população. Por outro lado, quando ocorre uma maior busca por
serviços prestados pelo setor privado, podem surgir desafios relacionados ao
controle de custos, especialmente em procedimentos conveniados, gerando a
necessidade de estabelecer grupos de controle para uma gestão mais
eficiente.

A portaria nº 1.034, de 5 de maio de 2010. Dispõe sobre a


participação complementar das instituições privadas com ou sem fins
lucrativos de assistência à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). A análise desse gasto público deve levar em consideração a produção
ambulatorial e hospitalar, bem como os repasses de recursos pactuados
entre as instituições públicas e privadas(Ministério da Saúde, 2010.) Dessa
forma, é possível avaliar se os recursos estão sendo bem utilizados e se os
serviços oferecidos estão atendendo às necessidades da população.

Além disso, é importante destacar que essa análise foi realizada de


forma transparente e objetiva, a fim de garantir a prestação de contas e a
efetividade das políticas públicas na área da saúde. O acesso à informação é
um direito fundamental do cidadão e deve ser respeitado em todas as esferas
da administração pública.

Esta pesquisa se justifica na necessidade de compreender como o


dinheiro público é alocado e gerenciado no setor de saúde, especialmente
diante das diferentes modalidades de atendimento oferecidas pelo SUS.
Nesse sentido, este artigo tem como objetivo verificar o gasto público em
serviços públicos que foram conveniados com o Setor Privado de saúde no
Estado do Rio Grande do Norte mediante a análise de tabelas contendo o
demonstrativo de repasses de recursos para as empresas conveniadas à
SESAP-RN.

Além disso, o estudo busca contribuir com a discussão sobre a


eficiência do modelo adotado no estado do RN, analisar o gasto público com
procedimentos e serviços conveniados com o setor privado pela SESAP-RN
e SMS-Natal no Rio Grande do Norte entre 2018 e 2020, com sistematização
de repasses de recursos pactuados quanto à produção ambulatorial e
hospitalar, considerando as implicações econômicas. Pretende-se oferecer
subsídios para uma tomada de decisão mais embasada e eficiente por parte
das autoridades de saúde, avaliando como os recursos públicos são
distribuídos nas parcerias público-privadas com os serviços de saúde
conveniados ao Estado, identificando as diferenças financeiras e suas
possíveis implicações na prestação de serviços.

2. MÉTODO
Trata-se de estudo descritivo-exploratório de abordagem
quantitativa sobre os gastos públicos com a assistência à saúde garantida
por serviços contratados via setor privado, conveniados ao SUS no estado
do Rio Grande do Norte entre os anos 2018 a 2020. Nesse sentido,
faremos uma análise dos valores faturados pelo setor privado através de
contratos e convênios de procedimentos custeados pela Secretaria da
Saúde Pública (SESAP-RN) realizados nesse período, coletados
diretamente da secretaria pela professora tutora para o desenvolvimento
de projeto de pesquisa.
Serão demonstrados dados de repasses, oriundos tanto do governo
estadual como do governo municipal, que evidenciam a quantidade de
recursos destinados a instituições privadas, tanto no ambiente hospitalar
quanto ambulatorial.
No contexto de um estudo sobre gastos públicos com saúde, você
pode utilizar o Excel para organizar, analisar e visualizar os dados
orçamentários, analisando os dados para identificar tendências ao longo
dos anos e diferenças entre os gastos com os serviços percentuais
(BRASIL,2011). Foram utilizadas ferramentas de gráficos e tabelas do
Excel para criar representações visuais dos dados, como gráficos de
barras. Esses gráficos ajudam a visualizar e comunicar os padrões e
tendências nos gastos de forma mais clara.
Foram levantados dados primários para o presente estudo, a saber,
dados primários: documentos da SESAP-RN sobre a pactuação em
contratos e convênios com o setor privado e sobre repasse financeiro os
serviços conveniados ao SUS; verificando o Orçamento Geral do Município
- OGM e o Orçamento Geral do Estado - OGE.
Para compreender melhor a eficiência do sistema de saúde pública
no Rio Grande do Norte, é imprescindível analisar o gasto público com
procedimentos e serviços conveniados com o setor privado. A Secretaria
de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP-RN) e a
Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS-Natal) são responsáveis por
gerir os recursos destinados à saúde pública no estado do RN e na capital.
Destaca-se que essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e
Pesquisa da UFRN, parecer 5.986.887/2023.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As tabelas apresentadas a seguir detalham a distribuição dos gastos


públicos com serviços de saúde no Estado do Rio Grande do Norte,
discriminando os valores alocados para os serviços conveniados ao Sistema
Único de Saúde (SUS) ao longo dos anos de 2018 a 2020. Os valores totais
foram obtidos por meio de levantamento direto dos relatórios orçamentários
divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado, nos quais foram compilados
os gastos discriminados em repasses para instituições conveniadas e
alocados em tabelas.

Tabela I - Repasses de recursos para o setor privado no RN, por


esfera de governo, ano.
SIA Competencia 2018 - 2020 Sistema de Informação
ambulatorial (SIA)
ANO TOTAL OGM TOTAL OGE

2018 975.477,02 1.328.814,20

2019 2.465.770,93 1.540.154,36

2020 3.544.491,32 1.786.200,79

Tabela II - Repasses de recursos para o setor privado no RN, por


esfera de governo,
SIH Competencia 2018 - 2020 ano. Sistema de
Informação
ANO TOTAL OGM TOTAL OGE
Hospitalar(SIH)
2018 24.405.476,85 37.274.149,71

2019 31.152.980,96 47.990.602,43

2020 38.625.218,14 59.345.425,18

Ao longo dos anos, observou-se um aumento significativo nos


repasses destinados à saúde no Estado do Rio Grande do Norte, tanto por
meio do Orçamento Geral do Município (OGM) como do Orçamento Geral do
Estado (OGE). Pode-se observar valores de mais de 144 milhões em
repasses, além de aumentos de 22 milhões de 2018 para 2020 apenas nas
OGE’s recolhidas do sistema de informação hospitalar.
OGM e OGE

Iniciaremos observando as variações dos custos por procedimento ao


longo dos anos de 2018 a 2020, considerando o repasse financeiro por
produção e empresa conveniada ao SUS.

Tabea III - Repasse financeiro para o setor privado, por esfera de


governo 2018.

Competência 2018
EMPRESA PLUS
Produção hospitalar OGM OGE
Clinica Ortopedica e Traumat de Natal
6.412.740,28 9.619.110,44
LTDA - Memorial
Cooperativa dos Anestesiologista do RN -
4.088.340,88 6.132.511,28
Coopanest
Cooperativa dos Médicos do RN -
5.038.635,30 8.628.887,36
Coopmed
Cooperativa dos Médicos do RN -
284.328,84 426.493,29
Coopmed Pedro Germano
Hospital do Coração de Natal LTDA (leitos
3.871.828,19 5.807.742,30
de UTI)
Hospital do Coração de Natal LTDA -
2.083.225,17 3.124.837,74
INCOR (leitos de UTI)
Prontoclinica da Criança Dr Paulo Gurgel 1.447.985,57 2.171.978,42
Sociedade Professor Heitor Carrilho 210.661,90 315.992,84
Natal Hospital center - Hospital Rio Grande 967.730,72 1.046.596,04
TOTAL Hospitalar 24.405.476,85 37.274.149,71
Produção Ambulatorial OGM OGE
Cope Med RN 131.497,73 225.195,67
Clínica de fraturas 44.973,14 67.459,71
Hospital do coração 103.254,97 154.882,57
Hospital Memorial 59.609,38 89.414,05
Incor Natal 206.738,40 310.107,64
Instituto de Ortopedia de Natal 281.396,03 419.093,93
Prontoclínica Paulo Gurgel 41.773,74 62.660,63
Carda Serviço Médicos 106.233,63 0,00
TOTAL Ambulatorial 975.477,02 1.328.814,20
TOTAL Geral 25.380.953,87 38.602.963,91
Tabela IV - Repasse financeiro para o setor privado, por esfera de
governo 2019.

Competência 2019
EMPRESA PLUS
Produção hospitalar OGM OGE
Clinica Ortopedica e Traumat de Natal
7.330.035,25 10.995.052,84
LTDA - Memorial
Cooperativa dos Anestesiologista do RN -
4.569.634,19 6.854.451,28
Coopanest
Cooperativa dos Médicos do RN -
5.933.490,63 10.161.366,91
Coopmed
Cooperativa dos Médicos do RN -
214.880,02 322.320,03
Coopmed Pedro Germano
Hospital do Coração de Natal LTDA (leitos
4.693.405,78 7.040.108,72
de UTI)
Hospital do Coração de Natal LTDA -
4.973.162,23 7.459.743,33
INCOR (leitos de UTI)
Prontoclinica da Criança Dr Paulo Gurgel 2.191.899,71 3.287.849,60
Sociedade Professor Heitor Carrilho 101.422,90 152.134,36
Natal Hospital center - Hospital Rio Grande 1.145.050,25 1.717.575,36
TOTAL Hospitalar 31.152.980,96 47.990.602,43
Produção Ambulatorial OGM OGE
Cope Med RN 172.737,35 295.820,13
Clínica de fraturas 41.485,16 62.227,74
Hospital do coração 133.769,21 200.653,83
Incor Natal 54.886,30 82.329,45
Instituto de ortopedia de Natal 274.395,46 411.593,22
Prontoclínica Paulo Gurgel 282.120,00 423.179,88
Air Serviços Médicos Consul 42.900,08 64.350,11
Carda Serviço Hospitalar 1.346.194,24 0,00
Natal Hospital center - Hospital Rio Grande 117.283,13 0,00
TOTAL Ambulatorial 2.465.770,93 1.540.154,36
TOTAL Geral 33.761.639,48 49.533.756,79

Tabela V - Repasse financeiro para o setor privado, por esfera de


governo 2020.
Competência 2020
EMPRESA PLUS
Produção hospitalar OGM OGE
Clinica Ortopedica e Traumat de Natal
8.788.050,84 13.182.076,27
LTDA - Memorial
Cooperativa dos Anestesiologista do RN -
5.522.071,49 8.283.107,26
Coopanest
Cooperativa dos Médicos do RN -
6.450.967,85 11.047.569,72
Coopmed
Cooperativa dos Médicos do RN -
256.155,68 420.713,52
Coopmed Pedro Germano
Hospital do Coração de Natal LTDA (leitos
5.194.662,27 7.791.993,37
de UTI)
Hospital do Coração de Natal LTDA -
8.501.746,71 12.752.620,11
INCOR (leitos de UTI)
Prontoclinica da Criança Dr Paulo Gurgel 2.550.396,77 3.825.595,13
Sociedade Professor Heitor Carrilho 63.788,69 95.683,03
Natal Hospital Center - Hospital Rio
1.297.377,84 1.946.066,77
Grande
TOTAL Hospitalar 38.625.218,14 59.345.425,18
Produção Ambulatorial OGM OGE
Cope Med RN 168.382,71 288.328,63
Clínica de fraturas 31.850,60 47.775,90
Hospital do coração 129.116,74 184.843,02
Hospital Memorial 63.531,07 95.296,60
Incor Natal 263.854,63 375.139,99
Instituto de Ortopedia de Natal 251.486,54 376.679,25
Prontoclínica Paulo Gurgel 34.849,01 52.273,54
Clinica RX USG 45.384,99 105.581,16
Carda Serviço Médicos 2.287.908,54 0,00
SIP 135.642,74 203.464,12
LIGA 14.804,19 22.206,29
CID 23.074,87 34.612,29
DIGEPROCTO 94.604,69 0,00
TOTAL Ambulatorial 3.544.491,32 1.786.200,79
TOTAL Geral 42.169.709,46 61.131.625,97

Os resultados da análise dos dados proporcionam uma visão


questionadora sobre a eficiência do gasto público com serviços de saúde no
estado do Rio Grande do Norte. A variação dos custos por procedimento
revela insights importantes sobre a dinâmica financeira, permitindo identificar
áreas de maior ou menor eficiência na alocação de recursos.

Os gráficos 3, 4 e 5 exibem a evolução dos repasses ao longo dos


anos, destacando se houve um aumento, diminuição ou estabilidade nos
investimentos destinados a cooperativas ou entidades do setor privado na
área da saúde. Os gráficos 1 e 2 mostram a evolução do repasse total de
recursos para o setor privado.

Gráfico 1: Sistema de Informação ambulatorial (SIA) Competência 2018 -


2020

Elaborado pela autora, 2023


Gráfico 2: Sistema de Informação Hospitalar (SIH) Competência 2018 -
2020
Elaborado pela autora, 2023

Os gráficos a seguir apresentados mostram a série histórica de


repasse de recursos por empresa e o acúmulo de fundos públicos do estado
do Rio Grande do Norte pelo Capital da Saúde. Ano a ano, observa-se um
aumento consistente nos valores repassados a diversas empresas do setor
de saúde no RN. Isso sugere um aumento nas demandas e um acúmulo de
fundos públicos pelo setor privado, valor este que poderia ser investido em
melhorias do Sistema Único de Saúde para suprir demandas que hoje são
repassadas para o setor privado.

Gráfico 3: Clinica Ortopedica e Traumat de Natal LTDA - Memorial


El
aborado pela autora, 2023

Foram identificados valores discrepantes nos registros financeiros da


Clínica Ortopédica e Traumatológica de Natal LTDA durante a análise do
período estudado, com ênfase no ano de 2020. A análise detalhada das
tabelas III, IV E V revelou divergências significativas nos repasses,
totalizando um valor superior a 21 mil, levantando a necessidade de uma
investigação aprofundada. No ano de 2018 para 2019 o aumento foi de
917.294,97 mil nos repasses municipais, sendo superado por mais de 2
milhões no ano seguinte. O mesmo pode ser observado com os repasses
estaduais tendo como aumento do ano de 2019 para 2020 2.187.023,43
milhões investidos nesta clínica.

O ano de 2020 foi marcado por desafios extraordinários devido à


pandemia de COVID-19, o que impactou diversas áreas, incluindo a gestão
financeira de instituições de saúde. As condições excepcionais desse período
requerem uma abordagem cautelosa na análise das discrepâncias
identificadas. Pode-se observar também pelo exemplo da Incor Natal - Clínica
de especialidades de Natal/ RN - que, em ambiente ambulatorial, ainda que
tenha ocorrido uma queda significativa dos repasses no ano de 2019 com
uma queda em mais de 151 mil, o ano de 2020 torna a subir, superando os
valores de 2018 e atingindo o valor 208.968,33 mil com um aumento
significativo de mais de 360 mil em repasses municipais. Assim como o
ocorrido em âmbito municipal, o orçamento geral estadual acusa uma queda
de 227.778,19 mil do ano de 2018 para 2019 e um exorbitante aumento de
292.810,54 mil no ano seguinte, mesmo se levarmos em conta o COVID-19
como um dos fatores desse aumento, segue sendo impactante os resultados
alencados.

Gráfico 4: Incor Natal

Elaborado pela autora, 2023

O aumento significativo nos repasses do SUS para o setor privado em


2020 é um ponto de análise relevante e pode ser explorado de diversas
maneiras. Vale salientar que observar a sustentabilidade financeira desse
aumento nos repasses, considerando as implicações a longo prazo para o
sistema de saúde, auxilia a garantir que o aumento não compromete a
estabilidade financeira do SUS.

Gráfico 5: Cooperativa dos Médicos do RN - Coopmed Pedro Germano


Elaborado pela autora, 2023

As cooperativas muitas vezes prestam serviços de saúde em parceria


com o setor público, e os repasses para essas entidades podem gerar gastos
questionáveis(VIEIRA, F. 2016). Em comparativo às clínicas privadas,
apresenta-se o caso da Cooperativa dos Médicos do RN - Coopmed Pedro
Germano que possui uma variabilidade nas transferências. É possível
observar uma grande quantidade de valor repassado, principalmente do ano
de 2019 para 2020 com um percentual de mais de 25% de crescimento de
valor. Tendo em vista que as cooperativas são associações formadas por
pessoas que se unem voluntariamente para atender a objetivos econômicos,
sociais e culturais compartilhados, devemos levar em consideração que se os
repasses transferidos para essa cooperativa fossem investidos no SUS
próprio, estaria fortalecendo a rede pública própria de serviços de saúde.

Avaliação dos Resultados Obtidos

Os resultados obtidos foram avaliados à luz dos objetivos propostos


neste estudo. Discutindo o impacto da variação dos custos por procedimento
na eficiência financeira do sistema de saúde do RN. Além disso,
identificamos as possíveis implicações da comparação entre os valores
médios do faturamento privado e do faturamento próprio do SUS na alocação
de recursos e na qualidade dos serviços oferecidos(RAIMUNDINI, S. 2004)
A complementaridade no setor privado pode afetar negativamente a
qualidade dos serviços públicos de saúde oferecidos à população. Isso
ocorre porque o apoio do Governo ao setor privado de saúde, em detrimento
do fortalecimento do sistema público, impede a consolidação plena do SUS
como um sistema de saúde público, estatal, universal e de qualidade. A
mercantilização e privatização da saúde, que são contrárias aos princípios e
ao arcabouço legal do SUS, também contribuem para a disputa de interesses
diametralmente antagônicos na área da saúde, prejudicando a população
usuária da rede de serviços públicos. Priorizam-se, portanto, os
procedimentos que dão lucro.

Essas críticas refletem uma preocupação mais ampla sobre a maneira


como os recursos públicos estão sendo alocados no setor de saúde no Rio
Grande do Norte e em todo o Brasil, “A saúde passa a ser vista como
mercadoria, transitando, em não raras situações, da esfera dos direitos para
a esfera do mercado no qual o contrato de compra e venda determina o
acesso aos atendimentos. Vê-se que se tem uma inocultável inversão dos
papéis: os serviços oferecidos pelas instituições privadas deixam de ser
complementares ao SUS e se tornam, às vezes, quantitativamente
superiores.”(SILVA, E.; BIZERRA, F, 2017)
4. Conclusão
Este estudo desempenha um papel crucial ao fornecer uma visão do
financiamento da saúde setor privado para observar como os serviços
próprios do Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços conveniados ao
setor privado se relacionam. A relevância deste estudo pode ser destacada
em vários aspectos tais como a tomada de decisões informada fornecendo
informações valiosas para gestores de saúde e autoridades públicas no RN,
permitindo uma tomada de decisões mais informada na alocação de
recursos e no desenvolvimento de políticas de saúde e a eficiência na
gestão de recursos, contribuindo para a identificação de áreas de eficiência
e ineficiência na gestão de recursos, promovendo a otimização dos
investimentos públicos em saúde.
Em última análise, o aumento nos repasses do SUS para o setor
privado representa uma resposta dinâmica às circunstâncias desafiadoras.
A conclusão ressalta a importância da adaptação eficaz do sistema de
saúde, a necessidade de avaliações constantes e a reflexão crítica sobre as
parcerias entre setores público e privado para fortalecer o sistema de saúde
brasileiro.
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