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FICHAMENTO I - Ivone

Fichamento de textos

Enviado por

Marta Nascimento
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Discente: Marta de Oliveira Nascimento

Biografia do Autor

Nascido no ano de 1953, na cidade de Minas Gerais região vale do Rio Doce, Ailton
Keenan participa do movimento socioambiental e luta pela defesa dos direitos dos
povos indígenas. Além de ter participação ativa na fundação da Aliança dos Povos
da Floresta e da União das Nações Indígenas (UNI).

Sendo reconhecido como líder histórico dos movimentos indígenas, desempenhou


um papel crucial na conquista e lutar dos indígenas na CF88. Vale mencionar
também os atribuídos desenvolvidos pelo mesmo, os quais são confecção de
poemas, contribuinte das ações ambientais, desenvolvimento do pensamento
críticos racional conhecido como Filosofia, e sobre os atributos institucionais, ele
também é doutor honoris pela Universidade Federal de Minas (UFMG) e (UFJF)
Universidade Federal de Juiz de Fora.

Fichamento

KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2020.

“A ideia de que os brancos europeus podiam sair colonizando o resto do mundo


estava sustentada na premissa de que havia uma humanidade esclarecida que
precisava ir ao encontro da humanidade obscurecida”. (Pg.8)

“No começo do século XXI, algumas colaborações entre pensadores com visões
distintas originadas em diferentes culturas possibilitam uma crítica dessa ideia.
Somos mesmo uma humanidade?”. (Pg.8)

“E nós legitimamos sua perpetuação, aceitamos suas decisões, que muitas vezes
são ruins e nos causam perdas, porque estão a serviço da humanidade que
pensamos ser”. (Pg.8)
“Como justificar que somos uma humanidade se mais de 70% estão totalmente
alienados do mínimo exercício de ser? A modernização jogou essa gente do campo
e da floresta para viver em favelas e em periferias”. (Pg.9)

“Estar com aquela turma me fez refletir sobre o mito da sustentabilidade, inventado
pelas corporações para justificar o assalto que fazem à nossa ideia de natureza”.
(Pg.9)

“Fomos, durante muito tempo, embalados com a história de que somos a


humanidade. Enquanto isso enquanto seu lobo não vem. Fomos nos alienando
desse organismo de que somos parte, a Terra, e passamos a pensar que ele é uma
coisa e nós, outra: a Terra e a humanidade”. (Pg.10)

“Definitivamente não somos iguais, e é maravilhoso saber que cada um de nós que
está aqui é diferente do outro, como constelações”. (Pg.10)

“Se existe uma ânsia por consumir a natureza, existe também uma por consumir
subjetividades as nossas subjetividades. Então vamos vivê-las com a liberdade que
formos capazes de inventar, não botar ela no mercado”. (Pg.15)

“Enquanto a humanidade está se distanciando do seu lugar, um monte de


corporações espertalhonas vai tomando conta da Terra. Nós, a humanidade, vamos
viver em ambientes artificiais produzidos pelas mesmas corporações que devoram
florestas, montanhas rios”. (Pg.15)

Comentários

A obra de Krenak se trata de uma entrevista elaborada e organizada em três partes,


as quais são partilhadas em duas palestras realizadas em Lisboa no ano de 2017 e
2019 e da adaptação de uma entrevista feita com ele em 2017. O autor traz como
relevante ponto a capacidade da autodestruição da humanidade, baseando-se na
exploração da natureza em excesso. Apresentando o modo de vida dos povos
indígenas como uma tentativa de reparação e diminuição dessa devastação, ele
também vai questionar sobre a humanidade se visualizar como humanidade. E
assim apontar para o leitor o seguinte questionamento “Somos mesmo humanidade?
“. A ideia de humanidade para o autor serve de objeto de manobra para justificativa
do uso da violência em momentos históricos, uma vez que foi utilizada a ideia de
trazer luz por intermédio do processo civilizatório a uma humanidade obscura e foi
através de trocas com a “humanidade esclarecida” que se deu esse processo, pois
as mesmas já eram civilizadas. Já na atualidade é recorrente as migrações dos
camponeses para as favelas e residências periféricas, servindo de mão de obra
barata, sendo apagada suas histórias e identidades e tudo isso para continuidade
desse processo. O texto aponta também a alienação existente por parte dessa
civilização, a qual não se reconhece como pertencente e nem como parte da
natureza. Desta forma, é dada origem da dualidade entre natureza e a terra é a partir
disso que ocorre o distanciamento do homem e de suas origens e a resolução
adotada para esse problema seria a ideia do autor, a qual diz “tudo é natureza. O
cosmo é natureza”. É ainda abordado um terceiro ponto e nesse a uma sugestão de
deslocamento da “sociedade homogênea”, a qual o consumo virou Deus e tomou
lugar de uma tão sonhada cidadania da “ Sub-Humanidade”, sendo esses pequenos
grupos como indígenas, quilombolas, caiçaras e aborígenes, os quais prezam pela
vida orgânica e consciência ambiental. Uma vez que esse método de vida adotado
pelos mesmos sempre foi uma pedra nos calçados das grandes corporações. Para o
autor, esse distanciamento entre homem e natureza tende a suprimir as relações
dessas “ Sub-Humanidades”. Negando seus diversos modos de vida e suas
pluralidades culturais.

Mais além, no discorrer do texto ainda é apontado a forma como os grandes


economistas apropriam-se do termo ‘recursos naturais’, Uma vez que não consegue
promover a extensão da relação íntima existente, por exemplo, entre o povo Krenak
e o Rio Doce, o qual é chamado Wantu, ou avô; e o Antropoceno, caracterizado por
um “apego a uma ideia fixa de paisagem da Terra e de humanidade e como é
colocado no vocabulário científico a sustentabilidade, vista pelo autor como um
“mito”, para levar a sociedade a crê numa reparação quando na verdade só há
devastação e, caos e agressão à natureza. Contudo nas palavras ditas pelo autor
existia uma explicitação sobre a reflexão dos possíveis “ fins de mundo”, e como os
povos originários lutam para retardação desse processo e preservação de sua
cultura.

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