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Introdução aos mandibulados
objetivos
Pré-requisito
Rever Aulas 3, 4, 5, 14, 15, e 17.
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GNATOSTOMADOS
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Vocês se lembram da aula em que conversamos sobre o fato de o
desenvolvimento ser uma evolução observável? Pois é, uma outra teoria
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para explicar o surgimento da mandíbula se baseia no desenvolvimento.
Vamos pensar um pouco sobre isso. Como podemos explicar a evolução
através do desenvolvimento? Ora, larvas de organismos não possuem
ossos ou cartilagens, muito menos mandíbula. Apesar disso, organismos
mandibulados adultos apresentam, obviamente, mandíbula. Assim,
observando o desenvolvimento de um único indivíduo ao longo de
sua vida, podemos ter uma idéia de como aconteceu o aparecimento MESÊNQUIMA
da mandíbula na história evolutiva dos mandibulados. A primeira São células não
diferenciadas do
teoria para explicar esse aparecimento tem base em duas evidências mesoderme que
originam cartilagens e
independentes. esqueleto.
A primeira é que embriologicamente a mandíbula tem origem
JUVENIS
na parte superior do MESÊNQUIMA. Essa mesma região do mesênquima,
São os indivíduos
nos organismos sem mandíbulas (como os anfioxos – Figura 23.2 e os jovens de uma
determinada
JUVENIS de lampréias), se desenvolve em elementos cartilaginosos que espécie, ou seja, os
indivíduos que ainda
suportam o velum. A importância do VELUM é ser uma das primeiras não atingiram a
regiões a condrificar na região da faringe e serve para selecionar partículas maturidade.
alimentícias sugadas para o interior da boca. Esse velum dos organismos VELUM
sem mandíbula poderia ser homólogo à estrutura mandibular, ou seja, a É uma região que
seleciona partículas
mandíbula poderia ter se desenvolvido a partir de algumas modificações alimentícias sugadas
nessa região. para o interior da boca
dos agnatos.
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PLACODERMAS
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Imagine um peixe de nove metros de
comprimento em que toda a metade
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anterior fosse formada por uma camada
óssea espessa. O alto custo energético
de manutenção da flutuabilidade do
animal pode os ter levado à extinção. Seu
corpo era achatado dorsoventralmente,
com SUPERFÍCIE VENTRAL plana lembrando
a superfície de um tubarão. Como
Figura 23.3: A foto de um membro do Museu de História
esse grupo é conhecido apenas pelo Natural da Suíça preparando um exemplar de Dunkleosteus,
um placoderma fóssil que chegou a medir nove metros
registro fóssil, não sabemos que cores de comprimento.
Você já deve ter ouvido falar que “tal espécie é menos evoluída do que tal espécie”, não é? Pois
é, a maneira como estamos tratando da evolução pode leva-lo a concluir que estamos falando dos
animais “menos evoluídos” primeiro e, depois, dos mais evoluídos. Por exemplo, em seu livro didático
de Biologia, os invertebrados são abordados antes dos vertebrados. No nosso curso de Diversidade
dos Seres Vivos, também fazemos o mesmo. Mas a razão é simples, é que estamos falando de
tempo. Ou seja, o registro fóssil indica que os invertebrados surgiram antes dos vertebrados, e os
peixes surgiram antes dos mamíferos. Por essa razão, este curso, e a maior parte da bibliografia em
Biologia, aborda a disciplina por essa forma cronológica. Mas vamos pensar um pouquinho sobre
essa questão de mais evoluído. O que significa ser mais evoluído? Se o organismo mais evoluído é
aquele que evoluiu mais tempo, então os organismos mais evoluídos que existem são as bactérias,
pois elas estão evoluindo há mais de três bilhões de anos! Portanto, essa questão de uma espécie
ser mais evoluída do que outra não existe. Todas as espécies se originaram de um ancestral comum e
foram evoluindo. Algumas foram se diferenciando tanto morfologicamente, que outros nomes eram
atribuídos às novas espécies, mas a origem é a mesma. No caso dos peixes, por exemplo, você não
deve enxergá-los como um mero passo para os anfíbios. Simplesmente, algumas linhagens de peixes
se diferenciaram em organismos que deram origem aos anfíbios. Eles não são um simples passo, pois
o sucesso evolutivo dessa linhagem é enorme: mais de 24 mil espécies, enquanto apenas quatro mil
espécies de mamíferos são conhecidas! Essa diversidade de espécies permite aos peixes ocuparem
praticamente toda superfície da Terra coberta por água.
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CONDRÍCTIES
São órgãos
dos machos com a função de conduzirem o esperma no momento da
copuladores dos cópula. Entretanto, essa característica é uma sinapomorfia apenas para
tubarões.
as espécies atuais, já que algumas espécies fósseis do Devoniano não
apresentavam essa estrutura. Por outro lado, os machos de algumas
espécies de placodermas as possuíam embora não fossem condrícties.
ATAQUES DE TUBARÕES
A primeira coisa que vem à cabeça quando mencionamos a palavra tubarões é ataque, não é mesmo?
Realmente, ataques de tubarões a seres humanos são comuns em muitas praias do mundo. No Brasil, o
maior número de ocorrências é no Estado de Pernambuco, onde 36 ataques já foram registrados, com
122 fatalidades. No Estado do Rio de Janeiro, apenas 6 ataques constam nos autos, com apenas uma
fatalidade, em 1946. Na Austrália, por outro lado, 124 ataques de tubarões já foram registrados e cerca
de 50% deles foram fatais. Entretanto, as praias mais perigosas em termos de ataques de tubarões são as
do Estado da Flórida (EUA), que já registraram 474 ataques. Ao contrário do que muitos pensam, a maior
parte desses ataques não é contra surfistas, mas contra nadadores; a seguir vem os surfistas e logo depois
os mergulhadores. A maior parte dos ataques não provocados é do grande tubarão branco, Carcharodon
carcharias. Especialistas dão aos banhistas algumas dicas para diminuir os riscos no mar, por exemplo, evitar:
1) entrar na água sozinho; 2) nadar para longe da costa; 3) entrar na água à noite, quando os tubarões são
mais ativos; 4) entrar na água com ferimentos ou em período menstrual; 5) entrar com jóias que reflitam
a luz, chamando atenção do tubarão.
Entretanto, apesar de todas essas observações podemos dizer que os tubarões são vítimas de preconceito.
Para você ter uma idéia, o número de mortes por ano associadas a picadas de abelhas e vespas é bem
maior do que o de ataques de tubarões. Portanto, preste atenção às dicas e aproveite a sua praia!
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Antigamente, os pesquisadores consideravam os condrícties
como os gnatostomados mais primitivos. Isso porque a cartilagem
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é ontogeneticamente precursora e é substituída por osso durante
o desenvolvimento do indivíduo. Todavia, trabalhos mais recentes
de mons tra ram que a car ti la gem é uma adap ta ção em bri o ná ria,
confirmada pela presença de tecido ósseo nos condrícties. Os mais antigos
restos de condrícties conhecidos são escamas isoladas encontradas no
Siluriano superior da Ásia, embora somente a partir do Devoniano médio
passou-se a conhecer restos esqueléticos bem preservados desse grupo.
O grupo mais importante de condrícties são os elasmobrânquios.
Esse grupo inclui os tubarões e as raias e é conhecido desde o Siluriano
superior. Caracterizam-se por possuírem, entre outras particularidades:
1) duas nadadeiras dorsais (na superfície superior de seu corpo) geral-
mente acompanhadas por grandes espinhos com dentículos; 2) uma
nadadeira anal.
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TELEOSTOMI
ACANTÓDIOS
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Entretanto, como já mencionamos, o ponto mais conflitante com
relação aos acantódios diz respeito às relações de parentesco desse grupo com
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os outros gnatostomados. Os acantódios já foram considerados condrícties,
osteícties, placodermas, ou uma Classe à parte. Atualmente, há um consenso
considerando este grupo como uma Classe, formando o grupo mais próximo
dos Osteichthyes. Embora os acantódios não tenham sido formalmente
propostos como um grupo natural, existe uma concordância geral de que
estes formam um grupo natural baseado nos seguintes caracteres derivados,
como: 1) presença de espinhos nas nadadeiras; 2) dentes sem esmalte.
OSTEÍCTIES
a 23.7: Diversidade de
ties: peixe pulmonado,
nto, e tetrápode e um
fero, um golfinho, um
ego.
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RESUMO
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O desenvolvimento da mandíbula é tido como um dos eventos mais importantes
da história evolutiva dos animais. Isso porque a mandíbula garante aos vertebrados
o acesso a uma alimentação diferenciada e ativa, ao invés de apenas filtradores.
Os animais com mandíbulas podem ser divididos em três grandes grupos:
os placodermas, os condrícties e os osteícties. Desses três grupos, apenas os
placodermas não possuem representantes vivos, ou seja, são um grupo extinto
de peixes. Todos os placodermas eram recobertos por uma carapaça óssea
ornamentada e muito espessa, que cobria toda a metade anterior do corpo do
animal. A Classe dos Chondrichthyes é atualmente representada por novecentas
espécies, geralmente conhecidas como os tubarões, as raias (Elasmobranchii) e as
quimeras (Holocephalii). Os representantes iniciais dessa classe eram organismos
parecidos com os tubarões atuais. O esqueleto dos condrícties não é composto por
ossos como o dos outros vertebrados, mas apenas por cartilagem, como nossas
orelhas. Trabalhos recentes demonstraram que a cartilagem é uma adaptação
embrionária, confirmada pela presença de tecido ósseo nos condrícties. Os
condrícties são divididos em elasmobrânquios e quimeras. O último grande grupo
de animais com mandíbulas são os osteícties. Esse grupo é dividido, por sua vez,
em actinopterígios e sarcopterígios. Enquanto, no primeiro grupo está a maior
parte da diversidade de vertebrados existente atualmente, no segundo estão os
peixes pulmonados, os celacantos, e os tetrápodos. Os actinopterígios apresentam,
como sinapomorfia, nadadeiras com raios dérmicos, enquanto os sarcopterígios
apresentam dentes esmaltados.
EXERCÍCIOS
2. O que são os acantódios? Qual sua importância para a evolução dos vertebrados?
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