Monopol I 10003553
Monopol I 10003553
Monopol I 10003553
DE BRITADORES CÔNICOS
Rio de Janeiro
Junho 2009
ANÁLISE DA BRITABILIDADE DE MINÉRIOS E PREVISÃO DA CAPACIDADE
DE BRITADORES CÔNICOS
Examinada por:
________________________________________
Prof. Luís Marcelo Marques Tavares, Ph.D.
________________________________________
Prof. Fernando Luiz Bastian, Ph.D.
________________________________________
Bernardo Piquet Carneiro, Eng.
I
“O espírito virtuoso não precisa de agradecimento
nem de aprovação. Só precisa da convicção
de que fez a coisa certa”
Autor desconhecido
II
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por ter me cercado de pessoas certas que me deram
condições para a conclusão deste trabalho.
Ao meu orientador Professor Luís Marcelo Marques Tavares pela paciência e o apoio de
seus ensinamentos que me ajudou tanto durante o desenvolvimento de meu projeto
quanto na minha vida profissional.
À toda equipe atual do LTM (Rodrigo, Emerson, Jacinto, Rangler, Gabriel, Guilherme,
Mariana, Sarah, Yanneth, Yemcy, aos colegas técnicos) e todos aqueles que já passaram
pelo laboratório, como Marko, Tammy, Alfredo, Carlos, Yuri, e tantos outros, por
sempre terem me dado suporte.
III
Resumo de Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para obtenção de grau de Engenheiro Metalúrgico.
Junho/2009
A tarefa de projeto e seleção de britadores é vista até hoje como uma difícil etapa na
montagem de circuitos de beneficiamento de minérios. Normalmente esta é realizada
sob a consulta de manuais de fabricantes. Como conseqüência, o dimensionamento
destes equipamentos está sujeito à imprecisão causada pela grande variabilidade do
comportamento de rochas quando britadas.
Sabe-se que uma das razões desta variabilidade está relacionada à variação da
resistência à fratura das partículas para diferentes tamanhos, o que se traduz numa
obsolescência dos atuais métodos de medida de britabilidade utilizados por muitos
manuais.
O presente trabalho contribui para uma nova metodologia de dimensionamento para
britadores industriais a partir de medidas do comportamento da fragmentação de
minérios durante a britagem em escala de laboratório.
IV
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Metallurgical Engineer.
June/2009
The design and selection of crushers task is seen today as a difficult stage in the
assembly of ore beneficiation circuits. Usually this is done using the manufacture
manuals. As a result, the design of this equipment is subject to inaccuracy caused by the
great variability of rocks behavior when crushed.
It is known that one reason for this variability is related to the variation of fracture
strength for different particle sizes, which translates into obsolescence of current
methods of crushability measurement used by many manuals.
The present work contributes to a new design method for industrial crushers from
fragmentation behavior measurements of ores with the aid a laboratory crushing test.
V
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
5 – CONCLUSÕES .......................................................................................... 51
VI
1. Introdução
A cominuição é o processo industrial de redução de tamanho de partículas
sólidas que demanda uma grande quantidade de energia, sendo amplamente utilizada
pela indústria mineral. Este processo representa uma grande parte do custo de operação
de uma usina, tendo em vista a baixa eficiência energética dos equipamentos
empregados, como os moinhos e britadores.
A britagem, também conhecida como cominuição grossa, é um processo muito
importante, pois é o primeiro estágio do fluxo produtivo, geralmente reduzindo o
tamanho de partículas de minério após o desmonte da mina. Esta pode ser utilizada na
quebra de uma ampla escala de tamanhos de partículas, e particulariza-se por demandar
um alto custo de investimento e de energia. O processo de britagem caracteriza-se
também pela quebra de materiais através de esforços compressivos e por impacto. Para
isso os britadores são equipamentos robustos, os quais devem possuir elementos
mecânicos de alta resistência mecânica para não se desgastarem rapidamente quando
submetidos aos esforços cominutivos que ocorrem durante o processo.
Sabe-se que as características de britagem de um minério dependem de inúmeros
fatores, como a sua resistência à fratura, e em muitas das vezes é um processo
dimensionado para processar um determinado tipo de minério. A britabilidade de um
minério é a medida de sua resistência à fragmentação em um processo de britagem, a
qual é característica de cada rocha.
Dentro deste cenário, um dos grandes desafios de qualquer engenheiro na
indústria mineral é selecionar corretamente o tipo, modelo e tamanho de britador para
atender às necessidades operacionais dentro de um planejamento do fluxo de produção
de uma usina. Até hoje empresas deste ramo sofrem com as consequências da
imprecisão na etapa de projeto e seleção de britadores industriais. Esta seleção é
normalmente realizada através de consulta a manuais de fabricantes que apresentam um
conjunto de dados de parâmetros importantes para a previsão da produção de britadores
industriais, como por exemplo curvas de distribuição granulométrica de produto,
tamanho máximo de partículas na alimentação e a capacidade do britador. Os resultados
de um dimensionamento impróprio fazem com que equipamentos acabem sendo
subdimensionados (subestimados), isto é, podem apresentar uma capacidade nominal
abaixo da necessária para processar o minério, ou superdimensionados
1
(superestimados), isto é, com a capacidade maior do que a necessária e, assim,
desperdiçando energia e recursos de investimento e tempo.
Dentro deste cenário, diversas tentativas de descrever o funcionamento de
britadores cônicos para prever seu real rendimento foram realizadas através de modelos
matemáticos. Um exemplo dessas é o modelo matemático proposto por Evertsson
(1998), que descreve o funcionamento do britador cônico através de uma estrutura
modular em que considera as características que dependem da geometria e operação do
equipamento e das características do comportamento mecânico do material que é
processado, com o objetivo de se prever valores de capacidade e distribuição
granulométrica do produto, chegando como resultado um diagrama de desempenho do
equipamento. Mais recentemente, Lichter et al. (2009) aplicaram o método dos
elementos discretos na simulação completa do britador, demonstrando boa
correspondência com resultados experimentais. Esses modelos, entretanto, ainda são
relativamente complexos e ainda não foram suficientemente validados para serem
utilizados como ferramentas de projeto de britadores industriais.
Este trabalho inicialmente compara diferentes metodologias de avaliação da
resposta de minérios à fragmentação. Em seguida, ele propõe uma nova metodologia de
avaliação da britabilidade para a previsão da capacidade de britadores industriais através
da combinação de medidas de energia de fratura com uma simulação de britagem em
escala de laboratório.
2
2. Revisão Bibliográfica
2.1 Cominuição
Figura 2.1 – Fluxograma simplificado típico de uma usina de processamento mineral (Tavares, 2004)
3
reduzindo o tamanho de partículas de minério após o desmonte da mina, tendo sua
aplicação numa ampla escala de tamanhos de partícula. É sabido que esta etapa
particulariza-se por demandar um alto custo de investimento. O processo de britagem
caracteriza-se também pela quebra de materiais através de esforços compressivos
(Figura 2.2 a e b) que são aplicados por meio do movimento periódico de aproximação
e afastamento de uma superfície móvel contra outra fixa e de impacto (Figura 2.2 c e d)
através da projeção de partículas contra os elementos do britador ou do revestimento.
Por este motivo, os britadores são equipamentos robustos, os quais devem possuir
elementos mecânicos de alta resistência mecânica, para não se desgastarem rapidamente
ou sofrerem ruptura quando solicitados mecanicamente durante o processo. A britagem
é um processo que é sempre realizado a seco e em múltiplos estágios. São diversos os
tipos de britadores utilizados na indústria, cuja aplicação depende da razão de redução
de partícula desejada, da capacidade de produção e do tipo de material a ser britado.
4
determinado pelo tamanho e tipo de ligações físicas e químicas entre os átomos. Sabe-se
que a pequenas distâncias, essas ligações interatômicas são intensas e podem ser
quebradas com a aplicação de esforços externos, normais ou tangenciais. Os esforços
tangenciais correspondem aos carregamentos de cisalhamento, enquanto os esforços
normais correspondem ao carregamento por compressão ou tração.
Durante o processo de fragmentação, as forças de contato são responsáveis por
deformarem as partículas, gerando um campo de tensões, onde as partículas respondem
criando trincas ou se deformando inelasticamente. Esse processo é caracterizado pelos
mecanismos de abrasão, clivagem ou estilhaçamento (Figura 2.3), os quais dependem
do nível de energia aplicada sobre as partículas (Tavares, 2004).
A fratura por abrasão se caracteriza pela aplicação de esforços normais
insuficientes para ruptura ou pela aplicação de esforços cisalhantes na superfície da
partícula, causando fragmentação superficial. O resultado é uma redução muito limitada
em relação ao tamanho original da partícula e a geração de um grande número de
partículas finas (Figura 2.3a).
A fratura por estilhaçamento (fratura desintegrativa) se caracteriza por elevadas
taxas de aplicação de energia, sob ação de esforços compressivos. Nesse caso, tem-se
intensa fragmentação da partícula original, o que resulta em uma ampla faixa de
tamanhos de fragmentos (Figura 2.3b).
Finalmente, a fratura por clivagem ocorre quando a intensidade de aplicação de
energia é baixa, de maneira que são formados alguns fragmentos grossos e também
partículas finas próximo aos pontos de aplicação dos esforços (Figura 2.3c).
5
(a) (b)
(c)
Figura 2.3 – Mecanismos de fragmentação de partículas (King, 2001).
6
(a) (b)
Figura 2.3 - Curvas esforço-deformação para compressão uniaxial de quartzito (a) e arenito (b) (Jaeger &
Cook, 1979).
7
Figura 2.4 – Concentração de esforços na extremidade de uma trinca (Luz et al., 2002).
8
Figura 2.5 – Etapas da fragmentação de partículas individuais por impacto (Tavares, 1997).
Figura 2.6 – Evolução das curvas força-deformação de uma partícula para ciclos de carregamentos
sucessivos (Tavares e Carvalho, 2008).
9
Pode-se interpretar este fenômeno à luz da mecânica de fratura aplicada à fadiga,
uma vez que as condições de carregamento cíclico que antecedem a fratura geram uma
propagação subcrítica de trincas, caracterizando um acúmulo de danos pelo material até
o momento de sua ruptura.
Sabendo da grande variabilidade do comportamento mecânico de materiais
particulados, a utilização da estatística se faz necessária para descrever a resistência de
minérios em processos cominutivos. Assim, diversas ferramentas estatísticas têm sido
utilizadas para a determinação destes parâmetros intrínsecos aos materiais. Um exemplo
de aplicação da estatística para a caracterização de materiais é a utilização da
distribuição log-normal para interpretação dos resultados de medidas de energia de
fratura, resistência e rigidez de partículas realizada na a Célula de Carga de Impacto
(CCI), a qual será descrita mais detalhadamente no item 3.2.2 (Tavares e King 1998).
Um exemplo de distribuição de resistência à fratura é apresentado na Figura 2.7.
3,0
2,0
1,0
Percentil
0,0
45x37,5 mm
22,4x19,5 mm
-1,0
11,2x9,5 mm
5,6x4,75 mm
-2,0
2,8x2,36 mm
-3,0
0,1 1 10 100
Resistência da partícula (MPa)
Figura 2.7 – Distribuição log-normal de resistências de partículas para uma bauxita a diferentes
granulometrias (Lima, 2005).
Cada ponto da Figura 2.7 representa uma partícula ensaiada, onde cada
experimento normalmente compreende de 50 a 100 partículas. Mas como os resultados
apresentam grande variabilidade devido às características de fratura de partículas
individuais, os dados são representados usando uma distribuição estatística adequada,
como a log-normal.
A variabilidade encontrada nas grandezas físicas que caracterizam a fratura das
partículas é decorrente de uma série de fatores, os quais incluem a influência da
10
distribuição interna de defeitos, a forma da partícula, entre outros, havendo a necessidade
de ser descrita estatisticamente. O procedimento adotado consiste da ordenação dos
resultados experimentais de forma ascendente, atribuindo os índices i = 1, 2, ..., N a cada
uma das observações, onde N é o número total de partículas ensaiadas. Para a distribuição
de energias específicas de fratura, os percentis são geralmente estimados por
1 ln E − ln E
P( Em ) = 1 + erf
m ,50
m
2 2 2 , (Equação 2.2)
σ E
11
modelos se diferenciam pela relação entre a altura do cone e o diâmetro da base, a qual
define o ângulo de inclinação do manto.
12
Em geral, os britadores cônicos se caracterizam pela alta produtividade, baixos
custos de operação e de manutenção e durabilidade relativamente elevada.
Normalmente são operados com razões de redução entre 3 e 4, em elevada freqüência
de rotações, e sob condições de alta taxa de alimentação (afogado), podendo britar
materiais de alta dureza. Suas aplicações mais comuns são a produção de agregados
para construção civil, o beneficiamento de bauxita, calcário, minério de ferro, entre
outros.
É muito comum a operação dos britadores cônicos com câmara cheia (afogados),
pois quando a câmara de britagem está cheia, produz uma maior eficiência na
cominuição, maior produção de finos, e maior tendência à formação de partículas
cúbicas, além de menor desgaste dos revestimentos. Por outro lado, quando operados a
baixas taxas de alimentação (não afogados), esses britadores geram partículas com
formato mais lamelar, porém com menor consumo energético (Tavares, 2004).
O fato do britador operar com a câmara cheia requer um bom controle da taxa de
alimentação. A Tabela 2.1 exemplifica o efeito da vazão de alimentação da câmara
durante a fragmentação de gnaisse, com granulometria entre 3 e 25 mm, apresentando
50% das partículas com tamanho entre 3 e 9 mm, em um britador cônico H-36M. Pode-
se notar que quando o britador opera afogado, o consumo de energia é o dobro da
condição de não afogado. Por outro lado, nesta última condição, o produto se torna mais
grosso e a vazão do produto diminui em cerca de 28% (Svensson e Steer, 1990).
Tabela 2.1- Fragmentação de gnaisse em um britador H-36M, com APF de 9,5 mm, com o mesmo
operando com a câmara afogada ou não (Svensson e Steer, 1990)
Produção –
Condição de operação % < APF % < 6 mm Potência (kW) Vazão (t/h)
6 mm (t/h)
Afogado 72 50 90 107 54
Não Afogado 56 34 45 77 27
13
britagem, também possuem diversas limitações, principalmente no que diz respeito à
previsão da capacidade de produção para diferentes tipos de materiais.
14
Tabela 2.2 – Tabelas de fatores de correção de capacidades A e B para britadores (adaptada do Manual de
Britagem, METSO Minerals, 2005).
Densidade Fator de correção Índice de Trabalho Fator de correção
3
(t/m ) A (kWh/t) B
1,2 0,75 10 1,15
1,3 0,81 12 1,10
1,4 0,88 14 1,00
1,5 0,94 18 0,90
1,6 1,00 22 0,80
1,7 1,06
1,8 1,13
1,9 1,19
2,0 1,25
2,1 1,31
2,2 1,38
2,3 1,44
2,4 1,50
Tabela 2.3 – Tabela de capacidades de produção de britadores cônicos para diferentes condições de
operação (adaptada do Manual de Britagem, METSO Minerals, 2005).
Abertura de Capacidade de produção (t/h) em função da APF
Abert.
Tipo de entrada (pol.) para material com dens.ap. de 1,6 t/m3
Modelo Mín.
Revest. Lado Lado
saída 5/16” 3/8” ½” 5/8” ¾”
fechado aberto
Fino 3/16” ¾” 1 3/8” 10-13 11-14 13-19 16-22 -
50TS Médio ¼” 1 ¾” 2 ¼” 10-13 11-14 13-19 16-22 19-26
Grosso 3/8” 3” 3 ½” - 11-14 13-19 16-22 19-26
Fino 1/8” ½” 1 ¼” 14-21 16-22 26-35 30-42 37-51
60TF Médio 3/16” 1 1/8” 1 ¾” 14-21 16-22 26-35 30-42 37-51
Grosso ¼” 2” 2 ½” - 16-22 26-35 30-42 37-51
15
Figura 2.9 – Fator de correção da capacidade de tamanho da alimentação, C, para britadores cônicos
(Manual de Britagem, METSO Minerals, 2005).
Figura 2.10 – Fator de correção da capacidade do teor de umidade do material, D, para britadores cônicos
(Manual de Britagem, METSO Minerals, 2005).
16
minutos em um recipiente, gerando resultados de britabilidade e abrasividade das
amostras.
É importante destacar que o método da Metso Minerals não leva em
consideração a variabilidade das curvas de distribuição granulométrica do produto para
diferentes tipos de rocha na alimentação, uma vez que diferentes materiais possuem
características e comportamentos distintos na britagem.
Figura 2.11 – Curvas padronizadas de distribuição granulométrica do produto para diferentes valores de
APF para britadores cônicos (Manual de Britagem, METSO Minerals, 2005).
17
3. Materiais e Métodos
3.1 Amostras
18
3.2 Ensaios de medida de britabilidade
Contrapesos
Martelos
h0
Caixa coletora
Figura 3.2 – Esquema do pêndulo de impacto de Bond (Tavares e Silveira, 2008).
O experimento consiste num conjunto de dois martelos que realizam uma queda-
livre simultânea numa trajetória pendular resultando num impacto contra uma partícula
de formato irregular contida num intervalo de tamanho entre 75 e 50 milímetros. A
energia de impacto (E) envolvida no ensaio é calculada a partir da energia potencial dos
martelos (Equação 3.1), considerando que essa se transforma em energia cinética no
impacto na partícula, pois o equipamento possui dois contrapesos para compensar o
efeito do peso das hastes que sustentam os martelos.
19
partir de um ângulo de 10º (graus), aumentando os ângulos em 5º(graus) para cada
impacto até que se caracterize a quebra da partícula, a qual é identificada pela perda de,
pelo menos, 10% da massa inicial, registrando-se o ângulo responsável pela fratura.
Para este experimento Bond define a energia de impacto por unidade de
espessura, C, através da razão entre a energia de impacto e a espessura da partícula, D,
resultando na equação:
117(1 − cos φ )
C= , (Equação 3.2)
D
53,49 ⋅ C 50
Wi = , (Equação 3.3)
ρ
1 1
E = 10Wi − , (Equação 3.4)
P A80
80
20
3.2.2 Célula de Carga de Impacto (CCI)
Caixa coletora
21
O equipamento, ilustrado na Figura 3.3, consiste numa barra de aço (SAE-4340)
verticalmente orientada, com 4m de comprimento, instrumentada com quatro sensores
de deformação (strain gauges) semicondutores (modelo KSP-6-350-E4 Kyowa),
posicionados a uma dada distância da extremidade superior (Lima, 2005). O sistema de
disparo é composto por um eletroímã que sustenta uma esfera de aço (impactor) com
um determinado peso até o momento de início da queda-livre. Ao cruzar o feixe de laser
que excita o foto-diodo, a esfera inicia o seu carregamento sobre a partícula gerando
uma deformação até a fratura da mesma, simultaneamente em que também há a
propagação da onda mecânica compressiva, oriunda do carregamento, através da barra
de aço. A magnitude da onda que propaga através da barra é baixa, porém
suficientemente alta para a detecção pelos sensores de deformação, os quais se
representam como resistências num circuito de Wheatstone (Lima, 2005), gerando
microvoltagens com o auxílio de uma condensadora de sinais. Em seguida, as
deformações são capturadas por uma placa de aquisição de dados e ficam armazenadas
em forma de uma curva “deformação x tempo” no computador através do software
LabView® 8.2. Em seguida os dados são analisados através de uma rotina do software
LabView® a qual transforma essa curva deformação-tempo em uma curva força-tempo
(Figura 3.4) de onde se pode calcular a força e a energia necessária para a fratura da
partícula (primeiro evento de fratura).
400
Primeira fratura
da partícula
300
Quebra dos
fragmentos
Força (N)
200
100
0
0 100 200 300 400 500
Tempo (microsegundos)
Figura 3.4 – Curva força x tempo resultante do evento da fratura em uma partícula (Lima, 2005)
22
Como resultado obtém-se diversas informações a partir deste gráfico “força x
tempo”, como a resistência (tensão de ruptura), a rigidez, a energia específica de fratura
da partícula (Tavares e King, 1998) e a energia total absorvida pela partícula durante
todo o evento de impacto (Tavares, 1999), que são usadas para a caracterização de
minérios e dimensionamento de equipamentos de cominuição.
A energia de fratura é estimada através da equação de um balanço energético
(Tavares, 1999):
2
tf tf
1 tf 1
tf
E
Em = , (Equação 3.6)
mp
2,8 F f
σp = , (Equação 3.7)
πD 2
23
Kk
kp = , (Equação 3.8)
k−K
1/ 2
Ff
5
K = 0,576 3
, (Equação 3.9)
dE
σ 5p / 2
K= , (Equação 3.10)
( E m βρ ) 3 / 2
24
medida a massa média de partícula de cada lote, mp (em gramas). As partículas de cada
lote foram ensaiadas para diferentes níveis de energia, Ecs (kWh/t), variando de 0,05 a
2,5 kWh/t.
A energia específica utilizada em cada ensaio é função da altura de queda, h
(cm) e do peso do impactor, M (kg). Para uma determinada energia, a altura de queda é
obtida por:
E cs m p
h= , (Equação 3.11)
0,0272M
25
A Tabela 3.1 apresenta um resumo dos ensaios de queda de peso realizados na
célula de carga de 100 mm.
Tabela 3.1 – Resumo dos ensaios realizados na célula de carga de impacto (CCI).
Tamanho de Quantidade de Peso do Energia Específica
CCI
Partícula Partículas em Impactor de Impacto
(mm)
(mm) cada lote (Kg) (kWh/t)
50 0,90
63 x 53 30 40 0,25 100
15 0,10
50 1,00
45 x 37,5 50 40 0,25 100
15 0,10
50 2,50
31,5 x 26,5 50 40 1,00 100
15 0,25
15 2,50
22,4 x 19,0 50 15 1,00 100
3 0,25
15 2,50
16,0 x 13,2 50 3 1,00 100
3 0,25
onde t10 é a porcentagem do produto da fragmentação que é menor que 1/10 (um
décimo) do tamanho inicial de partícula do ensaio correspondente, Ecs (kWh/t) é a
energia específica necessária para a quebra da partícula, como calculada a partir da
26
energia aplicada pela queda do peso (impactor). Pode-se observar que o valor máximo
de t10 será o parâmetro A, isto é, o maior nível de redução de tamanho para um único
impacto.
A partir desta equação pode-se obter o parâmetro A*b, o qual é a derivada da
equação 3.10 quando fazemos Ecs = 0 . Esse parâmetro pode ser usado para medir a
susceptibilidade do minério de se fragmentar por impacto. Com isso, sabe-se que um
minério que possui um valor elevado do parâmetro A*b, apresenta baixa resistência ao
impacto, ou seja, é altamente susceptível à fragmentação por impacto.
27
Figura 3.6 – Moinho padronizado para o ensaio de Abrasão Los Angeles
Assim como o ensaio de Abrasão Los Angeles, este ensaio objetiva estudar o
efeito do mecanismo da abrasão na cominuição no minério.
Os ensaios de abrasão JKMRC foram realizados utilizando-se amostras de 3 kg
de cada material, com partículas com tamanho entre 53 e 37,5 mm. As mesmas foram
colocadas em um moinho tubular (Figura 3.7) medindo 300 mm de diâmetro por 300
mm de comprimento com quatro barras de elevação (lifters) de 6,6 por 26,5 mm, e
submetidas à moagem autógena (na ausência de corpos moedores) por um período de 10
minutos, a 53 rpm (68% de sua velocidade crítica). Após a retirada do produto do
moinho, foi realizado o peneiramento (a seco) do seu conteúdo, seguindo uma série com
razão igual à 2 . Como resultado, foi obtido o valor de t10 (Equação 3.11) da
distribuição granulométrica do produto, e cálculo do parâmetro de abrasão ta, o qual
corresponde a 110 do valor de t10.
28
Figura 3.7 – Moinho tubular usado nos ensaios de abrasão JKMRC (LTM/COPPE/POLI/UFRJ)
29
Medidor de potência
Britador cônico
Figura 3.8 – Britador cônico de laboratório, modelo Denver nº 12, instrumentado com um
medidor de potência (LTM/COPPE/POLI/UFRJ)
30
7,6 mm. Durante o ensaio foram coletadas duas amostras do produto registrando-se o
tempo de coleta e as leituras de potência quando o britador se encontrava vazio e cheio.
Após a coleta foi feita a pesagem da amostra e, em seguida, o seu peneiramento.
Nos ensaios não realizados em condições padronizadas adotadas pelo laboratório
foi utilizada exclusivamente a rocha (granulito) da Mineração Pedra Sul (Matias
Barbosa, MG), a qual se caracteriza por apresentar muito baixa variabilidade quanto ao
seu comportamento na britagem, permitindo uma análise apurada de alguns dos
parâmetros na britagem. Com isso, foram realizados ensaios com o mesmo material
com alta e baixa taxa de alimentação, para granulometrias de 25 x 19 mm, 19 x 13,2
mm, 13,2 x 9,5 mm, 6,7 x 4,75 mm e para diferentes aberturas de posição fechada
(APF) como 7,6 mm, 4,5 mm e 2,5 mm.
Igualmente ao procedimento padrão, foram medidas as variações de potência
quando o britador estava vazio e cheio e realizadas coletas de amostras do produto
registrando-se o tempo de coleta pesando as amostras e fazendo suas respectivas
análises granulométricas. Como resultado de todos os testes, foram obtidos valores de
capacidade, consumo de energia específica, distribuição granulométrica do produto e
razão de redução.
31
4. Resultados e Discussão
32
100
Calcário
Carvão
10
Min. Cobre
Min. Ferro
Rocha Ácida
1
1.0 10.0 100.0
Figura 4.1 – Efeito da variação da resistência média de partícula com o tamanho de partícula para
diferentes minérios.
1000
y = 103.14x Bauxita
R² = 0.60
Calcário
A*b (63x53mm)
Carvão
100
Min. Cobre
Min. Ferro
Rocha Ácida
10
0.1 1.0 10.0
Índice de Abrasão (50x37.5mm) ta (% )
Figura 4.2 – Correlação entre os parâmetros do ensaio de queda de peso (DWT) e o ensaio de abrasão
JKMRC para diferentes minérios.
33
A Figura 4.3 apresenta uma comparação entre a medida de resistência à
fragmentação por impacto do ensaio de queda de peso (DWT) e fragmentação por
impacto no ensaio de pêndulo de Bond (Wi). A figura apresenta um coeficiente de
correlação R2=0,59, o que indica que poderíamos estimar empiricamente, embora com
relativamente pouca confiança, valores de A*b a partir de Wi através da relação de
potência, dada por
2715,77
A*b = .
Wi1, 62
Essa relação inversa sugere que, quanto maior o valor de Wi do minério, menor
o A*b, ou seja, menor a sua suscetibilidade a fragmentar a um dado nível de energia.
1000
Bauxita
-1.62
y = 2715.77x
R² = 0.59 Calcário
A*b (63x53mm)
Carvão
100
Min. Cobre
Min. Ferro
Rocha Ácida
10
0 5 10 15 20 25
Wi (75x50mm) (kWh/t)
Figura 4.3 – Correlação entre os parâmetros do ensaio de queda de peso (DWT) e o ensaio de pêndulo de
impacto de Bond (Wi) para diferentes minérios.
34
A * b( 63−13mm ) = 1,43( A * b) ( 22, 4−19 mm ) .
1000
Bauxita
y = 1.43x
R² = 0.94 Calcário
Carvão
A*b (63x13mm)
100
Min. Cobre
Min. Ferro
Rocha Ácida
10
10 100 1000
A*b (22.4x19mm)
Figura 4.4 – Correlação entre os parâmetros do ensaio de queda de peso (DWT) para os intervalos de
tamanho, 63 x 13 mm e 22,4 x 19 mm para diferentes minérios.
De acordo com esta relação empírica, podemos afirmar que minérios na faixa
mais grossa de tamanhos são, em média, 43% menos resistentes comparados aos
mesmos minérios na faixa mais fina de tamanhos.
A Figura 4.5 apresenta uma comparação entre as medidas de resistência à
fragmentação por impacto do ensaio de queda de peso (DWT) e pelo mecanismo de
abrasão no ensaio abrasão Los Angeles. O ensaio de abrasão Los Angeles é um ensaio
amplamente utilizado em engenharia civil na avaliação do comportamento de rochas ao
desgaste quando de sua aplicação em pavimentação. A comparação apresenta um
coeficiente de correlação de R2=0,81, o que indica que podemos estimar empiricamente
valores de A*b a partir de valores de LA com uma boa aproximação através da relação
de potência:
A * b = 0,74 LA1,31 .
35
1000
Bauxita
y = 0.74x1,31
R² = 0.81
Calcário
A*b (22.4x19mm)
Carvão
100
Min. Cobre
Min. Ferro
Rocha Ácida
10
0 20 40 60 80 100
Figura 4.5 – Correlação entre os parâmetros do ensaio de queda de peso (DWT) e o ensaio de abrasão Los
Angeles para diferentes minérios.
Bauxita
Índice de Abrasão (50x37.5mm) ta (%)
4
y = 0.04x Calcário
R² = 0.65
3 Carvão
2 Min. Cobre
Min. Ferro
1
Rocha Ácida
0
0 20 40 60 80 100
Índice de Abrasão (19x9.5mm) LA (% )
Figura 4.6 – Correlação entre os parâmetros do ensaio de abrasão JKMRC e o ensaio de abrasão Los
Angeles para diferentes minérios.
36
Uma comparação é apresentada na Figura 4.7 entre a medida de britabilidade
obtida no ensaio de impacto de pêndulo de Bond e o valor de energia de fratura
específica média resultante de ensaio na célula de carga de impacto (CCI). A figura
apresenta um coeficiente de correlação R2=0,62, o que indica que podemos estimar
empiricamente valores de Wi a partir de valores de E50 com uma razoável aproximação
0 , 48
através da relação de potência: Wi = 1,17 E50 .
25
Bauxita
y = 1.17x 0.48
20 R² = 0.62
Calcário
Wi (75x50mm) (kWh/t)
15
Carvão
10 Min. Cobre
5 Min. Ferro
Rocha Ácida
0
0 50 100 150 200 250 300
Figura 4.7 – Correlação entre os parâmetros do pêndulo de impacto de Bond e o ensaio de energia de
fratura (CCI) para diferentes minérios.
Apesar da relação empírica obtida na Figura 4.7 ser de razoável precisão, ela
poderia ser substituída por um recente estudo (Tavares e Carvalho, 2007) que demonstra
que é possível simular, de forma mecanicista, valores de índice de trabalho de Bond a
partir da distribuição de energias de fratura de partícula e de parâmetros de
susceptibilidade à fratura (A*b) por impacto repetido do modelo de dano contínuo de
fratura de partícula.
É importante ainda ressaltar que as correlações que apresentaram baixos valores
de R2 podem ser explicadas pela dissimilaridade de tamanhos utilizados em cada ensaio
devido ao efeito do tamanho de partícula apresentado na Figura 4.1.
37
4.2 Comparações entre índices de britabilidade e comportamento de um britador
de laboratório
6
Consumo Energético na Britagem (22.4x16mm) (kWh/t)
Bauxita
5
R² = 0.46
Calcário
4
Carvão
Min. Cobre
Min. Ferro
Rocha Ácida
0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2
Figura 4.8 – Correlação entre o consumo energético específico do ensaio de britagem de laboratório e o
consumo energético específico calculado a partir do índice de trabalho de Bond para diferentes minérios.
38
Por outro lado, os valores de consumo energético de britagem de laboratório
apresentaram boa correspondência com o parâmetro de quebra A*b (Figura 4.9), com a
energia específica de fratura média (Figura 4.10), e ótima correspondência com o índice
de abrasão Los Angeles (Figura 4.11). Esta boa correlação pode ser explicada, ao menos
em parte, pela similaridade do intervalo de tamanho de partícula (22,4 e 9,5 mm) do
material utilizado nos ensaios de britabilidade em relação ao tamanho utilizado nos
ensaios de britagem, diferentemente ao ensaio do pêndulo de impacto de Bond, no qual
são utilizadas partículas contidas em uma faixa de tamanhos mais grossa (75 e 50 mm).
6
Consumo Energético na Britagem (22.4x16mm) (kWh/t)
Bauxita
5
R² = 0.78
Calcário
4
Carvão
3
Min. Cobre
2
Min. Ferro
1
Rocha Ácida
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
A*b (22.4x19mm)
Figura 4.9 – Correlação entre o consumo energético específico do ensaio de britagem de laboratório e o
parâmetro de quebra A*b para diferentes minérios.
6
Consumo Energético na Britagem (22.4x16mm) (kWh/t)
Bauxita
5
R² = 0.71
Calcário
4
Carvão
3
Min. Cobre
2
Min. Ferro
1
Rocha Ácida
0
0 100 200 300 400
Figura 4.10 – Correlação entre o consumo energético específico do ensaio de britagem de laboratório e a
energia específica de fratura média para diferentes minérios.
39
7
R² = 0.86 Calcário
5
Carvão
4
3 Min. Cobre
2 Min. Ferro
1 Rocha Ácida
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Figura 4.11 – Correlação entre o consumo energético específico do ensaio de britagem de laboratório e o
índice de abrasão Los Angeles para diferentes minérios.
Cuidado, entretanto, deve ser tomado com o uso de informações de ensaios
realizado com partículas mais finas na previsão de resultados de britagem industrial, que
cobre tamanhos de partículas que podem atingir algumas centenas de milímetros. Como
mostra a Figura 4.12, existe frequentemente uma tendência de decréscimo de energia
específica de fratura média com o aumento do tamanho de partícula de vários minérios.
A simples utilização de informações de quebra de partículas finas na previsão da
britagem dos grossos poderia levar uma superestimação da potência necessária para a
britagem em escala industrial.
10000
Energia específica de fratura média - E50(J/kg)
Bauxita
Calcário
1000
Carvão
Min. Cobre
100
Min. Ferro
Rocha Ácida
10
1.0 10.0 100.0
Figura 4.12 – Efeito da variação da energia específica de fratura média com o tamanho de partícula para
diferentes minérios.
40
específica de fratura média. Pode-se observar que a capacidade do britador variou com o
tipo de minério e ambas as correlações apresentaram uma razoável correspondência.
1.2
Bauxita
R2 = 0.68
1.0
Capacidade do britador cônico (m /h)
3
Calcário
0.8
Carvão
0.6
Min. Cobre
0.4
Min. Ferro
0.2
Rocha Ácida
0.0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Índice de Abrasão LA (% )
Figura 4.13 – Correlação entre a capacidade do britador cônico de laboratório e o índice de abrasão Los
Angeles para diferentes minérios.
1.4
Bauxita
y = 2.8204x0.4403
1.2 R2 = 0.8942
Capacidade do britador cônico (m /h)
3
Calcário
1.0
0.8 Carvão
0.6
Min. Cobre
0.4
Min. Ferro
0.2
Rocha Ácida
0.0
0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 0.12 0.14 0.16 0.18 0.20
E50 (J/cm3)
Figura 4.14 – Correlação entre a capacidade do britador cônico de laboratório e a energia específica de
fratura média (em volume) para diferentes minérios.
41
Q
B= , (Equação 4.1)
Qt ACD
sendo Q a capacidade do britador na cominuição de cada minério. Os fatores A, C e D
são constantes para os diferentes minérios, enquanto a capacidade nominal Qt foi
tomada como a do granulito da Pedra Sul, igual a 1,25 t/h.
A Figura 4.15 compara os valores estimados de B aos valores aos valores de B
da Tabela 2.3, de catálogo de fabricantes. Conforme esperado, os resultados mostram
uma relação inversa, embora com forte dispersão.
3.0
Manual
2.5
Bauxita
2.0
Fator de capacidade B
Calcário
1.5
Carvão
1.0
Min. Cobre
0.5
Min. Ferro
0.0
0 5 10 15 20 25 Rocha Ácida
Figura 4.15 – Comparação entre o fator de capacidade B do britador de laboratório e o índice de trabalho
de Bond para diferentes materiais em relação aos dados fornecidos pelo Manual de Britagem.
42
100
Bauxita
Calcário
Carvão
Passante (%)
10
Min. Cobre
Min. Ferro
Rocha Ácida
1
0.01 0.1 1 10 100
Peneira (mm)
Figura 4.16 – Curvas de distribuição granulométricas dos produtos de britagem com abertura de posição
fechada (APF) constante em condições padronizadas para diferentes materiais.
43
100
A0
A1
A2
Passante (%)
A3
10
A4
B1
B2
B3
1
0.01 0.1 1 10 100
Peneira (mm)
Figura 4.17 – Curvas de distribuição granulométricas dos produtos de britagem com abertura de posição
fechada (APF) constante em diferentes condições para um mesmo material (Granulito da Mineração
Pedra Sul, MG).
Tabela 4.1 – Tabela de ensaios para diferentes condições de operação para uma APF de 7,6 mm.
Condição de Alimentação
Tamanho da Alimentação (mm) Alta taxa (câmara cheia) Baixa taxa (câmara vazia)
25 x 19 Ensaio A1 Ensaio B1
22,4 x 16 Ensaio A0 (padrão) -
19 x 13,2 Ensaio A2 Ensaio B2
13,2 x 9,5 Ensaio A3 -
6,7 x 4,75 Ensaio A4 Ensaio B3
44
distribuição granulométrica dos produtos (Figura 4.17), isso pode ser atribuído ao
menor trabalho realizado na britagem dos materiais mais finos.
3.0
2.5
1.5
1.0
Baixa Taxa de Alimentação
0.5
0.0
0 5 10 15 20 25 30
Figura 4.18 – Curvas de variação da potência líquida consumida durante a britagem para diferentes
granulometrias da alimentação em condições de alta e baixa taxa de alimentação.
3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
0 5 10 15 20 25 30
Figura 4.19 – Curvas de variação da energia específica líquida consumida durante a britagem para
diferentes granulometrias da alimentação em condições de alta e baixa taxa de alimentação.
45
Q
C= , (Equação 4.2)
Qt ABD
2.0
Britador Laboratório
Fator de capacidade C
1.0
Manual
0.0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Relação percentual entre o tamanho máximo da alimentação e a abertura de entrada do britador (%)
Figura 4.20 – Comparação entre o fator de capacidade C do britador de laboratório e a relação percentual
entre o tamanho máximo de partícula da alimentação e a abertura de entrada do britador (30mm) para um
mesmo material o granulito da Mineração Pedra Sul (MG) em relação aos dados obtidos pela Figura 2.9
contida no Manual de Britagem da METSO.
4.0
3.0
2.5
Fator de capacidade C
Britador Cônico de
2.0 Laboratório com Alimentação
26 x 12.5 mm
1.5
1.0
Britador Cônico de
0.5 Laboratório com Alimentação
19 x 6.3 mm
0.0
0 5 10 15 20
Figura 4.21 – Comparação entre a influência do fator de capacidade com a variação da APF para o
britador cônico de laboratório e um britado cônico industrial na britagem de um material padrão.
46
4.4 Proposta de fator de britabilidade para uso no dimensionamento de britadores
cônicos
47
sendo B’ o fator de britabilidade proposto. Esse fator é dado por
b
E50 do minério na faixa de 22x16 mm
B ' = a K , (Equação 4.4)
E50 do minério no A80 da alimentação do britador
Na equação K é definido como a razão
Q
B' = , (Equação 4.6)
Qt ACD
48
materiais com tamanhos grossos. Isso é ilustrado na Figura 4.22 para o caso da rocha da
Pedreira Vigné (RJ).
1.4
0.8
B'
0.6
0.4
0.2
0.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Figura 4.22 – Comparação entre a razão de capacidade do britador industrial e a razão de capacidade do
britador de laboratório multiplicada pela razão entre os valores de energia de fratura específica média do
tamanho de partícula da alimentação da britagem de laboratório e do tamanho de partícula da alimentação
da britagem industrial.
49
Tabela 4.2 – Relação de dados de capacidade dos britadores industriais para diferentes materiais.
Capacidade
Capacidade do
Material / Nominal do E50 (22x16mm)
3
Britador Medida E50 (A80) (J/kg)
Empresa Britador (m /h) – (J/kg)
(t/h)
Catálogo
Min.
Cobre/Sossego 330,0 227,7 341,6 253,1
(Vale)
Rocha 74,3 137,4 72,0
Ácida/Sienito 60,0 84,3 108,6 99,6
(Pedreira Vigné) 57,0 81,7 99,6
Rocha 115,0 198,6 48,7
Ácida/Gnaisse 50,5 117,3 49,3
50,2
(Pedreira Santa 58,0 122,8 49,3
Luzia) 75,0 174,1 49,3
62,5 83,5 123,4
65,0 100,6 123,4
Rocha
69,0 121,4 123,4
Ácida/Granulito
71,9 137,5 123,7 123,4
(Pedreira Pedra
119,5 254,4 123,3
Sul)
92,2 117,2 123,1
105,0 180,8 123,1
Tabela 4.3 – Valores de carga máxima estimados a partir de ensaios de fratura de partículas individuais de
90 x 75 mm na Célula de Carga de Impacto (Tavares e Silveira, 2008).
Resistência Média de Desvio Padrão Força máxima
Amostra
partícula – σp50 (MPa) Lognormal - σσ (-) estimada – F (kN)
Rocha Ácida 1 13,8 0,361 227
Rocha Ácida 2 7,33 0,430 135
Bauxita 2 3,03 0,424 55
Calcário 1 3,18 0,386 55
Calcário 2 9,49 0,355 155
Carvão 1 1,22 0,632 31
Minério de Cobre 1 28,7 0,514 608
Minério de Ouro 1 4,67 0,455 90
Minério de Ferro 1 7,97 0,596 193
50
5. Conclusões
51
6. Referências Bibliográficas
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cone crusher performance optimization, Minerals Engineering, 22, 613-617.
52
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Materiais. Rio de Janeiro.
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53
TAVARES, L.M., 2004. Uma introdução aos aspectos teóricos e práticos da
preparação e concentração física de matérias-primas minerais, 6ª Revisão.
TAVARES, L.M., CARVALHO, R. M., 2007. Impact work index prediction from
continuum damage model of particle fracture, Minerals Engineering, 20, 1368-1375.
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Comminution – Theory and Practice. Society for Mining, Metallurgy and
Exploration. Littleton. c.22. 217-224.
54