1º Check de Psicánalise
1º Check de Psicánalise
1º Check de Psicánalise
DELIMITAÇÃO DO TEMA/TITULO
As nuances que o saber analítico pode fomentar para a realização da prática psicanalítica.
CONSTRUÇÃO DO PROBLEMA
Freud começa seu artigo sobre A questão da Análise Leiga (1926), expondo se o
exercício da psicanálise deve ser utilizada por leigos, na qual ele descreve como “Não-
médicos”. Ele também ressalta como a prática psicanalítica que, na época, ainda era pouca
explorada pelas pessoas e como as leis eram diferentes para cada país, relacionado à forma
de como era aplicado esse conhecimento, ele relata que em alguns países como os Estados
Unidos as pessoas eram livres para praticar a análise, contando que assumisse
responsabilidade pelas suas ações, e em outros, como a Áustria, essa prática era apenas
reservadas para médicos.
Logo, Freud já trazia a tona uma interessante questão sobre como o estudo da
psicanálise deve ser utilizada na prática profissional e para quem se destinaria esse
conhecimento. No texto de 1919, na qual escreve sobre o ensino da Psicanálise nas
universidades, ele enfatiza como a institucionalização da psicanálise para o espaço
acadêmico se torna inviável, ou seja, não há como formar um psicanalista nas universidades,
além de ter o desejo que o objeto de estudo da psicanálise estivesse na grande curricular na
formação dos médicos. Deixando assim bem claro que ensino e formação são atributos
diferentes.
Nesse sentido, cabe entender que a psicanalise não pode ser vista como uma
formação a ser ofertadas para as pessoas, pois não há como se transmitir o ato psicanalítico
sem que haja uma integração entre a análise pessoal, estudos teóricos e uma boa supervisão
de técnica.
Diante desse contexto, o presente paper é movido pelo seguinte problema de
pesquisa: Como é possível ser trabalhado e transmitido o conhecimento psicanalítico, sendo a
formação não regulamentada?
HIPÓTESE
Freud irá dizer que o saber analítico não se aprende nos livros, sequer nas
universidades nem nas escolas de medicinas. Assim pode se constatar que não estava no
imaginário do fundador da Psicanálise ver sua teoria como uma disciplina que pudesse ser
propagada de qualquer maneira para as pessoas. Logo é possível dizer que a psicanálise é
leiga, no sentido de poder ser aplicada por pessoas que não são médicas, mas não é
ignorante: reconhecendo que existe um saber no discurso que necessitará de uma
interpretação.
No texto “A psicanálise e seu ensino” de Lacan, ele irá dizer que a psicanálise
não se transmite como qualquer outro saber, ela questiona o próprio papel do saber para o
sujeito e para a sociedade, sendo que o analista não pode ficar preso, apenas, a um discurso,
ele deve fazer uma indagação própria que permitirá não se manter estático, em uma só
posição. A psicanálise irá direcionar sua atenção para algo diferente do convencional, sendo
que a partir daquilo que é importante, o sujeito pode ter a capacidade de criar o nada, e é, a
partir do momento em que cria o nada em si mesmo, o sujeito tomará sua sensatez e deixará
seu inconsciente manifesta-se.
Como a subjetividade como seu objeto de estudo, o psicanalista, necessita para
sua prática uma formação diferenciada das convencionais encontrados na medicina e na
psicologia, por exemplo, é necessária uma submissão a um tratamento psicanalítico do
profissional, a análise pessoal com um psicanalista de formação, além da obtenção de
conhecimento teórico que possa subsidiar sua prática. Assim pode ficar evidente que a
transmissão da Psicanálise não se efetiva apenas pelos conhecimentos obtidos nos livros que
ensinam as teorias, pelo fato de não conseguirem disseminar tudo aquilo que estar no
espectro da subjetividade ou intersubjetividade e que pode se manifestar no encontro clínico
duo.
JUSTIFICATIVA
REFERENCIAL TEÓRICO
FREUD, S. A Questão da Análise Leiga (1926). A obra traz uma reflexão sobre as
questões referentes ao exercício da psicanálise, é feita em forma de dialogo do autor
com um interlocutor, sendo em um sistema de perguntas e respostas. Sigmund Freud
expõe sua opinião sobre o desenvolvimento da psicanálise naquela época. Essa obra
será de suma importância para este artigo com o intuito de entender a posição do
autor em relação ao ensino e formação da psicanálise e a preocupação dele de sua
teoria não cair no charlatanismo.
LACAN, Jacques. (1998). A psicanálise e seu ensino. No texto, Lacan irá dizer que
o ensino da psicanálise passa por um caminho de uma verdade subjetiva, seria uma
transmissão, a transmissão de um traço marcado pelo nome de Freud. Foi utilizado
outro olhar referente ao ensino da psicanálise, sendo o autor um dos maiores
seguidores das ideias de Freud.
METODOLOGIA
A metodologia adotada foi por meio de pesquisa em sites, artigos e livros que
abordam sobre a regulamentação do oficio de psicanalista, adentrando a conhecimentos
históricos sobre a formação, origem e transmissão do fazer psicanalítico.
REFERÊNCIAS
FREUD, S. A Questão da Análise Leiga (1926). In: Edição Standard Brasileira das Obras
Psicológicas Completas. v. XX. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
FREUD, S. Sobre o ensino da Psicanálise nas Universidades (1919). In: Edição Standard
Brasileira das Obras Psicológicas Completas. v. XVII. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
LACAN, Jacques. (1998). A psicanálise e seu ensino. In: Lacan, Jacques. Escritos. (pp.
438-460). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Texto original publicado em 1957).
MACEDO, Rosângela Gazzi. O que regula a psicanálise? Rev. Cogito. Vol. 6, Salvador
2004.