1º Check de Psicánalise

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1º CHECK DO PAPER

CURSO DE PSICOLOGIA – 4º PERÍODO


DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA ABORDAGEM PSICANALÍTICA
PROF.ª : CAROLINE GONZAGA TORRES

TEMA: A PSICANÁLISE E A QUESTÃO DA REGULAMENTAÇÃO DO OFÍCIO DE


PSICANALISTA

NOME: Ana Carolina Silva Costa

DELIMITAÇÃO DO TEMA/TITULO
As nuances que o saber analítico pode fomentar para a realização da prática psicanalítica.

CONSTRUÇÃO DO PROBLEMA

Freud começa seu artigo sobre A questão da Análise Leiga (1926), expondo se o
exercício da psicanálise deve ser utilizada por leigos, na qual ele descreve como “Não-
médicos”. Ele também ressalta como a prática psicanalítica que, na época, ainda era pouca
explorada pelas pessoas e como as leis eram diferentes para cada país, relacionado à forma
de como era aplicado esse conhecimento, ele relata que em alguns países como os Estados
Unidos as pessoas eram livres para praticar a análise, contando que assumisse
responsabilidade pelas suas ações, e em outros, como a Áustria, essa prática era apenas
reservadas para médicos.
Logo, Freud já trazia a tona uma interessante questão sobre como o estudo da
psicanálise deve ser utilizada na prática profissional e para quem se destinaria esse
conhecimento. No texto de 1919, na qual escreve sobre o ensino da Psicanálise nas
universidades, ele enfatiza como a institucionalização da psicanálise para o espaço
acadêmico se torna inviável, ou seja, não há como formar um psicanalista nas universidades,
além de ter o desejo que o objeto de estudo da psicanálise estivesse na grande curricular na
formação dos médicos. Deixando assim bem claro que ensino e formação são atributos
diferentes.
Nesse sentido, cabe entender que a psicanalise não pode ser vista como uma
formação a ser ofertadas para as pessoas, pois não há como se transmitir o ato psicanalítico
sem que haja uma integração entre a análise pessoal, estudos teóricos e uma boa supervisão
de técnica.
Diante desse contexto, o presente paper é movido pelo seguinte problema de
pesquisa: Como é possível ser trabalhado e transmitido o conhecimento psicanalítico, sendo a
formação não regulamentada?

HIPÓTESE

Freud irá dizer que o saber analítico não se aprende nos livros, sequer nas
universidades nem nas escolas de medicinas. Assim pode se constatar que não estava no
imaginário do fundador da Psicanálise ver sua teoria como uma disciplina que pudesse ser
propagada de qualquer maneira para as pessoas. Logo é possível dizer que a psicanálise é
leiga, no sentido de poder ser aplicada por pessoas que não são médicas, mas não é
ignorante: reconhecendo que existe um saber no discurso que necessitará de uma
interpretação.
No texto “A psicanálise e seu ensino” de Lacan, ele irá dizer que a psicanálise
não se transmite como qualquer outro saber, ela questiona o próprio papel do saber para o
sujeito e para a sociedade, sendo que o analista não pode ficar preso, apenas, a um discurso,
ele deve fazer uma indagação própria que permitirá não se manter estático, em uma só
posição. A psicanálise irá direcionar sua atenção para algo diferente do convencional, sendo
que a partir daquilo que é importante, o sujeito pode ter a capacidade de criar o nada, e é, a
partir do momento em que cria o nada em si mesmo, o sujeito tomará sua sensatez e deixará
seu inconsciente manifesta-se.
Como a subjetividade como seu objeto de estudo, o psicanalista, necessita para
sua prática uma formação diferenciada das convencionais encontrados na medicina e na
psicologia, por exemplo, é necessária uma submissão a um tratamento psicanalítico do
profissional, a análise pessoal com um psicanalista de formação, além da obtenção de
conhecimento teórico que possa subsidiar sua prática. Assim pode ficar evidente que a
transmissão da Psicanálise não se efetiva apenas pelos conhecimentos obtidos nos livros que
ensinam as teorias, pelo fato de não conseguirem disseminar tudo aquilo que estar no
espectro da subjetividade ou intersubjetividade e que pode se manifestar no encontro clínico
duo.

JUSTIFICATIVA

Entender como determinado saber se manifesta ou se dissemina é essencial para


o imaginário das pessoas que estão querendo vivenciar ou transmitir algum estudo. Isso faz
com que busquem mecanismos e formas de aprendizagem que as proporcione o melhor
caminho para adquirir o conhecimento, logo quando se fala de regulamentação do ofício do
psicanalista é deveras importante compreender a origem dessa problematização, do motivo a
ser levado em pauta pelos profissionais que fazem parte do exercício deste saber, além
compreender os diferentes processos que esse campo oferece.
A transmissão do saber psicanalista se baseia na técnica e teoria, com o intuito de
buscar despertar no sujeito o processo de autoconhecimento, porém a responsabilidade desse
ofício não se baseia apenas nos conhecimentos teóricos e técnicos, logo é possível ter a
psicanalise como uma disciplina curricular, com o intuito de compreender melhor os
tormentos psíquicos e ter uma visão que vai além do orgânico, mas o ensino será ministrado
de forma dogmática e critica, por meio das aulas teóricas e no final não será como os
estudantes tivessem prontos para ser um analista, pois precisariam de uma analise pessoal e a
supervisão clínica.
Nesse sentido, ter conhecimentos dessas informações é de suma importância para
as pessoas que tem algum interesse em fazer da psicanálise sua ideologia de trabalho. Além
disso, complementa os conhecimentos da escritora sobre o oficio do psicanalista e as
especificidades que a psicanálise pode conceder.
OBJETIVOS

Objetivo Geral: Compreender as particularidades que o conhecimento psicanalítico pode


trazer para o analista e estudante de psicanálise, relacionadas à forma de transmissão desse
saber.
Objetivos específicos:
 Identificar nos textos freudianos e em alguns trabalhos acadêmicos de enfoque
psicanalítico como se realiza a pesquisa em psicanálise;

 Conhecer as implicações da regulamentação profissional no processo de formação


acadêmica.

 Apontar as especificidades da formação do analista;

 Conhecer a distinção entre psicanálise e psicoterapia;

 Identificar o contexto de surgimento da psicanálise e a formação dos primeiros


analistas;

REFERENCIAL TEÓRICO

 BALEEIRO, Maria Clarice. Sobre a regulamentação da psicanálise. A autora faz


uma análise sobre o movimento que discute a regulamentação do exercício da
Psicanálise como profissão, ela usa sua própria teoria como base crítica de sua
reflexão. Esse artigo deu embasamento a alguns pensamentos constituído nas
discussões sobre a regulamentação do exercício psicanalítico.

 BRANDT, Juan A. Supervisão em grupo da prática clínica psicanalítica: algumas


reflexões. Nesse artigo são debatidas algumas perspectivas sobre aspectos técnicos da
supervisão clínica psicanalítica, sendo ela feita individual ou em grupo, além de
discutir sobre os obstáculos encontrados quando realizado em grupo, assim como sua
importância. Para o paper esse artigo ajudou a subsidiar os conhecimentos referentes
a um dos três requisitos necessários para a formação de um analista.
 CARNEIRO, Henrique; PINTO, Paula. A transmissão da psicanálise na
universidade a partir do estudo de casos clínicos. É um trabalho investigativo
sobre estudos de casos de transmissões dos conceitos da clínica psicanalítica e sua
relação com a prática de ensino pautada no discurso universitário. Para este trabalho
foi essencial ter uma visão diferenciada de como o saber psicanalítico pode ser
transmitido em um contexto universitário, trazendo assim algumas especificidades
dessa transmissão.

 FREUD, S. A Questão da Análise Leiga (1926). A obra traz uma reflexão sobre as
questões referentes ao exercício da psicanálise, é feita em forma de dialogo do autor
com um interlocutor, sendo em um sistema de perguntas e respostas. Sigmund Freud
expõe sua opinião sobre o desenvolvimento da psicanálise naquela época. Essa obra
será de suma importância para este artigo com o intuito de entender a posição do
autor em relação ao ensino e formação da psicanálise e a preocupação dele de sua
teoria não cair no charlatanismo.

 FREUD, S. Sobre o ensino da Psicanálise nas Universidades (1919). No capítulo,


Freud irá descrever como a ensino da psicanálise pode ser visto de dois pontos de
vista: o da psicanálise e o da universidade. Ele também explica sobre a inclusão da
psicanálise no currículo universitário e como incorpora-la seria uma tarefa árdua,
além de acreditar que universidade só teria a ganhar com a adição desse saber a grade
universitária. Assim as ideias que Freud discorre sobre a psicanálise e a universidade
será interessante para compreensão da aprendizagem e ensino da psicanálise.

 LACAN, Jacques. (1998). A psicanálise e seu ensino. No texto, Lacan irá dizer que
o ensino da psicanálise passa por um caminho de uma verdade subjetiva, seria uma
transmissão, a transmissão de um traço marcado pelo nome de Freud. Foi utilizado
outro olhar referente ao ensino da psicanálise, sendo o autor um dos maiores
seguidores das ideias de Freud.
METODOLOGIA
A metodologia adotada foi por meio de pesquisa em sites, artigos e livros que
abordam sobre a regulamentação do oficio de psicanalista, adentrando a conhecimentos
históricos sobre a formação, origem e transmissão do fazer psicanalítico.

REFERÊNCIAS

BALEEIRO, Maria Clarice. Sobre a regulamentação da psicanálise. Rev. Cogito. Vol. 4,


Salvador, 2002.

BRANDT, Juan A. Supervisão em grupo da prática clínica psicanalítica: algumas


reflexões. Rev. Vinculo. Vol. 14 n° 1, São Paulo, 2017.

CARNEIRO, Henrique; PINTO, Paula. A transmissão da psicanálise na universidade a


partir do estudo de casos clínicos. Psicol. rev. Vol. 15 n° 3, Belo Horizonte, 2009.

FREUD, S. A Questão da Análise Leiga (1926). In: Edição Standard Brasileira das Obras
Psicológicas Completas. v. XX. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

FREUD, S. Sobre o ensino da Psicanálise nas Universidades (1919). In: Edição Standard
Brasileira das Obras Psicológicas Completas. v. XVII. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

LACAN, Jacques. (1998). A psicanálise e seu ensino. In: Lacan, Jacques. Escritos. (pp.
438-460). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Texto original publicado em 1957).

MACEDO, Rosângela Gazzi. O que regula a psicanálise? Rev. Cogito. Vol. 6, Salvador
2004.

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