SPT3 Mas PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11

Mais big do que bang

A comunidade cien,fica mundial recebeu, na semana passada, a


confirmação oficial de uma descoberta sobre a qual se falava com enorme
expecta;va há alguns meses. Pesquisadores do Centro de AstroBsica
Harvard-Smithsonian revelaram ter ob;do a mais forte evidência até agora
de que o universo em que vivemos começou mesmo pelo Big Bang, mas
este não foi explosão, e sim uma súbita expansão de matéria e energia
infinitas concentradas em um ponto microscópico que, sem muitas opções
semân;cas, os cien;stas chamam de “singularidade”. Essa semente cósmica
permanecia em estado latente e, sem que exista ainda uma explicação
defini;va, começou a inchar rapidamente [...]. No intervalo de um piscar de
olhos, por exemplo, seria possível, portanto, que ocorressem mais de 10
trilhões de Big Bangs.

ALLEGRETTI. F. Veja. 26 mar. 2014 (adaptado).

1. No ,tulo proposto para esse texto de divulgação cien,fica, ao


dissociar os elementos da expressão Big Bang, a autora revela a
intenção de
a. a evidenciar a descoberta recente que comprova a explosão de
matéria e energia.
b. resumir os resultados de uma pesquisa que trouxe evidências
para a teoria do Big Bang.
c. sinte;zar a ideia de que a teoria da expansão de matéria e
energia subs;tui a teoria da explosão
d. ο destacar a experiência que confirma uma inves;gação
anterior sobre a teoria de matéria e energia.
e. condensar a conclusão de que a explosão de matéria e energia
ocorre em um ponto microscópico.
Enquanto isso, nos bas-dores do universo

Você planeja passar um longo tempo em outro país, trabalhando e estudando,


mas o universo está preparando a chegada de um amor daqueles de ;rar o chão, um
amor que fará você jogar fora seu atlas e criar raízes no quintal como se fosse uma
figueira.

Você treina para a maratona mais desafiadora de todas, mas não chegará com as
duas pernas intactas na hora da largada, e a primeira perplexidade será esta: a
experiência da frustração.

O universo nunca entrega o que promete. Aliás, ele nunca prometeu nada, você
é que escuta vozes.

No dia em que você pensa que não tem nada a dizer para o analista, faz a
revelação mais bombás;ca dos seus dois anos de terapia. O resultado de um exame de
ro;na coloca sua ro;na de cabeça para baixo. Você não imaginava que iriam tantos
amigos à sua festa, e tampouco imaginou que justo sua grande paixão não iria. Quando
achou que estava bela, não arrasou corações. Quando saiu sem maquiagem e com uma
camiseta puída, chamou a atenção. E assim seguem os dias à prova de planejamento e
contrariando nossas vontades, pois, por mais que tenhamos ensaiado nossa fala e
estejamos preparados para a melhor cena, nos bas;dores do universo alguém troca
nosso papel de úl;ma hora, tornando surpreendente a nossa vida.

MEDEIROS, M. O Globo. 21 jun. 2015.

2. Entre as estratégias argumenta;vas u;lizadas para sustentar a tese apresentada


nesse fragmento, destaca-se a recorrência de
a. estruturas sintá;cas semelhantes, para reforçar a velocidade das
mudanças da vida.
b. marcas de interlocução, para aproximar o leitor das experiências vividas
pela autora.
c. formas verbais no presente, para exprimir reais possibilidades de
concre;zação das ações.
d. construções de oposição, para enfa;zar que as expecta;vas são afetadas
pelo inesperado
e. sequências descri;vas, para promover a iden;ficação do leitor com as
situações apresentadas.
Na sociologia e na literatura, o brasileiro foi por vezes tratado como
cordial e hospitaleiro, mas não é isso o que acontece nas redes sociais: a
democracia racial apregoada por Gilberto Freyre passa ao largo do que
acontece diariamente nas comunidades virtuais do país. Levantamento
inédito realizado pelo projeto Comunica que Muda [...] mostra em números
a intolerância do internauta tupiniquim. Entre abril e junho, um algoritmo
vasculhou plataformas [...] atrás de mensagens e textos sobre temas
sensíveis, como racismo, posicionamento polí;co e homofobia. Foram
iden;ficadas 393.284 menções, sendo 84% delas com abordagem nega;va,
de exposição do preconceito e da discriminação.

Disponível em: hJps://oglobo.globo.com. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).

3. Ao abordar a postura do internauta brasileiro mapeada por meio de


uma pesquisa em plataformas virtuais, o texto
a. minimiza o alcance da comunicação digital.
b. refuta ideias preconcebidas sobre o brasileiro.
c. rela;viza responsabilidades sobre a noção de respeito.
d. exemplifica conceitos con;dos na literatura e na sociologia
e. expõe a ineficácia dos estudos para alterar tal comportamento.
No tradicional concurso de miss, as candidatas apresentaram dados
de feminicídio, abuso sexual e estupro no país.

No lugar das medidas de altura, peso, busto, cintura e quadril, dados


da violência contra as mulheres no Peru. Foi assim que as 23 candidatas ao
Miss Peru 2017 protestaram contra os altos índices de feminicídio e abuso
sexual no país no tradicional desfile em trajes de banho.

O tom polí;co, porém, marcou a atração desde o começo: logo no


início, quando as peruanas se apresentaram, uma a uma, denunciaram os
abusos morais e Bsicos, a exploração sexual, o assédio, entre outros crimes
contra as mulheres.

Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 29 nov. 2017.

4. Quanto à materialização da linguagem, a apresentação de dados


rela;vos à violência contra a mulher
a. configura uma discussão sobre os altos índices de abuso Bsico
contra as peruanas.
b. propõe um novo formato no enredo dos concursos de beleza
feminina.
c. condena o rigor esté;co exigido pelos concursos tradicionais.
d. recupera informações sensacionalistas a respeito desse tema.
e. subverte a função social da fala das candidatas a miss
Soneto VII

Onde estou? Este sí;o desconheço:


Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo ,mido esmoreço.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço


De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!

Árvores aqui vi tão florescentes,


Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era;


Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!

COSTA, C. M. Poemas. Disponível em:


www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012.

5. No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem


permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece uma
a. angús;a provocada pela sensação de solidão.
b. resignação diante das mudanças do meio ambiente.
c. dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
d. intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
e. empa;a entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra
Tarefa

Morder o fruto amargo e não cuspir


Mas avisar aos outros quanto é amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder
Mas avisar aos outros quanto é falso
Dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a não pulsar
– do amargo e injusto e falso por mudar –
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.

CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

6. Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas”


ar;culam, para além de sua função sintá;ca,
a. a ligação entre verbos seman;camente semelhantes.
b. a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis.
c. a introdução do argumento mais forte de uma sequência.
d. o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório.
e. a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo.
Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas não estava sa;sfeita
com sua condição. Não passamos de criaturas desprezadas, queixava-se. Só
somos conhecidas por nossa len;dão. O rastro que deixaremos na História
será tão desprezível quanto a gosma que marca nossa passagem pelos
pavimentos.
A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como
aquele parente distante, o escargot. O simples nome já a deixava fascinada:
um termo francês, elegante, sofis;cado, um termo que as pessoas
pronunciavam com respeito e até com admiração. Mas, lembravam as
outras lesmas, os escargots são comidos, enquanto nós pelo menos temos
chance de sobreviver. Este argumento não convencia a insa;sfeita lesma, ao
contrário: preferiria exatamente terminar sua vida desta maneira, numa
mesa de toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de cristal.
Assim como o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo,
respondia, a travessa de porcelana é a única lápide digna dos meus sonhos.

SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al. A prosa do mundo. São Paulo: Global, 2009.

7. Incorporando o devaneio da personagem, o narrador compõe uma


alegoria que representa o anseio de
a. rejeitar metas de superação de desafios.
b. restaurar o estado de felicidade de desafios.
c. materializar expecta;vas de natureza utópica
d. rivalizar com indivíduos de condição privilegiada.
e. valorizar as experiências hedonistas do presente.
Esporte e cultura: análise acerca da espor9vização de prá9cas corporais
nos jogos indígenas

Nos Jogos dos Povos Indígenas, observa-se que as prá;cas corporais


realizadas envolvem elementos tradicionais (como as pinturas e adornos
corporais) e modernos (como a regulamentação, a fiscalização e a
padronização). O arco e flecha e a lança, por exemplo, são instrumentos
tradicionalmente u;lizados para a caça e a defesa da comunidade na aldeia.
Na ocasião do evento, esses artefatos foram produzidos pela própria etnia,
porém sua estruturação como “modalidade espor;va” promoveu uma
semelhança entre as técnicas apresentadas, com o sen;do único da
compe;ção.

ALMEIDA, A. J. M.; SUASSUNA, D. M. F. A. Pensar a prá5ca, n. 1, jan.-abr. 2010 (adaptado).

A relação entre os elementos tradicionais e modernos nos Jogos dos Povos


Indígenas desencadeou a
a) padronização de pinturas e adornos corporais.
b) sobreposição de elementos tradicionais sobre os modernos.
c) individuação das técnicas apresentadas em diferentes modalidades.
d) legi;mação das prá;cas corporais indígenas como modalidade espor;va.
e) preservação dos significados próprios das prá;cas corporais em cada
cultura.
A história do futebol brasileiro contém, ao longo de um século,
registros de episódios racistas. Eis o paradoxo: se, de um lado, a a;vidade
futebolís;ca era depreciada aos olhos da “boa sociedade” como profissão
des;nada aos pobres, negros e marginais, de outro, achava-se inves;da do
poder de representar e projetara nação em escala mundial. A Copa do
Mundo no Brasil, em 1950, viria a se cons;tuir, nesse sen;do, em uma rara
oportunidade. Contudo, na decisão contra o Uruguai sobreveio o
inesperado revés. As crônicas espor;vas elegiam o goleiro Barbosa e o
defensor Bigode como bodes expiatórios, “descarregando nas costas” dos
jogadores os “prejuízos’ da derrota. Uma chibata moral, eis a sentença
proferida no tribunal dos brancos. Nos anos 1970, por não atender às
expecta;vas norma;vas suscitadas pelo estereó;po do “bom negro”, Paulo
César Lima foi classificado como “jogador-problema”. Ele esboçava a revolta
da chibata no futebol brasileiro. Enquanto Barbosa e Bigode, sem
alterna;va, suportaram o linchamento moral na derrota de 1950, Paulo
César contra-atacava os que pretendiam condená-lo pelo insucesso de
1974. O jogador assumia as cores e as causas defendidas pela esquadra dos
pretos em todas as esferas da vida social. “Sinto na pele esse racismo
subjacente”, revelou à imprensa francesa: Isto é, ninguém ousa pronunciar
a palavra ‘racismo’. Mas posso garan;r que ele existe, mesmo na Seleção
Brasileira”. Sua ousadia consis;u em pronunciar a palavra interdita no
espaço simbólico do discurso oficial para reafirmar o mito da democracia
racial.

Disponível em: h/ps://observatorioracialfutebol.com.br. Acesso em: 22 jun. 2019 (adaptado).

8. O texto atribui o enfraquecimento do mito da democracia racial no


futebol à
a. responsabilização de jogadores negros pela derrota na final da
Copa de 1950.
b. projeção mundial da nação por um esporte antes des;nado
aos pobres.
c. depreciação de um esporte associado à marginal idade.
d. interdição da palavra “racismo” no contexto espor;vo.
e. a;tude contestadora de um “jogador-problema”.
Uma das mais contundentes crí;cas ao discurso da ap;dão Bsica
relacionada à saúde está no caráter eminentemente individual de suas
propostas, o que serve para obscurecer outros determinantes da saúde. Ou
seja, costuma-se apresentar o indivíduo como o problema e a mudança do
es;lo de vida como a solução. Argumenta-se ainda que o movimento da
ap;dão Bsica relacionada à saúde considera a existência de uma cultura
homogênea na qual todos seriam livres para escolher seus es;los de vida, o
que não condiz com a realidade. O fato é que vivemos numa sociedade
dividida em classes sociais, na qual nem todas as pessoas têm condições
econômicas para adotar um es;lo de vida a;vo e saudável. Há
desigualdades estruturais com raízes polí;cas, econômicas e sociais que
dificultam a adoção desses es;los de vida.

FERREIRA, M. S. Ap;dão Bsica e saúde na educação Bsica escolar;


ampliando o enfoque. RBCE, n. 2. jan. 2001 (adaptado).

9. Com base no texto, a relação entre saúde e es;los de vida


a. constrói a ideia de que a mudança individual de hábitos
promove a saúde.
b. considera a homogeneidade da escolha de hábitos saudáveis
pelos indivíduos.
c. reforça a necessidade de solucionar os problemas de saúde da
sociedade com a prá;ca de exercícios.
d. problema;za a organização social e seu impacto na mudança
de hábitos dos indivíduos
e. reproduz a noção de que a melhoria da ap;dão Bsica pela
prá;ca de exercícios promove a saúde.
Uma das mais contundentes críticas ao discurso da aptidão física
relacionada à saúde está no caráter eminentemente individual de suas
propostas, o que serve para obscurecer outros determinantes da saúde. Ou
seja, costuma-se apresentar o indivíduo como o problema e a mudança do
estilo de vida como a solução. Argumenta-se ainda que o movimento da
aptidão física relacionada à saúde considera a existência de uma cultura
homogênea na qual todos seriam livres para escolher seus estilos de vida,
o que não condiz com a realidade. O fato é que vivemos numa sociedade
dividida em classes sociais, na qual nem todas as pessoas têm condições
econômicas para adotar um estilo de vida ativo e saudável. Há
desigualdades estruturais com raízes políticas, econômicas e sociais que
dificultam a adoção desses estilos de vida.

FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar;


ampliando o enfoque. RBCE, n. 2. jan. 2001 (adaptado).

10.Com base no texto, a relação entre saúde e estilos de vida


a. constrói a ideia de que a mudança individual de hábitos
promove a saúde.
b. considera a homogeneidade da escolha de hábitos saudáveis
pelos indivíduos.
c. reforça a necessidade de solucionar os problemas de saúde da
sociedade com a prática de exercícios.
d. problematiza a organização social e seu impacto na mudança
de hábitos dos indivíduos
e. reproduz a noção de que a melhoria da aptidão física pela
prática de exercícios promove a saúde.

Você também pode gostar