Whiskas - O Mistério Do Ronronado - 0
Whiskas - O Mistério Do Ronronado - 0
Whiskas - O Mistério Do Ronronado - 0
E sabe essa coisa de dizer que gatos têm muitas vidas, umas sete? Eu posso provar.
Já vivi coisas demais, e como acabei aqui? Eu vou contar para vocês.
Tudo começou com uma dúvida: o ronronado existe?
Sabem? Aquele rom-rom que todo gato faz? Todo não, porque é aí que começa o meu
problema, eu sou gato, disso eu tenho quase certeza, mas nunca ronronei.
E então eu resolvi ir atrás, desbravar e descobrir o que era, como sentir esse tal
ronrom. E eu vou contar para vocês uma coisa, as vidas de gato não são fáceis.
Mas eu não me importo – Já me acostumei a ser sozinho. Vagar pelas
ruas, afastar as pessoas. Eu sou a Noite, o Mistério, as Trevas.
Eu não sabia o que era ronronar, mas, naquele dia, eu aprendi o que era medo.
Era um dia meio que como esse, chuvoso, escuro, frio.
Eu mal sabia andar e ficava dando uns miadinhos, achei que dessa forma minha
mãe pudesse me encontrar. Foi nada, eu já devia estar bem longe dela.
E então foi assim que começou a minha primeira vida. Caçava o que dava, me
escondia da chuva, e fugia dos meninos que jogavam pedrinhas em mim.
Sabe como é, nunca tive muita vocação para alvo.
Depois de um tempo, chegaram umas pessoas no ferro-velho, eu tentei
me esconder, usei minhas garras tenebrosas, que na época eram uns
fiapos de garra, e tentei fazer a minha maior cara de mau.
Não assustei ninguém, me levaram mesmo assim.
Os outros gatos não sabiam muito bem, uns diziam que era cura, outros que era
felicidade, alguns diziam até que era um brinquedo que tinham engolido.
Aí chegou um dia que um rapaz veio até o abrigo. Ele olhou para mim, eu olhei
para ele e ele apontou para mim, fui com ele.
Ele me colocou um lação rosa no pescoço e me enfiou numa caixa.
Eu destruí o laço em poucos segundos. Mais um inimigo derrotado!
Quando uma moça abre a caixa, e faz uma cara não muito feliz ao me ver.
Talvez eu não devesse ter destruído o laço...
Enfim, estava começando a minha terceira vida. E parecia que não ia durar muito,
a tal moça, que me ganhou de presente, mal olhava para mim e me dava uns restos
de comida. Ficava o tempo todo tirando fotos dela e de mim... ela não gostava de
nenhuma, falou que eu não ficava bem nas fotos e que eu fazia muita bagunça.
Gato:
- Ei! O que é isso? Nããão...
- Mãe, posso levar ele para casa? Ele parece machucado.
- Pode, mas antes vamos levar para o veterinário.
Gato:
- Onde estou? O que aconteceu?
Menina:
- Olha, tem uma caminha, comidinha e aguinha para você.
Gato:
- FSSS!
Chegando na casa eu não conseguia entender nada. Sentia dor e meu velho
amigo medo tinha crescido muito. Eu não queria deixar ninguém se aproximar.
Eu só queria ficar sozinho.
Mas era uma casa muito esquisita aquela.
A menina era a mais esquisita de todas. Trazia sempre as comidas mais gostosas
e ficava olhando para mim, falando coisas bonitas. Falando que eu ia melhorar,
que eu era um gatinho muito esperto e corajoso. Com o tempo o medo foi
diminuindo, diminuindo e desapareceu. E eu comecei a gostar muito deles.
Até que um dia, eu fui até a menina sem ela me chamar e me enrosquei na
perna dela e subi no seu colo. Ela olhou para mim, perguntou se podia fazer
carinho, esticando a mão.
E eu deixei. E ela ficou tão feliz, mas tão feliz que me deu o abraço mais gostoso
que eu já tinha recebido.
E de repente eu fui sentindo uma coisa na garganta, uma coisa que eu nunca
tinha sentido antes. Uma coisa boa. E... e... e soltei o meu primeiro ronronado!
Menina:
- Você precisa de um nome, acho que você tem carinha de... Bátima!
É, essa é a minha sétima vida, mas do jeito que vai, tenho certeza de que vai
durar por muuuuito tempo.