Texto Aula 03 2024 A Politica e A Exploracao Coloniais No Brasil Dos Seculos XVI A XVIII
Texto Aula 03 2024 A Politica e A Exploracao Coloniais No Brasil Dos Seculos XVI A XVIII
Texto Aula 03 2024 A Politica e A Exploracao Coloniais No Brasil Dos Seculos XVI A XVIII
O BRASIL COLÔNIA
Por três séculos, os portugueses dominaram o Brasil, explorando suas riquezas, como a
cana-de-açúcar e o ouro, cobrando impostos e abafando revoltas coloniais, até 7 de
setembro de 1822, data da proclamação da independência brasileira.
O território foi dividido em porções de terra para serem distribuídas entre nobres aliados
da Coroa portuguesa. Eram as capitanias hereditárias.
1
Enquanto os colonos queriam escravizar os indígenas para o trabalho na lavoura de
açúcar, os jesuítas defendiam sua ação missionária.
A partir do século XVI, o Brasil se sustentou tendo como base a mão de obra escravizada
negra, primeiramente nos engenhos de açúcar no Nordeste, e depois na mineração no
centro-sul colonial. Os negros africanos foram escravizados e o tráfico negreiro se tornou
uma das atividades mais rentáveis do Brasil Colônia.
O Governo-Geral ficou responsável pela defesa da colônia, para isso, instalou em pontos
estratégicos inúmeras fortificações militares para garantir a posse portuguesa das terras
povoadas. A ameaça dos franceses invadirem a Baía da Guanabara fez com que o
governador-geral Estácio de Sá construísse a cidade do Rio de Janeiro, que, em meados
do século XVIII, tornou-se capital da colônia.
Enquanto o Brasil esteve sob o domínio de Portugal, a economia foi de exportação, para
atender aos interesses do mercado externo. A primeira atividade econômica foi a extração
do pau-brasil. Como os portugueses não encontraram nenhum metal precioso no primeiro
contato com a terra recém-encontrada, o comércio daquela árvore da Mata Atlântica
possibilitou aos colonizadores um ganho na exploração do Brasil Colônia. A Coroa
portuguesa acreditava que encontraria metais preciosos com a mesma facilidade com que
os espanhóis encontraram na América Central.
Percebendo que a terra colonial era fértil e o clima favorável, os portugueses deram início,
no século XVI, à plantação de cana-de-açúcar. Engenhos foram construídos no litoral
nordestino para a produção açucareira. Com o fracasso na escravização da mão de obra
indígena, a solução veio dos negros africanos. À medida que se produzia açúcar, maior
era o número de escravizados negros em solo brasileiro. O tráfico negreiro se tornou uma
atividade econômica altamente lucrativa.
No século XVIII, bandeirantes que saíram de São Paulo para o sertão do Brasil
encontraram na região de Minas Gerais as primeiras minas de ouro. Logo que a notícia se
espalhou, milhares de pessoas se deslocaram para as regiões, dando origem às primeiras
cidades no interior brasileiro, como Ouro Preto, Mariana e Cidade de Goiás.
Tal qual na produção açucareira, os metais preciosos foram levados para Portugal. Em
torno das minas de ouro, formou-se um comércio que atendia às demandas dos
exploradores. A mão de obra usada nas minas era a negra escravizada.
2
O MERCANTILISMO
Foi adotado pelas nações europeias durante o período das Grandes Navegações e da
montagem do sistema colonial no continente americano. Por conta disso, muitas das
práticas mercantilistas foram aplicadas pelos portugueses durante o período de
colonização do Brasil.
A economia se tornou uma ciência e não mais uma simples atividade. Estudiosos
começaram a pesquisar, estudar e escrever tratados econômicos sobre a origem da
riqueza e o progresso econômico.
Características do mercantilismo
3
• Metalismo: também conhecido como bulionismo, esse princípio consistia em
defender a acumulação de metais preciosos como principal forma de obtenção de
riquezas. Esse conceito foi utilizado principalmente na Espanha. Essa prática
coincidiu exatamente com o período em que os espanhóis traziam enorme
quantidade de metais preciosos de suas colônias da América. A crença central era
que a riqueza de um país era medida pela quantidade de metais preciosos (ouro e
prata) que ele possuía.
• Balança comercial favorável: essa teoria defendia que a soma das transações
comerciais de um Estado deveria ser positiva, ou seja, o volume de mercadorias
vendidas deveria ser superior ao volume de mercadorias compradas.
Mercantilismo no Brasil
Declínio do Mercantilismo
4
A EXPLORAÇÃO COLONIAL NO BRASIL
Foi um processo marcado pela busca incessante por recursos naturais e mão de obra
barata para atender às demandas da metrópole portuguesa. Essa exploração se deu de
diversas formas, cada uma com suas características e impactos específicos:
A política colonial no Brasil nos séculos XVI a XVIII foi marcada por uma série de
mudanças e adaptações, sempre com o objetivo de atender aos interesses da metrópole
portuguesa. As principais características desse período foram:
5
2. Pacto Colonial: Esse sistema determinava que a colônia brasileira deveria fornecer
produtos agrícolas e minerais para Portugal, que por sua vez, venderia produtos
manufaturados para a colônia. Essa relação desigual gerou grande exploração do Brasil e
enriquecimento de Portugal.
4. Governo Geral: Essa nova forma de administração centralizou o poder nas mãos de um
governador-geral nomeado pelo rei de Portugal. O Governo Geral visava aumentar o
controle da metrópole sobre a colônia e garantir a exploração de seus recursos.
5. Expansão territorial: Ao longo dos séculos XVI a XVIII, o território brasileiro foi
expandido significativamente. Isso se deveu à exploração de recursos naturais, como o
ouro, e à busca por novos territórios para a colonização portuguesa.
Após a fase inicial de escambo com os índios que durou até 1932, o governo português
decidiu iniciar o processo de colonização propriamente dito iniciando a produção de
açúcar implantando engenhos no litoral nordestino. Portugal já tinha experiência nesse
plantio que já era praticado em suas ilhas de Açores e Madeira no Continente Africano. O
Açúcar tinha grande aceitação no mercado europeu e, além disso, era vendido a preços
exorbitantes, por isso era válida sua produção do outro lado do atlântico.
6
técnica dos equipamentos era baixa, sobrecarregando o trabalho humano. Com isso, se
tornava necessária a mão-de-obra escrava. A primeira utilizada foi a dos índios, porém
existiam alguns problemas com relação a sua utilização: primeiro, eles eram em pouca
quantidade e ainda muitos morreram devido a epidemias, e segundo, alguns clérigos se
colocavam contra ela; e terceiro, estes se recusavam a trabalhar no regime compulsório,
já que seu modo de vida era completamente diferente: a lógica do excedente de
produção, objetivando o lucro, não pertenciam a sua cultura.
Assim foi necessária a partir do século XVII a vinda de negros escravos para realizar o
trabalho nos engenhos.
Nunca chegou a acontecer uma substituição do trabalho indígena pelo trabalho do negro
escravizado. Os povos originários seguiram sendo largamente requeridos pelas
economias e sociedades coloniais do Brasil, mesmo depois da chegada dos africanos ao
Brasil colonial.
Mesmo tendo sua força de trabalho migrado para atividades secundárias ou correlatas às
atividades agroexportadoras, os povos indígenas jamais deixaram de ser peça importante
nos mundos do trabalho luso-brasileiros.
ESCRAVIDÃO NO BRASIL
A escravidão no Brasil foi tão cruel e a quantidade de africanos que foram trazidos
durante três séculos foi tão grande que a imagem do trabalhador escravo em nosso país
associou-se com a cor de pele do africano. Um sintoma evidente do racismo que estava
por trás da instituição da escravidão em nosso país.
7
discriminação que afetam os negros no Brasil são um reflexo direto de um país que
normalizou o preconceito contra esse grupo e o deixou à margem da sociedade.
Escravizar um indígena, em comparação com um africano, era muito mais acessível para
os colonos portugueses, mas uma série de questões tornavam essa prática mais
problemática.
Primeiro, havia a questão cultural, uma vez que os índios não estavam familiarizados com
a ideia de trabalho contínuo para produção de excedente, o que fazia parte da cultura
europeia. Além disso, os indígenas eram vistos pelos padres jesuítas como rebanho em
potencial para serem convertidos ao catolicismo. Isso criava um impasse muito grande,
porque os colonos queriam escravizar os indígenas irrestritamente, enquanto que os
jesuítas criavam barreiras para isso.
Outro obstáculo para a escravização dos indígenas era a suscetividade deles para
doenças, como varíola, gripe, sarampo etc. A falta de defesa biológica foi algo marcante
na história da colonização da América. Ao longo desse período, aconteceram inúmeras
epidemias que mataram indígenas aos milhares.
Chamados de “negros da terra”, os indígenas eram até três vezes mais baratos que um
escravo africano.
Escravização de africanos
Ao longo dos 300 anos de existência do tráfico negreiro, cerca de 4,8 milhões de
africanos foram trazidos para o Brasil, o que significa que nosso país foi o que mais
8
recebeu africanos para serem escravizados ao longo de três séculos em todo o continente
americano.
O Brasil foi o último país do continente americano a abolir o trabalho escravo em 1888.
A abolição, porém, não foi acompanhada por medidas de suporte aos negros libertos, e
eles continuaram sendo vítimas do preconceito, violência e sofreram com a falta de
acesso ao estudo e às boas oportunidades.
As relações de trabalho no Brasil dos séculos XVI a XVIII foram caracterizadas pela
exploração e desigualdade. A mão de obra era predominantemente escrava, indígena ou
africana, e os trabalhadores eram submetidos a longas jornadas de trabalho em
condições precárias.
Tipos de trabalho:
• Trabalho livre: Havia também trabalhadores livres no Brasil colonial, mas eram em
menor número. Eram geralmente artesãos, pequenos comerciantes e profissionais
liberais.
Condições de trabalho: