Contação de Historia 1
Contação de Historia 1
Contação de Historia 1
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Sumário
Introdução ........................................................................................................ 3
A personalização .................................................................................... 26
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 28
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NOSSA HISTÓRIA
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Contação de História
Introdução
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Abramovich (1997) ressalta a importância de contar historias para crianças, de
forma que escutá-las é um precedente para a formação de leitor, além de incitar seu
imaginário para responder tantas questões existentes no mundo da criança. Incluir a
narração de historias na rotina da educação infantil, ajuda no desenvolvimento do
trabalho do educador, pois auxilia na aprendizagem da criança, fazendo uso do lúdico
no momento do ensino.
Além disso, a história permite o contato das crianças com o uso real da escrita,
levando-as a conhecerem novas palavras, a discutirem valores como o amor, família,
moral e trabalho, e a usarem a imaginação, desenvolver a oralidade, a criatividade e
o pensamento crítico, auxiliam na construção de identidade do educando, seja esta
pessoal ou cultural, melhoram seus relacionamentos afetivos interpessoais e abrem
espaço para novas aprendizagens nas diversas disciplinas escolares, pelo caráter
motivador da criança.
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Uma visão historiográfica sobre a contação de história
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primitivos e, por isso, exprimem sentimentos muito arcaicos do psiquismo humano.”
(VIEIRA, 2005, p. 10).
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A capacidade de imaginar permite que o ser humano crie uma habilidade de
entendimento e compreensão de histórias ficcionais, pois nossa vida apenas é
entendida dentro de narrativas. As histórias nos transmitem informações e abrangem
nossas emoções. É por esse motivo que algumas pessoas se sentem receosas ao
trabalhar com crianças e jovens em desenvolvimento.
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formar grandes leitores, leitores críticos, não basta ensinar a ler. É preciso ensinar a
gostar de ler. [...] com prazer, isto é possível, e mais fácil do que parece. (VILLARDI,
1997, p. 2).
Dessa forma, utilizar a contação em sala de aula faz com que todos saiam
ganhando, tanto o aluno, que será instigado a imaginar e criar, quanto o professor,
que ministrará uma aula muito mais agradável e produtiva e alcançará o objetivo
pretendido: a aprendizagem significativa.
Além disso, as histórias ampliam o contato com o livro para que os alunos
possam expandir seu universo cultural e imaginário e, através de variadas situações,
a contação de histórias pode: intrigar, fazer pensar, trazer descobertas, provocar o
riso, a perplexidade, o encantamento etc. Ou seja, ao se contar uma história, percorre-
se um caminho absolutamente infinito de descobertas e compreensão do mundo.
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Antes mesmo do surgimento da escrita, todo o conhecimento era transmitido
através da fala. Com isso, podemos afirmar que os contadores nasceram com a
humanidade, pois lhes cabia discutir fatos, encadear acontecimentos, perpetuar
crenças, manter uma tradição além de repassar o conhecimento.
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A contação de história como prática educativa: uma
reflexão pedagógica
A ação de contar histórias deve ser utilizada dentro do espaço escolar, não
somente com seu caráter lúdico, muitas vezes exercitado em momentos estanques
da prática, como a hora do conto ou da leitura, mas adentrar a sala de aula, como
metodologia que enriquece a prática docente, ao mesmo tempo em que promove
conhecimentos e aprendizagens múltiplas.
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A questão da contação de histórias como participante da práxis pedagógica
não pretende de forma alguma desconfigurar sua função de transmitir beleza,
sensibilidade, prazer. Aliás, acredita-se que o caráter artístico da contação de
histórias pode servir de elo no processo de ensino e aprendizagem.
Portanto, a contação de histórias pode auxiliar a práxis sem perder seu valor
estético e artístico. Muitos teóricos abordam a questão da importância dos textos
literários na escolarização.
A escola, dia a dia, vem perdendo seu papel de estimuladora da literatura para
seus educandos, já não é contínuo o uso de livro paradidático. As palavras de Maciel
(2010) são bem oportunas para a reflexão proposta neste trabalho, já que o autor
defende a ideia de que o espaço da literatura em sala de aula, além de desvelar a
obra e aprimorar percepções, também é uma maneira de enriquecer o repertório
discursivo dos alunos, sem ter medo da análise literária. Pois, “longe da crença
ingênua de que a leitura literária dispensa aprendizagem, é preciso que se invista na
análise da elaboração do texto, mesmo com leitores iniciantes ou que ainda não
dominem o código escrito.” (MACIEL, 2010, p. 59).
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A preparação para a contação de histórias
Contar histórias é uma arte, pois envolve vários mecanismos para prender a
atenção dos seus ouvintes. Mas não é somente isso, precisa encantar. E para isso, o
educador precisa estar preparado utilizando-se de técnicas apropriadas para todo tipo
de ouvinte, assim como utilizar recursos, espaço e tempo para atender melhor as
suas necessidades.
Para Abramovich (1997), a contação não pode ser feita de qualquer jeito, sem
nenhum preparo. Pelo contrário, corre o risco de no meio desta, empacar ao
pronunciar alguma palavra, fazer pausas em momentos errados ou mesmo perder o
seu rumo e, certamente, a criança perceberá. Deve haver um clima de mistério para
envolver e não subestimar o ouvinte, deixando pairar os questionamentos para uma
possível discussão após o momento da contação.
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Para Coelho (1999), os interesses de
cada faixa etária é que determina a escolha
dos tipos de histórias. A fase pré-mágica vai
até os três anos de idade, onde o enredo deve
ser simples, com ritmo e repetições e conter
situações próximas à vida afetiva, social e
doméstica da criança. Dos três aos seis anos,
na fase mágica, deve prevalecer o encanto e
as crianças solicitam a repetição constante da
mesma história.
Edmir Perrotti, citado por Maricato (2006, p.18), diz, “primeiro a criança escuta
a história lida pelo adulto, depois conhece o livro como um objeto tátil, que ela toca,
vê e tenta compreender as imagens que enxerga”. Além deste, outros recursos
podem ser utilizados como: fantoches, teatrinhos, máscaras, desenhos, dobraduras,
instrumentos musicais, materiais reciclados entre outros.
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com atividades como desenhos, rodas de conversas, cantigas, dramatizações, entre
outras.
Com certeza, é o estímulo à leitura é que tornará a criança uma leitora para o
resto da vida. Ter muitos livros não é obrigatoriedade para que a criança se vislumbre
com eles, mas há necessidade de atraí-las para o mundo da leitura, contagiando a
paixão da arte de contar histórias.
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Imaginação: Os meninos ouvem atentos as narrações e com isso
acompanham-nas mentalmente. Desta forma consegue-se situações
verdadeiramente formidáveis! Com elas podemos transitar pelo tempo e o espaço,
estando ora na pré-história, ora pisando em galáxias estranhas. Podemos "bater um
papo" com Hércules, participar de rituais indígenas ou conhecer a selva. Nas histórias
tudo é possível!
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Senso Crítico: A cada dia que passa assistimos abismados à falta de senso
crítico nos indivíduos. Aumenta a procura de elementos massificações, tais como
grifes e modismos, tolhendo e até envergonhando o indivíduo de ter as suas próprias
ideias.
É preciso que as pessoas tenham olhos para ver a realidade da sociedade que
as cerca, identificando as atitudes que levam à prosperidade, para incentivar estas e
reprimir as danosas, e saber manejar as suas opiniões, para que em conjunto com o
pensamento dos demais, possam ter uma vida útil e feliz.
A visão de outras realidades fará com que vejam "os dois lados de uma mesma
moeda", gerando tomadas de posições e construindo uma personalidade ativa.
No momento que trabalhamos com algo que a criança realmente gosta, que
sente que foi preparado com carinho para ela, as chances de ter uma postura atenta
e participativa aumentam muito.
Ela não irá gritar ou fazer algazarra se tiver algo muito mais interessante para
fazer: ouvir uma história!
Algo que ela espera ser interessante, porque confia que foi preparado
especialmente para ela e para o seu grupo.
A situação fará a criança perceber que existe momento para tudo: brincar, se
divertir e também para prestar atenção, e o que é melhor: que vale a pena prestar
atenção!
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Transmissão de valores através das histórias
Alegria: Boa disposição para fazer as coisas. Propensão a ver e mostrar o lado
divertido das coisas.
Amor: Desejar o bem para outras pessoas. Ter apego às suas produções e
bens, ao meio em que se vive e às pessoas.
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Lealdade: Amor e fidelidade à verdade. Incapacidade de trair, falsear ou
enganar.
A escolha
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cenário (infelizmente quase nenhuma delas objetivando construir algo positivo no
comportamento da criança) e nós não podemos ficar indiferentes a essa situação.
Temos de pesquisar, ler literatura especializada, feita para elas, conhecer seus
heróis, sejam eles pertencentes aos desenhos animados ou histórias em quadrinhos,
assistir a filmes, conhecer suas brincadeiras e preferências. É só desta forma que
saberemos escolher, dentro de um repertório conhecido, qual história se adapta
àquele comportamento que desejamos (ou precisamos) abordar.
A pesquisa, o teste e o treino farão com que de uma história se chegue a outra
e, com alguma habilidade e dedicação, estaremos aptos a fazer adaptações à técnica
desejada ou mesmo criar nossas próprias histórias.
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9 anos: Aventuras em ambientes longínquos (selva, oriente, fundo do mar,
outros planetas), histórias de fadas com enredo mais elaborado, histórias
humorísticas, aventuras, narrativas ele viagens, explorações, invenções.
Para estudar uma história é preciso, em primeiro lugar, divertir-se com ela,
captar a mensagem que nela está implícita e, em seguida, após algumas leituras,
identificar os seus elementos essenciais.
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Estudo dos elementos da história
Enredo
Personagens principais, secundários e supérfluos e Ambiente (local,
época, civilização)
Cenários (quantas cenas são necessárias para o seu desenvolvimento)
Mensagem e conteúdo educacional
O fluxo do enredo
Introdução
Enredo
Ponto Culminante
Desfecho
No verão, as focas corriam para a ilha de Saint Paul, situada no Pacífico norte,
para que as fêmeas dessem cria. A praia ficava superpovoada e era o palco ideal
para que homens impiedosos e gananciosos caçassem as focas jovens para vender
suas peles. Neste cenário é que nasce Kotick, a foca branca.
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Enredo: A sucessão de episódios, os conflitos que surgem e a ação dos
personagens formam o enredo. É importante destacar o que é essencial e o que são
detalhes.
Às vezes encontramos histórias muito boas para as crianças, mas que trazem
uma linguagem árida, difícil para a sua compreensão. Neste caso, é preciso "captar"
o essencial da história, a sucessão de fatos que levará à mensagem, para poder
transportá-la para uma linguagem que possa ser entendida. Tomemos por exemplo
"Kotick": o que é importante?
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Ponto Culminante: Em uma história bem produzida, o ponto culminante surge
como uma consequência natural dos fatos arrolados de forma ordenada e sucessiva.
Uma semana mais tarde, um exército de aproximadamente dez mil focas partiu
para atravessar o túnel das vacas marinhas, em busca da praia que nenhum homem
jamais pisara.
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No estudo da história, deve-se identificar estas quatro fases, a fim de dar o
tratamento adequado a cada uma. É útil fazer um resumo de cada uma delas por
meio do preenchimento dos espaços correspondentes na ficha descritiva de cada
história. Esta sinopse servirá de base para o treino da narração. Seria ideal que a
história estivesse bem preparada, para que a ficha fosse dispensável no momento da
narração. Se isto, porém, não for possível, o narrador poderá recorrer a este resumo
para apresentá-la.
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valores. É preciso destacar os aspectos éticos de cada história para poder enfatizá-
los na sua adaptação e narração.
Ter bem claro os objetivos educacionais que cada história atinge facilita o
planejamento do educador, que dosará as diversas histórias ao longo do período que
tem disponível, tendo em vista um desenvolvimento em todos os sentidos, de forma
globalizada.
A narração simples sempre poderá ser usada, porém é útil determinar neste
estudo quais as variações poderiam ser feitas e avaliar quais as vantagens que este
uso poderá trazer.
No bojo do estudo de uma história fica mais fácil visualizar que tipo de interação
se pode ter com as crianças, tem como que atividades podem ser aplicadas após a
apresentação, valorizando e potencializando os efeitos da história. Estas ideias
devem ser registradas na ficha descritiva. Isto facilitará a tarefa de desenvolvimento
de atividades na oportunidade em que a história for aplicada.
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A personalização
Pode acontecer que uma história tenha no seu enredo um excelente potencial
para desenvolver determinado aspecto educacional ou valor ético, mas este não está
claro na versão que temos à mão. À medida em que vamos estudando, isto irá
aparecer e começa-se a visualizar a importância de reforçá-lo na narração que
faremos. Assim, será lícito e desejável fazer a adaptação incluindo elementos
capazes de enriquecer este aspecto, a fim de torná-lo mais evidente.
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Mãe: Olha lá, João! O pé de feijão é tão alto que perfura as nuvens! E suas
folhas são tão fortes que você poderia até se apoiar nelas!
O ideal é que toda a história se desenvolva por meio dos personagens, porém
o uso de um narrador poderá ajudar. Ele fará a introdução, criando a ambientação e
apresentando os personagens.
Contar histórias é uma arte, que poderá ser nata em muitas pessoas. Porém,
há um certo nexo em pensar que essa qualidade, mesmo não sendo visível em
alguns, encontra-se "incubada" em todos aqueles que procuram um trabalho com
crianças, uma certa predisposição que poderá eclodir mediante treino e estudo.
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REFERÊNCIAS
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fada. 14. ed. São Paulo:
Paz e Terra, 2000.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo:
Moderna, 2000.
____. A importância do ato de ler. 47ª ed., São Paulo: Cortez, 2005.
____. A literatura infantil: história, teoria, análise. 3. ed. São Paulo: Quíron,
1984.
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_____. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 2001.
LIMA, Renan de Moura Rodrigues; ROSA, Lúcia Regina Lucas. O uso das
fábulas no ensino fundamental para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita.
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