Direito. Aabnnss

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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Curso de licenciatura em administração publica

Cadeira de introdução a Direito

Ano: 2 Semestre: 1

Tema: trabalho em grupo

Discentes:

- Américo Simango
- Aristides Guirrigane
- Basilson Ferraz
- Neide da Paula
- Nidloide da Costa
- Sevene Sevene
- Suraya Sedeia
Docente: Mestre, Anisio Buanassia

Maputo, 08 de Junho de 2021

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1 Estabeleça o confronto entre os fins do direito e os fins das restantes ordens
normativas ?
Entende-se por Direito como conjunto de normas que possuem características tipicamente
jurídicas, tais como: a sociabilidade, a imperatividade, e o mais importante, a coercibilidade
material. Este conjunto de normas, visa regular a vida em sociedade.
No entanto, para além das normas jurídicas, existem por outro lado outras normas de outras
ordens normativas que tal como o direito visam regular a vida em sociedade, é meio que
encontrámos a manifestação da ordem moral, ordem religiosa e ordem do trato social.
A ordem moral é uma ordem de conduta humana constituída por um imperativo na
consciência, e que visa o aperfeiçoamento individual. Esta estabelece padrões individuais,
regras e valores que vão condicionar o comportamento do ser na sociedade, segundo o seu
juízo entre o bem e mal.
Algumas características decisivas ou identificadoras da moral

I) Na sua essencialidade surge como intra-individual, como uma relação da pessoa


consigo mesma;
II) As suas regras apenas impõem deveres ou obrigações (nunca atribuem direitos,
faculdade ou prerrogativas)- «não matar» é um imperativo moral, mas não existe
direito moral de exigir não ser morto (De Sousa, Marcelo Rebelo; Galvão Sofia,
2000. P. 221 )

Existe uma diferença entre as finalidades da moral e as finalidades do direito como é referido
por Marcelo rebelo de sousa na sua obra Introdução ao Estudo do Direito.

“São diferentes as finalidades da moral e do direito. A moral visa dirigir a pessoa para o bem,
visa o aperfeiçoamento individual. O Direito visa assegurar o desenvolvimento da pessoa
pelo estabelecimento das regras que regulam as relações essenciais de uma sociedade visando
a sua subsistência e sobrevivência harmoniosa dos seus membros”( De Sousa, Marcelo
Rebelo; Galvão Sofia, 2000. P.224)

Prontos, já sabemos o que é Direito, é desnecessário voltar conceitua-lo.

Vejamos agora, o que é a religião. Pois bem, a ordem religiosa, representa uma ordem de fé.
A ordem Religiosa define-se pelo facto do seu fundamento radicar na divindade, concebida
como ente superior e perfeito.
Caracteriza-se por permitir ao homem elevar-se da sua condição terrena e relacionar-se com
Divindades/Divindade, tendo assim, condicionado o seu comportamento pelos valores
religiosos o que vai repercutir nas suas relações sociais.

A religião vai diferir do direito pelo facto de “… ser uma ordem que um sentido de
transcendência, que ordena condutas, tendo em conta a relação com Deus. O Direito visa
regular as relações essenciais de uma comunidade, assegurando o desenvolvimento
harmonioso dos seus membros” (De Sousa, Marcelo Rebelo; Galvão Sofia, 2000. P.226)

Para melhor compreensão do Trato social, é imprescindível tomar conhecimento de que,


primeiramente, o homem é um animal social e para ele viver, é necessáriamente conviver.

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Por isso em cada meio, existe, sempre um conjunto mais ou menos amplo de regras de
convivência social. São regras que não sendo essenciais, a sobrevivência da própria
comunidade, como, por exemplo, as regras jurídicas, visam assegurar um bom
relacionamento entre seus membros, tornando as relações sociais mais fluentes.

Não diferente das outras ordens normativas, existe um diferença entre o trato social e o
Direito,
Em termos de fronteiras, com base num ponto, podemos afirmar que enquanto a ordem
jurídica, ou simplesmente direito é assistido de coercibilidade material, isto é, o uso da força
para fazer cumprir as suas regras ou normas, a ordem de trato social já não, ela não é assistida
de coercibilidade material. Porem vale ressaltar que a violação da regra de trato social
importa a rejeição ou o afastamento de quem é socialmente indesejado

2 Enumere quatro características das normas jurídicas, distingue-as entre si?


Antes mesmo de nomear aqui as características, aurora devêssemos ditar aquilo que são as
normas jurídicas, e deste modo passo a citar
Normas jurídicas são regras de conduta social gerais, abstractas e imperativas, adoptadas
e impostas de forma coercitiva pelo Estado, através de órgãos ou autoridades competentes.
(VARELA, Bartolomeu. Manual de introdução ao direito, 2 edicao, 2011 )
Características da norma jurídica
A partir da própria definição acabada de apresentar, podem extrair-se as características mais
marcantes da norma jurídica, que são:
a) Generalidade: Todos os cidadãos são iguais perante a lei, razão por que a norma jurídica
se aplica a todas as pessoas em geral. As normas jurídicas são válidas para todos e a todos
obrigam de igual forma; o por outra diz-se geral o preceito que, por natureza, se dirige a uma
generalidade mais ou menos ampla de destinatários, isto é, que não tem destinatário ou
destinatários determinados. Está-se perante uma exigência da justiça, pois o princípio da
igualdade postula que as normas tratem igualmente todos os que se encontrarem na mesma
situação.
Generalidade não se pode confundir com geralidade. Generalidade designa, como vimos, a
existência de multiplicidade de pessoas abrangidas pela norma; geralidade reporta-se a uma
situação diferente: normas que regulem o comportamento particular do P.R., por exemplo.
Uma norma geral não é, então, genérica
b) Abstracção: As normas jurídicas aplicam-se a um número abstracto de situações, a
situações hipotéticas em que poderão enquadrar-se as condutas sociais e não a um indivíduo
ou facto concreto da vida social. Ao elaborar a norma jurídica o legislador tem em mira dois
interesses básicos: o de alcançar a multiplicidade de casos que apresentem razão fundamental
comum; e adequar o máximo possível, segundo os princípios de justiça, a consequência ou
disposição à classe de casos contida no suposto ou hipótese. Para alcançar tal desiderato a
norma deve conter abstratividade, que se contrapõe à casuística. Aplica-se o princípio quanto
menor a compreensão maior a extensão. Para que a norma alcance maior diversidade de casos
o suposto deve conter menor número de referências e para atingir menor diversidade, o
suposto deve conter maior número de referências.

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c) Imperatividade: As normas jurídicas são de cumprimento obrigatório; Na sua missão de
disciplinar as maneiras de agir em sociedade, o Direito deve representar o mínimo de
exigências, de determinações necessárias. Para garantir efectivamente a ordem social, o
Direito se manifesta através de normas que possuem carácter imperativo. O carácter
imperativo da norma significa imposição de vontade e não mero aconselhamento. Nas
normas de tipo preceptivo e proibitivo, segundo impõem uma acção ou uma omissão, a
imperatividade se manifesta mais nitidamente
d) Coercibilidade: As normas jurídicas podem impor-se mediante o emprego de meios
coercivos (ou da força) pelos órgãos estaduais competentes, em caso de não cumprimento
voluntário. Coercibilidade quer dizer possibilidade de usar da coação. Esta possui dois
elementos: psicológico e material.
O primeiro exerce a intimidação, através das penalidades previstas para a hipótese de
violação das normas jurídicas.
O segundo , O elemento material é a força propriamente, que é accionada quando o
destinatário da regra não a cumpre espontaneamente.
A norma jurídica, ao revestir as características de imperatividade e coercibilidade, limita a
liberdade do indivíduo, impelindo-o a conter os impulsos pessoais e a eleger as condutas a
seguir de modo a não pôr em causa a liberdade dos outros e as bases de convivência social.
Assim, para que a norma jurídica possa ser observada efectivamente, a par da sua justeza
intrínseca, joga um papel importante a responsabilidade do indivíduo, que pode levá-lo a ter
uma conduta conforme ao direito. O acatamento voluntário ou natural dos deveres jurídicos
afasta a necessidade de coerção na aplicação da norma jurídica. (VARELA, Bartolomeu.
Manual de introdução ao direito, 2 edicao, 2011 )

3 O que entende por positivismo jurídico?


O positivismo jurídico, fiel aos princípios do positivismo filosófico, rejeita todos os
elementos de abstração na área do Direito, a começar pela idéia do Direito Natural, por julgá-
la metafísica e anticientífica. Sendo assim Positivismo Jurídico compreende o conjunto de
regras jurídicas em vigor num país determinado e numa determinada época. É o Direito
histórico e objectivamente estabelecido, encontrado em leis, códigos, tratados internacionais,
decretos, regulamentos, e costumes.
Em seu afã de focalizar apenas os dados fornecidos pela experiência, o positivismo despreza
os juízos de valor, para se apegar apenas aos fenômenos observáveis. Para essa corrente de
pensamento o objeto da Ciência do Direito tem por missão estudar as normas que compõem
a ordem jurídica vigente.
A sua preocupação é com o Direito existente. Nessa tarefa· o investigador deverá utilizar
apenas os juízos de constatação ou de realidade, não considerando os juízos de valor. Em
relação à justiça, a atitude positivista é a de um cetiscimo absoluto. Por considerá-la um ideal
irracional, acessível apenas pelas vias da emoção, o positivismo se omite em relação aos
valores. Para o positivismo jurídico só existe uma ordem jurídica: a comandada pelo Estado e
que é soberana. Eis, na opinião de Eisenmann, um dos críticos atuais do Direito Natural, a

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proposição que melhor caracteriza o positivismo jurídico: "Não há mais Direito que o Direito
Positivo." Assumindo atitude intransigente perante o Direito Natural, o positivismo jurídico
se satisfaz plenamente com o ser do Direito Positivo, sem cogitar sobre a forma ideal do
Direito, sobre o dever-ser jurídico. Assim, para o positivista a lei assume a condição de único
valor. Como método de pesquisa e de construção, só admite como válido o método indutivo,
que se baseia nos fatos da experiência, recusando valor científico ao método dedutivo, por
julgá-lo dogmático. (NADER, Paulo. Introdução ao direito, pag.449)

4 Qual é a diferença entre ordem jurídica e norma jurídica


Ordem Jurídica é expressão que coloca em destaque uma das qualidades essenciais do
Direito Positivo, que é a de agrupar normas que se agrupam entre si fazendo um encontro
harmónico e coerente de preceitos. José Afonso da Silva se refere as estas qualidades como
"princípio da coerência e harmonia das normas do ordenamento jurídico" e define este
último como "reunião de normas vinculadas entre si por uma fundamentação unitária".' Não
obstante a ordem jurídica seja um corpo normativo, quando ocorre a incidência de uma
norma sobre um fato social, ali se encontra presente não apenas as norma considerada mas a
ordem jurídica, pois as normas, apreciadas isoladamente, não possuem vida. Diferenciando-se
deste modo da Norma jurídica, que é, Norma jurídica é um comando geral, abstracto e
coercível, ditado por uma autoridade competente. Por aqui se distingue dos comandos
individuais e concretos que, embora representem imperativos tutelados por medidas
coercitivas, não criam direito objetivo, antes se limitam a ser uma aplicação deste. Assim, não
são normas jurídicas as sentenças, os decretos, as portarias, os despachos que nomeiam
ministros, etc. (NADER, Paulo. Introdução ao direito, pag.449)

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Referencias
I) DE SOUSA, Marcelo Rebelo; Galvão Sofia, 2000. P. 221
II) DE SOUSA, Marcelo Rebelo; Galvão Sofia, 2000. P.224
III) VARELA, Bartolomeu. Manual de introdução ao direito, 2 edicao, 2011
IV) NADER, Paulo. Introdução ao direito, pag.449

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