IMPACTO T. L. Osborn
IMPACTO T. L. Osborn
IMPACTO T. L. Osborn
Nota da edição
Certos dados no livro encontram-se desatualizados, pois, com a
graça de Deus, o ministério Osborn cresceu muitíssimo ao longo
dos últimos 50 anos. Osborn, hoje, está com 75 anos de idade.
Seus vídeos e documentários têm sido produzidos em 80 idiomas
e seus livros, publicados em 132 línguas e dialetos, levando o
Evangelho a 80 nações.
Capítulo 1
São palavras de Jesus
Mais de mil tribos até agora ainda não possuem nem mesmo um
trecho do Evangelho em suas respectivas línguas.
A revista Moody Monthly nos revela que, pelo presente cômputo,
levará ainda 160 anos para que todas as tribos tenham pelo
menos um trecho das Escrituras em seus idiomas.
Mais de 120 mil almas estão partindo para a eternidade a cada 24
horas!
Se estes fatos não impressionam o prezado leitor, poderá jogar
fora esse livro... E também a Bíblia!
Pergunto-me se tais condições o ajudaram a compreender por
que Jesus vendo a multidão, teve grande compaixão deles porque
andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm
pastor. Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente
grande, mas poucos são os ceifeiros (Mt 9.36,37).
Questiono-me se você realmente crê na ordem de Jesus: Ide por
todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura (Mc 16.15).
Quem o Senhor espera que vá fazer isto?
Faça-se esta pergunta: "Que estou fazendo para alcançar os que
ainda não foram alcançados?" Não pergunte o que sua igreja,
sociedade ou denominação está fazendo, mas o que você está
fazendo.
Pastores, evangelistas, professores, obreiros, cristãos, esta é uma
pergunta que todos vocês devem responder individualmente. Se
você não quer encará-la agora, terá que enfrentá-la no Dia do
Juízo, o qual pode vir bem antes do que você pensa.
Quando Jesus, o Rei, colocar-Se no lugar do pagão, terá motivos
para dizer de você: Porque tive fome, e destes-me de comer; tive
sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na
prisão, e fostes ver-me. Em verdade vos digo que, quando o
fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes
(Mt 25.35,36,40).
Essa, na verdade, é a maior recompensa pela qual se deve viver!
Capítulo 4
Moradas de Violência
Certo dia, tirei uma interessante fotografia da superfície da Terra
ao voar de um avião a jato sobre a estratosfera.
Até a curvatura da Terra aparecia tão clara que me produziu
estranha sensação.
O alcance da câmera fotográfica apanhara quase toda a extensão
que vai do Oregon ao México, espraiando-se pela cadeia
montanhosa, Nevada afora.
Lembrei do que dizem as Escrituras: O Senhor olha desde os céus
e está vendo a todos os filhos dos homens; da sua morada,
contempla todos os moradores da terra. (Salmo 33.13,14)
Fiquei a olhar aquela foto bastante incomum, e meu espírito me
levou para bem longe daquele espaço de onde contemplei este
planeta — a nossa Terra — solto no ar, como disse Jó.
Pensei nas muitas vezes em que, assentado à janela dum grande
avião estratosférico, a voar a muitas milhas acima da Terra, eu
via lá em baixo, perdidas na mata tropical, inúmeras vilas
incrustadas na selva brava, e também grandes cidades
negligenciadas, onde habitam milhões de pessoas ainda não
atingidas pelo Evangelho.
O que faremos para que essa gente tenha a oportunidade de ouvir
o Evangelho?
Muito raramente, o povo para um bocado para encarar com
realidade os fatos. Constantemente, os cristãos ficam
impressionados com o número de convertidos ou com o
desdobramento dos planos missionários. Mas esquecem-se de
que contrastando-se o vertiginoso aumento da população
mundial com o número de conversões e os resultados de todas as
igrejas juntas, o mundo está realmente voltando ao paganismo —
e isso a passos de gigantes.
Em vez de anunciar as Boas Novas para a rápida evangelização
do mundo, os fatos têm prognosticado um futuro com o império
de religiões pagas e de ideias ateísticas, se não se der já suprema
prioridade à evangelização intensiva.
Se você e eu nada devemos fazer nesse sentido, então Jesus foi
um insensato filósofo cheio de maravilhosas ideias acerca da
pregação do Evangelho a toda criatura, as quais são muito mal
concebidas e impraticáveis.
Se sorrimos e deixamos de encarar tais fatos, se preferimos ter
"ouvidos de ferreiro" ao clamor desta geração que anseia pelo
Evangelho, se damos de ombros em atitude de insensibilidade e
dizemos: "Bem, é certo que eu não tenho a resposta para isso; e
nem vejo o que posso fazer sobre isso", então estamos dizendo a
Jesus: "Acho que Te tornastes excêntrico e ilógico, se esperas que
levemos o Evangelho a tantos e tantos povos. Esse é um plano
impossível, próprio de um visionário, e mais ainda".
Será que é isto mesmo que você pensa do Senhor Jesus?
Pessoalmente, o que você acha que pode fazer para ajudar a levar
o Evangelho à sua geração?
Há um modo prático de se tratar tão magno assunto? O leitor
acha que nada tem que ver com esses milhões? Acha que basta ir
aos cultos, fazer boas ofertas como família, e cuidar de seus
próprios afazeres?
O leitor já viu uma pobre mãe subir ao topo de uma árvore bem
alta e atirar-se ao chão, quebrando os seus ossos em morte
sacrificial? Já viu?
Isso ainda se faz hoje na África. Por que? Porque morreu uma
criança e o médico feiticeiro achou que a mulher era a
responsável por aquilo. Diz que se a mulher for inocente, aquele
salto do alto da árvore em nada a prejudicará. Se morrer a
mulher, fica provado que era a culpada, e toda a povoação se
ajunta para ratificar o julgamento.
Já estive em algumas dessas vilas ou povoados africanos. Por
horas, assentei-me junto deles para conversar a respeito desses
costumes.
Aqueles homens e mulheres são tão humanos quanto nós, quanto
você, meu leitor. As mães de lá acariciam seus filhinhos
justamente como você. Os laços familiares são muito fortes na
África. Mas aquela gente nunca ouviu falar que existe uma
maneira melhor de viver. Estão em trevas. São negligenciados.
Não conhecem coisa melhor.
Também quase posso ouvir alguém dizer: "Irmão Osborn, isso é
coisa ridícula. Estamos no século vinte. Eles realmente conhecem
coisa melhor".
Então vá e veja com seus próprios olhos. Hoje são milhões.
Será que mudarão o seu viver se você lhes falar? É claro que sim.
Saltarão de alegria quando você lhes mostrar melhor caminho.
Saiba, amigo leitor, que não se passa um mês sem que chegue até
nós novo pedido, vindo de algum chefe africano, para que lhes
mandemos alguém para ensinar lá à sua gente algo acerca de
Jesus.
E você me dirá: "Então, por que não vai, Sr. Osborn, para lhes
anunciar o Evangelho, já que sabe muito bem quais as tristes
condições em que vive aquela gente?"
Pois eu estou indo — tão depressa quanto minhas forças me
permitem.
E estou enviando o maior número que posso. Hoje em dia
estamos sustentando integralmente 2.300 missionários
nacionais em vilas que ainda não foram alcançadas pelo
Evangelho.
Além disso estamos enviando a milhares de vilas livros, tratados,
fitas gravadas, discos e filmes em suas línguas nativas.
Mas, não basta. Precisamos fazer mais.
Você já viu um médico feiticeiro arrancar violentamente dos
braços da mãe desvairada o filhinho, colocá-lo de costas no chão
e encher a sua boca com areia até matá-lo? Isso se faz ainda hoje
no coração da Austrália entre aborígines!
E por que? Pelo fato de haver morrido um adulto e se precisar
encontrar uma vítima para acalmar os maus espíritos que só
aceitam sacrifício humano. A religião deles assim o requer!
Não obstante, você já não ouviu alguns dizerem por aí que as
religiões dos pagãos lhes bastam?
Que Deus se apiede daqueles que assim pensam!
Gostaria você que seu filhinho, por motivos de religião, fosse
sufocado de areia até morrer?
Você já viu colocar-se uma grossa corda no pescoço de uma
esposa bela e jovem, e fazê-la morrer estrangulada, pouco a
pouco?
João Geddes viu isso quando esteve numa ilha do Sul do Pacífico.
Por que fazem isso? Por religião. Uma vez que o marido lhe
morreu, deve ela ser enterrada com ele. É o que os sacerdotes da
religião deles determinam, e exigem!
Ela deve acompanhar o marido em sua viagem. E, se o filho mais
velho tem idade suficiente, deve ele mesmo estrangular a mãe
que ficou viúva. Se deixam filhos muito pequenos, que não
podem viver por si, devem também ser estrangulados.
Você está de acordo com isso? Acha você que essa religião é boa
para aqueles pagãos? Claro que não; mas eles não conhecem
outro caminho, outra maneira de vida. Assim, agem conforme as
luzes que têm.
Não admira, pois, que a Bíblia afirme: Os lugares tenebrosos da
terra estão cheios de moradas de crueldade (Salmos 74.20). Oh!
Quanto esses lugares precisam conhecer Jesus! E quão felizes
serão quando ouvirem alguém lhes falar sobre Ele.
Você já viu um pobre devoto pagão postar-se no centro de uma
vila, sacar de uma comprida adaga e retalhar sua própria cabeça
até o sangue jorrar por entre os cabelos, e daí encher os talhos ou
ferimentos com jornais, e atear fogo em tudo? Já ficou a ver
aquele fogo chiando nos cabelos e no sangue dele?
Hoje isso ainda se faz em terras pagãs! Por que? Por religião.
Você faria isso para alcançar um lugar de paz no céu, como
pensam aqueles pagãos?
Você responde que não, sei disso. Mas, você procederia desse
modo, se não conhecesse outro caminho. Se você tivesse nascido
entre aqueles pagãos, estaria agindo do mesmo modo. Pense
nisso.
Você condena e reprova tais atos de violência, porque conhece
coisa melhor. E é justamente esse o motivo por que afirmo que
eles também mudarão o estilo de vida, caso alguém lhes anuncie
coisa melhor. Agora estão perdidos, esquecidos, pois ainda não
foram alcançados pelo Evangelho.
E Jesus a nós, que estamos salvos, ordenou que lhes levemos a
luz do Evangelho.
Esse assunto tem a ver com você, prezado leitor? Quer você
tomar parte nessa maravilhosa missão?
Já viu um médico nativo ajoelhar-se sobre uma bela e jovem
donzela, deitada de costas no chão, apertar entre seus joelhos a
cabeça dela, e serrar-lhe, um por um, os dentes, em meio dos seus
gritos de dor? Já viu tal moça a suar, com corpo todo a tremer, e
com o sangue a escorrer- lhe das gengivas laceradas, levantar-se
do chão para viver o resto de sua vida apenas com aquelas
horríveis e feias gengivas?
Você sujeitaria sua filha a um costume assim bárbaro? É certo
que não, porque conhece coisa melhor. Nem eles o fariam, caso
conhecessem o Evangelho. A religião deles exige aquilo! E você
continuará surdo aos apelos que nos fazem para lhes levar a luz
de Cristo? E irá talvez dizer: "Eu nada posso fazer nesse sentido".
Já viu que o médico deles corta o lindo rosto da criancinha em
muitas tiras, e enfia, nos cortes e buracos, negros e sujos carvões?
Já ouviu os lancinantes gritos da pobre criança na agonia ao
sentir o feiticeiro e médico marcar o seu peito e abdômen com
grosseiros e esquisitos desenhos?
Fazia-se isso na África, por século; e ainda isso se faz, de uma ou
de outra forma, no corpo da maioria das crianças africanas!
Por que? Simplesmente por acharem que seus filhos devem ter
tais marcas. Não conhecem nada melhor. Fazem para seus filhos
o que entendem ser a melhor coisa. E gostam de seus filhos tanto
quanto nós!
Mais de uma vez pude presenciar esses ritos sangrentos. Deixou-
me horrorizado tal espetáculo. Por isso dediquei minha vida toda
a lhes mostrar o caminho de Cristo. Acho que sou devedor a esses
pagãos.
Alguém, contudo, poderá dizer-me: "Mas, irmão Osborn, há boa
diferença entre o senhor e eu. O senhor recebeu de Deus um
chamado, uma vocação".
Recebi? Quem disse isso? Não. Não me lembro de ter recebido
essa vocação missionária de Deus.
O que tenho feito é isso: tenho encarado os fatos que dizem
respeito a todos e a cada cristão. Interessam-me todos os povos
em geral, onde quer que vivam. Acho que Deus criou todos iguais.
Não penso que seja razoável para mim o ser tão abençoado,
vendo os outros ainda tão necessitados de Cristo. Não acho que
seja defensável eu conhecer a Cristo e gozar a Sua paz, e os pagãos
morrerem em busca da paz, sem nunca se lhes falar em Cristo.
Por que há este de ouvir duas vezes o Evangelho antes que aquele
ouça uma só vez sequer?
É por isso que vou, e faço tudo quanto posso, para alcançar os
que ainda não ouviram o Evangelho.
Eis por que este ministério de evangelização se dilata
constantemente até havermos feito algo que alcance os perdidos
em todos os países livres do mundo. E essa a razão por que
sentimos que devemos expandir grandemente nossos esforços
para ganhar almas em cada setor.
Tenho visto os pagãos. Tenho sentido o pulsar do coração deles.
Horas e horas, tenho-me assentado ao lado deles e conversado
com eles. Tenho pregado a multidões deles. Sinto a grande fome
que têm do Pão da Vida, quanto querem a Água da Vida. Tenho
visto suas criancinhas, e o amor e dedicação de suas mães. Tenho
estudado os seus laços de família, a sua devoção. Tenho andado
e vivido no meio deles.
Não gozam de boa situação, de boa condição de vida. Não são
felizes; ao contrário, vivem mal. São muito infelizes, miseráveis e
sofredores. Vivem com medo de maus espíritos, e sempre estão a
fazer alguma coisa para apaziguá-los.
No paganismo, não há sossego, nem paz nem alegria. As religiões
deles não são boas nem suficientes para eles. Eles têm tanto
direito de conhecer a Cristo quanto nós. Não somos os favoritos
de Deus, somos sim, mais afortunados.
Outros cristãos nos trouxeram o Evangelho. Ouvimos e cremos.
Estamos salvos. Mas eles ainda estão perdidos, perdidos, sim,
perdidos. Urge que os alcancemos.
Antes de 1890 os sacrifícios humanos eram legais e populares na
África. Quando morria um chefe, cortavam-se as cabeças de
muitos, as viúvas eram enterradas com os maridos falecidos, ou
mortas e comidas. Mergulhavam as mãos em óleo fervente.
Só o Evangelho conseguiu modificar isso. Mas, atrás das sinistras
cortinas da vasta mata, ainda hoje, práticas desumanas
campeiam e prevalecem!
Como se tornam bons cristãos aqueles nativos quando têm
oportunidade de alcançar a salvação em Cristo!
Todas as semanas, chegam ao meu escritório relatórios mais que
animadores, contando os grandes sacrifícios feitos por cristãos
africanos, ao suportarem traições, abusos e crueldades para levar
o Evangelho à sua gente.
Alexandre Mackay nos fala de três rapazotes africanos que
morreram pela causa de Cristo; tinham de doze a quinze anos! O
mais velho avançou ao encontro da morte, cantando um hino.
Cotaram-lhe os braços, e o atiraram ao fogo, queimando-o vivo.
Fizeram o mesmo ao segundo.
Por fim, o terceiro, o mais moço, de doze anos, suplicou: "Não me
cortem os braços, pois não vou oferecer resistência. Atirem-me
ao fogo". Que heróis!
Os cristãos das gerações anteriores, da Igreja Primitiva, sofreram
além do que se pode descrever para levar o Evangelho a seus
compatrícios.
Foram queimados vivos, apedrejados, serrados pelo meio,
jogados em cavernas de leões e em masmorras, crucificados,
decapitados, torturados em calabouços frios e escuros, exilados,
assassinados em sangrentos massacres, torturados no cavalete
até à morte, devorados vivos por feras.
Verdadeiramente o sangue dos mártires é a sementeira da Igreja.
O preço que se pagou para que hoje tivéssemos o Evangelho foi
esse: o sangue de dez milhões de atrocidades desumanas. E,
agora, que estamos, você e eu, querendo pagar e fazer para levar
o Evangelho à nossa geração?
Hoje vive maior número de gente do que toda aquela que viveu
de Adão até agora. É o que nos dizem as estatísticas.
Quão grande, pois, a nossa responsabilidade de cristãos!
Jesus disse: Pregai o evangelho a toda criatura. (Marcos 16.15).
Todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
(João 3.16). Todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo. (Atos 2.21). Como, pois, invocarão aquele em quem não
creram? (...)e como ouvirão, se não há quem pregue? (Romanos
10.14). Jesus morreu por todos, para todo o mundo. Ele veio para
buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10).
Ele falou das cidades vizinhas e de outras ovelhas. O Apóstolo
Paulo constantemente se esforçava para alcançar as regiões mais
distante".
Cristo ordenou a Seus discípulos, e a todos os cristãos, que
fossem até os confins da terra, às regiões mais distantes.
As multidões aí estão, milhões e milhões, prontas para a ceifa.
Famintas e sedentas. Atemorizadas e atormentadas. Solitárias e
abandonadas. Negligenciadas, esquecidas e desconsoladas.
Eu e você, que estamos fazendo para alcançá-las?
Alguns podem dizer: Sou eu guardador (ou tutor) do meu irmão?
(Gn 4.9), a exemplo de Caim.
Quantos deram suas vidas, sangue, tudo que eram e tinham, e
ainda cantaram em meio às chamas do martírio: "Cristo é
Vencedor"— podemos acaso deixar de fazer o que nos é possível
por essas multidões ainda não alcançados pelo Evangelho?
Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que
já estão brancas para a ceifa. (João 4.35)
Se você anteriormente deixou de fazer algo no que diz respeito à
evangelização, isso não é razão para que continue a falhar.
Pode ser que Deus esteja chamando você para ir. Se assim for,
obedeça-Lhe e vá. Responda- Lhe: "Eis-me aqui, Senhor, envia-
me a mim".
Pode ser que Ele queira que você envie outro, ou outros, em seu
lugar, ou que você envie mensagens impressas, ou filmes etc.
para salvar almas. Se assim for, economize quanto puder, e
empregue isso na obra de alcançar os que ainda não foram
alcançados. Faça a sua parte, e colabore na mais abençoada
cruzada desse presente século — a evangelização do mundo.
Pode ser que Deus esteja chamando você para orar por essa obra.
Então ore, tornando-se intercessor. Ponha dentro do seu coração
esses milhões de pagãos não alcançados ainda. Ore pelos
missionários nos seus campos de ação e para que aumente em
muito o número deles. Interceda pelos cristãos nacionais, para
que, com Cristo, resistam a todas as dificuldades, maus tratos e
perseguições. Peça a Deus para que não faltem os recursos
financeiros que possibilitam enviar mensagens evangelísticas
impressas, e também mensagens audiovisuais. Ore até que o
mundo todo seja evangelizado.
Capítulo 5
A Praia Áurea
O número dos que nascem anualmente é trinta vezes maior que
o dos que se filiam a igrejas cristãs.
Na África, enquanto os cristãos conseguem três conversões, os
maometanos conseguem sete!
Cada negociante maometano é um missionário. Você pode vê-lo
no causticante Sudão, na África Central, também na mata e nos
rios. Não importa onde esteja, se compra ou vende; nunca deixa
passar a oportunidade de propagar o seu credo. Por quê? Porque
é maometano, e o seu negócio ou tarefa é disseminar a religião
islamita.
Se Jesus Se demorar, os próximos dez ou vinte anos serão os mais
importantes da história da humanidade.
As religiões falsas existem em grande número pelo mundo afora.
O espírito nacionalista está fervilhando em todas as pátrias. O
comunismo, a mais poderosa força já forjada pela astúcia
satânica, ameaça varrer o cristianismo de sobre a face da Terra.
A energia atômica ameaça destruir a civilização.
Forças sinistras estão a agir. Surgiram em cena movimentos
colossais. A raça humana enfrenta a destruição.
Oh! amigo meu, evangelização é a ordem do dia, é necessário que
se observe a hora que passa, e que somos a única esperança para
essa geração.
Quase tudo que temos hoje devemos ao evangelismo. A maior
parte dos que se converteram a Cristo foram salvos em
campanhas de evangelização, ou em épocas de avivamento.
Como esperamos conservar — eu e você — esse nível de vida e de
libertação se não evangelizarmos? Será que muito logo uma
população ateísta vai fazer baixar o prato da balança, começando
a lançar nosso rosto de encontro a um muro de desesperança?
O amigo já leu Provérbios 24.11,12? São palavras penetrantes.
Leia-as, se ousa.
Livra os que estão destinados à morte e salva os que são levados
para a matança, se os puderes retirar. Se disseres: Eis que o não
sabemos; porventura, aquele que pondera os corações não o
considerará? E aquele que atenta para a tua alma não o saberá?
Não pagará ele ao homem conforme a sua obra?
Você ouviu o que Salomão disse em Provérbios 3.27? Não
detenhas dos seus donos o bem, estando na tua mão poder fazê-
lo.
Ouça o que nos diz o nosso Deus: E, se abrires a tua alma ao
faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas
trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. (Isaías 58.10)
Que promessa bendita e gloriosa!
Mas, por outro lado, Deus solenemente nos adverte e avisa: Filho
do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da
minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte.
Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o
avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu
caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na
sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei. Mas, se
avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu
caminho ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu livraste a tua
alma. (Ezequiel 3.17,19)
Há anos, morou na Austrália um homem que trabalhou em
regiões auríferas e ficou muito rico.
Ele, e outros mais que lá enriqueceram, regressavam à pátria
num navio quando este sofreu um rombo. Perderam-se os barcos
salva-vidas, e os náufragos desesperaram.
Aquele homem forte e musculoso achou que podia vencer as
gigantescas ondas e chegar a uma ilha próxima. Estava prestes a
atirar-se na água, quando uma menina, cuja mãe sumira na
tragédia, lhe perguntou: "O senhor pode me salvar?"
O homem olhou para o saco de ouro que trazia, e depois encarou
a meninazinha. Depois olhou de novo sua fortuna em ouro, e
novamente para a menina. A seguir, desembaraçou-se do saco de
ouro, e pôs a menina nas costas, e atirou- se ao mar.
Lutou até quase perder a vida, mas conseguiu alcançar a
ilha.
No dia seguinte, quando o homem recobrou os sentidos, sentiu
que a menina colocava seus bracinhos ao redor do seu pescoço, e
o beijava, dizendo: "Estou muito contente porque o senhor me
salvou". E o homem disse então que só aquele gesto dela valia
mais que todo o ouro da Austrália!
Meu amigo, quando você chegar à fulgurante praia do céu, quem
correrá para você, de braços abertos, para lhe dizer: "Obrigado!
Obrigado! Bem-vindo! Bem-vindo! Contente estou porque você
me possibilitou ouvir lá na terra o Evangelho de Jesus. É
maravilhoso viver aqui nessas alturas!"
Será isto superstição? Imaginação? Não é, já que a Bíblia é a
verdade.
O Apóstolo João viu uma multidão, a qual ninguém podia contar,
de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam
diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e
com palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz,
dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e
ao Cordeiro (Ap 7.9,10).
Um novo cântico será entoado no céu a Jesus, o Cordeiro de
Deus. E as palavras dele serão: Digno és porque foste morto e
com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e
língua, e povo, e nação (Ap 5.9).
Quantos deles estarão no céu para entoar esse cântico, porque
você, leitor amigo, sacrificou-se para os alcançar com o
Evangelho?
Jamais esquecerei duma noite em que, preguei na
entenebrecida Tegolândia. Milhares de ouvintes estavam
assentados na grama de um campo diante de mim.
Estando a pregar, uma mulher, bastante idosa e toda enrugada,
se ergueu, e, falando alto, abriu passagem por entre o povo, e veio
até à frente do tablado. Uma vez na frente, agarrou-se às minhas
calças, para chamar minha atenção.
Olhei para baixo e vi que ela estava a chorar quase
convulsivamente.
Indaguei: "Que é que há, mãe?"
Então ela, em grande emoção e a soluçar, expressou-se por meio
de gestos.
O intérprete explicou: "Ela quer que o senhor fique sabendo que
ela pertence a uma povoação pagã e entenebrecida, onde a luz de
Cristo não raiou ainda; ela diz que fica muitíssimo agradecida ao
senhor por haver trazido as Boas Novas de Jesus e do Seu amor
a uma velha, como ela, sem valia alguma. Diz que será sempre
agradecida, e que se apressará em ir contar a outros habitantes
da povoação dela todas as Boas Novas que aqui ouviu".
Logo depois, aquela velha senhora voltou ao seu lugar, a chorar
de alegria, e se assentou, para ouvir algo mais da história do
Redentor Jesus.
Certamente, logo encontrarei aquela velhinha na praia dourada
da eternidade.
As palavras daquela querida, e velha mãe africana, valem tudo
quanto eu possa fazer, gastar ou dar para levar o Evangelho aos
perdidos.
E há milhões de pessoas nas condições dessa velha africana, a
esperar por você e por mim, para que lhes levemos a mensagem
da Salvação.
O que é que você vai fazer para acudir à necessidade do perdido?
Que é que vou fazer? Posso fazer mais? Sim, creio que posso e
que devo fazer mais. E você?
Capítulo 6
A conquista
Como o fogo se ateia com fogo, também a igreja existe pela
evangelização, pelo ganhar almas. Quando a igreja perde de vista
o perdido, morre, assim como o fogo se extingue por falta de novo
material a ser queimado.
Ide... Pregai... Fazei discípulos... Dai testemunho a todas as
nações, a toda criatura no poder do Espírito Santo.
Eis, na essência, o último grande mandamento que Cristo deu à
Sua Igreja: evangelizai o inundo todo — é a Sua ordem de
marcha! Ele não disse civilizai todas as criaturas humanas, nem
mesmo cristianizai o mundo, mas pregai, proclamai o Evangelho
ao mundo todo.
Os primeiros cristãos podiam escusar-se por não atingir o mundo
todo. Faltavam-lhe os meios e o equipamento que poderiam
acelerar a obra da Evangelização. Não havia estradas de ferro,
aviões ou poderosos e rápidos transatlânticos; não havia rádio,
televisão, impressoras, aparelhagem audiovisual ou
cinematografia. Não obstante, no poder do Espírito Santo,
evangelizaram a maior parte do mundo então conhecido.
No princípio, a evangelização, levada a cabo pela Igreja,
conseguiu atingir o Egito e o Norte da África, a ponto de, em certa
época, tais regiões apresentarem centenas de igrejas evangélicas.
Porém, em vez de prosseguir em busca dos lugares mais
distantes, passou a discutir doutrinas.
E assim a controvérsia tomou o lugar da evangelização. E o
resultado? Em vez do fervente zelo e visão, que certamente teria
impelido os cristãos para o Sul através das escaldantes areias do
Saara até os jâgais da África Central e Meridional, a Igreja se
mostrou paralisada e começou a declinar, à medida que o mundo
mais se envolvia em trevas.
Enquanto a Igreja contendia e discutia muitas coisas não
essenciais, o inimigo conseguia vitórias e escravizava milhões.
Consequentemente, o Norte da África tornou- se maometano e,
por séculos, ali quase não se brilhava a luz do Evangelho.
Pense nisso, leitor amigo. Em certa época, alguns dos maiores
teólogos do cristianismo vieram do Norte da África. Hoje, todo o
país está dominado pela rígida religião maometana.
Que aconteceria, se isso se desse em nosso país cristão? O único
caminho que, por certo, impedirá o aparecimento do novo tipo
de paganismo moderno em nossa pátria é conservar bem fresca,
no íntimo de cada servo de Jesus, a visão da evangelização
mundial.
Quando um cristão para de ganhar almas, por esse ou por aquele
meio, cessa de arder em sua alma o fogo divino. E o resultado é
muito triste e lamentável: falta de interesse e de entusiasmo, e
queda espiritual. Então o mundanismo avança para preencher o
vácuo. Que horrível tragédia!
Um dos preceitos mais desafiadores já apresentados ao cristão é
esse: a tarefa suprema da Igreja na evangelização do mundo.
A única defesa da Igreja é ganhar almas.
Ela nasceu no ardor da evangelização. Estará arruinada sempre
que seus membros deixarem de alcançar o perdido.
Hoje, no mundo, vivem cerca de dois bilhões de almas que nunca
foram alcançadas pelo Evangelho de Cristo!
Hoje mais de um quarto de todas as nações, um terço da
superfície da Terra, e metade da população mundial estão sob a
influência do comunismo ateu.
Será que, como cristão, estamos cientes disso? Será? Lembramo-
nos de que, como indivíduos, somos a Igreja de Cristo? Para que
existe no mundo a Igreja Cristã?
Ela não é uma grande arca, em que podem flutuar os favoritos,
felizes, e sem cuidado algum por sobre o mar da vida até chegar
à praia áurea.
Ela não é uma companhia de seguros, à qual se podem pagar
prêmios e se ficar inteiramente livre do fogo do inferno!
A Igreja não é um clube social, cujos membros se reúnem
ocasionalmente para desfrutar da companhia uns dos outros,
divertirem-se, e trocar ideias!
Não é uma casa de saúde em que os deformados espirituais e os
moralmente anêmicos tratam de seus males hereditários. Não.
A Igreja de Cristo é uma instituição ganhadora de almas, a
proclamar, a tempo e fora de tempo, que Jesus Cristo salva
a todos os homens.
Ela é um farol, cujos raios da luz evangélica alumiam todos os
cantos da Terra, mesmo os mais distantes e entenebrecidos.
E um poderoso exército em marcha, cujos soldados estão
resolvidos a invadir todas as pátrias para fazer tremular em cada
nação a bandeira de Cristo! Como soldados do rei dos Reis, a
tarefa dos cristãos não é construir fortes nem acumular reservas
de munições, mas conquistar o território inimigo, para tomar
deles um povo para o seu nome (At 15.14).
Napoleão certa vez disse: "A conquista fez de mim aquilo que sou,
e a conquista deve encorajar- me!"
Isso é também verdade no que se aplica à Igreja de Cristo. A
própria existência da Igreja depende de sua obediência à grande
comissão do Senhor. Ela existe para buscar e salvar o que está
perdido.
Que é que o leitor amigo está fazendo nesse sentido? Está
esperando que a sua denominação faça a obra de evangelização?
Cristo espera muito de você! Almas — almas ainda não
alcançadas — estão esperando muito de você!
Capítulo 7
A senha
Evangelização deve ser hoje a senha de cada cristão. É alcançar
o que ainda não foi alcançado; e levar o Evangelho de Cristo ao
que está perdido. É levar almas a Cristo. É levar pecadores ao
arrependimento e à fé em Jesus Cristo. E sair por estradas e
veredas, e adicionar mais ovelhas ao aprisco do Bom Pastor.
Uma senha, Senhor, dá-nos agora. Vocábulos de fogo e de poder!
Esse grito de guerra que afervora, que arrasta a conquistar ou
então morrer.
É a palavra que a Igreja põe desperta, Para cumprir a ordem do
Senhor! A senha já foi dada! Igreja, alerta! Ei-la: EVANGELIZAI!
Com fé e amor.
Anunciai o Evangelho que é de Deus, Por toda a Terra, vós, filhos
da luz! A senha ecoando vai por terra e céus Oh!
EVANGELIZAI—disse Jesus.
E ela dará a luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele
salvará o seu povo dos seus pecados. (Mateus 1.21)
Porquanto não há diferença entre judeu e grego, porque um
mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o
invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E
como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se
não há quem pregue? (Romanos 10.12-14 )
Como crerão sem o Evangelho?
Decida, já, meu irmão em Cristo, e diga: "Dessa ou daquela
maneira, sou desde agora um ganhador de almas; vou fazer o
trabalho de evangelista" (2 Tm 4.5).
É chegada a hora de ministros e leigos, juntos, se dedicarem sem
reservas à obra de ganhar almas.
Deus certamente usará o homem e a mulher, o moço e a moça,
que na Terra se rendam a Cristo para, com Ele, salvarem o
perdido.
Você pode começar hoje a contar a mais maravilhosa de todas as
histórias e a viver a vida mais maravilhosa de todas.
Em Nome de Jesus, rogo-lhe: comece hoje!
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