Agira - Auditoria em RH - Exame 2020

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

EXTENSÃO DE NACALA - PORTO

EXAME DE AUDITORIA DE RECURSOS HUMANOS


(Curso de Gestão de Recursos humanos, 4º ano pós-laboral)

ESTUDANTE: AGIRA VICTOR HODE

NACALA - PORTO, AGOSTO DE 2020


PARTE I: QUESTÕES DE CURTO DESENVOLVIMENTO
Numero 1:
O sistema de controlo interno deve gerar um ambiente de controlo interno forte, o qual
assenta em três fatores essenciais:

i. Integridade;
ii. Valores éticos;
iii. Competência das pessoas

(Fonte: Manual de Auditoria interna - 2014, pag 11).

Numero 2:

A afirmação “como um meio para atingir um fim e não um fim em si mesmo” atribui o controlo
interno como, um processo integrado, dinâmico e permanentemente adaptável às alterações com
que a organização se venha a deparar. A gestão e os colaboradores a todos os níveis têm que
estar envolvidas neste processo para lidar com o risco e assegurar a concretização da missão da
entidade e dos seus principais objetivos. O controlo interno é concebido e realizado por pessoas,
não constituindo apenas um conjunto de políticas e documentos mas, também, de pessoas em
cada nível da organização pelo que afeta a atuação de todos os elementos da organização.
(Fonte: Manual de Auditoria interna - 2014, pag 12).

Numero 3:

Os factores limitativos da operacionalidade de um sistema de controlo são:

i. Uma definição clara dos objetivos e planos da organização;


ii. Uma estrutura organizativa sólida que:
 Possua uma adequada segregação de funções;
 Facilite o fluxo de informação;
 Possua uma estrutura orgânica adequada para um controlo eficaz.

(Fonte: Manual de Auditoria interna - 2014, pag 14).

PARTE II: ENSAIO ACADÉMICO

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Numero 1:
O planeamento de execução de Auditoria Interna em Recursos Humanos
O Plano Anual de Auditoria Interna é um plano detalhado que se destina a estabelecer a natureza,
extensão, profundidade e oportunidade dos procedimentos a adotar, com vista a atingir o nível de
segurança desejável, tendo em conta a determinação do risco da auditoria e a definição dos
limites de materialidade. Deve ser elaborado no último trimestre do ano imediatamente anterior a
que o mesmo se reporta. Deve definir o âmbito e o universo a auditar, ser consistente com os
objectivos fixados e alicerçado numa avaliação do risco, no sentido de identificar as prioridades
das ações a desenvolver.(MORAIS, 2017, pag.20)

Este planeamento contribui para que:

 Seja prestada a devida atenção a áreas importantes da auditoria;


 Sejam identificados potenciais problemas;
 A coordenação do trabalho possa ser feita por outros auditores e peritos.

A extensão do planeamento variará de acordo com:

 A dimensão do universo a auditar;


 A complexidade da auditoria;
 A experiência que o auditor tem desse universo ou entidade;
 O seu conhecimento da respetiva atividade e sua envolvência.

O planejamento do trabalho da Auditoria Interna compreende os exames preliminares das áreas,


atividades, produtos e processos, para definir a amplitude e a época do trabalho a ser realizado,
de acordo com as diretrizes estabelecidas pela administração da entidade.

O planejamento deve considerar os fatores relevantes na execução dos trabalhos, especialmente


os seguintes:

a) O conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão de riscos da entidade;


b) O conhecimento detalhado das atividades operacionais e dos sistemas contábil e de
controlos internos e seu grau deconfiabilidade da entidade;
c) A natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria interna a serem
aplicados, alinhados com a política de gestão de riscos da entidade;

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d) A existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no âmbito
dos trabalhos da Auditoria Interna;
e) O uso do trabalho de especialistas;
f) Os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela complexidade das transações e
operações;
g) O conhecimento do resultado e das providências tomadas em relação a trabalhos
anteriores, semelhantes ou relacionados;
h) As orientações e as expectativas externadas pela administração aos auditores internos;
i) O conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade.

O planejamento deve ser documentado e os programas de trabalho formalmente preparados,


detalhando-se o que for necessário à compreensão dos procedimentos que serão aplicados, em
termos de natureza, oportunidade, extensão, equipe técnica e uso de especialistas.

Os programas de trabalho devem ser estruturados de forma a servir como guia e meio de controlo
de execução do trabalho, devendo ser revisados e atualizados sempre que as circunstâncias o
exigirem. (MORAIS, 2017, pag.22)

Alguns aspectos relacionados aos relatórios de auditoria

O relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna apresenta o resultado dos seus trabalhos,
devendo ser redigido com objetividade e imparcialidade, de forma a expressar, claramente, suas
conclusões, recomendações e providências a serem tomadas pela administração da entidade.

O relatório da Auditoria Interna deve abordar, no mínimo, os seguintes aspectos:

a) O objectivo e a extensão dos trabalhos;


b) A metodologia adotada;
c) Os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão;
d) Eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;
e) A descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;
f) Os riscos associados aos fatos constatados;
g) As conclusões e recomendações resultantes dos fatos constatados.

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O relatório de Auditoria Interna deve ser apresentado a quem tenha solicitado o trabalho ou a
quem este autorizar, devendo ser preservada a confidencialidade do seu conteúdo.

A Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de relatório parcial na hipótese de


constatar impropriedades/irregularidades/ ilegalidades que necessitem providências imediatas da
administração da entidade que não possam aguardar o final dos exames.

Além da norma, é necessário atentar para o fato de que o relatório apresenta o resultado do
trabalho de auditoria, se as observações e recomendações não forem apresentadas de forma clara
e precisa, o trabalho não terá muita utilidade. O relatório se constitui também no principal
instrumento para a avaliação do trabalho realizado. O profissional pode ser de facto um bom
auditor, trabalhar com bastante afinco, elaborar bons papéis de trabalho, mas ele certamente será
avaliado pela qualidade do relatório que produzir, portanto, deve dominar a técnica de
elaboração de relatórios.

É através de relatórios que a auditoria interna comunica o trabalho realizado, as conclusões a que
chegou, as recomendações a serem implementadas e as ferramentas necessárias a essa
implementação.

O formato do relatório de auditoria standard deverá conter um Sumário Executivo, que inclui o
objetivo, âmbito e principais observações/recomendações, descritas de forma sintética, e um
Relatório Detalhado que descreva a metodologia seguida, a equipa envolvida e todas as
observações e respetivas recomendações.

Os relatórios não devem conter erros ou distorções e ser fiéis aos factos apresentados. A forma
como os dados e a evidência são coligidos, avaliados e resumidos para uma apresentação deverá
ser efetuada com cautela e precisão. Os relatórios devem ser:

 Claros – de entendimento fácil e lógico. A clareza pode ser melhorada evitando


linguagem técnica desnecessária e proporcionando informação de suporte suficiente.
 Concisos – indo diretos ao assunto e evitando uma elaboração desnecessária, detalhes
supérfluos, redundância e verbosidade. São elaborados através de uma prática persistente

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de revisão e reedição da apresentação. O objetivo é de que cada pensamento seja
compreendido mas expresso sucintamente
 Construtivos – ajudando o auditado e a Organização e conduzindo a melhorias, quando
necessário;
 Completos – não carecendo de nada que seja essencial para o auditado e incluindo toda a
informação relevante e observações que sirvam de suporte às recomendações e
conclusões.
 Oportunos – sendo emitidos em tempo adequado, e entregue para uma avaliação
cuidadosa daqueles que podem atuar sobre as recomendações. Assim, o prazo para
apresentação dos resultados de um trabalho tem de ser breve e de forma a permitir uma
ação imediata e eficaz.
 Imparciais – não sendo tendenciais, sendo antes o resultado de uma visão clara e
equilibrada de todos os factos e circunstâncias relevantes. As observações, conclusões e
recomendações deverão ser expressas sem preconceito, partidarismos, interesses pessoais
e influência de terceiros.

De uma forma geral, existe uma estrutura comum a todos os relatórios de controlo interno que
contempla 5 requisitos base:

1. Controlos Relevantes: menção dos controlos associados à obtenção de operações eficazes


e eficientes, demonstrações financeiras, cumprimento de leis e regulamentos bem como a
salvaguarda dos ativos;
2. Prazo: indicação do período avaliado;
3. Pontos fracos importantes: divulgação dos pontos fracos materialmente relevantes, o seu
impacto e as ações corretivas tomadas e/ou planeadas, assim como as recomendações
apresentadas;
4. Processo de auditoria interna: descrição da estrutura utilizada para planear o processo de
auditoria interna e avaliar se o controlo interno é adequado, incluindo o processo de
agregação de auditorias individuais, para permitir formar uma opinião global;
5. Alcance e conclusões: especificação clara do alcance e das conclusões, assim como
identificação das limitações inerentes.

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O relatório deve conter, sempre que for detetado um problema de controlo interno, a avaliação
das suas implicações, da forma como foi detetado, a exposição ao risco ou à não deteção. Além
disso, deve também conter uma descrição das necessárias ações corretivas e as atividades de
acompanhamento.

Sempre que ocorram, durante o período de análise, acontecimentos que possam comprometer o
relatório de controlo interno, o auditor deve alertar de imediato o Conselho Diretivo. Um sistema
de alerta rápido pode ajudar os envolvidos a decidir se é melhor aumentar os recursos ou
modificar os planos. Esses acontecimentos devem ser devidamente registados no relatório.

Referências Bibliográficas consultadas

 Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. Manual de Auditoria interna - 2014, 3ª


edição
 Morais, G., Martins, I., 2007, Auditoria Interna Função e Processo, Áreas Editora

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