Ago11 Teste Inclusivo2

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Teste inclusivo 2
É possível conhecer? (2)

Nome:

N.º: Turma: Data:

Professor/a: Prof. Educação Especial:

Encarregado/a de Educação: Classificação:

Observações:

Grupo I

Seleciona a opção correta.

1. A definição tradicional de conhecimento pressupõe que o conhecimento não pode ser


fruto da sorte ou do acaso, porque

A. ter uma crença verdadeira é condição necessária e suficiente para o conhecimento.

B. ter uma crença verdadeira é uma condição necessária, mas não suficiente para o
conhecimento.

C. ter uma crença verdadeira implica que o conhecimento não é fruto da sorte ou do acaso.

2. Segundo Edmund Gettier, a definição tradicional de conhecimento é

A. verdadeira, porque ter uma crença verdadeira justificada é uma condição necessária e
suficiente para o conhecimento.

B. verdadeira, porque ter uma crença verdadeira justificada não é condição necessária
nem suficiente para o conhecimento.

C. falsa, porque ter uma crença verdadeira justificada é condição necessária, mas não
suficiente para o conhecimento.

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3. Uma das seguintes afirmações é a priori. Identifica-a.

A. O quadrado tem quatro lados.

B. O vestido é florido.

C. As abelhas gostam de mel.

4. Considera as afirmações seguintes.


Seleciona a opção correta, de acordo com o fundacionalismo:

1. As crenças básicas são o alicerce de todo o conhecimento.


2. As crenças básicas justificam outras crenças.
3. As crenças básicas são justificadas por outras crenças.
4. Não há crenças básicas.

A. Todas as afirmações são verdadeiras.

B. As afirmações verdadeiras são a 1 e a 2.

C. Todas as afirmações são verdadeiras, exceto a afirmação 4.

5. O empirismo distingue-se do racionalismo porque considera que

A. o conhecimento a priori não é substancial.

B. não temos conhecimento a priori.

C. o conhecimento a posteriori nada nos diz acerca do mundo.

6. Identifica a afirmação que corresponde a uma objeção ao ceticismo:

A. Todas as nossas crenças são falsas.

B. As crenças não estão justificadas.

C. Há crenças básicas.
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7. Descartes é um filósofo cético.
Esta afirmação é

A. verdadeira, porque a dúvida é hiperbólica e leva-nos a questionar tudo aquilo em que


habitualmente confiamos.

B. verdadeira, porque Descartes duvidou das crenças a posteriori e das crenças a priori.

C. falsa, porque a dúvida é metódica, o que significa que é um meio para alcançar um
conhecimento certo e indubitável.

8. O círculo cartesiano é

A. a objeção de que Descartes cometeu uma falácia da petição de princípio ao usar o


critério da evidência para provar a existência de Deus.

B. um argumento cartesiano a favor da existência de Deus.

C. a objeção de que o cogito não é convincente, devido às suas conclusões serem


extremamente limitadas.

9. Uma das seguintes afirmações é falsa, para David Hume.

Identifica-a.

A. Os dois tipos de conhecimento são o conhecimento de relação de ideias e o


conhecimento de questões de facto.

B. Há ideias inatas.

C. Há conhecimento a priori.

10. Considera as afirmações seguintes quanto à indução. Seleciona a opção correta,


de acordo com o David Hume:

1. As inferências indutivas baseiam-se no princípio da uniformidade da natureza.


2. As inferências indutivas pressupõem que o futuro será idêntico ao passado.
3. As inferências indutivas justificam-se indutivamente.
4. As inferências indutivas conduzem-nos a generalizações precipitadas.

A. As afirmações 1 e 3 são verdadeiras, as afirmações 2 e 4 são falsas.

B. As afirmações 1, 2 e 3 são verdadeiras e a afirmação 4 é falsa.

C. As afirmações 1 e 2 são verdadeiras, as afirmações 3 e 4 são falsas.

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Grupo II

1. Considera a afirmação seguinte:

“Se adquirir um conhecimento a posteriori, então todo o conhecimento que usar desse
conceito é a posteriori.”

1.1. Dá um exemplo de um conhecimento a priori e um exemplo de um conhecimento a


posteriori.

1.2. A afirmação é falsa. Porquê?

2. Considera o texto seguinte:

«O cogito é traduzido frequentemente por “Penso, logo existo.”, e é considerado o


“ponto arquimédico” de Descartes nas suas tentativas de resolver o seu próprio ceticismo
radical, onde duvidara de tudo o que havia possivelmente para duvidar. Era a escada de
que precisava para iniciar a escalada para fora do poço por ele mesmo escavado.»

Jonny Thomson, Mini Filosofia, O Pequeno Livro das Grandes Ideias, Coimbra, Minotauro, 2021, p. 299.

2.1. Apresenta, sucintamente, o modo como Descartes descobre o cogito.

2.2. Apresenta duas características do cogito.

2.3. Expõe uma crítica feita ao cogito cartesiano.


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Grupo III

1. Responde à questão apresentada.

É possível conhecer?

1.1. Na tua resposta, deves:


– Apresentar a tese de uma das teorias estudadas que respondem a este problema.
– Apresentar um argumento a favor dessa tese.

FIM

COTAÇÕES

Grupo Item (cotação em pontos)

1. a 10.
I 80 pontos
10 × 8 pontos
1.1 1.2. 2.1. 2.2. 2.3.
II 90 pontos
18 18 18 18 18

III Item único 30 pontos

TOTAL 200 pontos

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Teste inclusivo 2: É possível conhecer? (2)

Grupo I

1. B.

2. C.

3. A.

4. B.

5. A.

6. C.

7. C.

8. A.

9. B.

10. B.

Grupo II

1.

1.1. Conhecimento a priori: “2 + 2 = 4”, “O quadrado tem quatro lados.”


Conhecimento a posteriori: “A neve é branca.”, “A mesa é redonda.”

1.2. A afirmação é falsa. Eu posso adquirir um conhecimento a posteriori como o conhecimento


de que “O João é casado.”, no entanto, eu posso usar o conceito de “casado”, adquirido
pela experiência, de modo a priori, recorrendo única e exclusivamente ao pensamento,
como no caso em que afirmo que “O João, sendo casado, não é solteiro.”. Neste caso, eu
não preciso de recorrer à experiência para comprovar que “Sendo casado, não é solteiro.”,
é algo que deduzo pelo pensamento apenas.

2.

2.1. O cogito resulta do próprio ato de duvidar: ao duvidar, Descartes está a exercer um ato de
pensamento e, ao pensar, tem claramente de existir. O ato de duvidar é a prova de que
existe enquanto ser pensante (res cogitans).

2.2. O cogito é uma crença fundacional, básica e autojustificada, é o “ponto arquimédico” a


partir do qual Descartes pode começar a reconstruir o edifício do conhecimento, por ser
uma crença indubitável, isto é, por ser uma crença clara e distinta, de tal modo evidente ao
pensamento que não conseguimos duvidar da sua verdade. É, como tal, a escada de que

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Descartes precisava «para iniciar a escalada para fora do poço por ele mesmo
escavado.», porque fornece o critério da verdade, que consiste na clareza e distinção das
ideias, naquilo que distingue as ideias verdadeiras das ideias falsas.

2.3. O cogito é criticado por ser limitativo ao nível das conclusões que podemos retirar dele.
Do cogito, só podemos concluir que há pensamentos e nada mais. Ora, do facto de haver
pensamentos não se pode concluir sequer que tem de haver um pensador, o que significa
que a conclusão «Penso, logo existo.», é duvidosa.

Grupo III

1.

1.1. As teorias que respondem à questão colocada “É possível conhecer?” são o ceticismo e o
fundacionalismo: o fundacionalismo racionalista de Descartes e o fundacionalismo
empirista de David Hume. O aluno deve selecionar umas das seguintes teses de uma das
teorias:
O ceticismo considera que não podemos afirmar que é possível conhecer, porque
nenhuma fonte de justificação das nossas crenças é satisfatória.
O fundacionalismo racionalista de Descartes e o fundacionalismo empirista de David
Hume afirmam a possibilidade do conhecimento. Diferem na perspetiva de qual a principal
fonte de justificação das nossas crenças: Descartes considera que é a razão, David Hume
considera que é a experiência.
No caso de o aluno optar pelo ceticismo, deve referir-se a um dos argumentos céticos para
duvidar:
Argumento da ilusão: Tudo o que é uma fonte de justificação segura do conhecimento
não nos engana. Os sentidos enganam-nos. Logo, os sentidos não são uma fonte de
justificação segura de conhecimento.
Argumento da divergência de opiniões: Se fosse possível justificar as nossas crenças,
não haveria lugar para divergências de opinião. Há divergências de opinião. Logo, é
impossível justificar as nossas crenças.
Argumento da regressão infinita da justificação: A justificação de qualquer crença é
inferida de outras crenças. Se a justificação de qualquer crença é inferida de outras
crenças, então dá-se uma regressão infinita. Se há uma regressão infinita, as nossas
crenças não estão justificadas. Logo, as nossas crenças não estão justificadas.
No caso de o aluno optar pelo fundacionalismo racionalista Descartes, deve referir-se a
um dos seus argumentos:
– Sendo um racionalista, Descartes considera que a razão é a fonte fundamental do
conhecimento.
– A razão pode dar-nos conhecimento universal e necessário de verdades objetivas e é ela
que nos permite a descoberta das ideias de cogito e de Deus. O conhecimento a priori
tem, como tal, um papel fundamental.
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– Existem ideias inatas, isto é, ideias que já nascem connosco, nomeadamente o cogito e
a ideia de Deus. As ideias inatas são descobertas racionalmente.

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– O cogito e Deus são duas crenças fundacionais para a reconstrução do edifício do
conhecimento certo, seguro e inabalável. São crenças básicas, autojustificadas, e que
justificam todas as restantes crenças.
– O cogito fornece o critério da verdade, que consiste na clareza e distinção das ideias, e
que permite distinguir as ideias verdadeiras das ideias falsas. Deus é a garantia de tudo
aquilo que concebemos clara e distintamente, é o princípio fundante da realidade e da
verdade objetiva.
– Para Descartes, não há limites para o conhecimento: pela razão, podemos descobrir os
atributos essenciais do cogito (res cogitans), de Deus (res divina) e do mundo exterior
(res extensa).

No caso de o aluno optar pelo fundacionalismo empirista de Hume, deve referir-se a um


dos seus principais argumentos:
– David Hume considera que o conhecimento a priori nada nos diz acerca do mundo e
valoriza o papel da experiência e dos sentidos.
– O ponto de partida para o conhecimento são as perceções, que correspondem a todos
os conteúdos da mente. A perceção é o processo pelo qual adquirimos informação acerca
do mundo, o que começa sempre, em última análise, pelos nossos sentidos. As perceções
podem ser de dois tipos: impressões e ideias. Estas distinguem-se pelo grau de força ou
de vivacidade. Todas as nossas ideias derivam de impressões, mesmo as mais abstratas,
o que significa que não existem ideias inatas.
– Para David Hume, os limites do conhecimento são os limites da própria experiência: só
podemos conhecer aquilo de que temos impressão. Assim, considera que não temos
impressões correspondentes à ideia do eu (porque a nossa ideia de eu resulta de um
conjunto de impressões particulares que nunca experimentamos simultaneamente e que
não permanecem. A ideia de um eu imutável e permanente é uma ideia complexa, produto
da imaginação e, enquanto tal, falsa, dado que eu não tenho a sensação de um núcleo de
personalidade inalterável), de Deus (porque não há nenhuma impressão que lhe
corresponda, pelo que, pela experiência, não podemos afirmar a sua existência) e do
mundo exterior (porque, embora a coerência e a constância de certas perceções nos
levem a acreditar que há coisas externas dotadas de uma existência contínua, não
podemos confundir a perceção de um objeto com esse objeto). David Hume defende,
portanto, um ceticismo moderado, isto porque não rejeita a possibilidade de conhecer a
realidade, mas reconhece a imperfeição e os limites do entendimento humano, que não
pode ir além da experiência, exigindo que sejamos moderados nas nossas opiniões.

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