Orientacoes para o Curso de Batismo

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ORIENTAÇÕES PARA A EQUIPE DO CURSO DE BATISMO NO QUE

DIZ RESPEITO A PREPARAÇÃO DE PAIS E PADRINHOS.

A. ASPECTOS TEOLÓGICOS:
“Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura. Aquele que crer e for
batizado será salvo; o que não crer será condenado” (Mc 16,15-16). Obedientes a este
mandato do Senhor (Mt 28,19-20), os apóstolos batizavam os que acolhiam a Palavra
(At 2,41; 8,12-38; 9,18; 10,48; 6,15.33; 18,8; 19,5). O batismo, em realidade ou ao
menos em desejo, é necessário para a salvação (cf. cân. 849). Batismo (do grego,
baptizein) quer dizer mergulhar. O mergulho nas águas batismais lembra o
sepultamento do catecúmeno na morte de Cristo e seu nascimento como “nova
criatura” (2Cor 5,17; Gl 6,15). O sacramento do batismo é também chamado “banho da
regeneração e da renovação no Espírito Santo” (Tt 3,5). O batizado renasce como filho
de Deus e da Igreja (Gl 4,6), membro de Cristo (1Cor 6,15; 12,12-13) e templo do
Espírito Santo (1Cor 3,16; 6,19), livre do pecado original e de todos os pecados pessoais.
O batismo imprime um caráter indelével da pertença a Cristo (cf. cân. 849), um sinal
espiritual que nenhum pecado pode apagar. O batismo é dado para sempre e não pode
ser repetido (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1272). Congregados em comunidade pelo
batismo, os cristãos são instruídos na palavra de Deus, alimentados pela eucaristia e
animados na prática da caridade e dos compromissos cristãos. O batismo é o
sacramento da resposta do ser humano à proposta de Deus, que inclui o compromisso
de continuar a obra missionária de Jesus Cristo (Mt 28,19; At 5,42; LG 17). No batismo
de criança, os pais e padrinhos dão, em seu nome, a resposta de fé e assumem o
compromisso de educá-la na fé cristã. O batismo torna o cristão sinal e instrumento de
salvação no meio dos homens (1Pd 2,9; LG 9; GS 32.40). A vida divina que recebemos
no batismo cresce e produz frutos quando assumimos o compromisso de seguir Jesus
Cristo, no serviço, especialmente aos mais pobres, na abertura ao diálogo, na
preocupação constante de anunciar a boa nova do reino de Deus e de testemunhar a
todos a comunhão.

B. ORIENTAÇÕES PASTORAIS

Quem pode receber o batismo:

● Pode ser batizada toda pessoa ainda não batizada e somente ela (cf. cân. 864).

Batismo de crianças
● A Igreja sempre batizou crianças e adultos. A prática de batizar crianças é
atestada explicitamente desde o segundo século. Mas é bem possível que desde
o início da pregação apostólica, quando “casas” inteiras receberam o batismo,
também as crianças fossem batizadas (cf. At 10, 44-48).
● Nascidas com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original,
as crianças precisam do novo nascimento no batismo, a fim de serem libertadas
do poder das trevas e transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de
Deus.
● Toda criança tem direito ao sacramento do batismo, independentemente da
situação civil dos pais (solteiros, amasiados, separados ou divorciados),
mediante o compromisso dos pais e padrinhos de assumirem a formação cristã
da criança.
● Filhos de pais que não têm a mesma religião, sendo um deles católico e o outro
não, podem ser batizados mediante pedido do casal ou apenas da parte católica.
● Uma criança não batizada, a partir dos sete anos, só pode ser aceita para o
batismo após receber instrução sobre as principais verdades da fé, a pessoa de
Jesus Cristo e o significado deste sacramento. O tempo da preparação depende
da realidade de cada criança.
● 17. Os fetos abortivos, que estiverem vivos, sejam batizados enquanto possível
(cân. 871).

Ministros do batismo:

● São ministros ordinários do batismo o bispo, o presbítero e o diácono. Em caso


de necessidade pastoral, ministros extraordinários do batismo poderão ser
designados pelo bispo local, sem substituir os ministros ordinários (cf. CNBB,
Doc. 19, Batismo de crianças, nº. 197-202 e Doc. 62, Missão e ministério dos
cristãos leigos e leigas).
● Em perigo de morte, qualquer pessoa movida por reta intenção pode
administrar este sacramento (cf. cân. 861,2).
● Os párocos sejam solícitos para que os fiéis aprendam o modo certo de batizar
(cf. cân. 861,2).

Os padrinhos:

● Cabe aos padrinhos, tanto quanto possível, acompanhar o batizando adulto na


iniciação cristã e, junto com os pais, apresentar ao batismo o batizando criança
(cf. cân. 872).
● Habitualmente, a escolha recai sobre um padrinho e uma madrinha;
podendo-se também admitir apenas um padrinho ou uma madrinha (cân. 873).
● A escolha do padrinho ou madrinha deve ser feita pelos pais ou responsáveis
pela criança.

I. Se for adulto, cabe ao batizando a escolha.


II. Em situações extraordinárias de falta de padrinho, o ministro do batismo
pode também proceder à escolha.

● O padrinho/madrinha não pode ser o pai nem a mãe do batizando.


● Deve ser católico confirmado, fiel aos preceitos da Igreja e ter 16 anos completos
ou maturidade suficiente, de acordo com o parecer do ministro ordinário.
● Um católico, por motivo de parentesco ou amizade, pode servir de testemunha
cristã de uma pessoa que vai ser batizada numa Igreja cristã não-católica, desde
que a mesma não tenha sido batizada na Igreja Católica.
● De forma semelhante, um cristão não-católico, ao lado de um padrinho
católico, pode servir de testemunha cristã de uma criança que vai ser batizada
na Igreja Católica.

Da Preparação dos pais e dos padrinhos:

● Os pais, ao pedirem o batismo para a criança, estão pedindo para ela também a
fé, como aparece no rito de acolhida do batismo.
Em vista da responsabilidade que assumem, devem ser adequadamente
preparados pela comunidade.
● A preparação para o batismo seja feita de preferência na paróquia da qual
participam os pais e os padrinhos, territorial ou de afinidade. A preparação se
faz:
● I. Na comunidade, fora dos momentos de celebração, reunindo várias famílias e
padrinhos das crianças que serão batizadas; ou na casa do batizando, com a
presença de membros da equipe da pastoral do batismo e do maior número
possível de familiares e dos padrinhos futuros do batizando.

Objetivos da preparação:

A preparação dos pais e padrinhos, momento privilegiado do anúncio de


Jesus Cristo e de seu Evangelho, tem como objetivos:

I. Anunciar e testemunhar a alegria de seguir Jesus Cristo;


II. Transmitir o gosto de pertencer à Igreja Católica; a parir dos sacramentos.
III. Dialogar com eles sobre a missão da Igreja;
IV. Despertar, acender, reanimar ou intensificar a fé; para que descubram quem é
Jesus.
V. Ajudar os que desconhecem a comunidade a conhecê-la;
VI. Procurar integrar as famílias na vida da comunidade;
VII. Acolher e motivar as pessoas para a importância da fé na vida da família;.
VIII Acolher as esperanças e angústias dos pais e padrinhos;
IX. Rezar com a família e padrinhos para agradecer o dom da vida da criança, e
inseri-los numa vida de oração condizente.

Como fazer a preparação dos pais e padrinhos:

● A critério do pároco podem ser dispensados da preparação pais e padrinhos


quem habitualmente participam da vida litúrgica da comunidade ( quem já
tiver feito a preparação em outra oportunidade, ou que já fizeram outro tipo de
aprofundamento da fé.

● É conveniente diferenciar o conteúdo da preparação dos pais já iniciados na fé e


integrados na vida da comunidade, daqueles que por diferentes razões, mas com
boa vontade, apenas procuram a comunidade para o batismo de seus filhos.

● A preparação não se resuma apenas a uma forma teórica (encontros, palestras,


cursos…). É também importante rezar com os pais pelos filhos, criar um
ambiente de “encontro com o Senhor” e anunciar o querigma em linguagem
apropriada aos interlocutores.

Conteúdo mínimo:

Considera-se conteúdo mínimo para a preparação:

a) O querigma;

b) Doutrina e celebração do sacramento do batismo;

c) Responsabilidade dos pais e dos padrinhos na educação cristã das crianças para
as quais pedirem o batismo;

d) A comunidade cristã como espaço de vivência da fé;


e) A necessidade de uma Vida de Oração.

Da equipe da pastoral do batismo:

A igreja confia e espera que os membros da equipe de Batismo conheçam a doutrina


deste sacramento, tenham familiaridade com as Sagradas Escrituras e estejam
informados sobre os trabalhos pastorais da comunidade.

● O pároco cuide da formação permanente da equipe do batismo.


● A equipe, animada pelo espírito missionário e misericordioso de Jesus Cristo, o
Bom Pastor, deve estar preparada para:
I. acolher os pais e padrinhos;
II. dialogar com eles;
III. escutar com serenidade;
IV. colocar-se a serviço;
V. orar com a família e padrinhos.

● É desejável que a equipe faça várias visitas às famílias, antes e depois do


batismo, a fim de:
I. criar ou estreitar laços de amizade com a comunidade;
II. propiciar às famílias momentos de oração, reflexão da palavra e diálogo;
III. ajudar a família visitada a crescer na vida cristã e a melhorar o ambiente
familiar;
IV. criar condições para que a graça do batismo possa se desenvolver (cf. CNBB,
Batismo de crianças, 1980, nº. 155).
● É desejável que haja uma periódica renovação dos membros da equipe.

Local e dia do batismo:

● O batismo terá como local a igreja matriz , assim também como as capelas que
estão tanto na cidade (área urbana) como no interior (área rural).
● A preparação do batismo acontecerá na Matriz todos os primeiros sábados de
cada mês.
● Já o batizado ocorrerá no primeiro domingo do mês seguinte ao curso de
batismo, garantindo assim tempo suficiente para que pais e padrinhos
providenciem diligentemente todos os documentos necessários para a marcação
do mesmo.

C. ORIENTAÇÕES PARA BATISMO NO CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO:

Pelo batismo o ser humano é incorporado à igreja de Cristo e nela constituído


pessoa, com os deveres e os direitos que são próprios dos cristãos. Com a
recepção do batismo, fica adscrito à Igreja o filho de pais que a ela pertencem ou,
se um dos dois a ela não pertence, mas que ambos tenham escolhido, de comum
acordo, que a prole fosse batizada na Igreja; se faltar esse comum acordo, fica
adscrito à Igreja ritual à qual pertence o pai. (cf. n.111 § 1.).

Qualquer batizando, que tenha completado catorze anos de idade, pode escolher
livremente ser batizado na Igreja latina ou em outra Igreja ritual autônoma; nesse
caso, ele pertence à Igreja que tiver escolhido.
Fiéis são os que, incorporados a Cristo pelo batismo, foram constituídos como
povo de Deus e assim, feitos participantes, a seu modo, do múnus sacerdotal,
profético e régio de Cristo, são chamados a exercer, segundo a condição própria
de cada um, a missão que Deus confiou para a Igreja cumprir no mundo. (cf. n.204
§ 1) . Quem não recebeu o batismo não pode ser admitido validamente aos outros
sacramentos.

842 § 2. Os sacramentos do batismo, da confirmação e da santíssima Eucaristia


acham-se de tal forma unidos entre si, que são indispensáveis para a plena
iniciação cristã.

849 O batismo, porta dos sacramentos, necessário na realidade ou ao menos em


desejo para a salvação, e pelo qual os homens e as mulheres se libertam do
pecado, se regeneram tornando-se filhos de Deus e se incorporam à Igreja,
configurados com Cristo mediante caráter indelével.

850 O batismo se administra segundo o ritual prescrito nos livros litúrgicos


aprovados, exceto em caso de urgente necessidade, em que se deve observar
apenas o que é exigido para a validade do sacramento.

851 A celebração do batismo deve ser devidamente preparada; assim:

1° O adulto que pretende receber o batismo seja admitido ao catecumenato e,


enquanto possível, percorra os vários graus até a iniciação sacramental, de acordo
com o ritual de iniciação, adaptado pela Conferência dos Bispos, e segundo
normas especiais dadas por ela;

2° ´ Os pais da criança a ser batizada, e também os que vão assumir o encargo de


padrinhos, sejam convenientemente instruídos sobre o significado desse
sacramento e às obrigações dele decorrentes; o pároco, por si ou por outros, cuide
que os pais sejam devidamente instruídos por meio de exortações pastorais, e
também mediante a oração comunitária reunindo mais famílias e, quando
possível, visitando-as.

* Ver Legislação Complementar da CNBB ´ na nota ´ Sobre o modo de preparar


convenientemente a celebração do batismo, cf. os documentos da CNBB: ´Ṕastoral do
Batismó´, aprovado na 13ª Assembléia Geral (1973) (incluído na ´Ṕastoral dos
Sacramentos da Iniciação Cristã́´, Col. Documentos da CNBB, n. 2a); ´B́atismo de
Crianças. Subsídios Teológicólitúrgicópastoraiś´, aprovado pela 18ª Assembléia Geral
(1980). Advirtáse que, no n. 2 deste cânon, se estabelece, como norma universal, algo
semelhante ao nosso ´ćursó´ de batizados.

NOTA: O rito de imersão demonstra mais claramente a participação na morte e na


ressurreição de Cristo, mas o rito de infusão (derramamento de água) é
plenamente legítimo. O novo Código ´ do mesmo modo que os novos livros rituais ´
já não fala do batismo por aspersão. De acordo com a tradição, ele seria válido,
mas atualmente não é lícito usá-lo. Entre nós continua a praxe de batizar por
infusão; no entanto, permite-se o batismo por imersão, onde houver condições
adequadas, a critério do Bispo Diocesano.

Embora o batismo possa ser celebrado em qualquer dia, recomenda-se, porém,


que ordinariamente seja celebrado no domingo ou, se for possível, na vigília da
Páscoa. . Exceto em caso de necessidade, o lugar próprio para o batismo é a igreja
ou oratório. Tenha-se como regra geral que o adulto seja batizado na própria
igreja paroquial e a criança na igreja paroquial dos pais, salvo se justa causa
aconselhar outra coisa.

861§ 1. Ministro ordinário do batismo é o Bispo, o presbítero e o diácono,


mantendo-se a prescrição do cân. 530, n. 1.

861 § 2. Na ausência ou impedimento do ministro ordinário, o catequista ou outra


pessoa para isso designada pelo Ordinário local pode licitamente batizar; em caso
de necessidade, qualquer pessoa movida por reta intenção; os pastores de almas,
principalmente o pároco, sejam solícitos para que os fiéis aprendam o modo certo
de batizar.

862 Exceto em caso de necessidade, a ninguém é lícito, sem a devida licença,


conferir o batismo em território alheio, nem mesmo aos próprios súditos.

863 O batismo dos adultos, pelo menos daqueles que completaram catorze anos,
seja comunicado ao Bispo diocesano, a fim de ser por ele mesmo administrado, se
o julgar conveniente.

864 É capaz de receber o batismo toda pessoa ainda não batizada, e somente ela.

865 § 1. Para que o adulto possa ser batizado, requer-se que tenha manifestado a
vontade de receber o batismo, que esteja suficientemente instruído sobre as
verdades da fé e as obrigações cristãs e que tenha sido provado, por meio de
catecumenato, na vida cristã; seja também admoestado para que se arrependa de
seus pecados.

A não ser que uma razão grave o impeça, o adulto que é batizado seja
confirmado logo depois do batismo e participe da celebração eucarística,
recebendo também a comunhão. (cf. n.866)

867 § 1. Os pais têm a obrigação de cuidar que as crianças sejam batizadas dentro
das primeiras semanas; logo depois do nascimento, ou mesmo antes, dirijam-se
ao pároco a fim de pedirem o sacramento para o filho e serem devidamente
preparados para eles.

867 § 2. Se a criança estiver em perigo de morte, seja batizada sem demora.


868 § 1. Para que uma criança seja licitamente batizada, é necessário que:

1° ´ Os pais, ou ao menos um deles ou quem legitimamente faz as suas vezes,


consintam;

2° Haja fundada esperança de que será educada na religião católica; se essa


esperança faltar de todo, o batismo seja adiado segundo as prescrições do direito
particular, avisando-se aos pais sobre o motivo.

Em perigo de morte, a criança filha de pais católicos, e mesmo não católicos, é


licitamente batizada mesmo contra a vontade dos pais.

D- DAS ORIENTAÇÕES DO DIRETÓRIO PASTORAL DA ARQUIDIOCESE DE


CAMPO GRANDE-MS.

Do Batismo:

Art. 50 – para que alguém seja admitido a assumir o encargo de


padrinho/madrinha é necessário:

● A livre intenção de cumprir com esse encargo.


● A idade suficiente de dezesseis anos (16 anos).
● Maturidade cristã; ou seja ser católico confirmado (ter a crisma),
● Ser solteiro desimpedido ou casado na igreja católica.
● Levar uma vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir.

Art. 51 – Não podem ser admitidos como padrinhos:

● Os cônjuges que são impedidos de receber ou não querem receber o


sacramento do matrimonio.
● O pai ou a mãe do batizando.
● Os que não estão em plena comunhão com a igreja católica.

Obs: Os batizados pertencentes a uma comunidade eclesial não-católica, somente


poderão ser admitidos quando um dos padrinhos for católico confirmado e apenas
como testemunhas do batismo.

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