Prova - 2º Instrumento - 9º B

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 6

Escola SESI 2º INSTRUMENTO

Vinhedo - São Paulo 1ª etapa - Geografia

Aluno (a): Nº: Data: ___ / ___ / ___ Turma: 9º ( )

Professor (a): Esther Costa Atividade avaliativa do 3 capítulo - Sociedades no mundo globalizado.

Critério geral: o estudante deve apresentar e aprofundar – nesta avaliação – os conceitos e temáticas coerentes a
partir do que foi trabalhado no capítulo 3 de acordo com o que for solicitado.

Expectativas trabalhadas: EF.6A9.GEO.63; EF.6A9.GEO.65.

1. O “novo mundo” pode ser concebido como um conceito histórico que se associa um conjunto de
práticas coloniais escravistas, onde a deculturação de matrizes étnicas originárias e africanas é
correspondente à miscigenação com povos europeus - e no caso do Brasil, especificamente portugueses.
Produz-se, assim, algo novo. A isso, podemos denominar:
a) Populações tradicionais.
b) Quilombola.
c) Populações indígenas.
d) Povos-novos

RESPOSTA CORRETA: D
Os povos-novos, como dito no enunciado, são resultado do processo histórico de miscigenação entre
europeus, povos originários e africanos, durante o processo de expansão colonial. As outras alternativas (A,
B e C) apresentam de forma separada os povos aos quais nos referimos com “povos-novos”, faltando a
participação do colonizador nessa relação.

2. As transformações na segunda metade do século XX são definidoras de um novo momento do modo


de produção capitalista. Caracterizada pelo que convencionou-se “globalização”, essas transformações de
ordem produtiva se deram como uma revolução nos transportes e nas comunicações, e pode ser conhecida
pelos termos abaixo, EXCETO:
a) Revolução Técnico-Científica-Informacional.
b) Terceira Revolução Industrial.
c) Revolução Técnico-Científica.
d) Segunda Revolução Industrial.

RESPOSTA CORRETA: D
O período da globalização também pode ser denominado de “Revolução Técnico-Científica-
Informacional” (A), expressão de Milton Santos, ou apenas “Revolução Técnico-Científica” (C). Ambas
denominações, quando analisamos a história das revoluções industriais, dizem respeito ao que chamamos
também de “Terceira Revolução Industrial” (B), datada dos anos 1970, aproximadamente e marcada pela
informática e automação. A “Segunda Revolução Industrial” se deu no início do século XX, e foi marcada
pela expansão da indústria automobilística, especialmente.

3. A noção de “aldeia global” possui uma contradição: ao tempo em que as relações sociais se tornam
homogêneas - através do consumo, principalmente - as desigualdades também se tornam evidentes e
inevitáveis aos olhos. Os problemas da globalização, portanto, nascem junto à sua promessa utópica. Nesse
sentido, no que constituem os movimentos antiglobalização?
RESPOSTA ESPERADA:
Nessa resposta, não era esperado que vocês focassem APENAS na cultura, como a maioria focou. Não era
sobre “impor” a sua cultura, como vários colocaram, por ex.: fazer com que a cultura do Boi Bumbá seja
privilegiada pelo povo. Não era sobre isso, nem era uma “resistência” contra a globalização. Se não fosse
a globalização, o que seria do Festival de Parintins? A globalização permitiu que o festival ganhasse
proporções internacionais, sendo assim, trazendo turismo para o povo amazonense. Além disso, os
movimentos antiglobalização não são CONTRA a globalização. Não é um movimento ABAIXO A
GLOBALIZAÇÃO, não é isso. Muitas das respostas diziam que os movimentos são contra a globalização
porque ela traz coisas “ruins”, em si, não é a globalização, mas como é desenvolvida, principalmente nos
países periféricos (em desenvolvimento/emergente). Então, por isso, selecionei algumas das respostas que
eu acredito que se encaixaram no objetivo da questão e além das respostas, o conteúdo do livro também era
claro sobre os movimentos antiglobalização:

Respostas selecionadas:
4. Abaixo, leia os trechos de uma entrevista da BBC com o historiador italiano Emilio Gentile,
especialista sobre a história ideológica e cultural do fascismo:

BBC News Mundo - O senhor acha que existe o perigo de um retorno do fascismo?
Gentile - Não, absolutamente, porque na história nada volta, nem de um jeito diferente. O que existe hoje é o perigo de uma
democracia, em nome da soberania popular, assumir características racistas, antissemitas e xenófobas. Mas em nome da
vontade popular e da democracia soberana, que é absolutamente o oposto do fascismo, porque o fascismo nega totalmente a
soberania popular. Esses movimentos, no entanto, se definem como uma expressão da vontade popular, mas negam que este
direito possa ser estendido a todos os cidadãos, sem discriminações entre os que pertencem à comunidade nacional e aqueles
que não.
BBC News Mundo - Donald Trump, Vladimir Putin, Jair Bolsonaro, Viktor Orbán e outros líderes políticos foram chamados
de fascistas por suas políticas de imigração ou seu nacionalismo. É correto defini-los assim?
Gentile - Se afirmamos isso, poderíamos dizer então que todos são homens e brancos. Mas, ao mesmo tempo, não entenderíamos
a novidade destes fenômenos. Não se trata de aplicar o termo "fascista" para todos os contextos, mas de entender quais são as
causas que geraram e fizeram proliferar estes fenômenos. Em todos esses países, esses movimentos extremistas se afirmaram
com base no voto popular.
BBC News Mundo - O senhor acha então que a palavra "fascismo" está sendo abusada para definir estes governos?
Gentile - Na minha opinião, é um grande erro, porque não nos permite compreender a verdadeira novidade destes fenômenos
e o perigo que eles representam. E o perigo é que a democracia possa se tornar uma forma de repressão com o consentimento
popular. A democracia em si não é necessariamente boa. Só é boa se realiza seu ideal democrático, isto é, a criação de uma
sociedade onde não há discriminação e na qual todos podem desenvolver sua personalidade livremente, algo que o fascismo
nega completamente. Então, o problema hoje não é o retorno do fascismo, mas quais são os perigos que a democracia pode
gerar por si só, quando a maioria da população - ao menos, a maioria dos que votam - elege democraticamente líderes
nacionalistas, racistas ou antissemitas.

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-47686939

Baseado naquilo discutido em aula e nas respostas do historiador acima, que motivações levam ao
surgimento de grupos nacionalistas de extrema-direita e mesmo de governos que representam esses valores?

RESPOSTA ESPERADA:
Nessa resposta, em grande parte das avaliações, foram escolhidos dois caminhos:
1. Uma caracterização destes grupos e seus ideais segregacionistas;
2. A capacidade de difusão destes grupos por meio das redes sociais;

Apesar de ambos serem importantes, nenhum dos dois caminhos responde ao que a questão solicitou: o
SURGIMENTO, os fatores que possibilitaram estes grupos de ascenderem a movimentos mais amplos e
numerosos.

Como não houve nenhuma resposta suficientemente correta, não há nenhum exemplo. Mas o que deveria
constar na resposta da questão eram o medo do “novo” (culturas que chegam com os imigrantes de países
subdesenvolvidos a países mais conservadores e “centrais”) associado à insegurança promovida por crises
econômicas – e o desemprego. Tais características produzem, nestas sociedades, um terreno fértil ao
surgimento e propagação de movimentos nacionalistas extremos, apoiados em ideias de manutenção de
uma identidade nacional, passadista (que glorifica – sem crítica – épocas anteriores).

Além do mais, o texto/entrevista disponibilizado na avaliação não servia como núcleo de resposta. Ou seja,
você não encontraria a resposta ali, apenas seria norteado para desenvolver a resposta com base,
principalmente, no conteúdo didático. Sendo assim, não era para retirar fragmentos do texto ou repetir com
outros termos e palavras o que a entrevista expôs.

Resposta indicada no conteúdo didático:


5. Organizados em grandes _________________________ que integram fornecedores e mercados, os
grandes conglomerados industriais mobilizam capitais e aprimoram (potencializam) a estrutura de
produção, desde as etapas de produção deste produto até o consumo final, criando padrões que se repetem
pelo mundo. Um exemplo: os smartphones, os automóveis, ou mesmo peças de moda que se propagam no
cotidiano das populações.
Que conceito completa corretamente o parágrafo acima?
a) Multinacionais.
b) Transnacionais.
c) Cadeias produtivas globais
d) Indústrias de transformação.

RESPOSTA CORRETA: C
As cadeias produtivas globais (C) podem ser entendidas como um conjunto de momentos e forças que
contribuem na circulação geral das mercadorias – desde sua produção até seu consumo. É um conceito,
portanto, fundamental para compreendermos a globalização. Multinacionais (A) e Transnacionais (B) são
sinônimos de grandes empresas globais, enquanto as Indústrias de transformação (D) são as indústrias de
base, que atuam nas primeiras etapas do processo produtivo.

6. O pensamento sobre a globalização como um fenômeno próprio do capitalismo tem como um dos
seus principais expoentes o geógrafo brasileiro Milton Santos (1926-2001). O geógrafo contribui com a
crítica do processo de globalização, onde suas obras reivindicam que pensar na expansão das comunicações
e do acessos às tecnologias também implicam se pensar na contradição de tudo isso: a segregação, a pobreza
urbana e diversas formas da desigualdade – é o que se denomina de “globalização das perdas”, ou
“globalização perversa”. Abaixo, qual se configura como uma característica dessa perversidade?

a) Expansão do consumo.
b) Acesso a bibliotecas digitais de livros, filmes e músicas com maior facilidade.
c) Possibilidades de encontros virtuais para os mais diversos fins.
d) Aumento da pobreza urbana e aprofundamento das desigualdades.

RESPOSTA CORRETA: D
A globalização, como se sabe, possui fortes contradições internas. Ao mesmo tempo que aparece como uma
imagem de riqueza e alta tecnologia, produz na outra ponta, a miséria, aprofundando desigualdades. Nesse
sentido, o aumento da pobreza urbana e o aprofundamento das desigualdades (D) é a única alternativa que
corresponde a características da face “perversa” desse processo. A expansão do consumo (e portanto, a
mínima possibilidade a condições materiais melhores), o acesso a bibliotecas digitais e os encontros à
distância são modos positivos de se viver em um mundo globalizado.

7. A globalização também pode ser lida a partir da articulação entre organismos internacionais, como
o Fórum Econômico Mundial (FEM) que defende:

a) Que a globalização é um processo necessário e irreversível nesse momento do capitalismo.


b) Que a globalização é um processo reversível e pode ser reformulado.
c) Que a globalização é um processo danoso às economias nacionais e protecionistas.
d) Que a globalização deve atuar apenas no circuito dos países desenvolvidos.

RESPOSTA CORRETA: A
O Fórum Econômico Mundial (FEM) entende a globalização como um processo necessário e irreversível
(A) do capitalismo, o que condiz com sua posição dentro do modo de produção, respondendo a interesses
das maiores potências globais. As outras alternativas (B, C e D) apontam a globalização como um processo
reversível, negativou ou restrito, indo na direção contrária ao que o enunciado propõe.

8. Sobre a relação entre globalização e democracia, assinale a alternativa correta:


a) A expansão de territórios democráticos a partir da segunda metade do século XX permitiu a
resolução de antigos problemas, como a desigualdade de renda nos Estados Nacionais.
b) A democracia se torna um obstáculo ao processo de globalização, ao permitir o surgimento de
movimentos nacionalistas como partidos políticos.
c) A globalização encontra na democracia um terreno fértil à sua expansão, e por isso mesmo, este
processo parece solucionar as desigualdades existentes em épocas anteriores.
d) A “globalização perversa”, nos termos de Milton Santos, por ser um problema fundamentalmente
capitalista, se incorpora à democracia e atinge a sociedade do mesmo modo, a partir da extrema
desigualdade de distribuição de riquezas.

RESPOSTA CORRETA: D
A partir de Milton Santos, a globalização aparece como um problema inerente ao capitalismo, e não um
“acidente de percurso” de algo externo a ele. Nesse sentido, a alternativa D demonstra que este processo se
realiza contraditoriamente, a partir do aprofundamento da desigualdade na distribuição de riquezas. As
alternativas A e C apontam para uma “resolução” das desigualdades, enquanto a alternativa B entende a
democracia como um obstáculo. Estas (A, B e C) inviabilizam pensar a globalização como um processo
expansivo, o que a alternativa D não nega.

9. A globalização, como um processo multifacetado, pode ser analisada também a partir da expansão
da economia agrícola, que tem, no Brasil, sua maior representação no(a):

a) Agroecologia.
b) Agricultura urbana.
c) Agricultura familiar.
d) Agronegócio.

RESPOSTA CORRETA: D
O agronegócio (D) é a expressão mais forte da globalização quando pensamos na transformação das práticas
agrícolas a partir da segunda metade do século XX – e como sua expansão econômica incorpora os efeitos
da globalização em suas mudanças sociais e culturais. As alternativas A, B e C apresentam práticas que não
tem o mesmo poder de se expandir mundialmente como um negócio lucrativo às grandes empresas do ramo.

10. A relação entre globalização e subdesenvolvimento é uma importante investigação a ser realizada,
se quisermos entender este processos a partir de suas contradições. Abaixo, sobre isso, assinale a alternativa
verdadeira:

a) O subdesenvolvimento representa o fracasso do Terceiro Mundo em alcançar os níveis de


globalização dos países desenvolvidos, indo na direção contrária de sua vocação: a exportação de
commodities.
b) O desenvolvimento significa, em certa medida, uma evidência do sucesso da globalização a partir
do aumento de índices de educação, saúde e renda.
c) Os países subdesenvolvidos (periféricos) são reflexo da desigualdade socioeconômica na escala
global: continuando a lógica colonial, estes países têm na globalização o aprofundamento de sua
dependência em relação aos países desenvolvidos (centrais).
d) A “aldeia global” se prova como o maior resultado da globalização, onde a redução das
desigualdades digitais se prova pela rápida comunicação entre habitantes do mundo subdesenvolvido com
o mundo desenvolvido.

RESPOSTA CORRETA: C
O subdesenvolvimento – como uma continuidade da lógica colonial, mas atualizada a partir do novo
momento do capitalismo – se constitui como uma das principais manifestações de uma globalização
“perversa”, nos termos de Milton Santos. Nesse sentido, a alternativa (C) apresenta a relação mais correta
entre globalização e subdesenvolvimento. Enquanto isso, a alternativa (A) apresenta erroneamente a ideia
de um “fracasso”, o que está historicamente equivocado; a alternativa (B), ao contrário, apresenta a ideia
de “sucesso” da globalização – ignorando as contradições (coisas “ruins”) do processo; por último, a
alternativa (D) reforça a ideia de aldeia global como argumento de resolução das desigualdades pela
expansão da tecnologia, o que também não considera as contradições do processo de globalização em sua
totalidade.

Você também pode gostar