0501166-16.2016.8.05.0137 - 438879534 - Antonio Santos Aguiar

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA

1ª V DOS FEITOS DE REL. DE CONS. CIVEIS E COMERCIAIS DE JACOBINA

Processo: EXECUÇÃO DE ALIMENTOS n. 0501166-16.2016.8.05.0137


Órgão Julgador: 1ª V DOS FEITOS DE REL. DE CONS. CIVEIS E COMERCIAIS DE JACOBINA
EXEQUENTE: AUREA GOMES DOS SANTOS CARDOSO
Advogado(s): AFONSO HENRIQUE CORDEIRO ARAUJO MAIA (OAB:BA43632)
EXECUTADO: ANTONIO SANTOS AGUIAR
Advogado(s):

DECISÃO

Trata-se de ação de execução de alimentos proposta por ANA BEATRIZ GOMES


DOS SANTOS ÁGUIAS, ANTÔNIO AURELINO GOMES DOS SANTOS DE AGUIAR
e GEOVANE GOMES DOS SANTOS DE AGUIAR em face de ANTONIO SANTOS
AGUIAR. referente a valores remanescentes, referentes ao período de maio e junho
de 2016.

O requerido foi citado (id. 326399429) no dia 30 de agosto de 2016, mas se quedou
inerte.

A parte autora em id 397394409 juntou petição e documentos alegando, em resumo,


que o executado apenas efetuou o pagamento no valor de R$ 500,00 (quinhentos
reais), subsistindo ainda o valor de R$ 69,00 (sessenta e nove reais) conforme a
planilha de débito acostada (id. 397394409 pág. 02)

Houve a manifestação do Ministério Público (416793336), requerendo que seja o réu


citado para pagamento da quantia remanescente, sob pena de prisão do devedor de
alimentos.

É o breve relatório.

Inicialmente, é de se considerar que o pedido de execução de alimentos foi aviado


com suporte no art. 528 do CPC, no qual possibilita o executado efetuar o pagamento,

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Número do documento: 24041011371292600000424184814
no prazo de 03 (três) dias, provar que o fez, ou justificar a sua impossibilidade para
fazê-lo, sob pena de prisão.

Referido prazo visa garantir ao executado o direito de ampla defesa, vez que a
coerção pessoal de prisão, por ser medida extrema, só deve ser decretada quando
manifesto o inadimplemento inescusável do devedor, como o é o caso dos autos.

Analisando os autos, verifica-se que o devedor não juntou aos autos qualquer
documento que comprove a impossibilidade de pagamento da pensão alimentícia, ao
passo que também não comprovou o estado de miserabilidade experimentado ou a
insuficiência de recursos, existindo permissivo constitucional para a prisão do devedor
de alimentos, em relação ao débito vencido durante o curso da execução.

Súmula 309 do Superior Tribunal de Justiça:

“O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as


três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no
curso do processo”.

A força do título executivo e o fato incontroverso de que, até o momento, não ocorreu o
pagamento INTEGRAL da verba alimentar que foi fixada no acordo de alimentos
firmado pelas partes, impõe a ação do Poder Judiciário no sentido de promover a
satisfação da dívida.

Os alimentos são a base de sustentação da subsistência do ser humano e não podem


ser postergados em virtude de qualquer dissabor, mínimo, pela qual passa aquele
obrigado de prestá-lo, já que, se genitor não contribuir para o sustento da prole,
terceiro, estranho ao fato, é que não fará.

Não desincumbindo o executado de provar o contrário, ou seja, que pagou os


alimentos pleiteados ou, ao menos, não possuir condições de prover dito pagamento,
condições estas, repita-se, plausíveis, deve ser editado em seu desfavor a prisão civil
como meio coercitivo para compeli-lo ao cumprimento da obrigação.

É medida viável neste caso, até mesmo, para servir como corretivo ao devedor, que
deixa os filhos à mercê do destino, como se lhe tivesse implorado para vir ao mundo, e
pode ser decretada em relação aos últimos três meses que antecederam à propositura
da execução, abrangendo as prestações vencidas durante a sua tramitação, a teor do
quanto determina o artigo 528 do CPC, combinado com a Súmula 309 do STJ.

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Posto isso, com respaldo no § 3º do artigo 528 do CPC, decreto a prisão do
executado ANTONIO SANTOS AGUIAR, pelo prazo de 30 (trinta) dias, até que
pague o débito alimentar remanescente, referente ao período de maio a junho/2023,
perfazendo o montante de R$ 182,79 (cento e oitenta e dois reais e setenta e
nove centavos), bem como as vencidas no curso do processo até a data do efetivo
pagamento, devendo ser cumprida a medida em cela separada dos outros presos.

Expeça-se mandado de prisão, com as observâncias legais. Atualize-se o débito


alimentar. Conste no mandado de prisão civil a advertência que a ordem de prisão civil
será imediatamente suspensa, caso o devedor quite integralmente o débito alimentar.

Ciência ao Ministério Público.

Cumpra-se. Intimem-se. Publique-se.

JACOBINA/BA, data da assinatura eletrônica.

Rodolfo Nascimento Barros


Juiz de Direito

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