Texto 05 - Poema Desencanto e Motivo
Texto 05 - Poema Desencanto e Motivo
Texto 05 - Poema Desencanto e Motivo
Desencanto Desencanto
Eu faço versos como quem chora Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto... De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto. Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia Meu verso é sangue. Volúpia
ardente... ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão... Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente, Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração. Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústica rouca, E nestes versos de angústica rouca,
Assim dos lábios a vida corre, Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca. Deixando um acre sabor na boca.
— Eu faço versos como quem morre. — Eu faço versos como quem morre.
Poema 2: Poema 2:
Motivo Motivo
ou passo. ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo. Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada. Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo: E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada. — mais nada.