Improbidade Administrativa

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Improbidade Administrativa para

concursos públicos

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Visa o estudo da lei de improbidade administrativa à luz da constituição


federal e dos princípios norteadores da administração pública. Nesse
ponto, necessitamos compreender o mínimo da estrutura da
administração pública e seus princípios, bem como, a classificação de
agentes públicos.
1- Conceito: Trata-se do ato ilegal ou contrário aos princípios básicos da
Administração Pública, cometido por agente público ou particulares,
durante o exercício de função pública ou decorrente desta.
2- Princípios norteadores da Administração Pública:
LIMPE
Legalidade: guarda relação com as leis, ou seja, a administração pública
e seus agentes devem agir apenas com base nas leis;

Impessoalidade: guarda relação o julgamento dos atos do agente, ou seja,


as decisões dos agentes públicos devem levar em consideração apenas
as leis;

Moralidade: guarda relação direta com a probidade administrativa;

Publicidade: todo ato público deve ser público em regra;

Eficiência: A administração pública deve exercer suas atividades com


vistas a alcançar o bem-estar social;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
3- Improbidade administrativa na constituição
O artigo 37 da constituição federal em seu parágrafo 4º, expõem as
penalidades pela prática de atos de improbidade, onde aduz:
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.
As penalidades previstas no parágrafo acima, são:
1- suspensão dos direitos políticos;
2- perda da função pública;

3- indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário;


4- Lei de Improbidade Administrativa (LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE
1992)
Partes envolvidas:
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,
servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público
ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos


de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público
bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido
ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da
receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Os efeitos da Lei de Improbidade Administrativa estende-se para toda a
administração pública e seus agentes. Cabendo ressaltar o conceito de
agentes públicos para lei, previsto no artigo 2 que, aduz:
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.
O particular poderá ser responsabilizado com base na lei de Improbidade
Administrativa, conforme artigo 3º, abaixo:
Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do
ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou
indireta.
4.1- Dos Danos
Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão,
dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral
ressarcimento do dano.

Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou


terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Cabe ressaltar que, os valores subtraídos dos cofres públicos serão
ressarcidos pelo patrimônio do agente que deu causa ao dano, mesmo no
caso de sua morte, conforme aduz:
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite
do valor da herança.
4.2- Crimes e Penas
4.2.1- Enriquecimento Ilícito

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando


enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial
indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou
atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamente:
Pena por Enriquecimento ilícito
Art. 12, I - na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito
a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
4.2.2- Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e
notadamente:
Pena por Prejuízo ao Erário
Art. 12, II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda
dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer
esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes
o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de cinco anos;
4.2.3- Contra os Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os


princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
instituições, e notadamente:
Pena por Princípios da Administração Pública
Art. 12, III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três
a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
4.2.4- Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou
Tributário
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou
omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou
tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
Penas por Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário

Art. 12, IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública,


suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil
de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário
concedido. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
5- Disposições Processuais
Descoberta à prática de ilícitos que configuram-se como improbidade
administrativa, qualquer pessoa poderá representar à autoridade
administrativa, conforme aduz artigo abaixo:
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a
prática de ato de improbidade
Após a representação, será montada uma comissão para averiguar os
indícios de autoria e possível responsabilização administrativa, caso
fique claro os ilícitos de improbidade, a comissão informará ao Ministério
Público que, poderá requerer ao juiz competente a penhora dos bens do
suspeito.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão
representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que
requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do
agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
patrimônio público
5.1 - Ministério Público
O MP ficará responsável por promover a ação de responsabilização por
improbidade administrativa ou de fiscalizar o processo, em todo o caso,
o Ministério Público participará da ação de responsabilização. Cabe
ressaltar que, em primeiro lugar, o pedido de sequestro de bens é uma
ação preliminar, visando dificultar a ocultação do ilícito e proteger o
patrimônio público.

Em um segundo momento, o Ministério Público ou Procuradores


responsáveis ficaram responsáveis pela ação principal de
responsabilização dos agentes públicos ou particulares envolvidos no
crime de improbidade administrativa. Para tanto,deve-se observar o artigo
abaixo:
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta
dias da efetivação da medida cautelar.
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará
obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
5.2- Disposições Penais
Existe a possibilidade de responsabilização penal dos envolvidos na
prática de improbidade administrativa, conforme aduz artigo abaixo:
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra
agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o
sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a


indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que
houver provocado.
Cabe salientar que, a perda da função ou cargo público só é aceitável após
o trânsito em julgado da sentença condenatória, contudo, é possível o
afastamento da função até o término do processo sem prejuízo da
remuneração do acusado.
5.3- Prescrição
Em regra, após o prazo de 5 anos do término do vínculo com a
administração pública não pode-se mais responsabilizar os envolvidos
por possíveis crimes de improbidade.
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta
lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em


comissão ou de função de confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas


disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos
de exercício de cargo efetivo ou emprego.

III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da


prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do
art. 1o desta Lei.
Bibliografia
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm ( lei de IImprobidade
Administrativa)
Autor: Lucas Edgar, Advogado e Professor de Direito.
Contatos:

Instagram: @lucasedgarjus WhatsApp (21) 9 9031-1192

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Simulado de fixação
1) De acordo com a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92),
Alternativas
A) são aplicáveis as suas disposições, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

B) considera-se agente público para os seus efeitos apenas os ocupantes


de cargo efetivo e de cargo eletivo.

C) ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa


ou culposa, do agente, o ressarcimento do dano será proporcional ao
seus vencimentos.

D) no caso de enriquecimento ilícito o terceiro beneficiário não perderá


os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

E)é vedada, em qualquer hipótese, a indisponibilidade dos bens do


indiciado.
2) Sobre a Lei nº 8.429/92, que versa sobre improbidade administrativa, é
CORRETO afirmar que
Alternativas
A) o advogado público parecerista está sempre isento de
responsabilização por improbidade administrativa, haja vista que não
pratica o ato administrativo.

B) não é possível responsabilizar, por improbidade administrativa,


membros das Casas Legislativas com fundamento exclusivo na votação
e aprovação de lei flagrantemente inconstitucional, que venha a causar
prejuízo ao erário.

C) o enquadramento por prática de conduta prevista no artigo 10 da Lei


nº 8.429/92, prescinde da análise da intenção do agente administrativo por
ocasião da prática do ato.
D) o ato ou omissão que acarrete enriquecimento ilícito necessariamente
violará os princípios constitucionais da Administração, podendo o juiz, ao
impor as sanções, fazer adequada dosimetria, desde que aplique todas as
sanções previstas para o tipo mais grave.

E) não configura improbidade administrativa a conduta do servidor


público que, ciente do obrar ilícito, de colega ímprobo, de mesma
hierarquia, não comunica o fato a superior hierárquico.
3) Em relação à Lei de Improbidade Administrativa, é INCORRETO afirmar:
Alternativas
A) A indisponibilidade de bens do indiciado por ato de improbidade recai
também sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento
ilícito.

B) No caso de enriquecimento ilícito, perderá o terceiro beneficiário os


bens ou valores acrescidos a seu patrimônio.

C) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por omissão culposa do Agente


ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

D) O sucessor daquele que causar a lesão patrimonial está sujeito às


cominações, previstas na Lei de Improbidade, sem quaisquer limitações.

E) Suas disposições são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo


não sendo Agente Público, se beneficie indiretamente da prática do ato
de improbidade.
4) Acerca da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992), é
correto afirmar:
Alternativas
A) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa
ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o ressarcimento parcial do
dano.

B) As suas disposições são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo


não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

C) No caso de enriquecimento ilícito, o agente público perderá os bens ou


valores acrescidos ao seu patrimônio, porém, o terceiro beneficiário não
os perderá.

D) Quando o ato de improbidade ensejar enriquecimento ilícito, caberá a


autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar à
Autoridade Policial, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

E) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se


enriquecer ilicitamente não está sujeito às cominações da Lei
nº 8.429/1992.
5) A respeito da Lei no 8.429/1992, é correto afirmar:
Alternativas
A) Somente agentes públicos respondem por atos de improbidade
administrativa.
B) A medida de indisponibilidade de bens é possível para atos de
improbidade geradores de lesão ao erário ou de enriquecimento ilícito.

C) Deixar de prestar contas, quando esteja obrigado a fazê-lo, caracteriza


ato de improbidade gerador de prejuízo ao erário.

D) O agente público, para os efeitos da Lei de Improbidade, desempenha


atividade sempre mediante remuneração, ainda que transitoriamente.

E) Dispensar indevidamente licitação constitui ato de improbidade


administrativa que importa enriquecimento ilícito.

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